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SUMÁRIO

CAPÍTULO - 1 ---------------------------------------------------------------------------------4

INTRODUÇÃO – 1.1----------------------------------------------------------------------------

CAPÍTULO - 2 -----------------------------------------------------------------------------------

2.1 - A RELAÇÃO DE TRABALHO---------------------------------------------------------


2.2 - IMPORTÂNCIA DA CONCEITUAÇÃO DA RELAÇÃO DE TRBALHO-----
2.3 – CONCEITO--------------------------------------------------------------------------------

CAPÍTULO – ?----------------------------------------------------------------------------------

3.1 - DO CONTRATO DE TRABALHO----------------------------------------------------


3.2 - CARACTERISTICAS DA RELAÇÃO DE EMPREGO: ------------------------

CAPÍTULO – ?----------------------------------------------------------------------------------

4.1 HORA EXTRA------------------------------------------------------------------------------

4.2 - FUNDAMENTO LEGAL: --------------------------------------------------------------

4.3 – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO NO ARTIGO 61 PREVÊ-

CAPÍTULO – ?----------------------------------------------------------------------------------
5.1 - O ASSÉDIO MORAL--------------------------------------------------------------------
5.2 - ASSÉDIO SEXUAL----------------------------------------------------------------------

CONCLUSÃO -----------------------------------------------------------------------------------

BIBLIOGRAFIA --------------------------------------------------------------------------------
RESUMO
INTRODUÇÃO
CAPITULO - 1

HISTÓRIA DO RACISMO

Racismo consiste no preconceito e na discriminação com base em


percepções sociais baseadas em diferenças biológicas entre os povos. Muitas
vezes toma a forma de ações sociais, práticas ou crenças, ou sistemas
políticos que consideram que diferentes raças devem ser classificadas como
inerentemente superiores ou inferiores com base em características,
habilidades ou qualidades comuns herdadas. Também pode afirmar que os
membros de diferentes raças devem ser tratados de forma distinta, conforme
Schaefer, Richard T. (20 de março de 2008). 

Conforme Kevin (2003) pp.15-16, alguns consideram que qualquer


suposição de que o comportamento de uma pessoa está ligado à sua
categorização racial é inerentemente racista, não importando se a ação é
intencionalmente prejudicial ou pejorativa,
porque estereótipos necessariamente subordinam a identidade individual a
identidade de grupo. Na sociologia e psicologia, algumas definições incluem
apenas as formas conscientemente malignas de discriminação.

Conforme Kevin (2003) pp.5-6, entre as formas sobre como definir o


racismo está a questão de se incluir formas de discriminação que não são
intencionais, como as que fazem suposições sobre preferências ou habilidades
dos outros com base em estereótipos raciais, ou formas simbólicas e/ou
institucionalizadas de discriminação, como a circulação de estereótipos étnicos
pela mídia. Também pode haver a inclusão de dinâmicas sociopolíticas
de estratificação social que, por vezes, têm um componente racial. Algumas
definições de racismo também incluem comportamentos e crenças
discriminatórias baseadas em estereótipos culturais, nacionais, étnicos ou
religiosos. Uma interpretação do termo sustenta que o racismo é melhor
entendido como "preconceito aliado ao poder", visto que sem o apoio de
poderes políticos ou econômicos, o preconceito não seria capaz de manifestar-
se como um fenômeno cultural, institucional ou social generalizado. Alguns
críticos do termo afirmam que ele é aplicado diferencialmente, com foco em
preconceitos que partem de brancos e de formas que definem meras
observações de eventuais diferenças entre as raças como racismo.

Na história, o racismo foi uma força motriz por trás do tráfico


transatlântico de escravos e de Estados que basearam-se na segregação
racial, como os Estados Unidos no século XIX e início do século XX e a África
do Sul sob o regime do apartheid. As práticas e ideologias do racismo são
universalmente condenadas pela ONU, na Declaração dos Direitos
Humanos. Ele também tem sido uma parte importante da base política e
ideológica de genocídios ao redor do planeta, como o Holocausto, mas também
em contextos coloniais, como os ciclos da borracha na América do Sul e
no Congo, e na conquista europeia das Américas e no processo de colonização
da África, Ásia e Austrália.

Na história, o racismo foi uma força motriz por trás do tráfico


transatlântico de escravos e de Estados que basearam-se na segregação
racial, como os Estados Unidos no século XIX e início do século XX e a África
do Sul sob o regime do apartheid. As práticas e ideologias do racismo são
universalmente condenadas pela ONU, na Declaração dos Direitos Humanos.
[
 Ele também tem sido uma parte importante da base política e ideológica
de genocídios ao redor do planeta, como o Holocausto, mas também em
contextos coloniais, como os ciclos da borracha na América do Sul e no Congo,
e na conquista europeia das Américas e no processo de colonização
da África, Ásia e Austrália.

CAPÍTULO – 2

2.1 - HISTÓRIA DO RACISMO

O racismo tem assumido formas muito diferentes ao longo da história.


Na antiguidade, as relações entre povos eram sempre de vencedor e cativo.
Estas existiam independentemente da raça, pois muitas vezes povos de
mesma matriz racial guerreavam entre si, e o perdedor passava a ser cativo do
vencedor, neste caso o racismo se aproximava da xenofobia. Na Idade Média,
desenvolveu-se o sentimento de superioridade xenofóbico de origem religiosa.
Quando houve os primeiros contatos entre conquistadores portugueses
e africanos, no século XV, não houve atritos de origem racial. Os negros e
outros povos da África entraram em acordos comerciais com os europeus, que
incluíam o comércio de escravos, que, naquela época, era uma forma aceite de
aumentar o número de trabalhadores numa sociedade e não uma questão
racial.

No entanto, quando os europeus, no século XVI, começaram a colonizar


o Continente Negro e as Américas, encontraram justificações para impor, aos
povos dominados, as suas leis e formas de viver. Uma dessas justificações foi
a ideia de que os negros e os índios eram "raças" inferiores. Passaram, então,
a aplicar a discriminação com base racial nas suas colônias, para assegurar
determinados "direitos" aos colonos europeus. Àqueles que não se submetiam,
era aplicado o genocídio, que exacerbava os sentimentos racistas, tanto por
parte dos vencedores, como dos submetidos.

Alguns casos de discriminação foram a confinação de povos


em reservas e a introdução de leis para institucionalizar a discriminação, como
foram os casos das leis de Jim Crow, nos Estados Unidos, e
do apartheid na África do Sul.

2.2 - GENÉTICA

Cavalli-Sforza, Luigi Luca (2000) informa; existam classificações raciais


propostas pelas mais diversas correntes científicas, pode-se dizer que
a taxonomia referência uma oscilação de cinco a duas centenas de raças
humanas espalhadas pelo planeta, além de microrraças regionais, locais ou
geográficas que ocorrem devido ao isolamento de grupos de indivíduos que
cruzam entre si.

Portanto, a separação racial torna-se completamente irracional em


função das composições raciais, das miscigenações, recomposições e
padronizações em nível de espécie que houve desde o início da caminhada da
humanidade sobre o planeta. De acordo com Guido Barbujani, um dos
maiores geneticistas contemporâneos,
“A palavra raça não identifica nenhuma realidade biológica reconhecível no DNA de
nossa espécie, e que portanto não há nada de inevitável ou genético nas identidades étnicas e
culturais, tais como as conhecemos hoje em dia. Sobre isso, a ciência tem ideias bem claras”.

A genética demonstra que a variabilidade humana quanto às


combinações raciais pode ser imensa. Mas as diferentes adaptações ocorridas
a nível racial não alteraram sua estrutura quanto espécie. Desta forma, a
unidade fundamental da espécie humana a nível de macroanálise permanece
imutável, e assim provavelmente permanecerá apesar das diferenças raciais
num nível de microanálise.

Todas as raças provêm de um só tronco, o Homo sapiens, portanto o


patrimônio hereditário dos humanos é comum. E isto por si só não justifica o
racismo, pois as raças não são nem superiores, nem inferiores, são apenas
diferentes.  O racismo pode ser pensado como uma "adoção de uma visão
equivocada da biologia humana", expressa pelo conceito de "raça", que
estabeleceu uma justificativa para a subordinação permanente de outros
indivíduos e povos, temporariamente sujeitos pelas armas, pela conquista, pela
destituição material e cultural, ou seja, pela pobreza, como conceitua Antônio
Sérgio Alfredo Guimarães.

2.3 - XENOFOBIA

Muitas vezes, o racismo e a xenofobia, embora fenômenos distintos,


podem ser considerados paralelos e de mesma raiz, isto é, ocorrem quando um
determinado grupo social começa a hostilizar outro por motivos torpes. Esta
antipatia gera um movimento em que o grupo mais poderoso e homogêneo
hostiliza o grupo mais fraco, ou diferente, pois o segundo não aceita seguir as
mesmas regras e princípios ditados pelo primeiro. Muitas vezes, com a
justificativa da diferença física, que acaba se tornando a base do
comportamento racista.

2.4 - DISGENIA

Uma forma de racismo menos conhecida consiste na crença de que


a miscigenação gera indivíduos inferiores aos de "raça pura" (degeneração).
Seja a ambos, como defendia Louis Agassiz, seja a um deles, como
defendia Gobineau.
Uma forma atual de racismo tem ocorrido como reação ao racismo
contra negros e de indígenas e asiáticos que consiste em negar a
identidade mestiça e a defesa de que as populações de pardos fazem de sua
condição de mestiça, exigindo-se que as populações mestiças sejam tratadas
como negras, indígenas ou brancas, negando sua peculiaridade. O movimento
negro no Brasil não aceita o termo "mulato" nem aceita o "Movimento Mestiço"
e o grupo "Nação Mestiça", tendo declarado o Movimento Negro que a
mestiçagem é a "ideologia do embranquecimento".

2.5 - INTERNET

Valendo-se, ao mesmo tempo, da possibilidade de anonimato e do


alcance a milhões de internautas, o racismo tem se espalhado de maneira
intensa pelo mundo digital. Com discursos
racistas, revisionistas ou neonazistas, milhares de sites, blogs, comunidades
virtuais do Orkut e MySpace disseminam o ódio racial e a intolerância.

O primeiro crime virtual de racismo no Brasil ocorreu em meados do ano


de 1997 na cidade de Juiz de Fora (Minas Gerais), quando computadores de
uma universidade foram utilizados para a divulgação de várias mensagens
preconceituosas contra negros e homossexuais em uma lista de discussão
sobre sexualidade instalada na Unicamp. O episódio que, por vários dias,
ocupou as manchetes dos jornais do país, ficou conhecido como o
caso rancora.

No Brasil, a divulgação do racismo, mesmo pela internet, trata-se de


um crime, conforme é caracterizado pela legislação brasileira.
Alguns sites advogam o direito à liberdade de expressão e afirmam não se
considerarem racistas, por expressarem apenas opiniões. Outros sugerem
maneiras de como manter o material distante das autoridades competentes.
Por esta característica, muitos sites, principalmente os disponibilizados em
provedores gratuitos, são retirados do ar, para, em seguida, reaparecerem,
múltiplos em três ou quatro servidores novos, inclusive em domínios
estrangeiros. Um dos sites pesquisados afirma exatamente isto: para
cada siteretirado do ar, assume-se o compromisso de disponibilizar, pelo
menos, três novos. Isso evidencia uma rede.

2.6 - MISOGINIA

O preconceito contra a mulher negra tem suas raízes na escravidão,


que, apesar de ter sido abolida há décadas, ainda tem influência nas relações
sociais, no modo de pensar e de ver o outro e a si mesmo. O preconceito
contra a mulher sempre foi tão incutido na sociedade, que gerou nelas mesmas
uma visão autodepreciativa de sua posição nas relações sociais e como tal no
mercado de trabalho.

Com a criação do movimento feminista e depois de muitas lutas, as


mulheres conquistaram alguns direitos e de certa forma algumas barreiras
sociais foram quebradas. Porém, a atual situação das mulheres não sofreu
muitas alterações. No mercado de trabalho, as mulheres ainda ocupam cargos
inferiores em relação aos homens. Isto se comprova através de estudos
recentes, revelando que para elas alcançarem os mesmos cargos que os
homens, em empregos formais, necessitam de uma vantagem de cinco anos
de escolaridade. Esses dados agravam-se quando relacionados à mulheres
negras, que necessitam de oito a onze anos de estudo a mais em relação aos
homens.

CAPÍTULO – 3

3.1 - Racismo, Discriminação e Preconceito

São termos que, por serem utilizados, geralmente, nos mesmos


contextos podem causar confusão. Por isso, é necessário estabelecer uma
distinção conceitual que desfaça qualquer problema de entendimento a
respeito do significado dos termos.

Primeiro, podemos dizer que preconceito é um prejulgamento, ou um


julgamento sem conhecimento de causa de algo ou alguém,
enquanto discriminar é o ato de tratar diferente, diferenciar algo ou alguém.
Racismo, por sua vez, além de ser uma forma de preconceito, pode manifestar-
se por meio de uma ação excludente, ou seja, discriminatória.

Também é necessário entender que o racismo não se manifesta de


maneira única. Temos vários tipos de situações em que podemos identificar, de
um modo mais explícito ou não, o preconceito racial.

3.2 - Tipos de Racismo

De uma maneira mais perceptível e direta, o crime de ódio e


discriminação racial explícito é o caso de racismo mais fácil de se identificar.
Trata-se de ofensas de cunho racial ou de qualquer tipo de segregação ou
proibição a pessoas com base em sua cor ou raça. Para esses casos, pode
haver a aplicação da lei 7716, que prevê penas de até cinco anos para
condenados por crimes de racismo.

Há também o racismo institucional, mais difícil de se identificar, pois a


ação racista nem sempre é explícita e, muitas vezes, ela é assumida por uma
instituição como parte de um protocolo de ações gerais daquela própria
instituição, quando, na verdade, a ação racista só é aplicada contra pessoas
negras ou indígenas. Podemos utilizar como exemplo as abordagens
truculentas de policiais contra negros e até assassinatos de negros
desarmados e rendidos em algumas situações específicas, como aconteceu na
cidade de Charlottesville, na Georgia, Estados Unidos, em 2017 i.

Por último, podemos falar do racismo estrutural, que é algo que está, de
algum modo, preso às estruturas de nossa sociedade. Essa é a forma de
racismo mais branda e de difícil percepção, por isso, um tanto perigosa.
Podemos identificar como sintomas dessa forma de racismo o fato de que
pessoas negras ganham, segundo estatísticas do censo 2016 do IBGE ii, menos
que pessoas brancas. Também encontramos entre a população negra uma
menor escolaridade.

Em nosso cotidiano, utilizamos expressões racistas, muitas vezes sem


nos darmos conta, e a constatação dessas ações e situações aliadas à crença
de normalidade pode ser o fator de maior risco para a sociedade ao se falar de
racismo. Expressões de linguagem e termos racistas reforçam o racismo
estrutural (tão fortemente enraizado) e permitem que a discriminação permeie
todos os meios, perseguindo as vítimas em todos os lugares, pois a linguagem
é capaz de adentrar qualquer esfera da vida humana. Portanto, não se trata de
ser “politicamente correto”, e sim de reconhecer que há alguém que se ofende
com determinadas expressões porque sofre na pele as consequências
negativas da discriminação que as originou.
3.3 - Racismo e Preconceito

Há uma curiosa relação entre preconceito e racismo, visto que o


preconceito origina-se a partir da diferenciação de classes ou grupos, quando
estes estão submetidos às diferenças causadas pelas relações de poder. Por
isso, podemos identificar, por exemplo, preconceito racial (racismo), além
de preconceito de gênero (sexismo, misoginia), preconceito de classe
social, preconceito contra estrangeiros (xenofobia) e preconceito causado pela
aversão a homossexuais(homofobia).

O racismo pode ser especificado e distinguido dos demais tipos de


preconceito por se tratar, especificamente, da questão de raça. Também é
preciso estabelecer que essas formas de preconceito somente podem ocorrer
quando há, historicamente, uma aversão, subjugação, inferiorização ou um
domínio de poder da parte da classe a que pertence aquele que pratica a ação
preconceituosa contra aquele que a recebe. Portanto, como veremos com mais
detalhes no final deste texto, não se pode falar em racismo reverso, do mesmo
modo que é impossível conceber que sejam válidas a heterofobia (aversão a
heterossexuais) ou a misandria (que seria o oposto de misoginia, ou seja, uma
aversão ao gênero masculino).

Segundo o censo do IBGE de 2016, a desigualdade de condições entre


negros e brancos ainda é gritante, visto que a taxa de analfabetismo varia de
4,2% para brancos e 9,9% para os que se autodeclaram pretos ou pardos. O
rendimento médio de todos os trabalhos varia. Para brancos, a faixa média fica
em R$ 2.814; para pardos, R$ 1.606; e, para pretos, R$ 1.570. Os dados não
param por aí. Segundo a mesma pesquisa, dentre as crianças de cinco a sete
anos que trabalhavam, 35,8% eram brancas e 63,8% eram pretas ou pardas. A
taxa de desocupação também é um dado alarmante, pois ela revela que 9,5%
das pessoas autodeclaradas brancas estão desempregadas, índice que sobe
para 14,5% no caso de pardos e oscila para 13,6% no caso dos
autodeclarados pretos.

Toda essa situação está enraizada na formação social do Brasil e ela só


pode ser modificada, segundo o Prof.º Dr. Otair Fernandes — sociólogo e
coordenador do Laboratório de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas
(Leafro/UFRRJ) — a partir do momento em que forem implantadas políticas
públicas eficazes de valorização da população negra e indígena, pois a
reparação de uma construção social racista de séculos não seria facilmente
desmantelada sem o auxílio de mecanismos oficiais.

3.4 - Causas do Racismo

Para entendermos as causas do racismo nos dias de hoje, precisamos,


primeiro, retomar fatores que ocorreram, principalmente, nos séculos XVI e
XVII. A expansão comercial europeia e a colonização do continente americano
desembocaram em um dos maiores absurdos que o homem branco europeu já
foi capaz de cometer: a escravização dos povos africanos e o genocídio
indígena.

Na tentativa de justificar o domínio e a posse sobre as vidas daquelas


pessoas, os europeus formularam diversas teorias de supremacia racial,
apontando que a raça branca seria superior, dotada de maior capacidade
intelectual e de domínio e, portanto, apta a possuir a tutela sobre raças
consideradas inferiores. Relatos historiográficos chegam a revelar que os
negros eram considerados, na época, animais incapazes de ter sentimento e
desprovidos de alma.

Arthur de Gobineau (1816-1882) expõe, em seu Ensaio sobre a


desigualdade das raças humanas, uma teoria de supremacia branca que
afirmava a superioridade das raças brancas, estando em primeiro lugar as
nórdicas, e decresce, hierarquicamente, até chegar ao que ele considerou o
nível mais inferior: os povos negros oriundos da África.

3.5 - Racismo no Brasil

Muitos pesquisadores dedicaram-se e dedicam-se a estudar o racismo


no Brasil enquanto fenômeno social, cultural, antropológico e psicológico. Há,
hoje, nomes como o de Djamila Ribeiro — que, além de ser uma grande
pesquisadora sobre questões raciais e de gênero, tem utilizado a grande mídia
e a internet para divulgar as suas ideias — e o de Joel Rufino dos Santos —
que faleceu no ano de 2015 e deixou uma vasta obra sobre a condição dos
negros no Brasil.

A população negra no Brasil sofre ainda com o racismo que se iniciou


devido aos quase 300 anos de escravidão a que foram submetidos os seus
ancestrais. Dois fatores marcantes nesse processo são a abolição tardia, que
teria ocorrido somente no ano de 1890, e a ausência de medidas para reduzir
os problemas sociais causados pelo desamparo aos ex-escravos, que, de
repente, ficaram sem moradia e sem alimentação.

Além da marginalização dessa população sem assistência básica,


educação, trabalho e alimentação, foram frequentes as tentativas de coibir a
cultura afro, como a criminalização da prática da capoeira, em 1890. Também
houve uma tentativa geral, mesmo anos depois, de apagar os negros que
participassem da nossa história ou, no mínimo, clareá-los, como foi o caso
de Machado de Assis, o qual, em muitas ilustrações de livros de história mais
antigos, aparece com feições brancas.

Devido à peculiar miscigenação do povo brasileiro, grandes sociólogos


dedicaram-se a estudar o lugar do negro na formação social do Brasil e no
século XX. Gilberto Freyre (1900-1987) foi o primeiro, publicando a obra Casa
grande e senzala em 1936. Livro sobre a miscigenação, que teria formado a
pluralidade cultural do Brasil, traz uma análise da relação entre senhores e
escravos no Brasil

Florestan Fernandes (1920-1995) foi um dos maiores sociólogos do


Brasil. Fundador da sociologia crítica no Brasil, o aluno de Roger Bastide e
professor emérito da USP dedicou-se a analisar as relações de poder entre as
raças, escrevendo, entre outros textos, sua tese A integração do negro na
sociedade de classes. Nesse escrito, dotado de um profundo rigor científico, o
sociólogo critica a noção de democracia racial na formação da cultura brasileira
ao enxergar, na sociedade, profundas diferenças existentes entre as classes
sociais que evidenciam uma espécie de separação gritante entre negros e
brancos. Para Fernandes, há um abismo entre as classes sociais que evidencia
o racismo estrutural da sociedade ao manter a cisão entre pobres, em sua
maioria negros, e ricos, representados, em suma, pelos brancos.

Lei Sobre Racismo

Conforme Martin Luther King, (1989) as questões raciais passaram a


fazer parte do Código Penal Brasileiro, devido à pressão de movimentos
identitários que reivindicaram o preceito de igualdade exposto na Constituição
Federal de 1988. A lei nº 7716tornou crime qualquer atitude de discriminação,
preconceito ou incitação ao preconceito por motivação racista.

Essa lei foi um importante passo para a luta contra o racismo no Brasil,
pois ela prevê penas de até cinco anos para quem se utilizar de critérios de
separação de raça e etnia para fornecer ou negar serviços públicos e privados,
selecionar candidatos para vagas de emprego ou, no caso da possível pena
máxima, utilizar-se de veículos de comunicação para disseminar mensagens
racistas.

3.5 - Racismo Reverso

Recentemente, discussões acerca do que seria um suposto racismo


reverso, ou racismo de negros contra brancos, tomou conta de espaços
midiáticos e das redes sociais. Baseando-se na ideia de que negros também
proferem injúrias raciais contra brancos, algumas pessoas defenderam que,
muitas vezes, grupos minoritários também são racistas. Afinal, o que pensar do
chamado racismo reverso ou racismo inverso?

Tecendo uma crítica científica sobre o assunto, é preciso notar que,


quando se trata de uma minoria social, o que revela o crime de ódio não é a
simples ofensa em si, mas um histórico de perseguição, violência e segregação
que resulta nesse tipo de crime.

Podemos pensar, por exemplo, que os crimes de nazistas contra judeus


não surgiram do nada, em 1933, na Alemanha sob o comando de Hitler, mas
tiveram longas raízes fundadas no antissemitismo que tomava conta de boa
parte da Europa desde a Idade Média. Nesse sentido, racismo é muito mais do
que uma simples ofensa baseada na cor, raça ou etnia. Trata-se de ofensa,
discriminação ou preconceito sustentados pela longa diferenciação social
ocorrida entre as raças, baseada em uma relação de poder em que as minorias
sociais (negros e indígenas, no caso) estavam do lado mais fraco. Portanto,
não é possível atestar a existência de um racismo reverso, em que a suposta
vítima tem mais poder na relação social.
3.6 - Racismo na Escola

Como qualquer outra instituição social, a escola não está isolada da


sociedade. Se a nossa sociedade do século XXI ainda é racista, a escola
tende, em algum momento e apesar de valiosos esforços contrários, a
apresentar casos de racismo em seu interior.

Dentro da escola, o racismo pode manifestar-se de maneira nítida e


expressa, mas, também, pode ser sorrateiro e disfarçado. Nitidamente,
encontramos casos de discriminação racial por parte de estudantes, que
trazem, muitas vezes, de seus próprios lares a discriminação racial. Também,
em casos mais isolados, o preconceito racial é cometido por professores e
servidores da instituição. Esse tipo de manifestação direta de racismo por parte
das instituições foi comum em tempos mais antigos, quando a discriminação
racial não era crime no Brasil, ou quando a segregação racial oficial ainda
acontecia, como aconteceu nos Estados Unidos.

Além do racismo explícito, casos de racismo estrutural são ainda


frequentes nas instituições escolares brasileiras. Um exemplo disso é a
discriminação contra os cortes de cabelo ou penteados afro, como o black
power, direcionada tanto para meninas quanto para meninos negros. Outro
exemplo é a manifestação de preconceito racial por meio da intolerância
religiosa, quando praticada contra religiões de origem africana.

O então presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, que


contribuiu significativamente para o fim da segregação racial nas escolas e nas
forças armadas americanas, designou quatro delegados federais para
cuidarem da segurança de Ruby em seu início escolar. Os agentes
acompanhavam a menina no trajeto de casa à escola e ainda tinham que
cuidar de sua segurança dentro da instituição. Durante muito tempo, por
determinações dos delegados, Ruby comeu apenas a comida trazida de casa,
para evitar possível envenenamento caso comesse o lanche oferecido na
escola.

3.6 - Casos de Racismo

Em matéria on-line, de abril de 2015, intitulada “5 casos de racismo que


chocaram o Brasil”, a revista Exame traz casos de racismo que ganharam
notoriedade na mídia brasileira e casos de peças publicitárias nacionais e
internacionais que foram denunciadas e, em alguns casos, censuradas, por
apresentarem conteúdo discriminatório ou preconceituoso.

Entre os casos de racismo ocorridos diretamente contra pessoas,


destacou-se o do goleiro Aranha, então jogador do Santos, que, em 2014, foi
chamado de “macaco” por vários torcedores do Grêmio após o time sofrer
derrota em um jogo da Copa do Brasil. O caso foi filmado, medidas legais
foram tomadas, e o Grêmio foi expulso da Copa do Brasil.

Também aconteceram dois casos envolvendo crianças e lojas de classe


média alta, onde os pais das crianças, brancos, compravam. Um caso ocorreu
em uma loja de grife situada na Rua Augusta, em São Paulo, em que um
menino negro, filho adotado de um cliente branco, ouviu da atendente que ele
deveria sair e não poderia ficar ali (na calçada, próximo à entrada da loja). O
outro caso, semelhante a esse, aconteceu na concessionária da marca BMW,
no Rio de Janeiro, onde um menino negro, que esperava por seus pais, teve
que ouvir do gerente, que não sabia que aquele garoto era o filho dos clientes,
que ele não poderia ficar na loja.

Infelizmente, o racismo é recorrente, e essa notoriedade negativa de


certos casos ainda representa uma pequena parcela do racismo brasileiro.
Nesses casos, as vítimas somente foram reconhecidas, amparadas e
levantaram a opinião pública contra a discriminação racial porque haviam
pessoas instruídas e protegidas por um status social que os permitiu ter voz.
Há, ainda, os casos de racismo que nunca aparecerão na mídia, os casos de
pessoas ofendidas, discriminadas, violentadas e mortas, nas periferias e nos
interiores, por representantes do Estado e por civis. Esses casos ainda são
inúmeros e devem também chamar a atenção popular.

Bibliografia

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das Letras. p. 47. 289 páginas. ISBN 9788535903249
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 GUILHERMINO, Luiz (13 de agosto de 1997).

SANTIAGO, Tatiana (7 de dezembro de 2011). 

RACISMO - https://alunosonline.uol.com.br/sociologia/racismo.html

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