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SISTEMA FINANCEIRO

INTERNACIONAL
AULA 1

Profª. Polyanna Rodrigues Gondin


CONVERSA INICIAL

A disciplina Sistema Financeiro Internacional tem como objetivo fornecer


instrumentos teóricos e subsídios históricos para a compreensão e análise da
dinâmica temporal do sistema financeiro internacional. Busca-se aumentar o
entendimento do aluno sobre a evolução do sistema financeiro internacional,
ajudando-o a na percepção de aspectos institucionais e teóricos relevantes
nesse sistema.
Nesta aula, será realizada a introdução às políticas monetária e cambial,
além de fundamentos básicos da economia. Busca-se compreender as funções
dessas políticas, bem como o funcionamento do mercado de capitais, as contas
do balanço de pagamentos e a dinâmica dos empréstimos entre as nações.

TEMA 1 – POLÍTICA MONETÁRIA: DEFINIÇÃO E OBJETIVOS

A política monetária pode ser definida como o “controle da oferta de


moeda e das taxas de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da
política econômica global do governo” (Lopes; Rossetti, 2002, p. 253).
Alternativamente, de acordo com Gremaud, Vasconcellos e Toneto Júnior
(2011, p. 201) pode ser definida, também, como a “atuação das autoridades
monetárias para definir a liquidez da economia”. Atualmente, é uma das formas
mais utilizadas pelas autoridades para intervir na esfera econômica.
Faz-se necessário inicialmente apresentar o conceito de moeda e suas
funções. Gremaud, Vasconcellos e Toneto Júnior (2011, p. 202) definem moeda
como tudo aquilo que, geralmente, é “aceito para liquidar as transações, isto é,
para pagar pelos bens e serviços”. Além disso, a moeda intermedia as trocas e
permite a separação temporal entre o ato de compra e de venda (Gremaud;
Vasconcellos; Toneto Júnior, 2011). A moeda tem três funções básicas: meio de
troca, reserva de valor e unidade de conta. A função mais importante é servir
como meio de troca, ou seja, meio de pagamento amplamente aceito. Além
dessa função, a moeda serve como unidade de conta, pois serve como um
instrumento pelo qual as mercadorias são cotadas, de acordo com os autores
acima referenciados. A moeda também transfere valor do presente para o futuro,
pois é considerada uma reserva de valor (Krugman; Obstefeid, 2010).
Os indivíduos demandam moeda por três motivos. O motivo transacional
está relacionado com a função meio de troca: os indivíduos demandam moeda

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para adquirirem bens. De acordo com Gremaud, Vasconcellos e Toneto Júnior
(2011, p. 208), os indivíduos também demandam moeda pelo motivo precaução,
pois ele se relaciona com a função reserva de valor, com isso, o indivíduo
demanda “moeda para precaver-se dos infortúnios”. O último motivo é a
especulação: seu objetivo é guardar moeda para adquirir títulos que permitam o
ganho de rendimentos. Assim, a demanda de moeda dependerá “tanto da renda
(motivo transação e precaução) como [sic] da taxa de juros nominal (motivo
especulação)”, o que está diretamente relacionada à renda e inversamente
relacionada à taxa de juros (Gremaud; Vasconcellos; Toneto Júnior, 2011,
p. 210).
Já a oferta de moeda é feita pelos bancos comerciais e o Banco Central
(Bacen). Este é responsável por emitir a moeda nacional e por conduzir a política
monetária da economia.
A política monetária é um instrumento relevante por meio do qual as
autoridades governamentais atuam com vistas à estabilidade econômica de um
país. De acordo com Gremaud, Vasconcellos e Toneto Júnior (2011), os
instrumentos de controle monetário são:

 Reservas compulsórias: valor que os bancos comerciais devem


depositar para o Banco Central. Quanto maior a taxa dessas reservas,
menor será a oferta de moeda.

 Taxa de redesconto: taxa de juros cobrada pelo Banco Central para


emprestar dinheiro aos bancos comerciais. Quanto maior essa taxa,
menor a oferta monetária.

 Operações de mercado aberto: o Bacen compra e vende títulos para


controlar a liquidez da economia. Quando ele compra títulos, haverá
expansão da quantidade de moeda em circulação.

TEMA 2 – POLÍTICA CAMBIAL E AS TROCAS INTERNACIONAIS

O comércio doméstico é realizado ao ter como base a moeda


nacionalmente estabelecida. Para realizar trocas com outras economias, existe
a necessidade de conversão entre as diferentes moedas. Essa conversão é
denominada taxa de câmbio. De acordo com Carvalho e Silva (2002, p. 150), é
a taxa pela qual duas moedas de diferentes países podem ser trocadas
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expressando o “preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda
estrangeira”. Quando se fala que um dólar americano vale três reais e dez
centavos, por exemplo, está se expressando a taxa de câmbio entre essas duas
moedas: US$1,00 = R$3,10.
É importante levar em consideração: a taxa de câmbio será influenciada
pela oferta e demanda de moeda estrangeira que entra ou sai de uma
determinada economia (Carvalho; Silva, 2002). Assim, caso entre muita moeda
estrangeira no país, ela se tornará menos escassa e seu preço em moeda
nacional tenderá a reduzir. Essa diminuição no preço da moeda estrangeira em
moeda nacional é denominada de valorização cambial. Caso a moeda
estrangeira comece a sair do país e se torne escassa, seu preço aumentará,
ocasionando o que chamamos de desvalorização cambial.
Uma valorização cambial estimula as importações, uma vez que os
importadores precisarão de menos moeda nacional por moeda estrangeira.
Porém, uma desvalorização cambial estimulará as exportações, pois os
exportadores passarão a receber mais moeda nacional por moeda estrangeira.
Segundo Carvalho e Silva (2002), a “política cambial envolve a
determinação do regime cambial que nada mais é do que uma regra adotada
pela autoridade monetária de um país para determinar a sua taxa de câmbio”.
Existem dois tipos de regimes cambiais: fixo e flutuante. Em um regime de
câmbio fixo, o Banco Central fixa o preço de uma moeda estrangeira em moeda
nacional. No regime de câmbio flutuante, o Banco Central permite que o mercado
estabeleça o preço da moeda estrangeira.

TEMA 3 – AS CONTAS DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

No tópico anterior, foi apresentado o conceito de política cambial,


mostrando, entre outras coisas, como o câmbio influencia a importação e
exportação de bens e serviços. Nesse momento, a atenção será dada ao registro
contábil das transações econômicas que um país faz com o restante do mundo.
O balanço de pagamentos é o registro estatístico de todas as transações
econômicas realizadas entre os residentes de um país e os não residentes, em
um determinado período de tempo (Banco Central do Brasil, 2002).
O balanço de pagamentos é composto por três contas: transações
correntes, conta capital e financeira, e erros e omissões (Fordelone, 2013). A

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conta de transações correntes resume a diferença entre o total de exportações
e de importações tanto de mercadorias quanto de serviços, incluindo também o
saldo das transferências unilaterais. A conta capital e financeira, por sua vez,
“agrupa as transações que representam modificações nos direitos e obrigações
de residentes no país com não residentes”. A conta erros e omissões tem como
finalidade cobrir os erros estatísticos cometidos e as transações não registradas
(Gremaud; Vasconcellos; Toneto Júnior, 2011, p. 257).
A soma dessas três contas resulta no balanço de pagamentos. Esse
balanço pode ser superavitário ou deficitário. O saldo do balanço será
superavitário quando houver mais entrada do que saída de recursos. Contudo,
caso a saída de recursos seja maior que a entrada, haverá um déficit no balanço
de pagamentos. Gremaud, Vasconcellos e Toneto Júnior (2011, p. 259) afirmam:
o valor obtido pela soma das três contas “corresponderá um valor igual, porém,
com sinal contrário, na conta de Transações Compensatórias”. Isso é feito para
equalizar os débitos e créditos no balanço.

TEMA 4 – MERCADO DE CAPITAIS

O processo de globalização permitiu o aumento expressivo do intercâmbio


entre países. Esse movimento permitiu que o mercado de capitais adquirisse
grande relevância no cenário financeiro internacional. Mas o que seria esse
mercado? É um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem como
intuito proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu
processo de capitalização. É formado pelas bolsas de valores, corretoras e
outras instituições financeiras autorizadas. E qual é o papel das bolsas de
valores nesse mercado? Elas criam, organizam e regulam mercados, nos quais
as ações emitidas são negociadas (BM&F BOVESPA, 2011).
O mercado de capitais torna possível a utilização de um mecanismo
alternativo de financiamento das empresas: a abertura de capital por meio da
emissão e venda de ações ao público. Assim, nesse mercado, são negociadas
ações e outros títulos de dívidas de emissão das empresas. Ações são valores
mobiliários emitidos por sociedades anônimas e representam a fração mínima
do capital das empresas. Quando as adquirem de uma determinada empresa,
os investidores tornam-se coproprietários e participam dos resultados.

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TEMA 5 – EMPRÉSTIMOS INTERNACIONAIS E DÍVIDA PÚBLICA

Dívida pública refere-se a quanto o governo deve para entidades e para a


sociedade, já que ele contrai empréstimos para financiar gastos que não são
cobertos pela arrecadação de impostos. A dívida pública é contraída pelo
Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo que inclui o
refinanciamento da própria dívida, dentre outros (O que é..., 2016.). Essa dívida
pode ser contraída internamente, com credores que residem no país, ou
externamente, com credores não residentes. Esses credores podem incluir
bancos públicos e privados, investidores privados, instituições financeiras
internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), além de governos
de outros países.
O endividamento público pode ocorrer por meio de emissão de títulos. A
dívida por esse mecanismo é conhecida como mobiliária ou, se for pela
assinatura de contratos, é classificada como contratual (O que é..., 2016). Para
emprestar recursos e realizar investimentos em uma determinada economia, os
credores levam em consideração o “risco país”. Ele é um indicador que objetiva
determinar o grau de instabilidade econômica de cada país. Ou seja, esse
indicador expressa o risco de crédito a que investidores estrangeiros
submetem-se ao investir em determinada economia (Banco Central do Brasil,
2015). Quanto maior esse risco, menor é a capacidade do país para atrair
investimento externo. Assim, se o risco é alto, o país eleva as taxas de juros que
remuneram os títulos, para torná-los atraentes.
Quanto maior a dívida externa de uma economia, mais dependente em
relação a credores externos ela será. Portanto, esse endividamento é importante
para a regulação e crescimento econômico.

TROCANDO IDEIAS

Tema 1

Leitura complementar: para mais informações a respeito das funções da


moeda e os tipos de moeda existentes:

KRUGMAN, P.; OBSTEFELD, M. Economia internacional. 8. ed. São Paulo:


Prentice Hall do Brasil, 2010.

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GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M. A. S.; TONETO JÚNIOR, R. Economia
brasileira contemporânea. 7. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2011.

Saiba mais:
Para entender sobre a atuação do Banco Central brasileiro, consulte:

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br>.


Acesso em: 10 dez. 2016.

Tema 2

Saiba mais:
Para entender mais sobre taxa de câmbio, variações e também a relação dela
com o Plano Real, leia o documento elaborado pelo Dieese O câmbio e sua
influência na economia. Acesse:

DIEESE – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos


Socieconômicos. Nota técnica n. 24: o câmbio e suas influências na economia.
São Paulo, 2006. Disponível em:
<http://www.dieese.org.br/notatecnica/2006/notatec24cambio.pdf>. Acesso em:
10 dez. 2016.

Saiba mais:
Busque em sites as cotações do real em euro e dólar.

NAKABASHI, L.; CRUZ, M. J. V.; SCATOLIN, F. D. Efeitos do câmbio e juros


sobre as exportações da indústria brasileira. Economia contemporânea, Rio de
Janeiro, v. 12, n. 3, p. 433-461. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rec/v12n3/02.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016.

Tema 3

Saiba mais:
Para entender melhor a estrutura do balanço de pagamentos (BP) brasileiro e
verificar alguns de seus números, acesse este documento elaborado pela
Secretaria de Política Econômica, correspondente ao ano de 2015:

BRASIL. Ministério da Fazenda. Balanço de Pagamentos. Brasília, DF, 2015.


Disponível: <http://www.spe.fazenda.gov.br/conjuntura-economica/setor-
externo/arquivos/ie-2015-07-22-balanco-de-pagamentos.pdf>. Acesso em: 10
dez. 2016.
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Saiba mais:
Para ver a estrutura de um BP acesse a matéria de Yolanda Fordelone. Nela, a
autora apresenta as contas e seus objetivos.
FORDELONE, Y. Balanço de Pagamentos representa a poupança do País.
Estadão, 22 mar. 2013. Disponível em:
<http://economia.estadao.com.br/blogs/descomplicador/entenda-balanca-de-
pagamentos-e-a-poupanca-do-pais/>. Acesso em: 10 dez. 2016.

Tema 4

Leitura complementar: aprenda um pouco mais sobre o Mercado de Capitais


Brasileiro com o texto “Mercado de Capitais” de Fernanda Perobelli. Acesse:
PEROBELLI, F. F. C. O mercado de capitais. GV Executivo, v. 6, n. 1, 2007.
Disponível em;
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/gvexecutivo/article/view/34317/3312
4>. Acesso em: 13 dez. 2016.

Tema 5

Saiba mais:
Para saber mais sobre alguns conceitos de dívida pública e a dívida pública
brasileira, acesse o livro: Dívida Pública: a experiência brasileira. Acesse em:
SILVA, A. C.; CARVALHO, L. O.; MEDEIROS, O. L. (Orgs.). Dívida pública: a
experiência brasileira. Brasília, DF: Secretaria do Tesouro Nacional, 2009.
Disponível em:
<http://www3.tesouro.gov.br/divida_publica/downloads/livro/livro_eletronico_co
mpleto.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2016.

SÍNTESE

Nesta aula, foi possível investigar alguns dos conceitos e fundamentos


básicos da economia. Isso é relevante para analisar o funcionamento da
economia global, além de ser base para as próximas aulas.
Foi possível estudar sobre a dinâmica da política monetária e da política
cambial, verificando a importância da atuação do governo para estimular a
economia. Além disso, analisamos a estrutura do balanço de pagamentos,

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verificando suas principais contas e o significado dos saldos superavitários e
deficitários. Estudamos também sobre o mercado de capitais, importante
mecanismo de financiamento utilizado por empresas. Por fim, abordamos a
temática dos empréstimos internacionais e da dívida pública. Com isso,
finalizamos essa primeira aula, com temas relevantes para compreender o
Sistema Financeiro Internacional e sua dinâmica de funcionamento.

REFERÊNCIAS
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Balanço de Pagamentos. Brasília, DF, 2002.
Disponível em:
<http://www4.bcb.gov.br/pec/series/port/metadados/mg152p.htm> Acesso em:
13 dez. 2016.

_____. Diretoria de Política Econômica. Departamento de Relacionamento com


Investidores e Estudos Especiais. Risco-país: informações até março de 2015.
Brasília, DF, 2015. Disponível em:
<http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/faq%209-
risco%20pa%C3%ADs.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2016.

BM&F BOVESPA. Introdução ao Mercado de Capitais. [S.l.]: [s.n], 2011.


Disponível em:
<https://corretora.miraeasset.com.br/global/bz/po/downloads/cursosOnline/Intro
du%C3%A7%C3%A3o_ao_Mercado_de_Capitais.pdf> Acesso em: 13 dez.
2016.

CARVALHO, M. A. de; SILVA, C. R. L. da. Economia Internacional. 2. ed. São


Paulo: Saraiva, 2002.

FORDELONE, Y. Balanço de Pagamentos representa a poupança do País.


Estadão, 22 mar. 2013. Disponível em:
<http://economia.estadao.com.br/blogs/descomplicador/entenda-balanca-de-
pagamentos-e-a-poupanca-do-pais/>. Acesso em: 14 dez. 2016.

GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M.A.S.; TONETO JÚNIOR, R. Economia


brasileira contemporânea. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

KRUGMAN, P.; OBSTEFELD, M. Economia internacional. 8. ed. São Paulo:


Prentice-Hall do Brasil, 2010.

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LOPES, J. C.; ROSSETTI, J. P. Economia monetária. 8. ed. São Paulo: Atlas,
2002.

O QUE É Dívida Pública Federal? Tesouro nacional. Disponível em:


<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/o-que-e-a-divida-publica-federal->
Acesso em: 13 dez. 2016.

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