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1º Trim.

de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção

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1º Trimestre de 2020 - CPAD
A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
Comentários da revista da CPAD: Claudionor Correa de Andrade
Comentário: Ev. Caramuru Afonso Francisco

LIÇÃO Nº 11– O HOMEM DO PECADO


O Anticristo, instrumento direto de Satanás, será o maior e último governante
do sistema mundial gentílico, que se caracteriza pela rebeldia contra Deus.

INTRODUÇÃO
- Os gentios, ou seja, todas as nações com exceção de Israel, pertencem a um sistema mundial de governo
que tem como característica principal a rebelião contra Deus, a tentativa de estabelecer um modo de vida
independente de Deus. A comunidade única pós-dilúvio foi destruída por causa deste sentimento.

- Esta rebeldia tem se perpetuado ao longo da história da humanidade e atingirá o seu máximo esplendor
mediante o governo do Anticristo, esta personagem que é anunciada nas Escrituras como sendo o mais
ímpio e iníquo governante que já houve sobre a Terra e cuja manifestação coincidirá com o início do juízo
de Deus sobre o planeta.

I – O SISTEMA MUNDIAL GENTÍLICO SEMPRE TEVE GOVERNANTES REBELDES A DEUS


- Logo no limiar da história da humanidade, encontramos o homem tomando o partido da rebelião
contra Deus, tentando construir uma civilização que deixasse Deus ao largo, como se o homem pudesse
viver sem estar sob o domínio e tutela de Deus. O primeiro a construir um sistema social, político e
econômico sem a presença de Deus foi Caim. A Bíblia afirma que, mesmo advertido pelo Senhor de que se
não se submetesse, o pecado dominaria sobre ele (Gn.4:7), Caim pecou e rejeitou o Senhor.

- Apesar desta rejeição, Deus poupou a vida de Caim (Gn.4:15), o que demonstra, claramente, que Deus,
mesmo tendo sido rejeitado, permitiu que se construísse todo um sistema de vida em contrariedade à Sua
Palavra e à Sua vontade, pois Sua intenção não é que o homem perca, mas que todos sejam salvos e
alcançados pelo Seu grande amor (I Tm.2:3,4). Assim que teve sua vida poupada, Caim construiu uma
cidade, a quem deu o nome de Enoque (Gn.4:17,18). Começava, então, o sistema social dominado pelo
pecado e cuja característica era o distanciamento de Deus. Caim, portanto, é o primeiro governante do
mundo que se opõe a Deus (pois era do maligno, cfr. I Jo.3:12).

- O sistema social dominado pelo pecado tinha, também, como característica, o avanço tecnológico,
artístico e científico, como se pode verificar da descrição bíblica da civilização caimita (Gn.4:21,22),
progresso, entretanto, que era concomitante com um intenso processo de degradação moral e de violência
(Gn.4:23,24). Simultaneamente, este sistema social rebelde encontrou guarida até mesmo entre os que
serviam a Deus (a linhagem de Sete, os “filhos de Deus”, mencionados em Gn.6:2), corrompendo até
aqueles que haviam sido ensinados a invocar o nome do Senhor (Gn.4:26), em uma intensidade tal que o
Senhor acabou por decidir destruir toda a humanidade (Gn.6:5-7). Este primeiro sistema social rebelde,
portanto, acabou sendo totalmente destruído por um juízo divino, a saber: o dilúvio.
OBS: É interessante notar que, na época da dispensação da consciência, temos duas pessoas chamadas “Enoque”: o primogênito de Caim, que
deu nome à primeira cidade mencionada na Bíblia e, portanto, símbolo de todo o sistema perverso que então se criou e que chegou a dominar o
mundo e o primogênito de Jarede, cuja piedade foi tão intensa que Deus para si o tomou (Gn.5:24). Embora o significado do nome “ Enoque”
seja objeto de controvérsias, a maior parte dos estudiosos entende que seu nome significa “ensino”, “treinado”, “iniciado”, “dedicado”. Assim, se
de um lado temos todo um sistema que foi ensinado, treinado a se revoltar contra a soberania divina, houve um indivíduo que preferiu seguir
outro caminho e se dedicar e treinar em andar com Deus e, por isso, Deus o tomou, antes que lançasse o juízo sobre a Terra.

- Após o dilúvio, a família de Noé multiplicou-se sobre a face da Terra (Gn.9:19). Estas novas gerações
viviam juntas, formando uma única comunidade (Gn.11:1), estando sob um governo igualmente único. Não

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tardou, porém, a surgir, no cenário mundial, outro grande imperador do mundo, a saber, o bisneto de Noé,
neto de Cão e filho de Cusi, chamado Ninrode, que a Bíblia aponta como o primeiro que “começou a ser
poderoso na terra” (Gn.10:8). Segundo a maior parte dos estudiosos, Ninrode significa “rebelde”, ou seja,
uma vez mais se levantava alguém que não aceitava a submissão a Deus e que pretendia construir um “poder
humano”, um poder independente de Deus.

- Esta comunidade única, com seu grande líder Ninrode, com sede em Babel (que é Babilônia),
pretendeu demonstrar todo o seu poderio e independência em relação a Deus, por meio da construção
de uma torre, que alcançasse até os céus, um verdadeiro símbolo da soberba e da auto-suficiência humanas
diante de Deus. Este gesto de rebeldia levaria, inevitavelmente, a uma nova destruição da raça humana e
Deus, que havia prometido não mais destruir o mundo por um dilúvio, na Sua infinita misericórdia, ao invés
de destruir o homem, destruiu a comunidade única até então existente, mediante o juízo da torre de Babel,
que foi a confusão das línguas (Gn.11:7,8). Os gentios, portanto, eram aqui rejeitados, espalhados pela face
da Terra em razão da sua submissão ao pecado e sua dedicação a um sistema que tencionava impor ao ser
humano uma vida de independência e rebeldia em relação a Deus.

- Vimos que, a partir de então, Deus inicia a executar o Seu projeto de constituição de uma nação dentre as
demais, a saber, Israel, pela qual propiciaria a salvação dos homens. Todavia, entre as nações surgidas da
confusão das línguas, permanecia o germe da rebelião, o domínio do pecado. Este sistema, que as Escrituras
denominam de “mundo”, sempre esteve presente entre as gentes, entre os gentios. Embora não houvesse
nunca mais uma única comunidade, o certo é que a história gentílica é uma sucessão de impérios e
civilizações que têm como característica peculiar a busca de um modo de vida contrário à vontade do
Senhor.

- Não é de se estranhar, portanto, que, no sonho do rei Nabucodonosor, tenha sido vista uma estátua, uma
grande estátua na forma de um homem. Esta estátua representa, precisamente, este sistema mundial
gentílico, que jamais se submeteu ao Senhor e que, apesar de ter sido poupado e permitido por Deus, jamais
reconheceu a misericórdia divina neste gesto e teima em se manter contrário à Sua vontade, espalhando a
rebeldia, a soberba e a ideia de que se pode viver independentemente da submissão ao Senhor. Este sistema,
que, como vimos, teve origem em Babilônia sob o comando de Ninrode, estava, na época do sonho de
Nabucodonosor, novamente sediado nesta cidade e dali se espraiaria ao longo dos séculos, até que o Senhor
interviesse diretamente na história e a ele desse cabo de modo repentino, o que foi simbolizado no sonho do
rei pela pedra que foi cortada, sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou
(Dn.2:34).

- Antes, porém, que o Senhor dê cabo deste sistema mundial gentílico, que é mais um dos necessários
acontecimentos dos últimos dias, diz a Bíblia Sagrada que se levantará o último grande imperador do
mundo, o mais terrível de todos, pois será um instrumento direto de Satanás entre os homens, quase que
uma encarnação do próprio diabo, que sintetizará todo este ódio, revolta e indignação contra Deus. Este
último líder deste sistema, o mais tenebroso e iníquo de todos, é chamado pelo apóstolo João na sua primeira
carta de “Anticristo” (I Jo.2:18), cujo aparecimento é inevitável e se constitui num dos sinais antes da
redenção de Israel e desta Terra por Cristo (II Ts.2:2-5).
OBS: “…O anticristo será a encarnação do que há de pior entre as nações. Se estas são ímpias e violentas, ele será prodigiosamente violento e
desavergonhadamente ímpio. Se elas representam a revolta, ele é o rei dos revoltados contra Deus.…” (R.N. CHAMPLIN. O Novo Testamento
interpretado, v.6, com. a Ap.13:1, p.548).

II – O ANTICRISTO E OS ANTICRISTOS

- A palavra “anticristo” aparece apenas quatro vezes nas Escrituras, três vezes na primeira carta de
João (I Jo.2:18,23 e 4:3) e uma vez na segunda carta do mesmo apóstolo (II Jo.7), a mostrar que se trata de
uma expressão própria do “apóstolo do amor”. Entretanto, apesar desta exiguidade dos textos, foi a
expressão adotada pelos estudiosos da Escatologia para denominar este último ditador do sistema mundial
gentílico, até porque se trata de uma expressão que sintetiza, como nenhuma outra, tudo o que representa
esta personagem. “Anticristo” significa tanto “contra Cristo” como “em lugar de Cristo”, ou seja, este último

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dominador do sistema mundial gentílico será alguém que tentará se dizer Cristo, que tentará se apresentar
como o Messias, o Ungido de Deus, como o Enviado de Deus, como o próprio Deus, ao mesmo tempo em
que procurará se voltar contra tudo o que representa o verdadeiro Deus, contra tudo o que estiver
relacionado a Jesus, o verdadeiro e único Messias.

- Entretanto, é oportuno observar, que João, ao mencionar esta personagem e a denominar de “anticristo”,
fez questão de ressaltar que haveria muitos “anticristos” (I Jo.2:18). Esta sutil distinção é muito importante e
sua desconsideração tem levado muitos, ao longo dos séculos, a ter visões distorcidas e errôneas a respeito
desta personagem.

- Em primeiro lugar, é bom observarmos que o “anticristo”, no singular, diz respeito a uma personagem
que ainda não havia aparecido nos tempos do apóstolo João, que foi o último escritor do Novo
Testamento, cujo falecimento é marcado por volta do ano 100. Destarte, não tem qualquer fundamento a
identificação do “anticristo” com o imperador romano Nero, que foi o primeiro grande perseguidor da Igreja
e que reinou de 54 a 68, portanto falecido antes da redação desta carta de João. O apóstolo diz que “…é já a
última hora e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos…”(I
Jo.2:18), a indicar, portanto, que Nero poderia ter sido “um dos anticristos”, mas que não era o “anticristo”,
que ainda estava por vir.

- Em segundo lugar, a colocação no singular da expressão “anticristo”, indica que esta personagem será
única, ou seja, uma pessoa diferente das demais que surgirem antes dela. Disto temos certeza não só por
causa do número singular, que indica a quantidade um, como nos ensinam os gramáticos, como também pela
existência do artigo definido “o”, que, além de também estar no singular, também aponta para alguém em
especial, para uma pessoa determinada, que não se confunde com as outras.

- Em terceiro lugar, vemos que as expressões “vem o anticristo” e “muitos se têm feito anticristos” revelam,
de forma clara, que o anticristo é uma pessoa, é um ser humano, não um sistema ou uma estrutura de poder,
como chegam alguns estudiosos a defender, apresentando o que se denominou de “teorias impessoais”, ou
seja, interpretações que dizem que o anticristo será um sistema, uma forma de governo, uma estrutura de
poder, não uma pessoa em especial.

- Como já vimos supra, o sistema mundial gentílico existe desde Caim. Desde Caim, há o “mundo”, este
sistema dominado pelo pecado e que se rebela contra Deus. Este sistema não era desconhecido do apóstolo
João, que, aliás, também foi quem cunhou a expressão “mundo” para designá-lo (I Jo.2:2,15-
17;3:1,13,17;4:1,3,5,9,14,17;5:4,5.19). João chama de “mundo” ao sistema que já existia e que estava
imerso no pecado, um sistema que não conhece a Deus, que aborrece o crente, que está no maligno.
Portanto, quando afirma que “vem o anticristo”, jamais se referia a este sistema mundial, a que dá o nome de
“mundo”, pois este “mundo” já existia, tanto que Jesus havia vindo para propiciação dos seus pecados (I
Jo.2:2). Se diz que o anticristo ainda vem, é porque ele é uma pessoa, não o sistema de onde ele virá, pois o
sistema já existia, embora não fosse eterno (cfr. I Jo.2:15-17).

- O anticristo ainda não havia vindo, embora já fosse a última hora, mas “…muitos se têm feito
anticristos…”, ou seja, até o aparecimento do anticristo, muitos haveriam de se fazer anticristos, ou seja, a
exemplo do que ocorreu com o Cristo, que foi tipificado, prenunciado, figurado por algumas pessoas(José,
Moisés, Josué, Davi, entre outros) também o anticristo será figurado, tipificado, representado, prenunciado
por algumas personagens históricas, quase sempre líderes políticos e/ou religiosos ao longo da história da
humanidade, que terão posições de mando dentro da estátua do sonho de Nabucodonosor, o sistema mundial
gentílico. Assim, Nero e outros déspotas cruéis que surgiram ao longo da história são apenas os
“anticristos”, postos no plural, figuras, tipos da terrível personagem que ainda está por aparecer.
OBS: Assim, devemos ter muito cuidado em querer identificar quem seja o anticristo, não caindo em especulações que a nada levam. Muitos
se levantaram ao longo da história com características próprias do anticristo, mas o anticristo será somente aquele que se levantar com o apoio da
estrutura de poder oriunda do império romano revivido e que apresente ou irrogue para si poderes sobrenaturais. Líderes como Nero, Napoleão
ou Hitler são, sem sombra de dúvida, personagens históricas que se constituem em tipos do anticristo, pois, em suas biografias, encontramos
muitas similaridades com a figura da “besta”, mas não são o anticristo que se manifestará no período da Grande Tribulação. Não façamos
confusão !

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III – A NATUREZA E O CARÁTER DO ANTICRISTO

- No sonho do rei Nabucodonosor, ao descrever o sistema mundial gentílico, o texto bíblico não revela a
figura do anticristo, pois o sonho apenas se limita a mostrar que a pedra cortada sem mão esmiuçou toda a
estátua (Dn.2:34,35), tendo o profeta Daniel interpretado que isto ocorreria quando o próprio Deus
levantaria um reino nos dias dos dez reis representados pelos dedos dos pés da estátua (Dn.2:44).

- Entretanto, quando da visão dos quatro animais, que é uma repetição do sonho do rei, o profeta Daniel teve
uma pormenorização a respeito do último império mundial. Nesta visão, ele vê um animal espantoso e muito
forte, com dentes grandes de ferro, diferente de todos os animais anteriores. O animal tinha dez pontas e
destas dez pontas subiu uma outra ponta pequena, uma ponta que tinha olhos como olhos de homem e uma
boca que falava grandiosamente (Dn.7:8). Vemos aqui, portanto, a descrição do anticristo como um homem
dotado de visão, visão que não lhe é própria (daí porque os olhos serem similares ao de homem, mas não
serem de homem), mas que lhe será outorgada pelo próprio Satanás, bem como com grande poder de
comunicação e de capacidade de levar após si a humanidade, num caminho que será o da oposição a tudo o
que Deus é e representa.

- O anticristo, como já vimos, é um ser humano, é uma pessoa. Na visão dos quatro animais, Daniel diz
que na ponta havia olhos, como olhos de homem, a comprovar que se trata de alguém e não de reinos,
estruturas ou sistemas, como defendem alguns. Este homem, porém, será diferente de todos os outros
homens, porque será uma pessoa usada pelo inimigo como nenhuma outra em toda a história. Como afirma
o apóstolo Paulo, o anticristo operará segundo a eficácia de Satanás, de onde virá todo o seu poder, sinais e
prodígios (II Ts.2:9). Assim, ao contrário dos outros “anticristos”, o anticristo será um instrumento direto do
adversário, alguém que será um mero instrumento da vontade do diabo, que atuará com todo o poder do
inimigo, que se manifestará numa intensidade nunca antes vista, porque não haverá a resistência que hoje
ainda existe para tal manifestação (cfr. II Ts.2:7).

- Por causa desta afirmação bíblica, de que o anticristo estará sob a plena operação do inimigo, há quem
entenda que o anticristo não será propriamente humano, mas uma espécie de encarnação do adversário, um
ser demoníaco humanizado. Não podemos concordar com este pensamento, uma vez que a Bíblia diz,
claramente, que o anticristo é um homem (Dn.7:8; Ap.13:18), embora saibamos que será um homem
diferente(Dn.7:24), que se entregará totalmente ao domínio de Satanás, fazendo parte, assim, da chamada
“trindade satânica”, ao lado do próprio diabo e do falso profeta (de que falaremos no final este estudo).

- Admitir que o diabo possa se humanizar, seria admitir que teria poderes de criação, algo que as Escrituras
afirmam que é prerrogativa exclusiva de Deus (Gn.1:1, 2:1; Jó 38 e 39). A chamada “encarnação” de Jesus
é, propriamente, como bem assevera o pastor Ailton Muniz de Carvalho, uma “autocriação”, ou seja, Deus
Se fez homem, tomou a forma de homem (Jo.1:14; Fp.2:7), porque é o Criador de todas as coisas. Os anjos,
conquanto possam se materializar e parecer homens, jamais se humanizaram, não podem fazê-lo, o que
inclui, também, os anjos caídos, entre eles o ex-querubim ungido, que Paulo afirma que é capaz de se
travestir como anjo de luz(I Co.11:14), mas jamais virar um homem propriamente dito.
OBS: “…a Besta não será o Diabo, nem um homem ressuscitado, mas um homem personificando o Diabo.…” (Antonio GILBERTO. Daniel e
Apocalipse: compreendendo o plano de Deus para os últimos dias, p.154).

- Todavia, se não podemos admitir interpretações que levem à conclusão de que o anticristo será o próprio
diabo encarnado, não temos razão para entender ter certo embasamento interpretações que veem o anticristo
como um homem geneticamente construído (o que explicaria não só a sua superioridade biológica em
relação aos demais homens, como também a própria falta de afeição e de moralidade decorrentes de uma
ausência de vida familiar), bem como alguém que, desde a sua própria concepção, tenha sido planejado e
dedicado ao inimigo em cultos ocultistas e satanistas. Não há, mesmo, razão para duvidar de que o
anticristo, desde o instante de sua concepção, seja colocado sob o direto controle do adversário para a sua

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tenebrosa missão. Não nos esqueçamos de que, acima de tudo, esta personagem estará cumprindo as
Escrituras e, portanto, toda a demonstração de força e de poder que Satanás desenvolver em torno da sua
vida ocorrerá não só porque Deus o permitirá, mas, sobretudo, para que a Palavra do Senhor seja cumprida
(Jr.1:12).

- Não é à toa que é denominado de “o homem do pecado” (II Ts.2:3), pois será a personagem que mais terá
pecado sobre a face da Terra, a que terá mais íntima comunhão com o inimigo de nossas almas em toda a
história da humanidade

- Além de ser um homem, vemos, pelas Escrituras, que o anticristo será um líder político, ainda que
diferente dos que já apareceram sobre a face da Terra em virtude desta conexão específica com o próprio
Satanás. Assim, o anticristo terá, simultaneamente, duas fontes de poder: uma advinda do sistema mundial
gentílico, construído pelo homem pecador desde o início dos tempos e que se encontra sob o domínio do
pecado; outra, advinda do próprio diabo, que dará poderes sobrenaturais a este homem (Ap.13:2 “in fine”).

- Afirmamos que o anticristo é um líder político, porque a Bíblia, ao se referir a ele, tanto em Daniel como
em Apocalipse, descreve o seu surgimento de entre as nações que reviverão o Império Romano. Em
Dn.7:7,8, é dito que o animal espantoso e terrível tinha dez pontas e que, “…entre elas subiu outra ponta
pequena…”, ou seja, o anticristo surgirá de entre as dez nações que estarão controlando o poder decisório da
União Europeia (ou bem pode ser que sejam dez nações que, juntamente com a União Europeia, estarão
controlando a política internacional). Seu poder, portanto, nasce da política, tem sua base na política, é o
ápice de todo o sistema que começou a ser organizado por Caim, sob o domínio do pecado, e que tem se
perpetuado através dos séculos.

- Em Ap.13:1, é dito que a besta subiu do mar e que tinha sete cabeças e dez chifres, chifres estes que
estavam coroados (diademas são coroas) e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia. O fato de João ter
sido colocado sobre a areia do mar é uma demonstração de que o poder teria origem terrena, e não celestial
(João estava no céu, para onde fora levado a partir do capítulo 4 de Apocalipse, cfr. Ap.4:1). A besta ter
subido do mar confirma, uma vez mais, esta origem terrena de seu poderio e, mais, a natureza política dele,
porquanto o mar representa as nações da Terra (cfr. Dn.7:2,17). Aqui, também, a exemplo do texto de
Daniel, vemos que a besta se sobressai dentre as nações, tendo como fonte de poder dez chifres, ou seja, dez
reinos, pois são os chifres que estão coroados e não as suas cabeças. As cabeças, em número de sete, por sua
vez, com o nome de blasfêmia nelas, confirmam que, a exemplo do que foi predito em Dn.7:24, após se
consolidar no poder, o anticristo abaterá três dos dez países que lhe entregaram o poder e passará a ter base
nestes sete países restantes que, com ele, estabelecerão os parâmetros de seu governo, que envolvem, em
primeiro plano, a instituição de uma religião mundial, como veremos infra.

- Com relação ao caráter do anticristo, a Bíblia não nos deixa qualquer dúvida a respeito de quem ele será.
Em primeiro lugar, diz que se trata de alguém que tem olhos como os olhos de um homem (Dn.7:8). Já
falamos supra de que isto indica que o anticristo será alguém que terá uma visão superior aos dos
demais homens, terá um discernimento muito mais aguçado, uma perspicácia muito mais intensa, uma
inteligência e capacidade mental muito maiores do que as dos demais homens, pois operará não por si
mesmo, mas usará o poder e a eficácia do astuto tentador, que é maior do que o homem (Sl.8:5).

- Em segundo lugar, a Bíblia diz que o anticristo será alguém que tem uma boca que fala grandiosamente
(Dn.7:8; Ap.13:5). Isto nos mostra que, como todo líder político, o anticristo terá o “dom da palavra”, ou
seja, terá grande capacidade de comunicação, principalmente de comunicação com as massas, com a
população, com uma eloquência e facilidade de convencimento incomuns. Não nos esqueçamos de que o
diabo é a “mais astuta de todas as alimárias do campo” (Gn.3:1) e que tem alto poder de persuasão. O
anticristo sobrepujará todos os líderes políticos e/ou religiosos da história da humanidade neste item. O
domínio da comunicação e a eloquência são fundamentais para a vida dos nossos dias. “Quem não se
comunica, se trumbica”, dizia o apresentador de televisão Abelardo Barbosa, o Chacrinha, que, com sua
maneira irreverente de ser, elaborou esta sentença que é uma realidade nua e crua dos nossos dias. O
anticristo terá um enorme poder de persuasão e convencimento e, como se isto fosse pouco, será ajudado

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nesta empresa pelo falso profeta e por todas as miríades de demônios e espíritos malignos que estarão
agindo livremente naqueles dias. Técnicas de retórica e de neurolinguística têm se desenvolvido com
intensidade nos últimos anos (e, lamentavelmente, tem sido recurso cada vez mais empregado por
pregadores na atualidade…) e serão elas amplamente dominadas pelo iníquo. Através da comunicação, o
homem torna comum o seu pensar, desenvolve a sua própria humanidade. O anticristo, com esta capacidade,
dominará a mente e a vontade de milhões e milhões de pessoas em toda a Terra. Adolf Hitler, um dos
anticristos que tipificam o iníquo, foi quiçá um dos primeiros homens a fazer uso dos meios de comunicação
de massa e de uma política estruturada de propaganda e divulgação de suas ideias e arrastou uma das nações
mais desenvolvidas e cultas do mundo, a Alemanha, e, com ela, o mundo todo, ao desastre do nazismo e da
Segunda Guerra Mundial. O que não fará o anticristo, que será muito mais poderoso e eficaz que o Führer
do Terceiro Reich ?

- Em terceiro lugar, a Bíblia diz que não somente o anticristo terá capacidade incomum de eloquência e
persuasão, com amplo domínio da comunicação, como também utilizará esta habilidade para proferir
palavras contra o Altíssimo (Dn.7:25), para blasfemar contra Deus, o Seu nome e os Seus (Ap.13:6). A
mensagem do anticristo outra não é senão a de rebeldia e insubmissão a Deus e a tudo quanto Ele
representa. O anticristo será o pregador do “evangelho da rebelião”, será o principal divulgador da
mensagem contrária ao Senhor e à Sua Palavra. O anticristo trará uma mensagem de divinização do ser
humano, de total independência de Deus. Dirá que os homens não precisam servir a Deus nem à Sua
Palavra, que as Escrituras não têm qualquer validade, que os homens são deuses, são senhores do seu
próprio destino, que as crenças advindas do Evangelho de Jesus Cristo não podem ser seguidas e devem ser
abandonadas. Dirá que o homem evoluiu e que não mais precisa atender às exigências prescritas na Bíblia,
que, certamente, será um livro no qual não se mais crerá naqueles dias.

- Ao mesmo tempo em que o anticristo fará o povo desacreditar nas Escrituras e na crença em Deus,
também, sutilmente, apresentar-se-á como a solução dos problemas espirituais da humanidade, mostrar-se-á
como o redentor do ser humano, como o escolhido para trazer aos homens a sua tão almejada salvação. Por
isso, é ele o anticristo, pois, simultaneamente, atacará o evangelho de Jesus, levantar-se-á contra tudo que se
relaciona a Cristo, bem como se apresentará como o seu substituto, como o verdadeiro elo entre o homem e
a sua salvação, conduzindo, assim, o povo a adorar a si próprio e ao diabo. Nesta tarefa, a propósito, será
auxiliado pelo falso profeta, que será o verdadeiro porta-voz e o agente convencedor do povo na adoração ao
anticristo e ao diabo.

- Neste ponto, observemos que todos os movimentos religiosos da atualidade, de uma forma ou de outra,
apresentam crenças na vinda de um salvador, de alguém que proporcione a evolução espiritual da
humanidade e promova a solução para os seus problemas espirituais. Senão vejamos:

a) judaísmo – o judaísmo, religião dos judeus, está ainda aguardando o Messias, uma vez que rejeitam que
Jesus o seja. O retorno de Israel a Palestina foi um fator que reavivou, como nunca, a crença messiânica
entre os judeus que, a partir do final do século XVIII, havia experimentado um certo esfriamento. O
surgimento do anticristo, certamente, fará com que muitos judeus o identifiquem como sendo o Messias, o
que permitirá, inclusive, que haja o pacto que será firmado entre o anticristo e Israel no início do governo do
anticristo (cfr. Dn.9:27). Esta aceitação, aliás, foi predita por Jesus (Jo.5:43).

b) hinduísmo, budismo, Nova Era – estes três movimentos religiosos crêem que estamos na iminência do
surgimento de mais um “espírito iluminado”, de um “Buda”, de um “mestre ascensional”, superior aos
anteriores (identificados, quase sempre, como tendo sido os fundadores de religiões, como Buda, Confúcio,
Lao-Tsé, o próprio Jesus e Maomé), chamado no movimento teosófico, que é o principal sistematizador das
ideias que hoje representam o movimento “Nova Era”, de “Maytreya”, que, no “limiar da Era de Aquário”,
virá para trazer evolução espiritual ao homem. Alguns dizem que será o próprio Cristo reencarnado,
enquanto outros insistem em dizer que será um espírito mais evoluído que o de Cristo.

c) islamismo – O islamismo, também, crê que, antes do juízo, reinará sobre os árabes o “imam Mahdi”, um
representante de Alá, que reinará por sete anos e trará prosperidade e estenderá o Islão até os confins da

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terra, chamado de “o justo líder da humanidade”. Segundo as crenças muçulmanas, que se encontram nos
chamados “Haddith”, que são ditos de Maomé reduzidos a escrito após a sua morte, este imam será
anunciado com sinais e prodígios, para que seja reconhecido pelo povo.

d) cristianismo apóstata – Mas, também, entre os que se dizem cristãos, há muitos que também estão
aguardando a vinda de um outro salvador. Mas, como isto seria possível, já que o cristão deveria aguardar a
vinda de Jesus ? Como o próprio Jesus nos avisou, nos últimos dias, haverá a “igreja de Laodiceia”, aquela
que, embora fosse desgraçada, cega e nua, achava-se rica e achava que de nada tinha falta (Ap.3:17). Os que
não atenderem ao convite de Cristo e não se humilharem diante do Senhor, também serão enganados pelo
anticristo, porque, na sua apostasia, buscarão alguém que diga ser o Cristo ou que prometa levar a Cristo de
um outro modo. Já não são poucos aqueles que têm trocado Jesus pelos falsos mestres e profetas, que, dentro
de sua apostasia, conduzirão seus discípulos aos braços da besta. Porventura, não estão muitos que se dizem
cristãos a seguir homens ao invés de olhar para Jesus ? A confiar em visões, revelações e unções de homens
do que a seguir o que manda a Palavra do Senhor ? Bastará que estes homens que estão sendo cegamente
seguidos por estes apóstatas, como se fossem João Batista, apontem para o anticristo, para que todos estes da
chamada “igreja paralela”, como a denomina o pastor Osmar José da Silva, caiam nos braços do “filho da
perdição”, seguindo o triste caminho trilhado, nos dias do ministério de Jesus, por Judas Iscariotes. A falsa
idéia, disseminada entre muitos segmentos que se dizem cristãos, de que Jesus só virá depois de uma era de
paz, prosperidade e devoção mundiais será uma mentira que seduzirá estes pseudo-cristãos, diante do
discurso do anticristo.

- Pelo que se verifica, portanto, todo o mundo religioso está aguardando, com ansiedade, o surgimento deste
salvador, deste homem que terá condições de resolver os problemas da humanidade, de preencher o vazio
espiritual, ético e de perspectivas que existe no mundo de hoje, o que nos mostra que tudo está pronto para
que o anticristo seja recebido de braços abertos por aqueles que se recusam a aceitar a mensagem da
salvação em Jesus Cristo.

- Em quarto lugar, a Bíblia diz que o anticristo é a besta (Ap.13:1), palavra que corresponde ao original
grego “thérion”, que significa “fera”, “animal selvagem”. Esta expressão mostra bem qual será o caráter do
anticristo: alguém que não tem outro instinto, outra intenção senão a de devorar, destruir e despedaçar as
suas vítimas. Com efeito, o anticristo, para aqui se utilizar de expressão de R.N. Champlin, “…fará todos
aqueles outros [homens, observação nossa] parecerem crianças, paralelamente à sua imensa perversão
moral…”(O Novo Testamento interpretado, com. a Ap.13:1, v.6, p.548).

- Não se poderia esperar de um homem que agirá segundo o poder e eficácia de Satanás algo diverso do que
faz o diabo, cujo trabalho, disse-nos Jesus, é matar, roubar e destruir (Jo.10:10). Por isso, aquilo que o atual
líder da Igreja Romana tem identificado como sendo uma “cultura de morte”, para denominar o modo de
vida que anda sendo propagado no mundo, principalmente no Ocidente (como a defesa do aborto, da pena
de morte, da desconsideração dos embriões humanos como pessoas, a falta de preocupação com calamidades
como as enfermidades e a fome entre os mais pobres e humildes, entre outros comportamentos de nosso
tempo), nada mais é que mais um dos prismas da atuação do chamado “espírito do anticristo”.

- O anticristo é chamado de besta, isto é, de fera, porque não terá dó nem piedade de quem quer que
seja. As Escrituras já afirmam que, tendo sido apoiado por um conjunto de dez nações para subir ao poder,
logo se encarregará de abater a três delas (Dn.7:24). Sendo o mais exímio líder político de todos os tempos,
o anticristo exercerá o poder na sua forma mais nua e crua, sem qualquer traço de moralidade ou de ética.
Como odeia tudo que se relaciona com Deus, será um implacável e sanguinário perseguidor dos santos
naquele dia (isto é, dos que se converterem a Cristo durante a Grande Tribulação), bem como de Israel, que
é propriedade peculiar de Deus (Ex.19:5,6). Fará, por isso, guerra aos santos e os vencerá e destruirá
(Dn.7:25; Ap.13:7). Sua crueldade não encontrará similar em toda a história da humanidade e, observemos,
a história traz-nos retratos de grandes carnificinas, como as dos milhares de mortos durante as dez
perseguições romanas contra os cristãos, dos milhares de mortos durante a Inquisição na Idade Média, dos
sucessivos martírios em massa de judeus na Europa nas Idades Média e Moderna, do holocausto de seis
milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial pelos nazistas, dos mais de trinta milhões de mortos por

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1º Trim. de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
Stálin na União Soviética, mas, pasmem todos, nada disto se compara ao banho de sangue que está
preparado para ocorrer durante o governo da Besta. A crueldade é uma marca tão proeminente do seu
governo que as Escrituras costumam identificar o anticristo com o nome de Besta, não cessando de lembrar
que vem de um império cuja característica principal é o de devorar e partir em pedaços as presas (Dn.7:23).
OBS: Certos estudiosos das Escrituras não cessam de afirmar que, entre os satanistas, existe a crença de que, durante o governo do anticristo,
será necessário um contínuo sacrifício ao diabo, que será representado, precisamente, pelas vidas humanas que serão ceifadas por ordem do
governo satânico: “…Os satanistas compreendem que a Nova Ordem Mundial do Anticristo não poderá ser estabelecida sem que uma
quantidade enorme de sangue humano seja derramada. Qualquer morte que tenha sido planejada pode ser contada como um sacrifício para esse
propósito: guerras, abortos, infanticídios, eutanásia, e, eventualmente, o martírio.…” (O Papa João Paulo II usa outro símbolo satânico da magia
negra do anticristo durante a sua viagem a Israel. http://www.espada.eti.br/n1360.asp Acesso em 6 out.2004).

- Ainda falando sobre a consideração do anticristo como sendo a besta, é importante observar que, ao
contrário de Daniel, que não minudenciou as características do animal terrível e espantoso e terrível, que
representava o império romano e de onde saía a ponta pequena, que era o anticristo (Dn.7:7), João descreveu
como era a besta, a saber, “…semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de
leão…”(Ap.13:2). Por esta descrição, de pronto, vemos que o anticristo terá as características dos impérios
mundiais que antecederam o império romano, pois os animais vistos por João correspondem aos três animais
da visão de Daniel, ainda que mencionados em ordem inversa ao da visão do profeta estadista.

- Esta caracterização da besta como uma reunião dos três animais primeiramente vistos por Daniel permite-
nos concluir, sem sombra de dúvida, que o anticristo é o suprassumo do sistema mundial gentílico, o ápice
da rebeldia contra Deus, o auge da apostasia e do pecado. Também nos mostra que o anticristo, para cumprir
a sua missão satânica, se valerá de tudo aquilo que, ao longo dos séculos, foi sendo criado e acumulado pelo
chamado “espírito do anticristo”, tudo aquilo que foi longamente planejado e preparado pelo diabo para
tentar se opor ao plano divino da salvação.

- O fato de os animais serem mencionados em ordem inversa ao da visão de Daniel é explicado pela
circunstância de que ao profeta foi apresentado o cenário sob o aspecto cronológico, enquanto que ao
apóstolo, foi apresentado o cenário sob o aspecto hereditário, ou seja, a partir da proximidade das influências
vividas pelo último império. Assim, o governo do anticristo desfrutará de heranças que lhe vieram, de
imediato, do Império Grego (filosofia, cultura humanística em geral), do Império Medo-Persa
(administração, certa influência religiosa do zoroastrismo, com seu dualismo e a deificação do mal, muito
apropriado à doutrina a ser defendida pelo anticristo) e do Império Babilônico (a religiosidade pagã, a
rebeldia contra Deus e a deificação do homem).

- Em quinto lugar, o anticristo é chamado de “o homem do pecado” (II Ts.2:3). Outra característica do
anticristo será a de que ele será um pecador e, mais do que isto, alguém que levará às últimas consequências
a defesa da natureza pecaminosa do homem. Ao contrário de Jesus, cuja mensagem sempre foi a de
exaltação do homem mediante a sua submissão a Deus, por intermédio da obediência (Fp.2:5-9), o anticristo
defenderá exatamente o contrário, será o exemplo do “super-homem”, do “homem que se exalta a si
próprio”, que declara total independência diante de Deus, que se afirma ser deus e como tal quererá ser
considerado. O anticristo é a própria encarnação do protótipo do homem auto-suficiente, soberbo e rebelde
contra Deus, aquele que defenderá a ideia de que o “homem é a medida de todas as coisas”, de que o homem
é livre para fazer o bem ou o mal. Seu aparente sucesso e êxito neste “pensamento evoluído” fará milhões e
milhões de pessoas a adorá-lo na esperança de também alcançar este “nível espiritual” de auto-suficiência e
poder.
OBS: No século XIX, surgiu na Alemanha o filósofo Friedrich Nietzsche, que ficou célebre pela sua frase: “Deus morreu”. Nietzsche, que
influenciou muito o pensamento do século XX, em especial aqueles que se levantaram contra o cristianismo, na sua obra “O anticristo” (veja o
sugestivo nome de sua obra…) defendeu que o cristianismo criava um homem doente, um homem enfermo e que já era hora de se levantar o ser
humano, o que somente seria possível se fosse destruído o cristianismo e a Igreja. Nietszche dizia que o que os cristãos consideravam pecado era
a própria natureza humana e que esta “natureza humana” deveria ser novamente buscada. É exatamente isto que o anticristo fará durante seu
governo.

- Em sexto lugar, o anticristo é chamado de “o filho da perdição” (II Ts.2:3). Esta característica do
anticristo faz-nos lembrar do discípulo traidor de Jesus, Judas Iscariotes, que também é assim chamado na
Bíblia Sagrada (Jo.17:12). Por causa disso, há alguns que entendem que o anticristo será alguém que
apostatará da fé, ou seja, que tenha servido a Jesus em algum tempo de sua vida e, posteriormente, a

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1º Trim. de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
exemplo de Judas Iscariotes, venha a trair a Jesus. No entanto, mais do que uma comparação a Judas, o título
dado pelas Escrituras, reforça o título que vem imediatamente antes, ou seja, “homem do pecado”. Como
“filho da perdição”, o anticristo estará a serviço do diabo, será o “filho da trindade satânica”, estará
incumbido de fazer uma missão designada pelo próprio Satanás, que é a de promover a morte, a destruição e
de impedir a salvação da humanidade. O anticristo estará exclusivamente a serviço do diabo, não tendo
qualquer preocupação ou interesse em fazer bem ao homem. Como filho da perdição, no discurso eloquente
de exaltação do homem, no humanismo de suas pregações, estará escondido o propósito de destruição e de
extermínio da raça humana. Ele não é o “filho do homem”, mas, bem ao contrário, o “filho da perdição”,
aquele que se vendeu ao diabo em troca de poder e glória passageiros. Executará com tanta dedicação e
obediência seu malévolo trabalho que chegará antes que seu mentor ao destino reservado a Satanás, pois, ao
lado do falso profeta, terá a honra de inaugurar o lago de fogo e enxofre (Ap.19:20 “in fine”).

- Em sétimo lugar, o anticristo é denominado de “o iníquo” (II Ts.2:8). Uma das principais características
do anticristo será a injustiça, a iniquidade. O governo do anticristo estabelecer-se-á sob a promessa de paz e
segurança sobre todos os povos da Terra, mas somente virá destruição e horror. O anticristo não saberá o
que é moralidade nem ética. Descumprirá acordos estabelecidos (primeiramente, abaterá três das dez nações
que o apoiaram, posteriormente quebrará o pacto estabelecido com Israel e, segundo alguns intérpretes,
travará guerras com nações que chegarão a apoiá-lo, pois as lutas narradas nos capítulos 10 e 11 de Daniel
não teriam sido, segundo estes estudiosos, completa e totalmente cumpridas no período interbíblico, mas
também revelariam conflitos do período da Grande Tribulação), não respeitará quaisquer dos valores
preconizados pelos direitos humanos ou pelo direito internacional, impondo-se única e exclusivamente pela
força de seu poder. Neste ponto, aliás, temos visto, ao longo da história, que, no cenário político
internacional, a lei sempre tem sido a força e que o direito internacional, tão penosamente construído, não
tem qualquer validade ou peso, como vimos, recentemente, no episódio da guerra do Iraque… Como já dizia
o primeiro-ministro britânico (por sinal, de origem judaica) Benjamim Disraeli (1804-1881): “A Inglaterra
não tem amigos, tem interesses.”

IV – A IDENTIDADE DO ANTICRISTO

- Talvez não exista texto mais instigante para os estudiosos das Escrituras do que Ap.13:18: “Aqui não há
sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o
seu número é seiscentos e sessenta e seis”. Em torno deste texto, que muitos têm considerado uma
verdadeira “charada bíblica”, muitos têm, ao longo dos séculos, procurado descobrir quem é o anticristo.
Esta busca pela identificação do anticristo, porém, quer-nos parecer que é uma daquelas atitudes que não
deve haver entre os que estudam as Escrituras, mormente a doutrina das últimas coisas.

- O objetivo do estudo da escatologia não é a satisfação da curiosidade humana, mas as profecias bíblicas
têm alvos muito mais altos e excelentes, relativos à manutenção de um padrão de vigilância para os servos
do Senhor, bem assim para nosso entendimento do controle de Deus sobre a história. Assim é que, quando
indagado sobre o fim do mundo, Sua vinda e a destruição do templo de Jerusalém, Jesus, que havia
provocado os discípulos com a Sua profecia a respeito do templo, prontamente respondeu aos reclamos dos
apóstolos com o Seu mais longo sermão, o sermão profético (Mt.24 e 25), enquanto que, no mesmo monte
das Oliveiras, pouco antes de ascender aos céus, quando interpelado sobre a restauração do reino a Israel,
por ser isto mera demonstração de curiosidade dos discípulos, a esta indagação não ofereceu qualquer
resposta (At.1:6,7). Destarte, este deve ser o nosso norte quando indagarmos a respeito da doutrina das
últimas coisas: estamos apenas querendo satisfazer uma curiosidade ou, ao contrário, querermos ter
consciência e noção daquilo que o Senhor já nos revelou na Sua Palavra?

- Parece-nos que a Bíblia Sagrada está interessada em que saibamos que o anticristo virá, que será o pior de
todos os governantes que já houve sobre a face da Terra e que os santos que viverem sob seu governo
fatalmente perecerão, pois será permitido que sejam vencidos por ele. Quanto a saber quem é o anticristo, é
algo que as Escrituras não estão muito interessadas em declarar, limitando-se a dizer que será um homem e
um homem que, como nunca, exaltará a figura do homem. O número da besta, o famoso 666, nada mais é

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1º Trim. de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
que a demonstração desta exaltação do homem diante de Deus. Seis é o número do homem, como permite
inferir o próprio texto de Ap.13:18 e o anticristo será o clímax, o ápice deste sistema mundial gentílico, que
prega e vive uma rebeldia contra Deus.

- Muitos têm, porém, sido identificados como tendo sido o anticristo ao longo dos séculos. Falaremos, muito
rapidamente e sem profundidade, sobre algumas das ideias a este respeito, mais a título de informação, até
porque são muitos os que se embaraçam nesta busca pela identificação do anticristo, devendo, pois, os
ensinadores da Palavra de Deus na igreja ter algum respaldo para desembaraçar os que se envolvem nestas
vãs contendas e genealogias (cfr. I Tm.1:4).

- Alguns identificam Nero como sendo o anticristo. Para tanto, buscam demonstrar a alegação seja pela
soma dos algarismos romanos do nome do imperador, seja pelo fato de ter sido o primeiro grande
perseguidor dos cristãos. Há, ainda, quem alegue que o anticristo será uma reencarnação de Nero, como se
reencarnação existisse… Todavia, Nero só pode ser considerado como sendo daqueles “…muitos que se têm
feito anticristos…” (cfr. I Jo.2:18), pois, quando João escreveu sua primeira carta, Nero, certamente, já não
mais vivia. Assim, se o apóstolo dizia que o anticristo ainda viria, Nero, com certeza, não era o anticristo.

- Alguns identificam o anticristo como sendo um Papa que surgirá por ocasião do arrebatamento da Igreja.
Para tanto, buscam demonstrá-lo pelo fato de o Papa se intitular o “Vigário de Cristo”, a “Cabeça Visível da
Igreja”, sendo, portanto, alguém que usurpou o lugar que é de Jesus, sendo, pois, alguém que está “em lugar
de Cristo” e cujos dogmas e mandamentos, ao longo dos séculos, contraria a Palavra de Deus, sendo, pois,
alguém que é “contra Cristo”, pois se volta contra a Palavra, que é Cristo. Além disto, em sua coroa, o Papa
ostentaria a expressão latina “VICARIVS FILII DEI”, que significa, “em lugar do Filho de Deus”, cuja
soma dos algarismos romanos dá 666 (V-5, I-1, C-100, I-1, V-5, I-1, L-50, I-1, I-1, D-500, I-1, ou seja,
5+1+100+1+5+1+50+1+1+500+1= 666). Esta interpretação, como não poderia deixar de ser, alcançou
grande aceitação durante a Reforma Protestante e grandes comentadores das Escrituras desta época ou logo
após, como Adam Clarke, não têm dúvidas de dizer que o Papa é o Anticristo.

- No entanto, se bem verificarmos os textos bíblicos, podemos afirmar que o Anticristo não será o Papa.
Quando muito, o Papa será o Falso Profeta (e olha lá, como veremos infra). A Bíblia diz que o anticristo
surgirá de uma aliança política, com base em dez nações, o império romano revivido. Ora, só o fato de o
império romano ter se estabelecido, através da União Europeia, sem que, para tanto, fosse importante a
figura do Papado, já é um fator que descarta esta hipótese. O Papa, hoje, tem uma função política
importante, mas que nem de perto se equivale ao que havia na Idade Média. Tudo nos mostra que o Papado
serviu de repositório do poder político na Europa até o surgimento dos Estados Nacionais e, a partir de
então, seu poderio político declinou consideravelmente, sendo, aliás, evidente, na atualidade, como o Papado
está sendo como que engolido pelo sistema globalista.
OBS: Como se não bastasse isso, o pastor e grande escritor evangélico Abraão de Almeida, aponta várias razões para que o Papa não seja o
Anticristo, em síntese que vale a pena transcrever: “…1. Não há como justificar o reinado do Papa sobre ‘todos os que habitam sobre a Terra’
(Ap.13.8) e durante tantos séculos, pois a Bíblia afirma que a Besta reinará pouco tempo:Ap.17.10(…)2. O Império Romano (do Ocidente) não
se dividiu em apenas dez reinos, após o ano 476, mas em dezenas de reinos. Algumas listas chegam a relacionar 65 reinos diferentes, resultantes
das invasões bárbaras do lado ocidental do império.(…)3. Na interpretação da profecia de Daniel, capítulos 2 e 7, não se pode ignorar que o
Império Romano se dividia em Oriental e Ocidental, e que a perna esquerda da estátua corresponde justamente ao Oriente, mais precisamente à
Grécia. Esta perna esquerda só caiu em poder dos turcos em 1453, para recuperar a sua independência em 1821. A Grécia não poderá estar
ausente dos dedos, pois ela é o ‘metal’ referido em Dn.7.19 [e a Igreja Grega não reconhece o Papa desde 1054, com o Cisma do Oriente,
observação nossa].(…)5.O tempo do governo da Besta é ainda futuro(…)nunca, em toda a história da Igreja, cumpriram-se as profecias de
Dn.9.24 e 27(…)” (Abraão de ALMEIDA. Deus revela o futuro, p.50-1).

- Outros têm identificado o anticristo com o Presidente dos Estados Unidos da América, sendo esta, aliás, a
linha preferida de pensamento do movimento adventista. Dizem que os Estados Unidos, como superpotência
mundial, trarão ao mundo o líder mundial que conseguirá resolver o conflito do Oriente Médio e que
comandará toda a economia e política internacionais. Esta linha de pensamento encontrou enorme guarida
notadamente após 1989, quando a União Soviética sucumbiu e os Estados Unidos passaram a ser a única
superpotência mundial. Naquela ocasião, o então presidente norte-americano George Bush (pai do atual
presidente, George Walker Bush), afirmou que se estava ingressando numa “nova ordem mundial” e o
historiador Francis Fukuyama escreveu o livro “O fim da história”, dizendo que havia triunfado o sistema

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capitalista e democrático defendido pelos Estados Unidos desde o final da Segunda Guerra Mundial. Para
aumentar ainda mais a “força” deste pensamento, os norte-americanos conseguiram reunir todos os países do
mundo contra o Iraque, na chamada Guerra do Golfo Pérsico, cristalizando sua supremacia política,
econômica e militar.

- No entanto, de lá para cá, os Estados Unidos iniciaram um processo claro de decadência tanto econômica
quanto política e militar e os norte-americanos hoje, embora sejam ainda a principal potência mundial,
demonstram estar dando sinais cada vez mais evidentes de fraqueza e de necessidade de se unir e tolerar os
interesses seja da China, seja da União Europeia e, até mesmo, da Rússia.

- Não temos como deixar de observar que não há como entender que, no atual processo político, dez nações
europeias venham a se aliar aos Estados Unidos da América e a conceder-lhe um poder, quando tudo
caminha para o contrário, desde o início dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O anticristo
não parece ser alguém que morará na Casa Branca, mas um legítimo sucessor dos Césares que habitavam em
Roma, onde foi criada a União Europeia e assinada a sua Constituição.

- Entendemos que não dá para identificar quem será o anticristo, que cargos ocupará antes de ser consagrado
como novo líder mundial, com o decisivo apoio da União Europeia e da China (que será grande aliado dele,
pelo que se verifica de Ap.16:12, sendo “os reis do oriente”), mas de uma coisa temos de ter certeza: será
alguém que se manifestará num instante em que o Espírito Santo deixar de operar como tem operado até
aqui(II Ts.2:7,8), ou seja, ao término da dispensação da graça, o que significa afirmar que a Igreja poderá até
conhecer quem este homem será, mas não passará um minuto sequer sob o seu tacão.

V – A MISSÃO DO ANTICRISTO

- Sendo a própria contrafação de Jesus, ou seja, a Sua própria negação, o Anticristo será preparado por
Satanás, assim como Deus preparou Jesus, para uma missão a ser realizada na face da Terra. Entretanto,
enquanto a missão de Jesus era “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc.21:27), o Anticristo tem como
missão exatamente o contrário: matar e destruir a humanidade, bem como roubar a sua chance de salvação.

- Diz-nos o apóstolo Paulo que o anticristo se oporá a tudo quanto se chama Deus ou se adora (II Ts.2:4).
Ora, como seu trabalho é matar e destruir os homens, para que isto seja possível, será preciso, em primeiro
lugar, destruir a fonte de vida da humanidade, que outra não é senão o Senhor Jesus (Jo.10:10). Assim, a
primeira tarefa do Anticristo será destruir todos aqueles que adoram a Deus, todos aqueles que crerem em
Deus no período de seu governo.

- Por isso, o profeta Daniel afirma que, além de proferir palavras contra o Altíssimo, o anticristo destruirá os
santos do Altíssimo (Dn.7:25), bem como João afirma que fará guerra aos santos (Ap.13:7). Seu primeiro
trabalho, portanto, será o de perseguição contra aqueles que crerem em Jesus naqueles dias. Mas haverá
quem creia em Jesus naqueles dias, uma vez que a Igreja terá sido arrebatada antes que o anticristo governe
a Terra ? Sim, a Bíblia, não só nesta passagem, mas em outros textos, permite-nos afirmar, com clareza, que
haverá quem creia em Cristo durante a Grande Tribulação, tanto judeus quanto gentios. Não será, entretanto,
algo fácil e amplo, como temos hoje na nossa atual dispensação. Bem ao contrário, a operação do Espírito
Santo será extremamente limitada (como teremos ocasião de estudar na lição sobre a Grande Tribulação) e,
como se não bastasse, a salvação não dependerá apenas da fé, mas a fé deverá ser acompanhada pelo
martírio, pois, nesta época, como nos afirma claramente o texto sagrado (Ap.13:10), a morte do crente será
uma condição necessária para a salvação, porquanto será permitido que o anticristo vença os santos deste
período (Ap.13:6), que outra coisa não é senão a sua destruição (Dn.7:25).

- A perseguição nos dias do anticristo será a pior que já houve em todos os tempos da história (cfr.Dn.12:1;
Mt.24:21,22). Além de dispor de uma tecnologia que nunca houve igual, o que permitirá um absoluto
controle sobre toda a população, o que inclui até o controle de todas as relações econômicas (como veremos
infra), o Anticristo terá a seu favor, ainda, a fidelidade de amplos setores da população, bem como toda uma
gama de poderes sobrenaturais que lhe serão dados pelo próprio diabo que, aliás, terá sido precipitado sobre

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1º Trim. de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
a face da Terra (Ap.12:9,10), juntamente com seus anjos, o que caracteriza este período como de uma
opressão demoníaca que nunca houve semelhante em toda a história humana. Tudo isto estará a serviço do
anticristo para a destruição e morte dos santos daquele período e, segundo as Escrituras, será permitido que
os santos sejam derrotados. Assim, não nos iludamos com o fato de que haverá salvação na Grande
Tribulação, pois, se, ante a operação plena, ampla e livre do Espírito Santo, como a que se dá nos nossos
dias, onde o espírito do anticristo não tem condições de manifestar o homem do pecado, porque há um que
ainda resiste (que é o Espírito Santo) e onde a vitória sobre o mundo é garantida ao crente (Rm.8:37; I
Co.15:57;I Jo.5:4), alguém não consegue ser fiel a Deus, como poderá sê-lo diante de circunstâncias
totalmente adversas ?
OBS: Recentemente, ao vermos o desempenho das seleções brasileiras de futebol de cinco (modalidade futebolística para deficientes visuais) e
de futebol de sete (modalidade futebolística para deficientes com paralisia cerebral) nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, chegamos à conclusão
de que, se uma pessoa perfeita não joga bem futebol, como poderia jogar bem com os olhos vendados ou com dificuldades de locomoção em
virtude de paralisia cerebral ? Assim, também, quem não consegue ser fiel na dispensação da graça, não o conseguirá ser na Grande Tribulação.

- Além de perseguir os santos, o Anticristo terá o papel de criar uma nova religião. O iníquo, diz-nos o
profeta Daniel, proferirá palavras contra o Altíssimo e cuidará mudar os tempos e a lei (Dn.7:25). Já o
apóstolo João afirma que o anticristo proferirá blasfêmias contra Deus, contra o Seu nome, o Seu
tabernáculo e os que habitam no céu. Destarte, a exemplo de Jesus, o Anticristo também apresentará a sua
doutrina ao povo, mas, enquanto o Senhor veio cumprir a lei dada a Moisés por Deus (Mt.5:17) e vinha em
nome do Senhor, ou seja, sob a autoridade divina (Jo.12:13), o Anticristo virá em seu próprio nome
(Jo.5:43), recusando toda e qualquer autoridade de Deus e desafiará o próprio Deus, trazendo uma nova lei e
uma nova maneira de se ver o mundo, pois, como ensinam os sociólogos, a religião é um modo global de
explicação da realidade por parte do homem.

- A mudança dos tempos mencionada pelo profeta Daniel tem sido interpretada por alguns como sendo uma
mudança do calendário por parte do anticristo. Como todos sabemos, o calendário predominante no mundo é
o chamado calendário gregoriano, criado pelo papa Gregório XIII, que alterou o calendário juliano, que
havia sido estabelecido pelo ditador vitalício romano Júlio César. O calendário gregoriano é cristão, porque
fixa o ano do nascimento de Jesus como sendo o ano 1 da chamada Era Cristã. O Anticristo, na sua luta
contra tudo o que representa ou possa lembrar o Senhor Jesus, deverá alterar o calendário, estabelecendo
outra data como marco do calendário, a exemplo do que ocorre com os outros calendários utilizados no
mundo, como o calendário islâmico ou o calendário judaico. Este fato ocorreu quando da Revolução
Francesa, em 1789, quando os revolucionários, no seu afã de desvincular o Estado da Igreja Católica,
criaram um novo calendário e uma nova contagem dos anos a partir da Revolução.

- A mudança dos tempos não será, porém, uma simples mudança de calendário, mas uma total manipulação
da história e de sua divulgação, a exemplo do que ocorreu nos regimes ditatoriais, o que será extremamente
amplificado pelo total controle dos meios de comunicação que terá o anticristo no controle do governo
mundial. Como afirmam as Escrituras, o anticristo sempre operará com sinais e prodígios de mentira (II
Ts.2:9), de modo que não será nenhuma surpresa a supressão ou distorção de fatos históricos a fim de
denegrir a imagem de Cristo, dos cristãos, de Israel e de tudo que se relaciona com Deus. O anticristo agirá
segundo o poder de Satanás, que é o pai da mentira (Jo.8:44) e, portanto, a mentira será algo corriqueiro e
comum no seu proceder. Aliás, desde os tempos de Adolf Hitler e seu famigerado ministro da Propaganda,
Josef Goebbels, que se diz que, em política, uma mentira dita muitas vezes acaba se tornando verdade…

- Outra missão de que o anticristo se incumbirá no seu governo será a de destruir Israel. O anticristo,
no início de seu governo, será reconhecido por muitos judeus como sendo o Messias(Jo.5:43), pois
conseguirá que se termine o conflito no Oriente Médio, além de permitir que Israel reconstrua ou mantenha
reconstruído o seu templo em Jerusalém. Haverá, como dizem as Escrituras, um pacto entre o anticristo e os
judeus (Dn.9:27), com duração de sete anos. Todavia, no meio do período, os judeus tomarão consciência de
que foram enganados, pois o anticristo irá quebrar o pacto e exigir ser adorado no templo reconstruído,
como um verdadeiro deus, o que não será admitido por Israel e, em razão desta oposição, o anticristo, após
conseguir ser adorado como deus no templo reconstruído, determinará a destruição completa de Israel, com
o início da pior perseguição que os judeus já tiveram em toda a sua história. Os judeus somente não serão
destruídos totalmente porque o próprio Jesus voltará pessoalmente para livrar Israel (Is.11:4; II Ts.2:8;

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1º Trim. de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
Ap.19:15,20,21). Como Israel é propriedade peculiar de Deus (Ex.19:5,6), o Anticristo será encarregado de
destruí-lo totalmente, mas também não o conseguirá, porque há promessa de Deus que o remanescente será
salvo (Rm.11:26).

- O Anticristo, também, estabelecerá um sistema econômico mundial, completando a integração e


globalização que já vemos nos nossos dias. O apóstolo João diz que o anticristo imporá um sistema de
transações comerciais em todo o mundo que dispensará a moeda tal qual a conhecemos, pois, para que se
compre e venda será necessário ter um sinal na sua mão direita ou nas suas testas (Ap.13:16). O governo,
então, terá, a exemplo do que ocorria nos regimes comunistas, pleno controle de todas as transações
comerciais que se realizarem. Cada vez mais pessoas, em todo o mundo, vêm defendendo um controle sobre
as operações financeiras e comerciais realizadas, a fim de evitar operações ilegais, como o tráfico de drogas,
tráfico de armas, terrorismo, lavagem de dinheiro, corrupção governamental. No tempo do anticristo, isto
será uma realidade.

- Este controle do sistema econômico, que permitirá um planejamento econômico internacional e uma
integração entre todas as nações do mundo, numa espécie de mercado comum internacional (que é o grande
sonho da recém-criada Organização Mundial do Comércio), todavia, trará um efeito colateral dos mais
desagradáveis: a perda da liberdade individual. Aliás, o desenvolvimento acelerado da tecnologia,
principalmente da telemática, tem gerado uma drástica redução das liberdades individuais. Os Estados
Unidos da América, que são considerados como sendo o país da máxima democracia, desde os atentados
terroristas de 11 de setembro de 2001, nunca estabeleceram tanto controle sobre os cidadãos como agora.
Nos Estados Unidos, atualmente, alguém pode ser controlado em todos os seus passos, em todas as suas
atividades, sem que sequer saiba que está sendo monitorado, pois lei aprovada pelo Congresso americano
permite que, sem que seja instaurado qualquer procedimento, qualquer agência governamental de segurança
possa exigir informações sobre qualquer cidadão, que não poderá saber que está sendo monitorado. Na
União Européia, onde as medidas adotadas nos Estados Unidos foram consideradas excessivas, após os
atentados terroristas de Madrid em março de 2004, já foram tomadas medidas semelhantes. A partir deste
controle das liberdades individuais, teremos plenas condições de ver cumpridas as palavras do texto bíblico,
no sentido de que ninguém que se recuse a receber o sinal da besta possa viver em sociedade, pois, sem
poder comprar ou vender, será, evidentemente, excluído da sociedade.

- Vemos, assim, amados irmãos, como será extremamente difícil a vida de quem quiser ser fiel a Deus neste
período. Não poderá comprar ou vender, o que significa afirmar, dentro de um sistema econômico
globalizado, que não poderá sequer adquirir alimentos para sobreviver. Sem ter o sinal da besta, estará
excluído de toda a vida social, o que hoje entendemos pelo fato da informatização crescente de todas as
nossas atividades. Por sua recusa a receber o sinal da besta, será facilmente identificado como alguém que
não aceita o governo do Anticristo e, certamente, logo será delatado pelos partidários do governo e sofrerá
todas as torturas e sofrimentos dos perseguidos políticos. Quem quiser ser fiel até o fim, acabará sendo
morto, pois a condição que a Bíblia coloca para que alguém alcance a salvação será a de jamais aceitar o
sinal da besta, pois, quem o fizer, estará irremediavelmente perdido (cfr. Ap.14:9-11).

- Este sistema econômico será, sem sombra de dúvida, o sistema capitalista, um capitalismo que estará
sensivelmente melhorado em suas distorções, já que haverá um controle central de movimentação de
capitais e uma sensível redução dos custos e dos imprevistos que, hoje em dia, caracterizam a economia
mundial. Como todo sistema capitalista, teremos uma inevitável acumulação de riquezas nas mãos de uns
poucos, dos grandes empresários, dos potentados econômico-financeiros, os mercadores mencionados no
capítulo 18 do Apocalipse, que lamentarão a queda do sistema, precisamente porque “…se enriqueceram
com a abundância de suas delícias.”(Ap.18:3). Estes mercadores, diz o texto sagrado, “…choram e
lamentam(…) porque ninguém mais compra as suas mercadorias.”(Ap.18:11). Neste sistema econômico, o
máximo lucro será a única tônica, não havendo qualquer respeito seja pela dignidade, seja pela própria
figura do ser humano, que estarão reduzidos a simples mercadorias (Ap.18:13 “in fine”). Nos nossos dias,
notadamente aqui no Ocidente, já temos sentido o impacto da chamada “globalização” e a crescente
mercantilização de todos os relacionamentos humanos (nem as igrejas escapam…). O Anticristo cristalizará

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1º Trim. de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
este estado de coisas, que não encontrará sequer oposição, ante o cruel e rígido controle das consciências
que se exercerá neste iníquo governo.

- O Anticristo estabelecerá uma “nova ordem mundial”, pois, ante a unificação da economia a partir do
controle que terá sobre a superpotência da época, que é o império romano revivido, com governos próprios
mas dependentes do Anticristo (ou seja, uma confederação, que outra não é senão a União Europeia), o
Anticristo construirá uma forte aliança de nações que estarão sob sua liderança e influência. Fazendo uso de
organismos internacionais, sobre os quais terá pleno controle, o anticristo fará com que cada pedaço deste
planeta esteja sob seu domínio, direto ou indireto. Teremos, então, um controle total do mundo nas mãos do
Anticristo, que terá o poder militar, o poder político, o poder econômico e o poder religioso em suas mãos.

- Outra missão do Anticristo será a de realizar sinais e prodígios de mentira, com toda a eficácia de
Satanás. Ao contrário dos outros líderes políticos que surgiram ao longo da história, o Anticristo se
apresentará com poderes sobrenaturais. Entendem alguns que seu primeiro sinal será uma suposta
ressurreição (no que o fará mais semelhante ainda a Jesus Cristo), assim interpretando a passagem de
Ap.13:3. Ferida de morte, a besta, à vista de toda a humanidade (algo que era impensável durante boa parte
de nossa dispensação, mas que o desenvolvimento tecnológico torna hoje plenamente possível), parecerá
que o Anticristo terá ressuscitado, o que, sem dúvida, trará enorme temor a todos os povos. Como se não
bastasse este sinal, a Bíblia diz que o Anticristo fará maravilhas, demonstrará poderes sobrenaturais, que
confirmarão a sua alegação de deidade e que levarão milhões a adorá-lo. Este poder será, inclusive, exercido
também pela outra besta, o Falso Profeta, que dirá o estar exercendo em nome do Anticristo e chegará,
mesmo, a fazer fogo descer do céu em nome do Anticristo (cfr. Ap.13:13), o que nos leva a lembrar do
episódio do monte Carmelo, quando o profeta Elias orou pedindo a Deus que fizesse cair fogo do céu, o que
foi suficiente para que o povo, que até então seguia a Baal, mudasse de parecer e concordasse em entregar
todos os 400 profetas de Asera e 450 profetas de Baal para que Elias os matasse (cfr. I Rs.18:36-40). De
igual modo, o povo daqueles dias, ao ver o sinal do Falso Profeta, adorarão o Anticristo sem pestanejar,
considerando-o como um deus.

- O Anticristo, além de ser adorado, promoverá também a adoração ao diabo, que ocupará o lugar de
Deus no seu sistema religioso. O Anticristo virá em seu próprio nome, mas, como é tributário de todo o
poder, sinais e prodígios, que lhe serão entregues pelo próprio diabo (Ap.13:2). Assim, além de se fazer
adorar como deus, contribuirá enormemente para que o diabo também seja adorado, fazendo mesmo com
que o nome de Deus seja substituído pelo diabo. O diabo, então, executará, através do Anticristo, o que
sempre quis, qual seja, o de levar toda a humanidade a adorá-lo em lugar do Senhor. O satanismo, pois, será
uma prática estimulada e incentivada na falsa religião que será promovida pelo Anticristo. O “espírito do
anticristo” tem trabalhado intensamente nos nossos dias, tanto que o satanismo tem sido, de longe, o culto
que mais tem crescido, sob as mais diversas variantes, nas últimas décadas.
OBS: “…A geração da era chip e dos vídeos games têm se mostrado a geração mais violenta de todos os tempos. Porque, em cada
aparentemente inofensiva fita de game, estão milhões e milhões de dólares de investimento satânico com o objetivo de apenas destruir as mentes
de nossos filhos dentro de nossos próprios lares. Além de uma escola de violência explícita, está uma escola implícita de pornografia.
Lesbianismo e homossexualidade, ainda que você não veja, o que é até natural: as mensagens satânicas são subliminares, só as crianças
entenderão. Infelizmente, uma coisa é certa: o satanismo está controlando a mente de nossas crianças através das mensagens ocultas transmitidas
pelos jogos de game e computador aparentemente inocentes. O diabo não está brincando, ele que sabe que seu tempo está chegando ao fim e
precisa destruir as crianças o quanto mais rápido possível, porque sabe que eles serão os jovens dos últimos dias.(…) A Disneylândia é a maior
indústria do satanismo do mundo, lá tudo é sacrificado a Lúcifer. Seus executivos trabalham 24 horas por dia com o intuito de satanizar o
mundo. Esta é uma das formas que o filho da perdição tem para alistar o seu exército com milhões e milhões de fiéis.…” (Ailton Muniz de
CARVALHO. O Messias está voltando. 2.ed., p.172-3).
“…Mas o Satanismo não tem como objetivo primário destruir a Igreja, mas, sim, preparar o reino do Anticristo e criar as
bases para a sua ação. Mas o grupo evangélico, constituído de cristãos verdadeiros, com discernimento e percepção do mundo espiritual, são
aqueles que são um obstáculo em seu caminho. Eles farão de tudo para se desvencilhar dos verdadeiros cristãos, de forma a cumprir os seus
objetivos, e isso através da técnica de neutralização, tornando-os inoperantes, sem expressão, sem autoridade e sem poder. Muitos são os líderes
evangélicos que já sucumbiram diante das estratégias, da tentação da carne, do vil metal e do poder. O pecado mais comum que eles têm usado
tem sido a prostituição, o adultério e a conduta sexual ilícita. Outros forma comprados por dinheiro oferecido por satanistas, por satanistas que,
ao mesmo tempo, são políticos inescrupulosos, tendo como objetivo final destruir ministérios evangélicos sérios e de grande alcance. Ainda
outros líderes cristãos foram enfeitiçados pela fascinação e pela sedução do poder e trocaram a fidelidade, a transparência, a honestidade e a
verdade por um conjunto de mentiras.…” (Neuza ITIOKA. A noiva restaurada, p.144-5).

- A missão do Anticristo, por fim, será aumentar, multiplicar o pecado do mundo. Enquanto Jesus veio
tirar o pecado do mundo (Jo.1:29), o Anticristo, o “homem do pecado”, “ o iníquo”, será o grande

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1º Trim. de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
incentivador, estimulador e promotor do pecado em todo o mundo. Arrastará atrás de si multidões imensas
para a prática de todas as transgressões que puderem ser imaginadas. Levará os homens para a idolatria, pois
quererá e conseguirá ser adorado por eles. Levará o povo à avareza, porquanto incentivará a acumulação de
riquezas e a total desconsideração dos seres humanos, que serão tratados como simples mercadorias, sem
qualquer dignidade. Levará o povo à prostituição e a toda espécie de impureza e perversão sexuais, pois
estabelecerá uma nova ética e moral, que entenderá como preconceituosa e totalmente errada a moral
estabelecida pelas Escrituras. O aumento do pecado será tanto que, passados três anos e meio de seu
governo, será atingida a medida da paciência de Deus e, a partir de então, serão mandados os juízos da ira de
Deus sobre a Besta e seus seguidores (Ap.15:6-11;18:1-8).

VI – A DOUTRINA DO ANTICRISTO

- A exemplo do que ocorreu com Jesus que, no início de Seu ministério, apresentou Sua doutrina ao povo no
sermão do monte, o anticristo apresentará os seus ensinamentos corriqueiramente, rotineiramente, pois,
como já vimos, o poder de comunicação será uma das principais características suas (Dn.7:25; Ap.13:5).

- Enquanto Jesus apresentou, no limiar de seu discurso, Seu propósito de nada mudar da lei, mas sim
cumpri-la (Mt.5:17), o anticristo trará como tônica de sua doutrina a mudança da lei (Dn.7:25). A lei
aqui nada mais é que a Palavra de Deus (Sl.1:2; Sl.119:18; Is.8:20). O anticristo, portanto, terá como
ponto doutrinário o abandono da Palavra de Deus, a mudança de tudo aquilo que é ensinado e prescrito na
Bíblia Sagrada. O anticristo transformará em discurso oficial, em prática dominante tudo aquilo que
contrariar o que ensina a Bíblia Sagrada. Será a prevalência de todas as condutas que já têm sido acatadas e
toleradas nos nossos dias.

- A doutrina do anticristo terá como tônica não o amor, mas a força, o poder. O anticristo mostrará a
sua suposta deidade através de poder, sinais e prodígios de mentira. Assim, sua doutrina enfatizará a ideia de
que o que é divino, é sobrenatural, que o que demonstra poder é o que está certo. Desta forma, a exemplo do
que muitos já entendem, erroneamente, a correção e a santidade serão identificados pelos resultados, pela
aparência. Enquanto Jesus ensina que devemos observar os frutos para descobrir o que há no interior das
pessoas, o anticristo defenderá a ideia de que a espiritualidade é uma espiritualidade de resultados, ou seja,
de que devemos julgar pela aparência, pelos sinais, pelos prodígios, pelas maravilhas. Assim agindo e
ensinando, o anticristo, que, assim como o falso profeta, fará maravilhas e sinais diante de todos os homens,
conquistarão a esmagadora maioria dos homens, que passarão a adorar o anticristo em função dos sinais e
maravilhas realizados.

- A doutrina do anticristo promoverá a idolatria e a sensualidade. As práticas idolátricas dos pagãos


serão restabelecidas. O anticristo será adorado, mas, a exemplo do que ocorria na Roma antiga, não será
proibida a adoração a outros deuses e a outras divindades, nem muito menos cerceada qualquer prática
ocultista, que, ao revés, será incentivada, pois, como sabemos, a missão do anticristo é substituir o Senhor
pelo diabo como objeto de adoração. Nesta recuperação de práticas pagãs, certamente ressurgirá a
prostituição cultual e todas as práticas sexuais que acompanhavam os rituais dos antigos deuses da
fertilidade, o que será considerado natural, já que, naqueles dias, a doutrina do anticristo defenderá a
libertinagem sexual e a promiscuidade, vez que a moral das Escrituras Sagradas será considerada
ultrapassada e negadora da própria humanidade.

- A doutrina do anticristo defenderá que o homem é o centro do universo, que todos os homens são
pequenos deuses e têm condição de evoluir, a partir do instante em que seguem os exemplos dos “espíritos
iluminados”, dos “espíritos mais adiantados”. Esta ideia, que hoje é propagandeada pela Nova Era, é o
cerne, a essência da doutrina do anticristo. Este “humanismo” nada mais é que o desejo que o diabo já
incutiu na mente do primeiro casal(Gn.3:4,5): a falsa proposta de o homem ser igual a Deus e, nesta busca,
tornar-se escravo do diabo. O anticristo defenderá esta ideia, pois, diz-nos a Bíblia, levantar-se-á contra tudo
o que se refere a Deus (II Ts.2:4). A ideia de que o homem é um pequeno deus, de que ele é quem deve
determinar o que é certo ou errado, de que o Deus judaico-cristão não existe ou é mau e de que o diabo não é
mau e está pronto a ajudar o homem a evoluir serão ensinamentos diabólicos que, já existentes nos nossos

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dias, alcançarão autoridade e capacidade de convencimento durante a Grande Tribulação. O anticristo
apresentar-se-á aos homens como o exemplo vivo de que vale a pena crer nesta doutrina, de que isto
realmente dá certo e os homens serão por ele enganados e levados por ele à perdição eterna.

- A doutrina do anticristo, também, promoverá a ganância e o amor às coisas materiais. A


prosperidade, o sucesso econômico-financeiro serão tidos como demonstração de evolução espiritual, como
resultado de uma vida correta no caminho da evolução. Ademais, em virtude do absoluto controle exercido
sobre os homens pelo anticristo, a adoração à besta será um pré-requisito para o sucesso, para o êxito na vida
secular. Muitos buscarão o enriquecimento, até porque, num ambiente idólatra, a avareza, que nada mais é
do que idolatria, prolifera naturalmente. O materialismo dos nossos dias (inclusive dentro das igrejas
evangélicas, sob a capa de “teologia da prosperidade”) é uma preparação para o advento desta doutrina.

- Outro aspecto da doutrina do anticristo será o antissemitismo. O anticristo, a princípio, apresentar-se-á


aos judeus como o messias e, para tanto, tomará todo o cuidado, devidamente orientado pelo falso profeta,
para que seu perfil, ideias e vida sejam compatíveis com os quadros e perfis que os judeus, em sua tradição,
vêm moldando para o Messias ao longo dos séculos. Quando, porém, recusarem os judeus em adorá-lo, o
anticristo convencerá todo o mundo de que Israel deve ser destruído. Para tanto, apresentará uma doutrina
antissemita, que será a síntese melhorada de todas as ideias satânicas contra o povo escolhido de Deus que
se têm levantado ao longo dos séculos. A ideia de que Israel representa o motivo do atraso do
desenvolvimento do mundo e é o responsável pelas guerras e pelos sofrimentos vividos pela humanidade
serão a tônica pela qual o anticristo conseguirá congregar todas as nações contra Israel na batalha do
Armagedom.

VII – O ANTICRISTO NO TEMPLO DE DEUS

- Como já tivemos ocasião de dizer neste estudo, o anticristo conquistará o apoio de Israel no início de seu
governo. Dois fatores serão decisivos para que seja assinado este tratado: a existência de um plano de paz
que garantirá a existência de Israel como nação independente na Palestina e a permissão para a construção
ou manutenção do templo de Jerusalém.

- Como se não bastasse isso, o anticristo, como também já falamos no item anterior, embora vindo em seu
próprio nome, será aceito pelos judeus como sendo o Messias que eles tanto aguardam, porquanto terá
características e um perfil que se compatibilizará com todas as tradições existentes entre os judeus e que se
desenvolveram ao longo dos séculos. Lembramos que os judeus, como diz o apóstolo Paulo, têm um
verdadeiro véu sobre os seus corações e estão cegos, não conseguindo enxergar que o Messias já veio e que
é Jesus Cristo (II Co.3:15,16). Em virtude disto, serão facilmente enganados pelo diabo, uma vez que, por
terem rejeitado Cristo, elaboraram para si doutrinas e ideias de como será o Messias, pensamentos e ideias
que, por terem origem humana (quiçá até diabólica), serão facilmente fonte de engano.

- Entretanto, como sabemos, o objetivo do diabo outro não é senão destruir Israel, que, por ser propriedade
peculiar de Deus, é alvo preferencial do ódio de Satanás, que, aliás, odeia sobretudo o ser humano. Assim,
após ter enganado Israel, após três anos e meio, o anticristo quererá ser adorado como deus no templo de
Jerusalém. Os judeus, zelosos monoteístas, não concordarão com esta prática e verão nesta pretensão do
anticristo que foram enganados e que não é o anticristo o Messias. Apesar da oposição dos judeus, o fato é
que o anticristo entrará no templo de Jerusalém e ali será adorado como um deus, sentando no local mais
sagrado do templo (provavelmente o santo dos santos) para ser adorado, sendo, também colocada uma
imagem do anticristo (talvez a imagem que supostamente recebeu vida por intermédio do falso profeta –
Ap.13:15) para que passasse a ser ali adorada por todos que frequentassem o templo. A este episódio é que
Jesus denomina de “a abominação da desolação” (Mt.24:15), que será a concretização da profecia de Daniel
(Dn.11:31) que só parcialmente foi cumprida no reinado de Antíoco Epifânio, quando, efetivamente, o
templo de Jerusalém foi profanado, sendo colocada uma imagem de Zeus Olímpico para ser adorada no
lugar santo. Entretanto, naquela oportunidade, Antíoco Epifânio não se fez adorar, de modo que tudo não
passou de um tipo, de uma figura do que ainda estava por vir, tanto que, mais de 100 anos depois, Jesus
identificou esta profecia como algo ainda futuro. Também esta “abominação” não pode ser considerada

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como tendo sido a apresentação de estandartes com a figura de Tito por soldados romanos quando da
destruição do templo de Jerusalém no ano 70, porquanto, na profecia das setenta semanas, é claro que a
cessação do sacrifício se fará depois da destruição do templo, ou seja, em outro templo que não o que foi
destruído (Dn.9:27).

- O anticristo, como vemos, na verdade se apossará do templo de Jerusalém e o transformará em um


local de culto à sua pessoa. Entrará no templo, será adorado como um deus, sentar-se-á num trono para ser
adorado e, depois, ali deixará a sua imagem, que será continuamente adorada a partir de então. Jerusalém
transformar-se-á num centro de adoração do anticristo e, com este gesto, o anticristo quererá ter destruído a
religião judaica, assimilando-a à religião mundial por ele criada. Este gesto será, sem dúvida, uma
demonstração de vitória desta religião mundial, porquanto Jerusalém é uma cidade considerada sagrada
pelas três maiores religiões monoteístas do mundo (judaísmo, cristianismo e islamismo).

- Como consequência deste gesto, os sacrifícios que tinham sido retomados pelos judeus no templo serão
interrompidos (Dn.9:27) e, uma vez mais, os judeus ficarão privados de sua vida religiosa completa. Será,
então, o instante em que se iniciará a violenta perseguição do anticristo contra os judeus e o desejo de sua
completa destruição da face da Terra. Mas será mesmo em Jerusalém, quando Israel estiver a ponto de ser
totalmente dizimado, que o Senhor Jesus voltará triunfantemente, para libertar Israel e estabelecer o milênio,
mostrando cabalmente que este “homem do pecado” se arruinará a tal ponto que será o primeiro ser humano
a ser lançado, juntamente com o falso profeta, ainda vivo no lago de fogo e enxofre (Ap.19:20). Este ó triste
fim de quem se fez o exemplo de tantos quantos se rebelam contra Deus. Que o Senhor nos guarde!

- “…A fera do mal vai chegar, em breve aderida será, mas nós aguardamos novo céu e uma nova terra, em
breve com Jesus deixaremos a terra. A Igreja sobre o mal triunfará.” (SILVÉRIO, João Batista. O milênio.
Faixa 1. Grupo Shalom Especial 15 anos. CD. GSCD 1.005)

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Ev. Caramuru Afonso Francisco

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