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Associação de Ensino e Pesquisa Graccho Cardoso S/C Ltda.


Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe
FANESE

DIREITO DOS CONTRATOS – APOSTILA Nº 01


Prof. Edson Oliveira da Silva (E-mail:edsonoliveira@prof.fanese.edu.br) (Tel: 99908-8710)
Insta: @profedsonoliveira – Face: Edson Oliveira
Apostila nº 01

1. APRESENTAÇÃO DA EMENTA:
a. Teoria geral do contrato
b. Classificação dos contratos
c. Cessão de contratos
d. Efeitos e vícios nos contratos
e. Extinção dos contratos
f. Contratos de compra e venda
g. Doação
h. Locação
i. Comodato
j. Mútuo
k. Depósito
l. Seguro
m. Empreitada
n. Mandato
o. Fiança

2. PRELIMINARES SOBRE PROCESSO CONTRATUAL

Negociação Conclusão do negócio jurídico

Tratativas Existência
Pré-contratual Pagar o Sinal (Arras)
Deveres de Probidade e Boa-fé (Art. 421 do CC) Confirmatórias (Arts. 417, 418 e 419 do CC)
Formação do Contrato Penitenciais (Art. 420 do CC) – Direito de Arrependimento

FANESE / Curso de Direito / Direito Civil III / Prof. Me. Edson Oliveira / Apostila nº 01 1
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3. Artigos que merecem destaque da Seção I do título que versa sobre contratos

Neste último tópico do conteúdo “Teoria Geral dos Contratos” são apresentados os artigos
constantes na seção I (Preliminares) do Título V que trata “Dos contratos em geral”.

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da


função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas
gerais fixadas neste Código.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

ANOTAÇÕES
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4. TEORIA GERAL DO CONTRATO


a. Conceito de contrato:
Na sociedade hodierna diariamente ocorrem as mais diversas celebrações de contratos. É
importante ressaltar que, muitas delas acontecem sem que percebamos. Na visão de Carlos
Roberto Gonçalves (2009), o contrato é uma espécie de negócio jurídico que depende, para a sua
constituição, da participação de no mínimo duas pessoas. Por isso, o contrato é denominado de
negócio jurídico bilateral ou plurilateral. Já, o negócio jurídico unilateral aperfeiçoa-se com a
vontade de apenas uma das partes, como ocorre no caso do testamento.
A bilateralidade dos contratos reflete-se na composição de interesses. Neste contexto, o
contrato é a principal e a mais comum fonte de formação da relação obrigacional. Da mesma
forma que o direito serve para regular as relações sociais, os contratos são instrumentos para
regulamentar o modo com as pessoas celebram os negócios jurídicos.
Na concepção de Farias e Rosenvald (2017, p. 148), o contrato atualmente pode ser definido
como uma ferramenta de tutela à pessoa humana, “um suporte para o livre desenvolvimento de
sua existência, inserindo-se a pessoa em sociedade em uma diretriz de solidariedade (art. 1º, III,
da CF/88), na qual o „estar para o outro‟ se transforma em linha hermenêutica de todas as
situações patrimoniais”.
Para Caio Mário apud Gonçalves (2009) o contrato é um acordo de vontades, na
conformidade da lei, tendo por objetivo adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar e
extinguir direitos. Depreende-se desta definição a diversidade de finalidades que engendram as
relações contratuais.

b. Evolução histórica
Ao longo dos anos, assim como no caso dos demais negócios jurídicos, os contratos
passaram por algumas modificações. Na visão de Gonçalves (2009) o direito romano
diferenciava „contrato‟ de „convenção‟, pois, esta representava o gênero, do qual o contrato e o
pacto eram espécies. O Código Napoleônico de 1804 manteve a concepção de que a convenção
era o gênero, além disso, associava a noção de contrato à liberdade e interligava ao direito de
propriedade, considerando o contrato um instrumento técnico-jurídico adequado para a
transferência de riquezas.
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Na visão do referido autor, o Código Civil alemão, alguns anos depois, passou a considerar o
contrato como uma espécie de negócio jurídico. Os Códigos Civis francês e alemão concebiam o
contrato com a predominância da autonomia da vontade, de forma que as partes pudessem
deliberar livremente para a formação do contrato, em situação de igualdade. Contudo, essa
espécie de contrato, eminentemente privado e paritário representa uma pequena parcela dos que
são realizados nos dias atuais.
O Código Civil de 2002 também concebeu o contrato como um negócio jurídico.
Atualmente, de modo geral, as expressões contrato, convenção e pacto têm sido empregadas
como sinônimas. O aludido código deixou claro que a liberdade de contratar só pode ser
concretizada em consonância com os fins sociais do contrato, sem que se perca de vista os
valores primordiais da boa-fé e da probidade. Neste sentido, o art. 421 do CC/2002 destaca que:
“A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”,
este artigo abre as disposições preliminares do “Título V - Dos Contratos em geral”. Segundo
Farias e Rosenvald (2017), o negócio jurídico deriva do elemento volitivo (vontade humana). De
modo que, a exteriorização da vontade é uma das características que se destaca nos negócios
jurídicos. Apesar disto, cabe registrar que o elemento volitivo, decorrente da autonomia da
vontade e da autonomia privada, característica dos negócios jurídicos, não mais assume caráter
absoluto, pois, vem sofrendo a ingerência das normas de ordem pública, especialmente, das
normas constitucionais em que se busca respeitar os valores essenciais da vida humana
(dignidade, segurança, igualdade, liberdade) e as fundamentais instâncias de sua promoção e
desenvolvimento (saúde, trabalho, educação).
A economia de massa exige contratos impessoais e padronizados, que não mais estão em
consonância com o princípio da autonomia da vontade, que será apresentado mais
detalhadamente na próxima aula. Hodiernamente, o Estado tem intervindo, constantemente, na
relação contratual privada visando garantir a supremacia das previsões constitucionais,
relegando a autonomia privada a um plano secundário. A intervenção estatal tem apontado para
um dirigismo contratual, em determinados setores que são de interesse da coletividade.
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Nessa mesma linha Gonçalves (2009) também afirma que a grande aplicabilidade do direito
dos contratos nas casuísticas cotidianas ratifica a relevância desta temática. Por exemplo, no
direito civil, o contrato encontra-se presente não só no direito das obrigações, assim como, no
direito das coisas (como no caso da hipoteca), no direito de família (como no caso do
casamento), no direito das sucessões (como no caso da partilha em vida). Daí, depreende-se a
importância do estudo deste conteúdo para a compreensão deste ramo do direito privado que é o
direito civil.
c. Função social do contrato
O Código Civil de 2002 adotou o „princípio da socialidade‟, sobre o tema Gonçalves (2009)
salienta que, por meio deste princípio o aludido código reflete a prevalência dos valores
coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana. A
função social dos contratos representa um dos princípios contemporâneos que deve ser
observado e aplicado aos contratos.
Segundo Caio Mário apud Gonçalves (2009), a função social do contrato tem como função
precípua limitar a autonomia da vontade, ainda que a acenada limitação possa atingir a própria
liberdade de contratar. O texto do art. 421 do CC/2002 evidencia a compreensão de que a
restrição à liberdade contratual não representa apenas uma exceção a um direito absoluto, mas
como expressão da função metaindividual que integra o direito de contratar.
Para o autor em tela, o atendimento à função social pode ser focalizado sob dois prismas: um
individual, no que concerne aos contratantes, que se amparam no contrato para atender a
interesses particulares, e outro, público, que representa o interesse da coletividade sobre o
contrato.
Dentro desta perspectiva, o parágrafo único do art. 2.035 do CC/2002 salienta que;
“Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os
estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos”.
Como observado, as partes podem celebrar seus contratos com ampla liberdade, desde que em
consonância com as normas de ordem pública, como é o caso da disposição constante no art.
421 do Código Civil.
d. Condições de validade do contrato
Na concepção de Gonçalves (2009) para que um certo negócio jurídico possa produzir
efeitos, de modo que se possibilite a aquisição, modificação ou extinção de direitos faz-se
necessário o preenchimento de determinados requisitos de validade. Pois, quando ocorre a falta
de um desses requisitos, o negócio jurídico é considerado inválido, de forma que não produz o
efeito jurídico em questão será nulo ou anulável.

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Para facilitar a compreensão acerca da nulidade ou anulabilidade de um negócio jurídico


faz-se necessário recorrer a diferenciação entre estes vícios de invalidade. A principal distinção
entre os dois vícios (nulidade e anulabilidade) concerne ao bem jurídico que visam proteger.
Deste modo, quando se busca evitar a violação a norma de ordem pública, que tem um claro
interesse social, a lei refere-se à nulidade. Já, quando se tutela de interesse puramente individual,
particular, que atine exclusivamente ao interesse das partes, dá-se através da anulação. No
quadro a seguir apresentam-se as principais diferenciações:

DISTINÇÃO ENTRE NULIDADES E ANULABILIDADES


Nulidades Anulabilidades
Fundamenta-se em razão de ordem pública. Fundamenta-se em razão de ordem privada
Pode ser declarada de ofício pelo magistrado, Somente poderá ser invocada por aquele a
a requerimento do MP, ou de qualquer quem aproveite, não podendo ser reconhecida
interessado. de ofício
Não é suscetível de confirmação. É suscetível de confirmação ou redução.
Não convalesce pelo passar do tempo. Prazo decadencial de quatro anos.
Não produz efeitos. Produz efeitos, enquanto não for anulada.
Reconhecida através de ação meramente Reconhecida por intermédio de ação
declaratória. desconstitutiva, sujeita a prazo decadencial.
Admite conversão substancial. Admite sanção pelas próprias partes.
Quadro 1.1: Distinção entre nulidades e anulabilidades.
Fonte: Farias e Rosenvald (2017, p. 71), adaptado pelo autor.

Diante do exposto no quadro anterior, pode-se dizer que um contrato é inválido quando há a
ausência ou o defeito de um de seus requisitos, não produzindo efeitos desde a sua formação
(contrato nulo) ou produzindo efeitos por certo tempo, até ser anulado (contrato anulável).
Além do exposto, é necessário abordar acerca dos requisitos ou condições de validade dos
contratos, sendo elas segundo Gonçalves (2009, p. 13-14) de duas espécies: “a) de ordem geral,
comuns a todos os atos e negócios jurídicos, como a capacidade do agente, o objeto lícito, possível,
determinado ou determinável, e a forma prescrita ou não defesa em lei (CC, art. 104); b) de ordem
especial, específico dos contratos: o consentimento recíproco [...]”. Neste contexto, os requisitos de
validade do contrato podem ser distribuídos em três grupos: subjetivos, objetivos e formais, como
dispostos nos quadros a seguir.

REQUISITOS SUBJETIVOS
Capacidade Os contratos serão nulos (CC, art. 166, I) ou anuláveis (CC, art. 171, I),
genérica se a capacidade, absoluta ou relativa, não for provida pela representação
ou pela assistência (CC, arts. 1.634, V, 1.747, I, e 1.781). No que
concerne as pessoas jurídicas exige-se a intervenção de quem os seus
estatutos apontarem para representa-las ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente.
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Aptidão específica Além da capacidade geral, exige a lei especial para contratar. Algumas
para contratar vezes, para celebrar determinados contrato, requer-se uma capacidade
especial , mais intensa que a habitual, como ocorre na doação, na
transação, na alienação onerosa, em que se exigem a capacidade ou o
poder de disposição das coisas ou dos direitos que são objeto do
contrato.
Consentimento O requisito de ordem especial, próprio dos contratos, é o consentimento
recíproco ou acordo de vontades. Deve engendrar os seus três aspectos:
a) acordo sobre a existência e natureza do contrato; b) acordo sobre o
objeto do contrato; c) acordo sobre as cláusulas que o compõem.
REQUISITOS OBJETIVOS
Licitude de seu Objeto lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou bons costumes.
objeto Objeto imediato do negócio é sempre uma conduta humana e se
denomina prestação: dar, fazer ou não fazer. Objeto mediato são os bens
ou prestações sobre os quais incide a relação jurídica obrigacional.
Possibilidade O objeto deve ser, também, possível. Quando impossível, o negócio é
física ou jurídica nulo (CC, art. 166, II). A impossibilidade do objeto pode ser física ou
do objeto jurídica. Impossibilidade física é a que emana das leis físicas ou
naturais.
Determinação de O objeto do negócio jurídico deve ser, igualmente, determinado ou
seu objeto determinável (indeterminado relativamente ou suscetível de
determinação no momento da execução). Admite-se, assim, a venda de
coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade (CC, art.
243), que será determinada pela escolha, bem como a venda alternativa,
cuja indeterminação cessa com a concentração (CC, art. 252).
REQUISITOS FORMAIS
Forma livre É a dominante no direito brasileiro (CC, art. 107). É qualquer
instrumento de manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente
pela lei (palavra escrita ou falada, escrito público ou particular, etc.)
Forma especial ou É a estabelecida pela lei, como requisito de validade de determinados
solene negócios jurídicos. Em regra, a existência de que o ato seja praticado
com observância de certa solenidade tem por objetivo garantir a
autenticidade dos negócios, assegurar a livre manifestação da vontade,
demonstrar a seriedade do ato e facilitar a sua prova. A forma especial
pode ser única ou múltipla (plural). Sendo única quando por lei não pode
ser substituída por outra. Já, múltipla quando o ato é solene, mas a
norma permite a formalização do negócio por variadas formas, podendo
o interessado optar validamente por uma delas.
Forma contratual É aquela convencionada pelas partes. Neste sentido, o art. 109 do
CC/2002 versa que: “no negócio jurídico celebrado com a cláusula de
não valer ser instrumento público, este é da substância do ato”. Como
exemplos, pode-se citar a escritura pública, na aquisição do imóvel (CC,
art. 108), e as formas de reconhecimento de filhos (CC, art. 1.609).
Quadro 1.2: Requisitos de validade dos contratos.
Fonte: Gonçalves (2009), adaptado pelo autor.

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e. Elementos estruturais do negócio jurídico


Ao abordar sobre os elementos estruturantes do negócio jurídico recorreu-se a teoria
da Escada Ponteana, através da qual se concebeu uma estrutura padrão para explicar os planos de
existência, de validade e de eficácia, como disposto em seguida:

Figura 1.2: Escada Ponteana.


Fonte: Disponível em https://rumoamagistratura.wordpress.com/2015/07/25/direito-civil-fatos-juridicos-negocios-
juridicos-forma-do-negocio-juridico-condicao-termo-e-encargo-representacao/, acesso em 21 dez. 17.

Para Farias e Rosenvald (2017), a partir da organização constante na figura anterior (escada
ponteana) percebeu-se a seguinte estruturação do negócio jurídico:

ESTRUTURAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO


Plano de existência Relativo ao ser, ou seja, à sua estruturação, de acordo com a presença
de elementos básicos, fundamentais, para que o negócio jurídico possa
ser admitido, considerado.
Plano da validade Refere-se à aptidão do negócio frente ao ordenamento jurídico para
produzir efeitos concretos.
Plano da eficácia Tendo pertinência com a capacidade do negócio jurídico de produzir,
desde logo, efeitos jurídicos ou ficar submetido a determinados
elementos acidentais, que podem conter ou liberar tal eficácia.
Quadro 1.3: Estruturação do negócio jurídico.
Fonte: Farias e Rosenvald (2017, p. 68-69), adaptado pelo autor.

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Para os mencionados autores, no plano de existência é preciso preencher pressupostos ou


elementos de existência. Já, no que se refere ao plano de validade é necessário que sejam atendidos
os requisitos de validade e, finalmente, no plano de eficácia, localizam-se fatores de eficácia. O
estudo acerca dos referidos planos é de significativa importância para que se possa analisar a
estruturação do negócio jurídico.
A exemplo do princípio da boa-fé consolidado no art. 421 do CC/2002, outros aplicáveis ao
direito contratual merecem ser ressaltados, pois, inspirar e regular a concretização do processo
contratual, no próximo tópico destacaremos estes princípios.
f. Princípios fundamentais do direito contratual
O princípio da função social do contrato apresentado anteriormente, juntamente, com outros
princípios inspira as relações contratuais. Segundo Gonçalves (2009) o direito dos contratos
rege-se por uma variedade de princípios, dentre eles destacam-se os seguintes: da autonomia da
vontade, da supremacia da ordem pública, do consensualismo, da relatividade dos efeitos, da
obrigatoriedade, da revisão ou onerosidade excessiva e da boa-fé, como será exibido a seguir.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL


Princípio da autonomia da Funda-se exatamente na ampla liberdade contratual, ou seja,
vontade no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses
através do acordo de vontade, suscitando efeitos tutelados
pela ordem jurídica. Este princípio não tem caráter absoluto.
Este princípio teve seu apogeu após a Revolução Francesa,
com a predominância do individualismo e a pregação de
liberdade em todos os âmbitos, inclusive na seara contratual.
Liberdade de contratar versus liberdade contratual. A
liberdade de contratar está relacionada com a escolha da
pessoa ou das pessoas com quem o negócio será celebrado.
Superação da Pacta Sunt Servanda.
Princípio da supremacia da A liberdade contratual sempre encontrou limitação na ideia
ordem pública de ordem pública, pois, entende-se que o interesse da
coletividade deve prevalecer quando colide com o interesse
individual. Por isso, o princípio da autonomia da vontade
encontra-se limitado pelo ordenamento jurídico. Em síntese,
a noção de ordem pública e o respeito aos bons costumes
constituem freios e limites à liberdade contratual. Interesse
social deve prevalecer quando em colisão com o interesse
individual. Limitador a autonomia da vontade. Serve para
mitigar a desigualdade contratual. Não pode ser afastado por
convenção das partes (Art. 17 da Lei de Introdução às
normas do Direito Brasileiro). Cabe aos tribunais verificar
no caso em concreto o risco da Ordem Pública.
Princípio do consensualismo Este princípio decorre da moderna concepção de que o
contrato resulta do consenso, do acordo de vontades,
independente da entrega da coisa. O foco é a comunhão de
interesse entre as partes contratantes.

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Princípio da relatividade dos Preconiza que os efeitos do contrato só se produzem em


efeitos relação às partes, àqueles que manifestam a sua vontade,
vinculando-os ao seu conteúdo, não atingindo terceiros nem
seu patrimônio.
Princípio da obrigatoriedade Também denominado princípio da força vinculante dos
dos contratos contratos, reflete a irreversibilidade da palavra empenhada.
Este princípio encontra fundamento na necessidade de
segurança nos negócios, que deixariam de existir se os
contratantes pudessem não cumprir com a palavra
empenhada, gerando uma total confusão contratual e uma
insegurança jurídica. Fundamento na necessidade de
segurança jurídica dos negócios e na imutabilidade destes.
Decorrente da ideia clássica de autonomia da vontade.
Obrigatoriedade da convenção (Pacta Sunt Servanda). O
princípio está mitigado ou relativizado. As mudas devem ser
bilateriais. Princípio da conservação dos contratos.
Princípio da revisão ou Este princípio opõe-se ao princípio da obrigatoriedade, pois,
onerosidade excessiva e da autoriza aos contraentes recorrerem ao Judiciário, para
boa-fé obterem a modificação na convenção e condições mais
humanas, em determinadas casuísticas. A teoria rebus sic
stantibus que trata dessa situação trata basicamente de
presumir, nos contratos comutativos, de trato sucessivo e de
execução diferida, a existência implícita de uma cláusula,
pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a
inalterabilidade da situação de fato. Contudo, se o cenário
for alterado em face de casuísticas extraordinárias, que torne
o adimplemento excessivamente oneroso para o devedor,
este poderá requer ao magistrado que o isente da obrigação,
parcial ou totalmente.
Quadro 1.4: Princípios fundamentais do direito dos contratos.
Fonte: Gonçalves (2009), adaptado pelo autor.

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g. Inadimplemento das obrigações contratuais:

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h. Questão de concurso sobre “Teoria Geral dos Contratos”

PROMOTOR/SP -2010 - MPSP - 87º CONCURSO (Civil, questão 37) 1


37. Assinale a alternativa correta:
a) o princípio da autonomia privada, segundo o qual o sujeito de direito pode contratar com
liberdade, está limitado à ordem pública e à função social do contrato.
b) a exigência da boa-fé se limita ao período que vai da conclusão até a execução do contrato.
c) segundo o entendimento sumular, a cláusula contratual limitativa de dias de internação
hospitalar é perfeitamente admissível quando comprovado que o contratante do seguro saúde
estava ciente do seu teor.
d) a função social justifica o descumprimento do contrato, com fundamento exclusivo na
debilidade financeira.
e) os contratos atípicos não exigem a observância rigorosa das normas gerais fixadas no
Código Civil, pois que nestes casos os contratantes possuem maior liberdade para contratar.

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Disponível em <http://www.conteudojuridico.com.br/questao,promotorsp-2010-mpsp-87o-concurso-civil-questao-37-
37-assinale-a-alternativa-correta,70896.html>, acesso em 21 jan. 20.
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i. Omissão legislativa:

Diferença de “Dever” e “Obrigação”

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j. Referências bibliográficas

FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: contratos. 7. ed.
ver., e atual. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: contratos e atos unilaterais. – Volume
III – São Paulo: Saraiva, 2017.

TEPEDINO, Gustavo; BARBOSA, Heloisa Helena; Moraes, Maria Celina Bodin de. Código
civil interpretado: conforme a constituição da República. – Rio de Janeiro: Renovar, 2016.
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