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INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Cadeira de Política Social Comparada

Ano Lectivo de 2008 / 2009

“Políticas Sociais na África


do Sul no Século XX”

Docente:

Dr.ª. Mª. Filomena Carreiras Casaca Faria Paixão

Discentes:

Ana Luísa Nunes n.º 9676

Fernando Almeida n.º 9681

Nuno Gravelho n.º 9607


Políticas Sociais na África do Sul no Século XX

Rui Pascoal n.º 9868

Tomar, 4 de Novembro de 2008

Trabalho traduzido e elaborado com base no


Relatório:

“Gender, Welfare and the


Developmental State in South
Africa”

De: Shireen Hassim, School of Social Sciences, University


of Witwatersrand

UNRISD
UNITED NATIONS RESEARCH INSTITUTE FOR SOCIAL DEVELOPMENT
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Políticas Sociais na África do Sul no Século XX

Disponivel em:

http://www.sarpn.org.za/documents/d0001335/index.php

Conteúdo
Trabalho traduzido e elaborado com base no Relatório:............................2

Conteúdo...........................................................................................3

Introdução.........................................................................................4

Contexto Histórico..............................................................................5

A Protecção Social Durante o Apartheid .................................................6

O Final do Apartheid e a Transição Entre Sistemas..................................7

O Desenvolvimento do Bem-Estar Social e o Livro Branco (The White Paper)


........................................................................................................9

Os Encargos da Luta Contra a Sida Como Elemento Destabilizador do


Orçamento Social .............................................................................10

O actual Sistema Social na África do Sul...............................................11

Conclusão........................................................................................13
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Políticas Sociais na África do Sul no Século XX

Introdução

Frequentemente, os teóricos das políticas sociais, identificam quatro


modelos de Estado de Providência: o liberal, o social-democrata, o
corporativista e o de estados socialistas. Mais recentemente emergiu um
quinto modelo: o dos países em desenvolvimento. A África do Sul surge
como um dos expoentes deste modelo.

O Sistema Social sul-africano nasceu desde logo um sistema discriminatório


entre as diferentes raças, prevendo inicialmente apenas a cobertura dos
“brancos” ele foi-se alargando timidamente às restantes raças.

Já nos anos 80 do século passado as políticas sociais foram revistas e o


Governo privatizou grande parte da segurança social.

apartheid privilegiou-se o desenvolvimento do bem-estar social e a criação


de emprego. No entanto apesar do fim do apartheid, continua a subsistir na
África do Sul a pobreza extrema e grandes desigualdades sociais e
económicas. Para 21,6 milhões de sul-africanos os rendimentos não
ultrapassam em média 114 Rand por mês (aproximadamente 15 euros).
Reflexo do regime segregacionista que era o apartheid, a pobreza está
concentrada entre negros que representam 61 % do total de pobres do
país.

Neste contexto os governos da era pós apartheid tiveram e continuam a ter


como principal objectivo a erradicação da pobreza.
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Políticas Sociais na África do Sul no Século XX

Contexto Histórico
Devido às suas riquezas como o ouro e o diamante, a África do Sul foi o
destino de inúmeros colonizadores europeus, como os ingleses e
holandeses. Os descendentes desses povos, apoiados na irreal ideia de
superioridade do homem branco, criaram no século XX uma política de
discriminação racial chamada Apartheid, que significa separação.

Em 1948, o apartheid foi oficializado na África do Sul. Criaram-se leis que


discriminavam os negros nos locais de trabalho, escolas, igrejas, desportos
e transportes públicos. Mesmo constituindo uma população quatro vezes
maior que a população branca, os negros foram proibidos de possuir terras
em 87% do território sul-africano. Através dos lucros com a mineração, a
elite branca conseguiu armar as forças policias que garantiam a
manutenção do apartheid.

A partir daí, os negros que


constituíam a maior parte
dos trabalhadores sul-
africanos reagiram à
exploração económica e ao
racismo, realizando
diversas manifestações
contra o regime.

O ANC (Congresso
Nacional Africano),
representante dos negros,
começou a intensificar os protestos. A luta contra o apartheid foi ganhando
intensidade e destaque internacional, depois do massacre no bairro negro
de Soweto. Com a instabilidade civil e económica, o governo sul-africano
cedeu em alguns pontos. Permitiu o acesso dos negros ao transporte
público e aos centros de lazer e acabou com as leis que privilegiavam os
brancos na posse de terras.
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Políticas Sociais na África do Sul no Século XX

O fim do apartheid deu-se em 1990 por Frederik de Klerk, e em 1994


Nelson Mandela, importante figura de oposição ao apartheid, líder dos
negros e do CNA foi eleito presidente da República Sul-Africana através de
eleições livres.

A Protecção Social Durante o Apartheid

Historicamente, a reforma de velhice foi a primeira a ser implementada em


1928, mas somente para brancos, só em 1944 foi estendida a todas as
raças. Contudo os benefícios eram altamente discriminatórios, pois em
média os brancos recebiam 7,5 vezes mais que os negros.

No período entre as duas guerras mundiais e por força dos movimentos


nacionalistas brancos, estabeleceram-se uma série de medidas com vista a
reduzir a pobreza entre os Sul-africanos de raça branca. Os negros e os
índios foram excluídos deste sistema de protecção social, mesmo que
fossem trabalhadores da chamada “economia formal”. Estas medidas viriam
a constituir a base e a legitimar a construção de um sistema discriminatório.
Foi por esta altura que foi criado o
“welfare State Departent” (1937).

Com o crescimento das zonas


urbanas e o surgimento de
“favelas”, cresceram ainda mais as
desigualdades e seria já na década
de 50 que alguns benefícios, tais
como pensões e subvenções para
os cegos e deficientes, foram
prorrogados para os africanos
negros e índios (homens e
mulheres), embora esses benefícios
fossem em valores inferiores aos
dos cidadãos brancos. Por esta
ESTAÇÃO DE PRETÓRIA COM AS ZONAS DE
altura, as pensões destinadas aos
BRANCOS E NEGROS
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Políticas Sociais na África do Sul no Século XX

negros continuavam a ser altamente discriminatórias e eram em média


90% inferiores às dos brancos.

Durante este período, a ideologia do Apartheid começou a revelar-se não só


como política ideológica, mas também na forma como a distribuição dos
apoios sociais era feita.

A questão racial não era no entanto a única a condicionar a assistência


social. Ao longo da era do apartheid esta distribuição era feita de uma
forma “eurocêntrica” em que o Sistema Social privilegiava sobretudo as
pessoas que viviam em famílias nucleares, com um chefe de família do sexo
masculino e que as mulheres ficariam em casa.

Com a evolução do tempo começam a surgir os primeiros movimentos de


contestação, sendo que as mulheres negras das zonas rurais se
posicionaram na linha da frente e estes protestos centravam-se mais contra
as limitações que as mulheres tinham no acesso ao mercado de trabalho.

Em meados da década de 80, as políticas sociais foram reformuladas e à


semelhança do que estava a acontecer em Inglaterra pretendia-se diminuir
o peso do sector estatal na concessão de apoios sociais.

O Governo privatizou grande parte da segurança social. A partir desta data


passou a coexistir uma parceria entre o Estado, sector empresarial privado
e grupos de voluntários religiosos e associações comunitárias. Nesta década
houve ainda uma grande descentralização das medidas assistenciais para as
autoridades locais e regionais.

No seguinte quadro verificamos a evolução da distribuição dos rendimentos


sociais por grupos populacionais ao longo da segunda metade do século XX.

Grupo 1950 1976 1990


Populacional

Brancos 61% 56% 23%

Negros 25% 28% 52%

Indios 14% 16% 24%


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As discussões da política
económica ocorreram a
partir de debates sobre
política social.

Em 1990, foram levantadas


várias questões como a do
poder de compra dos sul-
africanos e da viabilidade
do modelo britânico de
Welfare State na África do
Sul, apelando a uma
discussão global da política
social. Não é pois
surpreendente que este
Em 1990, sob a liderança do presidente F. W. de Klerk, o
período não tenha sido governo sul-africano começa a desmantelar o sistema do
caracterizado por uma Apartheid, libertando Nelson Mandela, líder do ANC, e
aceitando legalizar esta organização
visão clara da política
redistributiva para o bem-estar social.

Ao invés de desenvolver uma política social forte e inequivocamente dentro


de um quadro redistributivo, o grosso dos esforços governamentais foi
estabelecido na tentativa de ligar o bem-estar social a uma política de
desenvolvimento económico.

Embora o sistema de segurança social que vigorou até 1994 fosse bastante
avançado, verificaram-se algumas lacunas, grande parte do orçamento da
segurança social foi aplicada em pensões, esquecendo-se outros subsídios,
tais como a deficiência das crianças e outros subsídios de apoio. A rápida
inclusão de mulheres no governo resultou numa série de nova legislação,
como a Lei da Violência Doméstica e a Lei da Manutenção. A efectiva
implementação destas e de outras Leis, exigia um aumento substancial das
dotações orçamentais.
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O Desenvolvimento do Bem-Estar Social e o


Livro Branco (The White Paper)

Com o Programa de Desenvolvimento e Reconstrução, em 1994, foi


reforçado o conceito do bem-estar social. Este está inserido no Livro Branco
sobre a Segurança Social, editado em Fevereiro de 1996 e adoptado em
1997. A abordagem é definida neste Livro como sendo capaz de criar um
sistema de bem-estar que facilita o desenvolvimento de capacidades
humanas e de auto-confiança num ambiente sócio-económico afectuoso e
permissivo, reconhecendo que o crescimento económico, por si só, não
reforçará o bem-estar social dos cidadãos.

"a alocação e distribuição equitativa dos recursos... O


desenvolvimento social e o económico são, por isso,
1
interdependentes e reforçam-se mutuamente" .

Um marco fundamental no desenvolvimento da plataforma do bem-estar


social foi a criação de emprego. Esta é uma responsabilidade da política
macro-económica, em geral, mas também, especificamente do
Departamento de Desenvolvimento Social, através do Programa de Serviços
Públicos, financiado a partir do orçamento da segurança social e do bem-
estar. Os Programas de Serviços Públicos são vistos como tendo duplos
benefícios: suprir as necessidades de infra-estruturas do país e reduzir a
pobreza a longo prazo e dependência de assistência estatal. Eles são,
portanto, considerados desenvolvimentos fundamentais e foram dirigidos
recursos consideráveis a estes programas.

O Livro Branco identifica um vasto e impressionante conjunto de princípios


orientadores. Era composto por dezassete no total, incluindo a democracia,

1
Extraído do Livro Branco sobre a Segurança Social.
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Políticas Sociais na África do Sul no Século XX

os direitos humanos, justiça, transparência e responsabilização.


Examinando a lista de princípios, esta sugere que a política é baseada numa
ampla e expansiva concepção de cidadania.

A política é baseada sobre o princípio de que a qualidade de vida de todas


as pessoas deve ser erguida através de uma redistribuição de recursos e
serviços. Por exemplo, realçava-se a não discriminação e a igualdade no
que se refere à distribuição dos recursos materiais. Centrando-se a não
discriminação na "tolerância, respeito mútuo, diversidade e inclusão de
todos os grupos da sociedade."

Os Programas de assistência social deveriam ser baseados num princípio de


acessibilidade e sustentabilidade, ou seja, deveriam ser financeiramente
viáveis, economicamente eficientes e eficazes.

O plano de acção para o Livro Branco reconhece os constrangimentos


fiscais, económicos e de infra-estruturas sobre a capacidade que o governo
tem para implementar os princípios do desenvolvimento social. Assim, as
disposições da segurança social foram faseadas sobre o princípio da
progressiva realização de prestações, bem como a sua sustentabilidade, em
conformidade com as disposições constitucionais relativas aos direitos
sociais.

Os Encargos da Luta Contra a Sida Como


Elemento Destabilizador do Orçamento
Social
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Os encargos dos cuidados de saúde aumentaram drasticamente devido à


infecção por VIH / SIDA, cuja taxa assumiu proporções abismais. Na
realidade, os primeiros indícios de epidemia mostra que não são só os
adultos que carregam um peso maior de encargos, mas também as crianças
cada vez mais assumem estes gastos.

A maioria das mulheres grávidas infectadas pelo VIH na África do Sul não
tem acesso a um único meio para prevenir a transmissão do vírus aos seus
bebés. O tratamento para as crianças infectadas pelas suas mães continua
muito aquém, beneficiando apenas uma em cada quatro crianças
infectadas. A terrível taxa de mortalidade parental continua a engrossar o
número de crianças órfãs, com elevados custos sociais e económicos.

VIH/SIDA - habitantes infectados com VIH/SIDA:

Ilustração 1: VIH/ Sida (Fonte CIA World Factbook)

O actual Sistema Social na África do Sul


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Actualmente, o Sistema Social na África do Sul é composto por sete tipos de


concessões sociais, concedidos por intermédio do Departamento de
Desenvolvimento Social:

• Reforma de velhice;

• Apoio a inválidos;

• Apoio aos veteranos de guerra;

• Apoio a menores incapacitados;

• Apoio na infância, para crianças com menos de 9 anos

• Apoio a crianças órfãs;

• Apoio extraordinário para idosos e veteranos de guerra dependentes.

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Conclusão

As políticas sociais sul-africanas estão neste momento a dar prioridade à


erradicação da pobreza. Foram construídas habitações para os pobres, de
acordo com o Programa de Reconstrução e Desenvolvimento (RDP) e foi
levado electricidade, água e saneamento básico a muitas pessoas pela
primeira vez.

Há mais pessoas a receber pensões e são dados subsídios às crianças


deficientes e dependentes com idade inferior a 14 anos. Foram aprovadas
Leis e regulamentos destinados a promover a reparação das enormes
desigualdades raciais o que contribuiu para a ascensão social dos negros e
ajudou a criar uma classe média negra.

O processo de reconciliação continua no entanto incompleto, verificando-se


a falta de compensação a muitas vítimas dos crimes do apartheid e a
excessiva lentidão na resposta aos pedidos para a devolução das terras aos
seus proprietários africanos que delas foram expulsos. Continua, no
entanto, a existir um “apartheid” em alguns sectores económicos, sociais e
da Administração Estatal.

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