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SEMANAS
ILUSTRADAS
Como as revistas ilustradas alemãs mudaram a forma de acompanhar
o mundo através da imprensa
Fernando Menezes
Maria Jesus Zelada
Rafael Battaglini
Renata Fernandes Veloso Baralle
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Apresentação
Este trabalho apresentará os principais as principais características da
introdução da fotografia na imprensa, além relacionar a importância do trabalho
conjunto entre fotógrafos e editores, o que fará das revistas semanais verdadeiras
narrativas visuais dos acontecimentos.
O surgimento das revistas ilustradas remete à República de Weimar, tempo
de efervescência cultural, até a chegada dos nazistas ao poder, causando uma verdadeira
diáspora de fotógrafos e editores para outros países.
A importância desta pesquisa se justifica pelos escassos materiais em língua
portuguesa sobre o assunto, o que acabou dificultando a pesquisa, já que boa parte dos
materiais de referência eram em inglês e alemão. Trata-se de um tema vital na história da
imprensa, já que basta ir a qualquer banca de jornal para vermos aplicados princípios
elementares da estética desta época. Portanto, este trabalho irá expor como a fotografia
na imprensa mudou a forma de se acompanhar os acontecimentos ao redor do mundo.
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Introdução
A imprensa no mundo, estava em expansão. Na Europa com o Journal des Savants, que
circulou entre 1665 e 1795 em Paris, considerado como a primeira revista da história. Na
Itália com Giornale dei Letterati . A Lady’s Mercury, em 1693, no Reino Unido, Akademie der
Grazien, na Alemanha, (1774 a 1780). Nos EUA, o American Magazine e o Ladies’ Magazine,
de 1828.
Porém, no Brasil, a imprensa só foi liberada após 1808, com a chegada da família real.
Antes, era proibido qualquer tipo de impressão. Os livros eram importados, muitas vezes
por contrabando. Um dos navios que trouxe a comitiva de Dom João VI, o Medusa, tinha
nos porões uma máquina impressora e foi com ela que se criou, após 1808, a Impressão
Régia. Foi através dela que nasceu o primeiro jornal impresso no Brasil, A Gazeta do Rio
de Janeiro. Nos anos seguintes, outras impressoras foram importadas e os jornais no
Brasil começaram a se multiplicar. Porém poucos iam além da terceira ou quarta edição.
A segunda impressora do país foi instalada na Bahia, em 1811, tendo à frente o
português Manuel Antonio da Silva Serva, que criou o jornal Idade d´Ouro do Brazil e em
1812, a primeira revista Brasileira: As Variedades ou Ensaios de Literatura. Mais tarde, O
Patriota, publicado em 1813 pela Impressão Régia do Rio de Janeiro, seria a segunda
revista nacional. E depois dela vieram muitas outras, como O Espelho Diamantino, Beija-
Flor, O Espelho das Brazileiras , Correio das Modas entre outras.
Em 1860 surge a Semana Illustrada que pode ser considerada a primeira revista
semanal ilustrada brasileira, e certamente a primeira a utilizar a caricatura. Em janeiro de
1876, surgiu a Revista Illustrada, que chegou a atingir 4 000 exemplares, utilizando a
técnica de litografia.
Uma década mais tarde, até pequenas cidades tinham suas revistas ou jornais
literários. Nesse período, as revistas começam a se diferenciar dos jornais no conteúdo e
na periodicidade, sendo os jornais mais dedicados a notícia e as revistas mais literárias.
As revistas herdam dos jornais os literatos e a ilustração, contando com forte
participação dos membros da Academia de Letras e dos clubes de fotografia. Inventada
por Joseph Nicéphore Nièpce, na França, em torno de 1830, e no Brasil pelo francês
Hercule Florence, em 1833, assim a revista se torna de vez uma publicação de conteúdo
variado e ilustrado, enquanto o jornal trabalha com a notícia e com a opinião, e nele a
beleza dá lugar à objetividades.
Em 1928 é lançada a revista Cruzeiro, foi um marco, inaugurador de uma época, a
revista utilizava muitas fotos, com uma diagramação ousada para a época, cheia de
recortes, aplicações e contornos. Muitas das fotografias publicadas pela revista vinham
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dos próprios leitores, que participam de concursos promovidos pela publicação, e dos
clubes de fotografia que vão se proliferando no Rio de Janeiro. Não por acaso, a revista
publica em suas páginas anúncios de câmaras fotográficas, mostrando um forte interesse
do público leitor pelo tema.
Porém a revista ainda estava distante do modelo de fotojornalismo que começa a
nascer na Europa, esta situação só mudaria em 1931, com a chegada de uma prensa
alemã.
Na Europa, ocorriam muitas mudanças culturais e sociais o que trouxeram mais
criatividade para as artes e para a sociedade em geral, em Weimar em 1919, é fundada a
Escola de Bauhaus. Nela, artistas ensinavam e refletiam, juntos, com o objetivo de
modificar e melhorar o meio social em que viviam. Essa escola contou com grandes
nomes, com quem estudantes privilegiados adquiriam noções de desenho, composição,
utilização de cores, gravura, impressão, carpintaria, cerâmica, tecelagem, escultura e
teatro.
O estilo Bauhaus, ainda admirado hoje, foi empregado na arquitetura e nas artes.
Baseando-se em figuras geométricas como o quadrado, o triângulo e o círculo, com
desenho de objetos e móveis matematicamente precisos, econômicos entre outros.
Na Alemanha, antiga República de Weimar, fervilhava uma revolução na área da
comunicação. A efervescência cultural do período se traduziu-se nas tiragens das revistas
ilustradas, como a Berliner Illustrierte Zeitung, a Münchener Illustrierte Presse e a Arbeiter
Illustrierter Zeitung. A fotografia ganhava um novo impulso com a introdução das câmaras
portáteis, como com o aparecimento da Ermanox, em 1924, e da Leica, em 1925, que
começou a surgir uma nova maneira de fazer o fotojornalismo.
Essas duas míni-câmeras fotográficas alemãs, construídas com lentes de grande
abertura, precisavam de pouco tempo de exposição para trabalhos ao ar livre. Essa
portabilidade quebrou o padrão da foto posada, permitindo para os fotógrafos flagrantes
em ambientes internos, mas sempre dependendo da presença de luz. Entre 1928 e 1929,
duas das revistas européias de maior circulação, a Münchener Illustrierte Presse e a Berliner
Illustrirte Zeitung, começaram a publicar a produção dessa nova geração de fotógrafos,
como Felix H. Man e Eric Salomon, famoso por reveladores retratos de políticos e outras
personalidades, levando sua câmera para lugares e encontros oficialmente fechados aos
fotógrafos.
Nesse contexto, a Escola de Bauhaus, fundada em 1919, passa a influenciar a fotografia
com alguns de seus questionamentos sobre a estética em vigor. O lançamento das
câmeras fotográficas de pequeno porte possibilitou a busca de registros mais
espontâneos, com ênfase no movimento. As revistas ilustradas perceberam rapidamente o
grande potencial desse novo tipo de fotografia. As imagens polêmicas tomavam conta das
revistas, fotos de um julgamento que mexia com o público, um político dormindo
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República de Weimar
Antecedentes
Desde sua unificação em 1871, a Alemanha era um Império, chamado de II Reich, que
era governado desde 1901 pelo Kaiser Guilherme II. Na fase final da Primeira Guerra
mundial, quando os generais alemães comunicaram ao governo que a Alemanha não
poderia vencer a guerra, Guilherme II fugiu para a Holanda perdendo o controle de seu
Império. Para facilitar a negociação de um armistício com a Tríplice Entente, os militares
alemães sugeriram alterar o governo na Alemanha, que passaria a ser um Império do tipo
parlamentar, tendo como chanceler Max de Baden que inviou uma carta ao presidente
norte-americano Wilson, dizendo ter a paz nas mãos e que ela poderia ser estabelecida.
De 5 de maio até 28 de junho, o tratado elaborado pelos Três Grandes foi submetido à
análise da delegação alemã, que reagiu negativamente aos pontos propostos pelos
Aliados, mas sem ter escolha, aceitou os termos defendidos princiapalmente pelos
representantes franceses.
Pelo tratado assinado, a Alemanha perdia 1/7 do seu território para a França, Polônia e
Bélgica 1/10 da população, além de todas as suas colônias. A Alsácia e Lorena foi
devolvida à França, que havia perdido esses territórios para a Alemanha na Guerra
Franco- Prussiana. Além de perda de territórios estratégicos, os alemães não poderiam
formar um exército capaz de ameaçar as nações vizinhas. Foi estipulado que o exécito
alemão não poderia ter mais que cem mil homens, além da fabricação de materiais
militares como artilharia pesada, submarinos, tanques e aviões estavam proibida.
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Apesar das reformas trabalhistas que limitavam o tempo de trabalho a oito horas, a
população alemã sofria com a crise econômica, o que deu cada vez mais força aos
movimentos de esquerda. Várias foram as tentativas de tomar o poder, o que causou
grande medo na classe média e na burguesia durante toda a década de 1920.
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Todos esses fatores somados a uma grande especulação fizeram com que a Bolsa de Nova
York quebrasse em outubro de 1929, provocando uma grave crise nos EUA e no resto do
mundo, com exceção da União Soviética, que não tinha sua economia ligada ao sistema
capitalista americano. Vários países que recebiam emprétimos dos americanos agora se
encontravam sem investimento.
A crise nos Estados Unidos teve um efeito ainda pior na Alemanha que tinha uma
economia frágil e ainda tinha que pagar indenizações pesadas aos países vencedores da
Primeira Guerra Mundial, graças ao Tratado de Versalhes. Como todos os investimentos
externos foram interrompidos a recuperação econômica que vinha acontecendo desde
1924 cessou, causando miséria, fome e quebra da indústria alemã.
Com o país enfrentando novamente uma grave crise, os partidos radicais tanto de
direita como de esquerda ganharam força, já que a população queria mudanças radicais
para que o país conseguisse sair da recessão. Depois de várias tentativas de golpes da
esquerda durante a década de 20 para tentar implantar um regime socialista parecido
com o da União Soviética, a burguesia fez um forte apoio ao Partido Nacional-Socialista,
que apesar do nome era o partido Nazista controlado por Adolf Hitler.
Esse tendencia de apoio ao nazismo foi confirmada em 1933 quando Hitler assumiu o
cardo de chanceler.
Quando Hindenburg morreu, em 1934, não foram feitas novas eleições. Hitler
acumulou as funções de Chanceler e de Chefe de Estado. Um plebiscito confirmou esta
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decisão com cerca de 90% dos votos a favor. A maior parte da população alemã apoiava
Hitler, pois a industria e economia alemãs estavam se recuperando rapidamente. A
miséria que afligia o país no final do governo de Hindenburg tinha sido amenizada com o
governo nazista.
A Escola Estatal Bauhaus foi fundada em 1919 por Walter Gropius (1883-1969),
que enquanto lutava na Primeira Grande Guerra, desejava uma escola de arte que
mudasse o mundo. A primeira escola de Bauhaus, localizada num prédio público na
cidade de Weimar, não possuía qualquer traço deste estilo em si. A escola acabaria
criando uma nova lógica no desenho de produtos industriais, o que hoje chamamos de
design. Ainda em 1919, em Weimar, tem início a Primeira República alemã, fragilizada da
Primeira Guerra. A instituição é idealizada por uma associação de artistas, artesãos e
publicitários, procurando unir a padronização industrial, a tipificação dos produtos e a
individualidade de seus artistas.
Gropius, após ver de perto a destruição causada pelas máquinas, quis que elas
trabalhassem a favor do homem: “Ainda me recordo quando saí da Primeira Guerra
Mundial. Foi quando vi que tinha de participar de algo totalmente novo, que mudasse as
condições em que eu vivera antes. No começo da minha vida, tinha ideias utópicas, e
ninguém pensou que podiam tornar-se realidade, mas hoje, são”. Suas aspirações foram
expressas no Manifesto da Bauhaus (que significa “casa de construção”).
O fundador da Bauhaus adimite a necessidade de haverem fortes elos entre a
máquina e o artista: “por isso criei oficinas que formavam as pessoas de duas maneiras:
como artistas e como artífices. Não podemos entender as máquinas sem entendermos as
ferramentas da nossa arte”.
No caso do fotojornalismo da época, esta ferramenta foi a máquina portátil, cada
vez mais próxima do artífice (o fotógrafo) e manipulável, com seus recursos que foram
gradativamente permitindo maior liberdade estética.
Como exemplo da influência estética de Bauhaus sobre a fotografia temos
Alexandr Rodchenko, que em suas imagens procura buscar padrões, novos ângulos. Sua
linguagem fotográfica também transpõe a ideologia revolucionária, de exploração de
novos ângulos que não fossem o tradicional plano reto da fotografia burguesa.
Tal lógica fotográfica foi explorada dali em diante, afinal, com tamanhas
possibilidades de experimentação estética, já não surpreendia mais o público ver retratos
posados ou paisagens.
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As três fotos acima são de Alexandr Rodchenko. Na primeira, observa-se o ângulo em que a foto foi tirada. Na
segunda foto, a exploração angular deitada junta-se à sequencialidade dos quadrados. Na terceira foto, há um
jogo de sequência com as sobras formadas pela escada. O padrão é quebrado pela mulher segurando uma
criança.
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A (pré-)história do fotojornalismo
Photojournalism was going to be a matter of teamwork, with editors
and art directors destined to add an important creative dimension to
the photographer’s camera work.1
David Crowley e Paul Heyer em “Communication in History”
1 O fotojornalismo viria a ser uma questão de trabalho em grupo, envolvendo editores e diretores de arte,
designados
a
adicionar
uma
importante
dimensão
criativa
ao
trabalho
básico
da
câmera
fotográBica.
2
Até
a
mais
longa
dessas
[excessões
à
falta
de
incentivo
para
bancar
um
trabalho
fotográBico],
a
campanha
de
Mathew
Brady,
cobrindo
a
Guerra
Civil
durante
dois
anos,
foi
apenas
um
esforço
temporário,
não
uma
cobertura
permanente
de
notícias.
E
se
essa
grande
reportagem
de
guerra
não
desse
certo,
seria
precisamente
porque
não
havia
uma
ligação
comercial
viável
com
a
mídia
de
massa
pictórica
existente.
(Tradução
livre)
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fotógrafos, equipados com pequenas e rápidas câmeras portáteis ao invés das lentas e
enormes câmeras com tripés” (CROWLEY e HEYER, 2006:172 )
3Segundo o catálogo de periódicos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com referência ao livro Die
Darstellung des Körpers in der Massenpresse um 1900 am Beispiel der Berliner Illustrierten Zeitung, de
Sophie Brachvogel.
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Figura 2 - A Casa do Silêncio, editada por Kurt Korff e Kurt Safranski. A nova edição faz vir a tona a
organização das imagens em torno de uma história linear, com uma diagramação hierarquizada das
fotografias: uma imagem dos monges abre a matéria e ocupa toda a página, enquanto outras menores
mostram as atividades diárias do mosteiro. (MAGALHÃES; PEREGRINO, 2004, p.55)
As fotografias foram tiradas por uma câmera portátil de 35mm. O historiador David
Travis diz que elas são “uma verdadeira sensação fotojornalística”. A matéria traz uma
anotação de rodapé onde diz que o responsável pela entrada de Kertész no monastério
foi processado, por ter deixado um judeu ter acesso ao lugar.
Foi neste período que o ensaio fotográfico começou a se consolidar, com
importantes contribuições das revistas Münchener Illustrierte Presse, e fora da Alemanha,
mas ainda sob influência editorial e fotográfica germânica, temos as revistas Vu e Life.
Esta última tem seu projeto editorial voltado ao ensaio fotográfico, numa época em que já
era mais barata a impressão de fotografias.
4Kertész influenciou gerações de fotógrafos, entre eles Henri Cartier-Bresson, Robert Capa e Brassaï.
Bresson afirmou: “o que quer que nós tivessemos feito, Kertész fez antes”
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A Life foi fortemente influenciada pelas ideias do editor da BIZ, Kurt Korff, o que
será abordado posteriormente com mais detalhes.
No Brasil, o ensaio fotográfico foi trazido por Jean Manzon, o que deu à revista O
Cruzeiro um estilo editorial visto na Europa. A revista atribuiu uma importância sem
precedentes à fotografia na imprensa. Vemos novamente a lógica da sequência narrativa
nas fotos, com sua disposição mais articulada do que no jornalismo diário. A diferença
entre se fazer fotografia para uma revista ilustrada e um jornal também é importante para
a demanda de fotógrafos europeus na Life, já que os fotógrafos americanos não eram
experientes com foto-ensaios.
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“Belive me, Mr. Luce has published the first picture magazine for
adults. All the rest - Berliner Zeitung and all before - were for
children.” 5 Kurt Korff em um telefonema a Daniel Longwell, logo
após ver o Volume 1, Número 1 da Life.
5Acredite em mim, o senhor Luce publicou a primeira revista ilustrada para adultos. O resto - Berliner
Zeitung e as anteriores - eram coisa de criança. (Tradução livre)
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adotou esta política com a agência Black Star, que teve sua formação influenciada por
recomendações de Korff.
Mesmo usando apenas algumas fotografias, Korff comprava o ensaio completo. Ele não
queria que outras revistas tivessem acesso a materiais similares. A Berliner Illustrirte
Zeitung tinha apenas dois ou três fotógrafos que trabalhavam exclusivamente para a
revista, daí a importância de materiais vindos de agências e de fotógrafos freelancers.
Para encorajar fotógrafos freelancer a mandar seus melhores trabalhos, a BIZ pagava
muito bem; para os fotógrafos, era uma honra ter suas fotos publicadas na BIZ, já que,
segundo Korff “ficar famoso é parte do pagamento”.
Korff era expert no que fazia sucesso nas revistas alemãs. Tanto que a BIZ chegou a
ter dois milhões de leitores em seu pico de vendas.
O mesmo aconteceu com a Life, que investia pesado na produção de fotografias e
em fundos para bancar viagens para obtê-las. De acordo com Spencer Longwell, Korff
era “incapaz de se libertar da BIZ e não estava dentro dos planos da Life copiar uma
revista ilustrada alemã”
Não existem registros oficiais sobre quando Korff encerrou seu trabalho na Life; no
arquivo da revista consta apenas uma carta resignada, datada em 31 de Julho de 1936.
Nenhum outro memorando ou carta indicavam que Korff estava sendo forçado a
deixar seu cargo, ou pensando em trabalhar para Hearst.
Ao se demitir da Time Inc., Korff trabalhou para a organização Hearst até dezembro
de 1937. Ele morreu em Nova York, aos sessenta e um anos.
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As agências fotográficas
Mayer e a Mauritius
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A Arbeiter Illustrierte
Zeitung foi fundada em 1925
pot Willi Münzenberg.
Segundo Ute Eskildsen, era
uma revista ilustrada que
visava não apenas segmentos
e s p e c í fi c o s d a c l a s s e
trabalhadora, mas também
unir a classe em uma frente
única de luta por seus
interesses. Foi publicada
entre 1924 e 1938 em Berlim,
e depois, em Praga. Nesta
revista também se destacam
os foto-ensaios de tema
único, com o destaque das
fotomontagens.
A revista é lembrada
pelas montagens de John
Heartfield, que trabalhou lá
entre 1929 e 1936. “Heartfield
vasculhava jornais e revistas
semanais, nos quais já era
comum usar fotografias para
registrar eventos, em busca de fotos e discursos políticos: imagens que ele pudesse
distorcer e recombinar com palavras para criar relações grotescas entre elas.” , diz
Richard Hollis em Design Gráfico - Uma história concisa. Uma das capas mais famosas é a
em que usa uma imagem de Hitler saudando seus seguidores, com a palma da mão para
cima. Em frente ao homem que o entrega dinheiro ergue-se a frase “O significado da
saudação de Hitler”, e abaixo, “O pequeno homem pede grandes dádivas”. A seguir,
pequenas letras dizem “milhões estão por trás de mim”, fazendo referência aos milhões
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Com a subida de Adolf Hitler ao poder na Alemanha em 1933, Lorant foi preso
por não apoiar as ações tomadas pelo novo chanceler e o regime nazista. Depois de
passar quase um ano na prisão, foi liberado e mudou-se novamente para Budapeste e
logo em seguida para a Inglaterra.
Inglaterra, a Picture Post, que se tornou um dos principais periódicos ingleses da época.
Foi quando estava em Londres que publicou seu livro Eu fui um prisioneiro de Hitler, em
1935.
Mais tarde, em 1940, Stefan Lorant deixou a Europa para trabalhar nos Estados
Unidos. Começou a estudar a história americana em Nova York e começou a publicar
livros ilustrados sobre a história americana. Suas publicações incluem: The Glorious
Burden, sobre a presidência americana; O Novo Mundo, com ilustrações da América
precoce; biografias de fotos de presidentes americanos, como Abraham Lincoln,
Theodore Roosevelt, e Franklin D. Roosevelt, e Pittsburgh : A história de uma cidade
americana. Lorant também influenciou outros trabalhos nos Estados Unidos. Ele deu
vários conselhos ao fundador da revista Life, Henry Luci. Mais tarde a revista se tornaria
a revista de fotos mais importante da história americana.
No início de 1980, Lorant começou a trabalhar em uma autobiografia, “Eu vivi seis vidas”.
Em 14 de novembro de 1997, Stefan Lorant faleceu aos 96 anos, na cidade de Rochester,
no estado norte americano de Minnesota.
Apenas aos quarenta e dois anos, Salomon começou sua carreira de fotojornalista,
tirando fotos para a revista Münchner Illustrierte Press, onde trabalhou com o editor Stefan
Lorant, que teve grande influencia em seu trabalho. Com suas câmeras fotográficas
Ermanox e Leica, que eram pequenas e não precisavam de flash, Salomon conseguia
fotografar sem ser visto. Vários políticos que eram flagrados em momentos embarassosos
por ele. Por conseguir tirar esse tipo de foto, Salomon ganhou o apelido de “ O rei dos
indiscretos”, dado pelo ministro de Negócios Estrangeiros da França, Aristid Briand.
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Ermanox dentro do chapéu. Até então nunca na Alemanha alguém tinha registrado
imagens de um julgamento.
Como era judeu, Salomon teve que fugir da Alemanha quando os nazistas
chegaram ao poder e o movimento anti-semita explodiu. A revista Life fez um convite
para que ele fosse trabalhar nos Estados Unidos, mas Salomon preferiu fugir para a
Holanda. Com a invasão da Holanda em 1940, Salomon foi encontrado e levado com sua
família para Auschwitz, onde morreu em 1944.
Vu – O texto explica, a
fotografia comprova
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A revista inglesa Weekly Illustrated teve sua primeira edição em 1842. Era editada
semanalmente e composta por 16 páginas de texto e 32 de gravuras feitas por artistas
conhecidos. Com a chegada da fotografia, a revista substituiu a maior parte das
ilustrações pelas imagens feitas por fotógrafos.
A idéia de mesclar texto e imagem, (desenhos ou fotos), passou a crescer e facilitou
a leitura de mais pessoas. Com o tempo as revistas adotaram a nova linguagem “texto e
fotografia” que se expandiu pelo mundo cativando, impressionando e até mesmo
enganando os leitores.
!
Página interna da Weekly Illustrated
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“Anões de verdade” - matéria sobre os pigmeus africanos (sem informação sobre data de publicação)
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Bibliografia
Livros
Artigos
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Blog Sais de Prata e Pixels - http://saisdeprata-e-pixels.blogspot.com/2007/01/revista-
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UOL - http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/
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