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Filme Ilha das Flores – resenha

crítica
Waltter Júnior 26 de agosto de 2015 Artigos

O sistema capitalista tem organização central simples: troca de dinheiro por


coisas.  O dinheiro – capital – é, portanto, o cerne do sistema. Mas o que
acontece, então, com quem não possui o capital? As relações existentes no
sistema ocorrem de maneira justa? Todos têm as mesmas possibilidades de
acesso ao capital? O  documentário/filme “Ilha das Flores” mostra,
camuflado em simplicidade, a profundidade de tais questões.
O sistema de trocas é, como dissemos, a engrenagem básicas das sociedades
capitalistas. Para realizar a maior parte das trocas é necessário possuir capital.
Outras trocas são realizadas para obtenção desse capital: trabalho por capital;
coisas por capital ou mesmo capital por mais capital.

Tudo simples, portanto. Mas o que acontece com quem não tem capital ou
mesmo o que trocar pelo tal capital?

A condição individual de falta de capital ou de poder de troca é conhecida como


pobreza. Como sobreviver sem capital em uma sociedade quase que
totalmente baseada no capital? A falta de resposta para tal pergunta leva seres
humanos a viverem em condições inferiores à de alguns animais, como
demonstrado no documentário. A comparação dos “catadores” com o porco foi
sublime. Aqueles estariam abaixo do animal na escala de preferência pelos
alimentos pelo fato deste, o suíno, possuir um dono, e aqueles nem isso.

A renda é, portanto, o principal fator para definição de uma situação de


pobreza. A total falta de renda, conforme exemplo do documentário, estabelece
uma situação de pobreza absoluta, assim como assevera SANTOS (2012, p.
17):

Assim, aqueles cuja renda se situe abaixo do custo dessas


necessidades são considerados pobres. E, aqueles que têm
rendimentos ainda menores, os quais não permitem a aquisição
sequer de uma cesta de alimentos básica, essencial ao suprimento de
necessidades nutricionais mínimas, são denominados indigentes.

Importante salientar, contudo, que não somente a renda determina a situação


de pobreza de um determinado grupo de indivíduos. Acesso – ou falta dele – a
outras “garantias constitucionais” como educação, saúde, habitação cultura e
outros também são indicativos de fragilidade social. Conforme exemplo exposto
no documentário, os “catadores” ali mostrados não só viviam em condições de
completa falta de potencial financeiro, mas também não possuíam condições
mínimas de qualidade de vida. Seu “invólucro” social é de escassez, como
esperar que seres humanos inseridos nesta triste realidades tenham
condições, por si só, de mudar de posição?

Essa diferenciação entre “posições sociais” é o que se convencionou chamar


de Desigualdade Social. Em uma sociedade capitalista existem,
invariavelmente, níveis de potencial social e financeiro. Enquanto alguns
possuem muito, outros mal conseguem para sua subsistência. Uma análise
mais apurada do sistema mostra sua completa crueldade.

O que já possuem “coisas” ou capital


(indústria de perfumes do documentário)
tem grande facilidade de trocá-los por
mais capital, possuindo mais coisas,
mais capital e trocando por mais coisas e
mais capital, num fluxo sem fim de
enriquecimento. Quem possui poucas
coisas e pouco capital (vendedora de
perfumes), constrói toda sua vida na
troca do que possui pelo suficiente para
sobreviver. Os que nada possuem (catadores), seguem apenas o instinto
natural humano de sobrevivência.

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