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Amados,
A Escritura é divina. É a Palavra de Deus. Todavia, ela vem até nós com uma roupagem
humana que faremos bem conhecer. Assim, os componentes terrenos e humanos que concorreram para
a Sua formação precisam ser conhecidos a fim de absorvermos o significado teológico do Texto. Esses
componentes incluem a Geografia, a História, a Literatura, a Arqueologia, etc. Daí dedicarmos
algumas páginas deste trabalho a esses detalhes de importância relevante.
Não se esqueçam que o estudo cuidadoso da Escritura irá nos ajudar a evitar interpretações
erradas do Texto, fazendo-nos compreender o que Deus realmente está dizendo, e não o que pensamos
ou “pré-pensamos” (conceitos preconcebidos) que Ele está dizendo! Daí o seu valor.
O NOVO TESTAMENTO
UMA PEQUENA INTRODUÇÃO
Vamos conhecer alguma coisa do Período Inter-bíblico?! Podemos dividi-lo em quatro “momentos” distintos:
Os persas dominaram o mundo desde 536 até 331 a.C. Ao contrário do que fizeram os assírios e babilônios, que
retiravam os povos conquistados de sua terra espalhando-os por outras regiões do Império, os persas procuraram repatriar
esses povos. Foi assim que Ciro permitiu aos judeus que voltassem para Jerusalém e reconstruíssem o Templo (2 Cr
36.22,23; Ed 1.1-4). Com isso, cumpriu-se a profecia de Isaías (Is 41,44,45.1-7) proclamada 150 anos antes! (Isaías citou,
inclusive, o nome do rei que viria, e predisse a reconstrução do Templo que, na sua época, nem havia sido destruído pelos
babilônios ainda!).
Durante todo esse período, aos judeus foi permitido observar suas ordenanças religiosas sem interferências. O
governo da Judéia era exercido pelo sumo sacerdote, que prestava contas ao governo persa. Havia bastante liberdade e
autonomia. Por outro lado, o cargo de sumo sacerdote passou a ser político, o que, posteriormente, gerou muitos problemas.
As lutas para ocupá-lo eram marcadas por inveja, intriga e, até, assassinato!
A Pérsia e o Egito, nessa época, passaram a envolver-se em conflitos constantes e, como a Judéia estava
geograficamente situada entre esses dois impérios, não teve como se eximir de envolvimento. Foi assim que, durante o
reinado de Artaxerxes III, muitos judeus se engajaram numa rebelião contra os seus dominadores persas, tendo sido
deportados (novamente) para a Babilônia ou para as margens do Mar Cáspio.
Até a segunda metade do IV século a.C., os grandes impérios mundiais tinham suas bases na Ásia ou na África.
Contudo, os persas (que eram da Ásia) jamais foram vitoriosos em suas tentativas de subjugar os gregos (que eram da
Europa). E, em 333 a.C. Alexandre da Macedônia, discípulo de Aristóteles, completamente convencido de que a cultura
grega era a força que iria unificar o mundo, derrotou os exércitos persas estacionados na Ásia Menor (península asiática
localizada entre os mares Negro e Mediterrâneo). De lá, passando pela Síria e Palestina (e conquistando Tiro após sete
meses de ferrenha resistência), chegou ao Egito, onde foi recebido como libertador do domínio persa. Do Egito, Alexandre
passou para a Babilônia e Pérsia, estendendo as suas conquistas até à região de Punjab, na Índia. Sua meta era implantar a
cultura helênica, levando o mundo conhecido a experimentar uma espécie de globalização. Em cada país conquistado,
determinava a construção de uma cidade, que deveria servir de modelo para as demais. Eram construídos bons prédios
públicos, um ginásio (para os jogos), um teatro, etc. As pessoas eram estimuladas a adotar nomes gregos, vestir-se como os
gregos, e falar a língua grega. Aos poucos, ia se estabelecendo uma língua mundialmente falada.
Alexandre tornou-se amigo dos judeus, preservou a cidade de Jerusalém, permitiu-lhes observar as suas próprias
leis, e lhes ofereceu facilidades para se fixarem em Alexandria (cidade construída por ele em 331 a.C. no Egito) onde aos
judeus foram concedidos privilégios comparáveis àqueles de que gozavam os súditos gregos. Assim, muitos deles ficaram
fascinados pela cultura grega. E, se a idolatria foi a pedra de tropeço no período pré-exílico, a cultura helênica o foi neste
período. Muitos tentaram adaptar a fé à filosofia grega. Por outro lado, outros resistiram ao helenismo, dedicando-se com
grande afinco ao estudo da Lei.
Alexandre morreu em 323 a.C., aos 33 anos de idade, na Babilônia. Depois de um período de vinte anos de lutas
e incertezas, seus generais (também chamados diádocos, que quer dizer sucessores, ou herdeiros) dividiram o império em
cinco regiões, distribuindo-as entre si, mantendo, porém, a mesma conduta de helenização dos povos:
2.1 Sub-Período Grego, também chamado de Período Greco-Egípcio: os Ptolomeus - 301 a 198 a.C.
Sob o domínio dos Ptolomeus (reis egípcios) os judeus viveram em paz. Os que moravam no Egito construíram
sinagogas. Alexandria, definida como a capital por Ptolomeu I, tornou-se um centro influente do Judaísmo. Na época de
Ptolomeu II (também chamado de Filadelfo) - 285 a.C. - os judeus de Alexandria traduziram para o grego as Escrituras do
Velho Testamento. Essa tradução tornou-se conhecida como a Septuaginta, ou Tradução dos Setenta, pois 72 homens,
sendo 6 de cada tribo, foram enviados desde a Judéia para produzi-la. A Septuaginta passou a ser a Bíblia de muitos judeus
que moravam fora da Palestina. Mas ela não se tornou acessível apenas aos judeus; também o era para todo o mundo de
fala grega. E se tornou, mais tarde, a Bíblia usada pela Igreja Primitiva de fala grega, sendo citada com freqüência em o
Novo Testamento. [Nota: Nesse período, em Alexandria, judeus pouco ortodoxos adicionaram à Septuaginta livros
apócrifos, escritos por essa época. Somente no século XV – cerca de 1.700 anos depois - a Igreja Católica Romana os
adicionou ao Cânon. Todavia, os judeus nunca os consideraram canônicos, nem reconheceram neles autoridade profética.
Filon, o filósofo judeu de Alexandria, que viveu entre os anos 20 a.C. e 50 d.C., deixou uma lista com os nomes dos
escritos sagrados, e nela não incluiu os apócrifos. Também a maioria dos judeus que viviam na Palestina à época não
reconheciam os apócrifos como canônicos, posição reforçada pelo historiador Flávio Josefo, que viveu entre os anos 38 e
100 d.C. No Sínodo de Jamnia (realizado entre 90 e 118 d.C.) os rabinos judeus declararam a canonicidade apenas dos
livros já anteriormente reconhecidos como inspirados].
Os sumos sacerdotes continuaram governando a terra, como no Período Persa. O grande personagem dessa
época: o Sumo Sacerdote Simão, o Justo.
Os governadores sírios são chamados Selêucidas, porque o seu reino coube a Seleuco, outro dos generais de
Alexandre. Antíoco III, o Grande, conquistou a Palestina em 198 a.C, ao vencer Ptolomeu IV na batalha de Panéias. [Nota:
Mais tarde, em Magnésia, na Grécia, Antíoco foi derrotado por Cipião de Roma. A partir daí, o destino da Palestina passou
às mãos dos romanos, que dominaram a região pelos próximos 500 anos!]. Inicialmente, os selêucidas permitiram que o
Sumo Sacerdote continuasse governando os judeus, de acordo com as leis deles. Porém surgiram conflitos entre o partido
helenista e os judeus ortodoxos, o que levou Antíoco IV (também chamado Epifânio, que quer dizer ilustre, recebeu
permissão dos romanos para governar o império selêucida em 175 a.C.) a se aliar aos helenistas e a nomear para o
sacerdócio um homem que mudara seu nome de Josué para Jasom, inimigo do sumo sacerdote Menelau, que era ortodoxo.
Jasom, contando com o apoio irrestrito de Epifânio, construiu em Jerusalém um ginásio em estilo grego, fato que ofendeu
os judeus ortodoxos pelo fato de os atletas que freqüentavam o local se exercitarem nus e também, obrigatoriamente,
participarem do culto aos deuses gregos. Acabou-se a paz. Antíoco Epifânio, ante a postura anti-helenista de muitos
judeus, assumiu uma postura violenta, esforçando-se grandemente por exterminá-los, bem como sua religião. Tendo
marchado contra Jerusalém, no ano 167 a.C., levou consigo o altar e o candelabro de ouro com todos os seus acessórios, e
profanou o Templo, oferecendo uma porca em seu altar e suspendendo os sacrifícios diários. Construiu sobre o altar do
holocausto um altar ao deus Zeus (o pai dos deuses entre os gregos, correspondente ao deus Júpiter dos romanos); pelas
cidades da Judéia mandou construir outros altares (pagãos, naturalmente) sobre os quais eram oferecidos animais impuros;
*Transcrevo aqui trechos de 2 Macabeus, capítulo 6, a fim de termos uma idéia mais clara da situação:
“Não muito tempo depois, o rei mandou um ancião ateniense convencer os judeus a que
abandonassem as leis dos antepassados e deixassem de se governar segundo as leis de Deus. Mandou
também profanar o Templo de Jerusalém e dedicá-lo a Júpiter Olímpico; e também a Júpiter Hospitaleiro,
dedicar o templo do monte Garizim, conforme desejo dos moradores do lugar.
Até para a massa do povo, era difícil e insuportável o crescimento dessa maldade. De fato, o Templo
ficou cheio de libertinagem e orgias de pagãos, que aí se divertiam com prostitutas e mantinham relações com
mulheres no recinto sagrado do Templo, além de levarem para dentro objetos proibidos. O próprio altar estava
repleto de ofertas proibidas pela Lei. Não se podia celebrar o sábado, nem as festas tradicionais, nem mesmo
se declarar judeu...
...Duas mulheres foram presas por terem circuncidado seus filhos. Depois de fazê-las percorrer
publicamente a cidade com os filhos pendurados ao seio, as jogaram muralha abaixo...”.
Mas essa miséria tinha um objetivo! O escritor de 2 Macabeus no-lo declara mui sabiamente: “Recomendo
àqueles que lerem este livro, que não fiquem perturbados por causa de tais calamidades. Ao contrário, pensem
que esses castigos não vieram para destruir, mas apenas para corrigir a nossa gente. É sinal de grande
bondade não deixar por muito tempo sem castigo aqueles que cometem injustiça, mas aplicar-lhes logo a
merecida punição. O Senhor não age conosco como faz com os outros povos, esperando pacientemente o
tempo de castigá-los, até que os pecados deles cheguem ao máximo. Ele quis agir dessa forma conosco, para
não chegarmos primeiro ao extremo dos nossos pecados, e só então nos castigar. Significa que ele nunca
retira de nós a sua misericórdia. Mesmo quando nos corrige com desgraças, não está abandonando o seu
povo” (2 Mb 6.12-16).
Não demorou muito para que os judeus, tão oprimidos pelos selêucidas, encontrassem um líder para defender sua
causa. Certo emissário de Antíoco Epifânio, chegou à vila de Modina (distante cerca de 27 km a noroeste de Jerusalém) e
tentou fazer com que Matatias, um sacerdote já idoso, oferecesse um sacrifício pagão. Com a sua recusa, um judeu tímido e
covarde adiantou-se para atender à ordem do emissário. Irado, o sacerdote matou o judeu e o representante do rei e destruiu
o altar pagão. [Vale a pena ler a descrição dos fatos conforme descrita em 1 Macabeus 2.1-28]. Tendo bradado a seguinte
expressão: “Que venha comigo quem for dedicado à Lei e quiser continuar fiel à Aliança”, Matatias fugiu para a região
montanhosa da Judéia e, juntamente com os seus cinco filhos (Simão, Jônatas, Judas, João e Eleazar) e mais um grupo de
simpatizantes (estes, chamados “hasedianos”, ou guerreiros santos), começou a lutar contra os sírios e contra os judeus
helenizados. Pouco tempo depois Matatias morreu e, embora o velho sacerdote não tenha vivido para ver o seu povo liberto
do jugo sírio, seu filho Judas (apelidado de Macabeu, que quer dizer martelo) o sucedeu, continuando a luta. Os
Macabeus, como passaram a ser chamados os seguidores de Judas, conquistaram boa parte da cidade de Jerusalém (no
ano 164 a.C., três anos após a profanação realizada por Antíoco Epifânio), purificando e re-dedicando o Templo. [Eis aqui
a origem da Festa da Dedicação – ou Festa das Luzes (Hanukkah), porque as lâmpadas do Templo foram novamente
acesas - cujo início é a 25 de Quisleu/Dezembro. O Senhor Jesus participou dessa festa ao menos uma vez – Jo 10.22].
Poucos dias após a vitória de Judas, Antíoco Epifânio morreu na Pérsia. Porém as lutas entre os reis selêucidas e os
Macabeus ainda continuaram por quase vinte anos!
Judas Macabeu foi morto numa batalha perto de Elasa em 161 a.C., sendo sucedido por seu irmão Jônatas, que
mui sabiamente restabeleceu as relações do povo judeu com Roma. Morto em 142 a.C., Jônatas foi sucedido por Simão. A
respeito de Simão, lê-se o seguinte em 1 Mb 14.11-15: “Consolidou a paz no país, e trouxe grande felicidade para Israel.
Cada um podia ficar sentado debaixo de sua parreira e de sua figueira, sem que ninguém o incomodasse. Eliminou do país
aqueles que lhe faziam guerra, e, nesses dias, os reis foram vencidos. Protegeu os pobres do seu povo, foi observante da
Lei, e eliminou os apóstatas e perversos. Cobriu de esplendor o Templo e multiplicou seus utensílios sagrados”. O povo
ficou tão grato a Simão que o investiu sumo-sacerdote e sua família em caráter perpétuo. Assim, encampou em si mesmo
a autoridade sacerdotal e civil, estabelecendo uma linhagem de sacerdotes-governadores (chamados hasmoneus, de
Os anos passaram, e em 134 a.C. o macabeu João Hircano (filho de Simão Macabeu) assumiu o poder. E
começou a abrir as portas da família para a helenização (exatamente aquilo contra que um dia seus antepassados tanto
combateram!), apoiando os saduceus. Posteriormente, Aristóbulo I (provavelmente o primeiro dos governantes Macabeus
a assumir o título de “Rei dos Judeus”) mostrou-se mais próximo ainda dos gregos, no que recebeu também o apoio dos
saduceus. Seu reinado foi breve (apenas um ano), e ele foi substituído por seu irmão Alexandre Janeu, um tirano que
tentou exterminar os fariseus (mandou crucificar 800 deles, enquanto se divertia com as mulheres de seu harém). Após 27
anos, Alexandre Janeu, ao ficar doente em decorrência de suas bebedeiras, deixou o reino para sua mulher, Salomé
Alexandra que, reconhecendo que a força física era impotente para combater as convicções religiosas, passou a favorecer
os fariseus (daí por diante, estes passaram a dominar a vida religiosa do povo judeu). O reinado de Alexandra foi
relativamente pacífico. Com sua morte, seu filho mais novo (Aristóbulo II, um simpatizante dos saduceus) desapossou o
irmão mais velho (Hircano II), visando assumir o poder. Havia insatisfação entre o povo devido à corrupção, às brigas
entre os membros da família real (acrescentando: é bom lembrar que os Hasmoneus – ou a dinastia dos Macabeus - não
eram descendentes de Davi, o que gerava mais insatisfação ainda, pois, sendo descendentes de Levi, podiam ser sacerdotes,
mas não podiam ser reis!), e também à exploração dos pobres (especialmente dos camponeses). Diante disso, surgiu a
ameaça de acontecer uma guerra civil. Nesse ínterim (63 a.C.) o general romano Pompeu, tendo ido a Damasco, na Síria,
foi instado por representantes judeus a abolir o governo hasmoneu. Pompeu marchou sobre a Judéia com as suas legiões
buscando um acerto para as partes (Aristóbulo II e Hircano II) e também aquilo que melhor conviesse aos interesses dos
romanos (a região iria tornar-se nova fonte de abastecimento para o Império, com a Galiléia transformando-se em grande
produtora agrícola). Após um cerco de mais de três meses, tomou a cidade, massacrou sacerdotes, e penetrou até o Santo
dos Santos (satisfazendo sua curiosidade) sem, todavia, tocar nos tesouros do Templo. Todavia, os judeus nunca o
perdoaram por esse sacrilégio!
Conforme vimos no item anterior, após um cerco de mais de três meses, Pompeu invadiu Jerusalém,
assassinando 12 mil judeus. Anexou a Judéia à província da Síria (que recentemente se tornara província romana), e
determinou o pagamento de impostos anuais a Roma (dentre estes, 25% de toda a produção agrícola). Nomeou Hircano II
Sumo Sacerdote, mas não lhe deu poderes reais; e enviou Aristóbulo II a Roma como prisioneiro. Acabaram-se os anos de
autonomia. Hircano II foi destituído do cargo de Sumo Sacerdote, e Antígono II (filho de Aristóbulo II) assumiu o seu
lugar em meio a muita turbulência. Os romanos acabaram por nomear Antípatro, da Iduméia (descendente de Esaú),
governador – etnarca - da Judéia em 47 a.C.. Veio sucedê-lo o seu filho Herodes, o Grande, nomeado Rei da Judéia por
César*. Este Herodes** é o que estava reinando sobre a Judéia quando do nascimento do Senhor Jesus. (Era tão cruel, que
o Imperador Augusto chegou a dizer que ele cuidava melhor de seus porcos do que dos filhos, numa alusão à maldade dele
para com suas dez esposas e seus filhos! Não é de se estranhar a sua ordem, segundo Mt 2.16-18! Por outro lado,
procurando atrair a simpatia do povo, mandou reconstruir o Templo. Aliás, realizou grandes obras, construindo fortalezas,
estradas, parques e mercados. Uma das suas dez esposas foi Mariamne, neta do sumo sacerdote exilado Hircano II ( que,
reempossado em seu cargo, Herodes mandou matar depois de algum tempo). Seu casamento com ela deveu-se ao seu
desejo de legitimar seu governo junto à sociedade judaica. Por outro lado, em 29 a.C. mandou assassinar Mariamne e
iniciou a erradicação da família hasmoneia. Chegou a mandar matar os dois filhos que teve com Mariamne! Herodes, o
Grande, foi um amigo e aliado fiel a Roma).
Durante o domínio de Roma, que se estendeu até muito depois da nova destruição do Templo, no ano 70,
algumas características houve que nos ajudam a compreender a época do Senhor Jesus e dos apóstolos. Ei-las:
4.1 - GOVERNO ESTÁVEL, sob o qual era possível viver e viajar em paz pelo mundo de então. Era a presença
da famosa pax romana. [No geral, Roma procurava governar usando de benevolência, concedendo aos dirigentes locais,
sempre que possível, alguma autonomia. Os romanos utilizavam as pessoas e as estruturas de cada região dominada para
manter a ordem e controlar o recebimento dos impostos. As legiões romanas ficavam de prontidão, apenas para garantir a
obediência às regras do Império e para apoiar a guarda local];
4.2 - BOAS ESTRADAS e ROTAS MARÍTIMAS, construídas (as estradas) ou traçadas (as rotas marítimas)
pelos romanos, e que tornavam as viagens mais fáceis. [Quanto às estradas: a grande rede viária romana, começou a ser
construída a partir da República, sendo a Via Appia a mais antiga de todas (312 a.C.). Mas foi durante o Império que essa
malha realmente cresceu, chegando a quase 100.000 km! O traçado das estradas era o mais retilíneo possível. As mais
importantes eram pavimentadas com pedras assentadas sobre uma base de concreto, cascalho e argamassa, e mediam de 6 a
8 metros de largura. Quem fazia uso dessas vias de comunicação era informado da distância que o separava do próximo
4.3 - UMA LÍNGUA UNIVERSAL - o grego Koinê, usada em todo o mundo desde os dias de Alexandre. A
cultura do Império Romano era dominada pelas características gregas, daí falar-se mui apropriadamente em império greco-
romano (o domínio militar e organizacional era romano, mas a cultura era, em geral, grega). Assim, a língua dos romanos
(latim) não era a “língua universal” do império, mas a grega (falada pelas classes dominantes e usada no comércio). Dessa
forma, os primeiros pregadores cristãos tinham sempre um público pronto a ouvi-los em qualquer região do Império, sem
barreiras lingüísticas para atrapalhar;
4.4 - GRANDE CORRUPÇÃO MORAL, embora estivesse próximo de seu apogeu econômico e militar, o
Império Romano vivia um declínio moral, despertando no coração das pessoas um certo misto de ansiedade e tristeza pela
condição humana;
4.5 – CONFUSÃO ESPIRITUAL, gerada pela mistura de muitas religiões praticadas pelos diversos povos
conquistados [daí o fato de os romanos nunca terem compreendido muito bem a postura judaica em seu zelo religioso, pois
o seu sincretismo politeísta não condizia com as convicções sólidas e inabaláveis dos judeus], também por filosofias
estranhas, como o ocultismo (a astrologia era muito difundida, e havia muitas práticas de magia; além disso, as decisões
do governo eram geralmente tomadas sob a orientação de sacerdotes que decifravam as entranhas de animais sacrificados),
e por filosofias “humanas” como o estoicismo (que dizia que o mundo funciona de acordo com um percurso pré-
determinado, cabendo a nós viver sob uma rígida conduta ética, abrindo mão de excessos de
prazer e sofrimento), o cinismo (que ridicularizava os padrões sociais aceitos, pregando a “liberdade radical”), e o
ceticismo (que pregava que não existe uma verdade que esteja ligada a todas as pessoas, porque a verdade brota da
experiência individual de cada um). Esse conjunto de posturas gerava uma oportunidade muito rica para a apresentação da
verdade libertadora do Evangelho!
Durante os séculos II e I a.C. Roma cresceu em extensão territorial e no exercício da influência sobre as regiões
que conquistou. Por volta do ano 50 a.C. o grande general (e excelente administrador) Júlio César tentou promover a
unidade da república romana. Sendo assassinado (44 a.C.), foi sucedido – após muita luta política e militar – por seu
sobrinho-neto Otávio (Gaius Julius Caesar Otavianus Augustus), que se tornou o primeiro imperador romano, governando
entre 27 a.C. e 14 d.C. Otávio, conhecido como César Augusto, era o imperador à época em que o Senhor Jesus nasceu
(ver Lc 2.1). Sob seu governo, o Império Romano tornou-se uma unidade estável. Governante moderado e enérgico, e
administrador extraordinário, foi o idealizador da pax romana. Transformou o Egito em província romana, pacificou as
Gálias, ampliou os territórios do Império até o Danúbio. Deu à cidade de Roma um traçado urbanístico, dividindo-a em
bairros e ruas. Demarcou a Itália em regiões e o resto do Império em províncias e distritos. Fez grande reforma monetária,
criou os impostos públicos e um serviço postal estatal. Fortaleceu o exército e a esquadra. Tendo estudado em Atenas,
fundou bibliotecas públicas e favoreceu as artes e as letras. Tornou-se amigo do poeta Virgílio, a quem ajudou
financeiramente. O mês Sextilis passou a ser chamado Augustus (agosto) em sua homenagem. Após sua morte, foi
divinizado.
O sucessor de César Augusto foi Tibério (Tiberius Claudius Nero Caesar), que governou entre os anos 14 e 37
(ver Lc 3.1). Lívia, sua mãe, separou-se do marido enquanto Tibério era bem pequeno, e casou-se com César Augusto, que,
não tendo filhos, o adotou e terminou por nomeá-lo, um tanto a contragosto, seu sucessor. Mostrou-se competente nas
campanhas militares, era bom administrador. De natureza instável, entrou em conflito aberto com a mãe, recusando-lhe a
parte que lhe cabia da herança de César Augusto, e confiscava os bens de todos os que considerasse traidores. De
comportamento doentio, era pedófilo. Seu governo ficou marcado pelo engrandecimento da figura e do culto ao imperador,
e do aumento do caráter materialista da sociedade romana. Este é o imperador a que os evangelhos se referem (exceto
quando falam do nascimento do Senhor Jesus Cristo).
Tibério foi sucedido por Calígula, que governou entre 37 e 41, e não é mencionado em o Novo Testamento.
Cláudio (Tiberius Claudius Nero Caesar Drusus), foi seu sucessor (41 a 54). Homem culto, era coxo e fortemente gago.
Ninguém poderia imaginar que se tornaria imperador! Como era comum à sua época, o seu reinado não foi isento de
assassinatos e perseguições políticas, porém, foi mais calmo que os de seus antecessores. Mesmo assim, decretou a
expulsão dos judeus da cidade de Roma (ver At 11.28; 18.2). Aparentemente, foi assassinado por sua quarta esposa
(Agripina), que visava passar o império a seu filho Nero (de outro casamento), que tinha à época treze anos de idade.
Nero (Claudius Caesar Augustus Germanicus - 54 a 68), foi proclamado imperador sem maiores resistências,
crescendo em idade e fama (ver At 25.10-12; 27.24; 2 Tm 4.16,17). Inicialmente, foi um bom governante, reinando sob a
orientação de sua mãe, do filósofo Sêneca e do prefeito pretoriano, Burrus. No entanto, a paranóia que marcara a vida de
1. HERODES, O GRANDE: Indicado Rei da Judéia (37 a.C.) pelo Imperador, possuía autonomia quase que
ilimitada nos assuntos internos da nação. Sua corte era helenizada e culta. O nome “O Grande” vem da monumentalidade
de construções que realizou. Delas, subsiste como documento mais bem conservado, o Túmulo dos Patriarcas, em Hebron.
Fundou às margens do Mediterrâneo a cidade de Cesaréia, com seu belo porto. Construiu palácios, e as fortalezas de
Herodion (onde, posteriormente, foi sepultado) e de Massada. Tinha grande amor por tudo o que era grego, e queria
converter os seus súditos ao helenismo. Construiu um grande anfiteatro em Cesaréia. Seu objetivo era embeber a
população, através das apresentações nesse anfiteatro, do helenismo, e transformar o seu reino num local onde o povo
estivesse atualizado com o que havia de melhor na cultura mundial. Também restaurou a construção do Templo de
Jerusalém, convertendo-o num dos mais belos edifícios de seu tempo. Era tão luxuoso quanto o anfiteatro que construíra
em Cesaréia. O Templo, porém, não foi construído por fé, e, sim, como propaganda – ele buscava conquistar a simpatia dos
judeus, para fazer deles bons gregos! Apesar de suas obras, ele jamais conseguiu conquistar a confiança e o apoio dos seus
súditos judeus. No tempo do seu reinado, Jesus nasceu em Belém (Mt 2.1-23). Consultou os escribas quanto à vinda do
Messias. Foi tolerante com relação ao culto dos Samaritanos. Foi um dos governantes mais cruéis de todos os tempos.
Mandou matar sua própria esposa (Mariamne), neta de Hircano II, e seus dois filhos com ela. No seu leito de morte,
ordenou a execução de Antípater, seu filho com outra esposa. Foi ele quem determinou a morte dos meninos em Belém e
arredores, por temer o Rival que nascera para ser o Rei dos Judeus. Muitos judeus aguardavam abertamente a sua morte,
que ocorreu no ano 4 a.C., quando tinha 69 anos.
2. HERODES ARQUELAU: Com a morte de Herodes, o Grande, seus três filhos (Arquelau, Filipe e Antipas)
começaram a disputar o poder. Cada um deles queria ser o único governante. Mas o Imperador dividiu a região em três: a
Arquelau deu o título de etnarca (governador) sobre a Iduméia, a Judéia e Samaria; Filipe foi nomeado tetrarca sobre a
Batanéia, Traconites, Auranites e outras regiões menores; e Antipas tornou-se tetrarca da Galiléia e da Peréia. Arquelau
governou a Judéia entre 4 a.C. e 6 d.C. Sendo o menos estimado dentre os filhos de Herodes o Grande, interferia
constantemente nas questões sacerdotais, foi cruel e despótico (por essa razão, José e Maria, ao retornarem do Egito, não
foram para Belém, na Judéia, mas para Nazaré, na Galiléia – Mt 2.22,23). Seus irmãos e súditos o acusaram diante do
Imperador, que o destituiu. Morreu no exílio. Após o seu reinado, a Judéia e Samaria passaram a ser governadas por
procuradores (a partir do ano 6 até o ano 41, quando o país foi unificado sob o governo de Herodes Agripa I). Esses
procuradores moravam em Cesaréia, às margens do Mediterrâneo, e comandavam uma considerável tropa de ocupação.
Houve seis ou sete procuradores, mas somente o quinto deles tem importância para nós: Pôncio Pilatos, que ficou dez anos
no poder (do ano 26 ao ano 36).
3. HERODES ANTIPAS: Filho de Herodes, o Grande, e irmão de Arquelau. Foi educado em Roma onde, por
certo, aprendeu a respeitar os valores pagãos do Império, desprezando, conseqüentemente, os valores do povo judeu. Com a
morte de seu pai, recebeu o governo da Galiléia e da Peréia (regiões onde o Senhor Jesus pregou amplamente). Em
homenagem ao Imperador, fundou a cidade de Tiberíades às margens do Mar da Galiléia, nos dias da infância do Senhor
Jesus. É o Herodes mais citado nos Evangelhos. A seu respeito, o Senhor Jesus fez a seguinte advertência, referindo-Se à
sua influência imoral: “guardai-vos do fermento de Herodes” - Mc 8.15. (Essa advertência se baseava, por certo, no
4. HERODES FILIPE: Viveu entre 4 a.C. e 34 d.C. Reinou sobre pequenos territórios a nordeste da Galiléia.
Era universalmente elogiado por não ser excessivamente ambicioso. Reconstruiu a cidade de Panéias, ao norte do Mar da
Galiléia, dando-lhe o nome de Cesaréia de Filipe. Também reconstruiu Betsaida. Josefo o descreve como “pessoa de
moderação e calma na conduta de sua vida e seu governo”.
5. HERODES AGRIPA I: Viveu entre 10 a.C. e 44 d.C. Neto de Herodes, o Grande, e de Mariana, foi educado
em Roma. Inicialmente, recebeu do Imperador Calígula os territórios que haviam pertencido a Filipe. Posteriormente,
recebeu também os territórios da Galiléia e da Peréia. Mais tarde, o Imperador Cláudio lhe outorgou o governo da Judéia
(41 a 44 d.C.) e Samaria. Seu reino tornou-se quase igual (em extensão territorial) ao de Herodes, o Grande. Ouviu o
evangelho por meio dos apóstolos e da igreja de Jerusalém. Matou Tiago. Prendeu Pedro (At 12.1-3). Morreu comido de
vermes numa festa em Cesaréia (At 12.21-23).
6. HERODES AGRIPA II: Filho de Herodes Agripa I, não assumiu o poder imediatamente por não ter idade
suficiente para fazê-lo. Novamente procuradores passaram a governar a região (desde o ano 44 até o ano 66, houve sete
procuradores, sendo Félix o quarto deles, e Festo, o quinto – At 25.1-22). Herodes Agripa II ouviu a defesa de Paulo,
dizendo-se quase persuadido a se fazer cristão (At 25.13-26-32). Presenciou, ao lado dos romanos, a tomada de Jerusalém
por Tito no ano 70 d.C. Retirou-se para Roma, onde morreu no ano 100.
Quinto governador da província romana da Judéia (26 a 36 d.C), tendo sucedido a Valério Grato. Sua jurisdição
chegava até a Samaria e a Iduméia. Seu trabalho consistia em manter a ordem pública e administrar a província tanto
judicial como economicamente. Dispunha de autoridade judicial absoluta sobre todos os que não fossem cidadãos romanos.
A Bíblia fala de sua crueldade (Lc 13.1) e no-lo apresenta como alguém indolente e covarde, e que também foi culpado
pela condenação do Senhor Jesus (Mt 27.11-26; Lc 23.1-25; At 4.27). O fato de ter escrito um título, colocando-o no cimo
da cruz do Senhor (Jo 19.19-22), demonstra uma certa ironia com relação a Ele e ao povo judeu, e também o desejo insano
de mostrar publicamente que quem mandava na Judéia e nos judeus era ele, Pilatos, e não o Senhor Jesus! (Coitado...).
No ano 36 Pilatos foi a Roma se avistar com Tibério, o Imperador, mas este faleceu antes do encontro. Sabe-se
que Pilatos faleceu durante o reinado de Calígula. Segundo o historiador Eusébio de Cesaréia, ele teria cometido suicídio,
porém não há provas históricas disso.
O fato de o seu nome ser citado no Credo Apostólico é de suma importância, pois nos lembra que a fé cristã é
uma fé histórica, e não um programa ético ou uma filosofia. Nossa redenção aconteceu num lugar concreto da Terra, a
Palestina; e num momento concreto da História, o tempo em que Pôncio Pilatos foi governador da Judéia.
1.1 – escola para crianças, onde eram ensinadas a Lei e as tradições religiosas dos judeus;
1.2 – local de ensino e instrução, onde as Escrituras eram lidas, expostas, e se faziam orações;
1.3 – conselho comunitário, onde questões civis e religiosas eram decididas;
1.4 – local de interação social, onde eram realizados diversos tipos de reuniões.
É importante que façamos distinção clara entre as sinagogas e o Templo. Templo, só havia um, e ficava
localizado na cidade de Jerusalém. Sinagogas havia (e há!) muitas, espalhadas por todo o mundo! As sinagogas serviam
para ensino e instrução; o Templo era local de adoração e apresentação de sacrifícios. O Templo era administrado pelos
sacerdotes e levitas, sob a orientação do Sumo Sacerdote. As sinagogas eram regidas pelos seguintes oficiais:
1.5.1 – Diretor, que era responsável por gerir as diversas atividades realizadas na sinagoga, e por preparar
as reuniões (era ele, por exemplo, quem convidava os pregadores, ou ensinadores);
1.5.2 – Distribuidores, responsáveis por distribuir ajuda aos pobres;
1.5.3 – Ministro (Chazzan), responsável por cuidar dos rolos sagrados (cópias da Palavra), pela limpeza
do prédio, por tocar a trombeta de prata anunciando a chegada do sábado, e pelo ensino básico ministrado às crianças da
comunidade.
2. SINÉDRIO (transcrição de uma palavra grega que significa “assembléia”). Era a suprema corte dos judeus. É
de origem incerta. A primeira referência documentada, vem do Período dos Selêucidas. Só podiam fazer parte dele judeus
de nascimento. Seus 71 membros exerciam mandato vitalício. Era presidido pelo sumo sacerdote, que, nos dias de Jesus,
era nomeado pelo governador romano. A jurisdição do Sinédrio limitava-se à Judéia. Dava a palavra final nos assuntos de
interpretação da Lei. Tomava decisões em questões criminais, sujeitando-as à aprovação do governo romano. O Senhor
Jesus foi levado perante o Sinédrio (Mc 14. 53-55), assim como também os apóstolos (At 4.15-18; 22.30).
3.1 - sua tradição (lei oral), com a qual invalidavam a Lei - Mc 7.9;
3.2 - sua falta de compreensão quanto à guarda do sábado - Mt 12.1-14;
3.3 - a questão das impurezas - Mc 7.18-23;
3.4 - a questão da hipocrisia - Mt 23.13;
3.5 - a falta de humildade - Lc 18.9-14.
3.6 – a questão da aceitação dos samaritanos, dos gentios e dos “pecadores”
É importante notarmos que o Senhor Jesus criticou asperamente tanto os fariseus como os saduceus.
Todavia, o Seu ensino estava, sob alguns aspectos, bem mais próximo da crença dos fariseus. Por exemplo: a necessidade
de se acatar a Lei, a realidade do Reino dos Céus, a necessidade da conversão, a ênfase dada à vinda do Messias, a
realidade do mundo sobrenatural (anjos, milagres, ressurreição, vida futura), a iminência do fim dos tempos. Para o Senhor
Jesus, o problema maior dos fariseus não estava tanto naquilo em que criam, mas no modo como viviam!
4. OS SADUCEUS. Reportamos sua origem à época da invasão grega. O partido dos saduceus mostrou-se
aberto às influências estrangeiras, procurando conciliar o judaísmo com o helenismo, a teologia hebraica com a filosofia
grega. Este partido, composto por gente abastada, teve grande aceitação entre os sacerdotes. Posteriormente, foram
considerados sustentadores de Epifânio em sua luta por helenizar o povo judeu e, mais tarde, do hasmoneu João Hircano I
(134-104 a.C). Nos dias do Senhor Jesus, formavam o partido da aristocracia de Jerusalém, vivendo separados das massas e
dos sacerdotes mais pobres (muitos destes, eram fariseus). Eram impopulares. Flávio Josefo afirma que eram ríspidos e
pouco comunicativos. Viviam de bem com os governantes (particularmente com os procuradores romanos), e ocupavam
posições de destaque na sociedade. Controlavam a administração do Templo (At 4.1). Apesar de serem numericamente
poucos, tinham maioria no Sinédrio. Eram os liberais da época. Não criam na ressurreição do corpo, em anjos, em espírito
(At 23.8. Ver também Lc 20.27-33). Eram defensores do "livre arbítrio", não aceitando a soberania de Deus. Quase não
tinham esperanças messiânicas. Negavam autoridade à “Tradição” e olhavam com suspeita para qualquer revelação que
fosse posterior à Lei de Moisés. Desprezavam as paixões nacionalistas e o entusiasmo religioso. A única coisa que tinham
em comum com os escribas e fariseus foi seu antagonismo à Pessoa do Senhor Jesus. E esse antagonismo tinha a sua
razão de ser: em Jo 11.48 lemos: “Se o deixarmos assim todos crerão nele; depois virão os romanos e tomarão não só o
nosso lugar, mas a própria nação”. Desempenharam papel importante na política até a revolta judaica do ano 66.
Desapareceram da História a partir da destruição de Jerusalém, no ano 70.
5. OS ESCRIBAS. Estritamente falando, estes judeus não constituíam um partido político, mas eram membros
de uma “corporação de profissionais”. Eram, antes de mais nada, os copistas da Lei. Inicialmente, os escribas eram
sacerdotes (Esdras foi sacerdote e escriba). Considerados autoridades quanto às Escrituras Sagradas, exerciam função de
ensino. Sua linha de pensamento era semelhante à dos fariseus, com quem aparecem associados freqüentemente nas
páginas do Novo Testamento. O valor do seu trabalho está na preservação dos escritos divinos, bem como na defesa dos
princípios da Lei. Por outro lado, quando passaram a defender a lei oral*, passaram a valorizá-la mais do que a escrita (tal
como o faziam os fariseus). Não são mencionados no Quarto Evangelho.
a) definir e aperfeiçoar os princípios legais decorrentes da Torah. Como toda lei escrita, a lei mosaica
requeria, em muitos casos, uma interpretação. Os escribas tomavam para si esse mister.
b) ensinar não somente a lei escrita mas, também, a lei oral, ou “tradição dos anciãos”. Inicialmente,
essa lei era ensinada por meio da memorização e repetição, pois não tinha sido redigida ainda. O discípulo era obrigado a se
expressar usando sempre exatamente as mesmas palavras utilizadas por seu mestre. A redação final de todo esse código de
jurisprudência recebeu o nome de Mishnah.
c) realizar a aplicação da justiça aplicando os princípios da lei oral.
Até à época do Cativeiro os sacerdotes eram os guardiões da Torah. Após o Exílio, os escribas, chamados de
soferim, começaram a ganhar cada vez mais autoridade como mestres e intérpretes da Lei. Aos poucos, foram se formando
especialistas na interpretação e aplicação da Torah, tornando-se doutores da Lei. Esses mestres passaram a adaptar os
princípios da Lei às diversas situações concretas que iam surgindo, com uma supervalorização da letra em detrimento de
seu espírito. Uma jurisprudência foi se formando de acordo com as chamadas tradições dos anciãos. Essa jurisprudência é
que chamamos de “Lei Oral”, ou “Torah Oral”. A Torah Oral ganhou tamanha força que chegou a igualar-se ou, quem
sabe, superar o valor e respeito dedicados à própria Torah, da qual se originara! É a respeito dessa Torah Oral que o Senhor
Jesus diz: “...invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição... E em vão me adoram, ensinando doutrinas que
são preceitos de homens...” (Mt 15.6,9).
6.1 – o nome Simão é derivado de Simeão, cujo significado é “Ouvido de Deus”. A princípio, bem pode
ser que tenha decidido se aproximar do Senhor Jesus por ter visto nEle o líder perfeito para alcançar os objetivos do seu
partido. Quem sabe quisesse convencer o Mestre a tornar-Se, Ele mesmo, um zelote também?! Ou talvez se tenha
impressionado com a pregação forte, arrebatadora e desafiante desse Profeta de Nazaré. Ou ainda pode ser que tenha visto
nEle, de imediato, o Messias que libertaria Israel de Roma. Seja por qual motivo for, o fato é que Simão acabou sendo
transformado pelo poder do Senhor Jesus!
6.2.1 - Simão defendia a rebeldia contra Roma; Jesus, longe de estimular a rebeldia, ordenava:
“Daí a César o que é de César” (Mt 22.21).
6.2.2 – Simão confiava na espada; o Senhor Jesus afirmava que “todos os que lançam mão da
espada, à espada perecerão” (Mt 26.52).
6.3 – Sendo um zelote, podemos deduzir que Simão fosse zeloso no que fazia, fervoroso em suas
convicções, devotado aos seus objetivos, ardoroso em seu amor pela causa que defendia. O Senhor Jesus te-lo-ía chamado
também porque desejava esse zelo ardente em Seu grupo, e o transformaria num “revolucionário” espiritual!
***Algumas observações que poderão nos ajudar a compreender melhor a postura dos Zelotes:
Entre 44 e 66 d.C. houve diversos governadores ruins tanto na Galiléia como na Judéia. Esses homens acabaram por
gerar um descontentamento ainda mais profundo entre os judeus, especialmente os ortodoxos. A grande confusão religiosa
vivida pelos romanos os importunava. Havia, também, a questão dos impostos injustos, dos juros altos cobrados em
empréstimos, das hordas de ladrões que assolavam a região, da corrupção no governo, da corrupção do sacerdócio, e do
tratamento grosseiro oferecido a cidadãos inocentes. Todos esses fatores geraram uma grande revolta na população. Na
primavera de 66 uns gregos profanaram uma sinagoga em Cesaréia. Essa foi a gota d’água para que se iniciasse a guerra
contra os romanos. Na primavera do ano 70 Tito, filho do imperador Vespasiano, terminou a destruição de Jerusalém,
arrasando-a brutalmente.
Desse fato, algumas consequências são dignas de nota:
1. os judeus não cristãos se revoltaram contra os judeus cristãos, chegando a culpá-los pelo que ocorreu;
2. os judeus cristãos compreenderam que o Cristianismo não tinha como centralizar-se em Jerusalém; na
verdade, o Cristianismo deveria espalhar-se por todo o mundo, pois o Senhor não deve ser adorado num local específico,
mas em todos os lugares!
3. os judeus cristãos passaram a desenvolver um novo vocabulário teológico e um novo estilo de culto
que chegasse mais perto do coração dos gentios, seu alvo principal agora.
7. OS ESSÊNIOS. Não são mencionados na Bíblia. Assim como os fariseus, devem ter surgido no Período
Macabeu. Também eram contrários à helenização dos judeus. Foram, mui provavelmente, uma reação ascética ao
externalismo dos fariseus e também ao mundanismo dos saduceus. Os essênios (nome que, provavelmente significa “os
santos”) se retiravam da sociedade, e viviam em ascetismo e celibato. Em geral, viviam em mosteiros do tipo de Qumram,
ao norte do Mar Morto. Viviam em extrema simplicidade e sob severa disciplina. Estudavam as Escrituras e outros livros
religiosos, e davam atenção à oração e às lavagens cerimoniais. Possuíam o seu próprio calendário religioso e regras rituais
de purificação. Cada membro da comunidade era responsável por realizar algum tipo de trabalho manual, para o sustento de
todos. Tinham tudo em comum. Eram conhecidos por sua laboriosidade e piedade. Repudiavam a guerra e a escravidão.
Criam na predestinação, e na imortalidade da alma. Aguardavam ansiosamente a vinda do Messias, e se consideravam o
único Israel verdadeiro, para o qual Ele viria. Estavam convencidos de que todas as profecias do Velho Testamento
estavam sedo cumpridas em seus dias, de modo que aguardavam o fim iminente dos tempos. Recusavam-se a cooperar com
o que criam ser uma religião corrupta: a praticada no Templo. [O Senhor Jesus denunciou abusos que se praticavam no
8. OS HERODIANOS. Partido político formado por judeus (funcionários e soldados da corte herodiana,
alguns proprietários de terras e também por alguns comerciantes) que criam que os melhores interesses do Judaísmo
estavam na cooperação com os romanos. Seu nome foi tirado de Herodes, o Grande, que, em sua época, tentou romanizar a
Palestina. Mostraram forte hostilidade para com o Senhor Jesus (Mt 22.16; Mc 3.6). Como os saduceus, não criam na
ressurreição.
9. OS SAMARITANOS. Descendentes da união de colonos trazidos para a Palestina por Sargão, com judeus
pobres que permaneceram após a queda do Reino do Norte. [A Samaria era parte da região que constituía o Reino do
Norte, também chamado de Israel, após a divisão da nação, nos dias de Roboão, e que foi tomado pelos assírios em 722
a.C.]. Por algum tempo, cultuaram num templo erguido no Monte Gerizim, baseando sua religião numa tradução própria
do Pentateuco (2 Rs 17). [ Durante o tempo de Esdras os samaritanos foram proibidos de ajudar na reconstrução do Templo
de Jerusalém, o que os levou a construir o seu próprio templo; todavia, eles nunca perdoaram os judeus por sua atitude!].
Os samaritanos eram monoteístas, observavam a Lei, guardavam as festas judaicas, e esperavam um Messias. Os judeus
não se davam com os samaritanos (Ne 4.1,2; Jo 4.8).
É importante destacar, ainda, alguns dos princípios básicos que norteavam – ou fundamentavam – o pensamento
do povo judeu (de modo geral) nos dias do Senhor Jesus:
2. convicção absoluta de que esse Deus, que é único, os escolhera para ser o Seu povo particular;
3. super-valorização da “pureza ritual” (o que comer, como comer, lavar-se, circuncisão, guarda do
sábado, etc). Para o judeu daqueles dias, idéias e convicções teológicas não eram tão importantes quanto uma vida de
obediência aos padrões de pureza ritual;
4. convicção absoluta de que Deus lhes dera aquela terra – a Palestina – e essa terra deveria lhes
pertencer para sempre. E Jerusalém era o único lugar onde se poderia adorar ao SENHOR de modo aceitável. Cabia,
portanto, a eles, os judeus, a responsabilidade de, como único povo escolhido de Deus, defender a Terra Santa;
5. esperança generalizada de que Deus enviaria um Escolhido – o MESSIAS – que viria libertar o Seu
povo (também escolhido) das garras do domínio estrangeiro, estabelecendo a paz universal e mantendo Jerusalém como
centro da verdadeira adoração.
01. Inveja . Ele era aceito prontamente pelas pessoas, e multidões chegavam a viajar para ouvi-Lo!
02. Seu comportamento social antipreconceituoso. Ele Se associava a pessoas erradas (samaritanos,
publicanos, pecadores).
03. Suas atitudes “fora do padrão”. Ele simplificava a Lei e rejeitava regras humanas de interpretação. [Aos
olhos dos líderes religiosos dos Seus dias, o Senhor Jesus tomava certas liberdades inconcebíveis em assuntos como a
pureza ritual, por exemplo! Para os eles, uma certa diversidade doutrinária poderia ser tolerada, mas jamais qualquer
variação ou “desvio” quanto ao estilo de vida padronizado, ditado e adotado – o que comer, o lavar-se, etc].
04. Por não ter recebido uma educação formal. Ele não tinha credenciais humanas que Lhe conferissem
autoridade em assuntos religiosos.
05. Seu poder. Ele fazia sinais e maravilhas que eram inquestionáveis, e ninguém conseguia imitar!
06. O embaraço que lhes causava. Ele vencia debates, citando as Escrituras com absoluta maestria, e os
expunha ao ridículo de sua própria condição. Ele Se apresentava como o Messias, e não havia como refutá-Lo!
07. Sua autoridade. Os rabinos daqueles dias tinham o hábito de citarem-se uns aos outros, ou de citarem
ensinamentos rabínicos do passado. O Senhor Jesus jamais fez isso! Ele sempre falava com base nas Escrituras, -
reconhecendo que a autoridade delas era final e não estava aberta a discussão – ou com base na Sua própria autoridade
inerente, iniciando suas falas com expressões do tipo Em verdade, em verdade vos digo, consciente de que o que dizia
tinha a aprovação do Pai. No geral, as pessoas percebiam isso, e testemunhavam dizendo: “Jamais alguém falou como este
homem” (Jo 7.46).
08. A maneira como Ele tratava o pecado. Mostrava que a justiça de Deus só pode ser aplicada a corações
arrependidos, e não a corações satisfeitos consigo mesmos, que se baseavam em sua religiosidade e auto-justiça.
1. a planície costeira;
2. as campinas (também chamadas de Sefelá);
3. a cadeia central de montanhas;
4. o deserto;
5. o vale do Jordão (à leste do vale do Jordão fica a cadeia oriental de montanhas).
É interessante notar que, apesar de tudo ser tão próximo, há mudanças mui profundas entre uma região e outra,
especialmente no que diz respeito ao clima. Assim, pode-se encontrar neve num lugar, enquanto a alguns poucos
quilômetros sente-se o sol brilhar com toda a sua força e calor!
Nos dias do Senhor Jesus esse território compreendia vários distritos administrativos, governados todos eles
pelos romanos. A oeste do Jordão havia três distritos:
Durante o reinado de Herodes, o Grande, a população da cidade chegou a atingir 60.000 habitantes. O rei a
embelezou com melhoramentos ao estilo romano. O recinto do Templo foi ampliado, chegando a ocupar cerca de 15% da
área da cidade. Herodes também construiu um hipódromo, um teatro, um palácio real, e duas fortalezas, sendo uma delas a
Torre Antônia, que servia para proteger o Templo. O sistema de captação e fornecimento de água também foi amplamente
reformado e ampliado.
1. um conjunto de pequenos distritos governados por Herodes Filipe, filho de Herodes, o Grande. Esses
distritos eram: Batanéia, Traconites, Auranites, Gaulanites e a região de Panéias, cidade reconstruída por Herodes Filipe
e que recebeu o nome de Cesaréia de Filipe (foi lá que o Senhor Jesus ouviu a confissão de Pedro a respeito da Sua
divindade – Mt 16.13-28);
2. a região extensa, formada por dez cidades gregas “quase” autônomas, chamada DECÁPOLIS, muito
conhecida na antiguidade pela produção de derivados de leite. Foi lá que o Senhor Jesus libertou um endemoninhado (Mc
5.1-20);
3. e a PERÉIA que, juntamente com a Galiléia, foi governada por Herodes Antipas. Na maior parte, um
grande deserto. Mesmo assim, havia regiões férteis onde se cultivavam oliveiras, parreiras e palmeiras. Segundo o
historiador Josefo, João Batista foi aprisionado e morto lá, na cidade fortificada de Maquero, onde Herodes Antipas tinha
um dos seus palácios.
Quanto à hidrografia, vamos citar apenas o mais importante: ao norte, o Mar da Galiléia; ao sul, o Mar Morto
(o lugar natural de menor altitude em todo o planeta – cerca de 400 metros abaixo do nível do mar!); e o rio Jordão, que
nasce nas montanhas ao norte, atravessa o Mar da Galiléia, e vai desaguar na região sul, no Mar Morto.
Por volta do ano 4 a.C. nasceu o Senhor Jesus Cristo. Chegara a plenitude do tempo! E, vindo "a plenitude do
tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,[é muito importante lembrarmos que, entrando na
História, o Filho de Deus Se tornou uma pessoa específica – Jesus de Nazaré – em um momento histórico específico
(durante o reinado de César Augusto e, depois, de Tibério César); num lugar específico, a Palestina] para resgatar os que
estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o
seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Gl 4.4,5; Jo 3.16).
Conhecemos a Sua história, e a história dos acontecimentos que se seguiram à Sua ascensão, bem como os Seus
ensinos e os desdobramentos desses ensinos, através dos livros que compõem o Novo Testamento. Quanto a esses livros
1. ÉPOCA EM QUE FORAM ESCRITOS. O Novo Testamento é composto por 27 livros, escritos por 8 ou 9
homens (dependendo de se atribuir a redação da epístola aos Hebreus ao apóstolo Paulo ou não), homens estes santos que,
"falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21). Estes livros foram escritos entre os anos 45 e 100.
Suas referências históricas cobrem todo o primeiro século da nossa era, e apresentam nítidos reflexos culturais dos séculos
que precederam a chegada do Messias (Período Inter-Bíblico).
Os estudiosos divergem em suas opiniões quanto à data em que cada um dos livros do Novo Testamento foi
escrito. Todavia, gostaria de registrar aqui uma tabela sugestiva quanto ao tempo e local onde foram escritas as epístolas
paulinas:
2. OS ESCRITORES. Quanto aos homens que os escreveram, todos eram judeus, exceto Lucas
(provavelmente gentio). Três foram apóstolos, os quais acompanharam o Senhor Jesus em Sua trajetória ministerial:
Mateus, Pedro e João. Quatro foram homens que tiveram participação ativa na vida da Igreja Primitiva: Marcos, Paulo,
Judas e Tiago (sendo estes dois últimos, irmãos do Senhor Jesus - Mt 13.55). Lucas e Paulo, apesar de não terem sido
testemunhas oculares da vida do Senhor, viveram muito próximos aos que o foram.
3.1 - Históricos - são os livros que narram a história da vida do Senhor Jesus aqui no mundo (Mateus,
Marcos, Lucas e João), bem como a história da Igreja após Sua ascensão (Atos).
Mateus, Marcos e Lucas são chamados evangelhos “sinóticos”*, porque colocados lado a lado,
mostram semelhanças impressionantes em seu testemunho da vida do Senhor Jesus. Por outro lado João, também
chamado de o quarto evangelho, tem características próprias bem definidas – pelo menos 90% de seu texto não encontra
paralelo nos sinóticos! Todavia, é bom lembrar que os quatro evangelistas tinham algo muito especial em comum: criam
que Deus existe, e que é capaz de agir de acordo com a Sua vontade no mundo que Ele criou. Por isso, apresentaram a
verdade irrecusável de que Ele entrou na História por meio de Seu Filho, para resgatar a humanidade perdida. Vejamos
agora um quadro comparativo dos sinóticos com o evangelho de João:
SINÓTICOS JOÃO
3.1.1 - dão ênfase ao Seu ministério na Galiléia 3.1.1 - dá ênfase ao Seu ministério na Judéia
3.1.2 - falam mais de Jesus e as multidões 3.1.2 - fala mais de Jesus e indivíduos
3.1.3 - seu ensino concentra-se na ética (prática da vida cristã) 3.1.3 - seu ensino concentra-se na Pessoa do Senhor Jesus
Dá-se o nome de Sinóticos aos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas por apresentarem um relato
bastante semelhante dos mesmos eventos ocorridos na vida do Senhor Jesus. Há, em cada um deles, adições e omissões em
relação aos demais; todavia, de modo geral, o material que apresentam é o mesmo, e está organizado de forma
extremamente semelhante. É perfeitamente possível copiá-los em três colunas paralelas, lendo-os concomitantemente e
estabelecendo comparações.
De acordo com o estudioso William Barclay, o evangelho de Marcos pode ser dividido em 105 seções.
Destas, 93 ocorrem em Mateus, e 81 em Lucas. Das 105 seções de Marcos, somente 4 não aparecem nem em Mateus, nem
em Lucas. Marcos tem 661 versículos. Mateus, 1068. E Lucas, 1149. Mateus reproduz nada menos que 606 versículos de
Marcos; Lucas, 320. Dos 55 versículos de Marcos que Mateus não reproduz, Lucas reproduz 31. Portanto, em todo o
evangelho de Marcos há somente 24 versículos que não são encontrados em Mateus ou Lucas! E mais: de modo geral,
Mateus e Lucas apresentam a mesma ordem de acontecimentos apresentada por Marcos. Há muito pouca diferença. E,
quando Mateus diverge, Lucas concorda com Marcos; quando Lucas diverge, Mateus concorda. Assim, sempre um dos
dois segue a mesma ordem de eventos apresentada por Marcos!
3.2 - Doutrinários - em sua maioria, escritos em forma de cartas para Igrejas, têm como propósito
instruir os crentes quanto à fé cristã (doutrina) e também quanto à prática da vida cristã (ética). São eles: Romanos, 1 e 2
Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, Judas e 1 João.
3.4 - Profético - o livro de Apocalipse que, por meio de um estilo altamente simbólico, trata do futuro,
bem como do presente.
4. NOTA: até à invenção da imprensa, que só veio acontecer na metade do século XV, toda a literatura,
inclusive os livros que compõem a Bíblia, tinha que ser copiada à mão, num processo extremamente trabalhoso. Ao longo
desse tempo, foram preservados 3.286 manuscritos de parte ou de todo o texto grego do Novo Testamento. Nenhuma outra
literatura antiga tem tantas cópias manuscritas preservadas!
Vejamos:
MATEUS
1. Propósito: o Espírito Santo escolheu o judeu Mateus para escrever este evangelho aos judeus, a respeito de
um JUDEU, tendo como propósito demonstrar que esse Judeu, o Senhor Jesus, é o Messias tão anunciado pelos profetas
do Velho Testamento. Ele é o verdadeiro Rei dos Judeus. Com muito cuidado e exatidão, Mateus faz várias referências ao
Velho Testamento (cerca de 130), fundamentando a sua declaração de que Jesus é o Cristo. [Obs.: mesmo tendo sido
escrito primordialmente para os judeus, o evangelho de Mateus não exclui os gentios. Ele mostra que o Messias os receberá
em Seu reino (8.11). Por isso mesmo, o Seu evangelho tem que ser pregado a todas as nações (24.14; 28.19)].
2. Palavra-Chave: MESSIAS
3. Versículo-Chave: "Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (16.16).
4. JESUS: é apresentado como o Rei Ungido que veio para salvar o Seu povo (1.23; 2.2,6; 3.17; 21.5,9;
26.63,34; 27.11,27-37). Os profetas do Velho Testamento anunciavam e ansiavam pela chegada do Messias, que viria para
redimir e libertar o Seu povo. O primeiro versículo de Mateus, de modo sucinto, anuncia o cumprimento da esperança de
Israel quanto ao Messias - "Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão" (1.1).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - o evangelho de Mateus foi colocado em primeiro lugar no cânon do Novo Testamento pela igreja
primitiva porque, devido ao seu propósito, ele é a ponte natural que interliga os dois Testamentos.
5.2 - Variações da expressão para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do
profeta (1.22; 2.15; 2.17; 2.23; 13.34,35; 21.4; 27.9) são encontradas 9 vezes aqui. Isto está em acordo com o propósito do
livro, que é mostrar como as profecias do Velho Testamento se cumpriram em Jesus, levando os judeus a reconhecerem
ser Ele o Messias. Também a expressão reino dos céus aparece 32 vezes aqui, não sendo encontrada em qualquer outra
parte do Novo Testamento. Mais: somente em Mateus a cidade de Jerusalém é chamada de cidade santa (4.5) e cidade do
grande Rei (5.35).
5.3 - em Mateus, o evangelho do Reino, encontramos cinco discursos proferidos pelo Senhor Jesus:
[Nota: Há uma grande ênfase em Mateus dada ao conceito de Reino de Deus. No Sermão do Monte, temos a constituição
do Reino; no capítulo 10, temos a descrição dos deveres dos líderes do Reino; no capítulo 13, as parábolas que ilustram o
Reino; no capítulo 18 aprendemos sobre a grandeza do Reino; e nos capítulos 24 e 25 aprendemos sobre a vinda do Rei!
5.4 – não há, em todo o Novo Testamento, um capítulo que fale mais fortemente em condenação que o
capítulo 23 deste livro (condenação esta dirigida primordialmente aos escribas e fariseus).
6.1 - Deus transforma um impopular cobrador de impostos em uma dádiva para a humanidade (9.9). O
nome Mateus significa Presente de Deus. Sim, Mateus se tornou um “presente de Deus” porque teve uma experiência
genuína de conversão! Vejamos quais os traços de uma conversão genuína:
6.1.2 - o Senhor Jesus passa a ser o maior valor da vida - Lc 5.28: "deixando tudo"
6.2 - que valor tremendo tem a fé verdadeira! Sendo o único a narrar a visita dos magos, que vieram
desde o Oriente para adorar o Senhor Jesus (2.1-12), o evangelho de Mateus nos apresenta, na pessoa desses homens sobre
quem sabemos tão pouco, um notável exemplo de fé verdadeira! A respeito disso, J.C.Ryle diz: "Eles confiaram em
Cristo, ainda que nunca O tivessem visto. Mas, isso não foi tudo. Creram nEle mesmo depois que os escribas e os fariseus
demonstraram a sua incredulidade. Porém, nem mesmo isso foi tudo. Confiaram nEle quando O viram como um menino
pequeno, nos joelhos de Maria, e adoraram-nO como a um rei. Esse foi o ponto culminante da sua fé. Não contemplaram
qualquer milagre que pudesse convencê-los. Não ouviram qualquer ensino que pudesse persuadi-los... A ninguém mais
6.3 - a Palavra de Deus se cumpre. Haja o que houver! O evangelho de Mateus é um dos testemunhos
mais ricos neste sentido! (Is 46.9,10; Js 21.45 - "nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o SENHOR
falara à casa de Israel: tudo se cumpriu).
6.4 – Nem sempre todos compreendem a atitude do Messias ao purificar o Templo (21.12,13). Elwell e
Yarbrough em sua obra “Descobrindo o Novo Testamento” nos ajudam quanto a isso: “Caifás tinha autorizado o
funcionamento de um mercado ali [no pátio externo do Templo, ao qual o acesso dos gentios era permitido], onde só se
podia vender itens ritualmente puros, para os sacrifícios no Templo. Isso não era necessário, pois havia vários mercados
oficiais em outros lugares da cidade.
Além disso, todos s judeus maiores de 20 anos tinham que pagar anualmente o imposto do Templo, no
valor de meio siclo. Três moedas circulavam na Palestina: uma romana (dinheiro imperial), uma grega (dinheiro provincial)
e uma tíria (dinheiro local). Uma vez que as moedas romanas e gregas tinham efígies humanas – que eram consideradas
idolatria pelos judeus – não podiam ser utilizadas para pagar a taxa do Templo e tinham que ser trocadas por moedas tírias.
Com efeito, Caifás tinha feito do Templo um banco. E, para deixar as coisas piores, havia fraude e extorsão em todas essas
transações, além do fato de os cambistas poderem cobrar uma pequena sobretaxa....
As ações de Jesus incluíram virar as mesas dos cambistas e as bancas dos vendedores de pombos...”. Em
Seu zelo pelo cumprimento e obediência à Palavra (21.13), Ele não teve como não agir da forma pela qual agiu!
Fica para nós a pergunta: o que os líderes e freqüentadores das casas de oração dos nossos dias podem
aprender com essa atitude do Senhor Jesus?
6.5 - é bom que jamais nos esqueçamos de quem é o Rei Jesus. Em 28.18 aprendemos que Ele tem TODA
autoridade, tanto no céu como na terra. Ele venceu a morte, o nosso último inimigo! ALELUIA!!!
MARCOS
1. Propósito: escrito para os romanos (veja só algumas das evidências que provam-no: a. não traz quase
nenhuma citação do Velho Testamento; b. traduz palavras que seriam desconhecidas para os romanos [3.17; 5.41; 7.11;
14.36]; c. dá explicações quanto aos costumes judeus [7.2-4; 15.42]), este evangelho tem como propósito apresentar o
Senhor Jesus como Aquele que, tendo autoridade e poder, veio para servir.
2. Palavra-Chave: SERVIR
3. Versículo-Chave: "Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate por muitos" (10.45).
4. JESUS: o Carpinteiro (6.3) é apresentado como um Servo ativo e cheio de compaixão, que está
constantemente ministrando às necessidades físicas e espirituais das pessoas que O buscam. A palavra "euthus", traduzida
por "logo", ou "imediatamente", aparece 42 vezes aqui. O Filho de Deus está sempre a servir os homens, exercendo o Seu
grande poder (daí a ênfase especial dada à narração de milagres).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - Marcos é também chamado de o evangelho de Pedro. Isso, por causa de um documento de Papias
(70-155), um discípulo de João. Nesse documento lê-se o seguinte: "O Presbítero também disse: Marcos, tendo-se tornado
o porta-voz de Pedro, escreveu com muito cuidado tudo aquilo de que se lembrou - contudo, não em ordem - tanto das
palavras quanto dos feitos de Cristo".
5.2 - somente uns 20 ou 30 versículos de Marcos não aparecem em Mateus ou Lucas. Em geral, este
evangelho está contido nos demais. Todavia, tem a sua personalidade própria, apresentando a vida do Senhor Jesus como
num filme documentário rápido, onde os fatos são mostrados sem maiores comentários (o Personagem fala por Si só!) da
seguinte forma:
5.3 – Marcos é levado a iniciar a sua narrativa falando em João Batista. Por sinal, os quatro evangelhos
associam o Senhor Jesus à pessoa e ministério desse homem estranho, que vivia em austeridade ascética e lembrava muito
o profeta Elias! Tendo surgido no deserto a leste de Jerusalém, João foi uma figura arrebatadora que conclamava o povo ao
arrependimento, anunciando a chegada próxima do Messias. Mostrava que a mera religiosidade não podia substituir a
obediência autêntica e o amor a Deus. Também dizia que vida com Deus não é coisa hereditária – os descendentes físicos
de Abraão não são automaticamente salvos! Compromisso era a sua palavra-chave! Todavia, não era a sua intenção chamar
as pessoas para si, pois ele se via a si mesmo como precursor do Messias. E, se batizava as pessoas que se mostravam
arrependidas e dispostas a uma vida de compromisso com Deus, nunca deixava de frisar: “Após mim vem aquele que é
mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correrias das sandálias. Eu vos tenho
batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo” (1.7,8).
5.4 - se em Mateus ficamos conhecendo o Messias que cumpriu as Escrituras até em seus detalhes mais
simples, em Marcos aprendemos porque esse Messias foi rejeitado: a maneira pela qual Ele Se revelou aos homens foi
inaceitável, do ponto de vista humano. Um Messias-Servo, vítima expiatória, que condenava o pecado, perturbava a
consciência, confrontava o orgulho, ensinava que há maior valor em servir do que em ser servido, tinha de ser rejeitado!
5.5 - H. E. Alexander nos diz que "um dos traços característicos do evangelho de Marcos é constituído
pelos freqüentes quadros da multidão que Jesus, o Servo Perfeito, ama com tanto amor! O ódio religioso aumenta, a
incompreensão dos discípulos continua, mas Jesus não Se cansa de derramar o amor e a luz de Deus sobre essas vítimas de
cegos e condutores de cegos.
Deixemos que as palavras deste evangelho nos comovam e inspirem: "Todos te buscam" (1.37)... "De
todos os lados iam ter com ele" (1.45)... "Para lá correram a pé de todas as cidades, e ali chegaram primeiro do que eles"
(6.33)... "uma grande multidão esperava-o ao pé do monte" (9.14).
No princípio da última etapa de Sua carreira terrestre, quando Ele parte para Jerusalém, ainda Se acha
cercado pelo povo, a multidão que ama. Mas infelizmente, esta multidão que o clero teme, está sob a influência do clero.
(Leia Mt 21.26 e Lc 22.2). Pouco a pouco a solidão se estabelece em redor de Jesus, e até mesmo muitos discípulos se
afastam e não vão mais com Ele (Jo 6.66)... E esta mesma multidão, quando é mencionada pela última vez neste
evangelho, pede aos brados a libertação de Barrabás e a crucificação dAquele que lhe deu tudo, até a própria vida!".
6. Lições
6.1 - aquele que nos apresenta o Servo, se tornou ele mesmo um servo precioso. Eis o testemunho: "Toma
contigo a Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério" ( 2 Tm 4.11).
6.3 - em Marcos, vemos diversas vezes que os demônios sabem quem é Jesus (1.24, 34; 3.11; 5.6,7). E
nós, os homens, sabemos quem Ele é? (15.2). A propósito dessa realidade, Elwell e Yarbrough em sua obra “Descobrindo o
Novo Testamento” dizem o seguinte: “Todas as pessoas e todas as coisas reconheciam que Jesus é divino – João Batista, os
demônios, a doença, o vento e as ondas, os discípulos, até mesmo Deus – exceto os líderes religiosos. É uma ironia
suprema que aqueles que deviam ter sido os primeiros a ver a natureza sobrenatural de Jesus se recusassem a reconhecê-la.
O poder, eles reconheciam, mas atribuíam-no ao demônio (3.22). Marcos atribui essa cegueira espiritual ao misterioso
propósito de Deus, previsto há muito tempo (4.11,12; 7.6,7)”.
6.4 - na história da filha de Jairo (5.21-43) aprendemos uma lição prática e singela, mas de muito valor.
Há dias em que tudo parece acumular-se: a doença, a interrupção de outras pessoas, uma aparente falta de interesse da parte
de Jesus... Todos temos de enfrentar tais dias! Lembremo-nos, contudo, de que Ele continua presente. Enquanto age na vida
dos outros, Ele também está agindo em nosso favor. E Se mantém presente. No final, isso fica bem claro!
6.5 - na história de Herodes (Antipas), quando da morte de João Batista (6.14-29), fica bem claro em
Marcos que Jesus, o Servo, é Senhor; e que Herodes, o senhor, é escravo - um rei-escravo...
6.5.1 - das suas paixões carnais. Tão escravo, que foi capaz de roubar a esposa do próprio irmão!
6.5.2 - da sua precipitação. Num ímpeto, prometeu dar a uma jovem dançarina até metade do seu
reino. Teve que dar muitíssimo mais do que isso. E não pode voltar atrás.
6.5.3 - da sua covardia. Sabia quem era João Batista. Ouvia de boa mente a sua mensagem. Mas,
não tinha coragem de aceitá-la. Mantinha João no cárcere por causa de Herodias. Ouvia-o de boa mente, por causa do seu
coração sedento. Mas, porque não teve coragem de tomar uma decisão ao lado do Senhor, Satanás o apanhou numa
armadilha.
1. Propósito: O Espírito de Deus leva o médico amado - Lucas - a apresentar o Senhor Jesus como o Homem
Perfeito. A cultura helênica, por meio da sua filosofia, cultuava e buscava a perfeição. Assim, Lucas apresenta o Senhor
Jesus ao mundo helenizado da sua época, como o Filho do homem, Aquele que é perfeito. Mostra a Sua perfeita
humanidade, destacando, por exemplo, os Seus sentimentos. E, se em Mateus o Senhor Jesus é apresentado como o
Messias esperado pelos judeus, em Lucas Ele é “luz para revelação aos gentios” (2.32). [Veja 4.25-27; 11.31,32 e
24.46,47. Observe, ainda, a inclusão dos samaritanos nesse quadro: 10.25-37]. Isso, naturalmente, não exclui Israel (veja
1.30-33; 2.32), mas alarga a visão do Plano Redentor de Deus.
4. JESUS: neste evangelho, temos o relato mais completo da Sua vida como homem: uma genealogia que
estende as suas raízes até Adão (3.38), a narração minuciosa do Seu nascimento, e dados do Seu desenvolvimento como
criança. Assim, Ele é apresentado como o Homem Ideal, cheio de compaixão, que Se identifica com as dores e lutas dos
seres humanos e que, como Homem Perfeito, veio para resgatar os pecadores.
5. Dados e Particularidades:
5.1 - inicialmente, este evangelho foi dirigido a um homem - TEÓFILO ("amigo de Deus") - que teria
ocupado uma posição destacada na sociedade da época (a expressão "excelentíssimo", em 1.3, era usada para destacar o
fato de que a pessoa seria um oficial ou um membro da aristocracia. Veja At 23.26; 24.2; 26.25). E Lucas, segundo
Eusébio (que viveu entre os anos 265 e 339), “no que diz respeito à raça, um dos de Antioquia, mas médico por profissão,
uma vez que tinha estado muito tempo com Paulo e que não tinha pouca associação com os outros apóstolos, deixou-nos
exemplos da terapia de almas que conseguiu com eles, em dois livros inspirados. O evangelho em que ele testifica diz
ainda que escreveu de acordo com o que lhe passaram aqueles que foram testemunhas oculares desde o início e ministros
da palavra, todos os quais ele afirma ter seguido também desde o início; e os Atos dos Apóstolos que ele redigiu a partir
do que aprendeu, não de ouvido, mas com os olhos”. Em seu intento de levar Teófilo a saber que a fé no Senhor Jesus se
fundamenta em fatos históricos, o médico amado reuniu informações com pessoas fidedignas, conferiu as provas e
organizou esta biografia maravilhosa. O Homem Perfeito é parte concreta da História da humanidade. E o relato da Sua
vida e obra é merecedor de toda confiança.
5.2.1 - o cântico pronunciado por Maria, quando de sua visita a Isabel (1.46-55), conhecido como
o MAGNIFICAT;
5.2.2 - o cântico pronunciado por Zacarias por ocasião do nascimento de João Batista (1.68-79),
conhecido como o BENEDICTUS;
5.2.3 - o cântico pronunciado pela milícia celestial quando do nascimento do Senhor Jesus (2.14),
conhecido como o GLORIA IN EXCELSIS;
5.2.4 - o cântico pronunciado por Simeão, no dia em que o Senhor Jesus foi apresentado no
Templo (2.29-32), conhecido como o NUNC DIMITIS.
5.3.1 - fala de pessoas cheias e capacitadas pelo Espírito: João Batista (1.15); Maria (1.35); Isabel
(1.41); Zacarias (1.67); Simeão (2.25,26).
5.3.2 - mostra como a vida terrena do Senhor Jesus foi vivida no Espírito. Ele foi:
5.5.2 - a autoridade da palavra do Senhor Jesus (4.22,32,36; 5.5; 7.7; 9.26; 20.26; 21.33; 22.61;
24.27,32,44,45).
6. Lições:
6.1 - (10.38-42) > a escolha de Maria. A boa parte é sempre ficar aos pés de Jesus. E essa parte é a única
coisa que não nos será tirada! A saúde, os queridos, etc., nos são tirados. Mas, a bênção de estar aos pés de Jesus, ainda
mesmo no leito de morte, não nos será tirada! Aleluia!!!
6.2 - (14.26,27,33) > o ser discípulo de Jesus é graça de Deus em nossa vida, sem dúvida alguma (Ef 2.8).
Contudo, essa manifestação da graça implica num preço: TUDO!
6.3 - (15.11-32) > aqui temos um lindo vislumbre do coração do Pai! No relato sobre o filho pródigo,
temos um retrato do coração amorável, compassivo e misericordioso do nosso Deus.
6.4 - (19.1-10) > aqui, temos um testemunho vivo do que é a verdadeira conversão:
6.5 - (24.13-35) > no episódio dos discípulos no caminho de Emaús, aprendemos uma lição
particularmente dolorosa: como somos tardios para crer na Palavra de Deus! Mesmo com o coração ardendo, não
conseguimos enxergar. Como carecemos da graça do Senhor!
JOÃO
1. Propósito: o evangelho de João apresenta claramente o seu propósito no versículo 31 do capítulo 20: "Estes,
porém, foram registados para que creiais que Jesus é o Cristo o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais vida em seu
nome". Inspirado pelo Espírito de Deus, João visa provocar fé no coração dos seus leitores, ao apresentar-lhes a
divindade do Senhor Jesus.
3. Versículo-Chave: "Estes, porém, foram registados para que creiais que Jesus é o Cristo o Filho de Deus, e
para que, crendo tenhais vida em seu nome" (20.31).
4. JESUS: desde o princípio do livro há uma apresentação clara e forte da divindade do Senhor Jesus. Ele é o
Verbo encarnado (1.14), o Santo de Deus (6.69). A Sua divindade é apresentada também através das afirmações EU SOU.
O Senhor Jesus também Se apresenta como o EU SOU do Antigo Testamento de forma absolutamente
inquestionável (Ex. 3.14; Jo 8.24,58; 13.19).
Por outro lado, a humanidade do Mestre também é vista neste evangelho (4.6; 11.35; 12.27). Em João
aprendemos que a encarnação do Verbo – ou seja, a humanidade do Senhor Jesus – não foi mero aparecimento dEle na
Terra, mas uma verdadeira e total entrada dEle na vida e na carne humanas.
5. Dados e Particularidades:
5.1 - o evangelho de João é bastante peculiar: 90% dele não tem ligação aparente e direta com os
Sinóticos. É o único a apresentar o Senhor Jesus como o VERBO (Logos). Quase não traz parábolas. Narra oito milagres,
sendo que seis deles não são encontrados nos sinóticos. João também apresenta mais as falas do Senhor Jesus (públicas, ou
em conversas pessoais).
5.3 - um terço do evangelho de João (capítulos 13 a 19) concentra-se em fatos e discursos que
aconteceram num período de tempo de menos de 24 horas! (Quanta riqueza há em estar com Jesus nesse curto espaço de
tempo!).
5.4 - o evangelho de João define com mais precisão do que os Sinóticos a época e o local dos
acontecimentos nele narrados. E, pelo fato de citar as festas judaicas de que o Senhor Jesus participou, pode-se descobrir
por quanto tempo Ele exerceu o Seu ministério terreno.
Nota: destas, as três festas principais eram: Páscoa, Pentecoste e Tabernáculos. Delas, todo homem
judeu deveria participar, indo a Jerusalém.
5.5 - enquanto os Sinóticos nos apresentam o reino, o quarto evangelho nos apresenta o Rei. (É verdade
que, em João, lemos sobre a entrada no reino - 3.3-5 - e nos sinóticos lemos sobre o Rei. Todavia, a ênfase maior em João
é dada ao Rei).
6. Lições:
6.1 - é bonito acompanhar o ministério de André, aqui no evangelho de João. Observe como ele está
sempre levando alguém a Jesus:
6.1.2 - (6.8,9) > levou a Ele o rapaz que trouxera pães e peixes;
6.2 - a definição, ou delimitação claríssima de quem é salvo e quem não é está em 3:36. Observe: não há
meio termo. E não há outro caminho!
6.3 - o Senhor Jesus não implora a ninguém que O siga; pelo contrário! Constate esta verdade lendo
6.66,67.
6.4 - em nosso ministério, não podemos esperar lutas menores do que aquelas que o Senhor Jesus
enfrentou. Por outro lado, não devemos esperar resultados menores! Leia 15.20.
6.5 - o grande objetivo do coração do Senhor Jesus para os Seus é que TODOS sejamos UM! (17.21).
ATOS
1. Propósito: o livro de Atos começa onde termina o evangelho de Lucas. E mostra que, embora a morte do
Senhor tenha sido evidente e pública, Sua partida física (ascensão) não significava que tivesse deixado de agir nos negócios
humanos! Sua presença real, mesmo não sendo física, permanecia através do Espírito prometido. E o livro tem como
propósito mostrar como o Senhor Jesus continuou presente e agindo, por meio do Seu Espírito, promovendo a
implantação da Igreja, a partir do Pentecostes, começando em Jerusalém, e chegando aos mais distantes pontos do mundo
conhecido de então.
2. Palavra-Chave: TESTEMUNHO
3. Versículo-Chave: "mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra" (1.8)
4. JESUS: em Atos, o Senhor Jesus é apresentado, como não poderia deixar de ser, como Aquele que
ressuscitou! Pedro, cheio do Espírito, brada no dia de Pentecoste: "...Jesus, o Nazareno...Deus ressuscitou, rompendo os
grilhões da morte; porquanto não era possível fosse Ele retido por ela" (2.22,24). E Paulo pergunta ao rei Agripa: "Por
que se julga incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?" (26.8). E, escrevendo aos Coríntios, na unção do Espírito,
afirma: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (1 Co 15.17).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - o livro de Atos é a ponte que liga os evangelhos às epístolas. Oferece-nos os dados históricos
necessários para que compreendamos todo o desdobramento da obra de implantação do reino do Rei Jesus por meio do
5.2 – Atos se distingue, dentre outras coisas, por sua visão teológica e também por seu valor histórico. O
livro menciona mais de 30 países, muitas ilhas, e cerca de 100 pessoas. Seu escritor demonstra excelente conhecimento da
geografia do mundo mediterrâneo de seu tempo, dos costumes dos povos, das políticas locais e das atividades marítimas. E
mostra como a primeira proclamação sobre o Senhor Jesus morto e ressurreto foi introduzida nos limites do Império,
adquirindo importância universal.
5.3.1 - capítulos 1 a 12, onde o apóstolo Pedro é a figura destacada; a pregação é feita em
Jerusalém, e em toda a Judéia e Samaria;
5.3.2 - capítulos 13 a 28, onde o apóstolo Paulo é a figura destacada; a pregação chega aos confins
da terra.
5.4.9 - Pedro volta a Jerusalém, sendo obrigado a explicar aos irmãos que o evangelho não é
somente para os judeus! - 11.1-18.
5.4.10 - a perseguição iniciada pelos judeus, e que poupara até certo ponto os apóstolos (8.1), se
torna muito mais severa com a adesão do rei Herodes Agripa, que governa a Judéia e Samaria. Ele manda matar Tiago
(12.1,2), e prende o apóstolo Pedro, visando fazer-lhe o mesmo (12.3,4). O apóstolo é libertado milagrosamente, vai à casa
de João Marcos, onde a igreja está reunida em oração (mas tem dificuldade para crer na libertação dele!). De lá, Pedro vai
para "outro lugar" (12.17). Desse momento em diante, quase não temos mais registo de suas atividades [uma das poucas
coisas que sabemos é que participou do Concílio de Jerusalém (15.7)]. As duas epístolas que escreveu falam sobre o
sofrimento dos fiéis e sobre a apostasia que já se instalara na Igreja.
Nota: o capítulo 12 de Atos nos apresenta a transição do enfoque sobre o "personagem (humano)
principal" do livro - de Pedro, para Paulo. E o reconhecimento de Paulo como apóstolo verdadeiro fica patente se
observarmos um paralelo entre alguns aspectos de sua vida e a vida do apóstolo Pedro. Vejamos:
PEDRO PAULO
5.5.1 - Paulo, inicialmente, é apresentado a nós como um perseguidor dos cristãos (7.58; 8.1) que,
com toda a certeza, pensava que a ressurreição do Senhor fosse uma tremenda balela.
5.5.2 - sua conversão ocorre quando, em viagem para Damasco (na Síria), está empenhado em
recrudescer a perseguição contra os cristãos (9.1-9). Todavia, o Senhor vem ao seu encontro na estrada, antes de chegar a
Damasco. A partir desse momento, o seu grito é: "Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, como
Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és
meu Filho, eu hoje te gerei" (13.32,33).
5.5.3 - em Damasco tentam matá-lo (9.19-25). Segue, então, para a Arábia. Mais tarde, volta para
Damasco (Gl 1.17). Só então é que sobe a Jerusalém, onde se encontra com Pedro, com quem fica durante quinze dias (Gl
1.18). Lá, os helenistas procuram tirar-lhe a vida, de modo que vai para Cesaréia e, depois, para Tarso (9.30).
5.5.4 - a seguir, Paulo vai ser encontrado no grande centro missionário cristão: ANTIOQUIA,
cidade localizada na Síria, uma das maiores do Império Romano - só era menor que Roma e Alexandria. (Fundada por
Seleuco I em 300 a.C., cidade rica, Antioquia distava 540 km de Jerusalém, rumo norte. Era assolada pela imoralidade. Lá,
os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez - 11.26). Mais tarde, Paulo volta a Jerusalém, sendo portador
de uma oferta da igreja de Antioquia para os pobres. Volta, então, a Antioquia (11.25).
5.5.5 - de Antioquia sai para a primeira viagem missionária. Vejamos o seu roteiro: Selêucia
(porto da cidade de Antioquia) > ilha de Chipre, (conhecida no Antigo Testamento como Elisa) onde visitaram as cidades
de Salamina e Pafos > província da Panfília (cidade de Perge) > província da Pisídia [cidades de Antioquia da Pisídia (onde
residiam soldados aposentados que haviam recebido terras do Império e a cidadania romana) , Icônio (situada junto a uma
planície fértil), Listra e Derbe] > volta a Perge pelo mesmo caminho > Atália > Antioquia (na Síria) - caps. 13 e 14.
5.5.7 – novamente de Antioquia, sai para a segunda viagem missionária. Vejamos o seu roteiro:
Síria > Cilícia > Derbe > Listra > Trôade (cidade com porto artificial situada a 20 km ao sul do local onde ficava Tróia, a
cidade que serviu de cenário para a “Ilíada”, o famoso poema épico de Homero) > ilha de Samotrácia (lá ficava o monte
mais alto das ilhas do Mar Egeu) > Neápolis > Filipos > Anfípolis > Tessalônica (cidade portuárua) > Beréia > Atenas >
Corinto > Cencréia > Éfeso > Cesaréia > Jerusalém > Antioquia (15.40-18.22).
5.5.8 – também de Antioquia ele sai para a terceira viagem missionária. Vejamos o seu roteiro:
Galácia > Frígia > Éfeso > Macedônia > Grécia > Macedônia (cidade de Filipos) > Trôade > Assôs > Mitilene > Mileto >
Cós > Rodes > Pátara > Tiro > Ptolemaida > Cesaréia > Jerusalém (18.23-21.16). Em Jerusalém Paulo é preso.
5.5.9 - viagem a Roma. Vejamos o seu roteiro: sai de Jerusalém, onde foi preso > Antipátride >
Cesaréia > Mirra > (Cnido) > Bons Portos (na ilha de Creta) > ilha de Malta (ilha colonizada pelos fenícios no século VII
a.C.,cujo nome significa refúgio em fenício, passou a pertencer aos romanos em 218 a.C.) > Siracusa > Régio > Potéoli >
Praça de Ápio > Três Vendas > Roma [a capital do Império Romano, desenvolveu-se nas imediações do primeiro ponto de
travessia do rio Tibre, onde havia sete colinas, encerrando uma área de 426 hectares. Pode ter chegado a 1 milhão de
habitantes, dos quais 400.000 eram escravos. Nela havia muitíssimas construções imponentes como o Teatro de Marcelo, o
Foro (antigo mercado da cidade), o Circus Maximus (com capacidade para 250.000 pessoas), pontes (duas das quais estão
em uso até hoje!), e catorze aquedutos, que traziam para a cidade cerca de 1 bilhão de litros de água diariamente! Calcula-
se que Roma consumia por ano cerca de 150.000 toneladas de cereais, 75 milhões de litros de vinho e 20 milhões de litros
de azeite (este, usado para fins alimentares e para iluminação) O apóstolo João descreve o comércio praticado na cidade em
Ap 18.12,13: “mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de
escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira
preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore; e canela de cheiro, especiarias, incenso, ungüento, bálsamo, vinho, azeite,
flor de farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas”.
6. Lições:
6.2 - cuidado com o pecado: a experiência de Ananias e Safira (5.1-11) e do rei Herodes (12.20.23) é
para TODOS nós um ALERTA SOLENE!
6.3 - que lindo ministério teve Barnabé! Ele foi o amparo dos desacreditados:
6.4 - você ora crendo? (12.12-15). "Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que
recebestes, e será assim convosco" (Mc 11.24).
6.5 - você algum dia já parou para acompanhar o ministério de Filipe? Refiro-me ao evangelista Filipe
(6.5; 8.5-13,26-40; 21.8,9). Que serviço lindo ele prestou ao reino de Deus!
ROMANOS
1. Propósito: quando o Espírito Santo inspirou o apóstolo Paulo a escrever a carta aos Romanos, por certo
sabia dos milhares que iriam ser abençoados por meio desta epístola. Sabia, também, de três homens que por ela seriam
influenciados de tal maneira, que o mundo inteiro (ou grande parte dele) sofreria sua influência: o grande líder e pensador
do norte da África Agostinho (354-430), cujos escritos exerceram enorme influência sobre a civilização européia por
séculos; o admirável reformador alemão Martinho Lutero (1483-1546); e o grande avivalista John Wesley que, ouvindo a
leitura de prefácio do comentário de Lutero a esta carta em 1738 sentiu seu coração “arder estranhamente”, dando início
aos avivamentos que balançaram a Inglaterra do século XVIII. Enquanto os Evangelhos nos apresentam a obra e as
palavras do Senhor Jesus, em Romanos aprendemos sobre o significado do Seu sacrifício. Aqui temos a apresentação
sistemática do que é a justiça de Deus com relação ao homem, e de como essa justiça é aplicada às nossas necessidades
espirituais. A justiça de Deus não se fundamenta na Lei, que nos revela a Sua santidade, mas na Sua misericórdia.
Pensando nisso, veja o testemunho de Peggy O'Neill, uma ex-freira: "'Justiça' foi a palavra-chave que abriu para mim a
verdade do evangelho. Encontrei-a na definição do evangelho apresentada pelo apóstolo Paulo na carta aos Romanos. Este
'é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê... visto que a justiça de Deus se revela no evangelho' (1.16,17). A
justiça de Deus - isso é exigido de nós para entrarmos no céu. O que Deus requer é perfeição: nada menos que a Sua
própria justiça. Isso era algo novo para mim, pois a minha justiça própria era a única coisa de que eu tinha consciência, até
então. Como poderia salvar a minha alma? Poderia ter sido comparada aos judeus citados em Romanos 10.3, os quais
'desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus'. Eu não
conhecia a justiça de Deus. Para a salvação, é necessário termos uma justiça igual à justiça dEle; eu não sabia que alguém
jamais poderia atingir esse padrão. O evangelho consiste exatamente nisso: o que Deus exige, Ele também providencia. As
boas-novas são estas: se crermos em Jesus Cristo, cuja morte na cruz, sepultamento e ressurreição pagaram o preço pelos
nossos pecados, seremos salvos. A Bíblia afirma essa verdade nestes termos: 'Aquele que não conheceu pecado, ele o fez
pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus' (2 Co 5.21). Em troca do meu pecado, Deus me concederá
a justiça de Cristo, ou seja, a justiça de Deus em lugar dos meus pecados! Essas são as boas-novas, o evangelho em
resumo".
2. Palavra-Chave: JUSTIÇA
3. Versículo-Chave: "visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O
justo viverá por fé" (1.17).
4. JESUS: em Romanos o Senhor Jesus é apresentado como o segundo Adão. Por meio do primeiro Adão,
entrou o pecado no mundo (e, pelo pecado, a morte). Por meio do Senhor Jesus, Sua retidão e morte expiatória, e sendo Ele
o nosso Substituto, há justificação para todos os que crêem. Tal justificação nos é concedida pela graça de Deus, depois de
o Senhor ter recebido a condenação que era nossa.
5. Dados e Particularidades:
5.1 – Romanos certamente não foi a primeira epístola escrita pelo apóstolo Paulo. Todavia, ocupa o
primeiro lugar na seqüência das epístolas do Novo Testamento por ser o documento básico de todo o sistema paulino de
apresentação da verdade.
5.2 - usando o método de perguntas e respostas, Romanos traz até nós a apresentação sistemática da
doutrina bíblica. (Um exemplo bem claro desse fato está no capítulo três. Verifique.). A epístola responde a três perguntas
fundamentais:
5.2.1 – como o homem pode se tornar justo para com Deus? A resposta está nos capítulos 1 a 8;
5.2.2 - qual a participação de Israel nessa história? A resposta está nos capítulos 9 a 11;
5.2.3 - quais as manifestações práticas da vida cristã, no dia a dia? A resposta está nos capítulos
12 a 16.
5.3 - Romanos traz mais citações do Velho Testamento que todas as demais epístolas juntas! Há, no
mínimo, 74 citações, de cerca de 14 livros, sendo que Salmos e Isaías são os mais citados.
5.4 – o capítulo 14 trata de aspectos não essenciais da prática cristã. (Atenção: eu disse aspectos não
essenciais! Questões para as quais as Escrituras dão ensinamentos claros, tais como mentira, homossexualismo, etc,etc,
não são questões para cada crente decidir por si próprio!). Pois bem, neste capítulo aprendemos que alguns assuntos da
conduta cristã devem ser decididos por cada cristão individualmente, na presença de Deus. Isso deve resultar em que:
5.4.1 – os crentes não devem julgar uns aos outros em tais questões, mas respeitar a consciência
de seus irmãos que buscaram a orientação de Deus, na liberdade do Espírito;
5.4.2 – os crentes não poderão exercitar sua liberdade, se esta prejudicar a consciência de seus
irmãos e a causa do Senhor .
5.5 - uma das expressões-chaves que os primeiros cristãos usavam era En Christo , ou seja, em Cristo.
Tudo para eles girava em torno dessa realidade. Em Romanos, somos justificados em Cristo (3.24). Este é o primeiro tema
da nossa vida: a nossa justificação!
6. Lições:
6.1 - (1.18,28-32) > CUIDADO!!! Quando desprezamos o conhecimento de Deus, Ele nos entrega a uma
disposição mental reprovável. Passamos a pensar que o errado é o certo! Isso é terrível! E não é o que vemos em nossos
dias?! Há uma indisposição para com os princípios da Palavra. Acha-se um absurdo observá-la. Isso é seríssimo!
Novamente digo: CUIDADO!!! Se você não está disposto a obedecer a Deus, Ele poderá permitir que você ouça aquilo
que você quer ouvir (ou seja, o que a sua teimosia e rebeldia querem ouvir)!.
6.2 - (2.17-24) > como é fácil incorrermos neste pecado! Ensinamos o que é certo, porém não vivemos de
acordo com o que pregamos. E os incrédulos blasfemam o nome de Cristo, que anunciamos, por causa da nossa
incoerência.
6.3 - (4.18-21) > gostaria que este fosse o testemunho que ficasse da minha própria vida - o de alguém
que esperou contra a esperança, não duvidando da promessa, mas estando plenamente convicto. Que sejamos da fé, como
foi Abraão!
6.4 - (5.8) > como é genuíno o amor de Deus! Nós, geralmente, esperamos que as pessoas que de algum
modo nos magoaram dêem "sinais de melhora" antes que passemos a amá-las. O Senhor não viu sinal algum de "melhora"
em nós. Ele simplesmente nos amou, enquanto estávamos em nossa miséria! (Leia Ez 16.4-12).
6.5 - (8.33) > esta é a nossa grande arma contra o acusador, Satanás, que tenta tirar de nós a alegria e a
segurança da nossa salvação pessoal!
1 CORÍNTIOS
*Nota: Corinto, rica cidade portuária (possuía dois portos: Cencréia, que distava 14 km a leste, e Lechaeum, que distava
2,5 km a oeste) e capital da província da Acaia, foi reconstruída pelos romanos em 44 a.C. e era um grande centro
comercial, que se orgulhava de sua cultura, arquitetura e obras de arte. Era cidade tremendamente idólatra e lasciva – num
penhasco elevado e plano, quase inexpugnável em seus 556 metros de altura [Acrocorinto] edificou o templo a Afrodite
(Vênus), a deusa da permissividade, onde havia mil prostitutas cultuais - ao ponto de haver no grego um verbo que
poderíamos transliterar como corintianizar, e que significa prostituir-se. Estima-se que, nos dias do apóstolo Paulo, a
cidade fosse habitada por cerca de 250.000 homens livres e 450.000 escravos.
2. Palavra-Chave: CORREÇÃO
3. Versículo-Chave: "Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados" (11.31).
4. JESUS: esta epístola nos apresenta o Senhor Jesus como a loucura mais sábia que existe! Ele á a nossa
"sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1.30); o único em quem nos devemos gloriar (1.31).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - de todas as epístolas paulinas, esta é a que trata da maior variedade de assuntos. Cerca de 12 temas
são tratados nesta carta, e são eles:
5.1.1 - partidarismo;
5.1.2 - falta de disciplina;
5.1.3 - litígio entre irmãos;
5.1.4 - impureza;
5.1.5 - o comportamento indecoroso da parte de algumas mulheres;
5.1.6 - falta de respeito para com a Ceia do Senhor;
5.1.7 - casamento e celibato;
5.1.8 - carne oferecida a ídolos;
5.1.9 - o exercício dos dons espirituais,;
5.1.10 - a ordem nos cultos públicos;
5.1.11 - a ressurreição;
5.1.12 - ofertas.
5.3 - é verdade que esta epístola é (também) um tratado de disciplina eclesiástica. E é bom ressaltar que,
apesar de falar duramente com a igreja, o coração de Paulo se revela em 1.10 - "Rogo-vos, irmãos, pelo nome do Senhor
Jesus Cristo". Há três elementos importantes aqui:
5.5 - a expressão-chave dos crentes primitivos - Em Cristo - aparece aqui também. Nesta carta, somos
santificados em Cristo (1.2). O apóstolo irá corrigir a igreja, mostrando que a nossa prática de vida tem que corresponder à
obra que o Senhor já realizou por nós.
6. Lições:
6.1 - não se pode tratar seriamente qualquer assunto sem que haja clareza. Nesta epístola, Paulo vai tocar
em questões delicadíssimas. Alguém lhe contou histórias horripilantes sobre a igreja de Corinto. Ele vai ter de enfrentar a
questão. Assim, inicia a carta falando com clareza sobre o que vai tratar, e quem lhe contou o problema (1.11).
6.2 - a igreja não é lugar de partidos. O Senhor Jesus é o Rei, e é somente para Ele que devemos olhar. A
pergunta "acaso está Cristo dividido?" (1.13) é penetrante e triste. Se o Senhor Jesus é um, o Seu corpo, que é a Igreja,
TEM que ser um!
6.3 - "FUGI da impureza!" (6.18). O tempo do verbo na língua original ordena que esta seja uma ação
habitual. Seria como dizer: tenham o hábito de estar sempre fugindo da impureza! Lembre-se: a ordem do Senhor para
você e para mim é: FUGI!
6.5 - esta carta nos leva a pensar no desafio que há em se viver a vida cristã numa cidade grande,
cosmopolita (sendo porto de mar, Corinto recebia pessoas do mundo inteiro), pagã, aberta a todo o tipo de vícios e pecados
da carne, onde é difícil você fazer qualquer coisa (por mais simples que seja) sem ser confrontado em sua fé (os crentes de
Corinto tinham dificuldade até para comprar carne, devido à idolatria da cidade!). Creio que, basicamente, duas lições
ficam para nós quanto a isto:
6.5.1 - o Senhor Jesus é a nossa sabedoria (1.30). É nEle- e SOMENTE nEle - que devemos
buscar orientação e forças para vivermos corretamente no meio de uma sociedade corrupta, perversa e permissiva;
6.5.2 - temos uma salvaguarda: "Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é
fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá
livramento, de sorte que a possais suportar" (10.13).
2 CORÍNTIOS
1. Propósito: o Espírito de Deus levou Paulo a escrever a segunda carta aos coríntios depois de o apóstolo ouvir
um relatório de Tito, no qual este fala do bom efeito produzido pela carta anterior e também diz que há um grupo de
oposição naquela igreja, que ataca a pessoa de Paulo (7.6-9). Este escreve, então, apresentando em sua defesa as suas
credenciais de apóstolo. Um grupo de judeus (aparentemente - 11.22,23) que se diziam apóstolos (11.5,13; 12.11), mas que
pregavam um evangelho falsificado (11.4) e estavam como que escravizando os membros da igreja (11.20), vinha atacando
a pessoa de Paulo, seu ensino e seu caráter. Acusavam-no de:
2. Palavra-Chave: DEFESA
3. Versículo-Chave: "Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós
mesmos como vossos servos por amor de Jesus" (4.5).
4. JESUS: o Senhor Jesus é apresentado nesta carta como Aquele por quem somos consolados (1.5), que sempre
nos conduz em triunfo (2.14), sendo Ele Senhor (4.5), e que resplandece em nossos corações para revelar a glória de Deus
(4.6). A Ele daremos conta (5.10). Nele habita a divindade, e por Ele somos reconciliados com Deus (5.19), sendo o nosso
grande Substituto (5.21).
5. Dados e Particularidades:
1 Coríntios 2 Coríntios
Mostra-nos as lutas da igreja Mostra-nos o caráter de Paulo
É objetiva (direta) e prática É subjetiva (pertence ao íntimo) e pessoal
É ponderada, racional É apaixonada
Trata das influências pagãs sobre a igreja Trata das influências judaizantes sobre a igreja
5.3 - esta carta nos dá uma descrição detalhada (faz uma radiografia) de um apóstolo verdadeiro,
especialmente nos capítulos 1 a 7 e 10 a 13. Mostra-nos, particularmente, quem é Paulo: seus sentimentos, desejos,
desgostos, ambições, obrigações.
5.4 – o incentivo à assistência financeira oferecida pelas igrejas gentias às igrejas judias da Palestina foi
um dos pontos altos do ministério do apóstolo Paulo, mostrando o seu caráter verdadeiramente cristão. Sim, porque tal
como hoje, àquela época havia severas animosidades entre judeus e gentios. E teria sido fácil para Paulo, tão perseguido
por seus patrícios judeus, alimentar nos gentios preconceitos contra a semente física de Abraão. Em vez disso, o apóstolo,
movido pelo Espírito de Deus, incentivou as igrejas gentias a mostrarem amor pelos irmãos judeus, participando
financeiramente de suas dificuldades. Com essa atitude o apóstolo colocou em prática (e ajudou os crentes gentios a fazê-lo
também!) algumas verdades teológicas muito preciosas do Cristianismo: a) há virtude em se fazer o bem àqueles que nos
perseguem (Lc 6.27,28); b) no Senhor Jesus, judeus e gentios são um só povo (Ef 2.11-22). Tendo estas verdades em
mente, estudemos os capítulos 8 e 9 desta carta, que trazem a mais exaustiva discussão sobre a prática do ofertar em todo o
Novo Testamento. Pelo exemplo dos macedônios (8.1-6), os coríntios são desafiados (8.7-9.15). [Nota: a respeito deste
capítulos, Michael Catt diz o seguinte: “Olhe para os Macedônios. Eles não se desprenderam da sua riqueza; eles se
desprenderam da sua pobreza... Generosidade não é algo específico para aqueles que possuem muitos bens. Na verdade,
não é medida por quantidade, mas por sacrifício. Não tem a ver com igualdade de posses; tem a ver com igualdade de
sacrifício”]. Com estes dois capítulos aprendemos:
5.5 - ainda que seja uma carta pessoal, 2 Coríntios traz uma boa orientação doutrinária:
6. Lições:
6.1 - as nossas experiências de tribulação devem produzir sempre em nós a visão de que irão servir para
sermos canais de Deus no consolo do nosso próximo (1.4).
6.2 - a pregação vai ter sempre um resultado: vida ou morte (2.14-17). Ninguém fica sem ser afetado pela
verdadeira pregação! Devemos ter sempre isso em mente. E dizê-lo com toda a clareza aos que nos ouvem!
6.3 - o servo de Deus vive por fé (4.18). Não se empolga com os atrativos deste mundo. Enxerga muito
além. E vive por essa realidade. Vive pelo que é eterno. E para o que é eterno. (Daí o verdadeiro servo não brigar por
coisas, posições, etc. Ele sabe que, aqui, tudo é muito passageiro. A realidade vem depois!).
6.4 - não há a menor abertura para fazermos aliança com o mundo, seja de que tipo for (6.14-7.1). Luz e
trevas não têm como juntar-se. Onde uma entra, a outra tem que sair!
6.5 - o grande exame: 13.5. Observe: esta carta foi escrita a uma igreja! E este exame corrobora o que
aprendemos na primeira carta (1 Co 11.31).
GÁLATAS
1. Propósito: o Senhor havia abençoado a pregação de Paulo na Galácia (região correspondente à área central da
atual Turquia e que, provavelmente, incluía as igrejas fundadas por Paulo nas imediações de Antioquia da Pisídia, nas
cidades de Icônio, Listra e Derbe), e muitos foram convertidos. (Em sua maioria, gentios, que abraçaram a fé com grande
entusiasmo!). Algum tempo depois de o apóstolo ir embora da região, judeus se levantaram para persuadir os novos
convertidos de que não poderiam ser cristãos verdadeiros se não observassem a Lei de Moisés. Imaturos, os gálatas
aceitaram esse ensino judaizante, colocando-se sob o jugo da Lei (1.6,7; 2.20,21; 3.13; 4.4,5). Ao saber disso, Paulo é
movido pelo Espírito a escrever-lhes explicando que o Evangelho nos liberta da Lei e nos capacita a vivermos uma vida
de liberdade no Senhor. Seu objetivo era trazer os irmãos da Galácia de volta ao evangelho puro que lhes fora anunciado -
nem mesmo manifestações angélicas ou uma pregação diferente eventualmente proferida pelo próprio apóstolo deveriam
ser acatadas. Todos deveriam confiar totalmente no sacrifício do Senhor Jesus tanto para a sua salvação como para
viver em novidade de vida. Sobre esta carta, novamente cito o testemunho da ex-freira Peggy O'Neill: "Na Bíblia, lemos
sobre as igrejas da Galácia, onde falsos mestres estavam levando as pessoas a outro evangelho. Estavam voltando ao
domínio da Lei, pois, além de crerem em Jesus Cristo, tinham de observar certas leis religiosas, fazendo do cristianismo um
conjunto de regras e leis por meio dos quais ganhariam o céu. O capítulo três de Gálatas nos diz que Cristo redimiu-nos da
maldição da Lei e que Ele mesmo é o fim da Lei para nossa justificação... Não podemos crer na Lei e na graça ao mesmo
tempo, procurando uni-las, pois desse modo colocamo-nos sob o domínio da Lei. Se adicionarmos qualquer coisa à obra
consumada na cruz, Cristo de nada nos aproveitará. Em Gálatas 2.21, o apóstolo nos diz que, se a justiça vem pela Lei, o
Senhor Jesus morreu em vão. Esta é a gravidade de estar sob o domínio da Lei - temos de ser nossos próprios salvadores; e
a Bíblia afirma que ninguém pode salvar a si mesmo... Portanto, não devemos ficar admirados que o apóstolo, em sua carta
aos Gálatas, tenha usado palavras severas afirmando que, se alguém (mesmo um anjo dos céus) prega outro evangelho, seja
anátema".
2. Palavra-Chave: LIBERDADE
3. Versículo-Chave: "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos
submetais de novo a jugo de escravidão" (5.1).
4. JESUS: em Gálatas há nada menos que 47 referências ao Senhor Jesus, através de 8 designações diferentes:
Filho (1.16); Filho de Deus (2.20); Jesus (6.17), Jesus Cristo (1.1); Cristo Jesus (2.4); Cristo (1.6); Senhor (1.19); Senhor
Jesus Cristo (6.14). Estas designações apontam para a Sua divindade, humanidade, morte expiatória, ressurreição, e poder
para salvar. Ele é apresentado como Aquele que nos liberta do jugo da Lei e do pecado (3.13; 5.24; 6.14).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - enquanto uma enorme variedade de assuntos é tratada em 1 Coríntios, na epístola aos Gálatas há a
preocupação de se combater apenas um erro, estabelecendo-se a verdade de que o Evangelho não é um cristianismo
judaizante, mas algo inteiramente novo!
5.2 - Gálatas, sendo a única epístola endereçada especificamente a um grupo de igrejas, foi escrita em
tom severo. Nela não encontramos elogios, saudações, recomendações, etc. A epístola toda constitui-se numa grande
reprimenda.
5.3 - podemos dividir a maneira como o Evangelho é tratado nesta carta em três seções:
5.4 - alguém poderia pensar que a epístola aos Gálatas e a de Tiago se contradizem. Sendo ambas
Palavra de Deus, isso nunca poderia ocorrer! E, de fato, é assim. Paulo e Tiago se completam, pois foram movidos pelo
mesmo Espírito. Em Gálatas, Paulo é levado a nos ensinar que a fé é meio de justificação, e em Tiago aprendemos que as
obras são a prova dessa justificação. Em Gálatas, olhamos para o pecador; em Tiago, para o salvo.
5.5 - encontramos aqui também a expressão-chave da igreja primitiva. Em Gálatas, somos libertos em
Cristo (2.4). Ele nos libertou do mundo (1.4), da Lei (5.13), e do nosso próprio ego (2.20; 5.24).
6. Lições:
6.2 - a quem você deseja realmente agradar? Leia 1.10. Pense bem. E atente para a parte final do
versículo - Se agradasse ainda a homens, NÃO SERIA SERVO DE CRISTO. Esta é uma palavra extremamente solene! E
resolve muitas questões éticas com as quais nos debatemos!
6.3 - em 2.19 Paulo diz: "Estou crucificado com Cristo". Você pode dizer a mesma coisa? Quando foi
que você morreu? Hoje cedo você morreu novamente?
6.4 - já prestou atenção à promessa de 5.16? Trata-se de uma promessa do Deus infalível! Do Deus que
não pode mentir! Observe atentamente a palavra jamais.
6.5 - o versículo 7 do capítulo 6 tem um alcance muito mais sério e profundo do que se pode pensar.
Aliás, muitos de nós vivemos como se ele não existisse. Porém, se quisermos conhecer a sua extensão, basta olharmos para
a história da nação de Israel.
EFÉSIOS
1. Propósito: os capítulos 19 e 20 de Atos nos oferecem farto material sobre o ministério do apóstolo Paulo em
Éfeso, cidade portuária bastante populosa (cerca de 500.000 habitantes à época – a quinta mais populosa do Império!),
situada na foz do rio Cayster, e capital da província romana da Ásia (atual Turquia), onde a vida religiosa era dominada
pela adoração ao Imperador e sua família, por outras formas de idolatria (especialmente o culto à deusa Diana*, cujo
templo, lá edificado, era considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo**), e por manifestações de negro
ocultismo. Éfeso, cujos habitantes civis ricos eram chamados de asiarcas (At 19.31), era uma típica cidade greco-romana,
com um anfiteatro impressionante (capacidade para 24.000 pessoas!) e com vida moral pobre (havia um grande bordel em
um dos cruzamentos principais da cidade).
*Nota: Diana dos Efésios, ou Ártemis, não deve der confundida com a deusa grega Ártemis, que era a deusa da caça. Diana
era a deusa da fertilidade. Geralmente, sua imagem trazia muitos ovos pendurados desde os ombros até à cintura.
**Nota: construído pela primeira vez por volta do ano 800 a.C., o templo de Diana foi destruído e reconstruído muitas
vezes. Da última vez, o trabalho durou cerca de 100 anos! É provável que tenha sido o primeiro templo a ser construído
totalmente em mármore. Media cerca de 120 metros de comprimento, por 80 de largura. Seu teto era sustentado por 127
colunas, cada uma com 30 metros de altura. No interior, havia muitas obras de arte, inclusive quatro estátuas de bronze
representando amazonas.
Certamente sua população vivia sob forte opressão demoníaca. Conseqüentemente, os membros da igreja local
deviam enfrentar sérias batalhas (quem sabe, como as que enfrentam os crentes que vivem aqui no Brasil, especialmente
em cidades como Juazeiro do Norte, Canindé, Trindade, Rio Grande ou Aparecida do Norte). Assim, o Espírito de Deus
moveu Paulo a escrever esta carta para encorajar a igreja, fazendo-a compreender que estamos, sim, em meio a uma
grande batalha, mas levando-a à maturidade plena e à convicção de que o Senhor Jesus é completamente vencedor e
nos faz vencedores nEle! Qual o método que ele empregou para isso?
1.1 - procurou mostrar à igreja toda a riqueza da qual ela é dona. Ela é família de Deus (1-3);
1.2 - exortou a igreja a viver de modo prático de acordo com essa riqueza que lhe foi dada (4-6).
2. Palavra-Chave: IGREJA
3. Versículo-Chave: "Assim já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da
família de Deus" (2.19).
4. JESUS: a expressão-chave da igreja primitiva (ou sua equivalente) aparece em Efésios cerca de 35 vezes.
(Mais do que em qualquer outro livro do Novo Testamento!). O ponto alto da carta é mostrar que, por estarmos em Cristo,
somos abençoados com toda sorte de bênção espiritual (1.3), estando assentados nos lugares celestiais (2.6). Em Cristo
somos exaltados, abençoados, vencedores. Por isso, Ele é chamado de AMADO (1.6).
5. Dados e Particularidades:
5.3 - em Efésios o Senhor nos desvenda, de um modo inigualável, toda a riqueza com que coroou a Sua
igreja. Somos adotados, aceitos, redimidos, perdoados, feitos herdeiros, selados com o Espírito Santo prometido, temos
vida, a Sua graça, recebemos o dom da fé, somos da família de Deus! (Aleluia!!!).
5.5 - nesta carta vemos o que a Igreja é aos olhos do Senhor: sua unidade, beleza, funcionamento. Na
prática, ela pode ser muito diferente daquilo que é idealmente. Todavia, a despeito disso, ao longo dos séculos o Senhor
vem cumprindo os Seus propósitos por intermédio dela. A igreja não é um agregado sectarista de judeus, ou de gentios, ou
desta ou daquela denominação, mas é a união de todos os fiéis realmente lavados no sangue do Cordeiro (4.4-6). (Nota: é
curioso ver Efésios logo depois de Gálatas na seqüência dos livros do Novo Testamento, uma vez que, naquela epístola, a
luta do Espírito era exatamente para libertar os recém convertidos de idéias sectaristas!). O alvo final do Senhor para a
Igreja é: "apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem
defeito" (5.27).
6. Lições:
6.1 - você sabe o que é a Igreja, para Deus? Conhece claramente o que Ele diz a respeito dela? Sente-se
parte dela? O que Ele diz a respeito dela tem a ver com você? Leia os capítulos 1 a 3.
6.2 - você, como evangelista, missionário, líder, tem claramente para si o alvo de 4.11-14? Esta é a sua
meta? Está lutando por alcançá-la de modo definido?
6.3 - (4.19) > cuidado com o risco de se tornar insensível! Esta palavra, na língua original, traz a idéia de
formar-se um calo grosso no coração, na mente e a pessoa perde a percepção do que seja pecado. Então, ela se entrega a
ele com avidez.
6.4 - qual o padrão de vida no seu lar? Leia 5.22-6.4.
6.5 - a questão de estarmos em constante guerra contra as trevas é uma coisa clara para você? Não me
refiro às ondas novidadeiras que assolam as igrejas dos nossos dias. Refiro-me à luta contra as trevas. Você vive-a
constantemente todos os dias? Percebe-a, ao menos? Está vestindo a armadura de Deus? Completa? (6.10-20).
FILIPENSES
1. Propósito: visitada por Paulo e Silas durante a segunda viagem missionária (At 16.12-40) Filipos (cidade
cujo nome homenageia Felipe II, pai de Alexandre, o Grande), devia sua importância em parte à sua localização: ficava às
margens da Via Egnatia, a maior via comercial da época entre o ocidente e o oriente. Fortes laços de amor cristão uniam
Paulo aos membros da igreja de Filipos, por ele fundada. Agora, preso em Roma, o apóstolo é levado pelo Espírito de Deus
a escrever uma carta aos filipenses repassada de ternura, com um propósito triplo:
1.1 - expressar sua gratidão por uma oferta que lhe fora enviada pela igreja (4.18 – quantas necessidades
ele teria na prisão!);
1.2 - dar notícias da sua situação pessoal (1.12-26),
2. Palavra-Chave: CONTENTAMENTO
3. Versículo-Chave: "Tanto sei estar humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as
circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura, como de fome; assim de abundância, como de escassez; tudo
posso naquele que me fortalece" (4.12,13).
4. JESUS: a passagem Cristológica famosa de Filipenses é a chamada passagem kenosis (palavra que, no
grego, significa esvaziar-se). Com o objetivo de levar os filipenses a se parecerem mais com o Senhor Jesus, o Espírito
Santo leva Paulo a apresentá-Lo como Aquele que Se esvaziou a Si mesmo, assumindo a forma de servo e humilhando-Se
até à morte, e morte de cruz (2.5-11). O modo como o Senhor Jesus viveu e morreu é o modelo a ser seguido pelos que por
Ele foram alcançados. Ele é o Modelo Perfeito! E Paulo ama tanto esse seu Modelo e Senhor, e quer se parecer tanto com
Ele, que chega a dizer aos filipenses: para mim o viver é Cristo (1.21).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - Filipos foi a primeira cidade européia a receber o Evangelho. E Lídia, que era de Tiatira (na Ásia),
foi a primeira convertida (At 16). A igreja de Filipos era tremendamente liberal (no bom sentido da palavra!). Esta foi a
quarta vez que enviou oferta para o sustento de Paulo. (Enviara duas vezes quando ele estava em Tessalônica - 4.15,16 - e
uma vez quando estava em Corinto - 2 Co 11.9).
5.2 - o tom de toda a carta é de muita alegria. Aliás, o termo regozijai-vos (ou seus equivalentes), ocorre
dezesseis vezes em seus quatro capítulos. Isto nos ensina que a experiência cristã normal deve ser de uma alegria
permanente no coração, independentemente das circunstâncias. E essa alegria se completa numa vida de união com os
irmãos.
5.3 - esta é a única epístola que, em sua introdução, é endereçada também a bispos e diáconos, de modo
bem específico. Por que razão? Não se sabe ao certo. Duas possibilidades são bastantes plausíveis:
5.3.1 - talvez a iniciativa do envio da oferta ao apóstolo - prisioneiro em Roma - tenha partido
deles. Assim, Paulo quer demonstrar o seu reconhecimento e gratidão a eles, de modo particular;
5.3.2 - ou, talvez, diante do risco da presença de "cães - maus obreiros" (3.2) em Filipos, Paulo
desejasse reconhecer publicamente mais uma vez a autoridade dos líderes da igreja, fornecendo suporte ainda maior para
que continuassem a ser respeitados por toda a assembléia.
5.4 - note a força com que o texto nos exorta a respeito dos judaizantes (aqueles que desejam acrescentar
a observância da Lei ao Evangelho da graça): três vezes em seguida lemos o imperativo ACAUTELAI-VOS (3.2). É
preciso tomar cuidado, pois é muito fácil querer-se colocar acréscimos ao Evangelho puro e simples. O coração humano é
incapaz de se contentar com a singeleza de Deus (Veja 2 Rs 5.9-12). E sempre haverá os defensores de tais acréscimos.
Todavia, eles são chamados na Palavra de Deus de cães, maus obreiros, e falsa circuncisão. (Não podemo-nos esquecer de
que são obreiros. São missionários. Mas, do falso ensino. É preciso tomar MUITO cuidado!).
5.5 - nesta carta a expressão-chave aparece novamente. Desta vez, os irmãos são estimulados em Cristo
(1.14). É interessante que, no Senhor, até mesmo o que poderia ser desânimo e derrota se torna um estímulo positivo: as
algemas de Paulo (o fato de ter sido preso) se tornaram um estímulo (no Senhor) para os irmãos anunciarem com mais
intrepidez a Palavra de Deus! As pedras que Satanás coloca em nosso caminho para bloqueá-lo, acabam pavimentando-o,
impulsionando, assim, o nosso andar! Aleluia!!!
6. Lições:
6.3 - convém atentar para 2.14. Observe a palavra tudo (no texto original, ela dá início à frase - "tudo
fazei..."). Você tem espírito de murmuração? Encontra sempre um motivo para reclamar? Este versículo está num contexto
que fala em obediência. Você obedece aos mandados de Deus com alegria? A sua alegria é fazer a vontade dEle? (Jo 4.34).
Você colhe o seu maná com alegria, ou por dever? Prega com alegria, ou por dever? Faz o trabalho de visitação com
alegria, ou por dever?
6.4 - vale a pena aprendermos alguma coisa sobre Epafrodito (amorável). Como, de fato, era amorável
este irmão! Em 2.25 Paulo se refere a ele como:
6.4.1 - meu irmão, ou seja, membro da mesma família de Deus, pela fé em Jesus;
6.4.2 - cooperador, ou seja, eram unidos não apenas pela fé, mas também pelo trabalho que
realizavam;
6.4.3 - companheiro, ou seja, eram unidos não só na fé, ou no trabalho, mas na batalha (a idéia é a
de um companheiro de guerra). A prova disso está em 2.30 - "visto que, por causa da obra de Cristo, chegou ele às portas
da morte, e se dispôs a dar a própria vida, para suprir a vossa carência de socorro para comigo".
6.5 - é sempre bom lembrarmos que "a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (3.20). Não somos daqui. Temos vivido essa realidade? Onde está o seu coração? -
"porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração" (Mt 6.21). Você tem realmente aguardado a chegada do
Senhor Jesus? Leia 2 Pe 3.10-13. MARANATA!
COLOSSENSES
1. Propósito: Paulo recebera na prisão em Roma, a visita de Epafras (1.7,8), provavelmente o pastor da igreja da
cidade de Colossos (situada na Frígia - atual Turquia - no vale do rio Lycus, a apenas 11 km da rica Laodicéia e a 160 km a
sudeste de Éfeso, era uma cidade em decadência à época, da qual pouco se sabe). Com certeza, ficara sabendo que um
ataque terrível do inimigo estava ameaçando a igreja: uma filosofia que combinava elementos da especulação grega (2.4,8-
10), com o legalismo judaizante (2.16,17), com o misticismo oriental (2.18,19). Para combater esse ensino pernicioso,
Paulo, movido pelo Espírito de Deus, escreve esta carta apresentando os atributos do Senhor Jesus. Uma Cristologia
clara e completa é o melhor antídoto à heresia!
2. Palavra-Chave: CRISTO
4. JESUS: nesta epístola, o Senhor Jesus é apresentado de maneira fulgurante! E era necessário que assim
fosse, pois a heresia colossense ensinava algo mais ou menos nestes termos: Jesus salva, mas Ele não é completo; é
preciso acrescentar algo à Sua obra... Diante disso, o uso repetido e enfático do termo plenitude, por exemplo, se faz
necessário. E Ele precisa ser conhecido como realmente é:
5. Dados e Particularidades:
5.1 - faziam parte da igreja de Colossos nossos irmãos Árquipo, Ápia, Filemom e Onésimo. Aliás,
Onésimo, o escravo fugitivo, foi o companheiro de Tíquico, o portador desta carta à igreja (4.7-9), assim como da carta aos
Efésios (Ef 6.21) e, com certeza, da carta a Filemom. Pensando em Onésimo e Filemom, é bom estudarmos o que
Colossenses nos ensina sobre as relações entre patrões e empregados: 3.22-4.1.
5.3 - escritas na mesma época, Colossenses e Efésios são cartas paralelas. Citado por Scroggie, Farrar diz
que "são gêmeas, muito parecidas, que, no entanto, têm diferenças marcantes...". Ambas falam de Cristo e a Igreja, só que
Efésios dá ênfase à Igreja, e Colossenses, a Cristo. Ambas trazem passagens de muita semelhança, como, por exemplo, as
que falam das relações da família (3.18-21; Ef 5.22-6.4), ou das relações entre patrões e empregados (3.22-4.1; Ef 6.5-9).
5.4 - é muito bonito observarmos como Paulo trata os colossenses. Ele irá tocar num assunto delicado: a
proximidade perigosa da heresia colossense. A igreja pode estar fragilizada. Sensível. Então, com muito tato, começa
reforçando as atitudes certas dos crentes (1.4-6). Eles têm fé, amam-se mutuamente, e têm produzido fruto. Estão
crescendo. E Paulo, movido pelo Espírito, reconhece isso! Não "tenta passar conversa" nos irmãos de Colossos.
Honestamente, e em amor, reconhece as suas qualidades. E, então, depois de fazê-lo, alerta-os quanto ao perigo que
correm.
5.5 - a expressão-chave também ocorre aqui. Nesta carta, nós fomos circuncidados em Cristo, ou seja,
nEle fomos libertos do domínio da carne (2.11). Morremos com Jesus para os rudimentos do mundo (2.20), e ressuscitamos
com Ele. Assim, temos o privilégio de buscar as coisas lá do alto, onde Ele está (3.1)!
6. Lições:
6.1 - há um hino de vitória em Colossenses que devemos cantar diariamente: "Ele nos libertou do império
das trevas" (1.13). Éramos escravos das trevas. Mas, Ele nos libertou! Você está vivendo na prática essa libertação? Se o
Evangelho só é uma teoria para você, não tem valor algum em sua vida. Leia 1.21-23 e observe a expressão "se é que
permaneceis".
6.2 - fomos libertos; agora, cabe-nos fazer morrer a nossa natureza terrena (3.5-11). Se passamos o nosso
dia a tentar ressuscitá-la, alimentá-la... as conseqüências, certamente virão. É nossa responsabilidade fazer morrer a nossa
natureza terrena. Caso contrário, não haveria esta ordem na Palavra! Isso cabe a nós! E a melhor maneira de fazê-la morrer
é não alimentá-la.
6.3 - é sempre oportuno lembrar a ordem: "Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai
vós" (3.13). Veja Mt 6.12,14,15; 18.35. Existe alguém a quem você ainda não perdoou?
6.4 - "Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora" (4.5). É sempre bom lembrar que a
reputação do Evangelho depende da conduta dos seus seguidores. A maioria das pessoas não lê a Bíblia. No entanto,
procura ler (até mui detalhadamente!) a nossa vida! Não podemos viver de modo duplo: na igreja de um modo; fora, de
outro. Essa incoerência é logo detectada. E o Evangelho torna-se blasfemado entre os incrédulos.
6.5 - (4.6) > o que vem a ser uma palavra temperada com sal? Aqueles que são o sal da terra (5.13)
precisam tê-la sempre em seus lábios! Não podem ter uma conversa insípida. O sal:
6.5.1 - evita a corrupção. Assim tem que ser a nossa conversação - 1 Co 15.33; Ef 4.29;
6.5.2 - dá sabor. Não é alguma coisa "sem graça". A nossa conversação deve tornar agradável o
ambiente;
6.5.3 - dá sede. Ela deve sempre despertar nas pessoas o desejo de irem a Jesus, a Fonte de Água
Viva!
1 TESSALONICENSES
1. Propósito: o Espírito de Deus levou Paulo a se preocupar com a igreja de Tessalônica (cidade marítima
situada às margens da Via Egnatia que o apóstolo visitou em sua segunda viagem missionária, e onde foi taxado de
transtornar o mundo - At 17.6 - e de onde, exatamente por essa razão, teve que retirar-se). Para lá enviou Timóteo (3.1-6),
no intuito de ajudar os tessalonicenses convertidos em seu novo andar. Com a volta de Timóteo a Corinto, Paulo ficou
sabendo que aqueles irmãos estavam firmes. Todavia, os problemas naturais de uma igreja recém formada (por gentios,
em sua maioria), além do fato de que, no coração de certos membros pairavam algumas dúvidas com relação aos queridos
(crentes) que já haviam morrido, moveram Paulo a tentar esclarecê-los e orientá-los. Ele exorta a todos no sentido de
viverem de modo digno do Senhor, para serem encontrados irrepreensíveis na Sua vinda.
2. Palavra-Chave: VINDA
3. Versículo-Chave: "e o Senhor vos faça crescer, e aumentar no amor uns para com os outros e para com
todos, como também nós para convosco; a fim de que sejam os vossos corações confirmados em santidade, isentos de
culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos" (3.12,13).
4. JESUS: nesta carta, o Senhor Jesus é visto como a grande esperança do crente! Ele é Aquele "que morreu
por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com Ele" (5.10). Descerá dos céus, ressuscitando os
que morreram na fé, e unindo-os aos fiéis que estiverem vivos, para estarem todos com Ele para sempre (4.16,17).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - o tema da segunda vinda do Senhor Jesus está muito presente nesta carta. Cada um dos seus cinco
capítulos termina com uma nota a respeito do assunto:
5.1.1 - (1.10) > "e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os
mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura";
5.1.2 - (2.19) > "Pois, quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na
presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós?";
5.1.3 - (3.13) > "a fim de que sejam os vossos corações confirmados em santidade, isentos de
culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos";
5.1.4 - (4.16) > "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do
arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro";
5.1.5 - (5.23) > "O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo,
sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo".
Nota: o ensino apostólico era muito claro com relação a este assunto. O apóstolo Pedro fala que Jesus está nos céus
aguardando os tempos da restauração (At 3.21). Em Atenas, pouco depois de passar por Tessalônica, Paulo, movido pelo
Espírito, diz que Deus estabeleceu um dia "em que há de julgar o mundo com justiça por meio de um varão que destinou e
acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos" (At 17.31). As duas cartas escritas aos tessalonicenses trazem
o relato mais antigo sobre o assunto.
5.2.1 - (1-2) > nestes capítulos o Espírito leva Paulo a ajudar a igreja a se lembrar de como foi que
o Evangelho chegou até ela: por meio de uma operação genuína do Senhor. Não houve nada de "tapeação" humana;
5.2.2 - (3) > então, Paulo fala da sua alegria ao ouvir o relatório dado por Timóteo: a igreja
continua crescendo espiritualmente, mesmo em meio a lutas;
5.3 - 1 Tessalonicenses é caracterizada por sua tremenda simplicidade. Não faz uma só referência ao
Velho Testamento. Contudo, é tão profunda quanto as demais epístolas! (O Divino Autor é sempre o mesmo!!!). Uma
doutrina básica que é claramente apresentada aqui é a da Trindade. Vejamos:
5.4.1 - o homem natural está destinado a receber sobre si a ira de Deus - 1.10;
5.4.2 - em Sua soberania, Deus elege alguns para a salvação - 1.4; 5.9;
5.4.3 - essa eleição implica numa vida de santificação - 4.7
5.4.4 - enquanto neste mundo, o eleito é tentado por Satanás, que procura fazê-lo apostatar - 3.5.
5.5 - há uma nota muito interessante aqui. Em At 16, na descrição de parte da segunda viagem
missionária de Paulo, encontramos a seguinte nota: "E percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo
Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o
permitiu" (vers. 6,7). Agora, nesta carta, falando a respeito de uma outra ocasião, lemos: "Por isto quisemos ir até vós
(pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas), contudo Satanás nos barrou o caminho" (2.18). É preciso
discernir quando um impedimento vem do Senhor, e quando vem de Satanás. (Veja outros textos que mostram a oposição
de Satanás aos servos de Deus: Dn 10; Zc 3.1).
6. Lições:
6.1 - (2.7,8) > o caráter de Paulo como missionário: abria mão de "direitos básicos" e estava pronto a
oferecer a própria vida aos irmãos. Avaliemo-nos à luz desse testemunho. Você tem brigado com alguma igreja por causa
dos seus direitos? Por salário? Avalie-se: Você pensa mais em como pode dar-se, ou no que tem direito de receber?
6.2 - (4.1-8) > há quem rejeite a pregação que visa a pureza moral dos santos. Diz que os tempos são
outros, e que devemos ter mente aberta. Atente para o que diz o texto, e, de modo particular, para o seu fecho: "quem
rejeita estas cousas não rejeita ao homem, e, sim, a Deus" (v.8).
6.3 - (4.18; 5.11) > falar sobre a vinda do Senhor Jesus é grande fonte de consolo para a Igreja. Você tem
se alimentado com essas palavras? E tem-nas dividido com os irmãos? Tem pregado sobre isso?
6.4 - (5.12,13) > qual a nossa atitude para com os irmãos que nos lideram na igreja? A ordem é:
6.5 - (5.14) > qual a nossa atitude para com os demais irmãos? A ordem é:
2 TESSALONICENSES
1. Propósito: não muito depois de enviar a primeira epístola aos Tessalonicenses, o Espírito de Deus leva Paulo
a escrever uma segunda carta àqueles irmãos, pois alguns dos problemas que seriam embrionários à época em que a
primeira carta fora escrita, haviam tomado corpo com o passar do tempo. O primeiro desses problemas tinha a ver com uma
compreensão errônea da doutrina já ensinada (tanto pessoalmente - 2.5 - como na carta anterior) sobre a segunda vinda do
Senhor. Assim, o apóstolo vai oferecer à igreja critérios definidos que possam ajudá-la a reconhecer os sinais que
indicarão a proximidade da vinda de Jesus. Mais: como conseqüência dessa compreensão errônea (que se constituía no
primeiro problema), muitos haviam assumido uma atitude errada de vida ("não precisamos mais trabalhar!"), o que se
constituiu no segundo problema a ser corrigido por meio da carta.
3. Versículo-Chave: "Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro
venha a apostasia, e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição" (2.3).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - esta epístola é a mais curta de todas as que Paulo escreveu para igrejas. Traz o seu material
organizado de modo bem definido, seguindo um tema central: a aparição do Senhor Jesus Cristo. E vai mostrar que a
vinda do Senhor, sendo súbita (1 Ts 5.3,4), pode não ser imediata* ("isto não acontecerá sem que primeiro..." - 2.3).
5.2 - que critérios bem definidos temos para percebermos a aproximação do dia do Senhor? Ei-los:
**Nota: a respeito destes critérios, transcrevo aqui palavras de Anthony Hoekema, teólogo holandês de grande prestígio
entre os reformados, em seu livro "A Bíblia e o Futuro", páginas 184 a 187 da 2º edição em português:
Acrescento: "Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora,
muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora" (1 Jo 2.18).
PRIMEIRA SEGUNDA
Escrita para confortar os crentes Escrita para mostrar o juízo que virá sobre os inimigos de Jesus
Fala da Igreja Fala do mundo
Fala da Parousia (4.15) Fala do Apocalypsis (1.7)
Enfatiza a vinda do Senhor nos ares Enfatiza a vinda do Senhor à Terra
5.4 - quanto ao segundo problema de que trata a carta: seguindo o falso ensino de que o dia do Senhor já
chegara (2.2), muitos decidiram não mais trabalhar (3.6-15). Os crentes daquela época aguardavam o retorno iminente do
Senhor. E isso está certo! Todavia, a maneira como faziam-no, deixando de trabalhar, é que estava errada!
5.5 - os versículos 6-8 do capítulo 2 talvez sejam os que oferecem maior dificuldade de interpretação
nesta epístola. Vejamos:
5.5.1 - no versículo 6 aprendemos que algo, ou alguém, está bloqueando a manifestação do
homem da iniquidade. O que, ou quem é, não sabemos. Os tessalonicenses sabiam-no! Estamos bem mais atrasados que
eles. Agostinho chegou a confessar que, mesmo envidando os maiores esforços, não conseguiu descobrir quem ou o que
era essa influência restringente.
5.5.2 - quem é o iníquo? É perigoso apontarmos para quem quer que seja. Mas, vale a pena
lembrar que Satanás almeja ter alguém a quem possa controlar completamente, e que realize a sua vontade, tal como o
Senhor Jesus realizou completamente a vontade do Pai. Este será o iníquo.
6. Lições:
6.1.1 - sofrerão penalidade de eterna destruição. (Atente para o fato de que, sendo eterna, essa
punição não pode ser aniquilação, pois a aniquilação implica em um fim, o que deixaria de ser eterno).
6.1.2 - serão banidos da face do Senhor e da glória do Seu poder. Enquanto a vida eterna implica
na contemplação da face do Senhor (Ap 22.4; Sl 17.15; Mt 5.8), a penalidade eterna implica em viver para sempre longe
dEle (Is 2.10,19,21).
6.2 - a expressão-chave aparece também aqui. Naquele dia, o Senhor será admirado em nós (1.10). Isto
significa que nós iremos refletir a Sua luz! O menor vestígio do pecado terá sido tirado de nós. Seremos refletores da Sua
glória! Ele verá isso, e Se alegrará! Os anjos o verão, e se alegrarão. ALELUIA! MARANATA!!!
6.3 - como é importante termos firmeza, forte convicção! O Espírito Santo leva Paulo a dizer nesta carta:
"nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente com facilidade [ficar subitamente abalados], nem vos
perturbeis [ficar continuamente perturbados], quer por espírito [do tipo "recebi uma revelação"], quer por palavra [do tipo
"eu posso interpretar"], quer por epístola [por exemplo: uma carta falsa - 3.17], como se procedesse de nós, supondo ter
chegado o dia do Senhor" (2.2). É preciso conhecer a fundo a Palavra, autêntica, para não sermos abalados pela falsidade!
6.4 - quem não acolhe a Verdade, acaba sendo presa da eficácia de Satanás (2.9,10). Já vimos essa lição
anteriormente, e é importantíssimo relembrá-la. Poder, sinais e prodígios da mentira, irão sempre embaraçar o caminho de
quem não quer andar desimpedidamente com o Senhor, levando-o à perdição eterna. CUIDADO!
6.5.1 - ele precisa ser notado, ou seja, é preciso definir com clareza quem está desobedecendo o
que. Isto posto, esse irmão não poderá ser tratado como se nada estivesse acontecendo;
6.5.2 - ele terá que ficar de lado, num "semi-desprezo". Deverá haver uma demonstração clara de
reprovação (3.6). Ele precisa ser levado a se envergonhar de sua atitude e situação;
6.5.3 - todavia, não deve ser tido como inimigo, mas, como irmão. Se é nosso dever amar os
nossos inimigos, que dirá os irmãos?!
1 TIMÓTEO
1. Propósito: o apóstolo velho e experiente é movido pelo Espírito Santo a escrever ao jovem pastor Timóteo,
que está enfrentando o peso da responsabilidade de supervisionar a obra de Deus em Éfeso. O desafio é imenso: Timóteo
precisa:
1.1 - combater as falsas doutrinas (Paulo predissera que a igreja seria atacada - At 20.29,30; 1 Tm 1.3-7;
4.1-3; 6.3-5).
1.2 - Ele também precisa de orientação quanto a como se deve realizar os cultos públicos (2).
1.3 - E precisa ter em mente quais as qualidades que devem fazer parte do caráter e comportamento dos
líderes da igreja (3.1-13).
1.4- Por outro lado, precisa ele mesmo ser orientado quanto à sua conduta pessoal (4.6-5.24; 6.11-21).
Portanto, o pastor Timóteo deve combater as falsas doutrinas, apresentando a sã doutrina; deve treinar uma
liderança de qualidade; deve ensinar a Palavra; e deve estimular as pessoas a se conduzirem como verdadeiros cristãos,
a partir do seu exemplo pessoal. Nesta, assim como nas demais epístolas pastorais, aprendemos que servir ao Senhor não
é basicamente não fazer coisas erradas (embora isso seja importante, é claro!), mas fazer coisas certas! É dessa forma que
vencemos o mal com o bem!
3. Versículo-Chave: “Escrevo-te estas cousas esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques
ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade" (3.14,15).
4. JESUS: em 1 Timóteo o Senhor Jesus é apresentado como Aquele que veio ao mundo para salvar pecadores
(1.15), tendo-Se dado em resgate por todos (2.6), e sendo o único Mediador entre Deus e os homens (2.5). Ele é "Aquele
5. Dados e Particularidades:
5.1 - quem é Timóteo? Seu nome significa honrado de Deus. Nascido provavelmente em Listra (At 16.1),
filho de uma judia crente chamada Eunice, casada com um grego, e neto de Loide (2 Tm 1.5), foi convertido pelo
ministério de Paulo (1.2), provavelmente quando de sua primeira viagem missionária. Na segunda viagem, passando por
Listra, Paulo o convida para ser seu companheiro (At 16.3). Vai com o apóstolo a Trôade, Filipos, Tessalônica e Beréia,
onde permanece até que Paulo o chame desde Atenas (At 17.14,15). De Atenas, é enviado a Tessalônica (1 Ts 3.1,2).
Voltando, encontra-se com o apóstolo em Corinto (At 18.5). Juntos, vão para Éfeso, de onde é enviado até à Macedônia (At
19.21,22). Depois, segue com Paulo em sua viagem a Jerusalém (At 20.4). Não sabemos se chegou a Jerusalém ou se ficou
em algum lugar no caminho. Mais tarde, é encontrado com Paulo em Roma (Cl 1.1). Depois, vai pastorear o campo de
Éfeso, onde está quando recebe as duas epístolas enviadas pelo velho apóstolo. É provável que, à vista do pedido formulado
por Paulo em sua segunda carta (4.9), tenha seguido novamente para Roma. Não sabemos se o seu pai espiritual ainda
estava vivo quando chegou lá. Em alguma época de sua vida esteve preso (Hb 13.23). Sua saúde era frágil (5.23).
Juntamente com Silas e Lucas foi um companheiro fiel e constante do apóstolo.
5.2 - uma expressão bastante encontrada nesta carta é: "Fiel é a palavra" (1.15; 3.1; 4.9). Essa
expressão, que também aparece em 2 Timóteo (2.11) e Tito (3.8), indica que o assunto que será introduzido é seguro, por
já ter passado pelo teste da experiência. Não se trata de uma teoria, mas de uma verdade estabelecida, absolutamente
comprovada. Trata-se de algo amplamente aceito pelos crentes, por saberem ser sólido.
5.3 - o capítulo três desta carta apresenta-nos a lista das qualidades a serem encontradas nos líderes da
Igreja. É muito interessante observar nessa lista a ausência de "qualidades" relacionadas ao sucesso segundo o mundo
(dinheiro, títulos, nível cultural, status social, etc.). O que o nosso Deus valoriza são as qualidades do caráter, mostrando-
nos que a verdadeira autoridade espiritual advém do nosso andar com Deus (do tanto que somos parecidos com Jesus) e não
do sucesso que porventura o mundo nos outorgue.
5.4 - à época, alguém estaria ensinando que uma vida piedosa acabaria atraindo bênçãos materiais (6.5-8).
Aprendemos nesta carta que o lucro de uma vida piedosa está muito além de bênçãos materiais.
5.5 - vejamos alguns aspectos do ministério cristão, claramente delineados nesta epístola:
6. Lições:
6.1 - observe como esta carta fala em consciência boa: (1.5,19; 3.9; 4.2). Que alerta solene o Espírito nos
dá: "...alguns, tendo rejeitado a boa consciência vieram a naufragar na fé" (1.19)! R.C. Sproul diz que "uma boa
consciência é uma consciência treinada pelo Espírito Santo através da Palavra de Deus... Isso é tão essencial para a saúde
espiritual como a dor real é para a saúde física. A dor assinala alguma enfermidade. Se perdermos a capacidade de
experimentar dor, não nos restará um sistema de alerta quanto a qualquer enfermidade séria". Como está a sua consciência?
Você tem sido sensível aos seus apelos? Tem lutado para mantê-la sempre limpa? Quando você vai participar da Ceia do
Senhor, em que estado fica a sua consciência?
6.2 - gostaria de enfatizar duas qualidades necessárias a um líder: 3.4-6. Se não conseguimos dominar os
nossos filhos, não estamos aptos a liderar o povo de Deus. Incomoda-me pensar que, em sua maioria, os filhos dos obreiros
são tidos como dos menos comportados nos cultos e reuniões, para se dizer o mínimo. Por outro lado, temo que muitos
homens recém-convertidos, e com pouquíssima experiência de vida cristã, estejam sendo eleitos diáconos e presbíteros.
Isso está em desacordo com a Palavra de Deus. Não há o que discutir.
6.3 - como você repreende os seus irmãos em Cristo? Está fora de questão o fato de que há pessoas que
precisam ser repreendidas. E cabe ao líder fazê-lo. Todavia, há uma conduta correta a ser observada (5.1):
6.4 - muitos são zelosos para com o ministério, negligenciando, contudo, a sua família. A exortação de
5.8 é muito séria. Ser um bom obreiro, e um mau filho, é negar a fé e ser pior do que o descrente. Ser um bom obreiro, e
um mau cônjuge ou um mau pai, é negar a fé e ser pior do que o descrente. Como você trata os seus pais? Familiares?
Cuidado para não negar a fé que você prega, por meio da sua atitude para com a sua família!
6.5 - como você lida com o dinheiro? Este é outro assunto sério na vida de um obreiro. Quero apenas
destacar que a cobiça do dinheiro tem levado pessoas a se desviar da fé (6.10). Medite longamente nisto: "Ora, os que
querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os
homens na ruína e perdição" (6.9).
2 TIMÓTEO
1. Propósito: nesta carta, o Espírito Santo leva Paulo a encorajar Timóteo no desempenho do ministério, e a
pedir-lhe que vá a Roma (1.4; 4.9,21). É bom lembrarmos que o apóstolo fora abandonado por todos os da Ásia (1.15);
ninguém o ajudara em sua primeira defesa (4.16); e ele enfrentava momentos difíceis, preso como malfeitor (2.9). Percebia,
também, que o seu fim estava próximo (4.6,18). Numa hora sombria como essa, vendo a igreja perseguida (3.11) e a
apostasia chegando (2.17,18), Paulo não demonstra o menor sinal de arrependimento por haver devotado sua vida ao
Senhor Jesus e à Sua igreja. Não se vê duvidando. Olha para o fim com a expectativa gloriosa de quem será levado salvo
para o reino celestial do Senhor (4.18). Assim, é com autoridade que ele pode encorajar o jovem Timóteo! [Obs.: Não
sabemos se Timóteo terá chegado a tempo de se reunir aqui na Terra pela última vez com seu mentor e pai na fé antes que a
mão do executor martirizasse o apóstolo e este fosse receber a recompensa celeste que tão confiantemente aguardara].
2. Palavra-Chave: ENCORAJAMENTO
3. Versículo-Chave: "Tu, porém, sê sóbrio em todas as cousas, suporta as aflições, faze o trabalho de
evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério" (4.5).
4. JESUS: é apresentado nesta carta como Aquele que é o nosso Salvador, "o qual não só destruiu a morte,
como trouxe à luz a vida e a imortalidade" (1.10). Ele é o descendente de Davi, ressuscitado dentre os mortos (2.8). Se
morremos com Ele, também com Ele viveremos (2.11). Com Ele reinaremos, se perseverarmos (2.12). Naquele dia, Ele
dará a coroa da justiça a todos os que amam a Sua vinda (4.8).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - as chamadas "epístolas pastorais" - 1 e 2 Timóteo e Tito - como últimos documentos deixados pelo
apóstolo Paulo, nos dão uma idéia do que foi o período de transição entre a Era Apostólica e a Era dos Pais da Igreja
(Nota: os "pais da Igreja" são aqueles que foram os discípulos diretos dos apóstolos). Começavam a surgir tremendas lutas
externas (especialmente a partir do ano 64, quando Nero mandou incendiar a cidade de Roma, culpando os cristãos por
isso, para livrar a própria pele). E havia grandes lutas internas: heresias tomando corpo, e pessoas apostatando da fé. Nesse
ambiente, era preciso preparar a nova geração a fim de que permanecesse firme.
5.2 - alguém sugeriu que o capítulo dois deve ser lido todos os dias por todos os pastores e obreiros de
tempo integral. Nele são dadas as dicas para um ministério bem sucedido:
5.3 - ainda no capítulo dois: temos aqui várias figuras que devem servir de modelo para o obreiro -
5.4.1 - com uma visão clara e tranqüila da sua situação presente - 4.6;
5.4.2 - com paz em relação ao seu passado - 4.7;
5.4.3 - com perfeita segurança quanto ao futuro - 1.12; 4.8,18.
5.5 - vinte e três nomes são mencionados nesta epístola. Seguramente, temos muito o que aprender com
cada um desses personagens! Por exemplo:
5.5.1 - Onesíforo ("aquele que traz benefícios"). Que irmão precioso! Observe as expressões:
"muitas vezes me deu ânimo"; "nunca se envergonhou das minhas algemas"; "me procurou solicitamente até me
encontrar" - 1.16-18;
5.5.2 - Demas. Corria bem, era um dos companheiros de Paulo (Fm 24). Todavia, "amou o
presente século", abandonando o apóstolo e indo para Tessalônica - 4.10;
5.5.3 - Marcos. Aquele a quem Barnabé ofereceu uma segunda oportunidade, tornou-se útil ao
ministério de Paulo, ao ponto de este desejar a sua presença! (Compare 4.11 com At 15.36-40);
5.5.4 - Alexandre, o latoeiro. Que juízo tremendo ficou eternamente registado na Palavra de Deus
contra esse homem! Paulo diz que "resistiu fortemente às nossas palavras" e "causou-me muitos males" - 4.14,15.
6. Lições:
6.1 - (1.13) > mantém o padrão. Creio que uma das tendências mais fortes de todos nós seja deixar cair o
padrão. Começamos bem, mas vamos relaxando com o passar do tempo. Isso é muito perigoso, pois constitui-se numa
entrada fácil para o que não é superior, para aquilo que não é de primeira qualidade em nossa vida. O texto diz: "mantém o
padrão das sãs palavras que de mim ouviste". A doutrina e a ética bíblicas têm de ser mantidas em seu alto nível, como
desde o princípio. Não pode haver alterações, atalhos, modificações. Assim também deve ser com a maneira de apresentá-
las (o linguajar utilizado). Esta é uma lição que não pode ser esquecida por nenhum servo de Deus!
6.2 - (2.10) > "...tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está
em Cristo Jesus com eterna glória". Ser preso, ser considerado malfeitor, tudo era aceito por Paulo por amor àqueles a
quem ele pregara. Quanto você suporta por amor ao rebanho que lhe foi confiado? O que você suporta? Sonde o seu
coração.
6.3 - (2.16) > observe a ordem: EVITA! Conversa inútil (Ef 4.29), profana (contrária ao respeito devido
às coisas sagradas), têm que ser evitadas! Se não o fizermos, iremos progredir na impiedade! E isso é muito sério!
6.4 - (3.12) > nunca se esqueça desta verdade. Notou a palavra todos?! Você não pode ser exceção... Tem
sido perseguido? Não?! Então, examine-se, pois há algo de errado com você. A Palavra de Deus não mente!
6.5 - (3.16) > este é um texto de lindo valor, pois nos fala da inspiração divina da Palavra. Nunca deixe
que o inimigo coloque em seu coração qualquer dúvida quanto à veracidade e legitimidade da Palavra de Deus. Foi isso o
que ele fez com Eva - Gn 3.4,5 - e você conhece bem o resultado!...
TITO
1. Propósito: tendo passado pela ilha de Creta, o apóstolo Paulo fez com que Tito ali permanecesse, a fim de
organizar as igrejas nascentes nas diversas cidades cretenses onde houvera conversões. Mais tarde, o Espírito o move a
escrever ao seu companheiro de ministério, visando encorajá-lo e orientá-lo. Alerta-o quanto às qualidades que devem
estar presentes num líder da Igreja, chama a sua atenção para os que adulteram a sã doutrina, e fala sobre o dever que temos
de produzir boas obras, além de dar uma palavra quanto ao que se espera dos membros da igreja, em geral.
3. Versículo-Chave: "Por esta causa te deixei em Creta para que pusesses em ordem as cousas restantes, bem
como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi" (1.5).
4. JESUS: a divindade e obra redentora do Senhor Jesus são apresentadas de modo magistral nos versículos 13
e 14 do capítulo dois: "aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador
5. Dados e Particularidades:
5.1 - quem foi Tito? Este servo de Deus não é mencionado uma vez sequer em Atos. Por outro lado, o seu
nome aparece 13 vezes nas cartas de Paulo, onde é chamado de "verdadeiro filho" (1.4), e de "meu companheiro e
cooperador conosco" (2 Co 8.23). Era gentio (grego), tendo acompanhado Paulo a Jerusalém, onde se tornou exemplo de
um gentio que não precisou submeter-se à Lei (Gl 2.3). É certo que acompanhou Paulo ao menos em trechos de sua terceira
viagem missionária (2 Co 7.5-7,13-15). Quando em Creta, recebeu comunicado de Paulo de que seria substituído por
Ártemas ou Tíquico, devendo ir para Nicópolis (na Trácia/Grécia) encontrar-se com o apóstolo. Esteve com ele na prisão
em Roma, de onde seguiu, provavelmente em viagem evangelística, para a Dalmácia (2 Tm 4.10).
TITO TIMÓTEO
Semelhanças Semelhanças
Diferenças Diferenças
5.3 - a ilha de Creta, à qual Tito foi enviado, está situada ao sul da Grécia. Tem cerca de 280 km de
comprimento, por 54 km de largura nos pontos máximos. É montanhosa, com vales férteis e populosos. Foi berço de
grande civilização antiga. À época em que esta carta foi escrita, seu povo desfrutava de péssima reputação. Foi um dos seus
profetas, Epimênides, quem disse: "Cretenses, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos". E seu testemunho
foi corroborado pelo Espírito de Deus, através de Paulo (1.12,13). (Nota: o verbo cretizar na antigüidade era usado como
sinônimo de mentir). Todavia, alguns judeus de Creta estavam em Jerusalém no dia de Pentecoste, e ouviram o sermão de
Pedro (At 2.11). É provável que nessa ocasião tenha nascido a igreja cretense. Mais tarde, Paulo passou por lá, deixando
Tito encarregado de organizar as igrejas nas várias cidades.
5.5 - no capítulo dois encontramos o resumo dos mandamentos chaves para assegurar-se um
relacionamento sadio entre os membros de uma igreja local. E o capítulo termina trazendo ensino doutrinário sólido - 11-
15. (Nota: a ética e a doutrina sempre andam juntas!). Nestes versículos:
5.5.1 - olhamos para o passado, e vemos quão grande salvação a graça nos proporciona;
5.5.2 - olhamos para o presente, e vemos a obra de santificação que se realiza em nós;
5.5.3 - olhamos para o futuro, e aguardamos a bendita manifestação da glória de Deus!
ALELUIA!!!
6. Lições:
6.1 - (1.1) > é muito importante lembrarmo-nos sempre desta verdade: a fé é dos eleitos. Na carta aos
Efésios, onde a doutrina da eleição é tão bem exposta, lemos: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem
de vós, é dom de Deus" (2.8). Pessoalmente, creio que uma das passagens mais claras quanto a este assunto seja a de Atos
13, no relato da visita de Paulo e Barnabé a Antioquia da Pisídia, quando da primeira viagem missionária. Diz o versículo
48: "Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a Palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido
6.2 - (1.2) > o nosso Deus é onipotente, não é mesmo?! No entanto, há uma coisa que Ele não pode fazer:
mentir! Tudo o que Ele diz é a verdade absoluta! Sem qualquer sombra. Sem qualquer dúvida. Ele nos prometeu a vida
eterna. Nada temos a temer. E devemos confiar sempre em tudo o que Ele diz. O nosso Deus não mente. Digamos isso em
alta voz. Creiamos sempre.
6.3 - (1.15) > nunca se esqueça disto, ao lidar com um descrente: "...para os impuros e descrentes, nada é
puro. Porque, tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas". Assim, no seu trato com os incrédulos,
cuidado! Suas intenções são outras. Sua visão da vida é completamente outra. Lembre-se da Palavra do Senhor Jesus em
Mt 10.16 - "Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e
símplices como as pombas".
6.4 - (2.7,8) > posso bater novamente nesta tecla? Observe a ordem da Palavra de Deus: "...No ensino,
mostra integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado não tendo
indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito". É diabólica e antibíblica a idéia de que, para comunicarmos o evangelho
às novas gerações, precisamos lançar mão de palavras grosseiras, contando, inclusive, casos de conduta suja, em linguagem
suja, para ilustrar o que estamos querendo ensinar. Não caia nessa miséria!
6.5 - observou como esta epístola fala em boas obras? Veja: 1.16; 2.7,14; 3.1,5,8,14. Se não somos salvos
por meio de boas obras, o que é corretíssimo, cabe-nos, por outro lado, executá-las! Aliás, vejamos:
FILEMOM
1. Propósito: a lei romana dizia que um escravo podia buscar refúgio em um altar religioso (fosse esse altar
público ou particular) e a pessoa que estivesse presidindo o altar poderia agir como mediadora em favor daquele escravo.
Tendo sido gerado para a nova vida em Cristo através do apóstolo Paulo, o escravo fugitivo Onésimo precisava de um
mediador entre ele e seu patrão Filemom. O Espírito Santo de Deus levou, então, o apóstolo a, da prisão em Roma, escrever
uma carta a Filemom, o membro da igreja de Colossos, pedindo-lhe que recebesse, perdoasse e restaurasse Onésimo.
Marcantemente pessoal, esta carta apresenta uma aplicação teológica maravilhosa, ilustrando de modo bem prático o
significado neo-testamentário do perdão e da restauração.
2. Palavra-Chave: PERDÃO
3. Versículo-Chave: "Se, portanto, me consideras companheiro, recebe-o como se fosse a mim mesmo" (17).
4. JESUS: o perdão que temos em Jesus é ilustrado lindamente nesta epístola! Onésimo, culpado (11,18),
encontra alguém que intercede por ele (10.20). Esse alguém decide tomar o seu lugar, e assumir a sua dívida (17-19). Por
isso, Onésimo passa a ser para sempre do seu dono (15), ocupando, agora que está restaurado, uma posição infinitamente
superior (16), a de "irmão caríssimo".
5. Dados e Particularidades:
5.1 - nesta carta, encontramos todos os elementos relacionados à história do perdão na vida de um ser
humano:
5.1.1 - pecado (inutilidade e roubo) - 11,18;
5.1.2 - compaixão - 10;
5.1.3 - intercessão - 10,17-19;
5.1.4 - substituição - 18,19;
5.1.5 - restauração - 15;
5.1.6 - elevação a um novo tipo de relacionamento - 16.
5.3 - este bilhetinho divino tem imenso valor, por diversos motivos. Vamos destacar alguns deles:
5.3.3 - dá-nos uma visão equilibrada de como devemos lidar com os direitos das pessoas.
Onésimo, como cristão, tinha direitos; Filemom, também. O perdão e a restauração trouxeram a cada um a sua recompensa;
5.3.4 - mostra-nos, outra vez, os caminhos da providência de Deus. Sua mão está sempre por trás
de tudo o que nos acontece. Foi Sua providência que ocasionou o encontro do escravo fugitivo com o preso Paulo;
5.3.5 - este bilhete prova que o Evangelho tem aplicação eterna, é verdade; mas, também, prática
(nas lutas do dia a dia). É celestial, mas também é terreno;
5.3.7 - mostra que o cristão tem a maneira certa de lidar com instituições sociais não cristãs. No
caso, Paulo, Filemom e Onésimo, tratam da questão da escravatura, instituição não cristã, como cristãos. É assim que o
Evangelho opera: o Senhor Jesus, tendo ocupado o coração do escravo, o leva a compreender o costume da sociedade dos
seus dias, e a decidir voltar para o seu dono, pronto a viver em novidade de vida, como escravo!
5.3.8 – aponta para o alto nível de comunhão que existia entre os membros da comunidade cristã
à época de Paulo. Esta carta mostra a familiaridade respeitosa que havia entre os crentes e a segurança que tinham para
tratar de assuntos delicados, na certeza de que todos compartilhavam o compromisso de fazer o que é certo aos olhos de
Deus.
5.4 - onze pessoas são citadas em Filemom. Cinco na introdução (Paulo, Timóteo, Filemom, Áfia e
Arquipo), e cinco no final (Epafras, Marcos, Aristarco, Demas e Lucas). E uma - Onésimo - no meio, como personagem
central. O escravo inútil e ladrão, agora arrependido e resgatado, tem o seu nome brilhando entre tantos nomes ilustres da
família da fé - "Ele ergue do pó o desvalido, e do monturo, o necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com
os príncipes do seu povo" (Sl 113.7,8).
5.5 - esta epístola é uma expressão autêntica de como se expressam os verdadeiros relacionamentos
cristãos. O amor fraternal normalmente exige graça e misericórdia práticas, e o Espírito de Deus nos ensina isso aqui
claramente!
6. Lições:
6.1 - que testemunho lindo o Espírito de Deus dá a respeito de Filemom: "...o coração dos santos tem sido
reanimado por teu intermédio" (7). Este irmão estava sendo usado pelo Senhor para que as pessoas da igreja adquirissem
um novo ânimo, fossem renovadas em seu vigor. Você anima ou desanima os seus irmãos? Qual a tonalidade da sua
pregação? E da sua vida prática? É de suspiros, murmurações, derrota?
6.2 - (8,9) > às vezes, ocupamos uma posição que nos oferece condições de darmos muitas ordens.
Todavia, nem sempre isso é o mais sensato. Um pedido, em nome do amor, tem o poder de mover corações. Há momentos
em que precisamos dar ordens. Contudo, é bem melhor quando podemos fazer solicitações em nome do amor!
6.3 - (11) > é isso o que faz o Evangelho do Senhor Jesus: transforma um inútil, numa pessoa útil. Você é
útil? Mesmo?
6.4 - o pecado dá grandes pulos, mas tem a perna curta! Onésimo fugiu de Colossos e foi para Roma.
Andou muito! Calcula-se que a cidade tivesse mais de um milhão de habitantes, à época. Mas, ele foi parar frente a frente
com Paulo! Leia o Salmo 139.8-12. Não há como fugir!
6.5 - (13,14) > muitas vezes, poderíamos, devido aos nossos laços de parentesco ou de amizade, tomar
determinadas deliberações. Mas esse não é o melhor caminho. O mais correto, ainda que isso implique em gastar mais
tempo (até Onésimo ir a Colossos e voltar!), dinheiro (passagens, alimentação, etc.), é esperar. É melhor deixar o dono
decidir o que fazer. Nunca decida o que fazer com aquilo que não é seu!
1. Propósito: de escritor ignorado (Orígenes, o teólogo do terceiro século, afirmou: "somente Deus sabe quem
foi que escreveu esta epístola"), e tendo sido escrita primordialmente para judeus convertidos (1.1; 3.1) - já com algum
tempo de conversão (5.12) e que haviam sofrido e estavam de certa forma sofrendo ainda por causa da fé (10.32-39) - a
carta aos Hebreus tem como propósito mostrar a superioridade do Cristianismo sobre o Judaísmo, superioridade essa
que advém dAquele que é a própria essência do Cristianismo: o Senhor Jesus Cristo. E, como conseqüência prática
dessa verdade, o Espírito de Deus leva o escritor de Hebreus a exortar seus leitores a não se deixarem intimidar pelas
circunstâncias difíceis que enfrentavam. Sendo superior a tudo e a todos, o Senhor Jesus é digno de que eu sofra por Ele, e
é fiel para cumprir tudo o que prometeu; portanto, devo permanecer firme, sejam quais forem as minhas circunstâncias,
jamais me afastando dEle! (Passagens que corroboram esta verdade: 2.1-4,18; 3.12-14 e 4.1; 4.14-16; 5.11-6.8; 10.26-39).
O argumento nestas passagens é inequívoco: não é coisa de somenos recuar em um compromisso assumido com Aquele
que é Superior! Conhecer o Senhor Jesus não significa “refestelar-se” numa confiança negligente que encoraja o
relaxamento e permite a desobediência. Pelo contrário: significa andar com Ele em diligência constante no caminho que é
superior ao pecado!
3. Versículo-Chave: "Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados,
assentou-se à destra de Deus" (10.12).
No Senhor Jesus temos em realidade aquilo que no Judaísmo tínhamos em sombra! Ele é o Profeta,
Sacerdote e Rei cuja divindade (1.1-3,8) e humanidade (2.14,17,18) são claramente vistas.
Em Hebreus também conhecemos alguns títulos muito especiais atribuídos ao Senhor Jesus: "Herdeiro
de todas as cousas"; "Mediador"; "Autor e Consumador da fé". ALELUIA!
5. Dados e Particularidades:
5.1 - a introdução desta carta (1.1-4) é uma das passagens Cristológicas mais ricas de toda a Escritura.
Iguala-se à introdução ao evangelho de João (1.1-18) e também ao grande parágrafo Cristológico da carta aos
Colossenses (1.14-20).
5.2 - a primeira vez em que há uma referência ao Senhor Jesus em Hebreus, fala-se dEle "assentado à
direita da Majestade nas alturas" (1.3). O Cristianismo tem a ver com um Senhor celestial. Outras referências ao mesmo
fato: 1.13; 8.1; 10.12; 12.2.
5.3 - o capítulo onze nos oferece uma descrição (a mais completa de todo o Novo Testamento!) do que é a
vida de fé. A este respeito, A.W.Pink em seu "An Exposition of Hebrews" faz a seguinte observação: "Em toda a Escritura,
a fé significa mais do que confiar em Jesus para salvação pessoal. Esse é o 'aspecto central'; todavia, precisamos procurar
compreendê-la de modo verdadeiro e mais profundo. A fé, conforme o apóstolo explica na epístola aos Coríntios, é olhar
para aquilo que não é temporal e que não pode ser visto: é preferir as realidades espirituais e eternas àquilo que pertence
ao tempo, aos sentidos, ao pecado. É descansar em Deus e aceitar Sua Palavra...". [Leia 2 Co 4.16-18]. O capítulo onze de
Hebreus ilustra para nós de modo prático a vivência da fé no caminhar de inúmeros servos de Deus.
5.4 - há nada menos do que 86 referências diretas ao Velho Testamento em Hebreus, tiradas da
Septuaginta, sendo todas introduzidas de um modo bastante peculiar: por meio de expressões como - Ele disse; diz o
Espírito Santo; Deus tem dito; nos dá testemunho também o Espírito Santo (1.5; 3.7; 10.15) - sendo que apenas uma vez
o nome do escritor (autor humano) do texto vétero-testamentário é mencionado (4.7). Desse fato aprendemos que Hebreus
é especialmente rica em provas da inspiração verbal das Escrituras.
6. Lições:
6.1 - se você precisar de um texto-prova da divindade do Senhor Jesus, não se esqueça de 1.3 - "Ele, que
é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser...". A palavra aqui utilizada para “expressão exata” significa
esculpir, imprimir (como o que se imprime numa moeda, ou num papel). Poderíamos dizer, à luz deste texto, que o Senhor
Jesus é o Pai impresso. Os santos do Antigo Testamento não podiam expressar Deus perfeitamente. Nem os anjos podem-
no. Mas Jesus, sendo Deus, pode! Quão adorável é o nosso amado Salvador e Senhor!
6.2 - (4.14-16) > o Senhor Jesus é Aquele que Se identifica em tudo conosco, exceto no pecar. Assim, Ele
sabe o que sentimos, conhece a nossa angústia e sofrimento, sabe o que é ser tentado. Vale a pena irmos a Ele em fé! A
ordem é: "Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e
acharmos graça para socorro em ocasião oportuna" (v.16). Não se esqueça do que diz 7.25: "...pode salvar totalmente os
que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles". Que ministério tem o Senhor Jesus agora!
ALELUIA!
6.3 - (10.16,17) > a promessa é: "Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas
iniquidades, para sempre". Quando o Senhor perdoa, PERDOA! ALELUIA!
6.4 - (11.24-26) > nunca se esqueça deste lindo testemunho que o Espírito Santo de Deus nos oferece a
respeito de Moisés: "preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir prazeres transitórios do pecado;
porquanto considerou o opróbrio [afronta] de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque
contemplava o galardão". O Egito dos dias de Moisés oferecia muitos atrativos. Todavia, para ele, Jesus foi superior. E
para você?
6.5 - (12.14) > depois que todos os teólogos que há na face da terra tiverem dado os seus pareceres e
explicações, continuará escrito: "Segui a paz com todos, e a santificação, SEM A QUAL NINGUÉM VERÁ O
SENHOR". Observe muito de perto a palavra ninguém. Nunca se esqueça disso!
TIAGO
1. Propósito: escrita provavelmente por Tiago, o irmão do Senhor (Mt 13.55; 1 Co 15.7; At 1.14) e líder da
igreja de Jerusalém (At 12.27; Gl 2.9,12; At 15.13), esta carta – que faz transparecer o zelo e o estilo dos profetas do Velho
Testamento, de João Batista, e do próprio Senhor Jesus [mais de 50, dos 108 versículos da epístola contém mandamentos
explícitos!] – tem também características dos chamados livros de sabedoria do Velho Testamento (Provérbios, Eclesiastes),
por tratar de assuntos diversos isoladamente. Todavia, um desses assuntos se destaca, tornando-se o tema geral da
epístola: a fé precisa produzir frutos para provar-se verdadeira. Seguindo este raciocínio, podemos dizer que esta carta foi
escrita a judeus convertidos que se encontravam na dispersão (1.1)*, tratando da vida cristã sob vários aspectos, e
procurando evidenciar a necessidade de demonstrarmos a nossa fé através de atitudes. Por certo, a carta combate um erro
perigoso e freqüente: muitos igualam a fé ao mero assentimento a certas verdades doutrinárias como, por exemplo, a
existência de Deus (2.19). Mas a fé, segundo as Escrituras, é muito mais do que isso: a fé genuína implica em concordar
com a mente e em provar com a vida!
*Nota: o termo Dispersão, no grego diaspora, se refere à comunidade judaica que vivia espalhada, fora de sua terra natal
original, a Palestina.
2. Palavra-Chave: A FÉ AGE
3. Versículo-Chave: "Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta" (2.17).
4. JESUS: é apresentado em Tiago como o Senhor da glória (2.1), Aquele cuja vinda está próxima (5.8), e a
quem devemos aguardar com paciência (5.7).
5. Dados e Particularidades:
** Nota: a possibilidade maior é a de que o irmão do Senhor Jesus, que foi líder da igreja em Jerusalém, tenha sido o
homem usado pelo Espírito para escrever esta carta. A respeito dele, o escritor judeu Josefo escreve o seguinte:
Com a morte de Festo [ano 62], César [Nero] enviou Albino à Judéia como procurador. Mas antes que
ele chegasse, o rei Agripa [Herodes Agripa II] tinha indicado Ananus, que era filho do ancião Ananus [Anás, nos evangelhos do
Novo Testamento], como sacerdote. Esse ancião Ananus, depois de ele mesmo ter sido sacerdote, teve cinco filhos, todos os quais
atingiram esse cargo, o que era inigualável. O Ananus mais jovem, entretanto, era imprudente e seguia os saduceus, que eram
impiedosos quando julgavam. Ananus pensou que, com Festo morto, e com Albino ainda a caminho [vindo de Roma], teria sua
oportunidade. Congregando os juízes no Sinédrio, trouxe diante deles um homem chamado Tiago, o irmão de Jesus, que era
chamado o Cristo, e alguns outros. Ele os acusou de terem transgredido a lei, e os condenou a serem apedrejados até à morte.
(Paul Maier, trad e org. Josephus: The Essential Writings (Grand Rapids: Kregel, 1988).
De acordo com um relato de Eusébio [Eusebius Pamphili, bispo de Cesaréia e considerado o “Pai
da História da Igreja”, viveu entre 260 e 340], Tiago foi atirado da muralha do Templo abaixo por se recusar a negar Jesus
como Senhor e Messias. Após a queda, ainda vivo, foi apedrejado até à morte.
5.3 - a linguagem de Tiago reflete o Sermão da Montanha como nenhum outro livro do Novo
Testamento. Veja alguns exemplos:
5.4 - uma das nossas grandes dificuldades na vida são as provações e as tentações. No primeiro capítulo
desta carta este assunto é analisado, trazendo o seguinte ensino:
5.4.1 - as provações devem nos alegrar, pois trazem bênção. Elas servem para nos amadurecer e
dar-nos um senso maior de dependência de Deus - 2-12;
5.4.2 - as tentações NÃO vêm de Deus, pois dEle só vem "toda boa dádiva, e todo dom perfeito" -
13-18.
5.5 - (3.13-18) > as manifestações da sabedoria podem ser divinas ou demoníacas. Tiago nos apresenta
sete características da sabedoria divina. Ei-las:
6.1 - (1.20) > "a ira do homem não produz a justiça de Deus". Podemos agir em nossa ira. E "ganhar"
argumentos, discussões, "fazer justiça", etc. Só que... tudo em vão. Será que, no seu trato com a família, no comércio, no
trânsito, na igreja, você tem ganhado argumentos, mas perdido a bênção?
6.2 - (1.26) > a lição deste versículo é muito clara! Não se engane a si mesmo! Avalie o seu coração à luz
da sua língua. E veja se a sua religião é vã ou não.
6.3 - (4.4) > nunca se esqueça desta verdade: o amigo do mundo é inimigo de Deus. Pode-se argumentar
o quanto se quiser. Esta verdade, porém, continua irremovível. Se você é amigo do mundo (dos seus prazeres, valores,
padrões, alegrias, etc), você é inimigo de Deus. Por mais que seja um obreiro, missionário, etc. Isso simplesmente não
altera a questão.
6.4 - (5.8) > a Palavra ensina categoricamente que a vinda do Senhor está próxima. O Deus da Palavra
não mente. Assim, cabe-nos aguardar ansiosos a chegada do Rei! Não com uma esperança vaga, mas em plena certeza de
fé! MARANATA!
6.5 - (5.13-18) > o que você conhece da oração? Qual a sua experiência nesta área? Você é uma pessoa de
oração? Sabe o que é a oração da fé?
1 PEDRO
1. Propósito: o sofrimento pode trazer crescimento ou amargura à vida de uma pessoa: tudo depende da sua
atitude! À época em que o Espírito levou o apóstolo Pedro a escrever esta carta (1.1), os crentes estavam sendo acusados de
serem malfeitores (2.12), estavam sendo difamados (3.16), e sofriam pesada perseguição (4.12,13). À vista disso, o
Espírito procurou incentivá-los a viverem santa e piedosamente, e a enfrentarem cheios de coragem os sofrimentos que
lhes advinham, por amor ao Senhor Jesus. Por terem nascido de novo, deviam imitar o Salvador, que os chamara. Isso
significava, entre outras coisas, viver em submissão. Os cidadãos deviam submeter-se às autoridades. Os servos, aos
patrões. As esposas, aos maridos. Os crentes, uns aos outros. Só quando temos uma atitude de submissão é que podemos
aceitar o sofrimento e crescer através dele.
2. Palavra-Chave: SOFRIMENTO
3. Versículo-Chave: "Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-
vos, como se alguma cousa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois
co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de Sua glória vos alegreis exultando"
(4.12,13).
4. JESUS: em 1 Pedro o Senhor é apresentado como o nosso exemplo, consolo e esperança em tempos de
provação e sofrimento (2.21-25). NEle fomos regenerados para uma herança incorruptível (1.4). E Ele é Aquele em quem
exultamos com alegria indizível (1.8)! Quando vier, dar-nos-á a imarcescível coroa da glória (5.4).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - (3.18-22) > esta é uma das passagens bíblicas mais difíceis de serem interpretadas. Uma possível
interpretação seria a seguinte:
5.1.2 - antes mesmo de ressuscitar, Ele já podia mover-Se livremente no mundo espiritual, como
Homem Vencedor;
5.1.3 - nessa condição, Ele foi onde os demônios estão aprisionados aguardando o juízo do grande
dia (2 Pe 2.4,5; Jd 6), anunciar Sua vitória (a palavra pregar, aqui, teria o sentido de proclamar e, não, de evangelizar
visando salvar. Assim, o Senhor Jesus não teria pregado o Evangelho aos espíritos em prisão, mas proclamado a Sua
vitória sobre o mal).
Nota: como eu disse acima, é difícil interpretar esta passagem, e esta é uma interpretação possível.
Curvemo-nos diante dos mistérios de Deus com santo temor e reverência, e confiemos nEle sem vacilar!
5.3 - 1 Pedro também traz algumas referências preciosas a respeito do Espírito: Ele testificou aos profetas
do Antigo Testamento a respeito dos sofrimentos de Jesus e Sua glória subsequente (1.11). (Nota: aqui está mais uma
prova da inspiração das Escrituras do Velho Testamento. E também de que as verdades do Evangelho são procedentes do
próprio Deus). Terminada a obra redentora, o Espírito veio do céu, levantando os pregadores do Evangelho para a tarefa
de anunciar a realização do que fora predito pelos profetas (1.12). É Ele quem santifica os eleitos (1.2). E Ele repousa sobre
o povo de Deus, em seu sofrimento (4.14). (Vale a pena observar que, nesta carta, há referência às atividades individuais e
inter-relacionadas das três Pessoas da Santíssima Trindade - 1.2; 4.14).
5.4 - apesar de a palavra igreja não ser mencionada nesta epístola, há em seu escopo a idéia clara de que
os crentes devem se ver a si mesmos, ainda que sejam forasteiros e peregrinos (2.11), espalhados pelo mundo (1.1; 5.9),
como uma irmandade definida e distinta, cujos membros todos passam pelas mesmas experiências. A igreja é composta de
"todos vós que vos achais em Cristo" (5.14).
5.5 - dando grande ênfase ao propósito divino para o sofrimento (tanto o do Senhor Jesus, quanto o
nosso), vejamos o que 1 Pedro nos ensina a este respeito:
5.5.1 - o sofrimento do Messias foi preordenado pelo Pai (1.10,11). Se Deus tinha de intervir para
salvar o pecador, o sofrimento era uma necessidade essencial;
5.5.2 - o sofrimento do Senhor Jesus é a conseqüência e a única cura possível para o nosso
estado de pecado (3.18);
5.5.3 - o sofrimento faz parte das experiências inevitáveis de todo o que pratica a justiça em um
mundo pecaminoso. Assim foi com o Senhor Jesus (2.21-24). Assim é e será com os Seus seguidores (2.19; 4.1-5);
5.5.4 - o sofrimento aqui no mundo faz parte do nosso chamado, constituindo-se num alto
privilégio para nós (1.6,7; 2.20,21; 3.14; 4.12-16; 5.9).
6. Lições:
6.1 - os versículos 3-9 do capítulo um nos falam duas vezes em exultar, e uma vez em alegria indizível.
Em que está toda essa exultação?
6.1.1 - na nossa herança. Ela está reservada no céu para nós (lá, não tem ladrão, traça, ferrugem -
Mt 6.19-21). Trata-se de uma herança incorruptível e sem mácula (não sofre estragos internos, nem externos). E é
imarcescível (nunca irá murchar, passar, envelhecer). Você tem pensado nessa herança? E tem-na buscado? Leia
Colossenses 3.1-4.
6.1.2 - na Pessoa do Senhor Jesus. Não O vemos; porém, O amamos. Não O vemos; porém,
cremos nEle. E aguardamos a Sua revelação. Naquele dia, todas as tristezas que sofremos por termos procurado ser-Lhe
fiéis, irão redundar em glória e honra para o Amado de nossa alma. O só pensarmos nisso deve trazer alegria ao nosso
coração. E o só lembrarmo-nos de que veremos o Seu rosto, deve nos trazer, de fato, alegria indizível! Você tem esse
anseio? Mesmo?
6.2 - qual o padrão do Senhor para a sua vida? A resposta está muito clara em 1.15: "...segundo é santo
Aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo vosso procedimento". Ele é o nosso Padrão. [Não
sãos os artistas do cinema e da televisão, nem os atletas olímpicos]. Ele é o Alvo. Nada que fique aquém disso poderá
agradar o Seu coração. O apóstolo Paulo tinha esse alvo tão claro para si, que dizia: "Sede meus imitadores, como também
eu sou de Cristo" (1 Co 11.1). E você?
6.3.1 - (1.14) > "Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis
anteriormente na vossa ignorância";
6.3.3 - (4.2) > "para que, no tempo que vos resta na carne já não vivais de acordo com as paixões
dos homens, mas segundo a vontade de Deus".
À vista destes textos, olhe bem para si mesmo. Esta palavra é dirigida a crentes. E o Espírito Santo
de Deus não a dirigiria a você, caso não fosse necessário. Dê ouvidos à Sua voz. Não brinque com a carne! "Se o teu olho
direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros e não seja todo o teu
corpo lançado no inferno. E se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um
dos teus membros e não vá todo o teu corpo para o inferno" (Mt 5.29,30).
6.4 - um alerta para as mulheres: ganha-se o marido incrédulo mediante o procedimento, e SEM
PALAVRA ALGUMA! (3.1). Aprendam esta verdade. E coloquem-na em prática, em sua própria vida (se for o caso) e no
trabalho de aconselhamento a outras mulheres. Estudem o capítulo três até o versículo seis, e vejam o que a Palavra de
Deus considera ser um bom procedimento.
6.5 - um alerta para os homens: a sua vida de oração ficará prejudicada se você não corresponder ao que
o Senhor requer de você como esposo (3.7). Observe no texto as seguintes palavras: discernimento, consideração,
dignidade. Também a expressão juntamente herdeiros. Medite. Ore. E aja!
2 PEDRO
1. Propósito: o Espírito envia esta segunda carta por meio do apóstolo Pedro (1.1; 3.1) ao mesmo grupo de
irmãos mencionados em 1 Pedro 1.1, e trata de assunto muito sério. Enquanto na carta anterior dá instruções quanto aos
problemas que vêm de fora sobre a Igreja, nesta epístola Ele fala do grande problema que vem de dentro da própria Igreja:
a apostasia. Escrita pouco antes da morte do apóstolo (1.14), 2 Pedro serve de exortação para que os crentes se firmem na
verdade, e se preparem para o ataque dos falsos mestres.
3. Versículo-Chave: "Assim como no meio do povo surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós
falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição" (2.1).
4. JESUS: sendo anunciado por Pedro, uma testemunha ocular da Sua majestade (1.16), o Senhor Jesus é Aquele
que foi glorificado pelo Pai como "o meu Filho amado, em quem me comprazo" (1.17). Ele é Aquele que virá
repentinamente (3.10), e no tempo certo (3.9). Assim, devemos desenvolver a nossa salvação, não sendo infrutuosos "no
pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo" (1.8).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - 2 Pedro oferece-nos o texto mais claro e mais didático a respeito da inspiração das Sagradas
Escrituras. Esta passagem (1.20,21) nos ensina, inclusive, que o Espírito Santo (e não as emoções ou circunstâncias do
momento) foi quem moveu os homens santos para falarem da parte de Deus.
5.3 - o capítulo dois nos oferece uma descrição bem pormenorizada dos falsos mestres. São estas as suas
características (2,3):
Nota: é bom lembrar que "para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme" (2.3).
5.5 - 2 Pedro e Judas, em alguns pontos, são extremamente semelhantes. Ao ponto de alguns pseudo-
estudiosos chegarem a dizer que um escritor copiou do outro. Fica muito mais fácil entendermos essas semelhanças ao nos
lembrarmos que os apóstolos viviam em tanta comunhão, e conversavam tanto sobre os mesmos assuntos (como não
poderia deixar de ser!), que certas expressões ou mesmo ilustrações tiradas das Escrituras acabaram por se tornar parte do
vocabulário comum a todos.
6. Lições:
6.1 - (1.5-8) > somos responsáveis por reunir toda a nossa diligência e trabalhar na construção do nosso
caráter. Como? Através da associação de uma série de qualidades:
6.1.1 - fé (a base de tudo; porém, não podemos ficar satisfeitos com o simples fato de termos crido
no Senhor; é preciso crescer!);
6.1.2 - virtude (a virtude de uma faca, é cortar; de um cavalo, correr; de um cristão, ser parecido
com Jesus);
6.1.3 - conhecimento (capacidade de discernir entre o bem e o mal);
6.1.4 - domínio próprio (capacidade de controlar as paixões, ao invés de ser controlado por elas);
6.1.5 - perseverança (disposição da mente, que não balança diante das dificuldades e tristezas;
não desiste);
6.1.6 - piedade (reverência e correção no cumprimento dos deveres para com Deus e para com os
homens);
6.1.7 - fraternidade (1 Jo 4.20);
6.1.8 - amor.
Estas qualidades precisam não só existir em nós, mas aumentar. Você está crescendo nesse
sentido?
6.2 - (1.15) > quando você sai de um campo, elimina aqueles irmãos da sua vida? (Leia em seu contexto 1
Sm 12.23). Providencia para que as verdades ensinadas ao rebanho não sejam esquecidas? De que maneira?
6.3 - (2.19) > você tem prometido liberdade a alguém (por meio das suas pregações),enquanto você
mesmo é escravo? Há algum pecado ao qual está escravizado?
6.4 - (3.11-13) > observe o verbo esperar, nesta passagem. Você está esperando a vinda do dia de Deus?
Não me desgosta repetir a verdade mais ensinada em todo o Novo Testamento! Você diz a cada novo dia: MARANATA?!
Não há noiva verdadeira que não anseie honesta e vivamente pela chegada do seu noivo!
6.5 - (3.15,16) > observou como as cartas escritas por Paulo são colocadas no mesmo nível das Escrituras,
aqui? Não é maravilhoso sabermos que, já naquela época, a canonicidade de tais cartas fosse reconhecida? E você, as
recebe a respeita como Palavra de Deus? A sua obediência ao ensino dessas cartas determina a sua verdadeira resposta.
1 JOÃO
1. Propósito: à semelhança de Hebreus, esta epístola não apresenta o nome do seu escritor, nem das pessoas a
quem é dirigida. Por outro lado, trata-se de uma carta profundamente pessoal, repassada de ternura cristã. Desde o início,
foi aceita como tendo sido escrita pelo apóstolo João, e endereçada às igrejas que rodeavam a cidade de Éfeso (onde se
presume João tenha passado os últimos anos de sua vida). Seu propósito é:
1.3 - e combater heresias que estavam surgindo. (Em especial, a carta combate o Gnosticismo, heresia
que ensina ser a matéria essencialmente má, de modo que, sendo Deus essencialmente bom, não poderia assumir um corpo
material. Sendo assim, o Senhor Jesus seria uma simples emanação de Deus - um elo entre Deus e a matéria - e não o Deus
encarnado).
2. Palavra-Chave: ENCARNAÇÃO
3. Versículo-Chave: "Nisto se manifestou o amor de Deus em nós, em haver Deus enviado o seu Filho
unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele" (4.9).
4. JESUS: nesta epístola o Senhor Jesus é apresentado como o Verbo encarnado (1.1; 4.2), que veio para
destruir as obras do diabo (3.8) e nos trazer a vida eterna (5.13). Ele é o nosso Advogado junto ao Pai (2.1), e o Seu sangue
nos purifica de todo pecado (1.7), pois nEle não há pecado (3.4).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - é interessante traçarmos um paralelo entre os escritos joaninos a respeito do Senhor Jesus:
Jesus é o homem da Galiléia, que é Jesus é Deus que Se fez homem Jesus é o Deus-Homem
apresentado como Deus.
5.2 - a expressão sabemos/conhecemos, que traduz dois verbos gregos diferentes, aparece treze vezes
nesta carta. É utilizada para expressar a certeza que se alcança por meio da experiência (2.3,5; 3.14,19), ou a certeza que
faz parte da nossa consciência espiritual (3.24; 4.13; 5.15).
5.3 - uma "definição" de Deus muito sugestiva encontramos em 1.5: Deus é luz. Sendo assim, para
termos comunhão com Ele, precisamos andar na luz (1.6). E isto significa expor a Ele todos os nossos pecados,
confessando-os e buscando purificação no sangue do Senhor Jesus (1.7). Também significa não viver na prática do pecado
(3.9).
5.4 - outra "definição" de Deus muito especial encontrada em 1 João: Deus é amor (4.8). Ele nos amou,
enviando o Seu unigênito para dar-nos vida eterna (4.9). Agora, cabe-nos amar o nosso próximo, numa demonstração viva
de que temos comunhão com o Deus que é amor (3.16; 4.11,20). Esse amor ao próximo deve provar-se de modo
absolutamente prático: "Ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe
o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de
fato e de verdade" (3.17,18).
5.5 - uma pergunta que esta carta responde com muita clareza é: como posso saber ao certo quem é
Jesus?
5.5.1 - há o testemunho da História (1.1): Jesus veio ao mundo (4.9), em carne (4.2), por meio de
água e sangue (5.6);
5.5.2 - há o testemunho dos apóstolos: Jesus foi visto por eles, foi ouvido por eles, e, até, tocado
por eles (1.1-3; 4.14). Ele fez parte da experiência de cada um deles, inclusive de João;
6. Lições:
6.1 - (1.9) > que grande valor tem a confissão de pecados! Não há esperança para nós, enquanto não os
confessamos (Sl 32.3,4; Pv 28.13). Por outro lado, o perdão segue imediatamente à confissão (2 Sm 12.13). ALELUIA!
6.2 - (3.9) > a Palavra de Deus é absoluta e final. Taxativa. Não admite raciocínios falazes. Se você tem
vivido na prática de algum pecado, você não é nascido de Deus. O seu pecado pode estar bem escondido de todos os
homens. Mas está claramente patente aos olhos do Senhor. Examine-se a si mesmo (2 Co 13.5).
6.3 - (4.20) > quem de nós é aprovado nesse teste? Não é verdade que estamos prontos a confessar o
nosso amor pelo Senhor, mas guardamos sentimentos nada agradáveis a respeito do nosso irmão? Se é assim, temos de
admitir humilhados: somos mentirosos. O nosso culto é uma mentira. O nosso louvor é uma mentira.
6.5 - (5.19) > nunca se esqueça disto: o mundo inteiro jaz no maligno. A sua filosofia vem do maligno.
As suas religiões vêm do maligno. As suas escalas de valores vêm do maligno. As suas alegrias vêm do maligno. Os seus
padrões de conduta vêm do maligno. A sua glória vem do maligno. Você nada tem a ver com o mundo. Caso tenha, então
você nada tem a ver com o Senhor Jesus.
2 JOÃO
3. Versículo-Chave: "Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe
deis as boas-vindas" (10).
4. JESUS: assim como na primeira epístola, o Senhor Jesus é apresentado aqui como Aquele que veio em carne.
Devemos permanecer nesta doutrina, dando testemunho de que O temos como Senhor das nossas vidas.
5. Dados e Particularidades:
5.1 - quem seria a senhora eleita a quem esta carta foi endereçada? Há muitas conjecturas quanto a isso,
porém, nada que seja seguramente conclusivo. Há quem pense que a carta foi escrita a uma pessoa que, talvez, hospedasse
uma igreja em sua casa (os membros dessa igreja seriam os filhos referidos no versículo 1). Há quem pense que a carta foi
dirigida a uma igreja (em Gl 4.26, a Jerusalém Celestial é chamada de nossa mãe, o que poderia sugerir um paralelismo).
Todavia, essas são possibilidades. Tenney, citando Westcott, diz: "o problema do destinatário é insolúvel à luz dos dados
que possuímos no presente".
5.2 - e quem seria o remetente? Ele se autodenomina o presbítero. Considerando-se que o apóstolo Pedro
também se chama a si mesmo desse modo (1 Pe 5.1), e considerando a ligação que a carta tem com 1 João, concluímos que
o apóstolo João foi o presbítero usado pelo Espírito Santo de Deus para escrever esta carta. (Nota: dos treze versículos que
a compõem, oito são encontrados, em essência, na primeira epístola).
5.3 - as palavras verdade e amor dão a Tônica ao início da carta. O Espírito as colocou juntas para
lembrar-nos que precisamos andar na verdade, mas, não pode ser só isso, pois poderíamo-nos tornar muito duros.
Precisamos também andar em amor. Todavia, não só em amor, pois poderíamo-nos tornar muito flexíveis. Em verdade e em
amor é o correto.
5.4 - como entender a expressão "todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo"? Lembremo-nos de
que os falsos mestres que estão sendo combatidos são os gnósticos (7). Estes, eram filósofos, pensadores avançados.
Achavam que o Evangelho era muito simplista para a sua mente filosófica. Precisavam ir além. Não eram capazes de
permanecer na doutrina singela do Senhor Jesus. Achavam que precisavam aprofundá-la. Acabaram como que
ultrapassando-a.
5.5 - como interpretar o versículo dez? Exatamente como está escrito! Não podemos cooperar com a
disseminação da falsidade. Será fácil querermos agir em nome do amor, dando guarida a pessoas que, comprovadamente,
ensinam uma doutrina antibíblica. Porém, se o fizermos, estaremos ajudando a perverter a Igreja de Deus! Seremos
culpados desse pecado. Não podemos ajudar na disseminação da falsidade sob pretexto algum.
6.1 - (4) > você já notou como é gostoso encontrarmo-nos com pessoas que andam na verdade?! Logo há
comunhão, confiança, e muito o que compartilhar! Ande sempre na verdade, e procure encontrar seus irmãos!
6.2 - (5,6) > o mandamento do Evangelho é sempre o mesmo: que nos amemos uns aos outros. Deus é
amor. E os Seus filhos devem ser canais desse amor. Você tem-no sido? A verdadeira forma de amarmos é andar segundo
os Seus mandamentos. Quem obedece a Palavra expressa amor a Deus e ao próximo. A sua medida de obediência à
Palavra de Deus está diretamente relacionada à sua medida de amor! (Por exemplo: pai que ama o filho, aplica os
mandamentos da Palavra à sua educação).
6.3 - (7) > cuidado: o mundo está cheio de enganadores! E o engano é sempre muito parecido com a
verdade. Ele dissimula. É preciso discernimento. E conhecimento sólido da doutrina bíblica. De outra maneira, poderemos
cair na armadilha. Seja diligente no estudo da Palavra de Deus. Guarde-a no coração para não pecar contra o Senhor (Sl
119.11), deixando-se levar pelos novos ventos de doutrina que estão sempre a surgir.
6.4 - (11) > a questão da cumplicidade é muito séria. Qualquer ajuda relacionada à culpa, que eu preste a
um culpado, faz-me culpado com ele. O Espírito nos ordena em Efésios 5.11 - "E não sejais cúmplices nas obras
infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as".
6.5 - (12) > a nossa alegria é completa quando podemos estar pessoalmente uns com os outros. Que
maravilha é a comunhão entre irmãos! Como devemos ansiar pela companhia uns dos outros! Leia o Salmo 133.
3 JOÃO
1. Propósito: o menor livro da Bíblia, 3 João é um bilhetinho muito pessoal e cheio de vivacidade, que o
Espírito de Deus inspira João a escrever a um certo Gaio, falando primordialmente a respeito da hospitalidade cristã. A
carta incentiva Gaio a continuar agindo em amor para com os irmãos que o visitam a ele e à igreja, em contraste com
Diótrefes, que se recusa a recebê-los.
2. Palavra-Chave: HOSPITALIDADE
3. Versículo-Chave: "Portanto, devemos acolher esses irmãos, para nos tornarmos cooperadores da verdade"
(8).
4. JESUS: nesta carta não há menção do nome Jesus Cristo. Contudo, no versículo sete há uma clara referência
a Ele - "pois, por causa do Nome foi que saíram, nada recebendo dos gentios". Em At 5.41 encontramos a mesma
expressão, referindo-se ao Senhor Jesus - leia At 5.40. Por outro lado, o conceito de andar na verdade está presente em
toda a carta, e nisso está o seu valor Cristológico, uma vez que o Senhor Jesus é a própria Verdade (Jo 14.6).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - debatemo-nos outra vez com a questão: quem é o destinatário desta carta? O amado Gaio. Mas,
quem era ele? Este nome era bastante comum no Império Romano, de modo que fica difícil determinar quem tenha sido,
uma vez que:
5.1.1 - havia o Gaio da Macedônia, companheiro de viagem de Paulo - At 19.29;
5.1.2 - havia o Gaio de Derbe - At 20.4,5;
5.1.3 - havia o Gaio hospedeiro de Paulo em Corinto, a quem o apóstolo batizou - Rm 16.23; 1 Co
1.14.
Geralmente, considera-se que o Gaio de 3 João fosse alguém da província da Ásia, o que o
distinguiria destes outros três cristãos.
5.2 - 2 e 3 João falam de amor e de verdade. E ambas falam de hospitalidade. Uma, apresenta-nos a
hospitalidade que não pode ser oferecida. A outra, a que deve ser oferecida. Vejamos outros textos a respeito desse assunto
importante:
5.2.1 - Rm 12.13 - "compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade";
5.2.2 - 1 Tm 3.2 - "É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só
mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro...";
Nota 1: uma palavra, agora, para o hóspede. Transcrevo aqui John Stott, em seu comentário da terceira epístola de João:
"O Didaquê, manual eclesiástico do primeiro século... mostra que às vezes a hospitalidade cristã primitiva sofria abusos.
São dadas instruções no sentido de que um apóstolo não se hospede por mais de um dia ou, 'em caso de necessidade', dois.
'Se ficar três dias, é falso profeta' (11.5). Ao partir, ele pode receber alimento suficiente para sustentá-lo em sua viagem.
Mas, 'se ele pedir dinheiro, é falso profeta' (11.6). De novo, se um profeta, aparentemente falando sob inspiração do
Espírito Santo, disser, 'dêem-me dinheiro, ou alguma outra coisa', não deve ser atendido, a menos que o dinheiro seja
'para outros, que estejam passando necessidade'. Reconhece-se que os verdadeiros profetas têm direito a estadia e sustento
(13), mas um viajante cristão comum não deve ser hospedado de graça por mais de dois ou três dias (12.2). Se quiser
estabelecer-se, 'deve trabalhar para viver... Se negar-se a fazê-lo, está mercadejando sobre Cristo' (12.3-5)".
Nota 2: ainda quanto ao hóspede: a velha regra "parta deixando saudades" é um conselho muito sábio para todos nós ao
fazermo-nos hóspedes de parentes, amigos ou irmãos em Cristo. Conta-se que George Washington, primeiro presidente dos
Estados Unidos, visitou amigos certa noite. À hora de partir, despediu-se dos adultos. Depois, parou à porta, que estava
sendo aberta por uma garotinha, e disse-lhe: "Sinto muito, querida, por dar-lhe tanto trabalho". A isso, a menina replicou:
"Eu preferiria estar abrindo a porta para o senhor entrar!". Isto é o que podemos chamar de hóspede bem-vindo e sábio!
5.3 - qual o significado da expressão encaminhando-os em sua jornada (6)? Resposta: prover ajuda
para os missionários em suas viagens. Essa ajuda podia incluir: alimentos, dinheiro, companheiros para a viagem e meios
de transporte.
5.4 - quem era Diótrefes? Talvez um líder de alguma igreja da província da Ásia. Tinha um profundo
desejo de aparecer. Era tão autoritário, que chegou a resistir à palavra do apóstolo mais antigo de todos (e sobrevivente dos
Doze). Chegou a falar mal de João! E se recusou a recolher os missionários, impedindo também que os irmãos lhes
oferecessem hospitalidade (9,10).
5.5 - e quem era Demétrio? Seria o fabricante de nichos de Diana, da cidade de Éfeso? Não sabemos.
Talvez tenha sido o portador desta carta para Gaio. Mas, o que o Espírito de Deus afirma sobre ele?
5.5.1 - todos lhe dão testemunho - desde a sua conversão, se manteve firme, o que todos podiam
testemunhar;
5.5.2 - até a própria verdade - a verdade que ele professava estava tão dentro dele, que a sua vida
falava. Seu testemunho de vida era evidente;
5.5.3 - nós também damos testemunho - o próprio apóstolo João testemunhava da vida deste
irmão!
6. Lições:
6.1 - (2) > temos aqui os votos de alguém que andou bem pertinho de Jesus, e que compreendeu que um
crente pode ser receptáculo tanto de bênçãos espirituais, quanto de materiais. O mesmo que nos ensina a não amar o mundo
nem as coisas que há no mundo (1 Jo 2.15), entende que não há pecado em prosperarmos. É preciso que aprendamos a
viver de modo equilibrado, sem extremismos - no mundo, mas não sendo dele. Lembrando sempre que o importante é que
a nossa alma seja próspera!
6.2 - (4) > você sente maior alegria num resultado favorável ao Brasil na Copa do Mundo, ou em saber
que os seus filhos na fé têm vivido genuinamente a vida cristã? Qual o seu real interesse pelos seus filhos espirituais? Até
onde vai esse interesse? Sente-se pai, realmente?
6.3 - (3-6) > linguagem de bajulação é característica de falso profeta. Porém, uma palavra de
reconhecimento e incentivo é marca de todo verdadeiro servo de Deus. Nunca bajule. Por outro lado, nunca deixe de
reconhecer as qualidades e boas ações das pessoas, expressando claramente esse reconhecimento. Você tem feito isso?
6.4 - (10) > é muito importante confrontarmos as pessoas em seus erros. É preciso coragem. Segurança.
Firmeza. Espírito de oração. Dependência de Deus. Pois é muito necessária a confrontação. Podemos ajudar muito alguém
que esteja em erro, confrontando-o. No ministério, isso é necessário sempre.
6.5 - (11) > não está errado imitarmos alguém (1 Co 11.1). O problema é escolhermos o modelo certo!
1. Propósito: Judas conta claramente qual o propósito do Espírito ao inspirá-lo para escrever esta carta: exortar
os irmãos a batalharem "diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (3). Havia grande
urgência em fazê-lo, pois "certos indivíduos se introduziram com dissimulação...homens ímpios, que transformam em
libertinagem a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (4). A Igreja estava sendo
invadida por pregadores sensualistas que procuravam tirar proveito da liberdade que temos em Jesus, para dar ocasião ao
pecado. Foi o pulo do legalismo judaico para o antinomianismo (sou livre; logo, posso fazer o que quiser). A carta serve de
excelente prefácio para o Apocalipse!
2. Palavra-Chave: BATALHEMOS PELA FÉ! Obs.: Fé = conjunto de verdades a respeito de Deus e da Sua
Obra.
3. Versículo-Chave: "Amados, quando empregava toda diligência, em escrever-vos acerca da nossa comum
salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé
que uma vez por todas foi entregue aos santos" (3).
4. JESUS: em Judas o Senhor Jesus é apresentado como nosso único Soberano e Senhor (4). Ele é Aquele que
guarda os Seus servos (1). Por meio dos Seus apóstolos, nos alertou quanto à apostasia dos últimos tempos (17,18), de
modo que devemos esperar na Sua misericórdia (21).
5. Dados e Particularidades:
5.1 - quem foi Judas? Além do Iscariotes, o Novo Testamento fala de três outros Judas (este nome se
tornara comum entre os judeus por causa do grande herói nacional, Judas Macabeu):
5.1.1 - havia o Judas, filho de Tiago (um dos Doze) - Lc 6.16; At 1.13;
5.1.2 – havia o Judas, também chamado Barsabás, que acompanhou Paulo, Barnabé e Silas a
Antioquia após a realização do Concílio de Jerusalém (At 15.22);
5.1.3 - e havia o Judas irmão de Tiago e do Senhor Jesus - Mt 13.55; Mc 3.21,31; 6.3; At 1.14.
Sabemos que se converteu após a ressurreição do Senhor (Jo 7.5; At 1.14). Ele é tido como o homem que o Espírito usou
para escrever esta carta.
5.2 - a linguagem de Judas é apaixonada, vibrante, cheia de citações do Velho Testamento e de figuras
fortes, tais como: rochas submersas; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes
desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar; estrelas errantes. Pode-se notar o seu tom
apaixonado no grito: "Salvai-os, arrebatando-os do fogo" (23). E, por meio dessa linguagem contundente, aprendemos
muito. Note, por exemplo, a expressão "uma vez por todas" (3). O advérbio grego "hapax" indica-nos que a verdade de
Deus já foi completamente revelada! NÃO PODE SURGIR QUALQUER NOVIDADE! A fé (corpo de doutrinas) já está
selada.
5.3 - esta carta pode ser dividida assim:
5.4 - é interessante notar a didática de Judas, apresentada sempre em três termos. Por exemplo:
6. Lições:
6.1 - (3) > o plano de Judas era escrever sobre um assunto; mas, o propósito de Deus era bem outro.
Temos, aqui, mais uma demonstração da inspiração das Escrituras (2 Pe 1.20,21). Elas não são o mero resultado do
engenho humano. Cumprem o propósito divino.
6.2 - (4) > o libertino entra sempre com dissimulação (fingimento). Ele não expõe os propósitos do seu
coração. Vai se infiltrando e adulando (16), pois o seu objetivo é a sensualidade. É rocha submersa (12). Muito cuidado!
Filtre cada pessoa à luz da Palavra. E não se deixe levar por conversas de "liberdade cristã" que abrem portas para a queda!
6.3 - (8) > uma das marcas do falso é a sua incapacidade de submeter-se às autoridades. É livre-
pensador, independente, e não quer dar satisfações dos seus atos a ninguém. Só vê nas autoridades motivo para falar mal.
Há em você alguma destas características? Cuidado!
6.4 - (12) > outra característica do falso é que ele não dá fruto. Ele só se preocupa em apascentar-se a si
mesmo. Alimenta-se, veste-se, diverte-se, cuida da saúde, e faz o mundo girar em torno de si próprio. Promete chuva, mas é
uma nuvem sem água. E não dá fruto, mesmo que seja colocado na situação mais propícia (observe a expressão "plena
estação dos frutos"). Você dá fruto? Ou só promete? Apascenta-se a si mesmo, ou ao rebanho que o Senhor lhe confiou?
6.5 - (23) > a sua roupa está contaminada pela carne? Você a veste movido pela carne? DETESTE-A!
APOCALIPSE
Propósito: assim como Gênesis é o livro dos começos, o Apocalipse é o livro da consumação de tudo.
Apresenta-nos a vitória final do Senhor Jesus e da Sua Igreja sobre Satanás e todo o mal. E, por isso mesmo, nos ensina que
as coisas podem ficar difíceis para nós aqui e agora, mas o Deus da História a está dirigindo, não perdeu o controle de nada,
sabe o que está fazendo e, no final, nos guiará triunfantes e jubilosos à Nova Jerusalém, onde enxugará dos nossos olhos
toda lágrima e onde viveremos com Ele para sempre absolutamente seguros e livres da presença de qualquer mal! O nome
Apocalipse significa revelação. E o primeiro versículo do livro expõe claramente o seu propósito: "Revelação de Jesus
Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as cousas que em breve devem acontecer, e que ele, enviando por
intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João". Com isso, entendemos que, se por um lado o livro pode nos
apresentar uma visão panorâmica da História, por outro, é uma revelação das coisas finais, ou seja, das últimas coisas. A
História, como a conhecemos e vivemos aqui na Terra, terá um fim. E o Apocalipse revela como e qual será esse fim. Creio
que, em resumo, este seja o grande propósito do Apocalipse: mostrar o fim da História, exaltando o grande vitorioso na
batalha contra o mal – O REI dos Reis e SENHOR dos Senhores, o SENHOR JESUS CRISTO!
Nota: olhando para esta introdução, parece-me que pode ficar a impressão de que o Apocalipse é um livro fácil de ser lido
e compreendido. Não é bem assim... Trata-se de um livro de difícil interpretação e leitura. Mas nem por isso deixa de ser
Palavra de Deus, útil para o ensino, repreensão, correção, educação na justiça, e absolutamente necessária para nós! A
leitura e estudo do Apocalipse não devem ser uma “opção dispensável”, mas uma obrigação desafiadora e prazerosa para
todo o verdadeiro seguidor do Senhor Jesus. Todavia, algumas diretrizes básicas são úteis para se começar o estudo desse
livro fascinante: “Primeiro, o livro compreende uma série longa e complexa de visões – mais de sessenta. Elas se fundem
umas às outras, às vezes se sobrepõem, voltam no tempo e recomeçam, destacam-se e se expandem em detalhes, dão uma
visão geral de eventos colossais, e muito mais. Elas precisam ser lidas como aquilo que são: relatos visionários da
realidade, que foram dados por Deus para ilustrar profundas verdades teológicas e espirituais. Precisamos lembrar também
que as imagens utilizadas por João eram conhecidas pelas pessoas de sua época, mesmo que não o sejam para nós. A maior
parte delas é tirada do Antigo Testamento – há cerca de 350 alusões ou referências a ele...
Em segundo lugar, o estilo que João utilizou também era conhecido de seus leitores. Era chamado apocalíptico, e
os leitores de João eram capazes de ver o que João estava dizendo porque estavam acostumados com esse tipo de literatura.
Como literatura, o estilo apocalíptico era extremamente simbólico. Os tipos de coisas do Apocalipse, suas bestas, dragões e
mesmo a dissolução do universo eram representações pictóricas de profundas realidades históricas e teológicas. Elas eram
conhecidas dos leitores de João, provenientes que eram de livros bem conhecidos do Antigo Testamento, como Êxodo,
Salmos, Ezequiel, Daniel, Isaías e Zacarias.
Finalmente, temos que nos lembrar que a teologia cristã básica perpassa todo o livro. Isso lhe dá coerência e
unidade internas que o amarra por inteiro. Tente não se deixar dominar pelos símbolos; procure a verdade teológica que
está sendo apresentada” (Elwell e Yarbbrough, em Descobrindo o Novo Testamento, São Paulo: Editora Cultura Cristã,
2002 – p.376).
3. Versículo-Chave: "Escreve, pois, as cousas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois
destas" (1.19).
4. JESUS: o Apocalipse é, antes de tudo, uma revelação do Senhor Jesus Cristo, de modo que podemos
aprender muitíssimo sobre Ele aqui. Ele é:
4.1 - "Jesus Cristo, a fiel testemunha, o primogênito dos mortos, e o soberano dos reis da terra" (1.5);
4.2 - é, também, Aquele que nos ama "e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos
constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai" (1.5,6);
4.12 - é Aquele que diz: "Certamente venho sem demora" (22.20). Vem, Senhor Jesus!
5. Dados e Particularidades:
5.1 - esta revelação o Senhor deu a João em Patmos (1.9), uma ilha pequena [34 km2], pedregosa, árida e
isolada que fica na costa da Ásia Menor, no Mar Egeu [atualmente, Patmos pertence à Grécia, e tem uma população de
cerca de 3.000 habitantes]. Patmos era um dos lugares para onde os romanos enviavam os criminosos. João foi banido para
lá "por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus" (1.9). Certamente o alvo era que ele morresse ali como mais
um dos cristãos perseguidos pelo Imperador (provavelmente Domiciano). Ao invés disso, o Senhor o sustentou, e lhe deu
uma palavra! E que palavra! Tão valiosa que se estende a nós, quase dois mil anos depois de sua revelação! Podemos
resumi-la em seus quatro ensinos teológicos principais:
5.1.1 – o Deus Triúno existe, criou o universo, está guiando o curso da História e o guiará
triunfantemente até o final! E esse Deus vivo e Criador de todas as coisas é Aquele que faz Sua vontade nos céus e na
terra, não podendo ser impedido por ninguém em Seu agir!
5.1.2 – o Senhor Jesus Cristo, que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, é o Cordeiro – o
Salvador do mundo – que deve ser adorado. Ele também é o Leão da Tribo de Judá, Aquele que reina poderosamente
sobre as nações. Nenhum livro do Novo Testamento fala de forma tão exaltada sobre o Filho, como o Apocalipse!
5.1.3 – o Deus Triúno, Criador e Redentor, tem um povo Seu que, na qualidade de povo remido
do Senhor é vencedor da besta, da sua imagem e do número do seu nome(15.2), ainda que isso lhe custe a própria vida!
Esse povo segue o Cordeiro por onde quer que vá (14.4), guardando os mandamentos de Deus (12.17) e fazendo a obra que
Ele lhe designou (2.13,19).
5.1.4 – tudo na criação caminha para um final, individual e coletivamente (há uma escatologia
pessoal e uma escatologia cósmica). Mas há vida após a morte (6.9-11), onde os redimidos são confortados (7.9-17), verão
a face de Deus (22.1-6), e viverão eternamente em novo céu e nova terra (21.1-17). Por outro lado, os ímpios também
ocuparão o lugar que lhes compete (20.15).
Considerando estes aspectos, poderíamos estudar o livro tendo em mente uma divisão simples e sábia, arquitetada pelo
Rev. Júlio Andrade Ferreira, e apresentada em seu livro “Conheça Sua Bíblia”, vastamente divulgado:
5.2 - o Apocalipse é o único livro da Bíblia que promete de modo específico bênção para quem o ler (1.3).
Por outro lado, promete maldição para quem adulterar a sua mensagem (22.18,19). A despeito disso, é assustador o número
de pessoas que apresentam as suas opiniões pessoais a respeito do conteúdo do livro, não como opiniões, mas como se
fossem a verdade final (oferecendo interpretação até para os seus detalhes mais simples). Uma atitude de humilde
reverência será bem mais cabível, ao lado de um espírito aberto para ouvirmos opiniões divergentes, e o reconhecimento da
nossa imensa pequenez diante da grandiosidade do livro.
5.3 - há muitas correntes de interpretação para o Apocalipse. Todas têm os seus pontos fortes, bem como
os seus pontos fracos. Podemos classificá-las em quatro grupos:
Essas correntes de interpretação podem nos ajudar a compreender um pouco melhor as posições mais
tradicionalmente divulgadas quanto à questão do Milênio.
Nota: o termo "milênio" - mil anos - refere-se ao reinado do Senhor Jesus conforme descrito em Ap 20.1-6. Alguns crêem
que esse reinado será uma época de bênçãos em que o Senhor Jesus reinará fisicamente sobre a terra. Outros, identificam o
Milênio com a presente era da Igreja - um período de tempo indefinido em que Ele age como o Cabeça do Seu povo aqui na
terra. E outros crêem que o termo Milênio refira-se à eternidade.
Fica uma pergunta: quando será o Milênio? Ou já o estamos vivendo? Algumas correntes teológicas se propõem
a nos oferecer uma resposta a essa questão, no mínimo, intrigante! Vejamos as posições mais comumente conhecidas:
Posição PÓS-MILENISTA - esperam que o Senhor Jesus volte após o Milênio (este seria a atual "era da Igreja", para
eles). Vêem o Apocalipse sob a ótica da corrente pretérita ou da corrente histórica.
Posição AMILENISTA - interpretam o reino milenar do Senhor Jesus no sentido espiritual. Vêem Israel e a Igreja
como um único povo de Deus. As promessas do reino feitas a Israel podem aplicar-se à
Igreja aqui e agora ou à sua vivência eterna em o novo céu e nova terra.
CAPÍTULO ASSUNTO
5.5 - o livro não deve produzir medo em nós, mas alegria e santa reverência, pois é um grande cântico
de vitória! O Cordeiro é o Grande Vencedor, e os Seus reinarão com Ele pelos séculos dos séculos (22.5). ALELUIA!
6. Lições:
6.1 - (1.14) > os olhos do Senhor Jesus são como chama de fogo. O que isso nos ensina? Ele faz derreter
todas as nossas máscaras. Tudo cai por terra. Na presença dEle, ficamos como realmente somos. Por isso, é melhor andar
sem máscaras!
6.2 - (2.10) > a fidelidade que Ele requer de nós é até à morte. Isso quer dizer duas coisas:
Não podemos ser fiéis somente enquanto nos convém, ou nos é agradável e fácil. E também não
podemos ter picos de fidelidade, para, em seguida, cair em fases de infidelidade. É preciso permanecer! Leia João 15.
6.4 - (19) > Apocalipse é o grande cântico de vitória do nosso Deus! A vitória virá após a luta. Nunca
antes. Após sangue ser derramado, e muito sofrimento experimentado pelos servos de Deus. Mas, ela virá! E, quando vier,
tudo será tão bom, que já não sofreremos pelas coisas passadas!
6.5 - (22.20) > ELE VIRÁ! SEM DEMORA! AMÉM! VEM, SENHOR JESUS!
APÊNDICE I
Crucificação: provavelmente de origem fenícia, era forma de execução muito utilizada pelos romanos a partir de 200 a.C.
No ano de 71 a.C. o general romano Marco Lucínio Crasso mandou crucificar seis mil escravos considerados rebeldes ao
longo da Via Áppia, uma das principais estradas da Roma Antiga que, no trecho Cápua-Roma, atingia a extensão de 300
km! O Senhor Jesus deve ter sido crucificado no dia 14 de nisã, ou seja, na sexta-feira 3 de abril, vindo a falecer por volta
das três horas da tarde, exatamente quando os cordeiros pascais estavam sendo imolados em Jerusalém!
Dalmácia: região para onde foi Tito enquanto Paulo estava preso em Roma (2 Tm 4.10), corresponde à atual Croácia e
Montenegro.
Doenças e Enfermidades (Mt 4.23): doença, algo crônico; enfermidade, algo passageiro.
Filactério (Mt 23.5): objeto ritual judaico, chamado pelos rabinos de tephillin (com raiz na palavra tephillá, que significa
“prece”), é composto por duas pequenas caixas de couro, cada qual presa a uma tira de couro de animal limpo (kasher),
dentro das quais ficam guardados pergaminhos com as seguintes quatro passagens bíblicas: Ex 13.1-10; 13.11-16; Dt 6.4-9;
11.13-21[textos da Torá que enfatizam a recordação dos mandamentos e da obediência a Deus]. Essas passagens são
utilizadas pelos judeus em suas orações matinais, exceto no Shabbat e em certos dias de festa (Yom Tov e Chol Hamoed).
A partir dos 13 anos de idade, com o Bar Mitsvá, um menino passa a usar os tephillin. Coloca-se uma caixinha no braço
esquerdo para que fique próxima ao coração; a outra é colocada na testa, entre os olhos.
O nome filactério vem para o português do grego fylaktérion, que quer dizer “proteção”, o que explica o uso desse objeto
como amuleto. [Os sábios judeus consideram que ao usar tephillin, todos os povos temerão Israel].
Da censura que o Senhor Jesus dirigiu aos escribas e fariseus, no que diz respeito ao alargar seus filactérios, se depreende
que eles aparentemente queriam impressionar os outros, dando a idéia de que seriam mais zelosos quanto ao cumprimento
da Lei. O que o Senhor Jesus quer de nós é que guardemos a Sua Palavra em nosso íntimo, e a demonstremos em nossa
vida e, não, que a utilizemos como amuleto, ou como veículo de auto propaganda da nossa piedade pessoal!
Guarda Pretoriana: criada por Otávio, era encarregada de sua proteção pessoal. A partir dele, todos os imperadores
romanos tiveram uma guarda pretoriana, de tamanho variável.
Partia (At 2.9 – “partos”): região que corresponde aos atuais Irã e Afeganistão.
Pérola (Ap 21.21): cada uma dessas pérolas representa o Senhor Jesus, que é a Porta. O aspecto especial aqui, é que a
pérola é a única pedra preciosa “feita” de dor, sofrimento, e morte. É perfeita para representar o Senhor!
Simão, curtidor (At 10.6): os curtidores trabalhavam com a pele de animais mortos; por isso, eram considerados
cerimonialmente impuros pelos judeus. Foi na casa de Simão, em Jope, que o apóstolo Pedro se hospedou. E foi lá que ele
foi novamente desafiado a abandonar a Lei Cerimonial, quando teve a visão do grande lençol que continha todo tipo de
animais.
APÊNDICE II