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IDADE MÉDIA

Aula 1

Prof. Gilson Santos


1. A Idade Média
Cidade Medieval Junto a um Rio, 1815, Karl Friedrich Schinkel (pintor alemão e Arquiteto, 1781-
1841), óleo sobre tela, 94 x 140 cm, Galeria Nacional, Museus Estatais de Berlim, Alemanha.
“Se utilizássemos numa conversa com homens medievais a
expressão Idade Média, eles não teriam ideia do que isso poderia
significar. Eles, como todos os homens de todos os períodos
históricos, se viam vivendo na época contemporânea (…). O
conceito de Idade Média foi elaborado na época do Renascimento.
O termo expressava um desprezo indisfarçado pelos séculos
localizados entre a Antiguidade Clássica (época da antiga Grécia e
Roma) e o século XVI. Este se via como o Renascimento da
civilização Greco-latina, e portanto tudo que estivera entre esses
picos de criatividade artístico-literária (de seu próprio ponto de vista,
é claro) não passava de um hiato, de um intervalo. Logo, de um
tempo intermediário, de uma idade média.”

(Hilário Franco Júnior. In: A Idade Média: Nascimento do Ocidente. 3a


ed. São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 17)
Cidade Medieval junto a águas, 1813, Karl Friedrich Schinkel (pintor alemão e Arquiteto, 1781-
1841), óleo sobre tela, 94 x 126 cm, Nova Pinacoteca, Munique, Alemanha.
O conceito contemporâneo de
“Idade Média” ou “Idade Medieval”
foi desenvolvido entre
o Renascimento e o Iluminismo,
ou mais precisamente entre
os séculos XVI e XVIII.
2. O Cristianismo e o
Império Romano nas
Ilhas Britânicas
Como estava o “mundo ocidental”, europeu, pela época
em que teve início a Idade Média?
As
Ilhas Britânicas
sob o
Império Romano
O Cristianismo na Grã-Bretanha, antes
da Queda do Império romano
• Soldados e Mercadores de Língua Latina
• Esforços de Paulo às Igrejas da Galácia
• Tertuliano (c. 155-222) e Orígenes (c. 185-254) referem-se à
presença de cristãos nas Ilhas Britânicas
• Em 314, no Concílio de Arles, estavam presentes bispos britânicos de
York, Londres e talvez Lincoln.
• Atanásio de Alexandria (300-373) refere-se à igreja britânica como
tendo plenamente reconhecido o credo nicênico.
O Cristianismo na Grã-Bretanha, antes
da Queda do Império romano

• Líderes no início do quinto século: Pelágio (c.


400), cuja doutrina foi combatida por Agostinho
de Hipona; Fausto (c. 408-490), o bispo de Riez;
Ninian (c. 400), missionário entre os Pectos no
sudoeste da Escócia.
AS INVASÕES BÁRBARAS

Durante a última parte do século IV, o


confortável mundo britânico romanizado começara
a ruir, para nunca mais ser restaurado. Sobrevindo a
queda do império romano, só a duras custas
conseguira o cristianismo manter-se em meio à
população celta.
AS
INVASÕES
BÁRBARAS
MURALHA DE
ADRIANO

As
Ilhas Britânicas à
época da queda do
Império Romano
SÉCULO V – Um mundo em colapso
SÉCULO V – Um mundo em colapso
SÉCULO V – Um mundo em colapso
SÉCULO V – Um mundo em colapso
SÉCULO V – Um mundo em colapso
UMA LIÇÃO – Religião oficial sem esforço
missionário

“Mais importante para nós do que o fato de o cristianismo ter-se


tornado a religião oficial, é o fato de o cristianismo romano ocidental
não ter dedicado atenção especial ao cumprimento da grande comissão, pelo
menos não nesse período. Não se trata de os romanos desconhecerem o
vasto campo missionário ao norte, pois afinal de contas, os líderes
militares e políticos de Roma tiveram de lidar com as tribos
germânicas durante séculos.
UMA LIÇÃO – Religião oficial sem esforço
missionário
... Como teria sido melhor para os romanos se nesses curtos cem anos
de tolerância oficial do cristianismo (310-410), antes da primeira
invasão pelos bárbaros, os cristãos tivessem se consagrado a esforços
missionários vigorosos e construtivos... Talvez um pouco mais de
cristianismo tivesse evitado o completo colapso da estrutura
governamental do império romano no ocidente.”
(WINTER, Ralph D. In: Missões Transculturais; Uma Perspectiva Histórica)
3. Missões em um
Mundo em Colapso
Os
Reinos
Bárbaros
no Século V
Grã-Bretanha
no Século V
“Aquelas regiões da Grã-
Bretanha que eram invencíveis
diante dos exércitos romanos
foram conquistadas pelo
evangelho de Cristo”.
(Tertuliano, citado por Carey, em sua obra Enquiry)
“Ele que ressuscitou os bêbados
e brutalizados Bretões para os
fazer assentar nos lugares
celestiais em Cristo Jesus, pode
ressuscitar estes escravos da
superstição, purificar seus
corações, e fazê-los adoradores
do único Deus em espírito e em
verdade.”

(“O Trio de Serampore” [Carey,


Marshman e Ward], em 1805)
3.1. Patrício
(c. 389-461)
PATRÍCIO (c. 389-461)

1. Britânico, nascido no Império Romano, de família


cristianizada
2. Nasceu em família de classe privilegiada na sociedade
romano-germânica
3. Hoje é conhecido como “São Patrício”, patrono da Irlanda.
4. Envolto em muitas lendas, anacronismos, mitos e
referências a milagres, Patrício é “uma das figuras mais mal
interpretadas da história da igreja”.
5. Exemplos: “Expulsou as cobras da Irlanda”; usou o trevo de
três folhas (atual símbolo da Irlanda), para explicar a
Trindade.
PATRÍCIO (c. 389-461)

Não era católico-romano (segundo o sentido moderno do termo) nem Irlandês.

“O Patrício apresentado na literatura,


na iconografia e na hagiografia não é o Patrício histórico,
principalmente o que percebemos dele próprio em sua
Confissão”.
(SANTOS, Dominique Vieira Coelho dos. Quem Foi São Patrício?; Uma Reflexão sobre Algumas
Representações Acerca deste Santo. )
PATRÍCIO (c. 389-461)

“Eu sou Patrício, um pecador,


o mais inculto, o menor de todos os fiéis,
e supremamente desprezado por muitos”.

(Extraído de “Confissão de São Patrício”)


Patrício nasceu
na parte final do IV século
e realizou o seu
ministério no V século
Quando tinha 16 anos de
idade, a vila onde morava
Patrício foi invadida por
saqueadores irlandeses, e
muitos jovens do sexo
masculino, inclusive o
próprio Patrício, foram
levados para serem
vendidos como escravos.
Ele refere-se a “milhares de
pessoas.”
PATRÍCIO (c. 389-461)

• Patrício foi vendido como escravo, e passou seis


anos na região montanhosa da Irlanda,
apascentando gado, inclusive porcos.
• O sobrenome (apelido) Succet, dado a Patrício,
significa “porqueiro”.
• Embora o lar em que nasceu, Patrício ainda não
era um cristão.
PATRÍCIO (c. 389-461)

Conversão de Patrício:

“O Senhor permitiu que compreendesse minha incredulidade e mostrou


que, por mais tarde que fosse, eu podia lembrar de minhas faltas e
voltar-me para Deus de todo o coração; Ele interessou-se pela minha
triste condição e compadeceu-se de minha juventude e ignorância,
protegendo-me mesmo antes de vir a conhecê-lo e obter sabedoria para
distinguir entre o bem e o mal; Ele fortaleceu-me e consolou-me como
um pai faz a seu filho.”
PATRÍCIO (c. 389-461)

UM ESCRAVO SERVINDO A CRISTO

• Após sua conversão no cativeiro, compenetrou do valor da boa


doutrina que lhe haviam ensinado seus pais.
• “A vida de Patrício foi marcada por oração intensa e persistente,
e de tempos a tempos ele tomava consciência de uma advertência
interior em que reconhecia a resposta divina às suas orações.”
PATRÍCIO (c. 389-461)

Fuga da Irlanda

* Por uma circunstância que ele atribuiu diretamente à


providência e intervenção de Deus, Patrício conseguiu escapar da
Irlanda em um navio. Passou, porém, por muitas dificuldades até
regressar à Grã-Bretanha.
PATRÍCIO (c. 389-461)

“Passa a Macedônia”

“Vi um homem chamado Victórico, como se viesse da Irlanda, com inúmeras cartas: e
ele deu-me uma delas. Enquanto lia o começo da carta, pensei naquele mesmo
momento ouvir a voz daqueles que estavam para além da floresta de Focluth, junto
ao mar ocidental; e foi isto que disseram: ´Por favor, santa juventude, venha e ande
entre nós novamente`. O grito deles atingiu-me o coração e não pude continuar
lendo, e então acordei.”
PATRÍCIO (c. 389-461)

Preparo e Partida

• Entre aquele chamado e a chegada na Irlanda, Patrício dedicou-se a


estudar a Bíblia, tomando familiaridade com a tradução bíblica em
Latim.
• Patrício chegou à Irlanda em 432 d.C., e tinha a grande vantagem de
já conhecer a língua e os costumes de seus habitantes.
• Na Irlanda encontrou forte oposição dos sacerdotes celtas druidas.
PATRÍCIO (c. 389-461)

O Paganismo

Quando Patrício chegou na Irlanda, havia grupos isolados de cristãos, mas


a vasta maioria do povo continuava firmada no paganismo. Eles adoravam
o sol, a luz, o vento, a água, o fogo e as pedras, assim como criam em
espíritos bons e maus de todos os tipos, habitando as árvores e os montes.
A magia e o sacrifício – inclusive o sacrifício humano – faziam parte dos
ritos religiosos realizados pelos druidas ou sacerdotes.
PATRÍCIO (c. 389-461)

“No próximo ano Patrício foi enviado da


Escócia para pregar aos irlandeses, que
eram antes do seu tempo totalmente
incivilizados, e, alguns dizem, canibais; ele,
contudo, foi profícuo, e lançou os alicerces
para diversas igrejas na Irlanda”.

(CAREY, An Enquiry.)
PATRÍCIO (c. 389-461)

O Esforço Missionário

Patrício foi um missionário segundo aquele tempo e contexto. Alguns


procedimentos missionários seriam questionados atualmente. Porém, ele
fundou igrejas e, por volta do ano 447, depois de quinze anos de
pregação, grande parte da Irlanda havia sido evangelizada. Reunia ao ar
livre grandes congregações.
PATRÍCIO (c. 389-461)

O Esforço Missionário

Embora tenha sofrido muitas adversidades, provações, perseguições e


incompreensões, Patrício perseverou. Escreveu ele:

“Rogo a Deus que me dê perseverança, e o poder de ser uma testemunha fiel e aprovada
até o fim”.

Em seus escritos, Patrício jamais mencionou qualquer ligação com a Igreja de


Roma.
PATRÍCIO (c. 389-461)
O Esforço Missionário

O enorme êxito de Patrício como missionário e


evangelista evidenciou-se nas duzentas igrejas plantadas
por ele e nos cem mil crentes professos que batizou,
segundo sugerem alguns. Conta-se que seu êxito foi
tamanho que algumas vezes batizou multidões de
irlandeses, simplesmente mandando que todos
entrassem nas águas de um rio, depois do que ele
pronunciava a fórmula batismal sobre a multidão. Ele
batizava por imersão.
PATRÍCIO (c. 389-461)
Treinamento de Líderes

• Os convertidos recebiam instruções intensas sobre as Escrituras e eram


encorajados a envolver-se no ministério.
• As mulheres desempenhavam um papel significativo nas igrejas celtas.
• Muitos jovens eram instruídos por meio de bons livros trazidos da França e da
Inglaterra.
• Logo ele começou a ordenar e instruir presbíteros irlandeses, a fim de que
servissem de pastores aos recém-convertidos.
• Assim surgiu na Irlanda uma forte igreja, que logo começou a enviar os seus
próprios missionários a outras regiões.
PATRÍCIO (c. 389-461)

Características Distintivas da Igreja Celta

• A Igreja que Patrício fundou na Irlanda tinha várias características que a


distinguiam do cristianismo no restante da Europa.
• Gonzáles destaca que, “destas a mais notável era que, em vez de ser governada
por bispos, quem tinha autoridade eram os abades dos conventos. Além disto, o
Domingo da Ressurreição era celebrado em outra data, as tonsuras dos clérigos
eram diferentes, etc”.

(GONZÁLEZ, Justo L. A Era das Trevas. Uma História Ilustrada do Cristianismo.)


PATRÍCIO (c. 389-461)

Um Monasticismo Culto e Devoto

Patrício e os missionários celtas que o seguiram deram grande ênfase ao crescimento


espiritual. Cultivava o canto e a poesia, elementos que lhe prestaram não pequeno
auxílio em ganhar esse povo tão amante da música. Ele introduziu o latim e a
cultura europeia na Irlanda, e conduziu a construção de mosteiros, a ponto da
Irlanda vir a ser identificada como “a ilha dos mosteiros”. A construção de mosteiros
possibilitou um sistema de escrita e preservação de textos que obteve grande êxito. O
estudo, a cópia, a tradução e a educação ganharam com isso.
3.2. Patrício e a
Defesa de Missões
PATRÍCIO (c. 389-461)

CONSIDERAÇÕES
DO
CREDO DE PATRÍCIO
PATRÍCIO (c. 389-461)

“FOI A GRAÇA DE DEUS”

“Oro para que os que creem e temem a Deus, quem quer que se tenha dignado a
examinar ou aceitar este documento, preparado na Irlanda por Patrício, o pecador,
homem inculto como se sabe, para que ninguém jamais diga que foi minha
ignorância que realizou qualquer coisa que fiz ou mostrei conforme a vontade de
Deus; mas, julguem e seja verdadeiramente crido, que foi dom de Deus. E esta é a
minha confissão antes que morra.”
PATRÍCIO (c. 389-461)

PATRÍCIO POR SI MESMO

A forma como Patrício se vê é muito diferente daquela como as biografias


hagiógrafas medievais o descrevem. Ele não se descreve como um
“poderoso santo milagreiro”, mas da seguinte maneira:

“Sou ignorante e pecador, tudo o que fiz e sei é um dom de Deus”.


PATRÍCIO (c. 389-461)

“Eu não posso ficar silente...


a respeito dos grandes benefícios e
da grande graça a qual o Senhor tem se
dignado conceder-me na terra do meu cativeiro”.
PATRÍCIO (c. 389-461)

“OS CONFINS DA TERRA”

Na mente de Patrício, ele tinha sido chamado para pregar o


evangelho para a última nação naqueles últimos dias. Era a Irlanda
“o mais ocidental dos países” da Europa, além da qual “não havia
nada”, apenas o Oceano. E a queda do Império Romano, que
estava fresca em sua memória, era um evento que reputava como
um sinal do fim do mundo.

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