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A primeira coisa a se fazer é combater a paralisia, que pode ser tanto da timidez (e
que pode ser enfrentada com um simples “oi”) quanto do medo de falar a coisa
errada (e que cria tantos cenários que dão errado na sua cabeça que você prefere
não falar nada).
Em seguida, é hora de colocar os milhares de anos de evolução para funcionar:
seres humanos são seres sociais e gostam de se comunicar, mesmo aos trancos e
barracos – que sempre parecem mais desastrosos do que costumam ser, vale
lembrar.
Conversação, como tantas outras coisas, é uma prática que melhora com o tempo.
Caso você realmente esteja travado, a boa notícia é que é possível decorar alguns
caminhos e estratégias para começar.
Uma boa regra geral é pensar em suas experiências: que tipo de perguntas você
acha interessantes e quais preferia não responder? Que conversas você teve no
passado com quem não conhecia e que foram surpreendentemente boas? E as que
foram ruins? Há pessoas que você conhece que têm facilidade para conversar? O
que elas fazem?
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Conversar com alguém não precisa ser uma quimera. E lembre-se: todo mundo já foi
estranho para você um dia, mesmo seus melhores amigos.
Técnicas de especialistas para manter uma conversa
O que ela gosta, o que ela faz ou já fez, algo que disse ou mencionou. Mantenha o
gancho pessoal, mas não pessoal demais.
Por exemplo: “Você gosta desse assunto?” ou “Quais são os maiores desa os de
quem lida com esse assunto normalmente?”
“Por que ele é tão interessante para você?” ou “Ah, eu imaginei que esse assunto
funcionasse de outra forma. O que te levou a aprender tanto sobre ele?”
O termo está em voga, e por um bom motivo: com tanta gente falando sobre tudo o
tempo inteiro, que realmente escuta tem uma vantagem.
A escuta ativa é aquela em que sua atenção está realmente dedicada ao que a
pessoa está dizendo, não só em busca de uma pausa para colocar sua própria
opinião.
E pode ajudar muito a manter uma conversa e fazê-la ser mais uída, já que dali
podem surgir novos tópicos para ambos.
Por que aquele assunto é interessante e como o descobriram, por exemplo? Como
aparece no dia a dia da vida da pessoa? Teve algum impacto na sua vida? Caso o
assunto realmente te interesse, há alguma referência que ela recomenda? E por aí
vai.
Outra boa regra? Pense em uma paixão sua. O que gostaria que as pessoas te
perguntassem sobre ela?
Entre as diversas TED Talks sobre conversação disponíveis, uma das mais
charmosas é da jornalista Celeste Headlee.
“Pode soar como uma questão engraçada, mas temos de nos perguntar: Existe uma
habilidade mais importante no século 21 do que ser capaz de manter uma conversa
coerente e tranquila?”, indaga.
Para manter uma conversa assim com diversos tipos de pessoa, de caminhoneiros
a vencedores do prêmio Nobel, ela criou 10 regras básicas. “Tudo se resume ao
mesmo conceito básico, que é o seguinte: estar interessado nas outras pessoas.”
1 Não seja multitarefa
2 Não dê lições
“Se quiser dar sua opinião sem qualquer oportunidade para reação ou discussão,
objeção ou evolução, escreva um blog.”
“Comece as perguntas com quem, o quê, quando, onde, por quê ou como”, diz
Headlee. “Deixe-os descrever [experiências] e tente perguntar ‘como foi aquilo?’ e
‘como foi passar por isso?’.”
Veja também
4 Deixe uir
“Pensamentos vão surgir na sua mente e você precisa deixá-los passar.” Mantenha-
se atento ao que a pessoa está falando, não no próximo passo.
“Francamente, as pessoas não ligam para os anos, os nomes, as datas, todos esses
detalhes que você está lutando para se lembrar. Elas ligam para você.”
9 Ouça de verdade
“Sei muito bem que exige esforço e energia realmente prestar atenção em outra
pessoa, mas, se não consegue fazer isso, você não está numa conversa. São
apenas duas pessoas bradando sentenças desconexas no mesmo lugar.”
10 Seja breve
É isso.
Manter uma conversa não signi ca sair esgotado dela. A dica é: não nja.
Não nja interesse naquilo que não te interessa de verdade – seja quando estiver
ouvindo outra pessoa ou falando sobre seus próprios interesses –, nem nja
curiosidade. Se a pergunta parece falsa para você, chances são de que parecerá
falsa para o outro também.
Utilize sua emoção e sua energia da maneira correta. Quando você está
genuinamente envolvido, interessado e otimista, a chance do outro se sentir da
mesma maneira aumenta.
E verdade seja dita, talvez dali não saiam novos amigos ou uma interação
memorável. Mas terá sido, pelo menos, uma experiência agradável para os dois.
Este artigo foi originalmente publicado por Na Prática, por da Fundação
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