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Amebíase
Agente etiológico: Entamoeba histolytica/ E. dispar
Filo: Sarcomastigophora
Hábitat: Intestino grosso
Relação: comensalismo ou parasitismo obrigatório
Parasitismo: obrigatório
Formas encontradas: trofozoíto (vegetal) e cisto (inerte)
Morfologia:
A. Trofozoíto
- 20 a 30 µm
- pleomórfico, ativo, alongado, emitindo pseudópodes grosso longos e hialinos;
- núcleo único, esférico ou arredondado, vesiculado com cromatina periférica “roda de carroça”;
- nucléolo pequeno central ou excêntrico;
-citoplasma compreendendo um ectoplasma (claro e hialino) e endoplasma (granuloso, com
vacúolos, núcleos e restos de subst. alimentares);
- membrana nuclear delgada justaposta a grânulos de cromatina “aliança de brilhante”;
- OBS.: presença de hemácias em amostras diarréicas.
B. Pré-cisto
- Fase intermediária entre cisto e trofozoíto;
- Oval, ligeiramente arredondado, menor que o trofozoíto;
- Corpos cromatóides no citoplasma (bastonetes co mextremidadades arredondadas).
C. Metacisto
- Forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado, onde sofre divisões e origina os
trofozoítos.
D. Cisto
- Esféricos ou ovais (8 a 20 µm);
- Corpúsculos hialinos, claros com paredes refringentes;
- Núcleos pouco visíveis variando em número de 1 a 4 de acordo com o grau de “matruridade”;
- Membrana nuclear mais escura com nucléolo central;
- Corpos cromatóides em forma de bastonetes ou charutos em nº de 1 a 4 geralmente;
- Vacúolos de glicogênio no citoplasma;
- OBS.: ausência de RE, Golgi, centríolos e microtúbulos na Microscopia eletrônica, pois são
características de céls. eucariotas
Virulência
- Fatores do hospedeiro (raça, sexo, idade, imunidade, dieta, ... );
- Fatores do meio (flora bacteriana);
- Outros fatores ( colesterol, reinfecções, passagens sucessivas em diversos hospedeiros).
Transmissão
- Ingestão de cistos maduros com alimentos sólidos ou líquidos;
- Água e alimentos contaminados com dejetos humanos;
- Vetor mecânico (moscas, formigas, baratas);
- “Portadores assintomáticos” manipulando alimentos com ausência de higiene;
- Ausência de higiene domiciliar.
Manifestações clínicas
Ingestão do cisto Não-infectado (cisto imaturo, etc)
Infectado portador – 90% sintomático
sintomas leves
Doente – 10% -amebíase invasiva forma disentérica
ou formas extra-intestinais
Quadro clínico
A. Colites não disentéricas: 3 a 5 evacuações/dia, mucosanguinolentas, precedidas de cólicas, dor
abdominal superior, tenesmo (espasmo sustentado doloroso durante a peristalse) às vezes;
B. Colite disentérica: 30 evacuações por dia, mucossanguinolentas, cólicas intensas, febre, tenesmo
retal, tremores de frio;
Complicações: perfurações, peritonite, hemorragias, ...
C. Amebomas ou lesões pseudo tumorais da mucosa intestinal
D. Amebíase extra-intestinal:
-Abscesso hepático = “dor, febre, hepatomegalia” (tríade), emagrecimento, diarréia esporádica;
-Amebíase pleuropulmonar
Abscesso hepático
Forma intestinal
Diagnóstico Forma extra- intestinal
- Pesquisa de cistos nas fezes moldadas (método de flutuação) e trofozoítas nas fezes diarréicas recentes
(colher as fezes em meio conservante);
- Teste imunológico para diferenciar E.dispar de E.histolytica (ELISA para diferenciar a lectina de
adesão);
- Retosigmodoiscopia e biópsia (avaliação das ulcerações) muito invasivo
- Pesquisa de anticorpos no soro e métodos de imagem – para as formas extra-intestinais
Profilaxia
- Engenharia e à educação sanitária
- Exame freqüente dos "manipuladores de alimentos" para detecção e tratamento de algum possível
portador assintomático" que estivesse atuando como fonte de infecção
- Combate aos vetores mecânicos
- Lavar bem e tratar todos os alimentos crus
Tratamento
-Portadores assintomáticos – drogas que atuam na luz – Paromomicina
-Sintomáticos – imidazólicos – Metronidazol 500mg 2x/d por 5 a 7 dias
Giardíase
Agente etiológico: Giardia lamblia (duodenalis ou intestinalis);
Filo: Sarcomastigophora
Hábitat: intestino delgado (microvilosidades)
Relação: parasitismo
Parasitismo: obrigatório e cavitário
Formas encontradas: trofozoíto e cisto
Morfologia:
A. Trofozoíto
- Mede 20µm de comprimento por 10µm de largura;
- Formato de gota, pêra, piriforme;
- Apresenta uma estrutura semelhante a uma ventosa,
que é conhecida por várias denominações: disco
ventral, adesivo ou suctorial (estrutura complexa
formada de rnicrotúbulos e microfilamentos);
- Abaixo do disco, ainda na parte ventral, é observada a
presença de uma ou duas formações paralelas,
em forma de vírgula, conhecidas como corpos
medianos;
- Dois núcleos simétricos com cariossoma central;
- Presença de retículo endoplasmático,
ribossomas, aparelho de Golgi e vacúolos de
glicogênio, Não se observando, entretanto, mitocôndria;
- Abaixo da membrana citoplasmática do trofozoíto
existem numerosos vacúolos que, acredita-se, tenham
papel na pinocitose de partículas alimentares;
- Quatro pares de flagelos que se originam de
blefaroplastos ou corpos basais situados nos pólos
anteriores dos dois núcleos, (um par de flagelos
anteriores, ventrais, posteriores caudais).
B. Cisto
-Oval ou elipsóide;
- Medindo cerca de 12µm de comprimento por 8µm de largura;
- O cisto, quando corado, pode mostrar uma delicada membrana destacada do
citoplasma;
- Dois ou quatro núcleos, um número variável de fibrilas (axonemas de
flagelos) e os corpos escuros com forma de meia-lua e situados no pólo oposto
aos núcleos (provavelmente, são primórdios do disco
Suctorial);
- Em volta do disco adesivo, observa-se um fino lábio citoplasmático,
denominado franja ventrolateral;
- Membrana cística resistente com quinina;
- Estruturas citoplasmáticas encontradas no trofozoíto, porém de forma
desorganizada.
OBS.: Não se têm informações se todos os cistos são infectantes e se há necessidade de algum tempo no
meio exterior para se tomarem infectantes.
Patogenia
- A Giardia provoca diarréia e má-absorção intestinal;
- Mudanças na arquitetura da mucosa (normal ou com atrofia parcial ou total das vilosidades) e lesões nas
microvilosidades das células intestinais:
1. Atapetamento da mucosa por um grande numero de trofozoítos impedindo a absorção de alimentos;
2. Os trofozoítos de Giardia aderidos ao epitélio intestinal podem romper e distorcer as microvilosidades
do lado que o disco adesivo entra em contato com a membrana da célula;
3. O parasita produz, e possivelmente libera, substâncias citopáticas na luz intestinal (várias proteases
algumas delas capazes de agir sobre as glicoproteínas da superfície das células epiteliais e romper a
integridade da membrana);
4. Processos inflamatórios aí desencadeados pelo parasito, devido à reação imune do hospedeiro
5. O parasito entra em contato com macrófagos que ativam os linfócitos T que, por sua vez, ativam os
linfócitos B que produzem IgA e IgE. A IgE se liga aos mastócitos, presentes na superfície da mucosa
intestinal, provocando a degranulação dessas células e a liberação de várias substâncias, entre elas a
histamina. Desta forma, é desencadeada uma reação anafilática local (reação de hipersensibilidade),
que provoca edema da mucosa e contração de seus músculos lisos, levando a um aumento da motilidade
do intestino, o que poderia explicar o aumento da renovação dos enterócitos. As vilosidades ficam assim
repletas de células imaturas (deficientes em enzimas) levando a problemas de má absorção e,
conseqüentemente, à diarréia.
Quadro clínico
• Assintomáticos (e autolimitado)
• Sintomáticos Diarréia aguda e autolimitante
Diarréia persistente, com evidência de má-absorção
e perda de peso
OBS.:Variabilidade é multifatorial, e tem sido atribuída a fatores associados ao parasito (cepa, número de
cistos ingeridos) e ao hospedeiro (resposta imune, estado nutricional, pH do suco gástrico, associação
com a icrobita intestinal)
-A maioria das infecções é assintomática e autolimitada, podendo haver eliminação de cistos nas fezes
por longos períodos.
- Primoinfecção: diarréia aquosa, explosiva, com odor fétido, acompanhada de gases com distensão e
dores abdominais. Muco e sangue aparecem raramente nas fezes (“diarréia dos viajantes”);
- Diarréia crônica acompanhada de esteatorréia, perda de peso, problemas de má-absorção, irritabilidade,
náuseas e vômitos são sintomas comuns em crianças pequenas. Pode também haver cólicas,
representativas da dor durante a peristalse, já que a contração peristáltica “aperta” uma região
edemaciada;
- Quadros crônicos estão associados à desnutrição e vice-versa – má absorção de gorduras e vitaminas
lipossolúveis (A,D,E,K), vitamina B12, ferro, xilose, lactose.
Diagnóstico
1. - Parasitológico
- Nas fezes formadas: pesquisa de cistos com salina ou lugol pelo método de Faust.
- Nas fezes diarréica: pesquisa de trofozoítos ou cistos– devem ser examinadas imediatamente após a
coleta ou colocar em soluções conservantes pois os trofozoítas têm viabilidade curta.
- No fluido duodenal: pesquisa de trofozoítos em biópsia jejunal ou “Entero-test” (para casos de diarréia
crônica).
OBS.: Aeliminação intermitente de cistos nas fezes denomina-se "período negativo" e pode durar em
média dez dias. Além disso, o padrão de excreção de cistos varia de indivíduo para indivíduo, e nos
baixos excretores as mostras de fezes podem permanecer negativas por 20 dias consecutivo – “Falso
negativo” três amostras fecais em dias alternados (espaço de 7 dias)
2. Imunológico
- No soro: pesquisa de anticorpos por ELISA ou IFI – pouco sensível e específico.
- Nas fezes: pesquisa de antígenos por ELISA – sensibilidade em torno de 85% a 95% e
especificidade de 90 a 100%.
Tratamento
-Derivados imidazólicos:
1) Metronidazol – 15 a 20mg/kg/dia durante 7 a 10 dias consecutivos para crianças; para adultos, 250mg
2x/dia.
2) Tinidazol – 1g/dia dose única para crianças; 2g /dia VO para adultos.
3) Outras drogas – nitazoxanida
OBS.: resistência à terapêutica (quando após o uso de determinado medicamento há remissão parcial dos
sintomas e apenas redução do número de cistos): recomenda-se dar um intervalo de cinco a dez dias para
eliminação do primeiro medicamento e completar a terapêutica com outro princípio ativo.
= Os medicamentos contra a giardíase em geral não são bem aceitos pelas crianças devido ao gosto
desagradável; alguns pacientes podem apresentar sintomas gastrointestinais e, raramente, vômitos. Deve-
se evitar o uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento.
Profilaxia
- Medidas de higiene pessoal (lavar as mãos);
- Destino correto das fezes (fossas, rede de esgoto);
- Proteção dos alimentos e tratamento da água;
- Tratamento precoce do doente, procurando-se também diagnosticar a fonte de infecção.
Epidemiologia
- Distribuição cosmopolita;
- Principalmente entre,crianças de oito meses a 10-12 anos. A alta prevalência (devido à falta de hábitos
higiênicos);
- Uma das causas mais comuns de diarréia entre crianças, que em conseqüência da infecção, muitas
vezes, apresentam problemas de má nutrição e retardo no desenvolvimento;
- Nos países desenvolvidos, Giardia é o parasito intestinal mais comumente encontrado nos humanos;
- Podem ocorrer surtos epidêmicos em ambientes fechados e coletivos (creches e abrigos);
- O cisto resiste até 2 meses em boas condições de umidade, é resistente ao processo de cloração da água
(mas são destruídos em água fervente) e sobrevive durante muito tempo embaixo das unhas;
- Babás e manipuladores de alimentos crus (saladas, maioneses etc.) podem ser fonte de infecção.
Tricomoníase
Agente etiológico: Trichomonas vaginalis
Filo: Sarcomastigophora
Hábitat: trato genitourinário masculino e feminino
Relação: parasitismo
Parasitismo: obrigatório e cavitário
Formas encontradas: trofozoíto (não possui a forma cística)
Morfologia:
Patologia
Associado a sérias complicações de saúde:
- transmissão do vírus da imunodeficiência humana (resposta inflamatória grande infiltração de
leucócitos; pontos hemorrágicos na mucosa);
- causa de baixo peso;
- nascimento prematuro;
- predispõe mulheres a doença inflamatória pélvica atípica, câncer cervical e infertilidade (doença
inflamatória pélvica resposta inflamatória destruição da estrutura tubária e danos às células ciliadas
da mucosa tubária).
Patogênese
- Infecta o epitélio do trato genital – nas mulheres, a vagina e a ectocérvice; nos homens, a uretra e a
próstata;
- Adere-se às células epiteliais através de adesinas depois de liberar proteases que digerem a mucina e
imunoglobulinas locais
- Estabelecimento iniciado com o aumento do pH vaginal para ~5;
- Contato inicial entre T. vaginalis e leucócitos resulta em formação de pseudópodes, internalização e
degradação das células imunes nos vacúolos fagocíticos do parasito;
- Enquanto o número de organismos na vagina diminui durante a menstruação, os fatores de virulência
mediados pelo ferro contribuem para a exacerbação dos sintomas nesse período (A expressão dos genes
que codificam as proteinases e as adesinas é modulada por fatores externos relacionados com hospedeiro,
como os níveis de cálcio e ferro).
OBS.: não se instala em outros locais a não ser o trato genitourinário.
OBS.: período de incubação de 3 a 20 dias.
Quadro clínico
- Desde formas assintomáticas, mais comuns no homem, até o estado agudo;
- MULHER:
• Vaginite com corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo-esverdeada,
bolhoso, de odor fétido, mais frequentemente no período pós-menstruação;
• Prurido ou irritação vulvovaginal de intensidade variável e dores no baixo ventre;
• Dor e dificuldade para as relações sexuais (dispareunia de intróito);
- HOMEM:
• Assintomática na maioria das vezes;
• Prurido uretral leve, desconforto ao urinar (ardência miccional);
• Uretrite com fluxo leitoso, principalmente pela manhã – gôta matinal;
• Pode complicar com prostatite, balano postite, cistite e epididimite
Diagnóstico
“O diagnóstico da tricomoníase não pode ter como base somente a apresentação clínica, pois a infecção
poderia ser confundida com outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A investigação
laboratorial é necessária e essencial para o diagnóstico da tricomoníase, uma vez que leva ao tratamento
apropriado e facilita o controle da propagação da infecção”.
- MULHER:
*Colher secreção vaginal sem fazer higiene prévia (18 a 24h), de preferência durante os primeiros dias
após a menstruação;
- HOMEM:
*Colher secreção uretral no laboratório, pela manhã antes de urinar;
* Colher urina de primeiro jato – 20ml, centrifugar e examinar o sedimento;
* Colher secreção prostática e sub-prepucial
MICROSCOPIA: Preparar lâmina com salina isotônica morna e procurar o parasita – observar
movimento do parasito.
Tratamento
Derivados nitroimidazólicos
Metronidazol, tinidazol, nimorazol, secnidazol, carnidazol.
Agem por formação de radicais citotóxicos derivados da redução do grupamento nitro. Agem nos
organismos anaeróbios que têm ferredoxina, flavodoxina ou transportadores de elétrons na sua cadeia
metabólica.
Profilaxia
- Medidas aplicáveis às doenças sexualmente transmissíveis
- O material contaminado pode ser desinfectado com hexaclorofeno 0,42M por 24h, ou pelo calor a 44°C.
Epidemiologia
- DST não-vira1 mais comum no mundo;
- Incidência da infecção depende de vários fatores incluindo idade, atividade sexual, número de parceiros
sexuais, outras DSTs, fase do ciclo menstrual, técnicas de diagnóstico e condições socioeconômicas;
- O organismo, não tendo a forma cística, é suscetível a dessecação e as altas temperaturas, mas pode
viver, surpreendentemente, fora de seu hábitat por algumas horas sob altas condições de umidade
- O parasita sobrevive :
• mais de 48h a 10ºC no exsudato vaginal
• 3h na urina coletada
• 6h no sêmem ejaculado
• 24h em toalhas de pano úmidas a 35 ºC
- A tricomoníase é incomum na infancia (de 1 a 10 anos de idade), já que as condições vaginais (baixo
pH) não favorecem o desenvolvimento da parasitose. Portanto, quando encontrada na criança, deve ser
cuidadosamente pesquisada, averiguando-se as possibilidades tanto de abuso sexual quanto de outras
fontes de infecção, que não sexual Entretanto, na pré-adolescência e adolescência (dos 10 aos 18 anos de
idade), a tricomoníase tem maior possibilidade de ser resultante de transmissão sexual;
- Nas mulheres é mais comum na 2a e 3a década de vida;
- Nos homens é mais comum após os 30 anos.
T.tenax
- Parasita a cavidade bucal humana e de símios;
- Vive em comensalismo, não provoca doença;
- Tem formato ovóide com 4 flagelos anteriores e mede 4 a 16 X 2 a15µm;
- Vasta distribuição geográfica;
- Prevalência variando de 0 a 25%;
- Transmitido diretamente pela saliva ou indiretamente pelo contato com escovas de dente, alimentos
lambidos;
- Pode ser pesquisado no tártaro dos dentes, goma de mascar, criptas amigdalianas;
- Trabalhos europeus descrevem infecções respiratórias atribuídas a ele.
Morfologia:
Amastigota: - ovóides ou esféricos;
- cinetoplasto em forma de um bastão (próximo do núcleo);
- núcleo único;
- não há flagelo livre (apenas um rudimento presente na bolsa flagelar);
- presente no vertebrado (nas células do SMF- principalmente macrófagos).
Hospedeiros:
A. Invertebrados
- Flebótomo - “birigui”, “mosquito palha” (gênero Lutzomyia)
- Hábitat: matas (raramente domicílio)
- Animais vorazes (picam mais de uma vez)
- Fêmea hematófoga
- Hábitos noturnos
B. Vertebrados
- Silvestres ou domésticos ( roedores, edentados- tatu, canídeos, marsupiais – gambá, primatas –
Homem)
Transmissão
- Vetorial fletbotomíneos.
A. Invertebrado
- Fêmea pica o vertebrado ingerindo juntamente macrófagos parasitados por formas amastigotas;
- Durante o trajeto pelo trato digestivo anterior, ou ao chegarem no estômago, os macrófagos se rompem
liberando as amastigotas;
- Sofrem uma divisão binária e transformam-se em promastigotas, que multiplicam-se ainda no sangue
ingerido, que é envolto por uma membrana peritrófica secretada pelas células do estômago do inseto;
- Após a digestão do sangue, entre o terceiro e o quarto dias, a membrana peritrófica se rompe e as formas
promastigotas ficam livres;
- Dirigem-se para o intestino onde se colonizam nas regiões do piloro e íleo (transformação das
promastigotas em paramastígotas que permanecem aderidas pelo flagelo ao epitélio intestinal)
- Diferenciam-se em promastigotas metacídicos, tornando-se infectantes, e migram através do estômago
em direção à faringe do inseto.
Tempo: 3-5 dias.
B. Vertebrado
- Durante o repasto o vetor regurgita introduzindo no local da picada as formas promastigotas
metacíclicas que são interiorizados pelos macrófagos teciduais;
- Rapidamente as formas promastigotas se transformam em amastigotas logo após a fagocitose, assim
dentro do fagolisossoma as amastigotas estão adaptadas ao novo meio fisiológico e resistem a ação
destruidora dos lisossomas [LPG -lipofosfoglicano], multiplicando-se até ocupar todo o citoplasma;
- Esgotando-se sua resistência, a membrana do macrófago se rompe liberando as amastigotas no tecido,
sendo novamente fagocitadas, iniciando no local uma reação inflamatória.
Patogenia
III) Lesão
- Hipertrofia do extrato córneo e da papila;
- Reação inflamatória do tipo tuberculóide;
- Lesão úlcero-crostosa;
- Úlcera com bordas ligeiramente salientes e fundo recoberto por exsudato seroso ou seropurulento;
- Úlcera leishmaniótica: de configuração circular, bordos altos (em moldura), cujo fundo é granuloso, de
cor vermelha intensa, recoberto por exsudato seroso ou seropurulento, dependendo da presença de
infecções secundárias.
Formas clínicas
C. Cutaneomucosa (LCM)
- L. braziliensis;
- Secundária a forma cutânea extensão direta de uma lesão
primária ou disseminação hematogênica;
- Baixa parasitemia;
- Lesões destrutivas secundárias envolvendo mucosas e
cartilagens.
- Processo lento, de curso crônico;
- Disseminação metastásica: nariz, a faringe, a boca e a laringe
espúndia e nariz de tapir ou de anta;
- Eritema e discreto infiltrado inflamatório no septo nasal, coriza
constante e um processo ulcerativo;
- Dificuldades de respirar, falar e alimentar-se complicações
respiratórias por infecções secundárias;
Epidemiologia
- Enzootia de animais silvestres caráter zoonótico quando o Homem penetra no meio;
- No hospedeiro mamífero, raramente a Leishmania produz doença;
- Hospedeiros acidentais: Homem, animais domésticos (cães, burro) produz doença;
- Todos países da América do Sul, exceto Chile;
- Maior incidência no Norte e Nordeste do país e em áreas rurais;
- Vetor não apresenta hábitos domiciliares;
- Notificação compulsória;
- Presente em todos continentes exceto Oceania.
Transmissão
- Vetorial (Fêmea de L. longipalpis);
- Parenteral (drogas injetáveis);
- Transfusão sanguínea;
- Acidental (laboratório);
- Congênita.
Patogenia
- Quando ocorre, o sinal de porta de entrada é transitório, e representado por reação inflarnatória
que determina a formação de um nódulo, o leishmanioma;
- O processo pode evoluir para a cura espontânea ou, a partir da pele, ocorrer a migração dos parasitos,
principalmente para os linfonodos, seguida da migração para as vísceras (órgãos linfóides, como medula
óssea, baço, fígado e linfonodos, que podem ser encontrados densamente parasitados);
- A via de disseminação de Leishmania pode ser a hematogênica e/ou linfática.
Imunidade
- Produção elevada de IgG.
Formas clínicas
- Doença infecciosa sistêmica, de evolução crônica, caracterizada:
Febre irregular de intensidade média e de longa duração
Hepatoesplenomegalia
Sinais biológicos de anemia, leucopenia,
trombocitopenia, hipergamaglobulinemia
Hipoalbuminemia e icterícia
Glomerulonefrite proliferativa e nefrite intersticial
Linfoadenopatia periférica
Pneumonite intersticial
Emagrecimento
Edema, ascite
Dor abdominal, diarréia, tosse não produtiva (fase aguda)
Epidemiologia
- Doença é crônica, grave, de alta letalidade se não tratada;
- Endêmica em 62 países nos quatro continentes, a maioria dos quais classificados como em
desenvolvimento
- Fatores de risco para o desenvolvimento da doença incluem a desnutrição, o uso de drogas
imunossupressoras e a co-infecção com HIV;
- Raposas como principais reservatórios silvestres e cães como domésticos parasitismo cutâneo intenso;
- Maior incidência na região Nordeste do país;
- Considerada infecção oportunista em indivíduos portadores de HIV;
- Aumento no número de casos urbanos.
Leishmanioses
Diagnóstico
- Anamnese: residência em áreas endêmicas, história de picada pelo flebótomo;
Cutânea Visceral
Úlcera leishmaniótica, Febre prolongada ,
Sintomas clínicos não dolorosa, “limpa” hepatoesplenomegalia,
(LC) leucopenia, anemia,
Lesões nasofaríngeas hiperglobunemia
ou nodulares (LCM)
Amastigotas no raspado Amastigotas no
ou aspirado de pele aspirado ou biópsia de
Cultura de medula óssea, fígado,
Parasitológico promastigotas baço e linfonodo
Inoculação em hamsters PCR
(1 mês)
Teste de Montenegro Testes sorológicos
(especialmente efetivo na (ELISA, RIFI,
Imunológico forma cutaneomucosa) aglutinação direta)
Teste de Montenegro
Reação intradérmica
Avalia a reação de hipersensibilidade retardada do paciente
Um antígeno que usa formas promastígotas mortas foi padronizado
O teste consiste no inóculo de 0,lml de antígeno intradernicamente na face interna do braço
Critérios: Positivo = reação inflamatória local (nódulo ou pápula) que atinge o auge em 48-72
horas, regredindo posteriormente
(+) > 5mm / (-) < 5mm (após 48h)
OBS: Irresponsivo no calazar por conta da ausência de resposta celular
Tratamento
Antimonial pentavalente (Glucantime) – primeira escolha
* 5 a 10 ml /dia/ 20 dias não curando repetir após 20 dias (desintoxicação)
* Toxicidade cardíaca, dor muscular e óssea
* 20 injeções visceral / 15 na forma tegumentar
Anfotericina B – casos de falha terapêutica com antimônio
* Não deve ser administrada em casos de glomerulonefrite
Pentamidina – casos de falha terapêutica com antimônio ou infecção por L. guyanensis
Miltefosina – primeira droga eficaz de administração oral. Está aprovada para uso no Calazar
indiano resistente ao Glucantime
Profilaxia
- Controle de reservatórios e vetores;
- Utilização de repelentes e roupas compridas;
- Evitar o hábitat do vetor;
- Leishmanização (Oriente Médio): inoculação do parasito em áreas menos expostas do tecido cutâneo –
“vacinação”;
- Tratamento de doentes;
- Afastar abrigos de animais domésticos, pois eles atraem flebótomos;
- Manter o peridomicílio limpo flebótomos cresce
Doença de Chagas
(Tripanossomiase americana/ /Esquizotripanose)
Fase aguda: a parasitemia é mais elevada, podendo ocorrer morte do hospedeiro mortalidade em
crianças
Fase crônica: baixa parasitemia com evolução e o desenvolvimento das diferentes formas clínicas da
doença (após 10 a 15 anos de infecção ou mais)
Patogenia
Resposta imune/inflamatória
Transmissão
- Vetorial: de maior importância epidemiológica. Forma infectiva: tripomastigota metacíclico
- Transfusional: importante nas áreas urbanas. Forma infectiva: tripomastigota sangüícola
- Congênita: importância relativa. Forma infectiva: tripomastigotas diferenciados a partir de ninhos de
amastigotas na placenta
- Acidental: inoculação por agulha ou contato com mucosa de material contendo tripomastigotas
- Ingestão: leite materno, alimentos contaminados com fezes de triatomíneos, canibalismo. Forma
infectiva: tripomastigotas
- Transplante de órgãos: pode resultar em doença aguda grave. Forma infectiva: amastigotas
- Coito: transmissão não comprovada em seres humanos
Vetores
- Triatoma infestans amplamente distribuído, estritamente domiciliar, atualmente “eliminado”.
- Panstrogylus megistus ocorre nas áreas mais montanhosas e frias.
- T. brasiliensis ocorre nas áreas mais quentes, importante no Nordeste. Pode ser domiciliar, mas
predomina em ambiente silvestre.
Os vetores mais importantes são Triatoma infestans, Panstrogylus megistus e Rhodnius prolixus.
OBS: Todos os estágios de ninfas são hematófagos e transmissores. Os hematófagos são identificáveis
por sua probóscita curta e reta.
Caracterização clínica
A. Aguda
- Correspondente à infecção e disseminação do protozoário no organismo
- Freqüentemente assintomática, mas podendo ser sintomática, de acordo com o estado imunológico do
hospedeiro;
- Manifestações locais: inflamação aguda local na derme e hipoderme no ponto de inoculação do
protozoário, denominado “chagoma”, ou ainda Sinal de Romaña, caso a inoculação ocorrera na mucosa
palpebral (dentro de 4-10 dias após a picada do barbeiro, regredindo em um ou dois meses)
- Sinal de Romaña: edema bipalpebral unilateral, congestão conjuntival, linfadenite- satélite, com
linfonodos pré-auriculares, submandibulares e outros aumentados de volume, palpáveis, celulite do
tecido gorduroso periorbitário e palpebral na presença de parasitos intra e extracelulares em abundância
- Manifestações gerais: febre, edema localizado e generalizado, poliadenia, hepatomegalia,
esplenomeglia e, as vezes, insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas.
A. Crônica
INDETERMINADA (latente): Após a fase aguda, os sobreviventes passam por um longo período
assintomático (10 a 30 anos), caracterizada por positividade de exames sorológicos e/ou parasitológicos,
assintomáticos, ECG normal, coração,esôfago e cólon radiologicamente normais
I. Forma Cardíaca
- Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) resultante de diminuição da
massa muscular que se encontra muito destruída devido a substituição por
áreas de fibrose interrompendo fibras e fascículos; a destruição do SNA
simpático e parassimpático e ao próprio exsudato inflamatório em
atividade;
- Quadro de ICC: dispnéia de esforço, insônia, congestão visceral e
edema dos membros inferiores evoluindo em dispnéia continua, anasarca
(acúmulo de líquido seroso sob a pele) e morte.
- Arritmias freqüentes também relacionadas a lesão vorticilar ou
aneurisma de ponta, ou seja, uma lesão encontrada no ápice dos
ventrículos, na qual há pobreza de células musculares com conseqüente
herniação do endocárdio;
- Tromboembolismo relacionado à morte súbita;
- Cardiomegalia crônica, com hipertrofia de todas as cavidades.
Imunidade
- Infecção mobiliza vários mecanismos humorais e celulares da resposta imune inata e adquirida; em
consequência, o parasita passa a ser continuamente combatido, tendo sua multiplicação reduzida.
Entretanto, ele persiste indefinidamente no hospedeiro, assim como a resposta imune. Como
consequência, lesões teciduais resultantes desta atividade imunológica prolongada acumulam-se, podendo
desencadear as diversas formas clínicas da doença;
- Imunidade da doença de Chagas é dependente da presença do parasito no hospedeiro;
- Auto-imunidade: tecidos e órgãos do hospedeiro adquirem componentes do parasito sendo, portanto,
reconhecidos por anticorpos e células que atuariam sobre o mesmo.
Diagnóstico
A. Clínico
- Fase aguda: origem do paciente, a presença dos sinais de porta de entrada (sinal de Romaña e/ou
Chagoma de inoculação) acompanhadas de febre irregular ou ausente, adenopatia-satélite ou
generalizada, hepatoesplenomegalia, taquicardia, edema generalizado ou dos pés
- Fase crônica: alterações cardíacas acompanhados de sinais de insuficiência cardíaca confirmadas pelo
eletrocardiograma e as alterações digestivas e do esôfago e do cólon (reveladas pelos raios X)
B. Laboratorial
Profilaxia
- Melhoria da habitação, com adequada higiene e limpeza da mesma;
- Combate ao triatomíneo por meio de inseticidas e outros métodos auxiliares (combate biológico);
- Identificação e seleção dos doadores de sangue ou esterilização do sangue pela violeta-de-genciana;
- Controle da transmissão congênita (sorologia da mãe);
- Vacinação (em fase de estudos).
Epidemiologia
- Ela se distribui em duas zonas ecológicas distintas: Cone Sul, onde os insetos vetores vivem em
habitações humanas, e o outro, constituído pelo sul da América do Norte, América Central e México,
onde o vetor vive em ambos os ambientes, dentro e fora do domicílio;
- A existência desse protozoário está intimamente relacionada com a presença e hábitos dos insetos
vetores;
- Da zona rural tem passado para as zonas periurbana e urbana;
- Na biocenose silvestre ("uma associação de seres de espécies diferentes numa área alimentar ou
abrigo"), os tatus, gambás, roedores e respectivos ninhos forneciam abrigo e alimentos para os
triatomíneos; na biocenose domiciliar, o cão, o gato, os humanos e as frestas da cafua fornecem abrigo
e alimento para os barbeiros;
- No Brasil, a doença de Chagas humana é encontrada nos seguintes estados: Rio Grande do Sul, parte de
Santa Catarina e Paraná, São Paulo, Minas Gerais (exceto no sul de Minas), Goiás Tocantins e estados do
Nordeste.
Toxoplasmose
Merozoítos
Gametócito
s
Morfologia:
A. Forma infectante (taquizoíto, bradizoíto e esporozoíto –possuem complexo apical)
-Complexo apical:
B. Forma de resistência
Oocisto – parede dupla
- esféricos
- produzidos em céls intestinas de felídeos não-imunes e eliminados imaturos nas
fezes
- no meio sofrem maturação ( apresentando 2 esporocistos com 4 esporozoítos cada)
Hospedeiros
A. Incompletos ou intermediários
- Mamíferos (inclusive Homem) e aves; reprodução assexuada
B. Completos ou definitivos
- Felídeos domésticos (gatos) ou selvagens (ocelotes, jaguar, jaquatirica, etc); reprodução sexuada
Transmissão
-Ingestão de oocistos presentes na água, alimentos, solo, jardins, latas de lixo ou qualquer lugar
contaminado com fezes de gato (ou disseminados mecanicamente por artrópodes);
- Ingestão de cistos encontrados em carne crua ou mal cozida (carneiro e porco);
- Congênita ou tansplacentária (taquizoítos ou cistos no endométrio com bradizoítos).
C. Felídeo
- O felino contamina-se ao ingerir cistos presentes nos tecidos de hospedeiros intermediários, por
exemplo, um camundongo, ou ingerindo água contaminada com oocistos esporulados;
- Ao penetrarem nas células epiteliais, principalmente, do intestino delgado, os esporozoítos, bradizoítos
ou taquizoítos sofrerão um processo de multiplicação por endodiogenia e esquizogonia, originando vários
merozoítos , os quais em conjunto dentro do vacúolo parasitóforo da célula são denominados meronte ou
esquizonte;
- O rompimento da célula parasitada libera merozoítos capazes de infectar novas células e transformar-se
em gametócitos – microgametas masculino e macrogametas femininos;
- O microgameta móvel irá fecundar o macrogameta imóvel dentro de uma célula parasitada, formando
um zigoto, o qual evoluirá dentro da célula a um oocisto imaturo liberado junto as fezes do animal;
- No meio ambiente, esse oocisto sofre um processo de esporulação e torna-se maduro.
D. Homem
- Ingestão de oocistos esporulados ou bradizoítos que sofrerão intensa multiplicação intracelular como
taquizoítos no epitélio intestinal e, em seguida, seguem para invadir outros tipos celulares;
- Formação de vacúolos parasitóforos contendo o parasito, onde o mesmo pode multiplicar-se de forma
assexuada - endodiogenia, gerando um pseudo-cisto;
- Rompimento da célula hospedeira liberando taquizoítos, os quais podem ainda ter disseminação
hematogênica e linfática;
- A evolução pode seguir com o óbito ou diminuir e cessar pelo aparecimento de resposta imune
específica, reduzindo-se o parasitismo;
- Alguns parasitos evoluem para a formação de cistos, que corre com a redução da sintomatologia
característica da fase crônica posteriormente pode haver reagudização.
Patogenia
I) Invasão tecidual
- Processo ativo: envolve reconhecimento de receptores conservados de membrana: laminina,
integrina, glicosaminoglicanos, proteoglicanos – são receptores para MIC2 e molécula P30.
- Uma vez aderido, o conóide é projetado e os micronemas descarregam seu conteúdo – MIC2 e
outras proteínas;
- A membrana plasmática da célula hospedeira realiza um movimento de englobamento do
parasita a partir do sítio de adesão para formar o vacúolo parasitóforo;
- O conteúdo das roptrias é lançado e suas proteínas incorporam-se aos componentes de
membrana do recém criado vacúolo parasitóforo. Esse processo ativo é inibido por citocalasina,
um inibidor da montagem de filamentos de actina;
- Dentro do vacúolo parasitóforo os grânulos densos despejam seu conteúdo modificando o
ambiente do vacúolo, impedindo a acidificação e facilitando a replicação do parasita;
- Não há fusão de lisossomos, pois o englobamento do parasito é inepecífico, havendo a captação
de outras substância self mecanismo de fuga
Imunidade
- Mecanismos de imunidade humoral e celular destruição de taquizoítos extracelulares;
- Bradizoítos persistentes da fase crônica são responsáveis pela manutenção dos títulos sorológicos de
longa duração do hospedeiro.
- Quando sintomática:
Febril aguda – mais comum em crianças e jovens, é auto-limitada.
Uveíte – resulta da infecção da retina e coróide por taquizoítas ou reativação de bradizoítas.
Encefalite – raramente produzida pela infecção aguda e sim por reativação.
OBS: Pacientes imunosuprimidos - na maioria dos casos, manifesta-se como abscesso cerebral
levando a febre, convulsões, hemiparesia, torpor, confusão mental e coma
E. Congênita
- Primoinfecção na gestante (taquizoítos) ou com reagudização (bradizoítos) da mesma na gravidez;
- Alterações ou lesões fetais mais comuns variam conforme o período gestacional:
2º e 3º trimestre: pode ser assintomática para o feto com manifestação tardia de doença
* geralmente causa micropoliadenopatia, hepatosplenomegalia, lesões oculares (cegueira).
Diagnóstico
- Clínico: dificuldade assintomático em geral ou semelhança a outras doenças (ex. mononucleose)
- Laboratorial:
Demonstração do parasito (taquizoíto) raramente utilizado
Algumas vezes pode ser realizada biópsia de gânglios ou vísceras
Tratamento
- Indicado para casos agudos da toxoplasmose ocular (uveíte), toxoplasmose congênita, conversão
sorológica em gestação e em imunodeficientes com toxoplasmose em qualquer tipo ou fase;
- Gravidez: espiromicina, clindamicina
- Demais casos: sulfa, e pirimetamina por 2 a 4 meses
Profilaxia
Voltada principlamente para evitar a forma congênita
- Controle da população de gatos nas cidades e em fazendas;
Epidemiologia
- Zoonose;
- Protozoário mais difundido entre a população humana, sendo encontrado em quase todos países;
- Praticamente todos mamíferos e aves são suscetíveis;
- Importante causa de doença oportunista em pacientes infectados pelo HIV (encefalite);
- Causa comum de uveíte, podendo levar à perda de visão.
Malária
Morfologia:
A. Formas extracelulares: - Esporozoítos, merozoítos, oocineto
- Capazes de invadir as células hospedeiras
- Possuem o complexo apical
Habitat
- Depende da fase do ciclo em que se encontram.
- No homem: hemácias e hepatócitos (e corrente sanguínea – esporozoítos)
- Nos mosquitos anofelinos: matriz peritrófica, epitélio médio, hemolinfa e glândulas salivares.
Transmissão
- Vetorial (Fêmeas de mosquitos anofelinos parasitadas com esporozoítos em suas glândulas salivares);
- Acidental (transfusão sanguínea, compartilhamento de seringas contaminadas e acidentes laboratoriais).
Vetor
- Mosquitos anofelinos (gênero Anopheles.
- Anofelinos são antropofílicos (afinidade pelo Homem) e endofílicos;
-Possuem altas taxas de parasitismo e hábitos crepusculares ou noturnos.
OBS: A saliva do inseto tem substâncias que causam imunossupressão local no hospedeiro, importante
para disseminação do parasita.
Ciclo Biológico
A. Vertebrado
- Esporozoítos infectantes são inoculados nos humanos pelo inseto vetor sob a pele do
hospedeiro, prosseguindo para a corrente sanguínea devido sua mobilidade relacionada a
reorientação de proteínas na superfície do parasito (ptns circum-esporozoíto [CS] e ptn adesiva
relacionada com a trombospondina [TRAP], essenciais para a invasão das células hospedeiras);
OBS: Nas infecções por P vivax e P ovale, o mosquito vetor inocula populações geneticamente distintas
de esporozoítos: algumas se desenvolvem rapidamente, enquanto outras ficam em estado de latência no
hepatócito, sendo por isso denominadas hipnozoítos (o grego hypnos, sono) responsáveis por
reagudização
OBS 1: P vivax invade apenas reticulócitos, P. malariae invade preferencialmente hemácias maduras,
enquanto o P. falciparum invade hemácias de todas as idades.
OBS 2: O ciclo sanguíneo se repete sucessivas vezes, a cada 48 horas, nas infecções pelo P falciparum, P
vivax e P ovale, e a cada 72 horas, nas infecções pelo P malariae.
B. Invertebrado
- Durante o repasto sangüíneo, a fêmea do anofelino ingere as formas sanguíneas do parasito,
mas somente os gametócitos serão capazes de evoluir no inseto, dando origem ao ciclo sexuado
ou esporogônico;
- No intestino médio do mosquito, fatores como temperatura, pH, pressão de CO2, estimulam o
processo de gametogênese (gametócitos se transformam em gametas extracelulares), assim, o
gametócito feminino transforma-se em macrogameta e o gametócito masculino, por um
processo denominado exflagelação, dá origem a microgarnetas. O microgameta fecundará o
macrogameta imóvel, formando o zigoto;
- O zigoto passa a movimentar-se por contrações do corpo, sendo denominado oocineto; este
atinge a parede do intestino médio, onde se encista na camada epitelial do órgão, passando a ser
chamado oocisto, iniciando-seo processo de divisão esporogônica;
- Os esporozoítos formados rompem o oocisto, e são disseminados por todo o corpo do inseto
através da hemolinfa até atingir as células das glândulas salivares onde ingressarão no ducto
salivar para serem injetados no hospedeiro vertebrado.
Nutrição
- Trofozoítos e Esquizontes sanguíneos: hemoglobina, e componentes do plasma - glicose, metionina,
biotina, certas purinas e pirimidinas, fosfato e ácido paraminobenzóico (PABA);
- A ingestão da hemoglobina faz-se através de uma organela especializada, o citóstoma. A digestão ocorre
dentro de um vacúolo digestivo, com a formação do pigmento malárico, ou hemozoína;
Patogenia
- Apenas o ciclo eritrocítico assexuado é responsável pelas manifestações clínicas e patologia da malária;
- Os possíveis mecanismos determinantes das diferentes formas clínicas da doença baseiam-se,
fundamentalmente, na interação dos seguintes fenômenos patogênicos:
a) Destruição dos eritrócitos parasitados anemia (não se correlaciona com a parasitemia = sist. Imune,
auto-anticorpos, diseritropoiese)
b) Toxicidade resultante da liberação de citocinas febre e mal-estar (pirogênio endógeno por ativação
por meio de produtos parasitários)
hipoglicemia (ação inibitória da gliconeogênese)
c) Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar [P. falciparum] roleaux eritrocitário
modificações na superfície da célula parasitada, que permitem a sua adesão a parede endotelial dos
capilares (PfEMPl) obstrução da microcirculação, redução do fluxo de oxigênio, acidose láctica, CID
OBS: A adesão protege o parasita da destruição reservada para as células circulantes no baço
d) Lesão capilar por deposição de imunocomplexos [P. malariae] glomerulonefrite transitória e auto-
limitada (Síndrome Nefrótica)
Imunidade
- Imunidade inata: Talssemia, Traço falcifome (nível de potássio intracelular está diminuído em virtude
da baixa afinidade da hemoglobina S pelo oxigênio morte do parasito), Deficiência de glicose-6-
fosfato-desidrogenase (efeitos oxidantes);
- Imunidade adquirida: Desenvolve-se por exposições contínuas, aumenta com a idade, havendo
anticorpos anti-CS contra os esporozoítos além de resposta celular por citocinas e linfócitos T Killer às
formas intra-hepatócitos.
Quadro clínico
- Período de incubação variável para cada espécie:
P. falciparum: 9-14 dias
P. vivax: 12-17 dias
P. malariae: 18-40 dias
P. ovalum: 16-18 dias
- Após a fase inicial a febre assume um caráter intermitente: dependência do ciclo eritrocítico
P. falciparum: 36-36h, 48-48h (Terçã maligna)
P. vivax: 48-48h (Terçã benigna)
P. malariae: 72-72h (Quartã benigna)
P. ovalum: 48-48h (Terçã)
- Padrão mais observado é o da febre irregular cotidiana tratamento precoce, realizado ainda a fase de
assincronismo das esquizogonias sangüínea
Gravidade
- Depende de uma série de fatores:
Diagnóstico
- Clínico: *sintomas inespecíficos
*anamnese: área de residência ou relato de viagens, informações sobre transfusão de sangue ou
uso de agulhas contaminadas
- Laboratorial: *pesquisa do parasito no sangue periférico (gota espessa ou esfregaço)
* PCR
*Sorologia (IgM e IgG) – não é muito eficiente
* Provas rápidas no papel de nitrocelulose (RDT´s)
* QBC (microhematócrito para avaliação do anticorpo)
Tratamento
- O tratamento da malária visa à interrupção da esquizogonia (formas sanguíneas);
- Também objetivo da terapêutica proporcionar a erradicação de formas latentes do parasito no ciclo
tecidual (hipnozoítos) das espécies P. vivax e P. ovale, evitando assim as recaídas tardias;
- Abordagem terapêutica de pacientes residentes em áreas endêmicas: interrupção da transmissão, pelo
uso de drogas que eliminam as formas sexuadas dos parasitos (gametócitos);
- Principais drogas:
Derivados de quinolona (cloroquina- inibem proteólise da Hb)
Antagonistas de ácido fólico (pirimetamina, sulfonamidas)
Derivados de artemisina (arteméter, artesunato- ligação ao heme e produção de ROI´s)
- P. vivax e p. ovale (hipnozoítos): cloroquina e primaquina
- P. falciparum (resistência): arteméter, quinino / cloroquina não havendo resistência
- Aspectos do tratamento a ser adotado:
1. gravidade da doença
2. espécie de plasmódio
3. idade do paciente
4. história de exposição anterior
5. suscetibilidade dos parasitos da região aos antimbicos convencionais
6. custo da medicação
Profilaxia
- Profilaxia de contato (evitar a aproximação As áreas de risco após o entardecer e logo ao amanhecer
do dia, uso de repelentes nas áreas expostas do corpo, telar portas e janelas e dormir com mosquiteiros);
- Quimioprofilaxia;
- Medidas coletivas (combate ao vetor adulto, nebulização espacial com inseticidas no peridomicílio,
larvicidas, saneamento básico – “criadouros”)
- Imunização (anti-esporozoíto, anti-gametócito, anti-merozoíto) testes
Epidemiologia
- Doença que ocorre nas áreas tropicais e subtropicais do mundo;
- Endemicidade de uma região é definida com base no índice esplênico, o qual é determinado pela
proporção de crianças entre 2 e 10 anos com baço palpável;
- Classificação em estável (nível de transmissão é alto e não sofre oscilação no decorrer dos anos) e
instável (variação anual da incidência, podendo ocorrer epidemias- Brasil);
- Pode ser prevenida e tratada;
- No Brasil, a malária apresenta distribuição heterogênea e dependente das atividades ocupacionais
desenvolvidas por populações expostas na Amazônia (garimpeiros, trabalhadores envolvidos em projetos
agropecuários e de colonização);
- Na América Latina, o maior número de casos é verificado na Amazônia brasileira;
- Não são todos os Anopheles que são bons transmissores. No Brasil, temos quatro espécies: A.
(Nyssorhynchus) darlingi: é a principal espécie, podendo-se dizer que "onde há darlingi, há malária";
ocorre em todo o interior do país; A. (N) aquasalis,ocorre na região costeira, de São Paulo até o Para; A.
(Kerteszia) cruzii e A. (K.) bellator, ocorrem em várias partes do país, mas têm importância nas regiões de
bromélia de São Paulo para o Sul.