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Exterior
Cristiano Morini
Regina Célia F. Simões
Valdir Iusif Dainez
2010
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© 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
M 859a Morini, Cristiano; Simões, Regina Célia Faria; Iusif Dainez, Valdir. / Admi-
nistração de mercado exterior. /Cristiano Morini; Regina Célia Faria
Simões; Valdir Iusif Dainez. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2010.
238 p.
ISBN: 978-85-387-0966-4
CDD 330.7
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Cristiano Morini
Doutor em Engenharia de Produção pela Uni-
versidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP).
Mestre em Integração Latino-Americana pela
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Graduado em Relações Internacionais pela Uni-
versidade de Brasília (UNB). Tem experiência na
área de Engenharia de Produção, Gerência de
Produção, Suprimentos, envolvendo os temas:
comércio exterior, negócios internacionais e
gestão de cadeias de suprimentos com âmbito
global. Organizador do primeiro Manual de Co-
mércio Exterior em língua portuguesa.
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Regina Célia F. Simões
Doutora em Economia pela Universidade de São
Paulo (USP). Mestre em Economia Aplicada pela
Universidade Federal de Viçosa (UFV). Gradua-
da em Ciências Econômicas pela Associação de
Ensino Unificado do Distrito Federal (AEUDF).
Atualmente é professora dos Cursos de Ciên-
cias Econômicas e Negócios Internacionais da
Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP)
desde 1990, ocupando o Cargo de Coordenado-
ra de Estágio Supervisionado no Curso de Negó-
cios Internacionais.
Ainda é coordenadora do MBA em Negócios
Internacionais da UNIMEP. É organizadora e
coautora do livro Manual de Comércio Exterior,
editado pela Alínea, e de vários artigos. É pes-
quisadora na área de Economia Internacional e
Microeconomia, especificamente no setor auto-
motivo. É organizadora da Revista de Negócios
Internacionais do Curso de Negócios Internacio-
nais da UNIMEP.
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Valdir Iusif Dainez
Doutor em Economia pela Universidade de
Campinas (UNICAMP). Mestre em Sociologia
pela UNICAMP. Graduado em Ciências Econô-
micas na Universidade Metodista de Piracica-
ba (UNIMEP). É professor do Curso de Ciências
Econômicas da UNIMEP desde 1992, ocupando
o cargo de Coordenador de Monografias do
Curso de Ciências Econômicas desde 2000. Foi
Coordenador do MBA em Comércio Exterior da
UNIMEP. É coautor do livro Manual de Comércio
Exterior, ed. Alínea, e de vários artigos. É pes-
quisador na área de Economia Internacional e
Macroeconomia.
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sumário
sumário Introdução ao comércio internacional
13 | O papel do comércio internacional
no atual estágio de desenvolvimento do país
13
33
Teorias do comércio internacional
33 | Mercantilismo e doutrina da balança comercial
36 | A teoria do equilíbrio automático da balança comercial
38 | Os clássicos e a teoria das vantagens comparativas
42 | Modernas contribuições à teoria do comércio internacional:
o Teorema Heckscher-Ohlin
45 | Comércio internacional e a economia nacional
53
Balanço de pagamentos
53 | Informações gerais sobre o balanço de pagamentos
56 | Estrutura do balanço de pagamentos
59 | Balanço de pagamentos e renda nacional
60 | O mercado de câmbio
64 | Desequilíbrios e reajuste do balanço de pagamentos
75
Política comercial
mário
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Instituições internacionais promotoras 97
e reguladoras do comércio internacional
97 | O Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) e a Organização Mundial
do Comércio (OMC)
104 | Objetivos dos acordos GATT-OMC
105 | As funções da OMC
105 | Estrutura da OMC e seu processo
de tomada de decisão
107 | Temas e acordos da OMC
119
Integração econômica regional
120 | Níveis de integração econômica regional
123 | Integração na Europa
128 | Integração nas Américas
136 | Integração na Ásia
136 | Integração no Oriente Médio e África
137 | A posição do Brasil frente aos acordos de integração econômica
145
Estratégias globais
148 | Promoção
151 | Distribuição
155 | Produto
157 | Preço
169
Formas de internacionalização
172 | A pesquisa de mercado
178 | As formas de internacionalização mais usuais
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sumário
sumário A organização da
empresa para o comércio exterior
192 | Estrutura interna
198 | Estrutura externa
191
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Apresentação
O livro Administração de Mercado Exterior
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Introdução
ao comércio internacional
Cristiano Morini
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Introdução ao comércio internacional
Agregado a esse elemento monetário e cambial, até o final dos anos 1980
o país possuía altas taxas de importação, que marcavam ainda os resquícios
de uma economia fechada e protecionista praticada durante o período mili-
tar no país. Isso significa dizer que, para estimular o crescimento econômico
interno, dificultavam-se as importações, via taxação elevada do imposto de
importação. O imposto de importação (II) é o principal elemento de controle
de entrada de mercadorias em um país. Quanto mais alto ele for, mais difícil
a entrada de mercadoria estrangeira. Além do imposto de importação eleva-
do, o país pode adotar também barreiras não tarifárias, como exigência de
licenças de importação e cotas (restrições quantitativas), por exemplo.
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Introdução ao comércio internacional
Ao analisar a balança comercial dos anos 1990 até 2008 (figura 1), po-
demos perceber que, de 1990 a 1994, o resultado da balança comercial é
superavitário, graças principalmente à moeda brasileira desvalorizada1, além 1
A desvalorização da
moeda deixa nossos pro-
de altas tarifas de importação em alguns casos. No período de 1995 a 1999, dutos mais baratos frente
aos estrangeiros, o que fa-
o resultado se mostra deficitário, graças à valorização da moeda brasileira (o cilita a venda ao exterior.
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Introdução ao comércio internacional
160
(SEDEX/MDIC, 2009)
140
120
100
80
60
40
20
0
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008
Exportação
Importação
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Introdução ao comércio internacional
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Introdução ao comércio internacional
Se observarmos, por outro lado, Bolívia e Cuba, países que adotam a pro-
teção da economia interna com a prática de elevadas tarifas de importação,
pode-se perceber que o índice de preços é alto (para produtos manufatura-
dos) e a concorrência é restrita, deixando o consumidor com poucas opções
de escolha e altos preços.
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Introdução ao comércio internacional
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Introdução ao comércio internacional
Principais características
e evolução do comércio internacional
O comércio internacional é caracterizado principalmente pelo comércio
de mercadorias. O comércio de serviços ainda não representa uma grande
parcela do total mundial. Os grandes fluxos comerciais internacionais ocor-
rem no hemisfério norte, no sentido leste–oeste, entre países de mais alto
PIB.
(OMC, 2009)
Valor ex- Valor im-
Ranking dos paí- portado Ranking dos paí- portado
% Posição % Posição
ses exportadores (bilhões ses importadores (bilhões
de US$) de US$)
Alemanha 1.465 9,1 1 Estados Unidos 2.166 13,2 1
China 1.428 8,9 2 Alemanha 1.206 7,3 2
Estados Unidos 1.301 8,1 3 China 1.133 6,9 3
Japão 782 4,9 4 Japão 762 4,6 4
Países Baixos 634 3,9 5 França 708 4,3 5
França 609 3,8 6 Reino Unido 632 3,8 6
Itália 540 3,3 7 Países Baixos 574 3,5 7
Bélgica 477 3,0 8 Itália 556 3,4 8
Rússia 472 2,9 9 Bélgica 470 2,9 9
Reino Unido 458 2,8 10 Coreia do Sul 435 2,7 10
Canadá 456 2,8 11 Canadá 418 2,5 11
Coreia do Sul 422 2,6 12 Espanha 402 2,5 12
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Introdução ao comércio internacional
(OMC, 2009)
Valor ex- Valor im-
Ranking dos paí- portado Ranking dos paí- portado
% Posição % Posição
ses exportadores (bilhões ses importadores (bilhões
de US$) de US$)
México 292 1,8 16 México 323 2,0 14
Espanha 268 1,7 17 Rússia 292 1,8 16
Brasil 198 1,2 22 Brasil 183 1,1 24
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Introdução ao comércio internacional
Para que uma crise como a de 1929 não se repetisse alguns anos após a
Segunda Guerra Mundial, a estratégia das grandes corporações e dos go-
vernos foi de estimular o comércio mundial e a demanda global por produ-
tos. Para que isso ocorresse, haveria a necessidade de restringir o número de
barreiras ao comércio, que passou a ser o objetivo maior do Acordo Geral de
Tarifas e Comércio (GATT, em inglês), estabelecida por esses agentes. Além
da queda de barreiras, havia a necessidade de garantir a saúde financeira dos
países (compradores). Para isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi
instaurado em 1944. Além disso, uma terceira instituição garantiu o tripé que
fortaleceria o momento para a expansão do comércio mundial: um banco de
investimentos com o intuito de auxiliar no desenvolvimento de países mais
necessitados, chamado de Banco Mundial.
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Introdução ao comércio internacional
Dependência e interdependência
A teoria da dependência foi idealizada por economistas, cientistas polí-
ticos, sociólogos e antropólogos latino-americanos, nos anos 1960 e 1970,
no interior da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) e
das Conferências das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento
(UNCTADs). Propôs a explicação da estagnação econômica do então chama-
do terceiro mundo com o enfoque na dificuldade de fechar as contas exter-
nas (balança de pagamentos), devido à exportação de produtos de baixo
valor agregado, e à importação de produtos de alto valor agregado, causan-
do crescente e imodificável deficit comercial. Esse deficit comercial caracte-
riza a relação de dependência de um país (periférico) com relação a outro
(central).
A CEPAL observou também menor oferta de mão de obra nos países cen-
trais, combinada com maior sindicalização dos trabalhadores, resultando em
maior poder de barganha dos trabalhadores. Nos países periféricos, por sua
vez, havia maior abundância de mão de obra e baixa organização sindical,
gerando baixos salários e baixos preços.
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Introdução ao comércio internacional
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Introdução ao comércio internacional
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Introdução ao comércio internacional
A política cambial refere-se à taxa de câmbio praticada, que pode ser con-
trolada, livre ou mista. O câmbio influencia diretamente na capacidade do
país de fazer comércio exterior. Com uma moeda muito desvalorizada, as im-
portações não são incentivadas, porque o produto a ser importado é muito
caro para ser adquirido, o que se constitui em uma barreira de entrada. Por
outro lado, uma moeda relativamente desvalorizada é importante para a
competitividade exportadora do país. Pode-se então perceber que a política
cambial é vital para a política comercial.
Uma política econômica mais liberal, pratica uma política comercial favo-
rável à internacionalização do país e à entrada de mercadorias estrangeiras.
A teoria do liberalismo econômico defende a livre concorrência, em um mer-
cado amplo e sem entraves, o que provoca um alto nível de competição. Esse
nível de competição elevado pode provocar perda de empregos e desnacio-
nalização da economia, com a venda de empresas nacionais a investidores
estrangeiros.
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Introdução ao comércio internacional
Desde que liberalizou sua economia, 30 anos atrás, a China vem produ-
zindo grandes quantidades de bens reais, sendo que apenas parte deles vem
servindo para melhorar os padrões de vida de sua própria população, diz
Krugman.
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Introdução ao comércio internacional
Por que o consumo doméstico chinês é tão baixo e o que pode ser feito
para mudar isso? Krugman disse em um seminário da cidade de Ho Chi Minh,
no Vietnã, que grande parte da culpa é de uma rede de segurança social já
gasta, que encolheu mesmo com a China ficando mais rica. Como as pessoas
precisam “parar no banco a caminho do hospital”, elas vão formar uma pou-
pança preventiva às custas do consumo, diz ele.
Huang diz que os bancos estatais dirigem dinheiro para grandes empreen-
dimentos e projetos de infraestrutura, mas negligenciam os empreendimen-
tos rurais que tanto fizeram para melhorar os padrões de vida no campo na
década de 1980. Ele defende um esforço para aumentar a renda nas áreas
rurais com a legalização das microfinanças, abolindo o sistema de registro das
cidades que impede que os trabalhadores migrantes recebam benefícios so-
ciais. Defende também uma aceleração da reforma agrária.
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Introdução ao comércio internacional
Ele também afirma que a importância das exportações tem sido exagera-
da, com as exportações líquidas respondendo por apenas 2% do crescimento
recente da China. Mesmo sem elas, ele acredita que a economia pode retornar
confortavelmente à taxa de crescimento de 8% ao ano ou mais.
Krugman diz que países como o Vietnã não são grandes o suficiente para
afetar os desequilíbrios globais. Outros como China e o Japão começaram a
gerar superávits em conta corrente anormalmente altos somente por volta de
2002. “Somente os últimos seis anos viram esse estranho acúmulo de dólares.
Certamente eles poderão voltar ao que eram antes”, afirma ele.
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Introdução ao comércio internacional
Atividades de aplicação
1. Com relação à evolução das exportações brasileiras, assinale a corre-
ta.
c) Diminuição da concorrência.
Referências
OMC. Organização Mundial do Comércio. Disponível em: <www.wto.org>.
Acesso em: 31 out. 2009.
PILLING, David. Com crise, Ásia terá que ajustar modelo exportador. Valor Econô-
mico, A12, 1 de jun. 2009, Financial Times.
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Introdução ao comércio internacional
WILD, John J.; WILD, Kenneth L; HAN, Jerry C. Y. International Business New
Jersey: Pearson, 2008.
Gabarito
1. A
3. B
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Teorias do comércio internacional
Mercantilismo
e doutrina da balança comercial
A primeira tentativa de compreender o papel que o comércio exterior
exerce sobre as economias nacionais foi feita pelos autores mercantilistas.
Chamamos de Mercantilismo a fase que marca a passagem do Feudalismo
para o Capitalismo e que se estende do século XV ao XVII, e de mercantilistas
aos autores que tentavam compreender a complexidade da nova realidade
que o nascimento do capitalismo ensejava.
Não é mero acaso que a gênese das teorias sobre o comércio internacio-
nal tenha ocorrido nessa época. Como todo período de transição, o Mercan-
tilismo marcava a crise de um sistema social que havia durado dez séculos
(do século V ao XV) em meio ao nascimento de um novo, o capitalismo. As
transformações econômicas, sociais, culturais, políticas, religiosas e científi-
cas que a civilização dessa época assistia eram enormes. No campo econô-
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Teorias do comércio internacional
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Teorias do comércio internacional
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Teorias do comércio internacional
A teoria do equilíbrio
automático da balança comercial
Partindo da suposição de que o poder de compra da moeda é inversa-
mente proporcional à sua quantidade, premissa essa aceita pelos próprios
mercantilistas, Hume mostrou que a quantidade de metais preciosos é indi-
ferente para a riqueza do Estado nacional. Como naquela época a moeda que
circulava dentro dos países era de ouro e/ou prata, cada vez que aumentava
o estoque de metais preciosos (ouro e/ou prata), aumentava a quantidade
de moeda em circulação. O contrário ocorria, quando o estoque de metais
preciosos diminuía. Se a quantidade de metais preciosos aumenta dentro
de um país, em virtude de uma balança de comércio favorável, aumentará
a quantidade de moeda em circulação e portanto, haverá inflação. A conse-
quente queda do poder de compra da moeda determinará um aumento da
quantidade de dinheiro necessária para adquirir os produtos – o que implica
dizer que se instala um processo inflacionário. Se a quantidade de metais
preciosos se reduz, em virtude de um deficit na balança comercial, a quanti-
dade de moeda em circulação também diminuirá, o que leva a um aumento
do poder de compra da moeda, implicando que uma menor quantidade de
moeda será necessária para se adquirir a mesma quantidade de produtos –
e, portanto, que há um processo deflacionário em curso (HUME, 1988).
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Teorias do comércio internacional
Para entendermos o modelo de Hume vamos supor que nosso país obte-
nha um superávit em sua balança comercial com o resto do mundo. Como
consequência do superávit, um fluxo de metais preciosos sairá do resto do
mundo e entrará no nosso país. A entrada de ouro em nosso país causará um
aumento da quantidade de moeda em circulação e, como consequência, – já
que para Hume o poder de compra da moeda é inversamente proporcional à
sua quantidade – haverá um aumento dos preços internamente. No resto do
mundo, já que a quantidade de ouro diminuiu, ocorre o contrário: diminui
a quantidade de moeda em circulação e, por consequência, se reduzem os
preços (HUME, 1988).
No nosso país, o aumento dos preços domésticos fará com que o resto
do mundo compre menos de nossas mercadorias, o que levará a uma queda
das nossas exportações. O aumento dos preços também fará com que com-
premos mais mercadorias estrangeiras que agora estão mais baratas que as
nacionais, o que levará, portanto, a um aumento das importações.
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Teorias do comércio internacional
Dessa forma, Hume mostrou que não há razões para se tentar manter
uma balança comercial favorável, já que o superávit desencadeia mecanis-
mos que o eliminarão. Adicionalmente, não há razão para se temer os deficits
na balança comercial, porque eles também tendem a ser corrigidos automa-
ticamente (HUME, 1988).
Os clássicos e a teoria
das vantagens comparativas
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Teorias do comércio internacional
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Teorias do comércio internacional
Por essa lógica também, caso um país não produza internamente nenhu-
ma mercadoria com um custo mais baixo que as importadas, ele deveria im-
portar tudo o que consome, não produzindo nada internamente.
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Teorias do comércio internacional
Para elaborar sua concepção de vantagens relativas Ricardo parte dos se-
guintes pressupostos:
Para entender como um país que produz tudo o que necessita a um preço
menor que as mercadorias importadas teria vantagem em participar do co-
mércio internacional, utilizemos o seguinte exemplo. Vamos supor a existên-
cia de dois países que produzem milho e trigo ao custo que a tabela abaixo
ilustra.
*h/a = homens/ano
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Teorias do comércio internacional
Vamos supor que Portugal conseguirá vender seu milho ao mesmo preço
que os produtores ingleses vendem milho no mercado interno da Inglaterra,
ou seja, a $110,00 cada milhão de sacas. Ao vender 14,28 milhões de sacas de
milho ao preço de $110,00 Portugal obterá $1.570,80 (14,28 . 110,00). Supon-
do que Portugal compre trigo inglês ao mesmo preço que os produtores in-
gleses o vendem no mercado interno, portanto, $100,00, Portugal importará
15,7 milhões de sacas de trigo ( 1570,80 = 15,70).
100
Se Portugal utilizasse os mesmos 1 000 trabalhadores para produzir trigo
eles só produziriam 11,1 milhões de sacas de trigo ( 1000 = 11,11).
90
No exemplo acima a Inglaterra não obteve vantagem no comércio, pois
comprou o milho ao mesmo preço que produziria internamente.
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Teorias do comércio internacional
Para se produzir alimentos pode-se usar mais terra e menos trabalho (se
o aluguel da terra é menor e os salários maiores) ou menos terra e mais tra-
balho (se o aluguel da terra é maior e os salários menores). Para se produzir
tecidos vale a mesma coisa.
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Teorias do comércio internacional
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Teorias do comércio internacional
Não é à toa, portanto, que os países lutam para ampliar a sua participação
no comércio internacional visando ampliar seu saldo na conta de Mercado-
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Teorias do comércio internacional
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Teorias do comércio internacional
Pouco se sabe sobre a vida do filósofo e economista Adam Smith, além das
informações oficiais sobre os poucos livros que publicou, postos acadêmicos
e funções públicas que exerceu. Até mesmo a exata data de seu nascimento
é desconhecida. Sabe-se que foi batizado em 5 de junho de 1723, que nasceu
em Kirkcaldy, na Escócia, e que era filho único (morou com a mãe quase toda
a vida).
A obra intelectual de Adam Smith, ainda que não muito extensa, exerce
uma enorme influência até os dias de hoje. Embora o pensamento econômi-
co tivesse evoluído até o século XVIII, especialmente com os escolásticos, foi
Smith quem, em 1776, definiu a Economia como uma ciência, ao publicar A
Riqueza das Nações. Antes da publicação dessa obra, Smith já era um consa-
grado professor e escritor.
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Teorias do comércio internacional
Liberdade econômica
O livro Uma Investigação sobre a Natureza e Causas da Riqueza das Nações
foi o que lhe trouxe fama e pode ser sintetizado como uma análise sobre as
consequências extraordinariamente benéficas da liberdade econômica. Essa
obra lançou as bases para a compreensão sobre a economia de mercado,
sendo que muitas de suas conclusões permanecem até hoje válidas. Pode-se
destacar, por exemplo, a análise que ele faz sobre a importância da divisão
do trabalho: “o maior desenvolvimento nos poderes produtivos do trabalho,
e a crescente habilidade, destreza e conhecimento com o qual é dirigido, ou
aplicado, parecem ter sido os efeitos da divisão do trabalho”. Essa obra traz im-
portantes contribuições sobre educação, serviço público, escravidão, defesa
e finanças públicas. Sua abordagem também foi inovadora, pois se sustenta
numa perspectiva evolucionista.
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Teorias do comércio internacional
Atividades de aplicação
1. De que forma, segundo o teorema de Heckscher-Ohlin, os países de-
vem se inserir no comércio mundial?
Referências
DENIS, Henri. História do Pensamento Econômico. 5 ed. Lisboa: Livros Horizon-
te, 1987.
HUME, David. Escritos Econômicos. São Paulo: Nova Cultural, 1988. Col. Os
Economistas.
NAPOLEONI, Cláudio. Smith, Ricardo e Marx. 5 ed. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
OHLIN, Bertil; HECKSCER, Eli F. Heckscher-Ohlin Trade Theory. MIT Press, 1991.
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Teorias do comércio internacional
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações: Investigação sobre sua natureza e causas.
São Paulo: Nova Cultural, 1988a. Col. Os Economistas. Volume 1.
Gabarito
1. É dotação de fatores de um país que determina a forma como ele deve
se inserir no comércio internacional. Para se obter vantagens no co-
mércio internacional o país deverá exportar o produto que usa de for-
ma intensiva o fator de produção que é relativamente mais abundante
domesticamente.
4. Ricardo queria mostrar que, mesmo que um país produza tudo o que
necessita com um custo mais baixo que o dos produtos importados,
seria vantajoso para o país participar no comércio internacional. Basta
que ele se especialize na produção da mercadoria em que ele possui
maior vantagem relativa. Da mesma forma, caso um país não produza
nenhuma mercadoria com custo mais baixo que as mercadorias im-
portadas, sempre haverá vantagens em se produzir mercadorias em
que a desvantagem relativa é menor.
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Balanço de pagamentos
Informações gerais
sobre o balanço de pagamentos
O balanço de pagamentos consiste em um documento que registra as
transações efetivadas entre os residentes de um país e o resto do mundo. Os
registros consistem em transações do país com o exterior, que envolvem ou
não recebimentos (RATTI, 1997). Essas transações se referem às exportações
e importações de bens e serviços em um determinado período, transações
de capitais, tais como empréstimos, investimentos diretos externos, remes-
sas de lucros de uma matriz à sua filial, gastos com turistas estrangeiros etc.
Considera-se residente a pessoa física ou jurídica domiciliada no país.
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Balanço de pagamentos
balança comercial;
serviços e rendas;
transferências unilaterais;
transações correntes;
conta capital;
conta financeira;
erros e omissões;
Balança comercial
A balança comercial é aquela que apresenta os registros referentes aos
movimentos de exportação e importação de mercadorias do país realizadas
1
Valor da mercadoria sem
fretes e seguros incluídos.
e contabilizadas pelo valor FOB (free on board1). As exportações são regis-
tradas como crédito e as importações como débito, conforme exigido pelo
Governo Federal.
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Balanço de pagamentos
Serviços e rendas
Na conta de serviços e rendas são registradas todas as operações de
transportes internacionais, viagens internacionais de turistas e outros passa-
geiros, serviços turísticos como hospedagem e traslados, seguros internacio-
nais, comissões, serviços com propaganda, aluguel de filmes, patentes, juros
da dívida externa, dos créditos que o país possui no exterior, entre outros.
Transferências unilaterais
As transações referentes aos donativos, reparações de guerra e remes-
sas para manutenção, ou seja, aquilo que o país recebe ou envia ao exte-
rior sem nenhuma obrigação de pagamento, constituem as transferências
unilaterais.
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Balanço de pagamentos
Transações correntes
O resultado desta conta é obtido somando as contas: balança comercial,
serviços e rendas e transferências unilaterais correntes.
Conta capital
A conta capital representa as transferências unilaterais de capital relacio-
nadas ao patrimônio de imigrantes, incluindo marcas e patentes.
Conta financeira
A conta financeira registra as transações relativas a ativos e passivos tro-
cados entre residentes (agente econômico nacional) e não residentes (es-
trangeiro). Envolve o movimento de capitais entre os países, como os em-
préstimos, investimentos, amortizações de empréstimos, compra e venda de
ativos, como ações, bens imóveis, títulos do governo, aplicações em banco,
entre outros.
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Balanço de pagamentos
(BACEM, 2001)
1) Transações correntes
1.1 Balança comercial
1.1.1 Exportações: vendas de mercadorias a não residentes.
1.1.2 Importações: compras de mercadorias de não residentes.
1.2 Serviços e rendas
1.2.1 Serviços: prestação de serviços (transportes, seguros, viagens, fretes, royalties, outros).
1.2.2 Rendas: remuneração do trabalho assalariado, rendas de investimentos – financeiros ou
não (lucros e dividendos, juros, bonificações).
1.3 Transferências unilaterais correntes: transferências sem contrapartida, no formato de bens ou
renda destinados ao consumo corrente.
2) Conta capital e financeira
2.1 Conta capital: transferências unilaterais de patrimônio, incluindo marcas e patentes.
2.2 Conta financeira: transações relativas a ativos e passivos trocados entre residentes e não
residentes.
2.2.1 Investimento direto: transações relativas a propriedade de capital social (como na abertura
de filiais de empresas transnacionais ou compra de empresas residentes por não residentes, ou o
contrário) e empréstimos intercompanhias.
2.2.1.1 Investimento direto brasileiro.
2.2.1.2 Investimento direto estrangeiro.
2.2.2 Investimento em carteira: troca de ações/títulos, geralmente em mercado secundário.
2.2.2.1 Investimento brasileiro em carteira (saída de valores em moeda estrangeira).
2.2.2.2 Investimento estrangeiro em carteira (entrada de valores em moeda estrangeira).
2.2.3 Derivativos: operações de swap, opções e futuros, incluindo prêmios de opções.
2.2.4 Outros investimentos.
2.2.4.1 Crédito comercial: crédito (de curto ou longo prazo) a fornecedores.
2.2.4.2 Empréstimos e financiamentos: operações de empréstimo ou financiamento de curto ou
longo prazo, incluindo os acordos com o FMI.
2.2.4.3 Moeda e depósito: depósitos mantidos por residentes (no exterior) ou por não residentes
(no país) de disponibilidades denominadas em moeda estrangeira.
2.2.4.4 Outros passivos de curto ou longo prazo: participações nacionais em capital de organis-
mos internacionais (como o FMI), depósitos e cauções judiciais.
3) Erros e omissões: lançamentos equivocados e/ou informações perdidas
4) Resultado do balanço de pagamentos: deficit ou superávit de BP
5) Variações nos haveres das autoridades monetárias: variação do nível de reservas e/ou
dos atrasados (pendências de períodos anteriores)
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Balanço de pagamentos
Contabilização e interpretação
do saldo do balanço de pagamentos
Os registros do balanço de pagamentos são feitos por meio simples das
partidas dobradas, ou seja, as transações internacionais são lançadas duas
vezes no Balanço, sendo um como crédito e outro como débito. Assim, no
final dos lançamentos, o balanço de pagamentos se apresentará saldado
devido ao fato de haver sempre um débito sendo compensado por um cré-
dito. As transações de crédito resultam em um recebimento de divisas do
mercado externo e as transações de débito resultam em um pagamento
para estrangeiros.
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Balanço de pagamentos
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Balanço de pagamentos
O mercado de câmbio
contrapartida, mas saldo
líquido do envio e do re-
cebimento de renda.
Câmbio consiste na troca entre duas moedas, sendo uma moeda estran-
geira por uma nacional e vice-versa. Toda a troca de moeda é denominada
de compra ou venda e é sempre intermediada por um banco, para efeitos
legais e práticos.
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Balanço de pagamentos
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Balanço de pagamentos
O mercado cambial funciona 24 horas por dia. Isso ocorre devido aos fusos
horários, ou seja, sempre quando uma grande mercado está fechando, outro
está abrindo (Tóquio e Nova York, por exemplo). As taxas de compra e venda
são cotadas na abertura do mercado. Quando se vende moeda estrangeira
a um banco, a taxa utilizada é a de compra (conhecida internacionalmente
por bid rate). Já quando ocorre a compra moeda de um banco, a taxa é de
venda (offer rate). A diferença entre a taxa de venda e a de compra é o lucro
do banco. Essa diferença é conhecida como spread. No mercado cambial, a
denominação (compra e venda) é feita em função da posição do banco e não
da do cliente.
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Balanço de pagamentos
que não é caracterizado por um câmbio fixo e nem flutuante. Esse sistema
intermediário pode ser denominado de regime de taxas flexíveis. No siste-
ma de taxa de câmbio fixa, o governo define a taxa de câmbio oficial para
a sua moeda. Nesse sistema os países podem desvalorizar ou valorizar suas
moedas para restaurar o equilíbrio comercial. O objetivo da desvalorização
é promover uma depreciação do valor cambial da moeda nacional, o que
auxilia a reduzir um deficit comercial. Já a valorização consiste em promover
uma diminuição da taxa de câmbio do país, o que ajuda a reduzir um supe-
rávit comercial.
Operações de câmbio
e o regime cambial brasileiro
As operações de câmbio são classificadas de acordo com o que segue.
Quanto à natureza:
Quanto ao tipo:
Quanto ao prazo:
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Balanço de pagamentos
Desequilíbrios e reajuste
do balanço de pagamentos
O que mais tem gerado importância ao saldo do balanço de pagamentos
são os fluxos líquidos, ou seja, os saldos positivos (crédito) após a compensa-
ção dos saldos negativos (débitos). Assim sendo, alguns autores dizem que
saldos positivos são favoráveis e saldos negativos desfavoráveis, uma vez
que estes indicam situações de risco aos países, no que diz respeito à sua
vulnerabilidade externa, devido ao fato de indicar créditos ao exterior.
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Balanço de pagamentos
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Balanço de pagamentos
De outro lado, caso haja um superávit na conta corrente, o país estará acu-
mulando ativos em relação ao restante do mundo, devido ao recebimento
em divisas estrangeiras de suas exportações, ou recebimentos de juros de
dívida, entre outros.
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Balanço de pagamentos
mos que são necessários para o equilíbrio do balanço, por meio da conta de
capital e financeira, o país passará a apresentar os custos com os juros dos
empréstimos, criando-se assim, uma dívida em decorrência do compromisso
em liquidar tal empréstimo.
Essa redução de gastos implica em uma fuga de oferta das empresas na-
cionais para mercados estrangeiros, o que amplia o volume de exportações,
gerando divisas estrangeiras ao país. Por outro lado, a redução de gastos
gera redução na produção nacional e queda da renda, desestimulando os
gastos no exterior, como as importações de bens e serviços e turismo.
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Balanço de pagamentos
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Balanço de pagamentos
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Balanço de pagamentos
No entanto há prazos para que o contrato seja cancelado: até 20 dias para
mercadoria não embarcada, contados do vencimento do prazo para entrega
dos documentos e até 30 dias para mercadoria já embarcada, contados do
vencimento do prazo para a liquidação do contrato de câmbio.
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Balanço de pagamentos
Atividades de aplicação
1. Quais contas estão normalmente relacionadas com a demanda de di-
visas?
Referências
BACEN. Notas Metodológicas do Balanço de Pagamentos. Notas Técnicas do
Banco Central do Brasil, número 1. Brasília: BACEN, junho de 2001. Disponível em:
<http://bcb.gov.br>. Acesso em: 12 set. 2008.
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Balanço de pagamentos
Gabarito
1. A demanda de divisas é constituída, principalmente, pelos importado-
res que necessitam de divisas (moedas estrangeiras) para efetuar suas
compras em outros países, e pelos devedores em moedas estrangeiras
para saldarem seus compromissos, como, por exemplo, turistas, go-
vernos, investidores etc.
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Política comercial
Cristiano Morini
Isso de fato é verdade e pode ser visualizado no dia a dia das pessoas. Se
transitarmos por uma fábrica no Japão por exemplo, poderemos verificar que
um trabalhador japonês, ao passar por um objeto fora do lixo, e que supos-
tamente caiu do lixo, instintivamente pegará o objeto e o colocará no lugar
devido. No mundo ocidental, a orientação individual coloca na mente da
pessoa a ideia de que não é de responsabilidade daquela pessoa que passa
por ali “colocar” o objeto no lixo, porque ele não foi responsável por aquilo e
que ele deve responder apenas por aquilo que é de sua responsabilidade.
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Política comercial
Cristiano Morini.
Orientação Orientação
coletiva individual
Economia
Economia Economia
centralizada ou
mista de mercado
planificada
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Política comercial
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Política comercial
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Política comercial
xicano não está tão bem organizado em sindicatos (que tentam garantir os
direitos dos trabalhadores) como os trabalhadores dos Estados Unidos, além
da legislação ambiental mexicana não ser restritiva ou ameaçadora.
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Política comercial
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Política comercial
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Política comercial
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Política comercial
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Política comercial
A ideia central é proteger setores que não estejam prontos para a com-
petição. Protege-se o que não é competitivo, o que ainda não galgou certo
patamar de competitividade. Para os que têm competitividade, defende-se
o livre comércio. A proteção a que se refere é a dificuldade de entrada de
produtos estrangeiros na economia nacional de um país, com a prática de
altos impostos de importação, restrições quantitativas (cotas, por exem-
plo), barreiras técnicas ou aplicação de exigências diversas via licenças de
importação.
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Política comercial
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Política comercial
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Política comercial
Há muito tempo que as clássicas caixinhas azuis da Tiffany & Co. abrigam
alguns dos diamantes mais caros do mundo. Agora, um número crescente
delas contém pedras lapidadas por alguns dos artesãos menos experientes
do setor.
Numa fábrica sem janelas nesta vila africana, a Tiffany está ensinando mais
de 80 trabalhadores a transformar diamantes brutos em gemas para os anéis
de noivado da marca. Recentemente, enquanto novatos pressionavam dia-
mantes do tamanho de ervilhas contra lâminas giratórias, um executivo da
Tiffany em visita descobriu um problema.
“Dá para ver as linhas de polimento!”, disse Mark Hanna, diretor da divisão
de diamantes da Tiffany baseado na Antuérpia, na Bélgica. “Os diamantes da
Tiffany não podem ter marcas de polimento.”
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Política comercial
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Política comercial
O risco é ainda maior agora que a escassez de diamantes deu lugar a uma
queda na demanda. Calcula-se que o mercado varejista mundial de diaman-
tes vá encolher 16% este ano, para US$65 bilhões. Cerca de 900 joalherias es-
pecializadas devem fechar as portas nos EUA este ano, depois de 1 500 no
ano passado. Os gigantes do setor se entrincheiraram: a Signet Jewelers Ltd.,
matriz das varejistas Kay Jewelers e Sterling Jewelers, parou recentemente de
comprar gemas brutas e terceirizar o polimento na Índia, como fazia desde
2005. Um porta-voz disse que o programa ficou em ponto de equilíbrio.
A Tiffany também tem sentido a pressão. Seu estoque subiu para US$1,5
bilhão este ano, ante US$1 bilhão no início de 2005. Pela primeira vez na me-
mória recente, afirma a Tiffany, ela baixou os preços de diamantes. Os anéis de
noivado que vende nos EUA têm saído por 10% menos que no ano passado.
Em geral, a empresa prevê declínio acima de 15% nas vendas das lojas ameri-
canas abertas há mais de um ano.
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Política comercial
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Política comercial
Atividades de aplicação
1. Com relação às orientações econômicas que um país pode assumir de-
vido à questão cultural, assinale a correta.
Referências
O´CONNELL, Vanessa. Como a Tiffany foi parar em Botswana. 2009. Valor Econô-
mico, The Wall Street Journal Americas, 29 out. 2009, p. B 11
WILD, John J.; WILD, Kenneth L; HAN, Jerry C. Y. International Business. New
Jersey: Pearson, 2008.
Gabarito
1. C
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Política comercial
3. C
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Instituições internacionais
promotoras e reguladoras
do comércio internacional
Cristiano Morini
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Instituições internacionais promotoras e reguladoras do comércio internacional
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Instituições internacionais promotoras e reguladoras do comércio internacional
nunca antes abordados a fundo pelo acordo, como é o caso dos temas li-
gados à liberalização dos serviços, agricultura, propriedade intelectual e in-
vestimentos. Anteriormente, esses temas eram comercializados com regras
especiais para cada país, preservando assim o protecionismo ao comércio.
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Instituições internacionais promotoras e reguladoras do comércio internacional
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Instituições internacionais promotoras e reguladoras do comércio internacional
Doha foi a última rodada de negociação em que novos temas foram colo-
cados à mesa. Novos temas só podem ser incluídos quando ocorreram acor-
dos com os temas colocados à mesa. A Rodada Doha tinha um horizonte
temporal para encerrar as negociações em 2005. Mas, como ainda não foram
produzidos acordos dos temas de Doha, esta rodada continua tecnicamente
em aberto. Cancún (2003) e Hong Kong (2005) foram reuniões de desdobra-
mentos de Doha. Em 2007 não houve reunião, porque os temas não estavam
avançando nos bastidores, com as equipes técnicas que preparam as nego-
ciações dos ministros de Estado. Em 2009, o secretário geral da OMC fez um
apelo para a conclusão da rodada Doha, na reunião de Genebra (2009), mas
a crise internacional deixou os países ainda mais protecionistas e arredios a
discutir temas de liberalização comercial.
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Instituições internacionais promotoras e reguladoras do comércio internacional
As funções da OMC
A OMC possui basicamente cinco funções:
Estrutura da OMC
e seu processo de tomada de decisão
A OMC, como organização internacional, possui a seguinte estrutura:
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Propriedade intelectual
Este tema relaciona-se aos direitos de marcas, patentes, direitos de cópia
(copyright, relacionados a direitos de reprodução de áudio, vídeo e material
impresso) e o tema da indicação geográfica. A proteção de marcas, paten-
tes e copyright são os mais conhecidos. São protegidos e têm o objetivo de
coibir a pirataria e exigir o pagamento de direitos de reprodução (royalties).
O tema da indicação geográfica está relacionado aos fatores naturais e hu-
manos que atribuem características únicas a um produto. Exemplos de pro-
dutos que têm a indicação geográfica protegida: Champagne, Tequila e o
queijo Roquefort. Para se produzir tequila, por exemplo, que é originária do
agave, só é permitido dentro de uma região protegida no centro do México,
sob condições de clima, solo, plantio e cultivo controlados por um Conselho
de Acreditação. Isso significa que plantar agave, esperar dez anos para extrair
sua pinha, passar por um processo de fermentação e dupla destilação, até se
obter a tequila, só pode e deve ocorrer dentro de determinadas condições
de controle e sob regras definidas. O objetivo da indicação geográfica é fazer
com que o cliente, ao consumir o produto, encontre exatamente o gosto e as
condições esperadas para o consumo.
Defesa comercial
Este tema relaciona-se especificamente aos temas de dumping, subsídios
e salvaguarda comercial. Dumping é uma medida ilegal, de distorção do
preço do produto para baixo, com o fim de ganhar mercado da concorrência.
É uma prática ilegal inclusive no comércio interno, porque provoca distorção
do fluxo comercial de maneira não natural, mas provocada por medidas de
alteração artificial de preços para baixo, o que é ilegal. O remédio para essa
prática ilegal é o direito antidumping, que geralmente ocorre com a aplica-
ção de sobretaxa à alíquota de importação, compensando o preço baixo do
produto por uma tarifa maior.
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Salvaguardas comerciais
35
Cristiano Morini.
30
25 Em 1999, voltou-se a pra-
20 ticar o mesmo imposto
de importação de 1995
15 (antes da salvaguarda),
10 no exemplo, de 10%.
5
0
1995
1996
1997
1998
1999
Gráfico 1 – Exemplo de mecanismo de aplicação de salvaguarda comercial.
Agricultura
O tema agrícola é o tema mais controverso em negociação nos acordos
da OMC. Isso porque a OMC é um organização que promove e tenta esti-
mular o livre comércio, mas, no que tange ao tema “agricultura”, os países
desenvolvidos tentam bloquear o avanço do acordo por conta de não contar
com competitividade suficiente frente aos produtos agrícolas dos países em
desenvolvimento. Isso significa que, efetivamente, o comércio internacional
poderia estimular o desenvolvimento de países que ainda não galgaram
determinados níveis de renda e consumo, mas esse tema é entravado na
agenda internacional porque não interessa às grandes economias. EUA, UE
e Japão são países com relativa ou baixa competitividade no comércio agrí-
cola, tornando-os protecionistas frente aos produtos agrícolas originários de
Brasil, Argentina, Caribe e Índia, por exemplo. O setor agrícola é o que mais
recebe subsídios nos países desenvolvidos. Esses subsídios são tantos que,
em alguns casos, são questionados por outros países no órgão de solução de
controvérsias, por avançarem sobre os limites permitidos. Além do objetivo
de redução dos subsídios e liberalização no comércio desses produtos, os
países em desenvolvimento trabalham para a redução do apoio domésti-
co dos países ricos aos seus agricultores, redução de barreiras não tarifárias
(como questões sanitárias e fitossanitárias) e redução dos picos tarifários.
Serviços
O tema serviços envolve principalmente os seguintes assuntos: telecomu-
nicações, serviços financeiros, serviços profissionais, turismo e transporte.
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Redução de tarifas
O tema “corte de impostos de importação” foi a principal preocupação
do GATT desde o seu início. As principais rodadas do GATT trataram deste
assunto, conforme já explicado. O corte tarifário foi o principal instrumento
que proporcionou o aumento do comércio internacional nos anos que se
seguiram ao final da Segunda Guerra Mundial.
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Solução de controvérsias
O tema da solução de controvérsias especifica que, se um país-membro
da OMC se sentir prejudicado por alguma prática desleal ou ilegal de comér-
cio, que descumpra os acordos estabelecidos no âmbito da OMC, poderá
iniciar um processo de controvérsia. A OMC trabalhará para a sua solução,
daí a expressão solução de controvérsia.
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É importante destacar que o principal caso que o Brasil participou até hoje
foi sobre o comércio de aeronaves civis, para o qual o Brasil recebeu alegação
de fornecimento de subsídios não permitidos ao setor. Esse caso foi iniciado
pelo Canadá, como reclamante, em 1996, alegando que o Brasil estava forne-
cendo subsídios não permitidos à Embraer, o que estava tirando mercado da
companhia produtora de aviões canadense, a Bombardier. Em 1997, o Brasil
iniciou outro caso, agora como reclamante, alegando que o Canadá também
possuía um mecanismo não permitido de financiamento que beneficiava
a empresa Bombardier. Assim, dois casos semelhantes tramitaram no OSC,
um Canadá versus Brasil e outro Brasil versus Canadá. Ambos os reclaman-
tes tiveram ganhos de causa em suas questões, o que fez com que Brasil e
Canadá, ao final de quase oito anos de disputas comerciais, estabelecessem
um acordo político, para que não houvesse perdas aos dois.
Quando um país ganha uma controvérsia na OMC, ele tem direito a reta-
liar o outro país.
A retaliação é uma ação contrária aos interesses do outro país, até o valor
que proporcionou a perda comercial ao país inicial. Isso porque, no direito
internacional público, onde se insere as normas da OMC, não há aplicação
de multas pecuniárias (em dinheiro) ou assemelhadas, o que faz com que as
ações de retaliação sejam autorizadas pela OMC, até o limite do montante fi-
nanceiro que deu origem à causa. Por exemplo, com o “auxílio” que a Embra-
er recebeu do governo brasileiro (alegado como subsídios não permitidos
pelo Canadá), proporcionou uma perda comercial à Bombardier no valor de
“X”. Este “X” é o valor autorizado e revisto pela OMC para que o Canadá prati-
que retaliações ao Brasil, que pode materializada no fato de deixar de com-
prar carne do Brasil, para comprar da Argentina ou da Austrália, por exemplo.
Esse é um exemplo de que as decisões da OMC repercutem no dia a dia das
empresas no Brasil, mesmo que elas não tenham acionado o mecanismo de
solução de controvérsias da OMC, porque o produtor de carne não tem ne-
nhuma relação com o produtor de aviões, mas tem o seu negócio afetado
pela prática de retaliação de outro país.
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Sua frequente utilização deve-se aos seguintes fatores: (i) serem permiti-
das pelas normas da OMC, desde que cumpridos os requisitos aplicáveis; (ii)
caracterizarem-se pela natureza privada, tendo em vista que é uma empresa
ou um conjunto de empresas que solicitará(ão) a abertura de uma investiga-
ção; e (iii) seletividade, uma vez que a investigação deve especificar e se limi-
tar ao produto e ao país que está praticando o dumping. Essas características
restringem o seu alcance como uma medida protecionista e, sendo assim, mi-
nimizam possível resistência por parte dos países que sofrem com a aplicação
dessas medidas.
Nesse cenário, vale relembrar que a crise russa culminou com o início de
366 investigações em 2001, e, desde então, é possível observar uma queda no
número de investigações. Entretanto, o número de investigações, em 2008,
voltou a crescer, aumentou 27% em relação ao ano anterior, atingindo 207
novas investigações. Este comportamento revela uma tendência, pois, segun-
do o último relatório da OMC, foram estimadas a abertura de 77 novas inves-
tigações antidumping até 19 de junho de 2009.
Por outro lado, o grande destaque entre os países que sofrem com aplica-
ções de medidas antidumping é a China que, entre 1995 e 2008, sofreu com a
aplicação de 479 medidas, sendo que o Brasil aplicou 38 destas. Esta tendên-
cia não deve parar por aí, uma vez que a forte política de subsídio às exporta-
114
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Instituições internacionais promotoras e reguladoras do comércio internacional
A China também ganha destaque como alvo das medidas antidumping por
ser autorizada pelas regras da OMC e ser tratada como uma “economia não
predominantemente de mercado” por diversos países até o ano de 2016. Isso
significa dizer que o país que aplica uma medida antidumping poderá descon-
siderar os preços praticados no mercado interno chinês, elegendo um terceiro
país, para realizar a comparação deste preço com o preço exportação que o
determinado produto chega ao país investigador.
Apesar dos altos custos e complexidade, muitos países optam por contes-
tar as medidas antidumping a eles aplicadas diante da OMC. Desde o estabele-
cimento da OMC, 60 disputas foram originárias de investigações antidumping.
Essas disputas surgem em função das divergências quanto ao cumprimento
adequado das regras estipuladas no Acordo Antidumping, em especial às que
dizem respeito ao devido processo legal e à discricionariedade que o referido
acordo confere às autoridades no procedimento investigatório.
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Instituições internacionais promotoras e reguladoras do comércio internacional
Atividades de aplicação
1. Com relação aos objetivos do GATT-OMC, assinale a correta.
Referências
BATTILANI; C; BUENO, F. Antidumping como mecanismo legítimo de defesa. Valor
Econômico, Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2009, p. E2.
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Instituições internacionais promotoras e reguladoras do comércio internacional
Gabarito
1. B
3. C
117
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Integração econômica regional
Cristiano Morini
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Integração econômica regional
120
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Integração econômica regional
“A” para um país “B”, membros do acordo, fará com que haja redução
da alíquota do imposto de importação (II). Exemplos de áreas de pre-
ferências tarifárias são os acordos celebrados no âmbito da Associação
Latino Americana de Integração (ALADI). Grande parte dos acordos de
integração celebrados em todo o mundo enquadra-se como “de pre-
ferências tarifárias”.
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Integração econômica regional
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Integração econômica regional
União
aduaneira
União
política
União
econômica
Mercado
comum
Integração na Europa
O processo de integração na Europa, do século XX para cá, é o de maior
sucesso. Motivados pela necessidade de superação das mazelas da guerra (a
Segunda Guerra Mundial ocorreu entre 1939-1944), da necessidade de cres-
cimento econômico e exploração conjunta de uma região rica em carvão
(Alsácia-Lorena), França e Alemanha adicionaram esforços integracionistas
em uma região em que Bélgica, Holanda e Luxemburgo (Benelux, em inglês)
já haviam se integrado, em 1948. Os Estados Unidos incentivaram a integra-
ção na região, pois era uma forma de conter o avanço comunista da Europa
do Leste.
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Integração econômica regional
124
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Integração econômica regional
nacionais dos países que aderiram ao euro foram substituídas e não se en-
contram mais em circulação. Isso significa um avanço enorme em termos de
coordenação de política monetária, pois moedas tradicionais como o marco
alemão, florim holandês, peseta espanhola, escudo português e franco fran-
cês, por exemplo, não mais circulam.
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Integração econômica regional
Valor de um Entrada
euro em na união
Antiga moeda Abre-
País relação à Data de fixação econô-
nacional viatura
antiga moe- mica e
da nacional monetária
dracma grego GRD 340,750 19 de Junho de 2000 2001
Grécia
tólar esloveno SIT 239,640 11 de Julho de 2006 2007
Eslovênia
libra cipriota CYP 0,585274 11 de julho de 2007 2008
Chipre
lira maltesa MTL 0,429300 11 de Julho de 2007 2008
Malta
126
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Integração econômica regional
127
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Integração econômica regional
Com a ALADI, além dos países membros indicados, Cuba também aderiu.
Outros países, descontentes com o desempenho da ALALC, constituíram um
subgrupo regional andino (da Cordilheira dos Andes) e firmaram o Acordo
de Cartagena (1969), criando o Pacto Andino, mais tarde rebatizado como
Comunidade Andina (CAN), formado pelos países dos Andes, à exceção do
4
Denúncia é um termo Chile, que denunciou4 o acordo em 1976, e Argentina.
jurídico para a saída de
um país de um acordo.
Atualmente, entre a gama de acordos que foi assinado no âmbito da
ALADI, destacam-se os chamados Acordos de Complementação Econômica
(ACEs), que são do tipo “preferências tarifárias”, como:
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Integração econômica regional
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Integração econômica regional
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Integração econômica regional
Mercosul
Em 1991, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai assinam o Tratado de Asun-
ción, acordo de livre comércio que objetiva atingir o nível de um mercado
comum. Desde 1985, Brasil e Argentina, que haviam acabado de sair de pe-
ríodos militares, estabelecem as bases para a cooperação bilateral comercial.
Desde então, os presidentes da Argentina (Raúl Alfonsín) e do Brasil (José
Sarney) estabeleceram uma agenda de aproximação comercial mútua, que
acabou por incluir Paraguai e Uruguai, pela dependência destes com relação
ao comércio exterior daqueles. Brasil e Argentina são os dois principais par-
ceiros de Paraguai e Uruguai, que se viram motivados a fazer parte do acordo
entre Argentina e Brasil.
131
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Integração econômica regional
(SICA, 2006)
1.200
21.109
1.150 1.132
1.115 21.000
1.100 1.078
Etapa II Etapa III
1.050 19.982 19.000
1.000 990 17.317 990
Etapa I 17.000
950
Mercosul (bilhões de US$)
750
12.001 11.000
700 697
639 10.204
650 621 645 9.000
615
600
563
7.000
550
500
4.126 5.000
450
400 3.000
1.990
1.991
1.992
1.993
1.994
1.995
1.996
1.997
1.998
1.999
2.000
2.001
2.002
2.003
2.004
2.005
PIB Mercosul
Exportações intrabloco
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Integração econômica regional
NAFTA e ALCA
Em 1988, Estados Unidos e Canadá assinam um Tratado de Livre Comér-
cio (FTA, em inglês). O México se une depois, em 1992, quando é assinado o
acordo do NAFTA, que entra em vigor em 1994.
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Integração econômica regional
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Integração econômica regional
O acordo do NAFTA está situado acima dos direitos dos Estados que o
compõem. Nos Estados Unidos, Canadá e México, o direito internacional está
hierarquicamente acima do direito dos países. Essa é uma das principais crí-
ticas que se faz ao eventual acordo da ALCA (Área de Livre Comércio das
Américas ou FTAA, inglês), que tinha o objetivo de criar uma área de livre
comércio hemisférica, envolvendo todos os países das Américas, à exceção
de Cuba. O texto do acordo da ALCA era uma cópia do acordo do NAFTA. Isso
permitiu um fácil exercício de analogia, verificando os efeitos que o NAFTA
causou na economia mexicana e os possíveis efeitos que a ALCA causaria
nos países da América Latina, principalmente no Brasil, a grande economia
da região.
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Integração econômica regional
Integração na Ásia
Na Ásia destacam-se alguns acordos de preferência tarifária e de livre co-
mércio. A ASEAN (Association of Southeast Asian Nations) é uma associação
para cooperação econômica, política, social e cultural formada em 1967, e
integrada por 10 países: Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia,
Brunei, Laos, Mianmar e Camboja. Como associação, tem o objetivo de pro-
mover o desenvolvimento econômico e cultural da região, promover a esta-
bilidade política e econômica e estabelecer-se como um foro de discussões
que contribuam para a paz e a cooperação.
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Integração econômica regional
A posição do Brasil
frente aos acordos de integração econômica
O Brasil faz parte de vários acordos de integração econômica, mas pra-
ticamente todos com países da América Latina. O Brasil participa de vários
acordos de complementação econômica (ACEs) e do Mercosul. Além desses,
não integra nenhuma outra iniciativa em termos de integração econômica.
É claro que participa de acordos políticos, de cooperação internacional e de
outras naturezas com outros países, mas não na área econômica.
O setor empresarial critica a política externa brasileira por não ser mais
agressiva e por não ter assinado acordos de livre comércio com economias
de maior desenvolvimento e de maior peso econômico. Enquanto o México
possui acordos de livre comércio com 42 países, entre eles Estados Unidos,
União Europeia e Japão, o Brasil se restringe aos acordos com países latino-
-americanos. O Chile também tem uma política externa agressiva, possuin-
do acordos de livre comércio com metade do PIB mundial, inclusive com a
China.
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Integração econômica regional
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Integração econômica regional
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Integração econômica regional
Atividades de aplicação
1. Explique o que são áreas de preferências tarifárias.
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Integração econômica regional
Referências
BALASSA, B. Teoria da Integração Econômica. Lisboa: Livraria Clássica Editora,
1961.
KAUPPI, J.; VIOTTI, M. Realism, Globalism and Pluralism. Chicago: Harper Collins
Publishers, 1993.
WILD, John J.; WILD, Kenneth L; HAN, Jerry C. Y. International Business. New
Jersey: Pearson, 2008.
Gabarito
1. É a etapa inicial de integração econômica, consiste na adoção recípro-
ca entre dois ou mais países, de níveis tarifários preferenciais. Ou seja:
as tarifas incidentes sobre o comércio entre os países membros do
grupo são inferiores às tarifas cobradas de países não membros. Entre
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Integração econômica regional
3. A
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Estratégias globais
Cristiano Morini
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Estratégias globais
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Estratégias globais
Além disso, a empresa precisa ter clara quais são suas competências es-
senciais (ou habilidades únicas). As competências essenciais são as habilida-
des de uma companhia que os concorrentes terão dificuldade em superar.
As competências essenciais referem-se a múltiplas habilidades de uma com-
panhia. A Sony, por exemplo, tem uma competência essencial de miniaturi-
zar componentes eletrônicos.
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Estratégias globais
Promoção
A promoção de uma mercadoria em território estrangeiro deve observar
a legislação local em termos de direitos de proteção do consumidor local. As
marcas e patentes já registradas prevalecem sobre as novas, dentro do prin-
cípio da anterioridade do registro. Assim, ao ser feita a promoção comercial
de um produto no exterior, devem ser observados alguns passos:
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Estratégias globais
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Estratégias globais
(CARNIER, 1996)
Favorável Negativa
Cingapura, Japão. Branco China (representa luto), Coreia do Sul, Indonésia,
México, Nova Zelândia, Tailândia.
China, Coreia do Sul, Amarelo Malásia (é a cor do rei), Sudão, Venezuela, Dina-
Hong Kong, Inglaterra, Ín- marca, Hungria, Irã, Iraque.
dia, Japão, Tailândia.
Índia, Paquistão. Laranja (não é negativa em nenhum país)
Cingapura, Itália, Iugoslá- Vermelho Austrália, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala
via, Nicarágua. (é associada a movimentos de guerrilha), Indoné-
sia, Japão, Nova Zelândia.
Japão. Roxo Sri Lanka e Inglaterra (associa-se esta cor com o
revestimento interno dos caixões de defunto).
Inglaterra. Azul China, Hong Kong, Indonésia, Venezuela.
Índia, Indonésia, Irã, Ira- Verde França, Malásia, México.
que, Paquistão (a cor ver-
de é favorável nesses pa-
íses, porque é associada
ao nacionalismo).
– Preto África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argenti-
na, Áustria, Bélgica, China, Cuba, França, Grécia,
Hong Kong, Itália, Japão.
Cingapura, Japão, Malá- Dourado Costa Rica, Guatemala, Irã.
sia.
Argentina, Chile, Colôm- Tons pastéis e –
bia, Venezuela. cores suaves
Há produtos, por sua vez, que não precisam ser promovidos, como é o
caso das commodities. As commodities são mercadorias comercializadas
sem marca, geralmente associadas a produtos agrícolas, como açúcar, soja,
milho, algodão, trigo e também petróleo, alumínio e outros minérios, cujos
preços são definidos em bolsas de mercadorias. Conforme a maior ou menor
demanda por eles, seu preço é alterado internacionalmente. Como são pro-
dutos básicos da vida do ser humano ou do desenvolvimento de um país,
não precisam ser promovidos.
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Estratégias globais
Distribuição
O tema da distribuição também está associado ao tema “praça” ou local
de destino. No comércio internacional, nem tudo pode ser exportado para
qualquer destino, por se tornar inviável ou impróprio ao consumo, mesmo
com o nível de avanço tecnológico que oferece o mundo de hoje.
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Estratégias globais
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Estratégias globais
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Estratégias globais
(PANALPINA, 2008)
Figura 2 – Centros de consolidação de carga aérea, gerenciados pela Panalpina.
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Estratégias globais
terceirização;
crescimento;
redução de despesas.
Produto
As estratégias globais que enfocam o produto devem considerar vários as-
pectos, como segmentação do mercado e posicionamento. A segmentação
do mercado refere-se ao exercício de dividir o mercado em distintos grupos
de compradores, com expectativas variadas em termos de preço, qualidade
e apresentação do produto. Algumas formas de dividir um mercado podem
ser por faixa etária, classe social, área geográfica, estilos de vida, orientações
religiosas e outras.
Se a empresa sabe ou define em que setor quer atuar, poderá orientar sua
estratégia global de forma a atingir o objetivo de vendas. Por exemplo, se
uma indústria de aparelhos ortopédicos definir que atuará no segmento de
mercado para pessoas de idade avançada, poderá definir estratégias especí-
ficas para países com alto índice de idosos. Há países em que a taxa de nata-
lidade é decrescente, com grande parcela da população acima dos 50 anos.
Por outro lado, há outros em que a taxa de natalidade é bastante elevada, em
que a maioria da população encontra-se com até 30 anos.
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Estratégias globais
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Estratégias globais
design e inovação por arrojo. O design também pode ser associado ao po-
sicionamento de determinadas marcas internacionais. A indústria da moda
e a indústria automotiva italianas são referências mundiais em termos de
inovação e agregação de valor em termos de design. A Irlanda também se
internacionalizou adotando uma estratégia global de diferenciação e diver-
sificação da pauta exportadora, que era predominantemente de produtos
agropecuários (na década de 1970), para produtos de maiores valores agre-
gados e conteúdo tecnológico, como produtos químicos, farmacêuticos, de
software e equipamentos (nos anos 1980 e 1990).
estratégia de diferenciação;
Preço
Preço e custos são elementos essenciais em qualquer estratégia global.
Reduzir custos significa, muitas vezes, conquistar mais clientes, ter maiores
margens de lucro ou simplesmente sobreviver. A ideia principal é oferecer
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Estratégias globais
Há custos que agregam valor que não são percebidos pelos clientes.
Esses custos devem ser minimizados. E também há custos que são percebi-
dos pelos clientes como algo útil e diferenciador. Por exemplo, para o cliente
não interessa se o produto estrangeiro foi transportado por navio ou avião.
O que interessa para o cliente é o produto escolhido estar disponível no mo-
mento desejado. É claro que se o produto foi transportado via aérea, o custo
do transporte aéreo será repassado ao preço final que o cliente pagará (o
custo do frete marítimo seria menor). No entanto, esse é um custo que não
agrega valor, a menos que o cliente esteja disposto a pagar por isso, em uma
situação específica.
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Estratégias globais
estratégia de diferenciação;
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Estratégias globais
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Estratégias globais
porte barato, cobrando para despachar bagagem, pelo uso dos ba-
nheiros a bordo e pelo consumo de comida e bebida a bordo. Para a
Ryan Air, o viajante precisa de transporte, não de outras benfeitorias.
A Ryan Air está pensando agora em permitir o transporte de passa-
geiros em pé nos aviões, para permitir que mais pessoas viajem, a um
custo ainda menor.
Larry Ellison é conhecido por estar sempre com a cabeça no futuro. Mas
com seu novo modelo de negócios, o bilionário diretor-presidente da fabri-
cante de software Oracle Corp. está se baseando na experiência do passado.
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Estratégias globais
anos 1960 do que com a indústria tecnológica dos últimos anos, tão fragmen-
tada. “É a volta para o futuro”, disse Ellison a analistas financeiros em outubro.
Há apenas dois anos, por exemplo, Ellison disse que a o Oracle iria continu-
ar concentrada no seu foco tradicional, o software. hardware para computado-
res não é “um negócio em que temos qualquer ambição”, disse ele na época.
Em um pronunciamento em setembro, Ellison qualificou essa opinião como
fundamentalmente errada. Ellison não quis comentar para esta reportagem.
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Estratégias globais
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Estratégias globais
A Nucor Corp., que fabrica aço a partir de metal reciclado, comprou no ano
passado uma grande processadora de sucata. A Nucor tomou essa iniciativa
quando o preço do ferro-velho subiu muito. Desde então o preço caiu, mas
o diretor-presidente Dan DiMicco diz que possuir uma fornecedora ajudará
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Estratégias globais
a Nucor a administrar seus estoques com mais eficiência e acabará por gerar
uma economia anual de mais de US$100 milhões para a empresa. “A infor-
mação sobre os mercados é extremamente valiosa no setor de sucata”, disse
ele. Ao controlar os suprimentos, “você tem mais controle sobre o seu próprio
destino.”
Com o acordo feito com a Sun, Ellison descartou essa estratégia. Agora
ele quer vender “sistemas completos”, compostos por chips, computadores,
servidores para armazenamento de dados e software da Oracle. Ellison está
apostando que essa combinação vai atrair os clientes empresariais já cansa-
dos de montar sua infraestrutura de informática com componentes vindos de
diversos fornecedores. “Antes nós não estávamos no negócio de hardware,
mas agora estamos mergulhando com os dois pés”, disse Ellison no evento
de outubro. Notando que a Oracle está indo contra uma tendência que já
tem décadas no setor, Ellison disse: “Ou somos realmente brilhantes, ou então
somos idiotas.”
Atividades de aplicação
1. Com relação à cadeia de valores, assinale a correta.
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Estratégias globais
Referências
CARNIER, L. R. Marketing Internacional para Brasileiros. São Paulo: Aduaneiras,
1996.
DORNIER, P. P.; ERNST. R.; FENDER, M.; KOUVELIS, P. Logística e Operações Glo-
bais. São Paulo: Atlas, 2000.
FRIEDMAN, T. L. The World is Flat: a brief history of the Twenty-First century. Nova
York: Farrar, Straus and Giroux, 2005.
166
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Estratégias globais
WILD, John J.; WILD, Kenneth L; HAN, Jerry C. Y. International Business. Nova
Jersey: Pearson, 2008.
WORTHEN, B.; TUNA, C.; SCHECK, J. Integração vertical está de volta graças à crise
mundial, The Wall Street Journal, Valor Econômico, p. B 9, 01 dez. 2009.
Gabarito
1. A
3. C
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Formas de internacionalização
Cristiano Morini
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Formas de internacionalização
Além dos elementos apontados, também deve ser analisado neste se-
gundo passo o custo do transporte de materiais e a cadeia de suprimentos
envolvida, bem como a imagem do país. Em um passado não muito distante,
a imagem de produtos originários da América Latina não era boa, ao con-
trário de produtos originários do Japão, por exemplo. Além disso, há países
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Formas de internacionalização
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Formas de internacionalização
A pesquisa de mercado
A pesquisa de mercado é precedida de uma seleção prévia de eventuais
mercados de destino das mercadorias a serem exportadas. A seleção prévia
é útil para evitar a obtenção de um grande número de informação, sem se
aprofundar em nenhum destino específico. Após essa seleção, a busca por
informações mais detalhadas é fundamental. Os primeiros candidatos serão
escolhidos de acordo com critérios culturais, geográficos, econômicos, de-
mográficos e outros (MENDOZA-MOLINA, 2002).
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Formas de internacionalização
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Formas de internacionalização
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Formas de internacionalização
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Formas de internacionalização
Cada empresa pode fazer a pontuação para cada item identificado, esta-
belecendo pesos diferentes para cada item, se achar conveniente. Por exem-
plo, o item concorrência local pode valer peso 1 ou 2, nesse caso se for mais
importante dentro dos critérios estabelecidos por cada empresa. Assim, ao
final da análise, cada mercado terá uma pontuação. A maior pontuação in-
dicará maior facilidade de entrada ou de internacionalização. Por exemplo,
ao estabelecer que o item “potencial de comercialização” é 4 ou 5, significa
grande potencial, enquanto 0 ou 1 significaria ausência de potencial. Assim
como um “sistema legal” do país de destino conhecido ou próximo do Brasil,
seria 4 ou 5, enquanto um sistema legal completamente exógeno significaria
0 (zero). Um país de “câmbio” de alto risco e “instabilidade política” represen-
taria 0 ou 1, enquanto um país com baixo risco cambial seria 4 ou 5. Se a
“afinidade cultural” existir, leva uma pontuação 4 ou 5; se ela não for nem tão
discrepante nem tão próxima, 3; e se for provocador de choques culturais,
levaria 0 ou 1. Quanto à concorrência, quanto maior a concorrência, menor a
pontuação. Se em um mercado não há concorrência, a pontuação é 5. O item
“particularidade” pode ser desconsiderado para fins de pontuação.
176
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Formas de internacionalização
Cristiano Morini.
Item Emirados Árabes Unidos África do Sul
Posição no Doing Business 33.º (não entra no cálculo,
2010 (com relação à facilidade apenas para ter em mente 34.º
de fazer negócios) outro referencial de análise)
Proximidade geográfica 2 (país distante) 2 (país distante)
Contatos 0 (não dispõe) 0 (não dispõe)
1 (país de colonização inglesa
Afinidade cultural 0 (país árabe) e holandesa, pratica o Com-
mon Law)
Existência de acordos com o 0 (não dispõe) 0 (não dispõe)
Brasil
4 (grande potencial com
Potencial de comercialização/ 5 (grande potencial, em Abu negócios imobiliários relacio-
fato específico Dhabi: e Dubai, por exemplo) nados à Copa do Mundo, por
exemplo)
Potencial de comercialização/ 5 (país de renda alta) 3 (grande população)
tamanho do mercado
5 (são por volta de 5 milhões 2 (são por volta 49 milhões
de habitantes, com a 12.ª de habitantes, sendo a 105.ª
maior renda per capita do maior renda per capita do
Perfil da população mundo). Média de idade mundo). Média de idade da
da população é de 30 anos. população é de 24 anos. Ex-
Expectativa de vida: 78 anos pectativa de vida: 49 anos
Estabilidade política e econô-
4 3
mica
Condições logísticas 3 3
Condições de comunicação 2 4
Sistema legal 0 1
Concorrência local 2 3
Câmbio 4 3
TOTAL (considerando peso 1 2,46 2,23
para todas as variáveis. PMV)
177
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Formas de internacionalização
Exportação direta
A prática da exportação é a venda de mercadoria para empresa ou pessoa
situada no exterior. É uma forma direta de internacionalização e também
uma das mais usuais e iniciantes. Geralmente uma empresa testa mercados
previamente analisados em pesquisa de mercado exportando diretamente
para alguma empresa ou pessoa situada no exterior. O envio de amostras é
também considerado uma forma de exportação, embora sem valor comer-
cial (o que significa que não há envio de pagamento em contrapartida ao re-
cebimento de uma mercadoria). É importante destacar que é definido como
amostra o que for “representada por quantidade, fragmentos ou partes de
qualquer mercadoria, estritamente necessários para dar a conhecer sua na-
tureza, espécie e qualidade” (BRASIL, 2009). A legislação brasileira também
permite a exportação temporária (sem transferência da propriedade), para
os casos de envio ao exterior de materiais para exposições, competições,
mostras, conserto, reparo ou manutenção.
178
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Formas de internacionalização
179
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Formas de internacionalização
Cristiano Morini.
Empresa venda direta Empresa
no Brasil no exterior
Trading
company
venda indireta
Figura 1 – Exportação direta e exportação indireta.
180
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Formas de internacionalização
para o cliente:
para o fornecedor:
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Formas de internacionalização
Subsidiária de produção
Segundo Minervini (2005, p. 150), o objetivo de uma subsidiária de pro-
dução pode ser superar proibições às importações ou evitar pagar impostos
elevados, além de reduzir custos com a utilização de mão de obra e matérias-
-primas locais.
A instalação de um fábrica em outro país passa pela prévia análise do
mercado, pela capacidade do país de ser utilizado como ponte de exporta-
ção para terceiros, pela existência de acordos comerciais internacionais (que
permitam que o produto originário de um país adentre em outro com redu-
ção ou isenção do imposto de importação), pela quantidade e qualidade da
mão de obra disponível, pelo papel do sindicato, pela dificuldade de remes-
sa de lucros, pela facilidade de importação de insumos, pela infraestrutura
logística, entre outros elementos.
O processo de globalização provocou um grande número de abertura de
subsidiárias de produção ao redor do mundo, proporcionando uma redefini-
ção da divisão internacional do trabalho. A instalação de fábricas no México
5
Tratado Norte-America-
no de Livre Comércio.
foi impulsionada pela entrada em vigor do NAFTA5 (1994), a instalação de
fábricas na América Central também foi impulsionada pela entrada em vigor
6
Acordo de Livre Comér- do CAFTA-DR6 (2007), bem como a China passou a atrair grande quantidade
cio da América Central e
República Dominicana. de investimento estrangeiro, desde sua entrada na Organização Mundial do
Comércio (em 2002).
Muitas vezes a instalação de subsidiária de produção acontece com a
aquisição de uma empresa local por uma estrangeira. A aquisição se tornou
comum na época da crise internacional de 2008-2009, em que empresas
quebradas foram facilmente adquiridas por outras.
Franquias
Com a garantia de padronização do layout, produtos, serviços e fornece-
dores, as franquias oferecem ao consumidor a previsibilidade de produtos e
padrões de qualidade esperados. A remuneração costuma ser por um paga-
mento inicial ao franqueador, mais um percentual de vendas.
A grande vantagem da franquia para o franqueado é entrar em um negó-
cio já conhecido e testado. Isso reduz a taxa de mortalidade das empresas.
A prática de franquias a ser adotada em outros países deve ser previamente
testada na cultura local, uma vez que um sucesso em um país não significa,
necessariamente, sucesso certo em outro de cultura distinta.
182
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Formas de internacionalização
Joint venture
A joint venture caracteriza-se pela associação de duas empresas para ex-
plorar um novo negócio juntas, formando uma terceira companhia inde-
pendente das que lhe deram origem. A participação de cada empresa não
precisa ser necessariamente na proporção de 50%-50%, podendo assumir
participações distintas.
(COOPER; GARD-
NER, 1993, p. 17)
Relacionamento
Relacionamento Relacionamento
de extensão do Alianças Joint Integração
de uma pequena de uma área
“comprimento estratégicas. ventures. vertical.
área específica. maior.
do braço”.
Consórcios de exportação
Corresponde ao grupamento de diversas empresas, geralmente de porte
pequeno, normalmente pertencentes ao mesmo setor, que acordam formar
uma associação para gerir globalmente os interesses dos sócios no exterior.
Em grupo, as empresas rateiam custos de realização de estudos de merca-
do, promoção comercial, prospecção de mercados, defesa dos interesses do
setor, entre outras. Devem dispor de recursos financeiros e humanos, impar-
cialidade por parte da sua direção e ter objetivos compatíveis com os in-
teresses comerciais de todos os associados. As receitas de exportação são
igualmente rateadas entre os participantes (MENDOZA-MOLINA, 2002).
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Formas de internacionalização
Antes de se instalar
na China, é bom planejar
(BRUTON; AHLSTROM; YUAN, 2009, p. B13)
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Formas de internacionalização
185
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Formas de internacionalização
competitiva, em vez de competir nos preços. Veja por exemplo a Procter &
Gamble Co., grande fornecedora de bens de consumo na China. Ela depende
da imagem de boa qualidade e bom preço que seus produtos têm para os
consumidores chineses. Em geral as marcas internacionais são bem recebidas
pelos consumidores chineses devido à sua confiabilidade.
Mas como os consumidores chineses têm uma renda mais baixa e vivem
em espaços menores, as empresas estrangeiras podem precisar reduzir o ta-
manho dos produtos que ali vendem. Mais ainda – os mercados locais da China
apresentam diferenças de estilo de vida, regulamentação e infraestrutura. Por
esse motivo as empresas que vendem bens ou serviços para a China podem
ter que criar diversas estratégias de marketing e distribuição, uma para cada
região do país onde entrarem.
Competir no mercado chinês local com base na força da mão de obra barata.
Algumas empresas querem tanto fabricar como vender na China, usando a
mão de obra barata como fonte de vantagem competitiva. Elas costumam
se tornar conhecedoras do mercado chinês, passando a conceber produtos e
serviços específicos para o mercado local. A americana Yum! Brands Inc., por
exemplo, dona de redes como KFC e Pizza Hut, vende pratos especiais, tais
como escargots, que atendem ao gosto do consumidor local.
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Formas de internacionalização
Atividades de aplicação
1. Como pode ser feita uma pré-análise do mercado potencial de
destino?
Referências
ACHABAL, D. D. A decision support system for vendor managed inventory. Jour-
nal of Retailing, Nova York, v. 76, n. 4, p. 430-454, 2000.
187
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Formas de internacionalização
BRUTON, G. D.; AHLSTROM, D.; YUAN, L. Antes de se instalar na China, é bom pla-
nejar. The Wall Street Journal, Valor Econômico, 02 dez. 2009, p. B 13.
COOPER, M.; GARDNER, J. Building Good Business Relationships – More than Just
Partnering or Strategic Alliances? International Journal of Physical Distribution
& Logistics Management, Arizona, v. 23, n. 6, p. 14-26, 1993.
WILD, John J.; WILD, Kenneth L; HAN, Jerry C. Y. International Business. New
Jersey: Pearson, 2008.
Gabarito
1. Observando os quatro passos principais: identificar as necessidades
básicas (acesso a recursos como matérias-primas, mão de obra e ou-
tros); acesso ao ambiente de negócios local de outro país (os princi-
pais indicadores econômicos, sociais, geográficos, demográficos e
culturais); medir o potencial de mercado (analisando tendências e
oportunidades); e selecionar o mercado (de forma ativa ou passiva).
2. C
3. B
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A organização da empresa para o
comércio exterior
Cristiano Morini
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A organização da empresa para o comércio exterior
Para que se evite a prática de erros como esses, será analisada a estrutura
necessária, interna e externa de uma empresa, antes de se iniciar a prática da
exportação.
Estrutura interna
Considerando que a empresa já cumpriu a etapa de conscientização (para
a prática da exportação) e os dirigentes se convenceram de que a exporta-
ção é uma forma alternativa de minimizar riscos e aumentar o faturamento,
algumas perguntas podem ser levantadas.
192
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A organização da empresa para o comércio exterior
193
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A organização da empresa para o comércio exterior
A embalagem atual
é adequada para a exportação?
Quando se menciona sobre a embalagem, há que se considerar a emba-
lagem para o consumidor final e a embalagem para transporte. “A embala-
gem tem funções de proteger e promover o produto [...]. A embalagem final
constrói a imagem da empresa no mercado interno e projeta a identidade
nacional no externo” (SPERS; SPERS, 2006, p. 250). A embalagem para o con-
sumidor final deve ser adaptada em relação às normas de defesa do con-
sumidor do país importador, inserindo informações que podem ou não ser
comuns no Brasil, além do que as informações do produto devem estar na
língua do país importador.
Haverá a necessidade
de investimento para começar a exportar?
Uma das perguntas mais usuais é se a exportação trará lucros imediatos
ou se haverá necessidade de investimento prévio. Há empresas que possuem
máquinas com investimento já amortizado, as quais não estão em operação.
Nesse caso, para colocar a máquina para funcionar não demanda investimen-
194
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A organização da empresa para o comércio exterior
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A organização da empresa para o comércio exterior
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A organização da empresa para o comércio exterior
EXW
FAS
FCA
FOB
CPT
CFR
CIP
CIF
DES
DAF
DEQ
DDU
DDP
Responsabilidade do vendedor (exportador)
Entrega a mercadoria embalada, marcada, no chão, no re- •
cinto produtor. TODOS OS MODAIS.
Carrega a mercadoria e a entrega livre no costado do na- •
vio no porto de origem. MODAL MARÍTIMO.
Carrega a mercadoria e a entrega ao transportador •
no local designado, pagando frete e seguros internos.
TODOS OS MODAIS.
Entrega a mercadoria arcando com todos os custos, livre a •
bordo do navio, no país de origem. MODAL MARÍTIMO.
Entrega a mercadoria à transportadora, arcando com to- •
dos os custos, no país de origem, e paga o frete interna-
cional. TODOS OS MODAIS.
Entrega a mercadoria, arcando com todos os custos, a •
bordo do navio, no país de origem, e paga o frete interna-
cional. MODAL MARÍTIMO.
Entrega a mercadoria à transportadora, arcando com to- •
dos os custos, no país de origem, e paga o frete e o seguro
internacionais. TODOS OS MODAIS.
Entrega a mercadoria, arcando com todos os custos, a •
bordo do navio, no país de origem, e paga o frete e o se-
guro internacionais. MODAL MARÍTIMO.
Entrega a mercadoria no país de destino, a bordo do na- •
vio, arcando com todos os ônus até este ponto.
Entrega a maercadoria na fronteira, desembaraçada para •
exportação (não é obrigatória a contratação do seguro in-
ternacional.) RODOVIÁRIO e FERROVIÁRIO (mais usuais).
Entrega a mercadoria no cais do país de destino. Todas •
as despesas a partir daí, inclusive o desembaraço na im-
portação, são de responsabilidade do importador (não
é obrigatória a contratação do seguro internacional).
MODAL MARÍTIMO.
Entrega a mercadoria no local designado no país de •
destino, não desembaraçada na importação (não é
obrigatória a contratação do seguro internacional).
TODOS OS MODAIS.
Entrega a mercadoria no local designado no país •
de destino, desembaraçada na importação (não é
obrigatória a contratação do seguro internacional).
TODOS OS MODAIS.
200
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201
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202
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Órgãos de apoio
Órgãos de apoio podem ser públicos ou privados, que auxiliam no pro-
cesso de levantamento de informações comerciais, oportunidades comer-
ciais e informações técnicas. Auxiliam em uma feira ou missão internacional
e proveem serviços que facilitem o acesso de mercadorias brasileiras no mer-
cado internacional. Entre esses órgãos, destacam-se:
Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
O MDIC fornece um grande número de informações gratuitas sobre esta- 7
<http://aliceweb.desen-
tísticas de comércio exterior (que podem ser encontradas no site7), dicas de volvimento.gov.br>
203
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A organização da empresa para o comércio exterior
estatísticos.
No site do Brazil Trade Net podem ser feitas pesquisas sobre deman-
das de importação de produtos brasileiros e sobre pesquisas de mercados
no exterior, selecionando um país importador.
204
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A organização da empresa para o comércio exterior
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A organização da empresa para o comércio exterior
Confecções do Sul
preferem usar recursos próprios
(ZAPAROLLI, 2009)
“Quando a fábrica pegou fogo, a ideia era encerrar atividades, mas os clien-
tes de exportação começaram a antecipar pagamentos para que a gente aba-
tesse dos pedidos”, explica Beatriz. Sem infraestrutura, a empresária foi atrás
de uma linha de capital de giro. Depois de avaliar os juros, procurou o BNDES,
que financiou o projeto por meio da parceria com a Caixa de Fomentos RS.
“Eles fizeram o possível para me ajudar, porque a empresa precisava voltar a
andar. A Bia Brazil era uma exceção, pois a criamos para a exportação.”
Este ano, a Bia Brazil pretende quitar o financiamento. Só volta a pedir cré-
dito quando for construído o novo depósito da marca. Para as vendas ao ex-
terior, nem pensar. “Cobro adiantado um valor entre 50% e 60% do cliente”,
206
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A organização da empresa para o comércio exterior
afirma Beatriz. “Quando está pronto o pedido, ele paga o resto e a mercadoria
embarca. Prefiro fazer isso e ficar longe das taxas dos bancos.”
207
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A organização da empresa para o comércio exterior
Atividades de aplicação
1. Com relação aos órgãos de apoio às exportações no Brasil, assinale a
correta.
208
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A organização da empresa para o comércio exterior
Referências
CIGNACCO, B. R. Fundamentos de Comércio Internacional para Pequenas e
Médias Empresas. São Paulo: Saraiva, 2009.
209
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Gabarito
1. B
3. B
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Habilitação para exportação
e despacho aduaneiro
Cristiano Morini
Quando uma empresa decide que vai entrar no mercado externo, ela, pri-
meiramente deve preparar-se para isso. Após a empresa ter decidido e se
preparado para exportar, o próximo passo é a sua habilitação para a prática
da exportação em si. Não adianta a empresa exportadora contratar uma em-
presa prestadora de serviços para exportar seus produtos, porque a habilita-
ção deve ser feita para o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) da em-
presa exportadora, a menos que se utilize uma forma de internacionalização
indireta, que é a exportação via trading company1. No Brasil, a habilitação da 1
Trading companies são
companhias que buscam
empresa como exportadora e/ou importadora é gerida pela Secretaria da oportunidades comerciais
em todo o mundo, em
Receita Federal do Brasil (RFB), ligada ao Ministério da Fazenda. nome de outrem. Prestam
um serviço ao comércio
exterior, comprando e
O registro como exportadora e importadora cumprirá os passos conti- revendendo mercadorias
para o mercado interna-
dos no Radar (Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Inter- cional. Embora menos
comum nos países oci-
venientes Aduaneiros) da RFB, com o objetivo de habilitar a empresa para dentais, também podem
ser empresas industriais.
utilização do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), bem como
credenciar os respectivos representantes para as práticas de exportação e
importação. No Siscomex serão registradas todas as operações de entrada
e saída de mercadorias do país, salvo exceções, em procedimentos que po-
derão ser registrados diretamente pelo exportador/importador ou por seu
representante legal. É interessante destacar que este capítulo focará a ativi-
dade de exportação.
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
217
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
5
São informações solicitadas no RE: nome e CNPJ do exportador, número
Incoterms, ou termos
internacionais de comér- do RV (quando existente), número do RC (quando existente), unidade da Re-
cio, identificam o custo
e a responsabilidade do ceita Federal de despacho e de embarque, dados do importador, país de des-
vendedor no momento
da negociação interna-
cional e na determinação
tino final, incoterm5, modalidade e esquema de pagamento, moeda, classifi-
das condições de venda.
O que não couber ao
cação fiscal da mercadoria, descrição da mercadoria, quantidade de
vendedor (exportador)
fica sob responsabilidade
mercadorias, peso líquido, comissão de agente (se houver), estado produtor
e custo do comprador
(importador).
e observações complementares.
218
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
Drawback
O drawback é um benefício à empresa importadora e exportadora indus-
trial. É uma prática utilizada em todo o mundo. A empresa que importa insu-
mos e matérias-primas para serem industrializados, com destino final o mer-
cado estrangeiro, poderá importar esses itens com suspensão ou isenção
dos impostos incidentes (Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos
Industrializados, ICMS, PIS e COFINS). Uma vez confirmada a industrialização,
utilizando no mínimo 60% de conteúdo nacional no preço final da mercado-
ria a ser comercializada, desobriga-se o pagamento dos impostos incidentes
na importação, uma vez que o fim definitivo da mercadoria não é o mercado
nacional, mas o estrangeiro. Assim, no drawback, até 40% do preço final da
mercadoria poderá ser com os custos dos produtos importados. Ultrapas-
sado esse limite, não pode ser feito drawback, a menos que a operação seja
autorizada pela Secex. O drawback é o regime aduaneiro especial mais utili-
zado pela empresa exportadora.
Exportação temporária
A exportação temporária é destinada a mercadorias que temporariamen-
te permanecerão no exterior e depois voltarão ao Brasil, como é o caso de
mercadorias destinadas a competições esportivas, feiras, exposições e testes,
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
Entreposto aduaneiro
O regime especial de entreposto aduaneiro, na exportação, é destinado
ao depósito de mercadoria em um recinto alfandegado, com o intuito de
ser desembaraçado na zona secundária (em pontos que não sejam portos,
aeroportos e fronteira), para seguir diretamente para a zona primária (jus-
tamente os portos, aeroportos e fronteira), já conferida pela fiscalização. A
carga segue lacrada sob um regime chamado de trânsito aduaneiro, de uma
cidade no interior do país para o porto de Santos, por exemplo. A vantagem
de se utilizar o entreposto aduaneiro na exportação é reduzir o tempo na
cadeia de suprimentos, uma vez que a conferência da carga na zona secun-
dária (em um porto seco, por exemplo), tende a ser mais ágil que na zona
primária, pela grande concentração de carga nessa região.
220
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
Presença de carga
A presença de carga indica, para a autoridade aduaneira, que o processo
já pode ser conferido pelo fiscal, se for o caso. Feita a presença de carga e en-
tregue os documentos para a autoridade fiscal, estão cumpridos os trâmites
sob responsabilidade do exportador.
Parametrização do Siscomex
Depois de registrada a DE, o Siscomex seleciona a DE para os filtros ou
canais de parametrização do sistema, ou seja, seleciona a DE para que se
cumpram os seguintes procedimentos de fiscalização aduaneira, segundo
parâmetros do sistema (que seguem um conjunto de informações de análise
de risco):
221
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
Averbação do embarque
É a confirmação da saída física da mercadoria do país (BRASIL, 2009). Uma
mercadoria já desembaraçada pode estar aguardando a aeronave para em-
barcar. Ela só será considerada exportada, para todos os efeitos legais, após a
decolagem da aeronave, a saída do navio ou o cruzamento de fronteira pelo
caminhão.
222
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
Averbação do embarque
Presença de carga
RV
RE DE CE
RC
De responsabilidade do exportador ou
seu representante legal.
Figura 1 – Despacho aduaneiro de exportação.
Fatura comercial
Documento de natureza contábil (commercial invoice, em inglês), emiti-
do pelo exportador ao importador, transfere a posse, comprovando a venda
da mercadoria. Segundo Luna (2000), substitui a nota fiscal nas operações
223
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
incoterm;
Romaneio de carga
Documento emitido para fins de transporte (packing list, em inglês), emi-
tido pelo exportador, não é um documento contábil. O romaneio de carga é
utilizado pelos transportadores para fins de verificação do espaço físico a ser
reservado ou utilizado na unidade de transporte, especificando as dimen-
sões da carga (altura, comprimento, largura). É um documento que deve ser
anexado à fatura comercial, ou apresentado conjuntamente. As informações
que devem constar em um romaneio de carga ou packing list são:
descrição da mercadoria;
224
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Habilitação para exportação e despacho aduaneiro
Conhecimento de carga
Emitido pelo transportador, é um título de crédito. Constitui prova de
posse da mercadoria e comprova que a mercadoria está a bordo do meio de
transporte. Pode ser endossado para terceiros. Recebe várias denominações,
dependendo do modal de transporte: aéreo, chama-se Air Way Bill (AWB);
marítimo, Bill of Lading (B/L); rodoviário, chama-se Conhecimento Rodoviário
de Transporte (CRT) ou Carta Porte. As informações normalmente contidas
em um conhecimento de carga ou conhecimento de embarque são:
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quais tarifas deverão ser pagas na origem (prepaid) e quais serão pagas
no destino (collect);
Certificados
Documento utilizado para fins de comprovação de diferentes objetivos,
como origem (no caso de um acordo internacional), qualidade, peso, sanida-
de, questões ambientais, questões culturais, questões governamentais em
virtude de embargo ou boicote, determinações originárias de acordos téc-
nicos internacionais, benefício do Sistema Geral de Preferência (SGP) e Siste-
ma Geral de Preferências Comerciais (SGPC), e outras finalidades, conforme
Anexo “O” da Portaria SECEX n.º 25/2008. Podem ser emitidos por entidades
credenciadas, como associações, entidades de classe, federações de indús-
tria, comércio e agricultura, muitas vezes recebendo o reconhecimento das
Câmaras de Comércio. Exemplos: certificado de origem do Mercosul, certifi-
cado de origem da Aladi, certificado de abate árabe, certificado fitossanitário,
certificado de fumigação, certificado de controle de emissão de poluentes e
certificado de controle de nível de ruído.
Nota fiscal
Documento fiscal brasileiro obrigatório para o acompanhamento do des-
locamento de mercadorias pelo território nacional. Indica também a necessi-
dade de pagamento e o valor da obrigação tributária quando da transferên-
cia da propriedade da mercadoria. Na exportação, o empresário deve emitir a
Nota Fiscal de saída, indicando que a operação é de exportação (deve conter
os termos: não incidência de ICMS e imunidade de IPI).
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Carta de crédito
A carta de crédito não tem fins aduaneiros, mas é um dos principais do-
cumentos utilizados como modalidade de pagamento internacional. As mo-
dalidades de pagamentos internacionais são:
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Outros documentos
Em algumas situações específicas, podem ser necessários outros docu-
mentos, como por exemplo, fatura consular, documento de inspeção pré-
-embarque, apólice de seguro, contrato de câmbio (o contrato de câmbio
define a data da venda da moeda estrangeira recebida ou a receber pelo
exportador, definindo sua cotação. É um contrato feito entre um banco au-
torizado e um exportador. No Brasil, não é permitido ter contas bancárias em
moeda estrangeira, daí a necessidade de se efetuar o contrato de câmbio).
No caso de benefícios fiscais, deverão ser apresentadas certidões negativas
referente à Previdência Social (INSS), dívida ativa na União e Fazenda Nacio-
nal (PGFN).
(MDIC, 2010)
FLUXOGRAMA DE EXPORTAÇÃO
1 2 3 4 5
Preço prazo NCM
Negociação com Envio da fatura
Pesquisa de Elaboração da
Planejamento o importador pro forma ao
Mercado fatura pro forma
Pagamento importador
incoterms
6 7 8 9 10
Importador
Exportador
vai ao banco Exportador Exportador Exportador
prepara
e solicita a analisa a carta elabora a fatura elabora o
mercadoria para
abertura da de crédito comercial packing list
embarque
carta de crédito
11 12 13 14 15
Recebimento
Exportador Exportador
Pagamento do do
Exportador providencia o solicita o
frete e seguro conhecimento
emite nota fiscal pré-transporte despacho
pelo exportador de embarque
até o porto aduaneiro
(B/L)
16 17 18 19 20
Exportador
Desembaraço e Emissão do Exportador
Exportador entrega
averbação junto comprovante consolida toda a
contrata câmbio documentação
à SRF de exportação documentação
ao banco
21 22 23
Exportador
Exportador
liquida o
envia carta de FIM
câmbio e
agradecimento
recebe os reais
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A facilitação do comércio
e a questão dos procedimentos aduaneiros
Segundo definição adotada pela Organização para a Cooperação e o De-
senvolvimento Econômico (OCDE), facilitação do comércio é a simplificação
e padronização de procedimentos e fluxos de informações exigidos para que
se dê o movimento internacional de bens do vendedor para o comprador e a
movimentação de pagamentos no sentido contrário.
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Segundo a OCDE, tais custos variam entre 1% e 15% do valor total da tran-
sação comercial, dependendo essa variação da eficácia das administrações de
cada país, de especificidades das mercadorias comercializadas e da dimensão
e tipo do negócio realizado.
Entre os fatores que mais contribuem para o aumento dos custos das tran-
sações comerciais internacionais, destacam-se os problemas provenientes
da logística dos transportes, especialmente a deficiência das infraestruturas
portuárias, e a ineficácia dos procedimentos e regulamentações das aduanas
e outras agências dos governos. A atuação dos órgãos dos governos que in-
tervêm no comércio internacional tem como objetivo, teoricamente, executar
as regulamentações internas do Estado e, ao mesmo tempo, impor o mínimo
possível de obstáculos a esse comércio.
Entre esses órgãos dos governos, os principais são as aduanas. Cabe a elas
impor a aplicação das políticas de comércio exterior dos governos através do
controle da entrada e saída de produtos. Sua principal função é verificar as
informações prestadas pelos atores do comércio exterior para se assegurar
de que estão em conformidade com os controles estabelecidos e verificar as
mercadorias comercializadas para se assegurar de que estão conformes com
as informações prestadas.
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As propostas sobre
procedimentos aduaneiros em discussão na OMC
Quatorze propostas foram apresentadas por diversos países, sendo a maio-
ria delas trazida pelas Comunidades Europeias:
a) não discriminação;
g) automatização;
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Automatização
A automatização tem como função servir como ferramenta destinada a
otimizar a implementação de outras medidas de facilitação do comércio. Tra-
ta-se do uso de tecnologias de informação e comunicação nos procedimentos
de comércio exterior.
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Atividades de aplicação
1. Com relação à autorização que a empresa brasileira deve ter para ini-
ciar a prática da exportação, assinale a correta.
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Referências
BRASIL, Portaria SECEX n. 36, de 22 de novembro de 2007. Diário Oficial da Re-
pública Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 26 nov. 2007. Dispo-
nível em: <www.desenvolvimento.gov.br/arquivo/secex/conporexportacao/con-
solidacao.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2010.
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Gabarito
1. D
3. B
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