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Universidade Federal Fluminense – UFF

Aluno: Gunther Mafra Guimarães


Professor: Marcelo de Abreu Maciel

A Importância do Tratamento Medicamentoso em


Jovens Portadores de HIV e seus Desafios à sua
Adesão

Novembro
2019
A AIDS é uma doença causada pela infecção do Vírus da
Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV (sigla
em inglês). Trata-se de uma condição crônica, não curável no
atual momento, que afeta o sistema imunológico do indivíduo,
consequentemente desabilitando as defesas do organismo contra
futuras doenças. Somado a isso, muitos adolescentes brasileiros
são portadores de tal condição, o que implica em diversas
consequências para suas vivências, como a questão da
discriminação e os possíveis efeitos da infecção.
Dessa forma, o artigo “ADESÃO AO TRATAMENTO:
VIVÊNCIAS DE ADOLESCENTES COM HIV/AIDS”,
redigido por Maria Fernanda Cabral Kourrouski e Regina
Aparecida Garcia de Lima, é uma importante contribuição para
compreender melhor a situação de tais jovens, principalmente
sua relação com a adesão medicamentosa da infecção. O texto
foi fruto de uma pesquisa realizada em uma unidade
especializada em doenças infecciosas de um hospital escolar no
interior de São Paulo, com a participação de 9 adolescentes
entre 12 e 18 anos de idades com o diagnóstico de HIV/AIDS.
Por apresentarem o devido quadro clínico desde a infância,
adquiriram a condição via transmissão vertical, ou seja, passada
de mãe para filho durante a gestação, no parto ou pelo
aleitamento materno. Os participantes foram entrevistados e
também houve o depoimento dos cuidadores, mas não de todos.
Em um primeiro momento, os jovens participantes
afirmaram ter uma vivência normal, igual a de outros
adolescentes, uma vez que conseguiam desempenhar
determinadas atividades cotidianas sem grandes dificuldades,
como ir a escola, brincar. Curiosamente, houveram depoimentos
em que os adolescentes portadores de HIV afirmaram que
outras condições crônicas são piores, por apresentarem regimes
terapêuticos mais restritivos. O exemplo dado no texto é o da
diabetes, que além de necessitar do uso constante da medicação,
também precisa balancear a alimentação. Segundo a visão das
autoras, essa visão de normalidade da AIDS é explicada pelo
fato de os portadores não quererem acreditar que a sua infecção
é algo “anormal”, fora do comum, o que é fomentado pela
ausência de sintomas de sua condição. No entanto, é justamente
essa noção de “normalidade” que pode influenciar a adesão ao
tratamento medicamentoso, pois interfere na percepção e no
grau de gravidade da doença, já que o uso dos medicamentos
lembraria os adolescentes de sua condição. Fica evidente,
portanto, a primeira contribuição da pesquisa.
Além da situação retratada no parágrafo supracitado, a
discriminação também é um fator importante a ser considerado,
devido ao fato de levar o portador da AIDS ao isolamento,
dificultando assim a adesão ao tratamento medicamentoso. O
estudo demonstra que, diversas vezes, o preconceito começa no
próprio núcleo familiar, que deveria ser um ponto de apoio para
oferecer suporte emocional ao jovem portador do HIV. Dessa
forma, tal adolescente não se sente motivado a seguir em frente
com o uso das medicações. Ademais, as situações de estigma
podem levar os portadores a culpabilizarem alguém pelo seus
problemas, o que é comum de ocorrer nos casos de transmissão
vertical, pelo fato de terem sido “condenados” por uma ação
que não fizeram, ou que não tiveram intenção de contrair HIV.
Esse descontentamento análogo é perceptível em umas das falas
de uma entrevistada: ​“Eu sei como peguei, que foi mais ou menos na
hora do parto, aí eu peguei da minha mãe. Eu não culpo ninguém, mas a
culpa também não foi minha. É complicado você ter que se tratar por algo
que ninguém teve culpa. É frustrante. Acho que com o meu pai é a mesma
coisa do que com minha mãe, até porque foi por ele que ela pegou e falar
para ele seria pedir a morte. Ele se culpa até hoje por causa disso. Falar com
ele sobre isso é pedir para que ele queira morrer.” Dessa maneira,
explana-se a segunda contribuição da pesquisa.
Por fim, alguns dos adolescentes entrevistados relataram
que não precisavam tomar as medicações, argumentando que
como a AIDS não tem cura, estariam adiando o inevitável, além
de afirmarem que o tratamento “enche o saco”, devido à rigidez
dos horários, números de comprimidos a serem tomados, efeitos
indesejáveis da medicação (náusea, vômito, sonolência, entre
outros). No entanto, embora o tratamento exija esse cuidado e
atenção extras, os medicamentos são fundamentais para a
manutenção de uma boa qualidade de vida, pois reduzem
drasticamente o número de infecções oportunistas. Logo,
embora a ausência da medicação seja aparentemente um alívio,
ele é apenas momentâneo e trará consequências avassaladoras
para o portador de HIV, uma vez que a condição crônica irá
deteriorar-se em uma escala mais intensa. Além dessa
importância de cunho individual, o tratamento tem relevância
na questão da saúde pública, pelo fato de amenizar o risco de
disseminação de cepas resistentes. Porém, infelizmente, a
importância da medicação para a manutenção da vida e de sua
qualidade foi citada com menor frequência pelos portadores
entrevistados, muito menos a situação de âmbito público.
Nota-se, então, a terceira contribuição da pesquisa.
Portanto, de acordo com aquilo que foi expresso no primeiro
parágrafo desse texto, é indubitável a relevância do artigo
supracitado, principalmente por conseguir destacar as diversas
problemáticas, obstáculos e implicações que um adolescente
portador de HIV vivencia diariamente. Soma-se a isso, as
diversas propostas de solução que o estudo traz, para que se
possam amenizar ou contornar os problemas retratados, como: a
formação de grupos de apoio para os adolescentes que ainda
não aderiram ao tratamento medicamentoso, procurando
compreender os motivos que os levaram a tal ponto e buscar
agir de maneira e, assim, intervir precocemente; estabelecer
parcerias com ONGs ou instituições governamentais para a
promoção de palestras, oficinas, em escolas e comunidades para
orientar sobre as maneiras de transmissão da HIV e minimizar o
estigma e a discriminação daqueles que portam devida condição
crônica; melhorar a adesão ao tratamento a partir da elaboração
de um programa de medicação domiciliar supervisionado, como
ocorreu no tratamento da tuberculose demonstrando êxito.
Dessa forma, conclui-se a importância do tratamento
medicamentoso, não só nos jovens portadores de HIV, mas em
qualquer pessoa infectada pelo vírus.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
KOURROUSKI, Maria Fernanda Cabral; LIMA, Regina Aparecida
Garcia de. Adesão ao
tratamento: vivências de adolescentes com HIV/AIDS. Rev. Latino-Am.
Enfermagem, Ribeirão
Preto, v. 17, n. 6, p. 947-952, dez. 2009. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php.
acessos em 12 nov. 2019.

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