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Sumário
Aula 01: Avaliação pré-operatória .................................................................................................................... 1
Aula 02 e 03: Cuidados clínicos no pós operatório ........................................................................................ 11
Aula 04: Choque em Cirurgia (Dr. Basílio) ..................................................................................................... 23
Aula 05: Operações Fundamentais em Cirurgia (Dr. Rivaldo) ...................................................................... 32
Aula 06: Técnica Asséptica (Dr. Rivaldo) ....................................................................................................... 37
Aula 07: Ambiente cirúrgico (Dr. Rivaldo) ..................................................................................................... 42
Aula 08: Nomenclatura em cirurgia (Dr. Rivaldo) .........................................................................................44
Aula 09: Cicatrização (Dr. Rivaldo) ............................................................................................................... 46
Aula 10: Vias de acesso em cirurgia (Dr. Rivaldo) .......................................................................................... 52
CIRURGIA E ARTE
“cirurgia é ciência e arte e, como tal, deve ser aprendida”; “como ciência, é a renovação dinâmica e
constante de preceitos e conceitos em função de sua própria evolução”. Sendo arte, exige
aprendizado manual persistente e bem orientado.
FORMAÇÃO CIRÚRGICA
“Os avanços tecnológicos trazem benefícios para uma melhor recuperação pós-cirúrgica, pois garante
maior exatidão no diagnóstico clínico e traz maior segurança de indicação para o tratamento cirúrgico”
“em medicina, especificamente, reciclar é preciso. De quando em vez, devemos rever conceitos
teóricos, avaliar procedimentos terapêuticos e reativar atitudes éticas”.
DECISÃO CIRÚRGICA
O julgamento clínico sensato é o atributo mais respeitado do cirurgião. O desenvolvimento científico e
tecnológico permite o acesso cirúrgico à pacientes: idosos, cardiopatas, nefropatas, pneumopatas,
neoplásicos, imunodeprimidos, etc. Momento operatório é a ocasião apropriada à intervenção
cirúrgica, observando-se o estágio de evolução e fatores de risco e prognóstico do paciente.
2 Larissa Nóbrega (med 71)
Menores:
o Idade avançada
o ECG anormal ou ritmo não sinusal
o Capacidade funcional reduzida
o História de AVC
o HAS não controlada
OBESIDADE MÓRBIDA
CPAP em casos de diagnóstico de apnéia do sono documentada;
Monitorização não invasiva de oximetria em pacientes com hipoxemia no pré e intra-operatório
e com suspeita de patologias de vias áereas e pulmonares (apnéia do sono, hipoventilação
alveolar);
Cuidados pós-operatórios em UTI para pacientes de alto risco devido a comorbidades, que
tiveram falência na extubação pós-operatória, sofreram complicações no intra-operatório ou
para superobesos (IMC>70);
Manutenção de normovolemia;
Oximetria não invasiva contínua durante recuperação anestésica;
Fisioterapia respiratória para todos submetidos à cirurgias de porte intermediário a alto;
Profilaxia para TVP: Deambulação precoce e profilaxia medicamentosa.
Exame físico: atitude e postura; seg. cefálico (mucosas, gânglios); exame cardiopulmonar (asculta, PA e
pulso); abdome (visceromegalias, hérnias); extremidades (insuficiência vascular).
Exames complementares:
MBE
o 13 exames de “rotina” 1 resultado anormal
Se repetido normal nos ind. Normais
o Mudança do tratamento/cirurgia
6 Larissa Nóbrega (med 71)
Avaliação nutricional
Desnutrição
o Atraso na cicatrização; diminuição da resistência à infecção e da sobrevida.
Indicações
o Perda peso > 5%/30 dias
o Trat obesidade mórbida
o Doenças consumptivas
o Aumento das perdas: fístulas, vômitos, diarreias, infecção.
o Para NNP (mínimo de 15 dias)
Avaliação nutricional simplificada
Parâmetro d. leve d. Moderada d. Grave
Diminuição peso (%) 10 10-20 >20
Prega (mm) 11-14,9 9,9-14,9 <9,9
Albumina (g/dl) 3,1 – 3,5 2,2 – 3,1 <2,2
Linfócitos (mm³) 1000 – 1,200 800 – 1000 <800
Testes cutâneos (mm)* 4,5 - 5 <5 0
*Testes mais usados: candidina, PPD, tricofitina, vaccinia
SO
o Degermação com polivinil-pirrolidona-iodo ou clorexidina
o Antissepsia com soluções alcoolicas
Lavagens/laxantes
Cir. Cólon (preparo específico)
Cir. Possibilidade abertura do cólon
Cateterismos
Vesical: monitorização, cir. Pélvicas ou urinárias
SNG: dilatação gástrica, obstrução intestinal, cir. Emergência
Sedação
Benzodiazepínico noite anterior
Midazolan, VO 30min antes.
Suspender medicamentos
Anticoagulantes orais
o Substituir por heparina 5 dias antes
o Suspende-la 6-12 horas antes e reintroduzir 24-48 horas depois
o Cir. Urgência: plasma fresco
Antiagregantes plaquetários (AAS)
o 10 antes ou não suspender
Antiinflamatórios não-esteroides
o 24-48 antes ou não suspender
Antidepressivos inibidores MAO
o 3-5 dias antes ou não suspender
Hipoglicemiantes orais
o Substituir por esquema de insulina e SG 5%
Diuréticos poupadores de K+
Antibioticoprofilaxia
o Se indicada:
Iniciar na indução
Manter na cirurgia ou 24h após
Icterícia obstrutiva
Hidratação vigorosa
Colestiramina
Vitamina K
Antibioticoprofilaxia
Procedimentos cirúrgicos específicos para descompressão.
Estenose pilórica
Dieta zero
SNG ou Fouchet
Suporte nutricional (enteral/parenteral)
Reposição hidroeletrolítica / ácido-básica
Antibioticoprofilaxia
9 Larissa Nóbrega (med 71)
Diabetes Mellitus
Controle glicemia (até 180-200 mg/dl)
Cirurgia pela manhã
Substituir hipoglicemiante por insulina
No dia da cirurgia
o Glicemia
o SG 5%
o 1/3 ou ½ insulina longa duração c/s ½ insulina regular
o Monitorar glicemia + esquema de insulina
Hipertiroidismo
Estado eutiroideo
Med. Antitiroidianas até véspera (propiltiouracil/metimazol)
Beta-bloqueadores (propranolol)
o Taquicardia persistente
Iodo (lugol)
o 10-15 antes
Sedação
Hipotireoidismo
Profilaxia para hipotermia, monitorização cardiovascular e crânioencefálica;
Avaliar chance de IOT difícil devido ao bócio (RX cervical);
Cir de urgência na vigência de hipotireoidismo grave: L-tiroxina 200-500 mcg EV de ataque +
manutenção (40-100mcg/d) e CE EV;
Insuficiência adrenal
Cirurgia do cólon
Dieta sem resíduo e leve a partir 3 dias antes
Dieta líquida a partir 2 dias antes
Lavagem intestinal com solução glicerinada
Manitol 20% (500 ou 750 ml) + suco laranja / limão coado ou água de coco ou guaraná, VO,
véspera
Hidratação venosa + eletrólitos
Antibioticoprofilaxia
Trauma:
• Magnitude
• Duração
• Natureza do trauma
• A ação do sistema neuro-endócrino;
• a liberação de substâncias mediadoras;
• as alterações no metabolismo celular e intermediário;
• alterações fisiológicas: benéficas
• alterações deletérias: podem indicar falhas nos mecanismos homeostáticos.
12 Larissa Nóbrega (med 71)
Fatores determinantes:
capacidade homeostática
• do eixo hipotálamo-hipofisário;
• sistema nervoso autônomo;
• sistema hormonal geral;
• mediadores com ações locais e sistêmicas;
• produtos de células endoteliais vasculares;
• produtos intra-celulares de células distintas.
Trauma cirúrgico
• A normalidade das funções biológicas depende da manutenção do meio
interno dentro de limites estreitos (características físico-químicas) garantidos
por meios regulatórios (hormonais).
• O trauma representa uma ameaça a esta constância orgânica.
• O paciente responde ao trauma cirúrgico pela sua idade cronológica.
Repercussões do trauma:
• Equilíbrio hidro-eletrolítico / ácido-básico;
• Hipovolemia - redução H2O, Na (edema de seqüestro, jejum, vômito,
exudatos, etc.);
• Hiponatremia - perdas de líquidos orgânicos, sangue, imobilização de H2O no
colágeno;
• Distúrbios hidro-eletrolíticos;
• Hiponatremia, hipocalemia, hipercloremia, hipermagnesemia, etc.
• Equilíbrio hidro-eletrolítico / ácido-básico:
• Alcalose respiratória (hiperventilação);
• Acidose metabólica (distúrbios perfusionais);
• Hiperglicemia (glicogenólise, gliconeogênese).
• Hiperlipemia (lipólise):
• Elevação dos aminoácidos (proteoolíse e inibição da ressíntese);
• Intolerância à glicose (busca de energia endógena).
Fase anabólica
Anabolismo protéico: de 3 a 10 semanas. Aumento de N em 3 a 5g/dia= 18 a 30g de proteína= 90 a 150g de
tecido
Anabolismo lipídico: período final da convalescença: aumento de peso corporal
Monitorização
• Estado respiratório (FR, SaO2, gasimetria);
• Estado hemodinâmico (PA, PVC);
• Diurese (hora/dia) (algaliação);
• Balanço hídrico (estado hidroeletrolítico);
• Temperatura corporal (febre);
• Entubação nasogástrica.
Exame clínico:
• Geral / Região operada
• Exames complementares de diagnóstico.
Otimização do Paciente
• Plasma (5%), Líq. Intersticial (15%), Célula (40%) (Água: 60% PC adulto jovem)
• Balanço hídrico (H2O): (crianças, idosos, obesos).
• Ingestão:
• In natura (1300), alimentos (1000),
• Endógena (300) ml / 24 h.
• Saídas:
• Urina (1500), Pulmões (300), Pele (600) ml /24 h.
• P.C.P. > 19 mmHg. Permite medir por termodilução o débito cardíaco, índice de trabalho sistólico,
volume /minuto do VE.
• DO2 / VO2 (oferta O2 / Consumo de O2).Mede indiretamente a pré-carga ou distensibilidade.
Fluidoterapia
• Desidratação leve (5% PC), grave (10%)
14 Larissa Nóbrega (med 71)
Nutrição
•(desnutrição 40% enfermos)
•Anorexia, catabolismo acentuado, patologia, etc.
•Avaliação:
•medidas antroprométricas (peso habitual, prega cutânea, tríceps, CMB), albumina (3,5 a 4,5 g/l),
transferrina (>250 mg), linfócitos, TC (vacínnia, ppd, candidina, etc), BN.
• Suporte nutricional parenteral: obstrução intestinal, peritonite, pancreatite, fístula digestiva,
síndrome de má absorção, IRA, anorexia, tétano, ICC, encefalopatia hepática, sepse, falência de
múltiplos órgãos, etc.
• Contra-indicações: má perfusão tecidual, queimados, discrasia sanguínea, PO imediato.
• Suporte nutricional parenteral: obstrução intestinal, peritonite, pancreatite, fístula digestiva,
síndrome de má absorção, IRA, anorexia, tétano, ICC, encefalopatia hepática, sepse, falência de
múltiplos órgãos, etc.
Suporte nutricional enteral (oral, enteral);
FEBRE
• Temperatura acima de 38ºC ou persistindo durante 2 ou mais dias de pós-operatório.
Peri-operatório
# Infecção pré-existente (apendicite perfurada)
# Manipulação intra-operatória
# Reação transfusional (alergias, hemólise)
# Hipertermia maligna (agentes inalatórios e succinilcolina)
# Doença endócrina associada
FERIDA PÓS-OPERATÓRIA
– Hematoma/seroma
– Infecção (classificação das feridas cirúrgicas em 4 tipos:
a. - Limpa
b. - Limpa contaminada
c. - Contaminada
d. - Suja
– Deiscência (frequentemente associada a complicação intra-abdominal)
COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
– Deiscência anastomótica
– Ílio paralítico
18 Larissa Nóbrega (med 71)
COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
– Desequilíbrio hidroeletrolítico
– Diabetes mellitus
– Tempestade tiróideia.
COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
– Atelectasia/Pneumonia
– Pneumonia de aspiração
– Edema pulmonar
– Insuf. respiratória aguda
COMPLICAÇÕES CARDÍACAS
– Arritmias
– Infarto de miocárdio
– Hipertensão arterial
– Embolia pulmonar
TROMBOSE VENOSA
a) Tromboflebite: trombose superficial, pode ocorrer até no 14o PO;
b) b) Trombose venosa profunda: TVP
Causas: lesão dos vasos por ataduras ou apoio nas pernas na SO, retardo do fluxo sangüíneo das
extremidades, imobilização
Sinais e sintomas: câimbra, dor e edema no membro - são freqüentes nas cirurgias ortopédicas, da
próstata, nas neurocirurgias
EMBOLIA PULMONAR
Pode ocorrer do 7º ao 10º dia de PO
êmbolo: coágulo, fragmento de osso e/ou gordura, mais freqüente em cirurgias ortopédicas e neurológicas;
Prevenção: deambulação precoce
quando obstrui a artéria pulmonar os sinais e sintomas são súbitos (dor no peito aguda, cianose, dispnéia e
midríase), pode levar a parada respiratória e cardíaca.
O seguir desse protocolo permite a eficiência necessária p/ otimizar a qualidade e diminuir os custos da
atuação. (o que é essencial hoje para os serviços médicos).
É muito importante salientar a necessidade da atuação multidisciplinar para a obtenção dos melhores
resultados nesta situação.
Mesmo assim, o conceito secular de que, em princípio, as infecções cirúrgicas devam ser tratadas
cirurgicamente, de forma imediata e agressiva, mantém-se nos dias de hoje.
SIRS: febre ou hipotermia; aumento FC; aumento FR; leucocitose, leucopenia, desvio à esquerda.
Sepse: SIRS secundária a uma infecção;
Sepse grave: sepse + disfunção (cardiovascular, respiratória, hematológica, renal, metabólica, hepática,
neurológica);
Choque séptico: sepse grave + hipotensão refratária à reposição volêmica.
20 Larissa Nóbrega (med 71)
PACIENTE CRÍTICO
Lactato deve ser obtido em todo paciente séptico ou com suspeita de sepse;
Pacientes com lactato elevado devem ser incluídos na terapia precoce guiada por metas (PVC e SvcO2).
RECOMENDAÇÃO FORTE.
Definição de paciente crítico: Comprometimento orgânico severo, Instabilidade funcional, Prognóstico
incerto,
Risco vital elevado, Requerimento de medidas terapêuticas urgentes.
21 Larissa Nóbrega (med 71)
RESPOSTA NEUROENDÓCRINA
A resposta metabólica à agressão e infecção cirúrgicas está vinculada à liberação de hormônios diversos que
interagem capacitando o organismo.
O cortisol é o hormônio da resposta inflamatória por excelência. Liberado por estímulo adrenocorticotrófico
através do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, desempenha diversas funções como a síntese e liberação de
substâncias intra-celulares da resposta inflamatória denominadas cininas ou citoquinas.
hormônios
hipotalâmicos
somatostatina dopamina inibitórios
PACIENTE CRÍTICO
Fatores inerentes ao enfermo que o transforma no paciente crítico:
Comprometimento imunitário, sepsis, câncer, diabete, deficiências orgânicas, idosos.
Intervenções terapêuticas no paciente crítico:
1. -Reposição volêmica;
2. -Drogas vasoativas.
CONCEITO: Hipoperfusão sistêmica devido a uma redução do débito cardíaco ou do volume sanguíneo
circulante efetivo;
Resultado final: hipotensão seguida por redução da perfusão tecidual e hipóxia celular.
FISIOPATOLOGIA
- Disfunção metabólica;
- Morte celular;
- Falências orgânicas múltiplas;
- Óbito do paciente.
24 Larissa Nóbrega (med 71)
PARÂMETROS
PVC = pressão venosa central
PCP = pressão capilar pulmonar
PAP = pressão arterial pulmonar
CLASSIFICAÇÃO
Estado de perfusão e oxigenação tecidual inadequadas
Choque Cardiogênico.
Choque Hipovolêmico.
Choque Distributivo.
Choque Obstrutivo.
Embora não sejam mandatórios com instrumento para definição de conduta, os dados obtidos por
meio de um catéter de artéria pulmonar permitem classificar e entender a etiologia do choque.
FISIOPATOLOGIA
CHOQUE HEMORRÁGICO
Objetivos: minimizar o número de células danificadas e restaurar a perfusão tecidual e a oferta de
oxigênio para as células
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Queda do débito
cardíaco
Hipoperfusão celular
Queda da liberação de
oxigênio
Acidose lática
Falência de bomba –
membrana
Perda da função celular
Falência orgânica/ Morte
26 Larissa Nóbrega (med 71)
MANUSEIO DO CHOQUE
As metas são alcançadas com uma combinação de ajuste da pré carga, aumento da
contratilidade cardíaca, otimização da RVS e meios de assegurar oxigenação adequada e
hemoglobina suficiente.
Monitorizar diurese.
O tratamento deve ser dirigido a correção do defeito que causou o distúrbio.
Corrigir o déficit de perfusão aumentando o aporte de oxigênio.
O tratamento do choque deve ser centralizado em aumentar o DC e otimizar o conteúdo de
oxigênio do sangue.
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Exame físico (Via aérea e respiração, circulação e controle da hemorragia, exame neurológico,
exposição, descompressão gástrica, colocação de sonda urinária);
Acesso Vascular (2 catéteres N°16 em veias periféricas), Lei de Poiseuille.
Reposição liquida inicial
o (Soluções isotônicas de Ringer Lactato e Soro fisiológico como segunda escolha);
o O volume inicial é de 1 a 2 litros no adulto e de 20ml/Kg em crianças, após o volume
inicialmente infundido, reavaliar a resposta do doente quanto a reposição volêmica
inicial.
DIAGNÓSTICO DE OLIGÚRIA
Débito urinário <0,5 ml/kg/hora por mais de 2 horas.
É um marcador importannte de hipoperfusão.
Também pode ser devida a lesão renal herdada ou obstrução pós renal.
27 Larissa Nóbrega (med 71)
REPOSIÇÃO VOLÊMICA
Reposição do interstício: Ressuscitação eficaz .
Ringer lactato é superior ao soro fisiológico: composição eletrolítica similar ao plasma ; lactato
fonte de NaHCO3- ( controle da acidose)
SF 0,9% - Excesso de cloro: Acidose hiperclorêmica .
Principio de Starling: Soluções coloidais deslocam água extravascular para o espaço vascular;
expansão volêmica maior que o volume infundido, (3x superior a
igual volume de cristalóide);
Menor edema tecidual.
Riscos e inconvenientes: anafilaxia, coagulopatias, imunossupressão, agravamento do défcit
intersticial, maior custo.
Albumina: é extraido do pool de plasma humano esterilizado.
PM uniforme: 65-69 kDa.
Custo muito elevado.
Solução 5% iso oncótica ; 20-25% hiperoncóticas: expansão do espaço vascular.
COLOIDES NATURAIS
Hiperpermeabilidade capilar (sepse): interstício.
Indicações limitadas: pós taxas hepáticas com hipoalbuminemia, controle de ascite e edema e
quando for indicado soluções coloidais em pacientes com intolerância a outros colóides.
COLOIDES SINTÉTICOS
Resposta hemodinamica insatisfatória.
Polímeros com ampla faixa de peso molecular (Custo menor do que a albumina).
Dextran: Polímeros de glicose com PM variado (Dextran 70/6% e Dextran 40/10%).
Dextran 40 oferece maior expansão vascular e uma excreção renal mais rápida que o dextran 70
por ser hiperoncótico.
60% do dextran 40 é excretado em 6 horas e 70% em 24 hs;
Aumenta a viscosidade urinária com risco de lesão tubular na desidratação grave e na IRA.
Dextran tem efeitos antitrombóticos .
Mais de 1,5g/Kg: distúrbio hemorrágico; limitar a 1-1,5 L/24H em quadros hemorrágicos ou peri
operatório.
Reações anafilactóides leves.
Outros colóides: Amido hidroxietílico, Gelatinas
CHOQUE DISTRIBUTIVO
Perda do tônus vascular periférico com consequente efeito de hipovolemia relativa.
Perfil hemodinâmico: DC normal ou aumentado com RVS baixa e pressão de enchimento do VE
baixas a normais.
A forma mais comum de choque distributivo é o choque séptico.
Outras formas de choque distributivo : Choque anafilático, Ins. Adrenal aguda e choque
neurogênico.
Anafilático: deflagrado por reações inflamatórias secundárias a reações antígeno anticorpo;
Neurogênico: determinado por abolição ou redução acentuada do tônus vasomotor por
disfunção central;
Farmacológico: quando conseqüente à ação direta de agentes químicos exógenos;
Séptico: desencadeado por processo infeccioso intenso.
CHOQUE OBSTRUTIVO
A característica comum : Impedimento do enchimento cardíaco adequado.
Perfil hemodinâmico : DC diminuído , RVS aumentada, pressão de VE variável dependendo da
etiologia.
Outras formas de choque obstrutivo : Tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo e
embolia pulmonar maciça.
29 Larissa Nóbrega (med 71)
CHOQUE DISTRIBUTIVO
Restauração e manutenção do volume intravascular inicialmente através de soluções
cristalóides.
Pronta administração de ATB e buscar o foco infeccioso que demande intervenção cirúrgica.
Iniciar agentes inotrópicos e /ou vasopressores caso persista a hipotensão (dobutamina ou
dopamina e/ou norepinefrina).
CHOQUE OBSTRUTIVO
Resolver a obstrução é o tratamento de escolha.
Tamponamento cardíaco (pericardiocentese).
Pneumotórax hipertensivo (descompressão torácica imediata).
CHOQUE CARDIOGÊNICO
ETIOLOGIA
o Obstrução da via de saída ventricular: embolia pulmonar;
o Restrição ao enchimento ventricular: pericardite constritiva e tamponamento cardíaco;
o Distúrbios do ritmo cardíaco: Bradi ou taquiarritmias;
o Disfunção valvar: avançada.
Melhorar a função miocárdica; em caso de arritimias, tratar prontamente.
Dobutamina (drogas inotrópicas que aumentam a contratilidade miocárdica).
Na hipotensão grave, usar norepinefrina ou altas doses de dopamina (efeito inotrópico e
vasopressor).
Após estabilização da PA (considerar a adição de dobutamina com objetivo de diminuir a terapia
vasopressora).
Hipotensão não responsiva (considerar balão intra aórtico).
DIÉRESE:
HEMOSTASIA
-Serve para manter a homeostase, para ajudar a manter o campo limpo (melhores condições à cirurgia),
além de ajudar na cicatrização.
- Instrumentos: pinças hemostáticas
Classificação da hemostasia:
Temporária
o Fazemos a temporária para saber quais os próximos passos devem ser realizados na
cirurgia, para depois fazer a definitiva.
o Cruenta ou incruenta
Cruento: quando há contato direto do instrumento/gaze com o tecido
Incruento: quando não há contato direto com o tecido. Ex: uso do
garrote/manguito em situação de sangramento em antebraço, para comprimir
artéria braquial
o Pode ser realizada através de:
Garroteamento (incruento; garrote de borracha; manguito pneumático; sistema
de Esmarch – muito usado na ortopedia, é um sistema que utiliza uma faixa, que
vai de distal até proximal, colocando um manguito de pressão e retirando a faixa,
para fazer a cirurgia sem circulação)
ligadura elástica (pode também ser utilizada de forma definitiva, como no tto de
hemorroidas, varizes de esôfago)
compressão digital ( incruenta. Carótida comum, subclávia, braquial, femoral). Ex:
compressão do Forame de Winslow (manobra de Pringle, para hemostasia
hepática)
tamponamento (gaze ou compressa; sangramentos de superfície; compressão de
5 a 10 min; formação do coágulo)
Ex: Damage control – cirurgia de controle de danos (para estabilizar o
paciente, colocam-se inúmeras gazes na cavidade exposta, fecha-se,
33 Larissa Nóbrega (med 71)
SÍNTESE
Critérios para uma boa síntese: anti-sepsia local, bordas nítidas, corpos estranhos, fios adequados,
coaptação, hemostasia, não deixar espaços mortos.
34 Larissa Nóbrega (med 71)
Material:
Porta-agulhas (Hegar e Mathieu),
Pinças de dissecção (anatômica e dente de rato);
Agulhas (corpo/ponta, atraumática/cortante – em suturas de pele geralmente utilizamos as
agulhas triangulares, que são as cortantes, já em suturas de vísceras utilizamos suturas cilíndricas)
Síntese com elementos metálicos:
o Agrafes de Michel
o Clipes
o Grampos
Técnica de Sutura:
Pontos separados
o Pontos simples
o Ponto Halsted (o nó fica para dentro, usado muito em suturas em língua)
o Ponto em U vertical
o Ponto em U horizontal
o Ponto em X
o Ponto seromuscular (não pega a mucosa, geralmente em suturas intestinais)
Pontos contínuos
o Chuleio simples e ancorado
o Barra grega (muito utilizada no pulmão)
o Cushing (conhecido como o intradérmico no cotidiano)
o Intradérmico (é o intradérmico verdadeiro, mas que caiu em desuso)
Nós cirúrgicos:
Geometria:
o Comum
Nó quadrado (não corre, não desliza)
Nó deslizante
o Especial
Nó de cirurgião
Nó de roseta
Nó por torção (em fios metálicos)
Componentes do nó:
o Nó de contensão -1
o Nó de fixação-2
o Nó de segurança -3
Fios cirúrgicos:
Características do fio ideal:
o Resistência à tração e torção
o Calibre fino e regulador
o Mole, flexível e pouco elástico
o Reação tecidual
o Esterilização
o Esterilização repetidas
o Custo
Padronização por cor.
Fios:
35 Larissa Nóbrega (med 71)
o Resistência
o Calibre fino e regular
o Maleabilidade
o Reação tecidual
o Fácil esterilização
o Baixo custo
Classificação:
o Estrutura
Monofilamentar: (desliza mais – os nós se desfazem mais facilmente – , tem menos
infecções relacionadas
Categute simples e cromado
Naylon (Mononylon)
Aço inoxidável (Aciflex)
Polipropileno (Prolene)
Poliglecaprone (Monocryl)
Polidioxanone (PDS)
Multifilamentar:
Algodão
Poliéster (Ethibond, Mercilene)
Algodão + Poliéster (Policot)
Seda
Ác. Poliglicólico (Dexon)
Poliglactina 910 (Vicryl)
OBS: na prova o professor falou que vai cobrar para que
saibamos o nome do fio. Temos que saber que o Prolene é
poliglecaprone...etc. Vai cobrar as características do fio (saber
que Polidioxadonone é um fio sintético, monofilamentar,
absorvível, tempo de absorção em torno de 90 dias. Saber que
o algodão é uma fibra natural, multifilamentar, não absorvível,
etc. Devemos olhar no livro! )
o Origem (natural, vegetal...)
o Força tênsil
o Absorção:
Absorvíveis
Origem animal – categute simples e cromado
Origem sintética – ác poliglicólico e poliglactina 910, Polidioxanone,
Poliglecaprone
Não absorvíveis
Origem orgânica – seda
Origem vegetal – algodão
Origem sintética – naylon, polipropileno, poliéster.
Origem metálica – prata, cobre, aço, agrafes ou clips de Michel
o Memória
Despreível
Baixa
Moderada
Alta
Bastante alta
o Utilização
36 Larissa Nóbrega (med 71)
o Calibre
5 até 12.0 ( quanto maior o diâmetro, menor o número. Quando menor o diâmetro
maior o número de zeros)
o Quanto à presença de agulhas
Agulhados
Não agulhados
o Quanto à reação tissular
Desprezível
Mínima
Muito baixa
Moderada
37 Larissa Nóbrega (med 71)
INTRODUÇÃO
Segunda metade do século XIX – novas técnicas e evolução de conceitos revolucionários
Bases da moderna cirurgia
Pilar fundamental – Princípios de assepsia e anti-sepsia
Assepsia – Conjunto de procedimentos utilizados com o objetivo de manter o doente, o campo
operatório e o ambiente cirúrgico livre de microorganismos
Esterilização – total eliminação de todas as formas de vida. Físico ou químico
Anti-sepsia – inibir reprodução ou eliminar germes de uma superfície animada. Químico
o não elimina completamente os germes, diminui a população.
Desinfecção – Eliminação de todos os germes, menos os esporos bacterianos de superfícies
inanimadas. Físico ou Químico
o É um grau a menos da esterilização. Antes de atingir a etapa de esterilização, ainda temos as
desinfecções de baixo/médio/alto grau. Geralmente utilizamos substâncias antimicrobianas
Descontaminação – processo pelo qual se reduz o número de germes de um determinado local.
Geral
o É um grau a menos da desinfecção. Não usa substâncias antimicrobianas. Ex: ato mecânico
de lavar as mãos.
o Todo material cirúrgico vai primeiro para descontaminação, depois desinfecção e
esterilização.
Limpeza – Eliminação de material estranho visível em um determinado elemento.
o É um termo que faz parte da Descontaminação.
Germicida – Substância química que destrói germes. Animada ou inanimada
o Desinfetantes - germicidas para inanimados
o Anti-sépticos – germicidas para animados
BACTERIOLOGIA DA PELE
Ductos sudoríparos – livre de germes
Ductos sebáceos – material protéico, detritos celulares e germes
Distribuição não uniforme
Flora Permanente – Estafilococos coagulase-negativos e difteróides. Difícil descontaminação
Flora transitória - colonização temporária, dependente do ambiente, fácil descontaminação
o A anti-sepsia está relacionada à flora transitória. É a flora que destruímos quando lavamos e
degermamos as mão. A flora permanente permanece nas mãos, por isso não se chama de
assepsia.
ANTISÉPTICOS
Bom anti-séptico
o Efetividade
o Baixo custo
o Segurança
Adequados
o Álcoois (é o que tem maior espectro de ação dentre os 3, é o que atua mais rápido)
o Hexedine (Clorexidine)
o Iodofórmios
ÁLCOOIS
Baixo custo, seguros e de rápida ação
Bactericida não esporicida (por isso não é capaz de causar esterilização, apenas anti-sepsia), ativo
contra bactérias, fungos, micobactérias e vírus
Desnaturação protéica
Isopropílico – bem mais ativo, não volátil e barato. Poder proporcional a concentração
Etílico – ideal entre 70 e 90%
Baixa ação residual
Utilizado em procedimentos rápidos, como uma toracocentese.
O álcool isopropílico também é muito bom, mas não encontramos muito no mercado. O que
encontramos é o etílico.
HEXEDINE
Gluconato de clorexidine
Praticamente nula contra vírus e micobactérias e Amplo espectro microbiano, com menor
atividade contra fungos e gram-negativos
Ruptura da parede celular
Grande atividade residual (6 h), não alérgeno e não deixa manchas
Aquosa a 4% ou a base de álcool
Não afetada pela matéria orgânica
o mesmo a pele estando suja, a Clorexidina age (isso não ocorre com o álcool ou com o Iodo)
Dos 3, o que tem pior espectro de ação é Clorexidine. A vantagem dele é que é pouco tóxico para o
organismo (raramente temos alguém alérgico a Clorexidine), é o que tem maior tempo de ação,
sendo ideal para grandes cirurgias, mas é pouco latente (só começa a ter efeito 3-4 min após sua
aplicação, por isso é errado passar Clorexidine e logo em seguida incisar a pele. Sendo assim, o ideal
seria associar com álcool Clorexidine alcoólica).
40 Larissa Nóbrega (med 71)
IODOFÓRMIOS
Tóxicos e irritantes, moderado efeito residual, início de ação lenta (2 min)
Oxidação
Substituição por iodo e inibindo a síntese de ácidos nucléicos
Ativo contra gram positivos e negativos, micobactérias, fungos e vírus
Aquosa, degermante e alcoólica
Afetada pela matéria orgânica
Espectro de ação intermediário quando comparado ao álcool e clorexidine. Dura em torno de 3-4
horas. Também existe o álcool iodado, para poder incisionar a pele imediatamente. No Brasil não
estamos utilizando muito o iodo pois temos muitas pessoas com alergia, apesar de ele ter um bom
espectro de ação (melhor que o da clorexidina)
DESINFECÇÃO
Limpeza prévia
Desinfetantes – esterilizantes
o Glutaraldeído
ácido é desinfetante; ativado é esterilizante. Duração de 14 dias
Tempo de exposição 30 min (desinfecção) a 10 horas (esterilização)
Não corrosivo
Usado em materiais endoscópicos
o Formaldeído (formol)
Estado líquido ou gasoso
Bactericida, tuberculicida, fungicida e virucida após 30 minutos
Corrosivo tóxico, irritante e carcinogênico
Utilizado em capilares do sistema dialisador e vidrarias
o Ácido paracético
Desinfetante em 10 minutos e esterilizante em 30 min
Esterilização de materiais termossensíveis
Não são tóxicos
É melhor que o glutaraldeído para fazer desinfecção dos materiais endoscópicos.
Porém, ele é mais agressivo ao material.
ESTERILIZAÇÃO
Aplicado aos instrumentos críticos
Natureza física e química
Física
o Estufa
41 Larissa Nóbrega (med 71)
o Calor seco
o Oxidação e dessecação
o Limitado por ser pouco penetrante
o Distribuição irregular
Físico
o Óxido de etileno
É um gás que é “jogado” em um ambiente. Utilizado para esterilizar fios de sutura,
materiais que não conseguem ir para autoclave
Artigos termossensíveis
Alquilação das proteínas
Inflamável e explosivo; tóxico e carcinogênico
o Vapor sob pressão
Autoclave – Bergmann em 1888
Temperatura, pressão, umidade e tempo – termocoagulação e
desnaturação protéica
Economia operacional e facilidade de controle
Indicadores de esterilização – químico ou biológico (todo material deve ter
um indicador de que foi esterilizado)
Químico
42 Larissa Nóbrega (med 71)
INTRODUÇÃO
Ambiente cirúrgico – unidade hospitalar onde se realizam intervenções cirúrgicas
Sala cirúrgica – componente onde se consuma o ato operatório
Central de material esterilizado
Dimensionamento
5% área do hospital
5% leitos cirúrgicos (salas); 1/50 leitos
35 m², (20 a 45 m²)
Localização
Próximo unidades que recebam casos cirúrgicos
Andares elevados
Fora da interferência tráfego hospitalar
Central de gasoterapia
Sala de equipamentos
Depósito de material
Sala de conforto
Administração
O AC E A BIOENGENHARIA
Iluminação
o Artificial ou natural; da sala e do campo
o Intensidade 25 000 / 1 000 Lux
o Focos frontal e auxiliar, multidirecional
Eliminação de sombras
Redução dos reflexos
o Eliminação do excesso de calor
o Geradores de emergência
Ventilação
o Aeração adequada do ambiente
o Remover partículas contaminantes
o Impedir a entrada de partículas externas
Correntes de Convecção
Fluxo laminar vertical ou horizontal
Outros
o Regulação temperatura e umidade
o Raios Ultra-violeta
Temperatura e umidade
o 19 a 21ºC
o 45 a 55% umidade
Sistemas de monitorização
Sistemas de comunicação
Eletricidade
Piso
o Resistente, não poroso, sem ralos e frestas, bom condutor eletricidade estática, aterrado
Paredes
o Lisa, uniforme e de cantos arredondados
Forro
o Não poroso, de fácil limpeza e pequena condutibilidade
Janelas
o Vidro duplo e basculantes
o Vácuo entre os vidros; telas
Portas
o De correr e com visor de vidro
Tráfego
44 Larissa Nóbrega (med 71)
NOMENCLATURA EM CIRURGIA:
- Vocabulário comum
- Epônimos: Incisão de Mac-Burney; técnica de Seldinger (técnica de punção venosa central); afastador
de Farabeuf
- Termos compostos:
Prefixo ou órgão/tecido + Sufixo ou finalidade do procedimento.
Sufixos:
Tomia corte. Ex: gastrotomia, traqueotomia, osteotomia
Centese punção. Ex: toracocentese, laparocentese
o Obs: punção do abdome (o correto seria celiocentese, devido à origem da palavra
celômica; ou abdominocentese). Mas, utiliza-se corriqueiramente o termo paracentese
(para = de lado)
Ectomia retirada. Ex: Gastrectomia, esplenectomia, hepatectomia, pneumectomia,
lobectomia pulmonar superior direita
Stasia parada/estancamento, relacionado ao que você estancou. Ex: se estancou sangue:
hemostasia. Se for suturar um pulmão, por exemplo, podemos ter vazamento de ar e de sangue,
então vamos fazer uma hemostasia e uma aerostasia
Anastomose
Stomia passagem, pertuito, comunicação (mesmo que anastomose). Quando comunica um
órgão a outro, ou um órgão a uma cavidade, ou um órgão ao meio externo. Ex: gastrostomia
(comunicação do estômago ao meio externo, através de uma sonda), traqueostomia (para fazer
uma traqueostomia, pratiquei antes uma traqueotomia). Se juntei a luz do estômago com a luz
do jejuno fiz uma gastrojejunostomia, que também pode ser digo como gastrojejunoanasomose.
Outros exemplos: jejunojenunostomia, esofagogastrostomia.
o A nomenclatura também varia de acordo com o local da anastomose. Exemplos:
Jejujojejunostomia término-terminal ou término-lateral ou latero-lateral.
Plastia modificação do órgão. Ex: cirurgia bariátrica (gastroplastia); em uma estenose de
traqueia (traqueoplastia); mamoplastia; rinoplastia; otoplastia.
o Atenção: o uso do termo plastia quando junto ao esôfago. Quando faço uma
esofagectomia, temos que reconstruir o TGI, sendo necessário então uma
esofagoplastia, mesmo já tendo retirado o órgão. Ou seja, fiz uma esofagectomia total,
com uma esofagogastroplastia (usou o estômago para reconstruir o esôfago)
o Ex: lobectomia pulmonar superior direita com broncoplastia (=rececção em manga)
Dese adesão/juntar/colar. Ex: pleurodese; artrodese (quando já não se pode mais reconstruir
a articulação)
Pexia fixação. Ex: sigmoidopexia (para quem tem prolapso de reto); esofagogastropexia
(muito usado em pacientes com DRGE)
o = plicatura
Síntese/Rafia sutura. Fechamento da pele = dermorrafia. Não utilizamos –rafia quando
relacionado ao osso (osteossíntese).
Tripsia quebrar. Ex: litotripsia
45 Larissa Nóbrega (med 71)
OBS: na PROVA ele vai dar uma situação cirúrgica para dizermos o que foi feito, ou vice versa. Cuidado
para não esquecer de dizer o lado, caso trate-se de um órgão duplo! Se houve anastomose, devemos
dizer como essa anastomose foi realizada . A definição deve ser precisa, senão erramos a questão toda.
Laparotomia: láparos quer dizer flanco, ou seja, abertura do flanco. Mas, em termos gerais
convencionou-se como abertura do abdômen.
46 Larissa Nóbrega (med 71)
INDRODUÇÃO
Sequência de eventos moleculares e celulares que interagem com o objetivo de restaurar o
tecido lesado
Limita o dano tecidual e permite o restabelecimento da integridade e função dos tecidos
afetados (incompleto)
Regeneração
o Restauração por completo da arquitetura de um tecido
o Não há cicatriz
o Tecidos embrionários, fígado e osso.
CLASSIFICAÇÃO
Agudas
o Cicatrizaçã0 em tempo hábil e de forma ordenada
o Resultado anatômico e funcional satisfatório
Crônicas
o Cicatrização não ordenada, pára na fase inflamatória
o Úlceras venosas e de decúbito
Quanto ao mecanismo de cicatrização
o Primeira Intenção (Fechamento Primário)
o Segunda Intenção (Fechamento Secundário)
o Terceira Intenção (Fechamento Primário Tardio)
PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
Fases da Cicatrização
o Inflamatória ou Reativa
Limitar o comprometimento do tecido
47 Larissa Nóbrega (med 71)
I FASE: INFLAMATÓRIA
Hemostasia e resposta inflamatória aguda
Limitar extensão da lesão tecidual
o Interrupção do sangramento
o Combate a contaminação
o Controle de debris celulares
Duração de 1 a 4 dias
Lesão do Endotélio vascular (tudo começa com a lesão do endotélio vascular)
o Exposição colágeno tipo IV e V (adesão e agregação plaquetárias)
o Liberação de Citocinas plaquetárias (Trombina)
PDGF
TGF-Beta
IGF-1
Granulos ricos em Serotonina (permeabilidade capilar)
o Ativação da Cascata de Coagulação
Intrínseca e Extrínseca
Estabilização do tampão plaquetário
Migração de Neutrófilos PMN
o Leucotrienos, Interleucina 1, TNF-alfa, Complemento C5
o Limpeza de debris celulares
o Fagocitose de bactérias
o Proteases, radicais livres e Catepsina G
o Desbridamento precoce
o Redução dessa resposta e melhora da cicatrização
o Recrutamento de Monócitos
Macrófagos teciduais após 24 a 48 h
Continuidade a função de limpeza
Citocinas para síntese de componentes teciduais
TGF-beta, FGF, EGF e IGF-1 (Proliferativa)
IL-1, TNF-alfa e INF-gama (inflamatória)
Radicais livre (se IL-2)
Linfócito T (quanto mais linfócitos, mais severa vai ser a resposta)
o Por volta do quinto dia (máximo em 7dias)
o Feridas com contaminação bacteriana importante, corpos estranhos ou tecido
desvitalizado
o Apresentação de antígenos pelos macrófagos
Proliferação linfocítica
Produção de citocinas (INF-gama)
Estímulo produção citocinas pelos macrófagos
Inibe a síntese de colágeno (Problema!)
48 Larissa Nóbrega (med 71)
II FASE: PROLIFERATIVA
Célula mais importante: FIBROBLASTO
o Diferenciação de células mesenquimais e células musculares lisas
Fibroplasia
o Proliferação de fibroblastos
o Síntese da Matriz Extracelular
Ácido Hialurônico
Colágeno tipo I e tipo III (em maior quantidade)
Glicosaminoglicanas
Fibronectinas
Angiogênese
Epitelização (Minutos após a lesão)
Fibroplastia:
Síntese do Colágeno
o Macromoléculas com pontes de AA
o Hidroxiprolina e hidroxilisina
o Ácido Ascórbico (Vit. C) – cofator da hidroxilação
Ou seja, a vitamina C é importante para a cicatrização pois atua na síntese do
colágeno
o TGF-Beta e IGF-1
o Inibição pelo INF-gama
o Pico: 2 a 3 semanas
Glicosaminoglicanas e Fibronectina
o Suporte para as células envolvidas
o Facilita interação entre citocinas e células-alvo
Transformação bioquímica da MEC
o Diminuição na proporção Colágeno tipo III em relação ao tipo I (derme normal)
o Fenômeno intensamente visível na Cicatrização 2 Intenção
Angiogênese:
Proliferação de células endoteliais
Formação do tecido de granulação
o Neovascularização
o Macrófagos teciduais
Citocinas estimulantes
o Heparina
o FGF, TGF-Beta
o Hipóxia tecidual
Epitelização:
Inicia minutos após a lesão
Proliferação da camada basal da epiderme
Migração de queratinócitos sobre a MEC
Síntese de laminina e Colágeno tipo IV
o Formação da Membrana Basal
Modificação conformacional queratinócitos
o Proliferação vertical
o Eliminação tecido necrótico e corpos estranhos da ferida
49 Larissa Nóbrega (med 71)
Infecção
Causa mais comum de atraso
105 UFC por miligrama de tecido ou Streptococcus Beta-hemotilico na ferida
Prolonga a fase inflamatória e interfere epitelização, contração e deposição de colágeno
Impede a cicatrização mesmo com auxílio de enxertos e retalhos
Clinicamente: sinais flogísticos e drenagem purulenta
Desnutrição
Ingestão calórica inadequada – Proteólise
Albumina < 2.0 g dl
o Prejudica a cicatrização
o Favorece deiscências
Carência de Vitamina C – Escorbuto
o Processo interrompido na fase de fibroplasia
o Tratamento: 100 a 1000 mg dia.
Uso daVitamina A – Ácido retinóico
o Aumenta resposta inflamatória, aumenta influxo de macrófagos e aumenta a síntese de
colágeno
o Melhora cicatrização em Diabéticos, vítimas de lesões graves e pós RT e QT
Reversão dos efeitos dos glicocorticóides sobre a cicatrização
Sua deficiência causa prejuízo em todas as fases da cicatrização
Uso daVitamina K
50 Larissa Nóbrega (med 71)
Diabetes Mellitus
Todas as fases estão prejudicadas
Doença da microcirculação com MB espessada
Neuropatia autônoma,
o Lesões desapercebidas repetidas
Aterosclerose
o Hipoperfusão tecidual
Predisposição a infecção
o Quimiotaxia reduzida
o Resposta inflamatória atenuada
o Incapacidade de atuar sobre microrganismos agressores
Idade Avançada
Processo de cicatrização mais lento
Qualidade e quantidade de fibras colágenas pioram com o tempo
Diminuição da epítelização, angiogênese e síntese de colágeno (experimentalmente)
Disfunção dos macrófagos
Glicocorticóides, QT e RT
Corticóides
o Prejudicam a Fase Inflamatória
o Síntese do colágeno, epitelização e contração
o Uso após 4 dia – parece não afetar a cicatrização
o Revertidos com a administração de Vitamina A
Quimioterapia
o Compromete divisão celular
o Interfere em todas as fases
o Prejuízo da proliferação de fibroblastos, endoteliócitos, macrófagos, queratinócitos e
outros
Ciclofosfamida, Metotrexato, BCNU e Adriamicina
o Evitar nos primeiros 5 a 7 dias do pós operatório
Tamoxifeno
o Reduz a proliferação celular e produção de TGF-beta
51 Larissa Nóbrega (med 71)
CICATRIZAÇÃO ANORMAL
Comparação
Quelóide Cicatriz Hipertrófica
Ultrapassam limites da ferida Respeitam limites da ferida
NÃO REGRIDEM Regridem espontaneamente
Acima da clavícula, face, membros ou tronco Podem ocorrer em qualquer local
FERIDAS CRÔNICAS
Níveis elevados TNF-alfa, IL – 1 e IL – 6
Níveis de Metaloproteinases elevados
Inibidor das MMP reduzidos
Degradação proteolítica mantida
Parada na fase inflamatória
CICATRIZAÇÃO EM FETOS
Evolução para REGENARAÇÃO em fetos < 20 semanas
Retorno completo a estrutura anterior
Não há cicatriz
o Fase Inflamatória mais atenuada
o Diminuição de neutrófilos e macrófagos
o Redução dos níveis de TGF-beta e FGF
o Ácido hialurônico do líquido amniótico
Estímulo aos fibroblastos
Colágeno mais frouxo e sobretudo tipo III
Epitelização mais rápido, incluindo a formação de apêndices da derme
52 Larissa Nóbrega (med 71)
VIAS DE ACESSO
Cervicotomias
o Cervicotomia Lateral Longitudinal (mais usada para acessar esôfago, coluna, que são
regiões mais posteriores do pescoço)
o Cervicotomia Mediana
o Incisão em Colar (incisão transversal arqueada, muito usada para acessar traqueia, tireoide)
Toracotomias
o Definição
o Finalidade: diagnósticas ou terapêuticas
o Tipos:
Simples (quando aborda apenas o tórax)
Toracotomia Simples Unilateral (anterior esquerda/direita; anterolateral)
o Ex: toracotomia simples unilateral anterior esquerda
Toracotomia Simples Mediana (= esternotomia, é a abordagem mais
acessível ao coração, com abertura do esterno de forma longitudinal)
Toracotomia Simples Bilateral (aborda as duas cavidades de forma
transversal, fazendo uma serração do esterno de forma transversal)
o Chamada de Incisão tipo Clamshell (abordagem mais usada para
transplante cardíaco, pulmonar, cardiopulmonar) – bilateral
o Obs: hemi-Clamshell (abertura do tórax do lado esquerdo para
abordar o coração, serrando o esterno. Sem abrir o esterno:
toracotomia anterior).
o OBS: sempre que for fazer o afastamento das costelas, fazer pela
borda superior da costela inferior do espaço intercostal utilizado, pois
na borda inferior da costela é onde passam vasos e nervos.
Combinada
Incisão tóraco-abdominal
o Ex: toracofrenolaparotomia (pois há o diaframa no meio)
Incisão tóraco-cervical
o Ex: cervicotoracotomia; cervicoesternotomia
Laparotomias
o Tipos de Laparotomias
Longitudinais (sentido crânio-caudal)
Medianas (através da linha alba)
o Supra-umbilical (do apêndice xifoide até umbigo)
o Infra-umbilical (do umbigo até púbis)
o Xifopúbica (do apêndice xifoide até púbis)
o Transubilical (próximo ao umbigo, sem subir/descer muito)
Para-medianas (através das aponeuroses reto abdominais)
o Pararetal interna (quando entra pela borda medial do reto)
o Pararetal externa (quando entra pela borda lateral do reto)
Ex: laparotomia para-mediana pararetal externa direita.
o Transretal (quando entra através do músculo reto abdominal)
Transversais (sentido latero-lateral) (muito utilizada em cirurgias pediátricas)
Supra-umbilicais (parcial / total)
o Parcial quando abrange apenas um lado. Total quando abrange os
dois lados
Infra-umbilicais (parcial / total)
53 Larissa Nóbrega (med 71)
o Incisão de Pfannenstiel
Oblíquas
Subcostal
o Laparotomia Oblíqua Subcostal direita (muito utilizada para cirurgias
de fígado ou vias biliares) (= incisão de Kocher)
Obs: a subcostal esquerda não tem epônimo.
Estrelada infra-umbilical
Lombo-abdominais
OBS: a incisão oblíqua que passa no ponto de McBurney (fazendo uma reta da
espinha ilíaca antero-superior até o umbigo, dividindo em 3 partes iguais,
este ponto fica na união do terço médio com o terço próximo à crista ilíaca) é
chamada de Incisão de McBurney (para cirurgias de apêndice). Contudo, hoje
em dia não se usa mais esta incisão obliqua, utilizamos mais a incisão de
Rockey-Davis, que é no sentido transversal.
Combinadas
Tóraco-abdominal
Tóraco-freno-laparotomias (sempre que possível, devemos evitar o
diafragma). Utilizamos mais em casos de lesão de veia cava. Do lado esquerdo
utilizamos para lesões da transição esôfago-gástrica
1. CABEÇALHO:
Hospital
Nome do paciente
Idade
Leito
Cirurgião e auxiliares
Anestesista
Suspeita clínica pré-operatória
Diagnóstico pós-operatório
Data / inicio / término da cirurgia
2. POSIÇÃO DO PACIENTE
Melhor acesso
Coxim
Posição da mesa:
o Trendelemburg
54 Larissa Nóbrega (med 71)
o Declive
Decúbito do paciente:
o Dorsal
o Ventral
o Lateral (direito/ esquerdo). Ex: toracotomia póstero-lateral esquerda
o Oblíquo
Inclinação
3. ASSEPSIA E ANTISSEPSIA
4. VIAS DE ACESSO
Planos incisados (podemos explicar passo a passo de todas as camadas abertas, ou podemos
resumir com os termos que aprendemos, como laparotomia para-mediana pararetal interna).
o Vias de acesso
o Pele
o TCSC
o Planos músculo aponeuróticos
Tecido celular subcutâneo
M. Reto abd.
M. O.externo
M. O.interno
M. Transver.
Fascia tranversal
o Peritônio
o Exemplos:
Incisão de Mc Burney
Tireoidectomia
Incisão de Pfannestiel
7. TIPO DE SÍNTESE
Peritônio e fáscia fechados com pontos contínuos, de Vicryl 3-0.
Aproximação do músculo:
o Com pontos separados com fio de categute 3-0
Sutura da pele:
o Pele fechada com pontos separados de fio náilon 3.0
55 Larissa Nóbrega (med 71)
8. CURATIVO
Gaze
Microporo
Drenos
Sondas
PRESCRIÇÃO PÓS-OPERATÓRIA
Itens:
1. Identificação
a. Nome (jamais abreviar nome!!), idade, médico responsável, data/hora, dia de pós-
operatório, doença do paciente
2. Dieta
a. Ordem de gradação
i. dieta zero
ii. dieta líquida
iii. dieta pastosa
iv. dieta branda
v. dieta livre
b. Dietas específicas
c. Nutrição enteral e/ou parenteral
3. Hidratação
a. Soro glicosado 5% - 500ml
b. NaCl 20% - 10ml
c. KCl 10% - 10ml (19,1% = 5 ml)
d. EV 45 gts/min contínuo
4. Antimicrobianos
a. Apendicite aguda (anaeróbios e gram negativos)
i. Ceftriaxona + Flagyl ou Amicacina + Clindamicina
5. Analgésicos e antiinflamatórios (s/n)
a. Novalgina 2g EV - 4/4h
b. Profenid 100mg - 1amp IV 8/8 h
6. Antieméticos (sintomáticos)
a. Metoclopramida (Plasil) 10 mg IV 8/8 h
b. Bromoprida (Digesan) 10 mg IV 8/8 h
c. Ondansetron (Nausedron) 8 mg IV 8/8 h
i. Quiomioterapia
7. Drogas especiais (drogas que o paciente já usava)
a. Insulina
b. Corticóides
c. Anti-Hipertensivo
8. Cuidados especiais
56 Larissa Nóbrega (med 71)
Obs: na aula o professor ensinou os cálculos para hidratação, mas disse que não vai cobrar na prova.
Precisamos aprender pra vida mesmo.