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Santa Maria – RS
Julho/ 2013
DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM CASCAS DE OVOS
POR
ALEXANDRE VEIGA
RAQUEL MELLO
THANISE BEQUE
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 4
2. A FORMAÇÃO DAS CASCAS DE OVOS: UM PROCESSO NATURAL
DE PRECIPITAÇÃO: ......................................................................................... 6
3. OBJETIVOS ............................................................................................ 7
4. MATERIAIS E METODOLOGIA .............................................................. 8
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 9
5.1. PROCEDIMENTO SEM CALCINAÇÃO DAS AMOSTARS ...................... 9
5.2. PROCEDIMENTO COM CALCINAÇÃO DAS AMOSTRAS ................... 16
5.3. OBSERVAÇÕES ................................................................................... 18
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 19
7. REFERÊNCIAS ..................................................................................... 20
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1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o teor de cálcio nos ovos de pássaros tem se tornado
objeto de interesse ambiental, pois pesticidas organoclorados, como DDT e
dieldrina, entraram na cadeia alimentar desses animais. Estes compostos têm
efeitos largamente nocivos sobre o metabolismo das aves e, uma das
consequências, é o fato de as cascas de seus ovos se tornam
progressivamente mais finas e, portanto, mais frágeis. O resultado é que
poucos ovos atingem ou completam o desenvolvimento.
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Sabe-se que as recomendações atuais para ingestão de cálcio por
adultos e idosos são difíceis de serem alcançadas através da dieta, pois o
consumo de produtos lácteos não é, em geral, suficiente para atingir essas
recomendações. Além disso, o baixo poder aquisitivo constitui um fator
limitante para o consumo de leite e seus derivados. Dessa forma, uma vez que
a casca de ovo é um material barato e de fácil aquisição que apresenta alto
teor de cálcio, o qual pode ser aproveitado para fins alimentares através da
preparação de um pó, de maneira bastante simples, este subproduto é utilizado
em programas sociais como uma fonte acessível de cálcio para a alimentação
de populações de baixa renda, contribuindo de forma significativa para o aporte
adequado desse mineral. Mesmo assim, poucas pessoas sabem que ela é uma
riquíssima fonte de cálcio e que pode, inclusive, ser utilizada na preparação de
vários alimentos no nosso dia a dia, tais como: sanduíches, vitaminas, sucos,
shakes, bolos, pães, etc. É um resíduo pouco valorizado, mas que representa
um valor econômico potencial.
Aspectos ambientais também devem ser considerados na valorização
das cascas de ovo: sua reutilização diminui o problema da poluição gerada
pelo descarte desse material direto no meio ambiente, uma vez que possuem
um teor considerável de proteínas, e o seu uso como fonte alternativa de
carbonato de cálcio poderia ajudar na redução do impacto sobre as reservas
naturais de rochas calcárias, as quais são recursos naturais não renováveis
(NEVES, 1998; BORON, 2004).
As cascas de ovos podem ser empregadas ainda, em certa extensão,
como abrasivos ecológicos e, até mesmo, no controle de algumas pragas
comuns. Portanto, a determinação do teor de carbonato de cálcio em cascas
de ovos não representa tão somente aspectos didáticos e/ou acadêmicos, mas
também possui um apelo de importância social.
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2. A FORMAÇÃO DAS CASCAS DE OVOS: UM PROCESSO NATURAL DE
PRECIPITAÇÃO:
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No sangue, os íons Ca2+ livres estão em equilíbrio com o cálcio ligado a
proteínas. À medida que eles são absorvidos pela glândula da casca, mais íons
são fornecidos pela dissociação do cálcio ligado às proteínas. Os íons
carbonato necessários para a formação da casca são um produto secundário
produzido pelo metabolismo ao converter o dióxido de carbono, CO 2, a ácido
carbônico, H2CO3, pela enzima anidrase carbônica (AC):
AC
CO2(g) + H2O(l) H2CO3(aq)
3. OBJETIVOS
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4. MATERIAIS E METODOLOGIA
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seis erlenmayers, sendo que três destinavam-se à amostra de casca de ovo
“comum”, e três à amostra de casca de ovo “orgânico” (a casca de ovo de
codorna não foi analisada no procedimento sem calcinação), e com elas
realizou-se o procedimento titulométrico sem calcinação. Para o procedimento
com calcinação, nove amostras de 0,104 gramas cada (três para cada tipo de
casca de ovo) foram pesadas em nove cadinhos de porcelana limpos e secos,
e calcinadas a 700°C em uma mufla por 17 hs. Na sequência, os cadinhos
foram deixados no dessecador até que próximas etapas da técnica pudessem
ser retomadas. Então, em cada um dos cadinhos já resfriados, foram
adicionados 2 mL de água destilada e, cuidadosamente em uma capela, 1mL
de HCl concentrado a 12 mol·L-1. Após os resíduos terem sido completamente
dissolvidos, as soluções foram transferidas para nove erlenmeyers; utilizando-
se água destilada para lavar os cadinhos e remover os resíduos restantes,
todas as águas das lavagens foram combinadas nos respectivos erlenmeyers,
e o seu conteúdo foi, então, diluído a 25 ml com água destilada. Adicionou-se 5
mL do tampão de pH 10 de NH3/NH4Cl e uma pequena quantidade de indicador
Erio T suficiente para produzir uma cor visível na solução. Após estas etapas,
as soluções foram tituladas com a solução padrão de EDTA 0,0502 mol·L-1, até
observar-se uma mudança da cor de roxo claro para azul puro.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Figura 1 - Três amostras de cascas de ovos trituradas em cadinhos.
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indicador e do EDTA. Em soluções muito ácidas, o corante Erio T tende a se
polimerizar, formando um produto vermelho-marrom; por isso não é usado
abaixo de pH 6,5.
O Erio T faz parte da classe de indicadores ditos metalcrômicos, os
quais são corantes capazes de reagir com um cátion metálico formando um
complexo cuja cor é diferente daquela apresentada pelo indicador na forma
livre (não complexada).
O grupo ácido sulfônico do Erio T cede seu próton muito antes da faixa
de pH 7-12, que é a de interesse no uso do corante como indicador de metal.
Portanto, somente a dissociação dos dois átomos de hidrogênio dos grupos
fenólicos precisa ser considerada; assim o indicador pode ser representado
como H2D-. A solução aquosa de negro de eriocromo T é vermelha abaixo de
pH 6 (devido a H2D-) e alaranjado-amarelada acima de pH 12 (devido a D3-).
Na faixa de pH 7-11, em que o indicador exibe coloração azul, o Ca2+, e
muitos outros metais, formam complexos vermelhos:
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Figura 2 - Coloração do complexo cálcio - Erio T.
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Como se depreende da equação acima, a extensão da ionização do complexo
metal – EDTA depende do pH da solução; a estabilidade do complexo diminui
com o decréscimo do pH. Quanto mais estável o coplexo metal – EDTA, mais
baixo o pH em que a titulação do metal com EDTA pode ter lugar. Em geral, os
complexos dos metais divalentes são estáveis em soluções alcalinas ou
levemente ácidas, ao passo que os dos metais tri e tetravalentes são capazes
de existir em solução de pH 1-3. Logo, o pH do meio pode ser utilizado como
um artifício para selecionar quais metais devem ser titulados ou não com este
complexante, cujo poder de complexação é máximo em soluções fortemente
alcalinas, quando, então, se encontra na forma da espécie ativa Y4-. Todavia,
com o aumento do pH da solução, acentua-se a tendência para a formação de
hidróxidos metálicos pouco solúveis:
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Figura 3 - Indicador Erio T na forma livre.
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Tabela 2- Resultados para a constituição percentual de cálcio e carbonato de cálcio
presente nas cascas de ovo analisadas sem calcinação.
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5.2. PROCEDIMENTO COM CALCINAÇÃO DAS AMOSTRAS
CaCO3(s) +
matéria
+ H2O(l) residual CaO + 2CO2(g) + H2O(g)
orgânica 700°C
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Ca(OH)2 + 2HCl CaCl2 + 2H2O
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19,2 mL; 19,8 mL e 19,9 mL. Não é possível fazer qualquer afirmação
relacionando esses resultados como correspondentes com tal ou outra
amostra, haja vista a falta de identificação dos cadinhos (à exceção do volume
de 18,3 mL) porque, em última análise, sequer os volumes obtidos no
procedimento sem calcinação, no qual se dispunha do conhecimento exato de
quais eram as amostras a serem tituladas, eram valores homogêneos. No
entanto, para fins comparativos, podemos supor, em nível bastante raso, que
os três valores mais próximos entre si sejam correspondentes a uma mesma
amostra. Podemos, ainda, fazer uma média com todos os valores e, dessa
forma, obtemos os resultados listados na tabela a seguir:
Tabela 3 - Resultados para a constituição percentual de cálcio e carbonato de cálcio presente nas
cascas de ovo analisadas com calcinação.
5.3. OBSERVAÇÕES
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determinação da dureza total da água, que corresponde à soma das durezas
individuais atribuídas à presença dos íons cálcio e magnésio nesse solvente.
Para determinar somente o cálcio em uma solução em que o magnésio
esteja presente, podemos utilizar o conhecimento da influência do pH do meio
sobre as constantes de formação e sobre os produtos de solubilidade das
espécies formadas nas titulações com EDTA. De posse que o aumento do pH
da solução acentua a tendência para a formação de hidróxidos pouco solúveis,
que as constantes de formação (pKf) para os complexos [Ca – EDTA]2+ e [Mg –
EDTA]2+ correspondem, respectivamente, a 10,69 e 8,79, e que as constantes
dos produtos de solubilidade para os respectivos hidróxidos desses metais são
5,5·10-6, (pKPS = 5,25), e 1,2·10-11, (pKPS = 10,9), podemos concluir que, em pH
alcalino, teremos a precipitação do magnésio na forma do seu hidróxido,
enquanto que o complexo [Ca – EDTA]2+ permanecerá estável. De fato, esta
precipitação é quantitativa em pH 12, e os indicadores metalcrômicos ideais
para a realização de titulações nesta faixa de pH são o calcon e a murexida,
cujas mudanças de coloração das forma complexadas para as formas livres
são, respectivamente, róseo azul, e vermelho azul/ violeta (ou azul).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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tituladas sem calcinação. Aliás, a análise dos resultados demonstra um viés
nesse sentido, pois foram exatamente as amostras tituladas sem calcinação
que resultaram em maiores percentuais de cálcio e de carbonato de cálcio.
Contudo, resultados mais exatos e de validade comparativa foram impedidos,
haja vista a impossibilidade identificação das amostras calcinadas; ademais,
ainda que todos os dados pudessem ser aferidos com exatidão e certeza,
conclusões mais gerais e corretas somente podem ser tiradas com a realização
de um grande número de repetições, de forma que os resultados sejam
significativos e tenham valor e validade estatística.
7. REFERÊNCIAS
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