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Rei Arthur: a Lenda das lendas

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Rei Arthur: a Lenda das lendas

Por Aretha Yarak

Tempo de leitura:
10-14 minutos

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Rei Arthur: a Lenda das lendas

O rei mais importante do mundo


– e que provavelmente nunca
existiu.

Em matéria de mitologia
medieval, rei mesmo era Arthur.
Os outros eram só cartas do
baralho.

Ele foi celebrado em verso e


prosa por toda a Idade Média e
além, em países muito distantes
de sua Inglaterra natal. Seus
mitos sobreviveram o bastante
para tornarem-se filmes, livros e
até videogames. Centenas de
anos após sua morte, monarcas

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britânicos entrelaçavam suas


histórias à origem e às
conquistas de Arthur. Todos
queriam se ligar ao maior rei de
todos.

Se Arthur entrou para os


mitos como figura fundadora da
Inglaterra, ironicamente, ele
nunca lutou ao lado dos ingleses.
Arthur é uma lenda de origem
celta, criada no País de Gales, a
região onde se refugiaram os
habitantes originais da Grã-
Bretanha após as invasões dos
anglo-saxões, vindos da atual

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Alemanha — aqueles fundariam


a Inglaterra.

Na batalha do monte Badon,


por volta do ano 500, Arthur
teria derrubado mais de 900
saxões, atrasando a invasão — e
a fundação da Inglaterra — em
décadas. Filho bastardo do rei
Uther Pendragon, Arthur contou
a vida toda com seu tutor e
conselheiro, o mago Merlin.

É em Merlin que a lenda


assume seus tons mais
sobrenaturais (e típicas da
cultura celta). Concebido em

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uma estranha relação entre a


princesa de Dyfed e um anjo (ou
demônio, dependendo do autor),
o mago é central nas decisões do
rei e nos acontecimentos do
reino de Camelot. Merlin era
apaixonado por Viviana (ou
Nimue), a Dama do Lago.

Ela afirmou que só se


entregaria a Merlin se ele lhe
ensinasse todo o seu poder, e
assim foi feito.

O mago apresentou o jovem


Arthur à espada mágica,
Excalibur — que queria dizer

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“corta aço”. Merlin levou Arthur


ao lago, onde a mão de Nimue
emergiu da profundidade com a
arma. De lâmina inquebrável,
havia sido forjada por um ferreiro
elfo da ilha lendária de Avalon.
Mas o poder mesmo estava na
bainha, que daria ao rei o corpo
fechado em batalhas. Com a
espada em mãos, Arthur acaba
se revelando ao pai, Uther,
herdando o trono aos 15 anos.

EM BUSCA DO GRAAL

A Batalha de Badon é só uma


no começo da carreira do rei que,

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de seu castelo em Camelot,


expandiria imensamente os
domínios de seu pai, juntando
em torno de si um número cada
vez maior de seguidores. Merlin
cria então a Távola Redonda. O
formato da mesa foi uma
estratégia para evitar disputas de
poder, já que, em uma mesa
redonda, todos,
geometricamente, estão em pé
de igualdade.

Mais de cem guerreiros


sentaram-se em volta da mesa
lendária. Mas isso não conteve a
ambição de um deles. Anos e

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batalhas mais tarde, Arthur teve


de se ausentar do país, em uma
guerra contra “Roma” – um
nome geral para um inimigo
meio genérico. Um dos
cavaleiros, Sir Mordred, então
usurpou o trono. Ele era filho de
Morgana, a meia-irmã
manipuladora de Arthur.
Segundo alguns autores, o pai de
Mordred seria o próprio Arthur,
enganado por ela a ter uma
união incestuosa.

Acontece então a Batalha de


Camlann, a última do grande rei.
Mas a situação estava contra ele.

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Merlin não pôde ajudar seu


mestre, pois havia sido
aprisionado pela Dama do Lago,
com medo de que ele a
escravizasse com sua obsessão.
Morgana havia roubado
Excalibur, que foi recuperada,
mas sem a bainha mágica. Sem a
proteção, Arthur e seu
sobrinho/filho travam combate, e
atingem um ao outro.

Mordred tomba ali mesmo.


Arthur é ferido mortalmente.
Então ordena que o cavaleiro
Bedivere devolvesse Excalibur ao

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lago, que é recebida pela mesma


mão que a entregou.

O convalescente Arthur tem


então uma visão, de que apenas
o Graal, cálice com o qual José de
Arimatéia recolheu o sangue de
Jesus, poderia curá-lo e salvar
seu reino.

A busca pela taça milagrosa


ocupou anos, tempo em que os
guerreiros vasculharam a Grã-
Bretanha de Norte a Sul e
viveram diversas aventuras. Mas
as procuras foram em vão.
Arthur é levado por Merlin para

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encontrar seu final, na ilha de


Avalon.

OS CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA – da


esquerda para direita: 1] ECTOR – Pai adotivo de
Arthur, cria o menino sem saber de sua
identidade como herdeiro da coroa. É o primeiro
a jurar fidelidade ao novo rei, junto com seu filho
Kay. 2] PERCIVAL – Primeiro a ter contato com o
Santo Graal. Ele se depara com uma procissão
levando o objeto, mas falha em investigar

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porque não queria fazer perguntas. 3]


LANCELOT – O mais habilidoso de todos os
cavaleiros, filho do rei Ban de Benoic e da rainha
Helena de Benwich. Cai em desgraça após ter
um caso com a mulher de Arthur. 4] YWAIN –
Sempre acompanhado por um leão que ele
resgatou de uma serpente. Acaba perdido em
uma missão para vingar a morte de seu primo
Calogrenant. 5] GAWAIN – Era ele, não Lancelot,
o favorito das moças. Famoso por seu confronto
com o misterioso Cavaleiro Verde, que ele
decapitou, mas sobreviveu. 6] GALAHAD –
Único cavaleiro que sobreviveu à cadeira
proibida, o assento reservado àquele que
encontraria o Graal. Mas é levado aos céus em
vez de retornar.

DA HISTÓRIA PARA O MITO

A história que você acabou de ler


é basicamente a versão contada

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por Geoffrey Monmouth e


Chrètien de Troyes, autores do
século 12. Eles foram os primeiros
a descrever uma mitologia
completa do rei Arthur.

Escritores mais tardios


acrescentaram detalhes
diferentes, como o poeta do
século 13, Robert de Boron, para
quem Excalibur é tirada de uma
pedra, não dada pela Dama do
Lago, cumprindo uma profecia
que torna Arthur o rei. O caso de
Lancelot com a rainha Guinevere
também é uma criação posterior.

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A batalha do monte Badon,


aquela onde Arthur teria matado
900 saxões, foi mencionada pela
primeira vez por São Gildas,
ainda no século 6, algumas
décadas depois de ocorrer.
Nesse relato, não existe Arthur
nenhum.

A primeira vez que o nome surgiu


foi em Historia Brittonum
(História Britânica), livro escrito
em 828 pelo monge Nennius.
Mas esse Arthur era apenas um
guerreiro. Foi apenas em 1136,
com Geoffrey de Monmouth, em
Historia Regum Britanniae (A

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História dos Reis Bretões), que


Arthur tornou-se rei — e também
surgiram o mago Merlin e outros
personagens centrais.

Caso tenha existido um rei


Arthur, não sobrou nenhum
vestígio de seu reino. Há apenas
especulações e literatura.

“O trabalho de Geoffrey criou


uma história de vida completa
para Arthur, mas não há provas
de que ele tenha, de fato,
existido”, conta John
Withrington, professor na
Universidade de Exeter, na

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Inglaterra. Monmouth, como


seus antecessores, era um
religioso católico do País de
Gales e, assim como eles,
acreditava estar fazendo um
relato histórico, não literatura ou
mitologia.

Foi preciso que a história


atravessasse o canal da Mancha
para erguer Arthur a um mito
mundial. Foi nos textos de
Chrètien de Troyes (1135-1191)
que a história do rei tornou-se
literatura épica, e passou por um
processo moralizante,
convivendo com a ideia do

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pecado e de uma conduta casta,


correspondentes aos valores de
cavalaria da época. O curioso é
que no século 6, quando o
eventual Arthur histórico teria
vivido, nem havia cavaleiros
ainda.

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Morgana, Excalibur, o Graal: tudo tinha um pé


na velha mitologia.

Caso tenha existido um rei


Arthur, não sobrou nenhum
vestígio de seu reino. Há apenas
especulações e uma riquíssima

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literatura — que, provavelmente,


é muito mais interessante que a
realidade.

MITOS CELTAS

As origens pouco cristãs da


lenda.

A lenda do rei Arthur surgiu no


País de Gales, a região que
continuou a ser dominada pelos
celtas, em contraste com a
Inglaterra, tomada pelos anglo-
saxões no século 6. Vários
elementos da lenda denotam
essa origem. A começar por

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Merlin, que em tudo se parece


com um druida dos tempos
antigos: um sábio em contato
com a natureza, responsável por
aconselhar reis e ajudá-los com
poderes mágicos.

Depois, Excalibur: os celtas


famosamente faziam espadas
que estavam entre as melhores
da Europa, que foram copiadas
pelos romanos. Elas tinham valor
sagrado, e dar a essas armas um
velório em um lago, como
acontece na lenda, era uma velha
tradição quando seu dono
morria.

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O próprio Graal, uma mania


aparentemente tão cristã que se
espalhou por toda a Europa, tem
o mesmo formato e poderes
curativos dos caldeirões da
mitologia celta, na qual eram
relacionados à deusa da
inspiração. A irmã de Arthur,
Morgana, é derivada da deusa
céltica Modron, que aparece em
versões antigas da lenda.

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