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ABANDONO AFETIVO:
A PERSPECTIVA JURÍDICA APLICÁVEL AOS FILHOS
Betim
2019
DARC VIANEY CORDEIRO MOURA
ABANDONO AFETIVO:
A PERSPECTIVA JURÍDICA APLICÁVEL AOS FILHOS
Orientador:
Betim
2019
DARC VIANEY CORDEIRO MOURA
ABANDONO AFETIVO:
BANCA EXAMINADORA
Betim, de de 2019
Dedico este trabalho...
Foram muitas dificuldades e obstáculos que superei até chegar aqui, por
vezes o desânimo e a vontade de desistir me consumiram. Por vezes sacrifiquei a
mim e os que amo, passei por situações que muitos nem acreditariam ser possível,
foi difícil, mas superei. E apesar de ter força para sonhar e para lutar, jamais teria
conseguido sem ter ao meu lado aqueles que amo. E por isso, venho com muito
carinho fazer meus mais singelos e sinceros agradecimentos.
Esta fase da minha vida é muito especial e não posso deixar de agradecer a
Deus por ser o meu Senhor, o meu Deus fiel, que me deu toda força, ânimo e
coragem para alcançar minha meta, por iluminar mеυ caminho durante esta
caminhada, por fazer o milagre quando minhas esperanças já haviam acabado.
A minha Mãe Maria Aparecida, sеυ cuidado е dedicação fоі que me deram
esperança para seguir, te agradeço por toda a dedicação que tem para comigo, por
muitas vezes ter deixado de fazer coisas para si, para se dedicar a mim, mesmo sem
eu pedir nada. Meu amor por ti é inestimável.
A meu Pai Sebastião, te agradeço por ser o meu maior exemplo de vitória
nessa vida e por ter me ensinado todos os valores éticos e morais que conheço.
Gostaria de dizer que estar contigo nessa vida é um grande privilégio e meu maior
orgulho é tê-lo como pai, sυа presença significou segurança е certeza de qυе não
estou sozinha nessa caminhada.
Agradeço também ао mеυ marido Geovane, qυе mе dеυ força е coragem, mе
apoiando nos momentos de dificuldades, que me estimulou e compreendeu minha
ausência pelo tempo dedicado aos estudos.
Amigos são os irmãos que a gente escolhe, mas há irmãos que não
escolhemos, que vem junto com a família, como num pacote. Mas, se pudesse
escolher, escolheria vocês mesmos. Obrigada por serem parte do que eu sou e por
estarem presente em minha vida, meus irmãos, cunhados e meus sobrinhos que
muito amo e são também razão do meu viver.
A todos da minha família, aos tios e tias, primos e primas. Em especial a tia
Nicinha que muito amo e sempre acreditou em mim quando todos diziam que não.
Аоs meus amigos, pelas alegrias, tristezas е dores compartilhas. Com vocês,
as pausas entre um parágrafo е outro, melhora tudo о qυе tenho produzido no livro
da minha vida, nada teria sentido sem vocês. Em especial, Sandra, Andréa, Elanea,
Samara, Bruna, Isaac, Denise, Camila.
A todos da 1º Delegacia de Polícia Civil de Juatuba, onde fiz meu estágio,
deixo meus sinceros agradecimentos, o tempo que passei com vocês ficarão
guardados em minha memória, em especial ao Dr. Guilherme e Mariana, por tudo
que me ensinaram, pela dedicação ao esclarecer minhas dúvidas, por acreditarem
em mim. Ao sargento Cléber do 3° batalhão da Polícia Militar de Juatuba e o vice-
prefeito de Juatuba, Cidinho, que me ajudaram em um momento que muito precisei.
Agradeço a todos os professores que acompanharam minha jornada e foram
essenciais à minha formação como profissional e evolução como pessoa.
Reconheço um esforço gigante, exercido com muita paciência e sabedoria. Foram
vocês que me deram recursos e ferramentas para evoluir um pouco mais todos os
dias no decorrer da minha trajetória, em especial, aos professores Leandro e
Alexandre, que são respectivamente, padrinho e paraninfo da turma do 10º período-
noite.
Aos meus alunos que me fizeram aprender muito mais que a ensinar. Dedico
a vocês todo o tempo que estudei para aprimorar os seus conhecimentos, pois foi
assim, que também aprendi com vocês.
A todos que de alguma forma me ajudaram a acreditar em mim, e que
estiveram e estão próximos, fazendo esta vida valer cada vez mais а pena. Quero
deixar um agradecimento eterno, sem vocês não teria sido possível a realização
deste sonho.
Com muito carinho deixo a todos o meu muito obrigada.
RESUMO
Esse trabalho tem como objeto a análise da perspectiva jurídica, em que os filhos
buscam no ordenamento jurídico, o auxílio do estado para comprovação de dano
decorrente de abandono afetivo, diante de fatos e motivos, que ocasionaram
transtornos que feriram a sua moral como filho, como ser humano e até mesmo
como uma pessoa de direitos. Existe uma perspectiva de direito que traz a garantia
de ser cuidado em um ambiente em que seu crescimento e desenvolvimento seja
exercido de maneira segura e dotada de responsabilidades, onde tenha uma boa
educação, e que nada possa interferir na sua formação de personalidade. Também
existe uma perspectiva de fato, onde a ausência do afeto fere direitos fundamentais
e fica comprovado o dano causado. Através da análise do conceito de família e
também de poder familiar, é possível entender que o abandono afetivo é uma
omissão por parte daquele que deveria cuidar, dar educação, porém, ninguém é
obrigado a amar alguém, nem mesmo um filho, e isso tem feito com que haja um
certa divisão entre a doutrina e a jurisprudência sobre o direito ou não a indenização
pelo abandono afetivo, questionando-se sobre a proporcionalidade em que o dano
por falta de afeto pode prejudicar a vida de um indivíduo, pois, ninguém é obrigado a
amar, mas a cuidar sim.
RESUMEN
Este trabajo tiene como objeto el análisis de la perspectiva jurídica, en que los hijos
buscan en el ordenamiento jurídico, el auxilio del estado para comprobación de daño
resultante de abandono afectivo, ante hechos y motivos, que ocasionaron trastornos
que hirieron su moral como hijo, como ser humano e incluso como una persona de
derechos. Hay una perspectiva de derecho que trae la garantía de ser cuidado en un
ambiente en que su crecimiento y desarrollo sea ejercido de manera segura y dotada
de responsabilidades, donde tenga una buena educación, y que nada pueda
interferir en su formación de personalidad. También existe una perspectiva de hecho,
donde la ausencia del afecto hiere derechos fundamentales y queda comprobado el
daño causado. A través del análisis del concepto de familia y también de poder
familiar, es posible entender que el abandono afectivo es una omisión por parte de
aquel que debería cuidar, dar educación, sin embargo, nadie está obligado a amar a
alguien, ni siquiera a un hijo, y eso tiene que se hace con una cierta división entre la
doctrina y la jurisprudencia sobre el derecho o no la indemnización por el abandono
afectivo, cuestionándose sobre la proporcionalidad en que el daño por falta de afecto
puede perjudicar la vida de un individuo, pues, nadie es gracias a amar, pero a
cuidar sí.
ART- Artigo
CC- Código Civil
CF- Constituição Federal
ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
1 A PERSPECTIVA JURÍDICA................................................................................. 14
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................28
REFERÊNCIAS..........................................................................................................30
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INTRODUÇÃO
direito quando os filhos desejam ter dos seus pais o que lhes é assegurado pela
constituição federal de 1988 no seu art. 227 e no estatuto da criança e do
adolescente, em seu art. 22. Também, existe uma perspectiva de fato quando
comprovado o dano causado, gerando assim, o direito dos filhos.
O objetivo principal desse trabalho é mostrar a perspectiva jurídica em que o
abandono afetivo tem alcançado nos últimos anos, a sua aplicação, além do
posicionamento dos juristas e doutrinadores, em relação à efetividade da prestação
pecuniária indenizatória, àqueles que se sentem afetados pelo abandono emocional
de seus genitores.
Tem-se como objetivos específicos identificar os fatores que levam ao pedido
de indenização por abandono afetivo, apontar as questões que influenciam no
transtorno causado pelo abandono e levantar quais as medidas cabíveis para que o
abandono se torne menos doloroso para quem o sofre, e as medidas que devem ser
tomadas, para que haja a diminuição deste problema para a sociedade.
Será apresentada neste trabalho uma forma de pesquisa didática, baseada no
estudo de pesquisas já relacionadas ao tema proposto, por meio da leitura de artigos
e monografias onde será feita a análise de pontos que auxiliarão no andamento
deste, além disso, as doutrinas e as jurisprudências serão meios fundamentais para
que seja elaborado um bom estudo desse tema, absorvendo ao máximo todo
entendimento dos estudiosos sobre o assunto, para que ao final deste, seja possível
absorver e entender o que se propõe nesse trabalho.
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1 A PERSPECTIVA JURÍDICA
O conceito de poder familiar é visto hoje, como uma proteção e não somente
um status utilizado para denominar família, pois, foram surgindo cada vez mais, a
obrigação de ambos os pais para com os filhos, podendo ocorrer à perda desse
poder familiar caso sejam descumpridas essas obrigações.
As relações familiares são identificadas pelo vínculo de afetividade entre seus
membros, os pais têm o dever de educar, assistir, cuidar, participar do
desenvolvimento e dar condições necessárias para que seus filhos possam ser
criados em um ambiente saudável com amor e carinho.
Se antes os filhos bastardos ou advindos de divórcio dos genitores eram
excluídos do seio familiar, hoje a obrigação dos genitores é mútua e solidária.
Inicialmente o poder familiar era conhecido como pátrio poder, como o nome
mesmo já diz, pátrio significa que o poder advinha do pai, o cabeça da família, onde
regia muitas regras que deveriam ser cumpridas pelos outros membros da família,
pois o pai era o senhor das decisões.
A única família que era reconhecida era a proveniente de um casamento. E
não se falava em compartilhar o dever sobre os filhos, pois, quem exercia era
somente o pai, os membros da família eram de propriedade do pai, este detinha o
poder absoluto sobre os bens e as pessoas, além disso, apenas o pai possuía
capacidade de direito. Somente em 1962 a mãe, teve a oportunidade de começar a
participar do pátrio poder unicamente como colaboradora.
A constituição brasileira de 1988 e o código civil de 2002 vieram mudar toda
essa concepção que prevalecia até então, e começou a favorecer os filhos, sejam
advindos do casamento ou não.
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Esse princípio possui dois aspectos, o primeiro em que ele age como um
direito individual de proteção e o segundo como um dever de tratamento entre os
indivíduos.
A dignidade é um direito inestimável e indisponível, pois não possui preço e
não há a possibilidade de ser objeto de troca. Conforme a Declaração dos direitos
do homem e do cidadão, proclamada pela Organização das Nações Unidas de
1948 em seu art. 1°: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e
direitos”
É considerado o maior e mais importante dos princípios ligados a pessoa
humana, onde não existe a possibilidade de se pensar nos direitos de alguém sem
se pensar na dignidade. Dessa forma, sendo a família a base da sociedade, a
dignidade se torna um instrumento indispensável para o desenvolvimento de um
indivíduo, pois é na família que esse indivíduo encontra afeto e cuidado.
Art. 226 CF
A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal,
competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o
exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de
instituições oficiais ou privadas. (BRASIL, 1988)
Art. 227 CF
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010) (BRASIL, 1988)
Art. 1.583 CC
A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser
dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em
vista as condições fáticas e os interesses dos filhos:
I – afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; (BRASIL,2002)
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Fica claro que o que se trata aqui não é de amor, mas sim de elo de ligação
entre as pessoas, seja de sangue ou de afinidade. Não há como medir o amor ou
qualquer outro sentimento, isso vai muito além de quantificar um afeto por alguém,
porém, os vínculos afetivos costumam ser muito fortes, levando-se em
consideração os laços consanguíneos e/ou biológicos, pois, o sentimento que se
nutre por alguém depende unicamente da convivência harmoniosa.
De acordo com Tânia da Silva Pereira (2008, p. 309), “o ser humano precisa
ser cuidado para atingir sua plenitude, para que possa superar obstáculos e
dificuldades da vida humana”. Essa fala da autora, vem alertar sobre atitudes de
“não cuidado” que podem vir a desenvolver sentimento de impotência, perda,
desvalorização como pessoa e vulnerabilidade, bem como, de “tornar-se uma
cicatriz que, embora possa ser esquecida, permanece latente na memória.” E isso
que vem a ser o abandono afetivo.
O abandono afetivo se caracteriza quando os genitores não exercem o
dever de cuidado e começam a não ter interesse pelo filho, ou seja, o tratando com
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descaso. Esse tratamento sem afeto, pode causar problemas escolares, problemas
na alimentação, depressão e também interferir no indivíduo a sua visão familiar.
Obviamente se percebe, esses não são os únicos problemas que podem ser
causados, mas, é de grande importância analisar que esses problemas têm sido
muito comuns na vida de quem sofre com o abandono afetivo, de modo que, os
danos causados muitas vezes tornam-se irreparáveis.
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Art. 186 CC
"Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato lícito". (BRASIL, 2002)
Art. 4º ECA
§ 2º. Compete aos pais, além de zelar pelos direitos de que trata o art. 3º
desta Lei, prestar aos filhos assistência moral, seja por convívio, seja por
visitação periódica, que permitam o acompanhamento da formação
psicológica, moral e social da pessoa em desenvolvimento.
3º. Para efeitos desta Lei, compreende-se por assistência moral devida
aos filhos menores de dezoito anos:
I – a orientação quanto às principais escolhas e oportunidades
profissionais, educacionais e culturais;
II – a solidariedade e apoio nos momentos de intenso sofrimento ou
dificuldade;
III – a presença física espontaneamente solicitada pela criança ou
adolescente e possível de ser atendida. (BRASIL, 1990)
Art. 5º ECA
Parágrafo único. Considera-se conduta ilícita, sujeita a reparação de
danos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, a ação ou a omissão que
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Código civil de 2002- Lei n° 10.406/02. Vade Mecum, Saraiva, 19º edição,
São Paulo, Saraiva Educação, 2018.
TEIXEIRA, Patrícia. Abandono Afetivo dos Filhos pode ser caracterizado como
crime. PLS 700/2007. Disponível em:
<https://patriciadantasadvogada.jusbrasil.com.br/noticias/238667648/abandono-
afetivo-dos-filhos-pode-ser-caracterizado-como-crime> Acesso em: 10 de março de
2018.