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Documenti di Cultura
Aline Matheus
apresenta
esculturas de
Aline Matheus
Não se prende em gaiola bicho que tem asas
60X130x20cm
A CAIXA valoriza amplamente a cultura nacional como ferramenta
de inclusão social e reforço do orgulho de ser brasileiro. Nos últi-
mos cinco anos, os espaços culturais da CAIXA contaram com mais
de R$ 385 milhões distribuídos em Fortaleza, Brasília, Curitiba, Reci-
fe, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.
CAIXA CULTURAL
ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA – ESPERANÇA DE REGRESSO
surgiu a partir do aprofundamento das experiências vividas pela es-
cultora Aline Matheus na pesquisa que desenvolve sobre o movimen-
to dos corpos e a sua relação com o homem contemporâneo, bem
como a partir de sua preocupação com a questão das práticas de
poder e dos sistemas de dominação no mundo em que vivemos, es-
pecialmente no mundo do trabalho.
Duas artistas
Vida e obra
Mãe e filha
Confraria da Paixão
Ainda que a maldade dos perversos
me lançasse no fundo dos infernos
nas trevas de um túnel sem fim
ainda assim sobreviveria
porque possuo a calma dos anjos
e o fôlego dos demônios...
..estamos sujos
de cheiro suor terra sangue
mas temos as mãos lavadas
porque a lágrima ficou escondida
e porque nosso estômago
tem fome de alegria
e ela não pode morrer nunca
Via Crucis VII
60X130X20cm
Via Crucis VIII
Via Crucis XIII
Via Crucis VI
O Instante Anterio à Queda
290X285
O instante anterior à queda
290X285X125cm
Cheiro suor terra sangue
150X70X70cm
Se do barro mais podre
Deus fez a vida
Se do esterco do lodo
Nasce a flor mais branca e linda
Entre vales e montanhas
As crateras defecam o fogo
A lama a raiva da terra
Se o amor se decompõe
Em saliva suor esperma
Nas manhãs felizes
Há o mau hálito
E o primeiro beijo
Se ao lado do belo
Coabita o imundo
se em mim que sou cérebro
coração e excremento
dói tão grande sentimento
pelos traumas as feridas
partos e partidas
dores sem fim desse mundo
Homem na tranca
160X60x20cm
Menu
Comida que nem porco come
Para matar a sede,
água quente e suja
Comida que nem porco come
45x35x75cm
Oh Deus!
que inventaste a tampa
o lacre a embalagem
não me lacres em vida!
Oh Deus! Que me inventaste!
me pariste me ferraste
me laçaste neste mundo enfim...
protela em mim o sono da amargura
conserva em mim o lume da primavera
abranda em mim os santos e os demônios
Silêncio
184x66x90cm
Revés
40X40x20cm
Limite
80X80x13cm
Rumores
Temores
Tremores
Suores
Odores
Fedores
Senhores
Horrores
Clamores
Dores
Por um fio
130X130x100cm
Mulher
78X105x20cm
VOCÊ ME PERGUNTARÁ SE AINDA ACREDITO...
Acredito porque creio na música na lágrima na poesia
porque nos sulcos do chão gretado
brilha um veio d’água
porque o homem larga a arma e pesca o peixe prateado
acredito no pôr do sol
tantas vezes cinzento
mas quase sempre dourado
porque todos os dias na minha janela
pousa um bem-te-vi
as rolinhas se debatem na vidraça
mas encontram a saída...
acredito nas cobaias
sacrificadas nos laboratórios
acredito nos ventres que ainda fecundam
nos seios doloridos
das mães que amamentam...
acredito porque o cifrão
são duas linhas paralelas
e a passagem de um cisne
porque uma cruz uma lápide uma inscrição
também é poesia...
porque um dia um homem há de amar uma mulher
e acredito porque
ainda espero um beija-flor...
Este trabalho nasce do luto e da dor, mas também
traz a marca da não submissão ao obscuro.
Da indestrutibilidade do desejo que nos faz, apesar
de tudo, buscar uma luz em plena escuridão.
Uma homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras
que, com seu suor, sangue e lágrimas, constroem
a riqueza dessa nação. E a todos que, buscando
condições mais dignas de vida, encontram a privação
da liberdade e situações extremas de falta de dignidade.
Tristeza, fome e morte são o “pão “de cada dia.
Que possamos transpor essa tragédia e encontrar
a força que transforma o vazio em esperança e luz.
ALINE MATHEUS
FICHA TÉCNICA
CO NTATO
confrariadapaixao@outlook.com
PATROCÍNIO