BACHARELADO EM SISTEMAS E MÍDIAS DIGITAIS DESIGN INSTRUCIONAL PROFª: CATIA ALUNA: MARYANE FREITAS
O que é Design Instrucional?
Há algum tempo se tem discutido o que é design instrucional, sendo que no Brasil ainda é um campo relativamente novo, mas podemos perceber o quanto esse assunto tem crescido. Para entendermos o que é design instrucional não basta apenas olharmos para a nomenclatura, mas devemos observar também a história deste ramo e o que ela se propõe a fazer. O termo design é utilizado para definir o resultado de um processo ou atividade com suas funcionalidades para um determinado fim, já o termo instruir define atividades que se utilizam da comunicação para facilitar o aprendizado. Tendo como base somente os nomes em si, podemos definir que design instrucional é uma ação intencional e sistemática de ensino que envolve o planejamento, desenvolvimento e aplicação de métodos, técnicas, atividades, matérias, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas, a fim de promover, a partir de princípios de aprendizagem e instrução conhecidos a aprendizagem humana, em outras palavras, o design instrucional procurar técnicas e métodos para melhor passar uma informação, um conteúdo para que ele seja compreendido de melhor forma possível. A prática de conceber soluções para a aprendizagem pode ser dividia em fases, de acordo com a amplitude da mesma. A fase macro refere-se a ações promovidas por entidades, governos, programas, têm um alcance mais amplo. A segunda fase é a meso que já se restringe a cursos e programas e a terceira é a micro onde se trabalha de modo bem mais específico, em unidades de estudo. Para entendermos melhor o que é o design instrucional precisamos saber um pouco de sua história. Em geral o design instrucional surge em meio a segunda guerra mundial, pois era necessário que rapidamente milhares de recrutas aprendessem a manejar armas de guerra altamente sofisticadas e de um nível de controle e perícia muito alto. Para isso muitos psicólogos e educadores norte americanos se uniram para criar estratégias de como instruir esses soldados de forma eficaz e eficiente, desenvolvendo materiais de treinamento para o serviço militar. Assim os pesquisadores desenvolveram uma leva de filmes de treinamento militar. Nos anos 50 surgem robustos modelos teóricos de ensino/aprendizagem. O ponto de partida para o design instrucional é considerado pela publicação da obra de Burrhus Frederic, dada a descrição da instrução e sua ênfase na formulação de objetivos comportamentais, na divisão do conteúdo e no sistema de recompensas. Ainda nos anos 50 outro teórico que contribui é Benjamin Bloom criando sua taxonomia dos objetos educacionais, que provou grande utilidade para analise de resultados de aprendizagem bem como o design instrucional. Ao longo do tempo muitos educadores e psicólogos vem criando conceitos e técnicas que fazem do design instrucional uma função cada vez mais importante. Com advento da tecnologia surgem vários modelos de design instrucional. Nos anos 90, com a explosão da internet, vêem- se necessárias novas abordagens à instrução e à aprendizagem, muitos teóricos basearam-se no construtivismo, onde as questões socioculturais e cognitivas podiam ser apoiadas por ferramentas computadorizadas. No Brasil o design instrucional foi redescoberto a partir da necessidade de incorporar tecnologias de informação e comunicação à educação. É notório que o design instrucional liga diversas áreas do conhecimento, as mais importantes são as ciências humanas, com ênfase na psicologia do comportamento, as ciências da informação e as ciências da administração. A psicologia defende a idéia de que a aprendizagem pode ser não somente compreendida, mas também controlada, trazendo também que os alunos são “verdadeiros exploradores”. Assim entram em cena as ciências das informações trazendo os meios pelos quais esta aprendizagem ocorrerá, dando ao design instrucional suporte no sentido de estrutura, organização e processamento de informação. Já das ciências administrativas o design instrucional busca a abordagem sistemática, onde a divisão de processos mais complexos em etapas menores permite identificar estratégias, abordagens, atividades e métodos como maior probabilidade de êxito no campo da aprendizagem. O profissional de design instrucional, ou seja, o designer instrucional é responsável por projetar soluções para problemas educacionais específicos. As competências deste profissional abrangem três grandes áreas do conhecimento (ciências humanas, ciências da informação e ciências administrativas), para isso é necessário que este profissional tenha uma formação interdisciplinar combinada com uma experiência prática. Os campos de atuação para o designer instrucional são ilimitados, visto que a aprendizagem permeia todos os meios do ser humano, contudo devemos restringir o serviço deste profissional para atividades intencionais, ou seja, onde há uma intenção deliberada de instruir, de passar o conhecimento a alguém. Existem dois grandes campos para atuação do designer instrucional: o campo em que a educação é atividade fim, ou seja, a educação é a principal atividade deste grupo ou instituição e a própria existência do mesmo depende da educação, e o campo da atividade meio, onde a educação serve de apoio a atividade principal dos envolvidos. Tais definições nos permitem classificar se o trabalho do designer instrucional é primário ou secundário.