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Governação Electrónica
e Acesso a Informação em Moçambique
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e Acesso a Informação em Moçambique
Ficha Técnica
© CDH- 2014
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de vista expressos nesta publicação não são necessariamente os da Associação Centro de Direitos Humanos.
INDÍCE
PREFÁCIO ....................................................................................... 1
INTRODUÇÃO ................................................................................. 2
I. PANORAMA DA GOVERRNAÇÃO ELECTRÓNICA EM
MOÇAMBIQUE ............................................................................. 5
1.1 Evolução da Governação electrónica em Moçambique ........... 5
1.2 Desafios e projectos na área da governação electrónica ......... 9
I.Extensão das Redes de Transmissão: um processo de duas
velocidades. ................................................................................. 9
ii. Diminuição dos Custos de Acesso às TIC’s .................................. 10
AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA
DIFUSÃO DA INFORMAÇÃO ............................................................ 11
2.1. Um uso desequilibrado das TIC’s como plataformas de
difusão de informação de utilidade pública ............................ 11
2.2. Questionando a qualidade da informação difundida
pelas Plataformas públicas ...................................................... 13
AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO
ACESSO À INFORMAÇÃO ................................................................ 14
3.1. O nível de acesso às TIC’s em Moçambique ............................
3.1. A utlização das TIC’s no acesso à informação .......................... 14
I. A utilização das TIC’s condicionada à factores socioeconómico .. 16
ii. À utilização das TIC’s condicionada à adopção de políticas 16
públicas? O processo de migração digital ................................... 17
CONCLUSÃO ................................................................................... 19
BIBLIOGRAFIA ................................................................................. 20
1
PREFÁCIO
Com efeito, notamos que, apesar de reconhecidos esforços empreendidos pelo governo
em tornar as TICs uma realidade em Moçambique, muito resta a fazer para que estas
possam efectivamente contribuir para melhorar o acesso à informação, apesar da sua
incontestável importância.
1
comunidades, pois permite-lhes estarem melhor
Vide o Artigo 19 da DUDH.
2
equipadas sob o ponto de vista da acessibilidade da
Vide Artigo 9 da CADHP.
difusão da informação (II) e o nível de acesso e participation) segundo as Nações Unidas no seu
utilização das TIC’s no acesso à informação (III). relatório de 2005 e 2006, tendo já sido considerado
por duas vezes consecutivas (2004 e 2005) o Pais
africano com melhor política de informática.
13
etc.”. .
melhorar a qualidade de recepção dos conteúdos conforme o Boletim da República III Série –
produzidos pelos operadores de Rádio e televisão 14 . Número 13, de 03 de Abril de 2009 15 .
De forma a coordenar este processo migratório foi
criada a Comissão Nacional da Migração Digital À par da telefonia fixa temos a telefonia
(COMID). móvel que surgiu em Moçambique em 1997 com a
empresa Moçambique-Celular (Mcel)
Actualmente, grande investimento tem revolucionando a comunicação através do uso
massivo dos telefones celulares.
constituírem um incontornável meio de comunicação
e transmissão de informação. Na sequência da Lei das
Telecomunicações de 1999, que criou as
Estas duas TICs que surgiram em épocas condições para o processo de desregulamentação,
distintas em Moçambique têm pela sua surgiram outras operadoras de telefonia móvel,
democratização contribuindo grandemente para o existindo em Moçambique, actualmente, três
acesso e difusão da informação. companhias de direito privado de telefonia móvel: a
Mcel (Moçambique Celular) que foi a primeira
A telefonia em Moçambique é com
representada pela empresa Telecomunicações de
Moçambique (TDM) criada em 1981 como empresa Deste modo, constatamos que o governo
estatal, pelo decreto 05/81, de 10 de Junho, a partir moçambicano desde a independência tem procurado
da separação da então Correios, Telégrafos e implementar as TICs cientes da sua importância para
Telefones (CTT). o desenvolvimento do Pais à todos os níveis, mesmo
Esta empresa sofreu várias transformações
societárias, tendo passado em 1992 para empresa
pública (E.P), através do decreto 23/92, de 10 de
Setembro e em 2002 transformando-se empresa de
direito privado, SARL, por força do decreto 47/2002,
de 26 de Dezembro. Finalmente em 2009 foi
15 A TDM tem estado a fornecer um serviço de qualidade na
transformada em Sociedade Anónima (TDM, SA), área da telefonia fixa, bem como em áreas como serviços de
Internet de Banda Larga, através da instalação na fibra óptica,
que não só melhora a prestação destes serviços como permite a
14
Www.incm.gov.mz melhoria doutros serviços como a televisão por cabo.
9
1997: Criada a empresa Moçambique Celular. aproximar as TICs dos cidadãos apresenta duas
velocidades, dependendo da TIC em causa e do autor
1998: Criação da Comissão para a politica de
Informática. ou responsável desta extensão.
Informação e Comunicação.
Entretanto, se estas acções têm permitido
2012: Migração digital.
estender a rede informática pelo Pais, as mesmas
Diferente cenário apresentam as outras TICs, ii. Diminuição dos Custos de Acesso às TICs
mormente, Rádio, Televisão e Telefonia (Fixa e
móvel) onde a cobertura, com a excepção da As TICs apresentam custos que vão dos
Televisão, é quase de 100% do território um peso
moçambicano, tornando deste modo ultrapassado o no orçamento dos cidadãos, quando se sabe que mais
expansão destas tecnologias. da metade dos moçambicanos vive com menos de
30MT por dia.
expansão pode estar Entretanto, pouco foi feito para que o Pais tornar-
ultrapassado, o custo de aquisição destas tecnologias se num produtor de TICs e consequente diminuição
continuam elevados para a maior parte da população, dos preços de aquisição pela eliminação dos custos
de importação, sendo que as diminuições que
ocorrem são resultado das regras de concorrências
próprias do mercado.
acesso pelo cidadão, o que periga o uso das TICs 2.1. Um uso desequilibrado das TICs como
quer na difusão da informação, quer no acesso à esta plataformas de difusão de informação de utilidade
informação pelos cidadãos. pública.
Deste modo, apesar da existência de avanços Falar das plataformas públicas de difusão de
consideráveis na utilização da internet como veículo informação é falar, essencialmente, da Rádio e
de difusão de informação, a utilização desta TIC Televisão públicas e dos portais dos Governos,
nacionais e provinciais.
móvel na difusão de informações de utilidade Os portais para além de serem uma fonte de
pública denota uma atitude disfuncional por parte informação de consumo interno, i.é, pelos cidadãos
das instituições públicas, pois, com a existência de no interior do Pais, são também uma fonte de
consumo externo, em virtude da ausência de
móveis podia ser utilizado por estas para enviar aos fronteiras no que diz respeito ao acesso à informação
utilizadores mensagens (texto ou voz) de utilidade
pública. servem para alimentar de informação mesmo quem
se encontre fora do Pais. Deste modo, a actualidade e
Deste modo, as TICs ainda não são usadas na qualidade da informação que se pode encontrar nos
sua plenitude para difundir informação de utilidade
pública tornando, assim, a sua utilização incipiente das instituições públicas e das informações que elas
enquanto meio de difusão de informação por parte fornecem.
das instituições públicas. Esta situação torna-se mais
criticável quando as plataformas públicas das TICs A idoneidade e seriedade da Rádio e
são alvo de críticas relativamente a imparcialidade e Televisão públicas são também questionadas, pois
qualidade das informações difundidas. estas muitas vezes são acusadas de difundirem
14
informações parciais, subjectivas e sem isenção, grandemente como àquele que permite aceder à
pondo em causa, assim, a qualidade da informação informação sendo, por isso, relevante analisar até
difundida por vias destas plataformas19 . que ponto as TICs tem permitido o real acesso à
informação de utilidade pública pelos cidadãos.
Deste modo, porque estas plataformas
públicas são as mais usadas na difusão da Apesar ser
informação, a existência dúvidas sobre a qualidade instituições públicas têm utilizado as TICs para
da informação por elas prestadas, para além de por difundir informação de utilidade pública, razão pela
em causa o uso das TICs na difusão de informação, qual as TICs têm este papel relevante na
põem em causa o próprio direito de acesso à materialização do acesso à informação em
informação. Moçambique.
Portanto, para além do uso das TICs como Entretanto, o acesso as informações
meio de difusão de informação, a qualidade da difundidas por esta via pressupõe, por um lado, a
informação prestada por via destas é essencial para a adesão ou acesso a estas TICs e, por outro lado, à
concretização do direito de acesso à informação. utilização destas tecnologias sem constrangimentos,
pois, só assim poderemos falar das TICs como um
veiculo que permite o acesso à informação.
AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NO ACESSO À
INFORMAÇÃO 3.1. O Nível de acesso às TICs em Moçambique.
19 Uma das situações apontadas como imparcialidade no De acordo com os dados da União
fornecimento de informação é, por exemplo a existência de
uma lista de comentadores permanentes na TVM e RM (O Internacional de Telecomunicações (UIT),
caso G-40) que, segundo as acusações visam tecer somente
Moçambique ocupa a posição nº 145 no que diz
comentários abonatórios às acções do Governo, distorcendo
para tal a informação real(Vide Jornal Savana)
15
posiciona-se-nos-ultimos-lugares-do-ranking-de-uso-acesso-
tecnologias-de-informacao-comunicacao. O uso do
21 Idem. (o tráfego
22 Ibdem. entrada em comercialização dos telefones moveis
16
TICs como ferramenta de acesso à informação passa, Propostas de redução são avançadas como,
necessariamente, pela alfabetização dos cidadãos. por exemplo, baixar os custos dos próprios
operadores e assegurar o fornecimento gratuito de
À par da alfabetização, a utilização das TICs serviços com wireless.
sabendo-se que as TICs funcionam basicamente Deste modo, porque a utilização concreta das
através da corrente eléctrica. TICs é condição para um acesso efectivo à estas, a
remoção destes constrangimentos socioeconómicos
O acesso das famílias Moçambicanas à
electricidade é ainda reduzido. Em 2009, apenas ferramentas de acesso à informação.
14,3% dos agregados familiares tinham acesso a
electricidade (face a 12% em 2008), sendo de ii. À utilização das TICs condicionada à
destacar as elevadas disparidades que adopção de políticas públicas? O processo
entre a região sul do país e as regiões norte e de migração digital.
24
centro . nto da
corrente eléctrica põe em causa a utilização cabal das No cumprimento das recomendações saídas
TICs. da Conferência Regional de Radiocomunicação
Outro constrangimento importante na que determinou a migração da televisão até 2015 e
utilização das TICs esta relacionado com os custos da Rádio no mais curto espaço de tempo, do sistema
da utilização dos mesmos. analógico para o digital Moçambique esta no
processo que transformará, substancialmente, o
Os preços como os de acesso à Internet e acesso à estas duas TICs.
utilização do telefone ainda são exorbitantes para
uma população rural que vive com menos de USD 1 O sistema digital tem múltiplas vantagens
por dia. Assim, o acesso às TICs pela utilização para produtores e destinatários em termos da
concreta das mesmas passa pela redução qualidade melhorada de imagem e som, mais
escolhas de programa, mobilidade portabilidade
utilização. dos receptores, a possibilidade de difundir rádio
através da Internet ou de satélite56, e a
24 Idem, p.26.
18
capacidade de difundir mais do que um programa continuação da utilização plena destas duas
simultaneamente num único canal25 . ferramentas de acesso à informação se o governo
tomar medidas no sentido de minimizar os custos
Porém, a adopção da digitalização traz deste processo para os cidadãos.
enormes País, no que diz respeito a Portanto, a adopção de certas políticas
utilização destas duas TICs, uma vez que implica a públicas, como é o caso da política de migração
substituição das actuas Rádios e Televisões digital, deve procurar acautelar que o acesso às TICs
analógicas (detidas actualmente por mais de 45% de não sofra encargos, pois, estes tem sido um dos
famílias) pelas Rádios e Televisões digitais com maiores entraves ao seu acesso e consequentemente,
26
. da utilização destas no acesso à informação.
Deste modo, a adopção desta politica de
migração digital pelo governo só permitirá a
26 Idem.p.44.
19
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
WEBSITES
o www.balcaounico.gov.mz
o www.funae.co.mz
o www.gabinfo.gov.mz
o www.incm.gov.mz
o www.infopol.gov.mz
o www.portaldogoverno.gov.mz
o www.observatorioict.gov.mz
o www.me.gov.mz
o www.mitur.gov.mz