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UNIVERSIDADE FEDERAL CAMPUS DE

DO PARANÁ JANDAIA DO SUL

Acidente de trabalho: definição Legal e


Conceitual

Disciplina: Gestão da Segurança e Saúde no


Trabalho (JEP007)
Professor: William Rodrigues dos Santos
Evolução histórica da legislação do
Trabalho
 Teoria da culpa (início do século 19)
 Preconizava que todo acidente do trabalho tinha um
culpado, como infringir uma lei pertinente ao código
criminal (ou o empregador ou o funcionário)
 O empregador seria culpado se fornecesse os
equipamentos, ferramentas, materiais ou instalações
que levassem ao acidente.
 O empregado seria o culpado se o acidente fosse
provocado por negligência, imperícia ou
intencionalmente fora das regras de trabalho.

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Evolução histórica da legislação do
Trabalho
 Teoria da culpa (início do século 19)
 Nas análises dos acidentes de trabalho, por essa
teoria, evento se constituía em uma ação dolosa do
trabalhador — atos inseguros, devido à
imprudência, negligência ou falta de diligência, ou
do empregador — condições inseguras, em razão
de falhas técnicas e/ou organizacionais
relacionadas com as condições de trabalho. O
acidente era considerado unicausal.
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Evolução histórica da legislação do
Trabalho
 Teoria da culpa (início do século 19)
 Para ter direito à indenização, o acidentado tinha de
provar que a falha não era sua, mas do patrão ao
oferecer-lhe condições de trabalho inseguras.

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Evolução histórica da legislação do
Trabalho
 Teoria do risco profissional (1883)
 O acidente ocorria em função do exercício do trabalho
nas fábricas, então os proprietários destas fábricas
deveriam arcar com a responsabilidade (e não mais a
culpa) pelos efeitos danosos do trabalho
 O empresário fazia um seguro junto às companhias
seguradoras, que ficavam responsáveis pelas
indenizações. O custo desse seguro era alocado nos
custos da produção, no item mão de obra, podendo
assim ser repassado no preço do produto para os
consumidores

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Evolução histórica da legislação do
Trabalho
 Teoria do risco profissional (1883)
 Na vigência desta teoria, cresceu o setor privado de
seguro de acidentes de trabalho, contratado pelas
empresas para ressarcir os trabalhadores em casos de
acidentes.
 Na ausência de medidas preventivas ou de melhoria
de condições de trabalho, os ambientes de trabalho
ficavam mais perigosos o que impulsionava as
empresas de seguros a aumentar o valor dos seguros
cobrado das empresas que, por sua vez repassavam
estes custos aos seus produtos e, ao mesmo tempo,
pagavam menores salários aos seus empregados

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Evolução histórica da legislação do
Trabalho
 Teoria do risco profissional (1883)
 Desenvolvimento de pensamento prevencionista,
considerando as causas dos acidentes como atos
inseguros ou arriscados (ato nefasto motivado por não
seguir o método correto de trabalho) ou condições
inseguras devido aos riscos no local de trabalho (físico,
químico, biológico e/ou ergonômico)

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Evolução histórica da legislação do
Trabalho
 Teoria do risco social
 Esta teoria considera a atividade do trabalho como
uma atividade socialmente relevante e determinante
das relações entre grupos sociais.

 É baseada no conceito que a sociedade se beneficia


dos resultados auferidos nos ambientes do trabalho e
que, portanto, ela - a sociedade - deve arcar com o
ônus dos prejuízos causados pelo trabalho (lei do
seguro-acidente do INSS)
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Evolução histórica da legislação do
Trabalho
 Teoria do risco social
 O consumidor paga duas vezes!

 1) No preço embutido o seguro-acidente

 2) Pela indenização paga pelo INSS

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Contexto atual no Brasil

 Na teoria: O Brasil estruturou o Estado como o


na dianteira das proposições relativas às normas
de Segurança do Trabalho, de acordo com os
princípios da teoria do risco social.

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Contexto atual no Brasil
 Na prática: ainda persistem algumas noções
vigentes à época do início do século XX, quando
ainda predominava os conceitos da teoria do
risco profissional:
 1) A ideia de que os acidentes são causados por atos
inseguros. É claro que isto não está escrito na lei, mas
este é um elemento que está presente no imaginário
das pessoas e é responsável, por exemplo, pela forma
como a legislação sugere que se analisem os
acidentes de trabalho, que se conclua sobre sua causa
e sua classificação entre condição insegura e ato
inseguro.
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Contexto atual no Brasil
 Na prática: ainda persistem algumas noções
vigentes à época do início do século XX, quando
ainda predominava os conceitos da teoria do
risco profissional:
 2) A ideia de que a prevenção dos agravos à saúde
dos trabalhadores deve ser feita por equipamentos de
proteção individual (EPIs).
 Também não está escrito na lei, mas existe uma
difusão da cultura do EPI, basta olharmos qual é nossa
primeira preocupação ao descrever uma situação
segura de trabalho em uma fábrica.

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Acidente de trabalho: definição Legal
 Lei no 8.213
 “aquele que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa (...),
provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a
morte, ou perda, ou redução,
permanente ou temporária da
capacidade para o trabalho.”
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Acidente de trabalho: definição Legal

 a) Acidentes típicos: São os que provocam


lesões imediatas

 a capacidade para o trabalho se reduz logo


após o acidente), tais como cortes, fraturas,
queimaduras etc.

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Acidente de trabalho: definição Legal

 b) Doenças profissionais: São doenças, como a


silicose e o saturnismo, inerentes a determinado
ramo de atividade, paulatinamente contraídas
em função da exposição continuada

 São lesões mediatas a algum agente agressor


presente de modo contínuo no local de trabalho.

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Acidente de trabalho: definição Legal
 c) Acidente de trajeto: São os acidentes sofridos pelo
empregado ainda que fora do local e horário de trabalho,
como os ocorridos no percurso da residência para o
trabalho ou deste para aquele.

 Assunto polêmico!
 A Reforma Trabalhista alterou o § 2º, do art. 58 da CLT, excluindo
do tempo à disposição do trabalhador justamente o período de
percurso da residência até o local de trabalho
 Segundo o Conselho Nacional de Previdência Social ("CNPS"), o
empregador não tem influência/ingerência sobre os
acontecimentos que ocorrem no trânsito, longe da fiscalização do
empregador.
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Ato Inseguro
 O Ato Inseguro era sempre relacionado à falha humana
e, segundo as pesquisas, eram apontados como
responsáveis por 80% dos acidentes.
“Situações típicas” classificadas como
Ato Inseguro
 Uso de equipamentos de forma errada ou roupas inadequadas;

 Utilizar máquinas sem permissão ou mesmo sem habilitação;

 Trabalhador que se recusa a usar o Equipamento de Proteção Individual (EPI);

 Limpar e ajustar máquinas em movimento;

 Tentar ganhar tempo e improvisar na utilização de ferramentas inadequadas à tarefa;

 Consumir bebidas alcoólicas ou outras substâncias entorpecentes durante a jornada


de trabalho;

 Trabalhar operando equipamentos com sono ou distraído;

 Tarefas que envolvem altura sem a devida segurança, como o uso de cinto.
Condição insegura

 Condições Inseguras são aquelas situações presentes


no ambiente de trabalho e que colocavam em risco a
integridade física e/ou a saúde das pessoas.

 São os defeitos, falhas, irregularidades técnicas e falta


de recursos de segurança. Acontece sem a
interferência do trabalhador, pois ele está vulnerável a
essas condições.
“Situações típicas” classificadas como
Condição insegura
 Máquinas e equipamentos sem as devidas proteções;

 Falta de treinamento e de informações dos funcionários;

 Instalações elétricas defeituosas, fios e cabos desencapados;

 Falta do Equipamento de Proteção Individual (EPI);

 Ausência de sinalizações de riscos;

 Iluminação e organização precárias;

 Gambiarras e improvisações em equipamentos, máquinas e ferramentas;

 Alto nível de ruído;

 Passagens perigosas.
Limitações dessa abordagem

 Esta classificação e abordagem configurou a cultura de


buscar o “culpado” ou quem errou.

 O termo é uma “síntese” e não uma análise de uma ocorrência.

 Não busca identificar as causas

 Em geral, este é o discurso e interpretação difundidos no


coletivo dos trabalhadores
“A [nome da empresa] tem condições porque ela tem um
almoxarifado, tem a porca lá, tem o parafuso, cabe a nós
operador, preparador ir lá requisitar. Se ela não tivesse
aquilo no almoxarifado, então, tudo bem, ela não tá dando
condições, mas tem lá! Então a maioria dos acidente
acontece por uma imprudência nossa [...] mas eu acho que
se todos nós trabalhar com cuidado, atenção e
determinação, o acidente elimina bastante, que a maioria
dos acidentes são descuido nosso mesmo.” (Heleno,
operador de máquinas)

OLIVEIRA, F. A persistência da noção de ato inseguro e a construção da culpa: os discursos sobre os


22 de trabalho em uma indústria metalúrgica. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 32, n. 115
acidentes
“Eu acho que... é um pouco de descuido do operador, e no caso
também não tinha nada pra mostrar, no caso lá da empilhadeira, se
tivesse uma luva apropriada lá pra... [com uma placa dizendo] ‘isso
aqui é pra trocar oxigênio da empilhadeira’, então, na própria
empilhadeira. Mas não tinha nada, né? Eu já tinha trocado outras vez e
nunca tinha sofrido isso... E esse dia aconteceu. Se tivesse lá uma
luva apropriada pra fazer esse tipo de serviço, talvez isso não
aconteceria [Mas, por exemplo, esse acidente em que você se
queimou, você achou que foi distração sua ou foi a falta dessa luva
que causou o acidente?] Foi distração minha [Distração sua?]
Distração minha.” (Ubiratan, instalador de manutenção)

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23 de trabalho em uma indústria metalúrgica. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 32, n. 115
acidentes
Na minha, no meu modo de pensar o acidente só pode acontecer
por isso, não tem outra maneira de ocorrer acidente. Ou é por um
problema psicológico seu, o que você tá pensando, você tá
operando uma máquina sem realmente tá concentrado naquilo
que você tá fazendo, pensando numa outra coisa, ou, então, é
uma condição insegura que você, que, apesar de você, muitas
vezes, você tá consciente que tem uma condição insegura
naquele determinado equipamento, e você insiste ou, às vezes,
desconhece, né? Não procura ajuda de alguém pra solucionar.
(Caetano, operador de máquinas)

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24 de trabalho em uma indústria metalúrgica. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 32, n. 115
acidentes
Definição conceitual de acidente de
trabalho (VIDAL, 1989)
1ª.) O acidente de trabalho é considerado uma saída
indesejada do processo e contexto do trabalho, uma vez
que implica em desvios de seus objetivos, revelando a
existência de problemas de adaptação do sistemas às
suas finalidades (produção de bens e serviços e
manutenção de seu funcionamento de forma satisfatória);
Definição conceitual de acidente de
trabalho (VIDAL, 1989)
2ª.) acidente de trabalho é o resultado do encontro de entre uma
situação de trabalho que contém em si um risco potencial e um
evento disparador que forneça as condições concretas da
passagem do potencial ao real. O gesto do trabalhador que
pode causar um acidente é um gesto pertinente ao repertório de
gestos empregados na sua atividade , que ocorre numa situação
perigosa decorrente de evento disparador relacionado à fatores
técnicos e/ou humanos, no contexto do trabalho. Os eventos
disparadores dos acidentes podem ser previsíveis e
controláveis.
UNIVERSIDADE FEDERAL CAMPUS DE
DO PARANÁ JANDAIA DO SUL

Procedimentos Legais na
ocorrência de acidente de
trabalho
Ocorreu um acidente.... E agora?
 Registrar uma CAT (Comunicação de Acidente
de Trabalho) - Lei no 5.316/1967
 Proteção para o trabalhador
 Tipo de acidente
 Agente causador
 Breve descrição do ocorrido
 A obrigatoriedade da comunicação ao INSS independe
da gravidade da lesão e do tempo de afastamento da
vítima
 Subnotificação: casos não grave (“incidente”)
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Ocorreu um acidente.... E agora?

 O documento deve ser entregue em um posto do


seguro social, até o primeiro dia útil após ocorrer
o acidente.

 No caso de acidente fatal, a comunicação


deverá ser imediata, havendo ainda necessidade
de Boletim de Ocorrência (BO), emitido por uma
delegacia policial.

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Algumas siglas...
 CNAE: Classificação Nacional de Atividades
Econômicas
 Categorizar empresas, instituições públicas,
organizações sem fins lucrativos e profissionais
autônomos em códigos de identificação.

 CID: Classificação Internacional de Doenças


 Categorizar e padronizar doenças e outros problemas
de saúde

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UNIVERSIDADE FEDERAL CAMPUS DE
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Acidente de trabalho: questões Legais e


conceituais

Disciplina: Gestão da Segurança e Saúde no


Trabalho (JEP007)
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