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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

GRAZIELLI SOUZA CARNEIRO

DEFORMAÇÕES E REDISTRIBUIÇÃO DE MOMENTOS FLETORES EM FUNÇÃO


DA VARIAÇÃO DE INÉRCIA EM ESTRUTURAS TIPO VIGA DE CONCRETO
ARMADO

CRUZ DAS ALMAS, BA


2016
GRAZIELLI SOUZA CARNEIRO

DEFORMAÇÕES E REDISTRIBUIÇÃO DE MOMENTOS FLETORES EM FUNÇÃO


DA VARIAÇÃO DE INÉRCIA EM ESTRUTURAS TIPO VIGA DE CONCRETO
ARMADO

Trabalho de conclusão de curso de


graduação apresentado à Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia como
requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Ciências Exatas e Tecnológicas.

Orientador: Prof. Esp. Luciano de Santana Rocha

CRUZ DAS ALMAS, BA


2016
GRAZIELLI SOUZA CARNEIRO

DEFORMAÇÕES E REDISTRIBUIÇÃO DE MOMENTOS FLETORES EM FUNÇÃO


DA VARIAÇÃO DE INÉRCIA EM ESTRUTURAS TIPO VIGA DE CONCRETO
ARMADO

Trabalho de conclusão de curso de


graduação apresentado à Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia como
requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Ciências Exatas e Tecnológicas.

BANCA EXAMINADORA

Aprovada em 03 de março de 2016.

_______________________________________
Prof. Esp. Luciano de Santana Rocha
Orientador
Especialista em Estruturas de Concreto e Fundações
Universidade Cidade de São Paulo

_______________________________________
Prof. Dr. Denis Rinaldi Petrucci
Examinador 1
Doutor em Engenharia Mecânica
Universidade Federal de Itajubá

_______________________________________
M.Sc. Cleidson Carneiro Guimarães
Examinador 2
Mestre em Engenharia Civil e Ambiental
Universidade Estadual de Feira de Santana
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus. Pela força, esperança e companhia em todo


o caminho. Sem Ele não chegaria a lugar nenhum.

Agradeço a meus pais, Maria Amélia e José Carneiro, por todo o apoio, carinho,
dedicação e amor. Aqueles que me guiaram até aqui, que me incentivam sempre a
tentar e nunca desistir. Aqueles que fizeram o melhor possível por mim. Vocês são
tudo. Sem vocês eu não estaria aqui e não seria ninguém. Dedico amor imenso e
eterno.

Aos meus irmãos. Fátima, Gerson e Juciê. Que me incentivam, lutam por mim
e sonham meu sonho junto comigo. Aqueles que me apoiam, que quando os dias
estão cinzas me dizem para não desistir, mas seguir em frente. Sei que posso sempre
contar com vocês. Obrigada pelo carinho, apoio, amizade e atenção.

Aos meus amigos, que ouviram meus dramas, meus lamentos e minhas crises.
Me fizeram rir nos momentos de desespero, e muitas vezes me impediram de chorar.
Fazem dos meus dias mais leves e divertidos. Alguns perto, outros longe, mas
presentes de uma maneira ou outra. Velhos amigos e novos amigos. Cada um sabe
a importância que tem pra mim.

A Tainara, um agradecimento especial, pelo sono perdido, por tirar um


tempinho do próprio mestrado para me ajudar e por ser essa grande amiga.

Aos professores que me ajudaram e se fizeram presentes em diversos


momentos. Seja com um conselho, uma palavra amiga ou um puxão de orelha. Aos
meus orientadores, oficiais e não oficiais.

A todos aqueles que me ajudaram e se fizeram presentes de alguma maneira.

A todos aqueles que me disseram: ”você consegue”. Um sincero Obrigada.


Vocês também fazem parte dessa trajetória.
RESUMO

Na construção civil é possível encontrar estruturas dos mais variados tipos, formas e
materiais, sendo o concreto um dos mais utilizados na construção civil. Para
desenvolver projetos estruturais é necessário ter conhecimento sobre análise
estrutural, e também sobre as propriedades básicas do material com o qual se está
trabalhando e como o mesmo influenciará no comportamento da estrutura projetada,
para assim garantir a segurança e funcionabilidade da estrutura. Sendo assim,
considerando a importância destas avaliações, este trabalho tem por objetivo estudar
o concreto e suas propriedades e, além disto, estudar o comportamento de estruturas
do tipo viga avaliando as deformações provocadas por carregamentos que elas sejam
submetidas. Visando complementar o estudo sobre o tema abortado, será realizado
um breve estudo de caso utilizando um programa computacional, para deste modo
analisar a propagação e redistribuição de esforços em uma estrutura tipo viga quando
submetida a acréscimos de esforços, além de avaliar a variação da rigidez da peça
em função da fissuração provocada por carregamentos. Paralelamente a isto, analisar
também as deformações em vigas decorrentes dos carregamentos.

Palavras chave: Deformações. Estrutura. Vigas. Concreto Armado.


ABSTRACT

Finding the most variety of structures, forms, and materials is possible in civil
construction, but one of the most used materials of civil construction is concrete. To
design structures is necessary to have knowledge about structural analyses and, also,
about the basic properties of the material that is used on the work and how it will
influence on the projected structure's behavior, and, then, ensuring the structure's
safety and functionality. Thus, considering the importance of this evaluation, this work
intends to study the concrete and its properties and, moreover, to study the behavior
of beam's structures, evaluating the deformations caused by loadings that they are
submitted. Looking for complimenting the study about the subject chosen, a brief case
study will be realized using a computational program to, thereby, analyze the
propagation of strains on beam's structures submitted to increasing loading, and also,
to analyze the variation of a piece's rigidity in according to the cracking caused by
loadings, and in parallel to that, to also analyze beam's deformations provoked by
loadings.

Keywords: Strains. Structures. Beams. Reinforced Concrete.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 8
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................................... 9
1.1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................ 9
1.1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS ............................................................................................ 9
1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 9
2. METODOLOGIA......................................................................................................................... 10
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................................. 11
3.1 ESTRUTURAS TIPO VIGA .................................................................................................... 11
3.2 CONCRETO ARMADO ........................................................................................................... 12
3.3 CONCRETO ............................................................................................................................. 13
3.3.1 Componentes e Produção ..................................................................................... 13
3.3.2 Propriedades do Concreto ..................................................................................... 15
3.4 AÇO ........................................................................................................................................... 21
3.5 DESEMPENHO E ESTÁDIOS DE FISSURAÇÃO ............................................................. 22
3.6 MOMENTO DE FISSURAÇÃO.............................................................................................. 22
3.7 ESTADOS-LIMITES DE SERVIÇO ...................................................................................... 23
3.8 AÇÕES ...................................................................................................................................... 24
3.9 COMBINAÇÕES DE AÇÕES ................................................................................................ 26
3.10 MOMENTO DE INÉRCIA ..................................................................................................... 27
4. ESTUDO DE CASO ...................................................................................................................... 31
4.1 OBTENÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ............................................................................. 31
4.2 CÁLCULOS ANALÍTICOS ...................................................................................................... 32
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................................ 35
6. CONCLUSÃO................................................................................................................................. 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 46
ANEXOS .............................................................................................................................................. 48
8

1. INTRODUÇÃO

Na construção civil podem ser encontrados uma imensa variedade de materiais, cada
um com características importantes que os diferem uns dos outros. São propriedades
físicas ou químicas que influenciam direta ou indiretamente no comportamento do
material. Ao trabalhar com estruturas é necessário conhecer as propriedades dos
materiais e entender como elas influenciam no comportamento das peças, o que
possibilita escolhas mais adequadas das matérias primas, bem como dos métodos de
execução mais eficientes. Com base nos conhecimentos sobre as propriedades
mecânicas dos materiais, realiza-se a modelagem da estrutura com aplicação teórica
da Mecânica dos Sólidos.

Atualmente o concreto é um dos materiais mais utilizados na construção civil. Sua


popularidade deve-se ao seu baixo custo e a disponibilidade de seus componentes,
que são considerados baratos e abundantes em todo o mundo.

Durante a elaboração de projetos de estruturas é importante avaliar todo o


comportamento da estrutura em serviço, de forma a garantir a segurança da
edificação. Todo engenheiro precisa preocupar-se com o estado limite último (ELU) e
estado limite de serviço (ELS).

Os estados limites últimos correspondem à máxima capacidade portante da estrutura,


refere-se a quando há a ruptura da peça, os estados limites de serviço são aqueles
relacionados à durabilidade das estruturas, aparência, onde é possível haver fissuras
e/ou deformações, porém sem comprometer a estrutura, estão relacionadas a
aparência, conforto, funcionabilidade e durabilidade (CAMPOS FILHO, 2014).

As prescrições normativas estabelecem limites de deformações em função do uso das


estruturas que podem não estar diretamente ligados à segurança, mas com a garantia
de bom desempenho em serviço e também aceitabilidade estética pelo usuário final.
As normas técnicas estão se tornando cada vez mais exigentes quanto a verificação
de peças em serviço, e de modo a não prejudicar o bom funcionamento do conjunto
da edificação as estruturas devem ser bem calculadas, evitando-se falhas que
poderão comprometer a estética da obra, como paredes de vedação fissuradas,
esquadrias tortas e empenadas, ou até mesmo falhas que podem provocar fraturas
que afetam a estabilidade estrutural.
9

Devido a importância do cálculo de deformações para o dimensionamento de


estruturas, esse trabalho planeja apresentar de forma simples, o que é uma estrutura
tipo viga, como ocorrem as deformações em tais estruturas, além de algumas das
propriedades do concreto.

Além da pesquisa realizada em diferentes fontes, como parte do desenvolvimento


deste trabalho, será utilizado um programa estrutural (Ftool), para calcular as
deformações em uma viga hipotética submetida a carregamentos como seria em
serviço, de modo a aplicar os conceitos e equações mostrados nesse trabalho.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 OBJETIVO GERAL

Estudar o comportamento em estruturas do tipo viga de concreto armado, quando


submetidas a esforços. Serão avaliadas deformações em serviço, isto é, quando as
estruturas são submetidas somente a carregamento de uso normal.

1.1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

 Apresentar os conceitos principais de deformações e as propriedades dos


materiais.
 Realizar estudo de caso para avaliar redistribuição de esforços, e variação de
rigidez em função da fissuração.
 Fornecer um material didático para estudantes e pesquisadores, a fim de
difundir conhecimento para a comunidade acadêmica.

1.2 JUSTIFICATIVA

É função do engenheiro avaliar, durante a elaboração de projetos de estrutura, todo o


comportamento da estrutura em serviço. Além disso, há outros aspectos importantes
que também devem ser levados em consideração, como a estética e conforto da obra.

Sendo assim, esta verificação do comportamento estrutural é de extrema importância


para o planejamento de obras, de modo a garantir o bom funcionamento da edificação
e segurança.
10

2. METODOLOGIA

A composição da pesquisa foi fundamentada nos estudos que seguem:

a. Pesquisa bibliográfica

Procedimentalmente este trabalho foi constituído com base em pesquisa bibliográfica,


a partir do levantamento de referências teóricas, publicadas por meios escritos e
eletrônicos, tais como normas técnicas, livros, artigos e trabalhos acadêmicos.

b. Estudo de caso (análise de dados primários)

Para complementar a pesquisa, realizou-se um estudo de caso, calculando


deformações, momento de fissuração e inércia, em uma estrutura tipo viga hipotética,
submetida a um carregamento próximo ao que aconteceria em serviço. Para a
realização destes cálculos utilizou-se um programa computacional de análise
estrutural bidimensional intitulado Ftool.
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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 ESTRUTURAS TIPO VIGA

Vigas são elementos estruturais, horizontais, que oferecem resistência à flexão devido
as cargas aplicadas. Em sua maioria, são barras prismáticas longas com
carregamentos aplicados na direção normal aos eixos das barras. Podem ser
confeccionadas em madeira, concreto, aço ou mistas (MERIAM e KRAIGE, 2009).

As vigas também podem ser classificadas em função do tipo de apoio. Abaixo são
representados alguns dos tipos de vigas mais frequentemente usados (LEET, 2010).

Figura 01: Tipos de viga segundo seus apoios (a) viga simplesmente apoiada; (b) viga
apoiada com extremidade em balanço; (c) viga em balanço; (d) viga continua de dois
vãos e (e) viga fixa ou engastada.
Fonte: LEET, 2010.

Ao se estudar estruturas do tipo viga, escreve-se equações matemáticas que


expressam o cortante e o momento em secções ao longo do eixo longitudinal da viga.
O cortante atua perpendicularmente ao eixo longitudinal da viga e é avaliado como o
somatório das forças neste sentido, verticais. Enquanto o momento é definido como a
tendência de giro de um corpo em torno de um eixo (MERIAM E KRAIGE, 2009).
12

As estruturas tipo viga, devem ser capazes de suportar esforços de tração e


compressão, além de resistir a cisalhamento, flexão e torção, conforme efeitos
representados na Figura 02 abaixo:

Figura 02: Cisalhamento, torção, flexão e carregamento combinado.


Fonte: MERIAM e KRAIGE, 2009.

As estruturas do tipo viga, ao longo de sua vida útil sofrem alguns tipos de
deformações, dentre elas a deformação elástica e a deformação plástica. A
deformação elástica é reversível, ela provoca uma deformação na peça enquanto uma
carga está sendo aplicada, e quando a mesma é retirada, as tensões se dissipam e a
peça retorna a sua forma original. Por outro lado, a deformação elástica é permanente,
ocorre a deformação quando a carga é aplicada, mas ao contrário da deformação
elástica a peça não retorna a forma original quando as tensões se dissipam

3.2 CONCRETO ARMADO

Uma das principais características do concreto é a resistência a compressão. Porém


é um material com pouca resistência a tração, o que leva a fissuras quando
submetidos a esse tipo de esforço. Desta forma, criou-se o concreto armado, que é a
associação de uma armadura de aço ao concreto, onde o aço contribui dando certa
resistência a tração ao concreto, ao passo que absorve os esforços de tração. Além
disso, o bom funcionamento do concreto armado deve-se a boa aderência entre o
concreto e a armadura, o coeficiente de dilatação térmico do concreto é próximo ao
13

coeficiente da armadura, e por fim, o concreto envolto na armadura oferece proteção


a mesma contra a oxidação (PINHEIRO, 2004).

3.3 CONCRETO

O concreto é um material heterogêneo, obtido pela mistura de cimento, agregado


graúdo, agregado miúdo (areia), água, e eventualmente aditivos ou adições. O
concreto é aplicado sob diversas formas, como concreto simples, concreto armado,
concreto protendido e concretos especiais (PINHEIRO, 2004).

O traço, ou seja, a relação entre as quantidades de cada componente, tem papel


importantíssimo para as características do concreto tanto no estado fresco, quanto no
estado endurecido. O fator água/cimento, representação da relação em massa destes
dois componentes, é responsável por grande parte das propriedades do concreto,
como por exemplo a resistência. (PINHEIRO, 2007).

3.3.1 Componentes e Produção

a) Cimento Portland

Cada componente do concreto tem sua contribuição para as características do


produto final, porém o principal deles é o Cimento Portland. As resistências final
e inicial e a trabalhabilidade do concreto dependem da composição e teor de
cimento (SILVA, 1995).

Para diversas peças concretadas existe uma classe de cimento específica para
certa utilidade. Atualmente, os Cimentos Portland empregados no mercado
classificam-se em: CP I – Comum; CP II – composto; CP III – Alto-forno; CP IV
– Pozolânico; CPV – ARI – Alta Resistência Inicial; Cimentos especiais
(GALVÃO, 2003).

b) Agregados

Na confecção do concreto são utilizados dois tipos de agregado: os agregados


miúdos, aqueles com até 4,8 mm de diâmetro, são as areias naturais ou
artificiais. E agregados graúdos, possuem diâmetros maiores que 4,8 mm, são
as britas, graduadas de 0 a 4, no mercado (ALMEIDA, 2002).
14

Os agregados devem ser isentos de impurezas como argila, terra e húmus


(ALMEIDA, 2002).

c) Água de amassamento

Pode ser utilizada quase todo tipo de água de amassamento, desde que seja
limpa, isenta de matérias orgânicas e nocivas. No entanto, tratando-se de
concreto armado a água do mar torna-se inadequada devido a corrosão
provocada pelo teor salino. O mesmo é válido para estrutura de concreto
protendido. A quantidade de água a ser utilizada na mistura é calculada através
do fator água/cimento. O ideal é que este fator apresente-se entre 0,3 e 0,6,
quanto menor for o fator a/c maior é a resistência do concreto. (ALMEIDA,
2002).

d) Aditivos químicos

São substâncias químicas que podem ser adicionadas em pequenas


proporções ao concreto, a fim de melhorar algumas de suas propriedades tanto
no estado fresco como no estado endurecido. Os principais tipos de aditivos
são os plastificantes, incorporadores de ar, retardadores de pega, aceleradores
de pega, colorantes e impermeabilizantes (ALMEIDA, 2002).

i. Incorporadores de ar: indicados para utilização em concreto


submetidos a ciclos de gelo e degelo, para aumentar a
durabilidade. Por outro lado, o ar incorporado reduz a resistência
do concreto.
ii. Retardadores de pega: utilizado para reduzir o tempo de reação
de hidratação do Cimento Portland. São utilizados,
principalmente, para manter o concreto trabalhável durante um
tempo maior. Em quantidades exageradas inibem o
endurecimento do concreto.
iii. Plastificantes: utilizados para aumentar a consistência e a
resistência do concreto sem aumentar o consumo de cimento e
água. Os plastificantes reduzem de 5 a 10% o consumo de água
necessária para a mesma consistência.
iv. Superplastificantes: Utilizados no concreto com o objetivo de
manter relação água/cimento muito baixa. Possui o mesmo
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princípio que os plastificantes, porém de forma mais intensa. Pode


reduzir até 40% do consumo de água para a mesma consistência.
v. Aceleradores de pega: Aumentar a resistência nas primeiras
idades e diminuir o tempo de pega.

3.3.2 Propriedades do Concreto

a) Massa Específica

Concretos convencionais possuem massa específica em torno de 2000 a 2800


kg/m³. Segundo a NBR 6118-2014, a fins de cálculos, caso a massa específica
real do concreto não seja conhecida costuma-se usar 2400 kg/m³ para concreto
simples e 2500 kg/m³ para concreto armado. Quando a massa específica do
concreto é conhecida, acrescenta-se, para o concreto armado um adicional de
100 a 150 kg/m³ na massa específica conhecida (PINHEIRO, 2007).

b) Características Mecânicas
i. Resistência a compressão

A resistência de um material é definida como a capacidade de resistir a


tensões sem ruptura. No concreto, portanto, a resistência é relacionada
com a tensão requerida para causar ruptura e é sinônimo de grau de
ruptura. Muitas propriedades do concreto estão relacionadas com
resistência, como o módulo de elasticidade, estanqueidade,
impermeabilidade e resistência a intempéries (MEHTA, 2008).

O concreto apresenta, para diferentes dosagens, diferentes tipos de


diagrama tensão-deformação. A ABNT (2003) no entanto, por meio da
NBR 6118, não leva em consideração os diferentes diagramas, e
apresenta um diagrama simplificado para compressão como o
representado na Figura 03:
16

Figura 03: Diagrama Tensão X Deformação – Compressão


Fonte: ABNT, 2003.

Define-se ainda como resistência característica do concreto a


compressão (fck), o valor que representa o grau de confiança de 95%, ou
seja, fck é o valor da resistência de modo que 95% dos resultados dos
ensaios realizados estejam acima do valor de fck ou 5% abaixo do mesmo
(CARVALHO, 2007). Ele leva em consideração o valor da média
aritmética das cargas de ruptura (f cm) dos ensaios realizados em corpos
de prova e o coeficiente de variação . Desta forma, pode-se encontrar fck
a partir da Equação 01:

fck = fcm (1-1,645. ) ou Equação 01

fck = fcm – 1,645. 

O coeficiente de variação  é determinado por:


𝑛
1 𝑓𝑐𝑖−𝑓𝑐𝑚
 = 𝑛 (∑ ( )² Equação 02
𝑖=1 𝑓𝑐𝑚

Onde:
fci = resistência característica do concreto a compressão inicial

ii. Resistência a tração

Para concreto não fissurado, tratando-se de resistência a tração, pode ser


adotado o diagrama como o representado na Figura 04:
17

Figura 04: Diagrama Tensão X Deformação – Tração


Fonte: ABNT, 2003.

Conceitualmente, resistência característica a tração é análogo ao item


mencionado anteriormente. Desta forma, temos como f ctk, ou simplesmente ftk,
o valor de resistência a tração de modo que 95% dos resultados dos ensaios
realizados nos corpos de concreto estejam acima ou 5% abaixo deste valor.
Fctm é tido como a média dos resultados. A diferença nos estudos de tração
está nos ensaios realizados (CARVALHO, 2007).

 Ensaio de tração direta (considerado ensaio de referência)


Aplica-se tração axial direta em corpos de prova de concreto simples.
 Ensaio de tração na compressão diametral
 Ensaio de tração na flexão

Em cada um destes ensaios é obtido um valor de resistência diferente do obtido


no ensaio de referência, sendo assim, utiliza-se coeficientes de conversão, 0,9
para compressão diametral e 0,7 para flexão (CARVALHO, 2007). Ou seja,

fct = 0,9 fct,sp

fct = 0,7 fct,f

Segundo a ABNT 6118-2014, na falta de ensaios, os resultados podem ser


obtidos através do fck utilizando as Equações 03, 04 e 05:

2/3
𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0.3𝑓𝑐𝑘 Equação 03

𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0.7𝑓𝑐𝑡,𝑚 Equação 04


18

𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 = 1.3𝑓𝑐𝑡,𝑚 Equação 05

c) Módulo de Elasticidade

Elasticidade é a capacidade que um material tem de se deformar quando


submetido a um esforço e retornar a forma original quando o esforço é retirado.
O módulo de elasticidade por sua vez é a tensão necessária para produzir uma
unidade de deformação elástica. Para determinados intervalos a relação tensão
x deformação é considerada, segundo a Lei de Hooke, como linear. Ou seja,

σ=Eε Equação 06

Onde:

 = tensão

E = módulo de elasticidade

ɛ = deformação específica

Figura 05: Lei de Hooke


Fonte: PINHEIRO, 2007.

Porém a lei de Hooke não é válida para todos os tipos de deformações, ela é
basicamente uma aproximação para quando a tensão é muito baixa.

Para o concreto a expressão do Módulo de Elasticidade é somente aplicado a


parte retilínea da curva tensão x deformação, quando não existir parte retilínea
19

é aplicada a tangente da curva na origem, e tem-se então Módulo de


Deformação Tangencial Inicial (Eci) (CARVALHO, 2007).

Segundo a NBR 6118-2014, o módulo de elasticidade deve ser obtido segundo


ensaio descrito na norma NBR 8522. Caso não seja possível a realização do
ensaio, pode-se estimar o valor por meio da Equação 07:

Equação 07

𝐸𝑐𝑖= 𝛼𝐸 . 5600√𝒇𝒄𝒌 (para fck de 20 a 50 Mpa)

𝑓 1⁄3
𝐸𝑐𝑖= 21,5.103 . 𝛼𝐸 . ( 10
𝑐𝑘
+ 1,25) (para fck de 55 a 90 Mpa)

αE = 1,2 para basalto e diabásio

αE = 1,0 para granito e gnaisse

αE = 0,9 para calcário

αE = 0,7 para arenito

Eci e fck em Mpa

O Módulo de Elasticidade Secante (ECS) utilizado especialmente para


determinação de esforços solicitantes e verificação de estados limites de
serviço deve ser calculado pela Equação 08 (CARVALHO, 2007):

Ecs = αi Eci Equação 08

𝑓𝑐𝑘
αi = 0,8 + 0,2. 1,0
80

Ou ainda por ensaio descrito na norma da ABNT NBR 8522.

A Tabela 01 a seguir, retirada da norma ABNT NBR 6118-2014, apresenta


valores aproximados arredondados de módulo de elasticidade, em função da
resistência característica a compressão, que podem ser utilizados em projetos
estruturais. Esta, considerando o uso de granito como agregado graúdo.
20

Tabela 01: Valores estimados de módulo de elasticidade em função da


resistência.
Classe de C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50 C60 C70 C80 C90
Resistencia
Eci (GPa) 25 28 31 33 35 38 40 42 43 45 47

Ecs (GPa) 21 24 27 29 32 34 37 40 42 45 47

αi 0,85 0,86 0,88 0,89 0,9 0,91 0,93 0,95 0,98 1 1

Fonte: ABNT, 2014.

d) Fluência

Segundo Pinheiro (2007) a fluência pode ser definida como o fenômeno do


aumento gradual da deformação ao longo do tempo, sob um dado nível de
tensão constante. A fluência é parcialmente reversível e depende do
carregamento.

As parcelas de deformação ocasionadas por fluência são divididas em duas:


deformação rápida, que ocorre nas primeiras 24 horas após a aplicação do
carregamento e é irreversível; e a deformação lenta, composta por uma parte
irreversível e uma parte reversível. Da parcela reversível, uma parte é restituída
imediatamente após a retirada do carregamento que levou a deformação, uma
outra parte é restituída gradativamente ao longo do tempo, e por fim, a parte
restante torna-se permanente (CARVALHO, 2007).

e) Retração

A retração é a diminuição do volume do concreto no decorrer do tempo devido


à perda de água na massa de concreto, e formação de compostos com menor
dimensão durante a reação de hidratação. Independe do carregamento, a
dimensão da retração está mais relacionada aos componentes e a dosagem do
concreto, o tempo e as condições do ambiente, já que a mistura do concreto é
passível de perder água para o ambiente, principalmente em condições de alta
temperatura e baixa umidade no ar.

A retração é mais significativa em peças de grande volume. Contribui para


aumentar as deformações nas estruturas de concreto. Geralmente, a parcela
21

de deformação ocorrida por causa da retração é pequena, e portanto


desprezada na maioria dos casos (BARBOSA, 2010).

Os fatos considerados até aqui sobre retração tratam-se apenas de fatores


físicos. Não menos importante, tem-se a retração química, que ocorre pelo fato
dos produtos químicos gerados pela reação de hidratação do cimento ter
volume menor do que a soma do volume da água e do cimento utilizado para
sua formação. Presente em todos os concretos, ocorre desde o instante de
pega até durante toda a hidratação (BARBOSA, 2010).

Em análise de deformações fluência e retração são tratadas em conjunto,


apesar de terem conceitos diferentes, já que na realidade, em uma estrutura
elas acontecem simultaneamente (BARBOSA, 2010).

3.4 AÇO

A armadura usada no concreto armado, indispensável para vigas e lajes, é feita de


aço, uma liga metálica constituída basicamente de ferro e carbono, e resíduos de
outros elementos devido ao processo de fabricação. A porcentagem de carbono
apresentada em sua constituição, variando de 0% a 1,7%. (PINHEIRO, 2010).

Nos projetos de estruturas de concreto armado deve ser utilizado aço classificado
segundo a ABNT NBR 7480, com o valor característico da resistência ao escoamento
na categoria na qual ele pertence. Abaixo é apresentado na Tabela 02 as categorias
e suas respectivas resistências características a tração (f yk).

Tabela 02: Categorias e resistências de classificação do aço.

Categoria fyk
CA – 25 250 Mpa
CA – 50 500 Mpa
CA – 60 600 Mpa
Fonte: ABNT, 2014

Os diâmetros nominais devem ser estabelecidos também segundo a NBR 7480.


22

Segundo a NBR 6118-2014 (item 8.3.5), na falta de ensaios, ou dados fornecidos pelo
fabricante, adota-se em projetos estruturais de concreto armado, para aço destinado
a armadura passiva o valor de massa especifica de 7850 kg/m³, e o módulo de
elasticidade do aço como igual a 210 Gpa.

3.5 DESEMPENHO E ESTÁDIOS DE FISSURAÇÃO

Conforme definido por Pinheiro (2007), para determinar o desempenho em uma seção
de concreto aplica-se sobre ele um carregamento que vai do zero até a ruptura. A
seção passa por diversas fases ao longo do carregamento, ás fases, damos o nome
de estádio e dividem em três: estádio I, estádio II e estádio III.

O estádio I corresponde a primeira fase do carregamento, onde as tensões normais


são de baixa magnitude, e o concreto consegue resistir as tensões de tração. Nesse
estádio não ocorre formação de fissuras no concreto. É válida a lei de Hooke. É neste
estádio onde é calculado o momento de fissuração, que separa o estádio I do estádio
II.

O estádio II começa após a fissuração, nele o concreto não resiste mais a tensão.
Termina com o início da plastificação do concreto comprimido.

No estádio III a zona comprimida encontra-se plastificada e o concreto dessa região


na iminência de ruptura. Neste estádio é realizado o dimensionamento da estrutura.

3.6 MOMENTO DE FISSURAÇÃO

O Momento de Fissuração é definido por Vasconcelos (2005) apud Barbosa (2010),


como o momento fletor que a seção transversal é capaz de resistir sem a colaboração
de armaduras. O momento de fissuração é calculado através da Equação 09:

𝛼.𝐹𝑐𝑡.𝐼𝑐
𝑀𝑟 = Equação 09
𝑌𝑡

Onde:
Yt : é a distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada;
Ic : é o momento de inércia da seção bruta do concreto
α : fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na flexão
com a resistência à tração direta. Varia de acordo o formato da seção,
determinado em norma
23

1,2 para seções T ou duplo T


α = {1,3 para seções I ou T invertido
1,5 para seções retangulares

Para casos de seção retangular


𝑏ℎ³
𝐼𝑐 = Equação 10
12

𝑌𝑡 = ℎ − 𝑥 = 𝑥

Para determinar Mr no estado limite de deformação de fissura (ELS-F) deve ser


utilizado o fctk,inf e no estado limite de deformação excessiva (ELS-DEF) o fctm.

𝟐/𝟑
𝒇𝒄𝒕𝒌,𝒊𝒏𝒇 = 𝟎, 𝟐𝟏𝒇𝒄𝒌
𝒇𝒄𝒕 = { 𝟐/𝟑
Equação 11
𝒇𝒄𝒕𝒌,𝒔𝒖𝒑 = 𝟎, 𝟑𝒇𝒄𝒌

3.7 ESTADOS-LIMITES DE SERVIÇO

O estado-limite de serviço está relacionado a durabilidade, aparência, conforto e


funcionabilidade da estrutura. A NBR 6118-2014 define os seguintes estados-limites
de serviço que devem ser verificados:

i. Formação de fissuras (ELS-F): Inicia-se a formação de fissuras.


Corresponde ao momento de fissuração com fct = fctm,inf
ii. Abertura de fissuras (ELS-W): Estado em que as fissuras atingem seu
valor máximo especificado para utilização normal de edificação.
iii. Deformação excessiva (ELS – DEF): Estados em que as deformações
atingem o seu valor máximo especificado para utilização normal de
edificação.
iv. Vibração excessiva (ELS – VE): Estado em que as vibrações atingem
seu valor máximo.
v. Descompressão (ELS-D), descompressão parcial (ELS-DP) e
compressão excessiva (ELS-CE): no caso de estruturas em concreto
protendido.
24

Estruturas que trabalham nos estados-limite de serviço encontram-se


parcialmente no estádio I e parcialmente no estádio II.

3.8 AÇÕES

“Denomina-se ação qualquer influência, ou conjunto de influências, capaz de produzir


estados de tensão ou de deformação em uma estrutura” (CARVALHO, 2007.p. 48).
Na prática, as forças e deformações são consideradas as próprias ações, chamadas,
ações diretas e ações indiretas, respectivamente.

A determinação de ações é importantíssima para a determinação dos esforços


atuantes, estabilidade e segurança estrutural. A NBR 8681-2003 classifica as ações
consideradas em: permanentes, variáveis e excepcionais.

a) Ações Permanentes

São as que ocorrem com valores praticamente constantes durante toda a vida da
construção. Também são consideradas aquelas que crescem no tempo, tendendo
a um valor limite constante. São divididas ainda em direta e indiretas (CARVALHO,
2007):

 Ações permanentes diretas são constituídas pelo peso próprio da estrutura


e pelos pesos dos elementos construtivos fixos e das instalações
permanentes (paredes, pisos e revestimentos por exemplo).
 As ações permanentes indiretas são constituídas por deformações
impostas por retração e fluência do concreto, deslocamentos de apoio,
imperfeições geométricas e protensão (CARVALHO, 2007).

b) Ações Variáveis

São variáveis significativamente em torno de uma média. São classificados como


diretas e indiretas (CARVALHO, 2007).

 Variáveis diretas são constituídas por cargas acidentais previstas para o


uso da construção, pela ação do vento e da chuva e outras. Entre as cargas
acidentais previstas para uso na construção estão (CARVALHO, 2007):
 Cargas verticais de uso de construção (pessoas, mobiliário,
veículos, materiais diversos, etc);
 Cargas móveis, considerando o impacto vertical;
25

 Impacto lateral;
 Força longitudinal de frenação ou aceleração;
 Força centrifuga.
 Variáveis indiretas são causadas por variações uniformes e não-uniformes
de temperatura (depende do local de implantação da construção e das
dimensões dos seus elementos estruturais) e ações dinâmicas (quando a
estrutura está submetida a choques e vibrações) (CARVALHO, 2007).

c) Ações Excepcionais

São ações de duração extremamente curtas e com baixa probabilidade de ocorrer.


No projeto de estruturas, os efeitos não podem ser controlados por outros meios.
Devem ser consideradas com valores definidos, por normas específicas. São
exemplos: choques de veículos, incêndios, enchentes e outros (CARVALHO,
2007).

d) Valores de Cálculo

Para fins de cálculo são definidos valores reduzidos em função da combinação de


ações, para verificação de estados limites último e estados limites de serviço. Para
o primeiro caso, quando a ação considerada é combinada com a ação principal os
valores são determinados considerando muito baixa a probabilidade de ocorrência
simultânea de dois ou mais valores característicos de natureza diferente. No caso
de estado limite de serviço, os valores reduzidos são estimados considerando
ações permanentes ou quase permanentes combinadas com a ação principal
(ABNT NBR 6118-2014).

e) Coeficientes de Ponderação das Ações

Para cálculos de verificação de fissuras em estruturas, deve-se levar em


consideração os coeficientes de ponderações para estados limites de serviço, tais
coeficientes são estabelecidos na norma NBR 6128-2014 e dependem do tipo de
carregamento ao qual a estrutura está sendo submetida.

A Tabela 03 apresentada a seguir, retirada da norma, apresenta os coeficientes


que devem ser utilizados de acordo o tipo de carregamento e a utilização que terá
a estrutura.
26

Tabela 03: Coeficientes de Ponderações com base nas ações.

𝒇𝟐
Ações
𝟎 𝑨𝟏 𝟐
Locais em que não há predominância
de pesos de equipamentos que
0,5 0,4 0,3
permanecem fixos por longos períodos
de tempo, nem de elevadas
concentrações de pessoas b
Cargas
Acidentais de
Locais em que há predominância de
Edifícios
pesos de equipamentos que
0,7 0,6 0,4
permanecem fixos por longos períodos
de tempo, ou de elevada concentração
de pessoas c
0,8 0,7 0,6
Biblioteca, arquivos, oficinas e
garagens
0,6 0,3 0
Vento Pressão dinâmica do vento nas
estruturas em geral
0,6 0,5 0,3
Temperatura Variações uniformes de temperatura
em relação à média anual local
a Para os valores de 1 relativos às pontes e principalmente para os problemas
de fadiga.
b Edifícios residenciais.
c Edifícios comerciais, de escritórios, estações e edifícios públicos.

Fonte: ABNT, 2014.

Onde:

0 - fator de redução de combinação para estado-limite último;

1 - fator de redução de combinação frequente para estado-limite de


serviço;

2 - fator de redução de combinação quase permanente para estado-


limite de serviço;

3.9 COMBINAÇÕES DE AÇÕES

Um carregamento é definido pela combinação de ações que tem probabilidade de


atuarem simultaneamente sobre a estrutura durante um período pré-estabelecido.
27

“As ações incluídas em cada uma das combinações devem ser consideradas com
seus valores representativos, multiplicados pelos respectivos coeficientes de
ponderação.” (CARVALHO, 2007, p.55)

a) Combinações de Serviços

Classificadas quanto ao tempo de permanência da estrutura são: quase


permanentes, frequentes e raras.

 Combinações quase permanentes de serviço

Admite-se ações que atuem durante grande parte do período de vida da


estrutura. Sua consideração pode ser necessária para verificar o estado
limite de deformação excessiva (CARVALHO, 2007).

 Combinações frequentes de serviço.

As ações se repetem muitas vezes durante o período de vida da


estrutura. Pode ser necessária para verificação de ELS-F, ELS-W e ELS-
VE (CARVALHO, 2007).

 Combinações raras de serviço.

As ações ocorrem algumas vezes durante o período de vida da estrutura.


Sua consideração pode ser necessária para verificação do estado limite
de formação de fissuras (CARVALHO, 2007).

3.10 MOMENTO DE INÉRCIA

a) Momento de Inércia Relativo aos estádios de fissuração

Nesta seção são apresentadas equações para cálculo de momento de inércia


relativo aos limites dos estádios I e II. Eles são obtidos de acordo a altura da viga,
a posição da linha neutra e a área de aço presente no concreto.

 Estádio I

No estádio I o concreto resiste a tensões de tração e não há fissuração.


A Figura 06 mostra o posicionamento da linha neutra e o momento de
inércia, como devem ser calculados no caso de uma seção retangular.
28

Figura 06: Seção Retangular Estádio I


Fonte: PINHEIRO, 2007.

Como é possível observar na figura, uma seção transversal retangular é


composta por uma parcela de área de concreto (b.h) e uma seção de
concreto equivalente ao do aço igual a As(αe-1). Onde As é a área de
aço presente no concreto armado (BARBOSA, 2010).

Para calcular a posição da linha neutra (x1), devemos fazer Mln=0. Mln é
o momento estático da seção em relação a linha neutra, e é calculado
através da Equação 12:

Equação 12

𝒙 (𝒉 − 𝒙)
𝑴𝑳𝑵 = 𝒃 ∙ 𝒙 ∙ − 𝒃 ∙ (𝒉 − 𝒙) ∙ − (𝒂𝒆 − 𝟏) ∙ 𝑨𝒔 ∙ (𝒅 − 𝒙) = 𝟎 ⇒ 𝒙𝟏
𝟐 𝟐

𝒂𝒆 = 𝑬𝒔 ⁄𝑬𝑪𝑺

𝑬𝒄 = 𝟎, 𝟖𝟓𝑬𝒄𝒊 = 𝟎, 𝟖𝟓 ∙ 𝟓𝟔𝟎𝟎 ∙ √𝒇𝒄𝒌

𝑬𝒔 = 𝟐𝟏𝟎𝑮𝑷𝑨

Dessa forma, calcula-se x1 por:

Equação 13

𝒃 ∙ 𝒉𝟐
+ (𝒂𝒆 − 𝟏) ∙ 𝑨𝒔 ∙ 𝒅
𝒙𝒊 = 𝟐
𝒃 ∙ 𝒉 + (𝒂𝒆 − 𝟏) ∙ 𝑨𝒔

E para a mesma seção, o momento de inércia resulta em:


29

Equação 14

𝒃 ∙ 𝒉𝟑 𝒉 𝟐
𝑰𝟏 = + 𝒃 ∙ 𝒉 ∙ (𝒙𝟏 − ) + (𝒂𝒆 − 𝟏) ∙ 𝑨𝒔 ∙ (𝒅 − 𝒙𝟏 )𝟐
𝟏𝟐 𝟐

 Estádio II

No estádio de fissuração II o concreto tracionado está fissurado, logo, é


desprezado

Figura 07: Seção Retangular Estádio II


Fonte: PINHEIRO, 2007.

Desprezando a resistência do concreto a tração no concreto devido a


fissuração.

Equação 15

𝒙
𝑴𝑳𝑵 = 𝒃 ∙ − 𝒂𝒆 ∙ 𝑨𝒔 ∙ (𝒅 − 𝒙) = 𝟎 ⇒ 𝒙𝟐
𝟐

A posição da linha neutra (x2) é calculada por:

Equação 16

𝒃 𝟐
𝒙 + 𝒂𝒆 ∙ 𝑨𝒔 ∙ 𝒙𝟐 − 𝒂𝒆 . 𝑨𝒔 . 𝒅 = 𝟎
𝟐 𝟐

Já o momento de I2 é obtido pela formulação:

Equação 17

𝒃 ∙ 𝒙𝟑𝟐
𝑰𝟐 = + 𝒂𝒆 . 𝑨𝒔 ∙ (𝒅 − 𝒙𝟐 )𝟐 + (𝒂𝒆 − 𝟏). 𝑨′ 𝒔 . (𝒙𝟐 − 𝒅′)𝟐
𝟑
30

b) Modelo Simplificado de Branson

Como já mencionado anteriormente, uma estrutura de concreto não trabalha


apenas em um estádio de fissuração, na realidade suas seções trabalham entre o
estádio I (onde não há fissuração) e o estádio II (onde há fissuração). Sendo, dessa
forma, necessário utilizar inércia média nos cálculos de flecha, para simplificação
de modo a não ser necessário calcular variação de inércia em cada trecho da peça
(CARVALHO, 2007).

O modelo proposto por Branson em 1968 admite uma única inércia para todo
elemento de concreto, representando os trechos fissurados e não fissurados.
Branson realizou um estudo experimental em vigas retangulares e em T,
submetendo-as a carregamentos distribuídos uniformemente e de curta duração.
Baseado nos resultados obtidos com os ensaios realizados, ele sugeriu a utilização
de um momento de inércia médio, ou momento de inércia efetivo, entre o momento
de inércia da seção não fissurada e aquele da seção fissurada, ou seja, entre o
Estádio I e o Estádio II (CARVALHO, 2007).

O momento de inércia médio foi formulado desta forma:

Equação 18

𝑀𝑟 𝑛 𝑀𝑟 𝑛
𝐼=( ) . 𝐼𝐼 + [1 − ( ) ] . 𝐼𝐼𝐼
𝑀𝑎𝑡 𝑀𝑎𝑡

Im: Momento de inércia efetivo para uma seção ou para toda a peça, no
caso de vigas simplesmente apoiadas; momento de inércia médio entre
a seção do apoio e a seção do meio do vão para o caso de vigas
contínuas;

II : Momento de inércia da peça no estádio I;

III : Momento de inércia da peça no estádio II puro;

Mr: Momento de fissuração do concreto;

Mat: Momento atuante de serviço mais solicitada;


31

n: índice de valor igual a 4, para situações em que a análise é feita em


apenas uma seção da peça; ou igual a 3, quando se faz uma análise da
peça ao longo de todo seu cumprimento.

Na NBR 6118-2014, item 17.3.2.1, foi feita uma adaptação na equação de


Inércia média para o cálculo de rigidez equivalente de uma viga de concreto,
expressa por:

Equação 19

𝑀𝑟 3 𝑀𝑟 3
(𝐸. 𝐼)𝑒𝑞 = 𝐸𝑐𝑠 . {( ) . 𝐼𝐼 + [1 − ( ) ] 𝐼𝐼𝐼 } ≤ 𝐸𝑐𝑠 . 𝐼𝑐
𝑀𝑎𝑡 𝑀𝑎𝑡

Ic : Momento de inércia da seção bruta do concreto;

Ecs: Módulo de elasticidade secante do concreto;

4. ESTUDO DE CASO

No tópico de fundamentação teórica revisou-se conceitos fundamentais para o


entendimento de deformações em estruturas. Tais como: propriedades do material,
ações e combinações. Definiu-se também Estádios de Fissuração I e II e momento de
fissuração.

Nesta etapa do trabalho, utilizando um programa estrutural bidimensional intitulado


Ftool, criou-se uma viga a fim de aplicar os conceitos e formulações aplicados durante
o trabalho.

4.1 OBTENÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

Optou-se pela exemplificação do conceito abordado durante o trabalho utilizando uma


viga de 12 m, intitulada de V2, subdividida em dois vãos, com 6 m cada, conforme
planta de formas fornecida no Anexo A. Os apoios representam no cálculo o que
seriam os pilares que sustentam a viga sobre a qual se apoiam as lajes do pavimento
estudado.

Adotou-se uma seção retangular de 20 cm x 60 cm e fck de 30 Mpa. Sendo assim, de


acordo a revisão, utilizou-se α=1,5 quando necessário calcular momento de
fissuração, bem como Yt = 30 cm.
32

Considerou-se o conjunto estrutural estudado como sendo parte de um edifício


residencial onde não há permanência de cargas fixas de equipamentos por longos
períodos de tempo ou grande concentração de pessoas, desta forma, segundo a
Tabela 2 deste trabalho, apresentada anteriormente, utilizou-se um coeficiente para
ponderação de carga igual a 0,3.

Quanto ao módulo de elasticidade, utilizou-se o valor do módulo de elasticidade


secante igual a 27 Gpa, retirado da Tabela 1 para resistência de 30Mpa.

Com o objetivo de avaliar a distribuição de fissuras ao longo da viga com base no


acrescimento de carregamentos, e as deformações provocadas por carregamentos,
dividiu-se a análise em 5 casos. No primeiro caso tem-se um carregamento
equivalente apenas ao peso próprio da viga e da laje a qual ela serve de apoio, num
total de 16,21 kN/m. No segundo caso adicionou-se ao carregamento de peso próprio
um carregamento equivalente ao revestimento, com valor de 4,57 kN/m, totalizando
20,88 kN/m. No terceiro caso, adicionou-se ao carregamento total do caso 2, um
carregamento equivalente às cargas acidentais, ponderadas de acordo a norma,
utilizado o coeficiente 0,3, totalizando 22,58 kN/m. No quarto, utilizou-se carregamento
com peso próprio, revestimento e carga acidental completa, ou seja, representando
uma situação onde o usuário utiliza-se a capacidade portante máxima projetada,
equivalente a 26,59 kN/m. O quinto e último caso, utilizou-se o mesmo carregamento
do caso 3.

4.2 CÁLCULOS ANALÍTICOS


Cálculos de carregamentos

Tomando por base, para os cálculos de carregamento a serem utilizados no estudo


de caso, o modelo estrutural conforme planta de formas apresentada no ANEXO A,
contendo 9 pilares (P1 a P9), 4 lajes (L1 a L4) e 6 vigas (V1 a V6).

A partir das plantas de formas apresentadas no ANEXO A, foram traçadas as linhas


de ruptura para o pavimento (tratadas também no anexo A) e calculada a área de
influência para os carregamentos devido as lajes que atuam na viga V2,
correspondente a 22,82 m² (também fornecidas no ANEXO A). A área de influência
foi calculada com base nas linhas de ruptura. “A Teoria das Linhas de Ruptura,
33

introduzida por K. W. Johansen, é uma alternativa para o cálculo de esforços e


reações em lajes.” (ARAÚJO, 2010).

Seção = 0,2 m x 0,6 m

Área = 22,82 m³

Carga de revestimento = 1200 N/m²

Carga de peso próprio = 25000 N/m²

Acidental = 1500 N/m²

o Cálculos para Carregamentos:

Peso próprio viga

𝑃𝑃𝑣𝑖𝑔𝑎 = 0,2𝑥0,6𝑥25000 = 3000 𝑁/𝑚

Peso próprio laje

22,82
𝑃𝑃𝑙𝑎𝑗𝑒 = 25000𝑥0,14𝑥 = 13312 𝑁/𝑚
6

Peso próprio total

𝑃𝑃 = 𝐺1 = 3000 + 13312 = 16312 𝑁/𝑚

Revestimento

22,82
𝑅𝑒𝑣 = 𝐺2 = 1200𝑥 = 4564 𝑁/𝑚
6

Acidental

22,82
𝐴𝑐𝑖𝑑 = 𝑄 = 1500𝑥 = 5705 𝑁/𝑚
6

o Carregamentos:

Carregamento 1

𝐺1 = 16312 N/m = 16,31 kN/m

Carregamento 2
34

𝑁
𝐺1 + 𝐺2 = 20876 = 20,88 𝑘𝑁/𝑚
𝑚

Carregamento 3

𝐺1 + 𝐺2 + 2 . 𝑄 = 22587,5 𝑁/𝑚 = 22,59 𝑘𝑁/𝑚

Carregamento 4

𝐺1 + 𝐺2 + 𝑄 = 26581 𝑁/𝑚 = 26,58 𝑘𝑁/𝑚

Carregamento 5

𝐺1 + 𝐺2 + 2 . 𝑄 = 22587,5 𝑁/𝑚 = 22,59 𝑘𝑁/𝑚

o Inércia referente a seção retangular

𝑏ℎ³ 0,2𝑥0,6³
𝐼𝑐 = = = 3,6. 10−3 𝑚4
12 12

o Momento de fissuração da viga


2/3
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,21𝑓𝑐𝑘
𝑓𝑐𝑘 = 30𝑀𝑝𝑎
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,21. 302/3 = 2,0275
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 2,0275𝑥1000 = 2027,5
𝛼. 𝐹𝑐𝑡. 𝐼𝑐 1,5𝑥 2027,5𝑥3,6. 10−3
𝑀𝑟 = = = 36,5 𝑁/𝑚²
𝑌𝑡 0.30
o Área de aço
As = 4,06 cm²
o Inércia no Estádio II
210
𝑎𝑒 = = 7,78
27
𝑏 2
𝑥 + 𝑎𝑒 ∙ 𝐴𝑠 ∙ 𝑥2 − 𝑎𝑒 . 𝐴𝑠 . 𝑑 = 0
2 2
20 2
𝑥 + 7,78 ∙ 4,06 ∙ 𝑥2 − 7,78.4,06. 55 = 0
2 2
𝑥2 = 12 𝑐𝑚
𝑏 ∙ 𝑥23
𝐼2 = + 𝑎𝑒 . 𝐴𝑠 ∙ (𝑑 − 𝑥2 )2
3
20 ∙ 12³
𝐼2 = + 7,78𝑥4,06 ∙ (55 − 12)2 = 6,99𝑥104 𝑐𝑚4
3
35

𝐼2 = 6,99𝑥10−4 𝑚4

Subdividiu-se a viga inteira em seções de 1 m e utilizando o Ftool foi possível avaliar


o momento no início e final de cada seção. Com os momentos, então calculou-se a
inércia média de cada seção da viga. Os cálculos referentes a Inércia Média foram
realizados no programa do Windows Excel 2013 de acordo as formulações já
apresentadas neste trabalho. Constará no ANEXO A.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O objetivo desta análise é observar a propagação dos esforços na viga quando é


submetida a acréscimos de carregamento, avaliando as deformações e a
redistribuição dos momentos fletores ao longo da viga quando ocorre a diminuição de
inércia devido a formação de fissuras.

Nomeou-se como caso 1.1, caso 1.2, caso 1.3, caso 1.4 e caso 1.5 aqueles onde
considerou-se somente inércia bruta em toda a viga. Onde, o primeiro levou um
carregamento constando apenas de peso próprio, o segundo, peso próprio e
revestimento. O terceiro caso, somou-se além do peso próprio e revestimento, as
cargas acidentais ponderadas de acordo a norma da ABNT NBR 6118-2014, levando
em consideração o tipo de uso dado a estrutura, no exemplo escolhido, como trata-se
de um edifício residencial, onde não há predominância de pesos de equipamentos
fixos por longos períodos de tempo, utilizou-se o coeficiente de ponderação 0,3. O
mesmo carregamento do caso 3, foi utilizado para o caso 5. O caso 4, no entanto,
utilizou-se o carregamento máximo permitido pelo projeto.

Para comparação nomeou-se também caso 2.1, caso 2.2, caso 2.3, caso 2.4 e caso
2.5. Os casos nomeados desta maneira, referem-se aqueles onde considerou-se
variação de inércia ao longo da peça.

O caso 1.1 (Figura 08) é equivalente ao caso 2.1 (Figura 09), pois tratando-se do caso
inicial não houve alteração na inércia.
36

Figura 08: Caso 1.1


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

No caso 2.1 (Figura 09), constando apenas de peso próprio e inércia bruta constante,
é possível observar maior momento na posição do apoio central.

Figura 09: Caso 2.1


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

No caso 1.2 (Figura 10) é adicionado o novo carregamento e considerando a inércia


bruta, temos a distribuição de momentos como apresentada abaixo.

Figura 10: Caso 1.2


Fonte: Elaboraçã10o própria utilizando Ftool.

No caso 2.2 (Figura 11), é utilizado o mesmo carregamento do caso 1.2 (Figura 10),
e considera-se a inércia média calculada no caso anterior, nas seções da barra onde
37

o momento fletor é maior que o momento de fissuração calculado inicialmente. A


inércia equivalente a cada seção é transferida para a barra seguinte. Então é possível
observar que ocorre uma diminuição da inércia por fissuração onde ocorre aumento
do valor de momento fletor, na posição do apoio central, e há uma redistribuição dos
esforços e dos momentos fletores em função da alteração de inércia e diminuição da
rigidez. Baseado neste gráfico, é recalculada a inércia média das seções onde o
momento fletor ultrapassa o momento de fissuração, e do mesmo modo, esta inércia
é transferida para a próxima barra, gerando o caso 2.3 (Figura 13).

Figura 11: Caso 2.2


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

O caso 2.3 (Figura 13) consta de um carregamento maior, é observado que ainda há
uma concentração de momento fletor na posição do apoio central. Quando comparado
ao caso 1.3 (Figura 12), que considera inércia bruta em toda a dimensão da viga,
também é observado maior momento no apoio central.

Figura 12: Caso 1.3


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.
38

Figura 13: Caso 2.3


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

Utilizando dos dados de momento do gráfico do caso 2.3 (Figura 13), calculou-se
novamente os valores de inércia média e serem utilizados no caso 2.4 (Figura 15). No
caso 2.4 (Figura 15), onde adotou-se uma condição de carregamento máximo,
observa-se uma concentração maior do momento na posição do apoio central.
Quando compara-se os casos 1.4 (Figura 14) e 2.4 (Figura 15), aparentemente, os
momentos do caso 1.4 (Figura 14) apresentam-se melhor distribuídos.

Figura 14: Caso 1.4


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

Figura 15: Caso 2.4


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool
.
39

Do caso 2.3 (Figura 13) para o caso 2.5 (Figura 17), que constam do mesmo
carregamento, há uma redistribuição dos momentos negativos para o vão em função
da diminuição da rigidez, aumentando os momentos fletores ao longo da viga e
diminuindo o momento fletor negativo na posição do apoio central.

Figura 16: Caso 1.5


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

Figura 17: Caso 2.5


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

A fim de realizar comparações de deformações provocadas pelos carregamentos


considerando inércia bruta e inércia variável, nomeou-se os casos com inércia bruta
como Def.1.1, def 1.2, def 1.3, def 1.4 e def 1.5, os números progressivos
representando as respectivas combinações.

Nomeou-se também como def 2.1, def 2.2, def 2.3, def 2.4 e def 2.5, os casos
considerados com aplicação de inércia variada, os números progressivos
representando as respectivas combinações.

Abaixo é possível visualizar os gráficos de deformações gerados pelo programa Ftool,


seguidos pelas tabelas relativas a cada par de gráfico, contendo os valores de
deformação (em cm) encontrados em cada seção da peça. Nas tabelas, a titulação
Deformação 1, representa a deformação da viga com inércia bruta constante, e a
titulação Deformação 2 indica as deformações das vigas com inércia variada aplicada.
40

Figura 18: Deformação 1.1


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

Figura 19: Deformação 2.1


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

Como nos caso 1.1 (Figura 18) e caso 2.1 (Figura 19), como já mencionado
anteriormente, não houve variação de inércia de um caso para o outro, também não
há mudança na deformação.

Figura 20: Deformação 1.2


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.
41

Figura 21: Deformação 2.2


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

Figura 22: Deformação 1.3


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

Figura 23: Deformação 2.3


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.
42

Figura 24: Deformação 1.4


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

Figura 25: Deformação 2.4


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

Figura 26: Deformação 1.5


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.
43

Figura 27: Deformação 2.5


Fonte: Elaboração própria utilizando Ftool.

Em todos os casos de deformação comparados (Figura 18 a Figura 27), é possível


observar que a deformação causada pelos respectivos carregamentos é maior onde
houve variação da inércia por seção, do que nos casos onde foi considerada apenas
inércia bruta ao longo de toda peça. Também é possível observar que do caso de
carregamento de combinação 1 até a combinação 4, ocorreu aumento das
deformações acompanhando o aumento de carregamento. O inverso ocorreu do
carregamento de combinação 4 para a combinação 5, já que ocorreu diminuição nas
cargas (a combinação 5 corresponde a mesma combinação 3), tratando-se de onde
manteve-se inércia constante, a queda da deformação acompanhou a diminuição do
carregamento. Porém, onde é considerado inércia variada, ou seja, do gráfico def 2,4
(Figura 25) para def 2.5 (Figura 27), manteve-se o aumento da deformação, apesar
da diminuição do carregamento.

Sendo assim, pode-se confirmar que quanto maior for o carregamento a qual é
submetida uma estrutura tipo viga, se não houver variação de rigidez, maior é a
deformação provocada na peça devido ao carregamento. Da mesma maneira, a
inércia e a rigidez na peça provocada pelas fissuras tem influência direta nesta
deformação.
44

6. CONCLUSÃO

Baseando-se nos conceitos apresentados neste trabalho, é possível perceber a


importância de conhecer as propriedades dos materiais e comportamento dos
mesmos, quando submetidos a esforços. Além disto, para realizar um projeto
adequado e eficiente é importante ter conhecimento sobre outros fatores que vão além
dos materiais, como carregamentos, estados limites e aspectos que levam a
fissuração. O cuidado com o projeto estrutural é importante não somente para o
aspecto estrutural (em termos de eficiência e segurança), mas também para os
aspectos estéticos do produto final. Atualmente existem normas técnicas criadas para
garantir a execução de uma construção segura e eficiente, que precisam ser
conhecidas, estudadas e executadas.

Com a realização do estudo de caso, pressupondo-se dados de carregamentos


equivalentes aos utilizados para cálculos de projeto, foi possível visualizar como os
conceitos abordados durante a realização deste trabalho são aplicados. Desta
maneira, observando-se os resultados e comportamentos apresentados pela estrutura
tipo viga, constatou-se de forma mais clara a relação das variáveis utilizadas no estudo
e suas importâncias. Observou-se a influência do carregamento, inércia e da variação
de rigidez em função da fissuração sobre a deformação da peça. Quando a peça é
submetida a carregamentos, ela reage gerando momentos fletores, quando tais
momentos apresentam-se maiores que o momento de fissuração calculado significa
que a partir daquele ponto passou a haver fissuração. Com a fissuração, ocorre uma
diminuição da rigidez da peça e consequente redistribuição dos momentos fletores ao
longo da peça e amplificação das deformações.

Desta forma, considera-se, importante este trabalho de conclusão de curso, como um


meio facilitado de entender os conceitos principais apresentados e uma simples
exemplificação de como tais conceitos são aplicados. Assim relacionando
fundamentação teórica adquirida dentro e fora da sala de aula com futura aplicação
prática.

O objetivo do trabalho foi alcançado quanto a revisão bibliográfica realizada sobre o


tema. Observando-se os resultados e influência dos mesmos no comportamento final
45

da estrutura, sugere-se para realização de trabalhos futuros, avaliar a rigidez final da


estrutura e redistribuição de esforços em função dos carregamentos devido ao
processo construtivo.
46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SILVA, I. S. Concreto de alta resistência: composição, propriedades e


dimensionamento. 1995. p.129.
48

ANEXOS
ANEXO A
49
50

Planilha referente aos cálculos utilizados no programa computacional Ftool, para o estudo de caso.
51
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