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Já as autoridades de apoio são instituições que auxiliam as autori- IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras,
dades monetárias na prática da política monetária. Um exemplo desse tipo quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regi-
de instituição é o Banco do Brasil. Outro tipo de autoridade de apoio são ões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da
instituições que têm poderes de normatização limitada a um setor específi- economia nacional;
co. O exemplo desse tipo de autoridade é a Comissão de Valores Mobiliá- V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
rios. financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de
As Instituições financeiras, termo muito usado para definir algumas mobilização de recursos;
empresas, são definidas como as pessoas jurídicas, públicas ou privadas e VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
que tenham sua função principal ou secundária de guardar, intermediar ou
aplicar os recursos financeiros (tanto dos próprios recursos como recursos VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e
de terceiros), que sejam em moeda de circulação nacional ou de fora do da dívida pública, interna e externa.
país e também a custódia de valor de propriedade de outras pessoas. Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes
Pessoas físicas que façam atividades paralelas às características a- estabelecidas pelo Presidente da República: (Redação dada pela Lei nº
cima descritas também são consideradas instituições financeiras, sendo 6.045, de 15/05/74) (Vetado)
que essa atividade pode ser de maneira permanente ou não. No entanto, I - Autorizar as emissões de papel-moeda (Vetado) as quais ficarão na
exercer essa atividade sem a prévia autorização devida do estado pode prévia dependência de autorização legislativa quando se destinarem ao
acarretar em ações contra essa pessoa. Essa autorização deve ser dada financiamento direto pelo Banco Central da República do Brasil, das opera-
pelo Banco Central e, no caso de serem estrangeiras, a partir de um decre- ções de crédito com o Tesouro Nacional, nos termos do artigo 49 desta
to do presidente da república. Lei.(Vide Lei nº 8.392, de 30.12.91)
As decisões tomadas pelo conselho monetário nacional, logo pelo O Conselho Monetário Nacional pode, ainda autorizar o Banco Central
sistema financeiro nacional tem total ligação com o estado da economia do da República do Brasil a emitir, anualmente, até o limite de 10% (dez por
país. Suas mudanças são determinantes, para o funcionamento do merca- cento) dos meios de pagamentos existentes a 31 de dezembro do ano
do financeiro. A chamada bolsa de valores ( mercado onde as mercadorias anterior, para atender as exigências das atividades produtivas e da circula-
são ações ou outros títulos financeiros) tem empresas, produtos e ações ção da riqueza do País, devendo, porém, solicitar autorização do Poder
que variam de acordo com o que esse sistema faz. Considerando o alto Legislativo, mediante Mensagem do Presidente da República, para as
valor de dinheiro investido nesse mercado, a bolsa de valores é um espelho emissões que, justificadamente, se tornarem necessárias além daquele
das grandes proporções que as decisões tomadas por esse sistema podem limite.
afetar a vida de todas as esferas da sociedade.
Quando necessidades urgentes e imprevistas para o financiamento
dessas atividades o determinarem, pode o Conselho Monetário Nacional
LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964. autorizar as emissões que se fizerem indispensáveis, solicitando imediata-
Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Credití- mente, através de Mensagem do Presidente da República, homologação do
cias, Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências. Poder Legislativo para as emissões assim realizadas:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso II - Estabelecer condições para que o Banco Central da República do
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Brasil emita moeda-papel (Vetado) de curso forçado, nos termos e limites
Capítulo I decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras do meio circulan-
Do Sistema Financeiro Nacional te;
Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela III - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Cen-
presente Lei, será constituído: tral da República do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessida-
des globais de moeda e crédito;
I - do Conselho Monetário Nacional;
IV - Determinar as características gerais (Vetado) das cédulas e das
II - do Banco Central do Brasil; (Redação dada pelo Del nº 278, de moedas;
28/02/67)
V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a
III - do Banco do Brasil S. A.; compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; Saque e em moeda estrangeira; (Redação dada pelo Del nº 581, de
14/05/69)
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas.
VI - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as opera-
Capítulo II ções creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e presta-
Do Conselho Monetário Nacional ções de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras;
Art. 2º Fica extinto o Conselho da atual Superintendência da Moeda e VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de
do Crédito, e criado em substituição, o Conselho Monetário Nacional, com a investimentos do Governo Federal;
finalidade de formular a política da moeda e do crédito como previsto nesta
lei, objetivando o progresso econômico e social do País. VIII - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que
exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem como a aplicação das
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará: penalidades previstas;
XII - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da
observadas pelas instituições financeiras; República do Brasil; (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995)
XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital XXVII - aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do
mínimo das instituições financeiras privadas, levando em conta sua nature- Brasil e decidir sobre seu orçamento e sobre seus sistemas de contabilida-
za, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais; de, bem como sobre a forma e prazo de transferência de seus resultados
para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de
XIV - Determinar recolhimento de até 60% (sessenta por cento) do total Contas da União. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 2.376, de 25.11.1987)
dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja (Vide art 10, inciso III)
na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou
compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as
em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, na mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem nas praças de
forma e condições que o Conselho Monetário Nacional determinar, poden- suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas
do este: (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82) desejem estabelecer - se;
a) adotar percentagens diferentes em função; (Redação dada pelo Del XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos
nº 1.959, de 14/09/82) de empréstimos externos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da Constituição Federal;
- das regiões geo-econômicas; (Redação dada pelo Del nº 1.959, de
14/09/82) XXX - Expedir normas e regulamentação para as designações e
demais efeitos do art. 7º, desta lei. (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995) (Vide
- das prioridades que atribuir às aplicações; (Redação dada pelo Del Lei nº 9.069, de 29.6.1995)
nº 1.959, de 14/09/82)
XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive
- da natureza das instituições financeiras; (Redação dada pelo Del nº swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições.
1.959, de 14/09/82)
XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que te- demais sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil,
nham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros favoreci- inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou coligadas.
dos e outras condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. (Reda- (Redação dada pelo Decrto-lei nº 2.290, de 1986)
ção dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82) (Vide art 10, inciso III)
§ 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercício das atribuições
XV - Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a dedução previstas no inciso VIII deste artigo, poderá determinar que o Banco Central
dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público que lhes detenham o da República do Brasil recuse autorização para o funcionamento de novas
controle acionário, bem como dos das respectivas autarquias e sociedades instituições financeiras, em função de conveniências de ordem geral.
de economia mista, no cálculo a que se refere o inciso anterior;
§ 2º Competirá ao Banco Central da República do Brasil acompanhar
XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o último dia a execução dos orçamentos monetários e relatar a matéria ao Conselho
do mês subsequente, relatório e mapas demonstrativos da aplicação dos Monetário Nacional, apresentando as sugestões que considerar convenien-
recolhimentos compulsórios, (Vetado). tes.
XVII - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as § 3º As emissões de moeda metálica serão feitas sempre contra
operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com quaisquer recolhimento (Vetado) de igual montante em cédulas.
instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária;
§ 4º O Conselho Monetário nacional poderá convidar autoridades,
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio pessoas ou entidades para prestar esclarecimentos considerados necessá-
das operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço rios.
de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal
situação; § 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do art. 49, desta lei, se
o Congresso Nacional negar homologação à emissão extraordinária efetu-
XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central da ada, as autoridades responsáveis serão responsabilizadas nos termos da
República do Brasil em suas transações com títulos públicos e de entidades Lei nº 1059, de 10/04/1950.
de que participe o Estado;
Art. 32. As instituições financeiras públicas deverão comunicar ao Art. 39. Aplicam-se às instituições financeiras estrangeiras, em funcio-
Banco Central da República do Brasil a nomeação ou a eleição de diretores namento ou que venham a se instalar no País, as disposições da presente
e membros de órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, no prazo de 15 lei, sem prejuízo das que se contém na legislação vigente.
dias da data de sua ocorrência. CAPÍTULO V
Art. 33. As instituições financeiras privadas deverão comunicar ao DAS PENALIDADES
Banco Central da República do Brasil os atos relativos à eleição de direto- Art. 42. O art. 2º, da Lei nº 1808, de 07 de janeiro de 1953, terá a
res e membros de órgão consultivos, fiscais e semelhantes, no prazo de 15 seguinte redação:
dias de sua ocorrência, de acordo com o estabelecido no art. 10, inciso X,
desta lei. "Art. 2º Os diretores e gerentes das instituições financeiras respondem
solidariamente pelas obrigações assumidas pelas mesmas durante sua
§ 1º O Banco Central da República do Brasil, no prazo máximo de 60 gestão, até que elas se cumpram.
(sessenta) dias, decidirá aceitar ou recusar o nome do eleito, que não
atender às condições a que se refere o artigo 10, inciso X, desta lei. Parágrafo único. Havendo prejuízos, a responsabilidade solidária se
circunscreverá ao respectivo montante." (Vide Lei nº 6.024, de 1974)
§ 2º A posse do eleito dependerá da aceitação a que se refere o
parágrafo anterior. Art. 43. O responsável ela instituição financeira que autorizar a con-
cessão de empréstimo ou adiantamento vedado nesta lei, se o fato não
§ 3º Oferecida integralmente a documentação prevista nas normas constituir crime, ficará sujeito, sem prejuízo das sanções administrativas ou
referidas no art. 10, inciso X, desta lei, e decorrido, sem manifestação do civis cabíveis, à multa igual ao dobro do valor do empréstimo ou adianta-
Banco Central da República do Brasil, o prazo mencionado no § 1º deste mento concedido, cujo processamento obedecerá, no que couber, ao
artigo, entender-se-á não ter havido recusa a posse. disposto no art. 44, desta lei.
Art. 34. É vedado às instituições financeiras conceder empréstimos ou Art. 44. As infrações aos dispositivos desta lei sujeitam as instituições
adiantamentos: financeiras, seus diretores, membros de conselhos administrativos, fiscais e
I - A seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou adminis- semelhantes, e gerentes, às seguintes penalidades, sem prejuízo de outras
trativo, fiscais e semelhantes, bem como aos respectivos cônjuges; estabelecidas na legislação vigente:
II - Aos parentes, até o 2º grau, das pessoas a que se refere o inciso I - Advertência.
anterior; II - Multa pecuniária variável.
III - As pessoas físicas ou jurídicas que participem de seu capital, com III - Suspensão do exercício de cargos.
mais de 10% (dez por cento), salvo autorização específica do Banco Cen-
tral da República do Brasil, em cada caso, quando se tratar de operações IV - Inabilitação temporária ou permanente para o exercício de cargos
lastreadas por efeitos comerciais resultantes de transações de compra e de direção na administração ou gerência em instituições financeiras.
venda ou penhor de mercadorias, em limites que forem fixados pelo Conse- V - Cassação da autorização de funcionamento das instituições finan-
lho Monetário Nacional, em caráter geral; ceiras públicas, exceto as federais, ou privadas.
IV - As pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais de 10% VI - Detenção, nos termos do § 7º, deste artigo.
(dez por cento);
O processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu Cabe a CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias:
até 1988, quando as funções de autoridade monetária foram transferidas Registro de companhias abertas;
progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central, enquanto as
atividades atípicas exercidas por esse último, como as relacionadas ao Registro de distribuições de valores mobiliários;
desenvolvimento e à administração da dívida pública federal, foram Credenciamento de auditores independentes e administradores de
transferidas para o Tesouro Nacional. carteiras de valores mobiliários;
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes Organização, funcionamento e operações das bolsas de valores;
para a atuação do Banco Central, dentre os quais destacam-se o exercício
exclusivo da competência da União para emitir moeda e a exigência de Negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após arguição
Administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
pública, dos nomes indicados pelo Presidente da República para os cargos
de presidente e diretores da instituição. Além disso, vedou ao Banco
BANCO CENTRAL DO BRASIL (BC OU BACEN) Os tesouros desses governos emitem títulos federais para se endivida-
O BC é a entidade criada para atuar como órgão executivo central do sis- rem, enquanto os bancos centrais lançam papéis para garantir a liquidez do
tema financeiro, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir sistema. Se a inflação sobe, o banco central local vende mais papéis, aumen-
as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedi- tando a taxa de juros para recolher dinheiro do mercado e controlar a deman-
das pelo CMN. da da população, reduzindo o ritmo de alta dos preços.
O fortalecimento do Mercado de Ações é o objetivo final da CVM. Instituições de Intermediação Sociedades Corretoras (CCVM)
no Mercado de Capitais Sociedades Distribuidoras (DTVM)
BANCO DO BRASIL (BB) Investidores Institucionais
Esta instituição teve uma função típica de autoridade monetária até janei-
ro de 1986, quando, por decisão do CMN, foi suprimida a conta movimento, Instituições de Seguros Seguradoras
que colocava o BB na posição privilegiada de banco co-responsável pela e Capitalização Corretoras de Seguros
emissão de moeda, via ajustamento das contas das autoridades monetárias e
do Tesouro Nacional. Entidades abertas de Previdência Privada
Entidades fechadas de Previdência Privada
Hoje, o BB é um banco múltiplo tradicional embora ainda opere, em mui- Sociedades de Capitalização
tos casos, como agente financeiro do Governo federal E o principal executor
da política oficial de crédito rural. Conserva, ainda, algumas funções que não Instituições de Arrendamento Sociedades de Arrendamento Mercantil
são próprias de um banco comercial comum como, por exemplo, a Câmara Mercantil
de Compensação de cheques e outros papéis.
As atividades e funções de cada uma das instituições financeiras serão
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCI- descritas a seguir, de forma resumida.
AL (BNDES)
É a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo BANCOS COMERCIAIS (BC)
do Governo federal, sendo a principal instituição financeira de fomento do De acordo com o MNI, seu objetivo precípuo é proporcionar o suprimento
País; tendo como objetivos básicos: oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e
• impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País; médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e
• fortalecer o setor empresarial nacional; as pessoas físicas.
• atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos pulos de produ-
ção; Para atender a esses objetivos, os bancos comerciais podem: descontar
• promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, in- títulos; realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corren-
dustriais e de serviços; te (contas garantidas); realizar operações especiais, inclusive de crédito rural,
• promover o crescimento e a diversificação das exportações. de câmbio e comércio internacional; captar depósitos à vista e a prazo fixo;
obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes; obter
Para a consecução desses objetivos, conta com um conjunto de fundos e recursos externos para repasse; efetuar a prestação de serviços inclusive,
programas especiais de fomento, como, por exemplo; Finame, Finem, Funtec mediante convênio com outras instituições.
e, Finac.
É importante frisar que a captação de depósitos à vista, que nada mais
Após o Plano Collot, o BNDES ficou encarregado de gerir todo o proces- são do que as contas correntes, livremente movimentáveis, é a atividade
so de privatização das empresas estatais. básica dos bancos comerciais, configurando-os como instituições financeiras
monetárias. Tal captação de recursos, junto com a captação via CDB e RDB,
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF) via cobrança de títulos e arrecadação de tributos e tarifas públicas, permite
A Caixa Econômica Federal é a instituição financeira responsável pela aos bancos repassá-las às empresas, sob a forma de empréstimos que vão
operacionalização das políticas do governo federal para habitação popular e girar a atividade produtiva (estoques, salários etc.).
saneamento básico, caracterizando-se cada vez mais como o banco de apoio
ao trabalhador de baixa renda. Certamente, nesta linha, no longo prazo, Em resumo, são intermediários financeiros que recebem recursos de
novas atribuições lhe serão designadas pelo Governo federal. quem tem e os distribuem através do crédito seletivo a quem necessita de
recursos, naturalmente, criando moeda através do efeito multiplicador do
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS — O MNI
crédito.
O MNI (Manual de Normas e Instruções), preparado e editado pelo Banco
Central, estabelece, entre outras, as normas operacionais de todas as institui- CAIXAS ECONÔMICAS (CE)
ções financeiras. Como sua principal atividade, integram o Sistema Brasileiro de Poupança
e Empréstimo e o Sistema Financeiro da Habitação, sendo, juntamente com
No agrupamento das instituições financeiras, os bancos comerciais por os bancos comerciais, as mais antigas instituições do Sistema Financeiro
suas múltiplas funções, constituem a base do sistema monetário e, devido Nacional.
aos serviços prestados são, sem dúvida, a mais conhecida das instituições
financeiras. Equiparam-se, em certo sentido, aos bancos comerciais, pois podem
captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de
Podemos agrupar as instituições financeiras, segundo a peculiaridade de serviços, embora basicamente dirigidas às pessoas físicas.
suas funções de crédito em segmentos, a saber:
Podem operar no crédito direto ao consumidor, financiando bens de con-
Instituições de Crédito Bancos Comerciais sumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de
a Curto Prazo Caixas Econômicas títulos, bem como têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor
de bens pessoais e sob consignação.
Bancos Cooperativos/Cooperativas de Crédito
Têm ainda a competência para a venda de bilhetes das loterias, cujo pro-
Instituições de Crédito de Bancos de Desenvolvimento duto da administração constitui-se em mais uma fonte de recursos para sua
Médio e Longo Prazos Bancos de Investimento gestão.
Instituições de Crédito Sociedades de Crédito, Entretanto, sua grande fonte de recursos são os depósitos em caderneta
para Financiamento de poupança, que são os instrumentos de captação privativos das entidades
Financiamento de Bens de Investimento financiadoras ligadas ao SFH e que garantem o estímulo ii captação das
Consumo Duráveis Caixas Econômicas economias das classes de baixa renda, por protegê-las contra a erosão
inflacionária e lhes dar liquidez imediata.
Sistema Financeiro da Caixas Econômicas
São, portanto, instituições de cunho eminentemente social, concedendo Seu objetivo maior é o de dilatar o prazo das operações de empréstimos
empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistên- e financiamento, sobretudo para fortalecer o processo de capitalização das
cia social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte, sendo empresas, através da compra de máquinas e equipamentos e da subscrição
seu mais ilustre e praticamente único representante a Caixa Econômica de debêntures e ações. Não podem manter contas correntes e captam recur-
Federal (CEF), resultado da unificação, pelo DL-759 de 12 de agosto de 1969, sos pela emissão de CDB e RDB, através de captação e repasses de recur-
das 23 Caixas Econômicas Federais até então existentes. As Caixas Econô- sos de origem interna ou externa ou pela venda de cotas de fundos de inves-
micas Estaduais equiparam-se operacionalmente à CEF, sendo, em outubro timento por eles administrados.
de 96, a Caixa Econômica Estadual do Rio Grande do Sul a única existente.
Devem orientar, prioritariamente, a aplicação dos seus recursos repassa-
BANCOS DE DESENVOLVIMENTO (BD) dos, no fortalecimento do capital social das empresas, via subscrição ou
Como já visto anteriormente, o BNDES é o principal agente do Governo aquisição de títulos; na ampliação da capacidade produtiva da economia, via
para financiamentos de médio e longo prazos aos setores primário, secundá- expansão ou relocalização de empreendimentos; no incentivo à melhoria da
rio e terciário. produtividade, através da reorganização, da racionalização e da moderniza-
ção das empresas; na promoção de uma melhor ordenação da economia e
As principais instituições de fomento regional são o Banco do Nordeste maior eficiência das empresas, através de fusões, cisões ou incorporações
do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia (BASA). (corporate finance); na promoção ao desenvolvimento tecnológico, via treina-
mento ou assistência técnica.
Os bancos estaduais de desenvolvimento incluem-se em um conjunto de
instituições financeiras controladas pelos governos estaduais e destinados ao Eles apóiam, basicamente, a estrutura capitalista privada, tendo, inclusi-
fornecimento de crédito de médio e longo prazos às empresas localizadas nos ve, limites para apoiar os órgãos e empresas do estado.
respectivos estados. Normalmente, operam com repasses de órgãos financei-
ros do Governo Federal. Os financiamentos ao capital fixo são precedidos de cuidadosas avalia-
ções de projeto. Não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliá-
rios.
COOPERATIVAS DE CRÉDITO (CC)
As cooperativas de crédito atuam basicamente no setor primário da eco- Em síntese, as operações ativas que podem ser praticadas pelos BI são:
nomia, com o objetivo de permitir uma melhor comercialização de produtos • empréstimo a prazo mínimo de um ano para financiamento de capital
rurais e criar facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os fixo;
centros consumidores, destacando que os usuários finais do crédito que • empréstimo a prazo mínimo de um ano para financiamento de capital
concedem são sempre os cooperados. de giro;
• aquisição de ações, obrigações ou quaisquer outros títulos e valores
Nascem a partir da associação de funcionários de uma determinada em- mobiliários para investimento ou revenda no mercado de capitais (o-
presa e suas operações ficam restritas aos cooperados, portanto, aos funcio- perações de underwriten)
nários desta empresa. • repasses de empréstimos obtidos no exterior;
• repasses de recursos obtidos no País;
Basicamente, elas oferecem possibilidades de crédito aos funcionários a • prestação de garantia de empréstimos no País ou provenientes do
partir de uma pequena contribuição mensal, muitas vezes descontada na exterior.
folha de pagamento, podendo ser na forma de um percentual fixo (entre 1 e 5
%) sobre o salário. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras)
Sua função é financiar bens de consumo duráveis por meio do popular-
Uma outra forma de captação permitida pelo Banco Central às cooperati- mente conhecido “crediário” ou crédito direto ao consumidor.
vas é a de operar contas com depósitos à vista e a prazo. Uma parte dos
recursos depositados é recolhida ao Banco do Brasil como reserva técnica, Não podem manter contas-correntes e os seus instrumentos de captação
mas a maior parte é repassada aos associados na forma de mais emprésti- restringem-se à colocação de letras de câmbio (LC) que são títulos de crédito
mos. sacados pelos financiados e aceitos pelas financeiras para colocação junto ao
público.
A conta com depósitos à vista é uma forma de captação de recursos com
custo zero diante das contribuições que tem de ser remuneradas, assim como Por ser uma atividade de grande risco, suas operações passivas não po-
os depósitos a prazo neste caso chamados de Recibo de Depósito de Coope- dem ultrapassar o limite de 12 vezes o montante de seu capital realizado mais
rativas (RDC). Assim elas também podem oferecer produtos como conta as reservas. Está também limitada à sua responsabilidade direta por cliente.
corrente, cheque especial, recebimento de contas de serviços públicos e o
processamento da folha de pagamento dos funcionários da empresa. Na esfera das financeiras, giram as chamadas promotoras de vendas,
constituídas, em geral, sob a forma de sociedades civis servindo de elo de
Para efeito de constituição, a Lei Cooperativistan0 5.764, de 16/12/71, es- ligação entre o consumidor final, o lojista e a financeira, por meio de contratos
tabeleceu que as cooperativas de créditos singulares são constituídas pelo específicos, em que figuram com poderes especiais, inclusive para sacar
número mínimo de 20 pessoas físicas. letras de câmbio na qualidade de procuradores dos financiados e, também,
prestando garantia dei credere dos contratos intermediados. Tais promotoras
A cooperativa só se tornará viável, economicamente, a partir de pelo me- têm suas atividades disciplinadas pela Resolução n0 562 de 30 de setembro
nos 200 cooperados. de 1979 do CMN.
A cooperativa equipara-se a uma instituição financeira (Lei n0 4.595, de Sociedades Corretoras (CCVM)
31/12/64). São instituições típicas do mercado acionário, operando com compra,
venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta
As operações são restritas aos cooperados e, operacionalmente, a con- de terceiros. Elas fazem a intermediação com as bolsas de valores e de
tabilidade enquadra-se no padrão estabelecido pelo plano de contas das mercadorias. Sua constituição depende de autorização do BC e o exercício de
Cooperativas de Crédito Mútuo, normas e circulares do BC, de conformidade sua atividade depende de autorização da CVM e, como tal, operam nos
com o Cosif. recintos das bolsas de valores e de mercadorias; efetuam lançamentos públi-
cos de ações; administram carteiras e custodiam valores mobiliários; institu-
BANCOS DE INVESTIMENTO (BL) em, organizam e administram fundos de investimento; operam no mercado
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se,
22.12.2003) no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da
22.12.2003) inscrição da pessoa jurídica.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção
pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) dos direitos da personalidade.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que
I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente con- visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministé-
vocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem rio Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporan-
como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei do-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo,
nº 11.127, de 2005) ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a
fim igual ou semelhante.
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma
do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promo- Do Direito de Empresa
vê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
TÍTULO I
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimô- Do Empresário
nio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais
CAPÍTULO I
referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins
Da Caracterização e da Inscrição
não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação
dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênti- Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente
cos ou semelhantes. atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens
ou de serviços.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação
dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce pro-
referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, fissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o
as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou
no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Públi-
indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à co de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua
Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. atividade.
CAPÍTULO III Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento
DAS FUNDAÇÕES que contenha:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritu- I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado,
ra pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o o regime de bens;
fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa;
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para
fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. III - o capital;
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a IV - o objeto e a sede da empresa.
ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorpo- § 1o Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será
rados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mer-
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o cantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresá-
instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, rios inscritos.
sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, § 2o À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, se-
por mandado judicial. rão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patri- § 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá
mônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de
suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, obser-
seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. vado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Códi-
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assina- go. (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
do pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a in- § 4o O processo de abertura, registro, alteração e baixa do micro-
cumbência caberá ao Ministério Público. empreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº
§ 5o Para fins do disposto no § 4o, poderão ser dispensados o uso Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao
da firma, com a respectiva assinatura autógrafa, o capital, requerimentos, gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, quando puder ser
demais assinaturas, informações relativas à nacionalidade, estado civil e autorizado.
regime de bens, bem como remessa de documentos, na forma estabelecida Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou
pelo CGSIM. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em universal de bens, ou no da separação obrigatória.
lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga
neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabeleci- integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
mento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados,
Mercantis da respectiva sede. no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de
simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscri- bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
ção e aos efeitos daí decorrentes. Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judi-
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal cial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a tercei-
profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e ros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas
seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis.
Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equi- TÍTULO I-A
parado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
CAPÍTULO II DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
Da Capacidade
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estive- constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social,
rem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade pró- salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº 12.441, de
pria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. 2011) (Vigência)
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devida- § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da ex-
mente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto pressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa indivi-
capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. dual de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de
2011) (Vigência)
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveni- § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de respon-
ência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvi- sabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa
dos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. § 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também
2o
§ Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o in- poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária
capaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal con-
estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que centração. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
conceder a autorização. § 4º ( VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Jun- § 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade
tas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a
sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de
conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da socieda- jurídica, vinculados à atividade profissional. (Incluído pela Lei nº 12.441, de
de; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) 2011) (Vigência)
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela § 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada,
Lei nº 12.399, de 2011) no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído
pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolu-
tamente incapaz deve ser representado por seus representantes le- TÍTULO II
gais. (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) Da Sociedade
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os § 1o No caso de condomínio de quota, os direitos a ela inerentes
comanditários. somente podem ser exercidos pelo condômino representante, ou pelo
inventariante do espólio de sócio falecido.
Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as nor-
mas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis com as § 2o Sem prejuízo do disposto no art. 1.052, os condôminos de
deste Capítulo. quota indivisa respondem solidariamente pelas prestações necessárias à
sua integralização.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e
obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo. Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota,
total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência
Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das delibera- dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de
ções da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditá- um quarto do capital social.
rio praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob
pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado. Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e ter-
ceiros, inclusive para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da
Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes.
da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais.
Art. 1.058. Não integralizada a quota de sócio remisso, os outros
Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato, sócios podem, sem prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu parágrafo
produz efeito, quanto a terceiros, a diminuição da quota do comanditário, único, tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, excluindo o primitivo titular
em consequência de ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo e devolvendo-lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora, as
dos credores preexistentes. prestações estabelecidas no contrato mais as despesas.
Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lu- Art. 1.059. Os sócios serão obrigados à reposição dos lucros e das
cros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço. quantias retiradas, a qualquer título, ainda que autorizados pelo contrato,
quando tais lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital.
Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas superveni-
entes, não pode o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reinte- Seção III
grado aquele. Da Administração
Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais
pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.
Art. 1.064. O uso da firma ou denominação social é privativo dos I - a aprovação das contas da administração;
administradores que tenham os necessários poderes. II - a designação dos administradores, quando feita em ato sepa-
Art. 1.065. Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à e- rado;
laboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado III - a destituição dos administradores;
econômico.
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no
Seção IV contrato;
Do Conselho Fiscal
V - a modificação do contrato social;
Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios,
pode o contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a
e respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na cessação do estado de liquidação;
assembleia anual prevista no art. 1.078. VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das
§ 1o Não podem fazer parte do conselho fiscal, além dos inelegí- suas contas;
veis enumerados no § 1o do art. 1.011, os membros dos demais órgãos da VIII - o pedido de concordata.
sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados de quaisquer
delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente destes até Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto
o terceiro grau. no art. 1.010, serão tomadas em reunião ou em assembleia, conforme
previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores
§ 2o É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo nos casos previstos em lei ou no contrato.
menos um quinto do capital social, o direito de eleger, separadamente, um
dos membros do conselho fiscal e o respectivo suplente. § 1o A deliberação em assembleia será obrigatória se o número
dos sócios for superior a dez.
Art. 1.067. O membro ou suplente eleito, assinando termo de pos-
se lavrado no livro de atas e pareceres do conselho fiscal, em que se § 2o Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no §
mencione o seu nome, nacionalidade, estado civil, residência e a data da 3o do art. 1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem,
escolha, ficará investido nas suas funções, que exercerá, salvo cessação por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.
anterior, até a subsequente assembleia anual.
§ 3o A reunião ou a assembleia tornam-se dispensáveis quando
Parágrafo único. Se o termo não for assinado nos trinta dias se- todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto
guintes ao da eleição, esta se tornará sem efeito. delas.
Art. 1.068. A remuneração dos membros do conselho fiscal será fi- § 4o No caso do inciso VIII do artigo antecedente, os administrado-
xada, anualmente, pela assembleia dos sócios que os eleger. res, se houver urgência e com autorização de titulares de mais da metade
do capital social, podem requerer concordata preventiva.
Art. 1.069. Além de outras atribuições determinadas na lei ou no
contrato social, aos membros do conselho fiscal incumbem, individual ou § 5o As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o con-
conjuntamente, os deveres seguintes: trato vinculam todos os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes.
§ 2o Cópia da ata autenticada pelos administradores, ou pela me- I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;
sa, será, nos vinte dias subsequentes à reunião, apresentada ao Registro II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade.
Público de Empresas Mercantis para arquivamento e averbação.
Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do
§ 3o Ao sócio, que a solicitar, será entregue cópia autenticada da capital será realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das
ata. quotas, tornando-se efetiva a partir da averbação, no Registro Público de
Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1o do art. Empresas Mercantis, da ata da assembleia que a tenha aprovado.
1.063, as deliberações dos sócios serão tomadas: Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082, a redução do capital
I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capi- será feita restituindo-se parte do valor das quotas aos sócios, ou dispen-
tal social, nos casos previstos nos incisos V e VI do art. 1.071; sando-se as prestações ainda devidas, com diminuição proporcional, em
ambos os casos, do valor nominal das quotas.
II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital soci-
al, nos casos previstos nos incisos II, III, IV e VIII do art. 1.071; § 1o No prazo de noventa dias, contado da data da publicação da
ata da assembleia que aprovar a redução, o credor quirografário, por título
III - pela maioria de votos dos presentes, nos demais casos previs- líquido anterior a essa data, poderá opor-se ao deliberado.
tos na lei ou no contrato, se este não exigir maioria mais elevada.
§ 2o A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabeleci-
Art. 1.077. Quando houver modificação do contrato, fusão da soci- do no parágrafo antecedente, não for impugnada, ou se provado o paga-
edade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu mento da dívida ou o depósito judicial do respectivo valor.
o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subsequentes à reunião,
aplicando-se, no silêncio do contrato social antes vigente, o disposto no art. § 3o Satisfeitas as condições estabelecidas no parágrafo antece-
1.031. dente, proceder-se-á à averbação, no Registro Público de Empresas Mer-
cantis, da ata que tenha aprovado a redução.
Art. 1.078. A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos
uma vez por ano, nos quatro meses seguintes à ao término do exercício Seção VII
social, com o objetivo de: Da Resolução da Sociedade em Relação a Sócios Minoritários
I - tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balan- Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria
ço patrimonial e o de resultado econômico; dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender
que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa,
II - designar administradores, quando for o caso; em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade,
mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão
III - tratar de qualquer outro assunto constante da ordem do dia. por justa causa.
§ 1o Até trinta dias antes da data marcada para a assembleia, os Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser determinada em
documentos referidos no inciso I deste artigo devem ser postos, por escrito, reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o
e com a prova do respectivo recebimento, à disposição dos sócios que não acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do
exerçam a administração. direito de defesa.
§ 2o Instalada a assembleia, proceder-se-á à leitura dos documen- Art. 1.086. Efetuado o registro da alteração contratual, aplicar-se-á
tos referidos no parágrafo antecedente, os quais serão submetidos, pelo o disposto nos arts. 1.031 e 1.032.
presidente, a discussão e votação, nesta não podendo tomar parte os
membros da administração e, se houver, os do conselho fiscal. Seção VIII
Da Dissolução
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que ca- Art. 1.103. Constituem deveres do liquidante:
da sócio poderá tomar; I - averbar e publicar a ata, sentença ou instrumento de dissolução
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à da sociedade;
sociedade, ainda que por herança; II - arrecadar os bens, livros e documentos da sociedade, onde
V - quorum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado quer que estejam;
no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social represen- III - proceder, nos quinze dias seguintes ao da sua investidura e
tado; com a assistência, sempre que possível, dos administradores, à elaboração
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou do inventário e do balanço geral do ativo e do passivo;
não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; IV - ultimar os negócios da sociedade, realizar o ativo, pagar o
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das passivo e partilhar o remanescente entre os sócios ou acionistas;
operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído V - exigir dos quotistas, quando insuficiente o ativo à solução do
juro fixo ao capital realizado; passivo, a integralização de suas quotas e, se for o caso, as quantias
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda necessárias, nos limites da responsabilidade de cada um e proporcional-
que em caso de dissolução da sociedade. mente à respectiva participação nas perdas, repartindo-se, entre os sócios
solventes e na mesma proporção, o devido pelo insolvente;
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos só-
cios pode ser limitada ou ilimitada. VI - convocar assembleia dos quotistas, cada seis meses, para a-
presentar relatório e balanço do estado da liquidação, prestando conta dos
§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio atos praticados durante o semestre, ou sempre que necessário;
responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas
Art. 1.127. Não haverá mudança de nacionalidade de sociedade Parágrafo único. Aceitas as condições, expedirá o Poder Executivo
brasileira sem o consentimento unânime dos sócios ou acionistas. decreto de autorização, do qual constará o montante de capital destinado
às operações no País, cabendo à sociedade promover a publicação dos
Art. 1.128. O requerimento de autorização de sociedade nacional atos referidos no art. 1.131 e no § 1o do art. 1.134.
deve ser acompanhado de cópia do contrato, assinada por todos os sócios,
ou, tratando-se de sociedade anônima, de cópia, autenticada pelos funda- Art. 1.136. A sociedade autorizada não pode iniciar sua atividade
dores, dos documentos exigidos pela lei especial. antes de inscrita no registro próprio do lugar em que se deva estabelecer.
Parágrafo único. Se a sociedade tiver sido constituída por escritura § 1o O requerimento de inscrição será instruído com exemplar da
pública, bastará juntar-se ao requerimento a respectiva certidão. publicação exigida no parágrafo único do artigo antecedente, acompanhado
de documento do depósito em dinheiro, em estabelecimento bancário
Art. 1.129. Ao Poder Executivo é facultado exigir que se procedam oficial, do capital ali mencionado.
a alterações ou aditamento no contrato ou no estatuto, devendo os sócios,
ou, tratando-se de sociedade anônima, os fundadores, cumprir as formali- § 2o Arquivados esses documentos, a inscrição será feita por termo
dades legais para revisão dos atos constitutivos, e juntar ao processo prova em livro especial para as sociedades estrangeiras, com número de ordem
regular. contínuo para todas as sociedades inscritas; no termo constarão:
Art. 1.130. Ao Poder Executivo é facultado recusar a autorização, I - nome, objeto, duração e sede da sociedade no estrangeiro;
se a sociedade não atender às condições econômicas, financeiras ou II - lugar da sucursal, filial ou agência, no País;
jurídicas especificadas em lei.
III - data e número do decreto de autorização;
Art. 1.131. Expedido o decreto de autorização, cumprirá à socieda-
de publicar os atos referidos nos arts. 1.128 e 1.129, em trinta dias, no IV - capital destinado às operações no País;
órgão oficial da União, cujo exemplar representará prova para inscrição, no V - individuação do seu representante permanente.
registro próprio, dos atos constitutivos da sociedade.
§ 3o Inscrita a sociedade, promover-se-á a publicação determinada
Parágrafo único. A sociedade promoverá, também no órgão oficial no parágrafo único do art. 1.131.
da União e no prazo de trinta dias, a publicação do termo de inscrição.
Art. 1.137. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar ficará
Art. 1.132. As sociedades anônimas nacionais, que dependam de sujeita às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos ou operações
autorização do Poder Executivo para funcionar, não se constituirão sem praticados no Brasil.
obtê-la, quando seus fundadores pretenderem recorrer a subscrição pública
para a formação do capital. Parágrafo único. A sociedade estrangeira funcionará no território
nacional com o nome que tiver em seu país de origem, podendo acrescen-
1o
§ Os fundadores deverão juntar ao requerimento cópias autênti- tar as palavras "do Brasil" ou "para o Brasil".
cas do projeto do estatuto e do prospecto.
Art. 1.138. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar é obri-
§ 2o Obtida a autorização e constituída a sociedade, proceder-se-á gada a ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para
à inscrição dos seus atos constitutivos. resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela sociedade.
Art. 1.133. Dependem de aprovação as modificações do contrato Parágrafo único. O representante somente pode agir perante ter-
ou do estatuto de sociedade sujeita a autorização do Poder Executivo, ceiros depois de arquivado e averbado o instrumento de sua nomeação.
salvo se decorrerem de aumento do capital social, em virtude de utilização
de reservas ou reavaliação do ativo. Art. 1.139. Qualquer modificação no contrato ou no estatuto de-
penderá da aprovação do Poder Executivo, para produzir efeitos no territó-
Seção III rio nacional.
Da Sociedade Estrangeira
Art. 1.140. A sociedade estrangeira deve, sob pena de lhe ser cas-
Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu obje- sada a autorização, reproduzir no órgão oficial da União, e do Estado, se
to, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda for o caso, as publicações que, segundo a sua lei nacional, seja obrigada a
que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os fazer relativamente ao balanço patrimonial e ao de resultado econômico,
casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira. bem como aos atos de sua administração.
§ 1o Ao requerimento de autorização devem juntar-se: Parágrafo único. Sob pena, também, de lhe ser cassada a autori-
I - prova de se achar a sociedade constituída conforme a lei de seu zação, a sociedade estrangeira deverá publicar o balanço patrimonial e o
país; de resultado econômico das sucursais, filiais ou agências existentes no
País.
II - inteiro teor do contrato ou do estatuto;
§ 2o O Poder Executivo poderá impor as condições que julgar con- § 3o As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por
venientes à defesa dos interesses nacionais. perdas e danos, em caso de omissão ou demora.
§ 3o Aceitas as condições pelo representante, proceder-se-á, após Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regula-
a expedição do decreto de autorização, à inscrição da sociedade e publica- ridade das publicações determinadas em lei, de acordo com o disposto nos
ção do respectivo termo. parágrafos deste artigo.
Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no exer- Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente
cício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência. nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano,
sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou
Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se transportes para as margens.
o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos
poderes que lhe foram outorgados.
Finalizando o capítulo, conclui-se que no Brasil as empresas podem pagar Quanto à maneira pela qual é outorgado, o mandato pode ser expresso
os tributos e as contribuições devidas sobre seus resultados econômicos ou tácito, verbal ou escrito.
mediante utilização de uma das seguintes opções: Procuração
4.2.1 Lucro Real – quantificado a partir da escrituração contábil, completa; A procuração é o instrumento do contrato de mandato. Sempre escrita,
instruída com documentos revestidos das formalidades legais e, ainda, pode ser outorgada por um mandante a um mandatário por meio de instru-
atendidas às demais condições e providências estabelecidas. mento particular (com a simples assinatura do mandante, com ou sem
reconhecimento de firma) ou público (passado em cartório).
4.2.2 Lucro Presumido – quantificado mediante uso de percentuais sobre No direito brasileiro
a base de cálculo, o faturamento e outras receitas. Tal sistemática não
desobriga ou dispensa a realização da escrita mercantil exigida por outros O mandato é um contrato nominado regulado pelo Código Civil nos
fundamentos. arts. 653 e seguintes.
4.2.3 Lucro Arbitrado – regramento especial que pode ser utilizado tanto Fundamentos do crédito:
pelas autoridades fazendárias quanto por iniciativa da pessoa jurídica, a) conceito de crédito;
sempre que presentes as hipóteses de arbitramento. b) elementos do crédito;
c) requisitos do crédito.
4.2.4 Processo Simplificado – a quase totalidade das exações a cargo de
microempresas e empresas de pequeno porte enquadradas no Simples Crédito
Nacional é quantificada por meio de sistemática especial mediante regra- Crédito é a possibilidade de concretizar-se o "escambo" ou "troca de
mento derivativo; os impostos e as contribuições dependem de procedi- produtos/serviços(mercadorias)", que na economia sem dinheiro se verifica
mentos integrados-cascata, cumulados ainda com utilização de tabelas quando o crédito é explícito (faz parte do bem), seja ele produto/serviço em
específicas. determinado mercado. O dinheiro portanto é o crédito, representado de
forma concreta pela moeda, que seria a possibilidade concreta da troca
4.3 Aspectos sobre Tributação IRPJ e as Opções Equivocadas ou investimento, independente dos insumos desse, que os caracterizam,
dai a necessidade do contador, de introduzir-se o conceito de "partidas
Não se pode afastar, todavia, o ordenamento ancorado pela Lei nº dobradas", nos levantamentos da Contabilidade, de quem inicialmente já
5.172/66, Código Tributário Nacional, que, ao regular o Imposto de Renda, introduziu o "conceito" de dinheiro. Com a introdução da moeda por Dario,
em seu art. 43, estabeleceu: por isso denominado o Grande; sendo o "Credor", toda pessoa titular de um
"crédito", de um "dinheiro" ou "moeda" (primeiro instrumento
O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qual- da econometria de medidas); ou, o que tem o haver de outrem uma certa
quer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade eco- importância em "espécie", ou algo de valor reconhecido como "soberania -
nômica ou jurídica: do - povo" ou "soberania - real ou - imperial". "Não é por acaso que do lado
I. De renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combi- da "coroa", de uma moeda exista a figuradaquele que dá o "Império"
nação de ambos. ou força à moeda ou "crédito propriamente dito" e no verso a "cara" ou o
II. De proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos "caro", "o dinheiro, com o valor, da moeda, o que lhe dá a característica de
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. dinheiro, protegido pela lei (pela "coroa"), o "crédito" possui a "faculdade"
de exigir do devedor o cumprimento da obrigação ou o pagamento da
Consubstanciado nas disposições compiladas e ainda nos ensinamentos obrigação assumida pelo crédito; quando então o cumprimento deste, se
acadêmicos de abalizados jurisconsultos, renda, enquanto produto decor- torna exigível, isto é, se vencido. é resgatado ou cumprido pelo devedor.
rente do capital investido, é o lucro e, não, o faturamento; e, renda,
enquanto produto do trabalho é o salário,o honorário profissional. Signi- A inflação costuma tirar o valor ou crédito de sua moeda, reduzindo
fica dizer que as empresas somente deveriam pagar IRPJ e, por conseguin- esse "crédito" tornando sem valor o dinheiro e sua parte concreta que é a
te CSLL, exclusivamente nos casos em que as operações econômicas moeda, tornando essa "moeda" uma "peça" de museu, lembrança dos
resultassem em saldo positivo, ou seja, lucro, sinônimo de renda e, não, tempos "áureos", de boa "administração" das finanças em uma economia,
calcular e recolher o imposto sobre o faturamento, que, verdadeiramen- em que era mantido o "crédito", valor ou necessidade moral humana, no
te, não é renda, é simples faturamento. Todavia, é preciso entender e sentido e serviço de facilitar a "troca de mercadorias ou "escambo"
aceitar posicionamento ou razões divergentes, máxime quando buscam propriamente dito"
acolher ou ancorar problemas ou necessidades pontuais, localizadas,
Crédito é a confiança de atributos positivos (dinheiro, valor moral,
decorrentes destas ou daquelas particularidades operativas, explicitado,
conhecimentos humanos, etc..) de uma pessoa (por outra pessoa ou grupo
porém, que não pode o profissional contabilista partilhar de fraudes ou
de pessoas). Crédito demonstra a confiabilidade que uma pessoa tem por
conluios, o qual poderá responder nos termos da legislação de regência,
outra, em um determinado assunto.
inclusive, regramento baixado pelo CFC.
http://www.crcsp.org.br/portal_novo/publicacoes/escrituracao_contabil/capit Em finanças, crédito é a capacidade prevista que uma pessoa tem de
ulo_4.htm retornar um investimento (empréstimo, financiamento) sobre ele. Aquele
Mandato é uma palavra usada para definir o espaço de tem- que empresta dinheiro a um indivíduo ou a uma instituição se chama
po público ou privado que um ocupante, nomeado ou não, concursado ou não e credor.1
designado que ocupe em caráter provisório um cargo ou função pública.
Crédito na Idade Média
Em direito civil, o mandato (do latim mandatum,i "encargo, cargo, co-
Na idade média o crédito era considerado ilegal, havia usura do credor,
missão") é o contrato por meio do qual uma pessoa, denomina-
dado a prática de se cobrar juros. Os pioneiros do comércio e da banca
da mandatário, recebe poderes de outra, designada mandante, para, em
foram os comerciantes ditos "burgueses", dos Países Baixos e da Itália, os
nome e por conta desta última, praticar atos jurídicos ou administrar inte-
dois polos mais dinâmicos das operações de crédito. Os credores que
resses. A palavra mandato tem como origem a expressão latina mandatum,
usavam este tipo de serviços eram os religiosos, os monarcas europeus,
que terá advindo da locução manum datum em virtude de os contratantes
alguns membros da aristocracia, as cidades e os burgueses interessados
apertarem as mãos, após findarem o contrato. É controverso ainda se o
em aumentar o capital envolvido nos seus negócios.2
mandato foi um negócio stricti iuris ou iuris civilis, ou se foi um negócio
Já a análise de idoneidade consiste no levantamento e análise de Os ativos representam os bens, tanto financeiros como patrimoniais,
informações relacionadas à idoneidade do cliente com o mercado de dos clientes. São colocados em ordem de liquidez, iniciando pelos ativos
crédito. Segundo Santos (2006), esta análise baseia-se na coleta de que melhor possam ser convertidos em receita imediata, representados por
informações sobre o solicitante do crédito junto às empresas especializadas valores em conta corrente, salário e outros, até os ativos menos líquidos,
no gerenciamento de risco de crédito. Empresas como Serasa, Boa Vista como por exemplo, veículos e imóveis. Os passivos representam todos os
Chaia (2003) também demonstra as principais desvantagens dos Atualmente este comitê se reúne a cada três meses, tendo como parti-
modelos de credit scoring: cipantes, representantes dos seguintes países: Bélgica, Canadá, França,
Alemanha, Itália, Japão, Luxemburgo, Holanda, Suécia, Suíça, Reino Unido
• Custo de desenvolvimento: desenvolver um sistema credit e Estados Unidos da América. Estas reuniões ocorrem no Bank for Interna-
scoring pode acarretar custos, não somente com o sistema em si, mas tional Settlements (Banco de Compensações Internacionais – BIS), na
também com o suporte necessário para sua construção, como por exemplo, Basileia – Suíça.
profissionais capacitados, equipamentos, coleta de informações
necessárias ao desenvolvimento do modelo, dentre outros; O “Acordo da Basileia” trata, principalmente, dos riscos aos quais as
• Excesso de confiança nos modelos: algumas estatísticas podem instituições financeiras estão expostas e estabelece parâmetros para a
superestimar a eficácia dos modelos, fazendo com que usuários, determinação de capital exigido, adequando-o ao nível de risco em suas
principalmente aqueles menos experientes, considerem tais modelos operações.
perfeitos, não criticando seus resultados;
Conforme informações divulgadas pelo Comitê da Basileia, reproduzi-
• Falta de dados oportunos: se o modelo necessita de dados que das pelo Banco Central do Brasil (2000, p.25),
não foram informados, pode haver problemas na sua utilização na
instituição, gerando resultados diferentes dos esperados. Além da falta de A finalidade dos controles internos é assegurar que os negócios de um
algumas informações necessárias, faz-se necessário analisar também a banco sejam conduzidos de maneira prudente e de acordo com políticas e
qualidade e fidedignidade das informações disponíveis, uma vez que elas estratégias estabelecidas pelo conselho de diretores; que as transações
representam o insumo principal dos modelos de credit scoring; e somente sejam efetuadas mediante autorização competente; que os ativos
sejam protegidos e os exigíveis controlados; que a contabilidade e outros
• Interpretação equivocada dos escores: o uso inadequado do registros forneçam informações completas, precisas e oportunas; e que a
sistema devido à falta de treinamento e aprendizagem de como utilizar suas administração seja capaz de identificar, avaliar, administrar e controlar os
informações pode ocasionar problemas sérios à instituição. riscos do negócio.
Verifica-se, portanto, que os modelos de credit scoring podem trazer
São quatro os principais campos de ação associados aos controles in-
significativos benefícios à instituição quando adequadamente
ternos:
desenvolvidos e utilizados. No entanto, eles também possuem limitações
Procedimentos contábeis (reconciliação de contas, listas de controle, Outros autores importantes, conforme pesquisa em dicionário de ter-
balancetes periódicos de verificação, etc); mos técnicos, Iudícibus, Marion e Pereira (2003, p.206), riscos:
“princípio dos quatro olhos” (segregação das várias funções, verifica- (1) Significa a possibilidade de perda financeira; está constantemente
ções cruzadas, duplo controle de ativos, duplas assinaturas, etc.); e relacionado ao retorno obtido, ou seja, quanto maior o risco, maior o retorno
e quanto menor o risco, menor o retorno. (2) Financeiramente, é medido
Controle físico de ativos e investimentos. pelo desvio-padrão em torno da média, ou esperança matemática do retor-
no.
O Comitê da Basileia sugeriu treze passos, para orientação dos proce-
dimentos a serem adotados para um efetivo sistema de controles internos. A exposição a riscos está diretamente relacionada ao retorno. Os ris-
Estes passos constam do documento emitido pelo Comitê de Supervisão cos assumidos geram um potencial favorável ou desfavorável ao retorno
Bancária da Basileia (1998). esperado. A fronteira existente entre o sucesso e o fracasso está ligada ao
eficiente ou ineficiente modelo de gestão de risco adotado. Tal modelo deve
Em relação à supervisão bancária, o Comitê sugere a adoção de 25 ser constantemente aperfeiçoado.
princípios como forma de garantir a sua eficácia. Estes princípios, em
resumo, estabelecem que: 2.1 Risco de Crédito
Princípio 1 – Precondições para uma supervisão bancária eficaz; Segundo Brito (2003, p.16):
Princípios de 2 a 5 - Autorizações e estrutura;
Princípios de 6 a 15 – Regulamentos e requisitos prudenciais; O risco de crédito caracteriza-se pela perda da totalidade do principal
Princípios de 16 a 20 – Modelos de supervisão bancária contínua; acrescido dos juros contratuais. O risco de não-recebimento dá-se pelo não
Princípio 21 – Requisitos de informação; cumprimento da obrigação de pagar, por parte do devedor.
Princípio 22 – Poderes de informação;
Princípios de 23 a 25 – Atividades bancárias internacionais. O risco de crédito pode ser definido como prejuízo que o usuário final
sofrerá se a contraparte não liquidar seu vinculo financeiro no vencimento
O comitê entende que os bancos centrais precisam efetuar uma super- do contrato.
visão bancária consolidada, através do monitoramento e aplicação adequa-
da de normas prudenciais aos negócios conduzidos pelas instituições Na atividade bancária, esse tipo de risco apresenta-se de forma inten-
financeiras. sa, uma vez que, nas transações bancárias, o direito de receber sempre é
de uma das partes; portanto, está presente nas operações intermediadas,
Em 1988 foi introduzido, pelo Comitê da Basileia, o Acordo de Capital. efetuadas pelas instituições financeiras, bem como no risco de mercado,
definido a seguir.
Em junho de 1999, o Comitê da Basileia liberou uma proposta para
substituir o acordo de 1988. Em um processo evolutivo o que foi discutido Com o crescimento da atividade bancária, o risco de crédito ganhou
foram as propostas para o Acordo da Basileia II, cujo prazo de implantação dimensões ainda mais relevantes, representando entre os bancos o tipo de
estava previsto para 2007. risco de maior incidência.
Entre os objetivos do novo acordo está a busca por uma supervisão e Nas importações e exportações, por exemplo, existe a possibilidade da
gerenciamento efetivo dos riscos operacionais, ou seja, os riscos de perdas concessão de crédito em moeda nacional ou estrangeira ao cliente. Nestas
oriundas de eventos externos, ou de falhas ou inadequações envolvendo transações, além do risco de crédito estão presentes os riscos de mercado
processos internos, sistemas e pessoas. e de país.
Segundo Bernstein (1997, p.8), “A palavra “risco” deriva do italiano an- Para Marshall (2002, p.425), outro autor consagrado, risco de mercado:
tigo risicare, que significa “ousar”. Nesse sentido, o risco é uma opção, e “É o risco da flutuação adversa do valor de ajuste diário de mercado de
não um destino. É das ações que ousamos tomar, que dependem de nosso um portfólio financeiro (seja dentro ou fora do balanço patrimonial) durante
grau de liberdade de opção, que a história do risco trata. E essa história o período necessário para liquidar o portfólio”. Os riscos de mercado consi-
ajuda a definir o que é um ser humano”. A existência de instituições finan- deram o risco de taxas de juros, de capital, de câmbio e de commodity.
ceiras remonta a séculos, e a opção de conceder operações de crédito ou
outras que comportem riscos, é uma opção do negócio banco. Porém, cabe Caso os bancos não mantenham a “Posição de Câmbio” nivelada, es-
ressaltar que a exposição a riscos deve ser gerida com a máxima compe- tarão correndo riscos de mercado. A “Posição de Câmbio” é obtida pela
tência. soma algébrica de contas contábeis nas quais estão registradas as com-
pras e as vendas de contratos de câmbio, também pelas contas que repre-
Conforme Ferreira (2001, p.610), “risco – perigo ou possibilidade de pe- sentam valores em moedas estrangeiras. Além do exemplo acima, qualquer
rigo”. A exposição a riscos envolve o perigo certo ou potencial. produto que envolva a variação de preços gera riscos de mercados.
Conforma Lopes de Sá (1995, p.435), respeitável mestre das ciências 2.3 Risco Operacional
contábeis,
Conforme Brito (2005, p.291):
RISCO – Ameaça de sinistro ou acidente que pode vir a alterar o valor
dos bens, créditos e provisões patrimoniais; ameaça à integridade dos Os riscos operacionais diferenciam-se dos financeiros, num primeiro
valores patrimoniais; probabilidade de perigo que existe na vida do patri- momento, pela dificuldade de mensuração e visualização de seu impacto
mônio aziendal. Ameaça de perda. Para proteger a empresa contra riscos no bottom line da instituição. Há muito se tem comentado acerca dos riscos
criam-se fundos, reservas, provisões e fazem-se seguros com as Compa- operacionais, mas pouco se tem dado atenção a eles.
nhias de tal fim.
Ao se impingir necessidade de alocação de capital para essa classe de
riscos, a preocupação acaba então fazendo parte do universo do senior
A identificação, mensuração e gestão dos riscos operacionais se cons- Os sistemas de informações são aglutinados segundo a estrutura or-
tituem em um grande desafio para os gestores das instituições financeiras. gânica definidora dos vários ambientes empresariais, sendo os SIACFs
componentes das áreas de controladoria, financeira, administrativa e de
2.4 Outros Riscos encontrados nos negócios Bancários contabilidade.
Além dos três riscos mencionados, os bancos estão expostos a vários A velocidade da informação exerce papel fundamental na tomada de
outros, por exemplo: Risco de Liquidez; Risco Legal; Risco de Reputação decisões. O ambiente em que as instituições financeiras operam é muito
ou Imagem; Risco Sistêmico; Risco de Liquidação etc. competitivo e a velocidade da informação produz vantagens.
2.5 Considerações
3.1.3 Controladoria
Ao longo de suas histórias os bancos “aprenderam” a lidar com os ris-
cos de crédito e de mercado, bem como com a gestão destes riscos e, Segundo Peleias (2002b, p.13), “A Controladoria se baseia em princí-
pode-se dizer que exercem tal gestão com extrema competência. pios, procedimentos e métodos oriundos de outras áreas do conhecimento,
tais como: contabilidade, administração, planejamento estratégico, econo-
Quanto aos riscos operacionais, as instituições financeiras estão “a- mia, estatística, psicologia e sistemas”. Este conjunto de fatores tem como
prendendo” a lidar com a sua identificação, mensuração e gestão propria- finalidade auxiliar o gestor da empresa na maximização do resultado.
mente dita. É, portanto, um grande desafio para os gestores dos bancos. Vincula-se, portanto, a Controladoria à questão do “Retorno financeiro”.
Apesar de todas as dificuldades eles deverão enfrentar este desafio para
atender às novas exigências de capital do novo “Acordo da Basileia”. Ampliando um pouco mais a definição de controladoria, segundo Al-
meida, Parisi e Pereira (2001, p.344), a controladoria não é apenas um
3. Riscos Operacionais método que diz o como fazer, mas precisa ser entendida como duas formas
de atuação. Em uma delas, é um ramo do conhecimento e na outra, é um
A definição exata de Riscos Operacionais é algo ainda em construção. órgão de administração dos controles da empresa.
Alguns dos autores pesquisados consideram como parte integrante dos
riscos operacionais determinados sub-riscos quando conceituam riscos Nos bancos, a Controladoria exerce papel de extrema relevância, como
operacionais. Outros autores entendem de outra forma. Para direcionamen- geradora de informações para a tomada de decisão. Caso esta controlado-
to deste estudo será proposta a abrangência de determinados sub-riscos ria falhe na avaliação de alguma situação ou na geração de informação
como risco associado ou integrante dos riscos operacionais, para então, para a diretoria da instituição, poderá influenciar tal diretoria na tomada de
poder-se propor algumas sugestões para a sua identificação, mensuração e uma decisão equivocada e que poderá produzir perdas, percebe-se que o
gestão. risco operacional está relacionado à tomada de decisão. As decisões
geram ações ou omissões e toda decisão está sujeita à ocorrência de um
Para o Bacen, conforme Resolução CMN 3.380, riscos operacionais evento de perda.
comportam a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falhas,
deficiências ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou No sub-risco de controle interno entende-se que é possível que ocor-
de eventos externos. Em resumo, estão relacionados a erros, falhas e ram falhas, erros ou fraudes em relação ao sistema de processamento de
fraudes. transações, aos sistemas contábeis, aos sistemas de controles internos e
Alguns riscos associados ao risco operacional ou sub-riscos deste tipo, ao erro de avaliação por parte da Controladoria da instituição. Em qualquer
na visão de alguns estudiosos do assunto, são apresentados a seguir. uma das situações é possível que ocorram perdas.
3.1 Risco Operacional (Sub-risco de Controle Interno) 3.2 Risco Operacional (Sub-risco Reputação ou Imagem)
Segundo Brito (2003, p.17): Alguns autores tratam o risco de reputação e imagem isoladamente.
Para auxilio neste estudo, foi tomada a conceituação apresentada por Brito
Quando há falta de consistência e adequação dos sistemas de controle (2003, p.18) que assim definiu este tipo de risco:
interno, sistemas de processamento e informações, que podem ocasionar
perdas inesperadas para a instituição, ocorre o risco de controle interno. A O risco de reputação ou imagem é decorrente de veiculação de infor-
Controladoria, por meio de suas funções clássicas, procura avaliar esse tipo mações que afetam negativamente a imagem da instituição, pondo em
de risco. risco a manutenção de clientes e, consequentemente, a consecução de
transações com esses clientes. A área de marketing encarrega-se de
Alguns pontos importantes, mencionados por Brito, serão conceituados avaliar esse tipo de risco.
a seguir:
A divulgação de informações, que podem ser imprecisas ou até mesmo
3.1.1 Sistema de processamento de transações falsas, ao mercado, pode, inclusive, provocar a quebra de um banco, devi-
do a uma possível corrida dos clientes para sacar valores nele depositados.
Segundo pesquisa em dicionário de termos técnicos publicado por Iu-
dícibus, Marion e Pereira (2003, p.215), “Sistema empresarial básico que Ampliando um pouco mais a conceituação deste tipo de risco, Marshall
controla as transações necessárias para conduzir um negócio e as utiliza (2002, p.432) define desta forma, “RISCOS DE REPUTAÇÃO são os riscos
para atualizar os registros da empresa”. Os bancos processam um grande que ameaçam denegrir a reputação da empresa [...]” Ainda segundo o
volume de transações, portanto, precisam ter eficientes sistemas para mesmo autor, tais riscos incluem os riscos de: (a) desacordo contratual; (b)
processá-las. de insatisfação e (c) de ataque pela mídia.
3.1.2 Sistema de informações No negócio “Banco”, “Reputação e Imagem”, são, na realidade, sua
matéria prima, ou seja, a confiança do mercado em um banco é a base de
Conforme Gil (1999, p.11): sua sustentação e continuidade. Todos os profissionais da instituição
devem zelar pela credibilidade do banco.
O risco humano é o risco associado à tomada de decisão das pessoas Dentre todos os demais riscos citados este é um dos mais difíceis de
no processo. As duas principais causas dos erros de julgamento são: ser gerido. Envolve a mudança de cultura organizacional. A utilização dos
componentes da estrutura de controles internos proposta pelo COSO
a) autoconfiança excessiva: o indicativo comum é a forma como o podem auxiliar os administradores dos bancos a exercerem uma melhor
indivíduo gasta seus recursos (roupas, carro etc.) e o uso gestão de riscos operacionais, inclusive, do sub-risco humano.
de overhead (excesso de contratações, computadores e espaço ocupado);
e A redução de custos, caso seja feita de forma indiscriminada e sem um
estudo mais aprofundado, expõe a instituição a vários riscos operacionais,
b) hipertensão, estresse: os sinais característicos são irritabilidade sobretudo em relação ao sub-risco humano. Ela pode se transformar em
constante, monitoramento frequente dos menores detalhes, não admissão um alimentador da exposição aos riscos operacionais. Os custos/benefícios
de erro, rigidez de opinião, entre outros. Dessas, a mais relevante é a devem ser avaliados na gestão deste risco. Há uma frase que ouvi em
rigidez de opinião. palestras que diz o seguinte: “Se a cerca custa mais caro do que o gado
devemos fazer a cerca ou vender o gado e partir para outro negócio, o que
Este tipo de risco está diretamente relacionado ao risco operacional. fazer?”. Correr riscos faz parte do negócio banco.
Seu foco de preocupação está no homem e nas suas decisões que geram
ações ou omissões, bem como na consequência de suas decisões. 3.4 Risco Operacional (Sub-risco de Invasão dos Sistemas em
Ambiente Web)
Ampliando um pouco mais o conceito de risco humano, conforme Mar-
shall (2002, p.421, grifo do autor), o risco humano: A evolução tecnológica fez surgir novos tipos de prestação de serviços
que são disponibilizados pelos bancos para seu público alvo, tanto para
Surge por variações na qualidade e disponibilidade do pessoal interno pessoas físicas quanto jurídicas, em particular, as transações eletrônicas e
da empresa e inclui: aquelas feitas via internet. Cada vez mais é comum o cliente acessar os
sistemas da Instituição Financeira para consultar saldos, efetuar aplica-
Erros Humanos: Um erro não-intencional cometido por um funcionário. ções, fazer transferências, acompanhar operações dos mais diversos tipos
Os erros de pessoal são usualmente erros de ação ou erros de omissão. e isto têm facilitado a vida dos clientes, bem como a do próprio banco.
[...].
Ocorre que a facilidade disponibilizada para a clientela dos bancos
Incompetência: Triagem inadequada de pessoal na admissão ou trei- despertou o interesse de pessoas inescrupulosas que passaram a tentar e
namento insuficiente levam a um desempenho inadequado do trabalho. em muitos casos até conseguir desviar recursos dos clientes ou até mesmo
dos bancos (Fraudes eletrônicas internas e externas).
Malícia: Um funcionário magoado buscando vingança sobre a empresa
pode causar danos aos ativos da empresa, especialmente os ativos de Os bancos têm investido pesadamente para garantir aos seus clientes
informações baseados em computador. e ao mercado uma razoável segurança em relação aos seus sistemas,
porém, os fraudadores têm aperfeiçoado suas ações, causando grandes
Perda de Pessoal-Chave e Indisponibilidade de Pessoal: Uma re- perdas para o mercado financeiro. Conforme dados divulgados pelo Banco
moção ou perda inesperada de uma pessoa-chave de uma posição de Central do Brasil e pela Febraban, somente no ano de 2003 foram desvia-
responsabilidade sem um substituto imediato. dos aproximadamente 100 Milhões de Reais, no Mercado Financeiro. Em
2004 os desvios desta natureza chegaram a R$ 250 milhões e em 2005
Fraude: Quando funcionários desonestos assumem posições de res- foram R$ 300 milhões. Não são divulgados os valores perdidos por cada
ponsabilidade sobre algum aspecto das operações defront-office ou banco, pois, isto geraria risco de reputação e imagem.
de back-office. Tipicamente existem duas formas. Primeiro, fraude na qual
os indivíduos manipulam pessoas e empresas de fora para obter vantagem 3.5 Considerações em Relação aos Riscos Operacionais
em seu benefício e/ou da empresa. Segundo, quando os indivíduos mani-
pulam os sistemas de controle interno para forjar lucros espúrios, usual- Entende-se que os riscos operacionais compreendem os sub-riscos: de
mente para obter grandes bonificações. controle interno; reputação e imagem; humano e de invasões nos siste-
mas em ambiente Web, além de outras situações. A figura 1 abaixo
Risco de Informações: Todos os sistemas internos de computação demonstra isto.
deveriam ter procedimentos para cópias de segurança. Os registros e
diários de cópias de segurança podem ser úteis.
As operações de câmbio, por exemplo, não apenas aquelas relativas Considerando que erros, falhas ou fraudes constituem eventos de per-
aos contratos de câmbio, mas também as documentais, a exemplo, das das significativos para as instituições financeiras, estas situações aconte-
cobranças e das cartas de crédito, geram a necessidade de um banco ter cem, em grande parte dos eventos verificados em razão da interferência
uma equipe especializada. Mas isto não é suficiente para mitigar o risco humana, que podem ter ocorrido por: operação negligente, projeto ruim ou
humano. Em cada um dos sub-riscos existe a necessidade de uma gestão fraude deliberada, o grande gerador dos riscos operacionais são as pesso-
Fazer a gestão do risco operacional significa identificar, mensurar e Para facilitar o entendimento dos riscos operacionais, a Resolução
controlar as situações que podem provocar a perda financeira ou reputa- CMN 3.380 apresenta oito eventos de perdas que são os seguintes:
cional devido a um evento associado ao risco humano.
Fraudes internas;
3.6 Gestão do Risco Operacional Fraudes externas;
Demandas trabalhistas e segurança deficiente do local de trabalho;
Segundo Iudícibus, Marion e Pereira (2003, p.117), “GESTÃO DE RIS- Práticas inadequadas relativas a clientes, produtos e serviços;
CO. Processo de formular as substituições de custo-benefício da redução Danos a ativos físicos próprios ou em uso pela instituição;
do risco e de decidir sobre cursos de ação a serem tomados”. A gestão de Aqueles que acarretem a interrupção das atividades da instituição;
riscos envolve a tomada de decisão, ou seja, a aposta associada a uma Falhas em sistemas de tecnologia da informação;
razoável quantidade de informações e de controles, que garantam ou Falhas na execução, cumprimento de prazos e gerenciamento das ati-
minimizem os efeitos à exposição ao risco assumido. Cabe ressaltar a vidades da instituição.
importância da avaliação do custo-benefício.
Erros, falhas ou fraudes cometidos por pessoas dos cargos mais bai-
Ampliando um pouco mais o conceito de gestão de riscos, conforme xos da estrutura organizacional provocam pequenas perdas e, as mesmas
Bernstein (1997, p.21), “O executivo de sucesso é antes de tudo um previ- situações geradas por pessoas da alta-administração podem quebrar a
sor; comprar, produzir, vender, fixar preços e organizar vêm depois”. Esta instituição. Já ocorreram casos desta natureza com vários bancos no Brasil
característica, apontada por Bernstein, ou seja, “o executivo de sucesso é e no Exterior.
um previsor...” está intimamente relacionada à gestão de riscos. Antecipar
possíveis problemas, que possam ocorrer no futuro, é uma forma preventi- Em outras palavras, um erro, uma falha ou uma fraude causará danos
va de gestão de riscos. à instituição financeira em um nível diretamente proporcional ao cargo da
As informações contidas neste quadro são apenas ilustrativas. Caso No caso da ocorrência de um evento de perda nos riscos operacionais
fosse utilizado algum parâmetro em escala, não seria nem mesmo possível o histórico não guarda necessariamente uma referência com o futuro. Não
visualizar o impacto de um evento de perda isolado que tenha sido cometi- é pelo fato de que tenham ocorrido fraudes internas e externas que histori-
do por um empregado cujo cargo e nível de poder seja de um Escriturário I, camente geraram perdas de, por exemplo, R$ 1.000.000,00 ao ano em
por exemplo. Mas a intenção desta figura é apresentar a curva descenden- média nos últimos cinco anos, que neste e no próximo ano as perdas com
te de poder, para afirmar que somente a partir de um determinado nível estes eventos acontecerão novamente nesta medida. E, se o registro
hierarquico é que as perdas causadas por riscos operacionais poderão histórico de perdas tem evidenciado tais perdas porque a instituição ainda
comprometer a continuidade dos negócios em uma instituição financeira. não atuou na solução disto?
Evidentemente que se ocorrerem muitos eventos de perdas geradas por
pessoas da base da pirâmide estas perdas poderão gerar estragos consi- Eis aí outro desafio, como medir a probabilidade de ocorrência do risco
deráveis. Isoladamente, não significam algo relevante para o resultado do operacional se o passado não guarda referência com eventos futuros, os
banco. quais podem estar ocultos e não terem sido avaliados e mensurados?
O tamanho da perda depende de qual profissional a cometeu, ou seja, 3.6.1 Possibilidade de Ocorrência do Risco Operacional
quanto maior o cargo, maior o estrago.
Tomando como exemplo uma instituição financeira que tenha controles
Outro aspecto importante, após identificar os Fatores Críticos de Su- internos considerados razoáveis, e que historicamente tem registrado
cesso – F.C.S. é preciso encontrar parâmetros para calcular a probabilida- pequenas perdas originadas pela ocorrência de riscos operacionais, portan-
de de ocorrência para a partir desta informação projetar o capital a ser to, a probabilidade de ocorrência sendo considerada baixa, a alocação de
alocado/comprometido para fazer jus à potencial perda. A estatística forne- capital ou a constituição de provisões para fazer frente à potencial perda
ce várias opções para projetar as perdas potenciais. O Comitê da Basileia e poderia seguir a seguinte linha de raciocínio.
o Bacen estão avaliando três tipos de abordagens para a alocação de
capital para o risco operacional, os quais estão listados a seguir: Foi escolhido o seguinte exemplo (fictício): uma instituição financeira
que tenha um Patrimônio Líquido de R$ 6.500.000.000,00 e tenha um total
Abordagem de indicador básico (15% da receita bruta); geral de empregados de 23.781 (Considerando desde a Presidência até o
Abordagem padronizada (Corporate finance 18%; trading and empregado de cargo mais baixo na estrutura organizacional, neste caso,
Sales 18%; retail banking 12%, commercial banking 15%; payment and um Escriturário nível I).
settlement 18%, agency services 15%; asset management 12% e retail
brokerage 12%);
Neste exemplo, está sendo considerado um determinado nível de po- internos, sua perda projetada está avaliada em até 3 (três) por cento do
der/alçada e acesso para cada cargo da estrutura organizacional da institu- valor do seu Patrimônio Líquido.
ição. Cada banco estabelece seu critério de delegação de po-
der/autoridade. Também, neste exemplo, está sendo considerado que Considerando esta probabilidade da ocorrência do risco operacional,
devido ao fato desta instituição possuir um razoável sistema de controles ou seja, de 3%, o impacto no resultado da instituição seria, por exemplo, no
caso da ocorrência de um erro, falha ou uma fraude causada pelo Presi-
Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descon- Empréstimos Para Capital De Giro
São as operações tradicionais de empréstimo vinculadas a um contrato
tos, financiamentos e adiantamentos). Operações de Crédito
específico que estabeleça prazo, taxas, valores e garantias necessárias e
Geral: que atendem às necessidades de capital de giro das empresas.
a) crédito pessoal e crédito direto ao consumidor;
b) desconto de duplicatas, notas promissórias e cheques pré- O plano de amortização é estabelecido de acordo com os interesses e
datados; necessidades das partes.
c) contas garantidas;
d) capital de giro; Esse tipo de empréstimo normalmente é garantido por duplicatas em
e) cartão de crédito; geral numa relação de 120 a 1500/o do principal emprestado. Nesse caso,
f) microcrédito urbano. as taxas de juros são mais baixas. Quando a garantia envolve outras ga-
rantias, como aval e notas promissórias, os juros são mais altos.
Crédito Direto ao Consumidor Nos grandes bancos, os contratos podem ter características informais,
O Crédito Direto ao Consumidor é uma linha de empréstimo que está como “garantia” de crédito para as empresas que optam por dar algum tipo
diretamente ligada à compra de bens. É a linha que se encontra em lojas, de reciprocidade aos bancos, como, por exemplo, manter sobra de caixa
na compra de eletrodomésticos, roupas ou mesmo automóveis. O crédito aplicada em Fundo de Curto Prazo ou CDB.
pode ser prefixado, quando já se conhece o valor de todas as prestações
no ato da compra, ou pós-fixado, quando o valor das prestações vai sendo CARTÕES DE CRÉDITO
calculado no vencimento das mesmas. Conceito
Este nome exprime várias realidades jurídicas. Em sentido amplo pode
Os prazos de financiamento são os mais variados. Dependem das significar: 1. cartão de credenciamento para acesso: a) à conta-corrente; b)
condições da economia, do tipo de bem financiado e do fôlego do compra- a crédito previamente aberto junto ao próprio emissor ou a terceiro; e 2.
dor. Bens mais caros costumam ter financiamentos por prazos mais longos. cartão de garantia de cheque.
Em períodos de instabilidade econômica, os prazos ficam mais curtos. E
vice-versa, quando há maior estabilidade. Como nosso objeto de estudo é o cartão de crédito bancário, interessa-
nos aprofundar o conhecimento relativo ao instituto que consiste fundamen-
No CDC, um dos maiores cuidados que o comprador deve ter é com as talmente na hipótese 1, b, 2.ª parte, isto é, cartão de credenciamento para
taxas de juros. Algumas são realmente muito abusivas. Às vezes o custo do acesso a crédito previamente aberto junto a terceiros, que envolve relações
juro nem fica claro para o cliente. O Código de Defesa do Consumidor exige pelo mínimo trilaterais. Este tipo em sua evolução terminou por incorporar o
que a loja informe exatamente o juro que está sendo cobrado do cliente, referido em 1, a, cartão de credenciamento para acesso à conta-corrente
mas nem sempre esta disposição é respeitada. Se for financiar, veja se a (cartão saque) e o 2, cartão de garantia de cheque.
taxa de juro cobrada é razoável. Não basta que a prestação caiba no orça-
mento. Em sentido estrito cartão de crédito é o objeto material, normalmente
um retângulo de plástico, que identifica o acreditado em qualquer das
Muitas lojas oferecem também a alternativa de financiar a compra com hipóteses dos sistemas acima indicados.
o cheque pré-datado. Neste caso, é o lojista que assume o risco do crédito
junto ao cliente. Muitos clientes preferem o cheque pré-datado para não ter Importa-nos, portanto, é mergulhar na direção do institucional, do ne-
que enfrentar o cadastro junto à instituição financeira, e porque é mais fácil gócio jurídico complexo, formado por vários contratos. Assim visto, o cartão
de negociar condições fora de padrão. de crédito é um sistema operacional de credenciamento dirigido ao consu-
mo, que reúne clientes do emitente, constituídos por comerciantes e con-
Desconto de Duplicatas - O desconto de duplicatas em bancos co- sumidores. Visa manter uma clientela cativa, fortalecendo o conglomerado
merciais cresceu substancialmente nas três últimas décadas, particular- financeiro ao qual é filiado, oferecendo em troca qualificado serviço de
mente nos bancos de maior porte. As duplicatas são frequentemente usa- segurança e desregulamentação do crédito.
das como garantia tanto de empréstimos sazonais de curto prazo quanto de
créditos rotativos. Quando um empréstimo é garantido por duplicatas, o Natureza jurídica
valor do crédito disponível ao tomador tende a aumentar à à medida que Não haveremos de misturar os tipos de cartões de crédito. Todos eles
aumenta a necessidade de crédito. Normalmente, um empréstimo sazonal são, como coisa material, cartão de credenciamento e especialmente o
é pago quando os estoques e as contas a receber diminuem, depois de um acreditivo (credit cards), embora com características para não ser, tornou-
período de alta produção e vendas. No caso do crédito rotativo, por outro se, porque o sistema tem sido omisso, título de legitimação erroneamente.
lado, o empréstimo pode ser mais ou menos contínuo; se o tomador for Todos eles identificam o usuário e o apresentam como digno de crédito. Os
uma empresa em crescimento, o valor do crédito poderá continuar a cres- cartões, como coisa física, não passam disso, produzindo o mesmo efeito.
cer ao longo de um período considerável.
O alcance de cada tipo será determinado pelas relações jurídicas que
O máximo que um banco empresta sobre um determinado número de lhe geraram. O que os fará diferentes serão os contratos que os dotarão de
duplicatas em geral varia de 50 a 90% de seu valor nominal. Se as perdas conteúdo diverso.
do tomador com os maus pagadores forem grandes, o banco poderá decidir
não conceder o empréstimo ou limitá-lo a uma pequena porcentagem dos Assim, v. g., o cartão de garantia de cheque constitui uma credencial
recebimentos. de certa categoria de usuário de cheque. Mas o que irá determinar a acei-
tação do respectivo cheque que garante é um contrato de garantia de
Os bancos preferem descontar duplicatas de valor mais alto porque a cheque firmado pelo emitente do cartão e o estabelecimento conveniado.
burocracia é menor e pode envolver menos devoluções e disputas por Ele é apenas uma chave, um instrumento que incidindo no campo das
itens. Por outro lado, os bancos não gostam de ver recebimentos fortemen- relações contratuais movimenta-o. Constitui-se praticamente numa senha.
te concentrados em poucas contas, a menos que elas sejam de clientes Reúne, pois, duplo aspecto: de credencial e de senha, sintetizado numa só
altamente cotados em termos de crédito. Normalmente, o empréstimo unidade. E um cartão de credencial-senha.
máximo é de 75 a 80% do total das contas empenhadas.
O cartão para saque bancário ou em caixas automáticas é, como todos
O mais importante dos cartões de crédito, único a justificar estudo es- Conteúdo obrigacional
pecífico, e que constitui um instituto jurídico, é o cartão acreditivo que forma O emissor do cartão obriga-se perante o estabelecimento conveniado a
um sistema que em bases mínimas já nasce pela criação de relações fornecer-lhe o material de expediente apropriado e a pagar-lhe as faturas
trilaterais. Se outra parte ou outras às três originais se juntar, esta(s) ex- que lhe sejam apresentadas nas condições e prazos previstos contratual-
cepcionará(ão) o negócio jurídico específico do sistema de credit cards, mente, resguardando-o das fraudes ou irregularidades que não possa
será(ão) aderente(s) ao complexo, realizará(ão) negócio suplementar ou razoavelmente constatar. E obriga-se perante o usuário a garantir-lhe o
negócio autônomo aderente. funcionamento do sistema para uso do qual cobra a prestação de serviços
e a garantir-lhe a segurança operacional uma vez avisado do roubo ou
No Brasil não se faz distinção entre cartão de crédito e cartão de débito extravio do cartão.
ou pagamento, porque ambos convivem em nosso sistema sob a denomi-
nação correta de cartão de crédito. Entre nós são na realidade cartões O estabelecimento conveniado obriga-se para com o emissor a vender
mistos, tendo em vista que em alguns países, como v. g. a França, essas para o usuário pelo mesmo preço praticado nas vendas à vista; a observar
modalidades não convivem, sendo chamados, impropriamente, cartão de o limite de crédito do usuário e só ultrapassá-lo quando especialmente
débito ou de pagamento àquele que deve ser pago integralmente quando autorizado pelo emitente, pagando-lhe por ocasião da liquidação das fatu-
da apresentação da fatura e de crédito o outro cujo pagamento pode ser ras a comissão devida por sua participação no sistema. Obriga-se ainda —
parcelado. A impropriedade reside no fato de confundirem o débito que diz coisa que na prática não vem sendo cumprida sem risco algum — a identifi-
respeito à fatura, constituindo seu conteúdo, com o cartão que só tem como car o portador do cartão, controlando seu prazo de validade e inexistência
finalidade propiciar crédito, pois o usuário ao usá-lo compra bem ou serviço de restrições pelo exame e cotejo com as listas que lhe são enviadas pelo
com pagamento diferido. emissor.
Acima ficou dito que o verdadeiro cartão de crédito nasce em bases O usuário obriga-se perante o emissor a assinar as faturas de suas
mínimas trilateral, porque sem as três partes não se tem o acreditivo. E se compras e a pagá-las quando lhe forem apresentadas na forma ajustada
admite suplementação é só de parte de cartões de crédito imperfeitos, os contratualmente e/ou fixada pela lei, bem como a ocorrer a liquidação dos
não bancários, que demandariam uma fonte de financiamento alheia para o encargos que lhe são devidos pela sua participação no sistema, avisando-
prolongamento do prazo de pagamento dos débitos, isto é, para seu parce- lhe de eventual roubo, perda ou extravio do cartão, respondendo pelo
lamento. Nessa hipótese o emissor é entidade não pertencente ao sistema eventual uso indevido que até essa data possa ter havido. Obriga-se da
financeiro que toma junto a Banco empréstimo em nome de seu cliente, mesma forma pela liquidação das faturas de responsabilidade dos cartões
repassando-lhe os encargos financeiros. Porém, o negócio permanece adicionais que tiver solicitado.
circunscrito entre ambos e estranho ao negócio jurídico complexo do cartão
de crédito. De qualquer sorte a responsabilidade pelo pagamento da fatura Responsabilidade civil
perante o vendedor do bem ou do serviço é o estabelecimento emissor, tal A questão da responsabilidade civil com relação ao furto, perda ou ex-
qual ocorre entre os cartões perfeitos, bancários. travio do cartão tem sofrido notável evolução. Em seus primórdios, a res-
ponsabilidade pesava exclusivamente sobre o usuário até que sua comuni-
O sistema operacional do cartão de crédito é composto por um conjun- cação fosse incluída nas listas negras e estas chegassem a seu destino,
to de três negócios jurídicos que regem e disciplinam três relações distintas aos estabelecimentos conveniados. Porém, a clara compreensão de que
entre as três partes envolvidas, formando os lados de um triângulo. diante do universo de usuários do sistema os casos da espécie são inex-
pressivos, não tendo significação econômica, os estudiosos do problema
Diversas teses produziu a doutrina para explicar a natureza jurídica passaram a entender que era um risco imanente ao próprio negócio que
dessas relações. Apontaram para a assunção de dívida, a cessão de crédi- bem poderia ser administrado pelo emissor, ou absorvendo o prejuízo ou
to, a sub-rogação, a estipulação em favor de terceiro, o mandato, meio de contratando seguro. A prática mostrou também que na maioria dos casos o
pagamento, ordem de pagamento, título de crédito e muitas outras. Entre- mau uso não teria acontecido se o estabelecimento conveniado não tivesse
tanto, vê-se que qualquer dessas teses olha apenas para um dos lados do agido com negligência. Acresça-se a isso o fato de não se saber se o
triângulo, enxergando somente uma única relação. E preciso que se disse- usuário não fosse compelido a firmar contrato de adesão, se teria aceito a
quem todas as relações que se perfazem totalmente para operacionalizar o cláusula que o responsabiliza e permite que o dano causado pela negligên-
cartão. São elas de três espécies. cia de associado do instituidor lhe seja transferido.
A primeira a se constituir ontogeneticamente vincula a instituição emi- Sensível a esse questionamento, doutrina e jurisprudência começaram
tente ao comerciante ou prestador de serviços disposto a abrir-lhe crédito, a a repensar o direito e a reposicionar-se, o que obrigou o emitente a mudar
tomar-se cliente e a aderir ao sistema, sujeitando-se às normas operacio- a cláusula, fazendo cessar a responsabilidade do usuário no momento da
nais. Este abre crédito em bens ou serviços à administradora do cartão. Ou comunicação do fato imprevisto e indesejado.
o crédito é em favor de terceiro incerto, mas realizado em nome e por conta
do creditado emissor ou é em favor do próprio emitente que o usará através Vê-se na prática o total desinteresse do comerciante com a identifica-
de procurador, usuário. ção do usuário e, algumas vezes, com o exame comparativo da assinatura.
Ora, isso faz parte de sua obrigação contratual, pois não basta a condição
A segunda, pela ordem da montagem estrutural, é a que estabelece di- de portador do cartão para o exercício do direito, sendo exigível que dete-
reitos e obrigações entre instituição emitente e cliente-usuário, e que se nha a titularidade. O cartão é intransferível. Legitimidade e titularidade
consuma pela identificação, credenciamento e abertura de crédito rotativo andam sempre juntas neste caso. O instituidor poderá, havendo conveniên-
para saque de dinheiro e/ou compra de mercadorias e/ou serviços nos cia, voltar-se contra o estabelecimento conveniado para ressarcir-se do
5. A que pode se destinar o crédito de custeio? • outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.
A despesas normais, tais como: 10. A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural?
Não controlados: todos os demais. Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos recursos orçamentários, o
desenvolvimento das atividades financiadas e a situação das garantias, se
12. Quais são os limites de financiamento? houver.
O limite de crédito de custeio rural, por beneficiário, em cada safra e em 19. Quais são os instrumentos utilizados para a formalização do crédi-
todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$1.000.000,00 to rural?
(um milhão de reais), devendo ser considerados, na apuração desse limite,
os créditos de custeio tomados com recursos controlados, exceto aqueles De acordo com o Decreto-Lei nº 167, de 14.2.1967, e da Lei nº 10.931, de
tomados no âmbito dos fundos constitucionais de financiamento regional. 2.8.2004, a formalização do crédito rural pode ser realizada por meio dos
seguintes títulos:
Nas operações de investimento, o limite de crédito é de R$350.000,00
(trezentos e cinquenta mil reais), por beneficiário/ano safra, em todo o • Cédula Rural Pignoratícia (CRP);
Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), independentemente dos crédi-
tos obtidos para outras finalidades. Esse limite pode ser elevado para até • Cédula Rural Hipotecária (CRH);
R$1.000.000,00 (um milhão de reais) por beneficiário, observadas condi- • Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária (CRPH);
ções específicas.
13. Quais são as taxas efetivas de juros segundo a origem dos recur- • Nota de Crédito Rural (NCR).
sos aplicados? • Cédula de Crédito Rural Bancário (CCB).
• recursos obrigatórios: taxa efetiva de juros de 6,75% a.a. para as opera- Faculta-se a formalização do crédito rural por meio de contrato, no caso de
ções contratadas até 30.6.2012, e de 5,5% a.a. para as operações contra- peculiaridades insuscetíveis de adequação aos títulos acima mencionados.
tadas a partir de 1º.7.2012, permitida a sua redução, a critério do agente
financeiro, em financiamentos de custeio a produtores e suas cooperativas 20. O que são esses títulos de crédito?
em que o tomador dispuser de mecanismo de proteção de preço ou de São promessas de pagamento sem ou com garantia real cedularmente
seguro da produção esperada; constituída, isto é, no próprio título, dispensando documento à parte. A
• recursos das Operações Oficiais de Crédito: a serem fixadas por ocasião garantia pode ser ofertada pelo próprio financiado, ou por um terceiro.
da divulgação da respectiva linha de crédito; Embora seja considerada um título civil, é evidente sua comercialidade, por
sujeitar-se à disciplina do direito cambiário.
• recursos equalizados pelo Tesouro Nacional (aplicados com a subven- 21. O que é Nota Promissória Rural?
ção da União sob a forma de equalização de encargos financeiros): de
acordo com o que for definido para cada programa pelo Conselho Monetá- Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo de bens de natureza agríco-
rio Nacional (ver detalhamento dos programas no MCR 13); la, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais
ou por suas cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperativas, de produ-
• recursos não controlados: livremente pactuadas entre as partes. tos da mesma natureza entregues pelos seus cooperados, e nas entregas
14. Como obter financiamentos ao amparo dos Programas com recur- de bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos seus
sos equalizados pelo Tesouro Nacional junto ao Banco Nacional de associados. O devedor é, geralmente, pessoa física.
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)? 22. O que é Duplicata Rural?
Por meio dos agentes financeiros credenciados pelo BNDES. Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou
15. Como pode ser liberado o crédito rural? pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas
cooperativas, poderá ser utilizada também, como título do crédito, a dupli-
De uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em conta de depósitos, de cata rural. Emitida a duplicata rural pelo vendedor, este ficará obrigado a
acordo com as necessidades do empreendimento, devendo sua utilização entregá-la ou a remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de assiná-
obedecer a cronograma de aquisições e serviços. la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.
16. Como deve ser pago o crédito rural? 23. Segundo a natureza das garantias como devem ser utilizados os
títulos de crédito rural?
De uma vez só ou em parcelas, segundo os ciclos das explorações financi-
adas. O prazo e o cronograma de reembolso devem ser estabelecidos em Com garantia real:
função da capacidade de pagamento, de maneira que os vencimentos
coincidam com as épocas normais de obtenção dos rendimentos da ativi- • penhor: Cédula Rural Pignoratícia;
dade assistida.
• hipoteca: Cédula Rural Hipotecária;
17. A instituição financeira é obrigada a fiscalizar a aplicação do valor
financiado? • penhor e hipoteca: Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária.
Sim. É obrigatória a fiscalização direta de todos os créditos, ressalvados os Com ou sem garantia real ou fidejussória: Cédula de Crédito Bancário e
casos expressamente previstos. contrato.
18. Quando deve ser realizada a fiscalização do crédito rural? Sem garantia real: Nota de Crédito Rural.
Deve ser efetuada nos seguintes momentos: 24. Quando o título de crédito rural adquire eficácia contra terceiros?
Art 8º Para ocorrer às despesas cem a fiscalização, poderá ser ajusta- IX - Data e lugar da emissão.
da, na cédula, comissão fixada e exigível na forma do art. 5º deste Decreto- X - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com
lei, calculada sobre os saldos devedores da conta vinculada à operação, poderes especiais.
respondendo ainda o financiado pelo pagamento de quaisquer despesas
que se verificarem com vistorias frustradas, ou que forem efetuadas em § 1º A cláusula discriminando os pagamentos parcelados, quando
consequência de procedimento seu que possa prejudicar as condições cabível, será incluída logo após a descrição das garantias.
legais e celulares.
§ 2º A descrição dos bens vinculados poderá ser feita em documento à
CAPÍTULO II parte, em duas vias, assinado pelo emitente e pelo credor, fazendo-se, na
cédula, menção a essa circunstância, logo após a indicação do grau do
Da Cédula de Crédito Industrial penhor ou da hipoteca, da alienação fiduciária e de seu valor global.
Art 9º A cédula de crédito industrial e promessa de pagamento em § 3º Da descrição a que se refere o inciso V deste artigo, dispensa-se
dinheiro, com garantia real, cedularmente constituída. qualquer alusão à data, forma e condições de aquisição dos bens empe-
Art 10. A cédula de crédito industrial é título líquido e certo, exigível nhados. Dispensar-se-ão, também, para a caracterização do local ou do
pela soma dela constante ou do endôsso, além dos juros, da comissão de depósito dos bens empenhados ou alienados fiduciàriamente, quaisquer
fiscalização, se houver, e demais despesas que o credor fizer para segu- referências a dimensões, confrontações, benfeitorias e a títulos de posse
rança, regularidade e realização de seu direito creditório. ou de domínio.
§ 1º Se o emitente houver deixado de levantar qualquer parcela do § 4º Se a descrição do imóvel hipotecado se processar em documento
credito deferido, ou tiver feito pagamentos parciais, o credor desconta-los-á à parte, deverão constar também da cédula todas as indicações menciona-
da soma declarada na cédula, tornando-se exigível apenas o saldo. das no item V deste artigo, exceto confrontações e benfeitorias.
§ 3º Nenhuma responsabilidade terão credor e terceiro fiel-depositário • Empresas legalmente constituídas - indústrias, agroindústrias, revendas
pelos dispêndios que se tornarem precisos ou aconselháveis para a boa (de máquinas, equipamentos, insumos, sementes, fertilizantes, defensivos,
conservação do imóvel e dos bens apenhados. produtos agropecuários ou veterinários, etc) - que comercializem, benefici-
§ 4º O devedor é obrigado a providenciar tudo o que fôr reclamado em ou industrializem insumos e os vendam a produtores rurais ou a suas
pelo credor para a pronta execução dos reparos ou obras de que, porventu- cooperativas, exclusivamente das atividades abaixo:
ra, necessitar o imóvel, ou que forem exigidos para a perfeita armazenagem
dos bens empenhados. - indústrias de defensivos;
- indústrias de fertilizantes;
Art 64. Serão segurados, até final resgate da cédula, os bens nela - indústrias de sementes;
descritos e caracterizados, observada à vigente legislação de seguros - indústrias de máquinas e equipamentos agropecuários;
obrigatórios. - revendas de insumos agropecuários (sementes, fertilizantes, defensivos e
máquinas e equipamentos para utilização na atividade agropecuária).
Art 65. A cédula de crédito industrial e a nota de crédito industrial
obedecerão aos modelos anexos, quais poderão ser padronizados e altera-
Limite de Financiamento
dos pelo Conselho Monetário Nacional, observado o disposto no artigo 62
deste Decreto-lei.
• Produtos de origem agropecuária: até 100% do valor do produto ("in
Art 66. Êste Decreto-lei entrará em vigor 90 (noventa) dias depois de natura" ou industrializado) em estoque ou adquirido nos últimos 12 meses;
publicado, revogando-se os Decretos-leis nºs 265, de 28 de fevereiro de • Insumos utilizados na atividade agropecuária: até 100% do valor da
1967, 320, de 29 de março de 1967 e 331, de 21 de setembro de 1967 na matéria-prima ou insumo em estoque ou da matéria-prima adquirida nos
parte referente à cédula Industrial Pignoratícia, 1.271, de 16 de maio de últimos 12 meses. Deve ser exigido do proponente declaração formal sobre
1939, 1.697, de 23 de outubro de 1939, 2.064, de 7 de março de 1940, os estoques ou valor dos produtos ou matérias-primas ou aquisições reali-
3.169, de 2 de abril de 1941, 4.191, de 18 de março de 1942, 4.312, de 20 zadas;
de maio de 1942 e Leis nºs 2.931, de 27 de outubro 1956, e 3.408, de 16 • Adiantamento sobre o valor de títulos (nota promissória, duplicata, cheque
de junho de 1958, as demais disposições em contrário. e outros contratos): até 100% do valor dos títulos vincendos;
• Adiantamento sobre o valor das CPR, CDA/WA, CDCA e contratos a
Brasília, 9 de janeiro de 1969; 148º da Independência e 81º da República.
termo objeto do financiamento: até 100%.
• Cooperativa/Associação - até R$ 35 milhões, de acordo com o O Fundo é operacionalizado em respeito às diretrizes legais, tais como:
projeto técnico e o estudo de viabilidade econômico-financeira do empre- destinação de pelo menos metade dos recursos para o semiárido; ação
endimento, observado o limite individual de R$ 45 mil por associa- integrada com as instituições federais sediadas na Região; tratamento
do/cooperado relacionado na DAP emitida para a agroindústria. preferencial aos mini, micro e pequenos empreendedores; preservação do
meio ambiente; conjugação do crédito com a assistência técnica; democra-
• Até 30% do valor do financiamento para investimento na produção tização do acesso ao crédito e apoio às atividades inovadoras.
agropecuária objeto de beneficiamento, processamento ou comercializa-
Na medida em que o Fundo prioriza o atendimento a mini, e pequenos
ção;
produtores rurais, a micro e pequenas empresas, à região semiárida e aos
• Até 15% do valor do financiamento de cada unidade agroindustrial municípios localizados em microrregiões de baixa renda, dinâmicas e
pode ser aplicado para a unidade central de apoio gerencial no caso de estagnadas no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento Regional
projetos de agroindústrias em rede ou, quando for o caso de agroindús- (PNDR), reforça-se a importância desse instrumento de política de fomento
trias isoladas, para pagamento de serviços como contabilidade, desenvol- para o desenvolvimento. Dessa forma, o planejamento da ação desenvol-
vimento de produtos, controle de qualidade, assistência técnica gerencial vimentista e a integração de políticas, programas e ações em múltiplas
e financeira; e escalas, desde o intraurbano ao mesorregional, são fundamentais para
assegurar uma maior eficiência na utilização dos recursos públicos e maior
• Os créditos para aquisição de veículo utilitário ficam limitados a efetividade na intervenção nas economias locais.
50% de seu valor.
Nesse contexto, o FNE Itinerante, fruto de uma parceria entre o Minis-
O limite concedido à pessoa física em contrato coletivo ou à pessoa ju- tério da Integração Nacional (MI) e a Superintendência de Desenvolvimento
rídica é independente daquele concedido à pessoa física em contrato do Nordeste (Sudene), tem por objetivo beneficiar, por meio da divulgação
individual. das linhas de financiamento do FNE, as micro e pequenas empresas e
Prazo total microempreendedores individuais, instaladas naqueles municípios que
apresentam maiores dificuldades de acesso ao sistema bancário. Os even-
Até 15 anos para financiamentos de armazenagem e até 10 anos para tos do FNE Itinerante caracterizam-se pela oferta de palestras técnicas e
os demais empreendimentos, incluídos até 3 anos de carência. informativas, atendimento negocial individual dos participantes e pelo
agendamento de visitas gerenciais a microempresários e microempreende-
Recursos utilizados na contratação de financiamentos: dores individuais (para maiores informações, acessar o Relatório do FNE
i) Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): Itinerante 2013 no link disponível no final da página).
base legal, finalidades, regras, administração;
Objetivo Objetivo
Fomentar o desenvolvimento dos Empreendedores Individuais (EIs), contri- Promover o desenvolvimento da agropecuária e do setor florestal da área
buindo para o fortalecimento e aumento da competitividade do segmento. de atuação da SUDENE, com a observância da legislação ambiental e o
consequente incremento da oferta de matérias-primas agroindustriais
Programa de Financiamento às Microempresas e Empresas de Peque- através de: fortalecimento, ampliação, modernização da infraestrutura
no Porte (FNE-MPE) produtiva dos estabelecimentos agropecuários e florestais; diversificação
das atividades; e, melhoramento genético dos rebanhos e culturas agríco-
Objetivo las em áreas selecionadas.
Fomentar o desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas (MPEs),
contribuindo para o fortalecimento e aumento da competitividade do seg- Programa de Financiamento para os Setores Comercial e de Serviços -
mento. FNE COMÉRCIO E SERVIÇOS
Existe uma linha do FINAME especial para concorrência internacional Leasing Finame
que permite à indústria nacional melhorar as condições de competição com • Operações de financiamento feitas sem a intermediação de agen-
as estrangeiras nestas licitações. O custo desta linha é fornecido pela tes financeiros (exceção no Finame), sendo feita diretamente com
correção cambial, mais a Libor, mais o spread do BNDES de 5% a.a., mais as empresas de leasing cadastradas no Finame.
o del credere do agente de 2% a.a.. O prazo máximo de amortização é de • Repassa até 80% do valor do bem para micro e pequenas empre-
10 anos e a participação do FINAME no financiamento e de 80%. Se o sas e 70% se a arrendatária for média ou grande. Nos dois casos,
fabricante do equipamento tiver ISO 9001 e 9002 e sua máquina estiver este valor pode crescer em até 10% se o fornecedor tiver um certi-
registrada no “Cadastro Tecnológico” do FINAME, as condições de partici- ficado ISO 9000 já que a ideia é estimular a competitividade das
pação sobem para 88%. Outro beneficio se dá se o fabricante estiver na empresas através das qualidades e capacitação tecnológica.
categoria dos que investem mais de 2% de seu faturamento em pesquisa e • A taxa de juros é mais cara do que nas linhas tradicionais, sendo
desenvolvimento. Tal fato reduz o spread do BNDES para 0,3% a.a. de: TJLP + 9,5% a.a. sendo 3% destinado as empresas de leasing
• Os prazos de financiamento ficam entre 24 e 48 meses, no entanto,
FINAME Construção Naval as prestações relativas ao pagamento da Finame podem ser quita-
Destina-se ao financiamento da comercialização de embarcações ca- das 6 meses após a assinatura do contrato.
dastradas na FINAME, produzidas por empresas sediadas no País, desti- • A parcela correspondente à quitação do valor aplicado pela leasing
nadas à utilização pela empresa compradora. está entre 30 e 35% ao ano mais a variação da TR (prática do mer-
cado em 12/95).
Financiamento à Importação de Máquinas e Equipamentos
• custo final do contrato é um mix entre o custo do Finame e das em-
Destina-se ao financiamento da importação de máquinas e equipamen-
presas de leasing.
tos, sujeita à disponibilidade de recursos específicos e à aprovação do
• Sua aplicação será restrita a máquinas e equipamentos, não inclu-
pedido de financiamento pela instituição credora dos recursos, podendo ser
indo micros e veículos.
utilizado no apoio a empresas sob controle de capital estrangeiro somente
quando a importação constituir um dos itens de investimento apoiado pelo • Por questões legais as arrendadoras estrangeiras não poderão uti-
sistema BNDES. lizar recursos ordinários do BNDES.
O apoio à importação de máquinas e equipamentos somente poderá Garantia de Subscrição de Valores Mobiliários
ser concedido através da prestação de garantia, do repasse de linha de Este produto tem como objetivo viabilizar, mediante prestação de ga-
recursos externos e da aplicação do retorno desses recursos. rantia firme, f) operações de subscrição de valores mobiliários.
Aquela operação, cujo valor do financiamento externo seja inferior ao O volume e as condições da garantia serão estabelecidos em conjunto
equivalente a R$ 3.000.000,00, poderá ser operacionalizada de acordo com com os participantes da operação — Instituições Financeiras e Empresa,
o processamento adotado para o BNDES Automático. Neste caso, serão respeitados os limites da subscrição estabelecidos a seguir:
obedecidas as condições operacionais estipuladas para o financiamento à
importação de máquinas e equipamentos e atendidos os limites para apoio Subscrição de Valores Mobiliários. Este produto com ênfase nas o-
do Sistema BNDES a pleitos de pequeno valor. perações de capital de risco tem por objetivo o fortalecimento da estrutura
patrimonial das empresas privadas nacionais e sua inserção no mercado de
As operações destinadas a financiar a importação de máquinas e equi- capitais, envolvendo:
pamentos que não sejam associadas a empreendimentos apoiados pelo • ações — as participações acionárias decorrentes da subscrição de
Sistema BNDES serão limitadas a R$ 5.000.000,00. ações pela BNDESPAR deverão ser, necessariamente, transitória,
A alienação dos títulos subscritos deverá ocorrer, preferencialmente, Prestações de Aval e Fiança
em mercado de capitais, através de block-trades, leilões especiais ou Este produto destina-se à prestação de fiança e aval a financiamentos
colocação pulverizada em Bolsa de Valores. internos e externos, bem como garantia bancária em operações de comér-
cio exterior.
Subscrição Direta na Empresa. A BNDESPAR poderá subscrever tí-
tulos e valores mobiliários de empresas de capital aberto, em emissões As condições financeiras para estas operações serão definidas pela
privadas ou públicas, ou de empresas fechadas com perspectiva de abertu- análise, levando em consideração o risco da operação.
ra de capital a curto ou médio prazos, em emissões privadas.
Programas Especiais
Condomínio de Capitalização de Empresas de Base Tecnológica— Periodicamente, de acordo com as políticas econômicas e sociais do
CONTEC. O CONTEC tem como finalidade o apoio, através de subscrição governo federal, o Sistema BNDES cria programas de atendimento especí-
de valores mobiliários, a pequenas e médias empresas de base tecnológi- ficos para determinadas regiões do País ou setores de atividades específi-
ca, em fase de implantação, expansão e modernização. cas, como por exemplo:
Por empresa de base tecnológica entende-se aquela que fundamenta Programa Nordeste Competitivo. Com o programa Nordeste Competiti-
sua atividade produtiva no desenvolvimento de novos produtos ou proces- vo, o BNDES amplia sua atuação mediante aplicação de recursos adicio-
sos baseados na aplicação sistemática de conhecimentos científicos e nais destinados ao incremento do apoio às atividades para as quais a
tecnológicos e na utilização de técnicas consideradas inovadoras ou pionei- região desfruta de vantagens competitivas inquestionáveis, havendo assim
ras. grande potencial para os novos empreendimentos, mais empregos e melho-
ria da renda.
Nas aplicações diretas, o primeiro aporte a cada empresa será limitado
a um máximo de R$ 2.000.000,00 podendo alcançar, em novos aportes, até O Programa Nordeste Competitivo prevê a aplicação de recursos adi-
R$ 6.000.000,00. cionais do Sistema BNDES de até R$1.000.000.000,00 nos 3 anos que se
seguem, a partir de 21/05/93, apoiando as atividades de hortifruticultura
Os aportes do CONTEC poderão representar até 100% do investimen- irrigada, turismo, beneficiamento de pedras ornamentais e de gipsita, têxtil
to, a critério da BNDESPAR, e serão limitados a 40% do capital total da e confecções. Para estes setores são oferecidas condições operacionais —
empresa apoiada. tais como nível de participação, prazos e taxas de juros —mais favoráveis
do que as atuais.
Apoio a Companhias Regionais de Capital de Risco — CCR
As CCR sociedades anônimas, cuja maioria do capital votante está em Programa Amazônia Integrada. Sem prejuízo da continuidade do a-
poder de capitais privados, têm como objetivo o apoio a pequenas e médias poio tradicional do Sistema BNDES aos empreendimentos localizados na
empresas de capital nacional localizadas no âmbito da região de sua sede. Região Amazônica, foram selecionadas as atividades de bioindústria,
agroindústria, aquicultura, turismo, indústria de beneficiamento de madeira,
A participação do CONTEC será limitada a 30% do capital de cada mineração e metalurgia e, construção naval, que terão condições privilegia-
CCR, podendo ainda chegar a 40% se, no mínimo, 20% de seus investi- das no âmbito deste programa.
mentos forem realizados em empresas de base tecnológica.
Desta forma, serão destinados recursos adicionais do Sistema BNDES
O apoio às CCR deverá ser limitado a um risco máximo de R$ para o Programa Amazônia Integrada de até R$ 1.000.000.000,00, no
4000.000,00. triênio que segue, a partir de 21/07/94, não considerados, neste montante,
os recursos para financiamento de projetos de infra-estrutura.
A aplicação das CCR em cada empresa está limitada a um risco máxi-
mo de R$ 1.000.000,00 ou 40% do capital total da empresa. CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS
A intervenção do Estado nas atividades de seguro remonta há vários
Os acionistas das CCR deverão se comprometer a integralizar o equi- anos. Pelo Decreto nº 24.782, de 14 de julho de 1934, foi criado o Depar-
valente a R$ 8.000.000,00 no prazo de 36 meses. tamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização - DNSPC, em
substituição à Inspetoria de Seguros, extinta pelo mesmo Decreto. Pelo
Financiamento ao Acionista — FINAC Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, foi extinto esse Departa-
O FINAC pode ser operado através do BNDES ou da BNDESPAR. mento e criada, em substituição, a Superintendência de Seguros Privados.
Mesmo Decreto-Lei nº 73/66 instituiu o Sistema Nacional de Seguros
Quando a operação tiver por objetivo o financiamento ao acionista con- Privados e criou o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP.
trolador, visando à subscrição de aumento de capital de empresa privada
nacional de capital fechado, será realizada pelo BNDES e as condições Histórico
operacionais para este produto serão as mesmas do FINEM. O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normati-
vo das atividades securitícias do país, foi criado pelo Decreto-Lei nº 73, de
Quando a operação com acionistas e investidores (novos acionistas) 21 de novembro de 1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema
Conforme disposto no Art. 1º da Lei nº 8.392, de 30 de dezembro de “[U]m sistema de microfinanças pode prover os cidadãos de diversos
1991, o CNSP teve o prazo da vigência para funcionar como órgão Colegi- serviços financeiros, dentre os quais empréstimos, poupança e seguros”.
ado, prorrogado até a data de promulgação da Lei Complementar de que (CALDAS 2003:3) Assim, a expressão Microfinanças significa o
trata o Art. 192 da Constituição Federal. fornecimento de empréstimos, poupanças e outros serviços financeiros
especializados para pessoas carentes.
O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, A questão do acesso de populações de baixa renda a serviços
sendo a última através da edição da Lei nº10.190, de 14 de fevereiro de financeiros tem sido tema de destacada importância nos meios acadêmicos
2001, que lhe determinou a atual estrutura. e no debate sobre políticas públicas, nos últimos anos. Prova disso é a
instituição, pela Organizações das Nações Unidas (ONU), do Ano
Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT Internacional do Microcrédito 2005 e a escolha do senhor Muhammad
Yunus, fundador do Grameen Bank, de Bangladesh, como Nobel da Paz.
Introdução (SOARES 2007:4)
O Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT é um fundo especial, de na- Embora existam iniciativas históricas que possam ser enquadradas
tureza contábil-financeira, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego - dentro das microfinanças, sua fase moderna se iniciou apenas nos anos
MTE, destinado ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, do Abono 1970, com iniciativas de Organizações não Governamentais (OnGs)
Salarial e ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico. especializadas e alguns poucos bancos. Estas iniciativas se baseavam em
empréstimos pequenos sem garantias, taxas de juros de mercado,
A principal fonte de recursos do FAT é composta pelas contribuições
negócios de curtíssimo prazo e uso de agentes de crédito para ir aos
para o Programa de Integração Social - PIS, criado por meio da Lei Com-
clientes (SOARES 2007:14).
plementar n° 07, de 07 de setembro de 1970, e para o Programa de For-
mação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP, instituído pela Lei Os principais produtos das microfinanças são os
de microcrédito (baseados em empréstimos flexíveis),
Complementar nº 08, de 03 de dezembro de 1970. as micropoupanças (de curto, médio e longo prazo),
os microsseguros (particularmente de vida e saúde), além de outros, como
Através da Lei Complementar nº 19, de 25 de junho de 1974, as arre- Transferências de valores, Finança imobiliária e Investimento financeiro.
cadações relativas aos referidos Programas passaram a figurar como fonte
Instituições de Microfinanças (IMFs)
de recursos para o BNDES. A partir da Lei Complementar nº 26, de 11 de
setembro de 1975, estes Programas foram unificados, hoje sob denomina- Dentro das Microfinanças, os principais agentes são conhecidos por
ção Fundo PIS-PASEP. Instituições de Microfinanças (IMF). As IMFs são organizações que
oferecem serviços financeiros para pessoas de baixa renda .
Posteriormente, com a promulgação da Constituição Federal, em 05 de (LEDGERWOOD 1999:1) Também se enquadram no conceito de IMFs as
outubro de 1988, nos termos do que determina o seu art. nº 239, alterou-se Sociedades que realizam operações de Crédito aos Microempreendedores.
a destinação dos recursos provenientes da arrecadação das contribuições Dentro desta definição se encaixam diversos tipos de organizações que
para o PIS e para o PASEP, que deixaram de ser direcionados a este variam em sua estrutura jurídica, missão, metodologia e sustentabilidade,
Fundo, passando a ser alocados ao FAT, direcionados ao custeio do Pro- mas que têm por ponto em comum a oferta de serviços financeiros para
grama do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e, pelo menos quarenta uma clientela que simplesmente não é alcançada pelos bancos tradicionais.
por cento, ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico,
esses últimos a cargo do BNDES. 3. SERVIÇOS BANCÁRIOS E FINANCEIROS: conta corrente:
abertura, manutenção, encerramento, pagamento, devolução de
A regulamentação do Programa do Seguro-Desemprego e do abono a
cheques e cadastro de emitentes de cheques sem fundos (CCF).
que se refere o art. 239 da Constituição ocorreu com a publicação da Lei nº Depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB).
7.998, de 11 de janeiro de 1990. Essa lei também instituiu o Fundo de Fundos de Investimentos. Caderneta de poupança.
Amparo ao Trabalhador - FAT e o Conselho Deliberativo do Fundo de Títulos de capitalização.
Amparo ao Trabalhador - CODEFAT
Planos de aposentadoria e de previdência privados.
O FAT é gerido pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Seguros. Convênios de arrecadação/pagamentos (concessionárias
Trabalhador - CODEFAT, órgão colegiado, de caráter tripartite e paritário, de serviços públicos, tributos, INSS e folha de pagamento de clien-
composto por representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do tes).
governo, que atua como gestor do FAT. Dentre as funções mais importan- Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis.
tes do órgão, estão as de elaborar diretrizes para programas e para aloca- Cobrança.
ção de recursos, de acompanhar e avaliar seu impacto social e de propor o
aperfeiçoamento da legislação referente às políticas públicas de emprego e
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
renda, bem como de fiscalização da administração do FAT. O CODEFAT
estabeleceu, por meio das Resoluções nº 63 e nº 80 (que tiveram peque- Conta corrente
nas e sucessivas alterações), critérios para o reconhecimento A Conta-corrente, na realidade, também chamada conta bancária, é
das comissões de emprego (PDF - 12 kB) estaduais, distrital ou munici- um procedimento oferecido pelos bancos onde a pessoa física ou jurídica
pais, que representam a consubstanciação da participação da sociedade (clientes) faz depósito em dinheiro (moeda nacional ou cheque com
organizada na administração do Sistema Público de Emprego. suficiente provisão de fundos), ou ainda, no caso da pessoa física, recebe
As principais ações de emprego financiadas com recursos do FAT es- salários depositados pelo empregador, e, em contrapartida, recebe um
tão estruturadas em torno de dois programas: o Programa do Seguro- crédito no mesmo valor, crédito esse por meio do qual retira
Desemprego (com as ações de pagamento do benefício do seguro- o dinheiro da conta-corrente, quando conveniente (caixa, cartão ou
Documentos legais de constituição da firma jurídica (contrato social, al- É um cadastro que possui dados dos emitentes de cheques
terações contratuais, atas de constituição, registro da firma e etc); sem fundos, operacionalizado pelo Banco do Brasil.
Ausência de restrições cadastrais. 2. Como saber se o seu nome está incluído no CCF?
Dos sócios e responsáveis: Qualquer pessoa pode saber se está incluída no CCF. Basta se
dirigir a um dos endereços do Banco Central portando um documen-
Carteira de identidade e CPF (cópia e original); to de identidade com o número do CPF. As instituições financeiras
também podem prestar essa informação, sendo vedada a cobrança
Comprovante de residência;
de qualquer tarifa por esta pesquisa.
Ausência de restrições cadastrais.
As ocorrências do CCF devem ser obrigatoriamente comunica-
(1) Para algumas operações é necessário prévio cadastramento de das pela instituição financeira, por escrito, ao correntista que lhes
senha de acesso. tenha dado causa.
(2) A concessão de créditos está sujeita à análise e à aprovação. Na hipótese de contas tituladas por pessoa jurídica, deve ser
incluído no CCF o nome e o número de inscrição no CNPJ da pes-
(3) Cartão magnético apenas para contas de microempresas, firmas soa jurídica titular da conta contra a qual se verificou a emissão de
individuais e outras, sob análise gerencial. cheque sem fundos.
(4) disponível para micro e pequenas empresas, firmas individuais, soci- Com a consulta, o cidadão, caso esteja incluído, saberá o nú-
edades limitadas (LTDA) e sociedades anônimas (S/A). mero-código da instituição e da agência que comandou a inclusão; o
Resumindo: número e o valor do cheque; o motivo da devolução; a data de in-
clusão e a quantidade de ocorrências, por instituição e agência.
Conta Individual: conta para um único titular, que permite movimenta- 3. Quais são os motivos para inclusão do nome do correntista no
ção a crédito e a débito. CCF?
Conta Conjunta.
Conta Conjunta Simples (E): conta para mais de um titular cuja mo- Se algum cheque for devolvido por um dos motivos abaixo dis-
vimentação a débito somente poderá ser feita com as assinaturas, sempre criminados, o nome do emitente será automaticamente incluído no
em conjunto, dos titulares. CCF:
Conta Conjunta Solidária (E/OU): conta para mais de um titular cuja
- motivo 12: cheque sem fundos - 2ª Apresentação;
movimentação a crédito ou a débito poderá ser feita por qualquer um dos
titulares isoladamente. - motivo 13: conta encerrada;
Contas para menores:
• Menores de 18 e maiores de 16 anos: conta em nome do menor, - motivo 14: prática espúria.
cuja movimentação será livre, desde que autorizada pelo responsável legal. Conheça todos os motivos de devolução de cheques.
A abertura e movimentação de conta de menor poderá ser efetuada sem a
necessidade de autorização por seu representante legal, desde que o 4. Quando a conta corrente é conjunta, quem será incluído no
menor seja legalmente emancipado e faça prova de sua emancipação. CCF?
• Menores de 16 anos: conta em nome do menor, cuja movimen- O Banco Central determinou, em 5 de dezembro de 2006, que
tação somente poderá ser feita pelo responsável indicado na abertura da será incluído no CCF apenas o nome e o respectivo CPF do titular
conta. emitente do cheque. A normatização anterior previa que deveriam
ser incluídos os nomes e os respectivos CPFs de todos os titulares
Documentos Necessários da conta conjunta.
Para abertura de Conta de Depósito (conta-poupança e conta-corrente) As instituições financeiras tiveram prazo até 2 de julho de 2007
para maiores de 18 anos, é necessária a cópia e o original dos seguintes para adequar seus sistemas para incluir apenas o titular emitente.
documentos: As inclusões feitas com base na normatização anterior deverão ser
• RG; corrigidas, a pedido do inscrito no CCF, até quinze dias após a for-
• CPF; malização do pedido, sem ônus para os inscritos.
• Comprovante de Residência; 5. Encerrei a minha conta há algum tempo e agora apareceu um
• Comprovante de renda* cheque que não é meu e, por isso, meu nome foi incluído no CCF. O
(Ex.: holerite, contracheque etc.). que devo fazer?
Os depósitos a prazo fixo são feitos contra simples recibo de emissão PRODUTOS DE EMPRÉSTSIMO
de certificado de depósito bancário, título de crédito equiparado a nota Os empréstimos são a atividade mais importante dos bancos comerci-
promissória, negociável, transferível por endosso. ais e podem ser classificados de várias maneiras, incluindo finalidade, tipo
de garantia, vencimento, método de pagamento e origem.
O depósito de poupança é um sistema de captação de recursos po-
pulares, incentivado pelo governo, com a finalidade de possibilitar o financi- Uma classificação comum dos empréstimos é por finalidade ou uso que
amento de bens móveis de uso durável ou de imóveis. A esse tipo de será feito dos fundos. Os empréstimos para pessoas físicas são usados
depósito se creditam a cada, 30 dias, juros e correção monetária, computa- principalmente na compra de veículos e outros bens de consumo. A catego-
da esta de acordo com a variação da Taxa Referencial (TR) ria “Outros empréstimos e leasings” consiste largamente em outros em-
préstimos a outras instituições financeiras, governos estaduais e locais e
Depósito conjunto é aquele constituído a benefício de várias pessoas, para a compra de valores mobiliários.
podendo ser simples e solidário.
Empréstimos com e sem Garantia.
Depósito conjunto simples é aquele em que o beneficiário pode retirar Os empréstimos com garantia envolvem o empenho de uma garantia
sozinho apenas o correspondente à sua quota, sendo que o total do depósi- específica. A garantia empenhada em um empréstimo pode consistir em
to só pode ser levantado por todos os titulares. Mais usual, porém, é o uma variedade de ativos, como imóveis, recibos de armazéns gerais,
depósito conjunto solidário, em que cada titular pode, sozinho, fazer retira- contas a receber, instalações e equipamentos, recibos fiduciários, conhe-
das, tendo o direito de exigir do banco a importância total, e esse, a entre- cimentos de carga negociáveis corridas de petróleo, ações corporativas e
gando , se libera em relação a todos. obrigações. A exigência básica de tais ativos é sua facilidade de comercia-
lização. O principal motivo para a exigência de que um empréstimo seja
CDB, RDB, OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMO garantido é reduzir o risco de perda do banco na eventualidade de o toma-
O certificado de Depósito Bancário, o famoso CDB e o Recibo de De- dor não querer ou ficar impossibilitado de quitar o empréstimo no vencimen-
pósito Bancário, o RDB, são os mais antigos e utilizados títulos de captação to. A garantia não assegura o pagamento do empréstimo; no entanto, reduz
de recursos pelos bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de o risco já que o banco torna-se credor preferencial em caso de liquidação e
desenvolvimento e bancos múltiplos que tenham uma destas carteiras, tem precedência sobre os credores gerais na liquidação de quaisquer
sendo oficialmente conhecidos como depósitos a prazo. ativos penhorados pelo banco como garantia.
Os recursos captados através desses instrumentos são repassados Vários órgãos federais foram criados pelo Congresso desde a década
aos clientes na forma de empréstimos. de 30, os quais, entre outras funções, garantem os empréstimos concedi-
dos pelos bancos comerciais e alguns outros emprestadores. A Federal
O prazo mínimo é de 30 dias para os títulos prefixados, que embutem Housing Administration e a Small Business Administration são dois desses
uma expectativa inflacionária na taxa nominal, já que o ganho real (nominal órgãos.
- inflação) só será conhecido no dia do resgate.
Os empréstimos sem garantia baseiam-se em integridade e condição
Para os títulos pós -fixados em TR o prazo mínimo é de 4 meses data a financeira do tomador, receita esperada no futuro e registros passados.
data. Contrariamente à crença popular, os maiores empréstimos e os volumes
mais altos em dólares são concedidos pelo bancos sem exigência de
CDB é transferível (resgatado, a critério da instituição financeira, antes garantias. Os maiores tomadores de empréstimos comerciais conseguem
do vencimento) por endosso nominativo (endosso em preto), desde que obter fundos sem apresentação de garantias. Algumas empresas são
respeitados os prazos mínimos. O endossante responde pela existência do consideradas pelos bancos tomadores preferenciais e, em muitos casos,
crédito mas, não pelo seu pagamento. recebem as taxas de juros mais favoráveis do mercado. Tais empresas têm
administração competente, produtos e serviços muito bem aceitos no
Além disso, não podem ser prorrogados mas, renovados de comum mercado, lucros relativamente estáveis e uma forte condição financeira.
acordo, por nova contratação. Eles fornecem aos bancos demonstrações financeiras segundo as quais é
relativamente fácil determinar sua condição financeira e acompanhar seu
Os RDB podem ser rescindidos em caráter excepcional desde que com progresso.
o de acordo da instituição depositária. Neste caso só pode ser devolvido o
principal. As empresas não são as únicas que conseguem empréstimos sem ga-
rantia - muitas pessoas físicas também desfrutam desse privilégio. Pessoas
Mesmo no caso dos CDB existirá, na venda antes do prazo final, uma que possuem imóvel próprio, têm emprego estável e registros de pronto
perda de rentabilidade, já que o comprador, no caso a instituição financeira, pagamento de suas dívidas em geral obtêm empréstimos sem precisar
exigirá um spread ou deságio para gerar liquidez. oferecer garantias.
Para circular a rentabilidade líquida de um CDB, será necessário calcu- Vencimento - Os empréstimos bancários podem ser classificados de
lar o imposto de renda (IR) incidente sobre o ganho de capital que, até acordo com o vencimento do contrato em empréstimos de curso, médio e
31/12 /94 estava sujeito a uma taxa de 30%. O ganho de capital era calcu- longo prazo. Os empréstimos de curto prazo são geralmente definidos
lado sobre a variação mensal da Ufir (unidade fiscal de referência). De como aqueles cujo vencimento se dará em um ano ou menos, os emprés-
01/01/95 até 31/12/95, a rentabilidade líquida era obtida aplicando-se uma timos de médio prazo têm vencimento entre mais de um anos e até se ou
alíquota de 10% de IR sobre o ganho nominal. A partir de 01/01/96, a oito e os empréstimos de longo prazo têm vencimentos maiores.
alíquota de IR, sobre o ganho nominal, passou a ser de 15%.
Métodos de Pagamento - os empréstimos bancários podem ser pagos
Caderneta de Poupança - os rendimentos são mensais, entretanto de uma só vez ou em prestações. Os empréstimos pagos de uma só vez
pode-se efetuar saques ou depósitos qualquer dia do mês, devendo-se são chamados também de empréstimos diretos, o que significa que o
apenas respeitar a data de aniversário para não perder os rendimentos. Os contrato exige quitação de todo o principal na data do vencimento. Os
rendimentos consistem em juros de 6% ao ano acrescidos da variação da juros, porém, podem ser pagos em períodos diferentes ou no vencimento
TR. É isenta de Imposto de Renda ( IR). do empréstimo. Os empréstimos em prestações exigem pagamentos perió-
dicos do principal. Os pagamentos podem ser mensais, trimestrais, semes-
Fundos de Investimento: abrigam investimentos do público em geral, trais ou anuais. O empréstimo em prestações admite o princípio da amorti-
em sistema de fundo de investimento em condomínio aberto, sendo que os zação segundo o qual o valor do principal é amortizado ao longo da vida
Linhas de Crédito - Os empréstimos comerciais de curto prazo em ge- Os bancos preferem descontar duplicatas de valor mais alto porque a
ral são obtidos através de linhas de crédito. Para que a linha seja aberta, burocracia é menor e pode envolver menos devoluções e disputas por
tanto o tomador quanto o banco planejam com bastante antecedência itens. Por outro lado, os bancos não gostam de ver recebimentos fortemen-
quando os fundos serão necessários. O tomador pode comprar produtos ou te concentrados em poucas contas, a menos que elas sejam de clientes
dar início à produção sabendo que os fundos poderão ser sacados quando altamente cotados em termos de crédito. Normalmente, o empréstimo
necessário. Entretanto, a linha de crédito, normalmente não é considerada máximo é de 75 a 80% do total das contas empenhadas.
um vínculo legal para o banco. Se ocorrer algo na empresa do tomador
depois de aberta a linha de crédito que crie expectativa suficiente de que o OS TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO
banco está estendendo fundos excessivamente arriscados, a linha poderá Os Títulos de capitalização tem por objetivo a capitalização dos prê-
ser cancelada. mios recebidos dos investidores a fim de constituir, no final do prazo fixado
no título, um capital garantido.
A linha de crédito frequentemente permite saques de diferentes valo-
res, que precisam ser pagos da mesma maneira. Podem ser à vista ou à prazo e sua vigência, no caso de ambos, co-
meça no 1º dia posterior ao da compra (após a aceitação da proposta de
O método para determinar os juros cobrados pela linha de credito é es- aquisição).
tabelecido no momento de sua abertura. A taxa de uma linha de menos de
$ 1 milhão provavelmente flutuará com a taxa preferencial. Ela poderá ser No caso dos títulos à prazo, suas mensalidades vencerão sempre no 1º
definida, em dois ou três pontos percentuais acima da preferencial, ou dia útil de cada mês. A mora ou inadimplência da mensalidade (não paga
pode ser fixada em uma porcentagem da preferencial, talvez 115%. Assim, até 30 dias do vencimento) acarreta a suspensão do título, perdendo o
se a taxa preferencial estiver em 10% os juros do empréstimos serão de direito de concorrer aos sorteios. Mas o subscritor não fica desobrigado do
11,5 %. Um saldo compensatório de mais ou menos 10% pode ser exigido pagamento das demais mensalidades, para tanto, deve dirigir-se a um
antes que qualquer fundo seja sacado, com um adicional de 10% sobre os representante da instituição para o cumprimento das formalidades.
fundos utilizados.
Também pode ocorrer a caducidade do título, depois de decorrido o
Devido à concorrência do mercado de papéis comerciais e dos bancos prazo de três meses para a reabilitação deste, estando ao subscritor so-
estrangeiros nos últimos anos, os bancos grandes estão entrando cada vez mente, após o prazo de carência, o resgate do valor assumido pela provi-
mais na fixação de preço dos grandes empréstimos, incluindo as linhas de são matemática do título mais atualização monetária.
crédito, de acordo com o mercado monetário. Os juros desses empréstimos
flutuam com uma taxa de referência do mercado monetário, digamos, a A reabilitação dos títulos suspensos ocorre com o pagamento da parce-
taxa sobre os grandes certificados de depósitos, ao qual um spread apro- las vencidas até três meses.
priado é acrescentado. Os juros destes empréstimos quase sempre ficam
abaixo da taxa preferencial. No caso de ter ocorrido a caducidade, estes títulos podem ser reabilita-
dos até o final do prazo de carência com a retomada dos pagamentos das
Empréstimos com Aval - Muitos empréstimos comerciais de curto mensalidades e prorrogação dos prazos de pagamento e capitalização no
prazo são garantidos pelo endosso ou aval de terceiros. Quando o tomador mesmo número de meses que permaneceu em atraso.
é uma corporação os principais acionistas podem ser solicitados a endossar
ou avalizar o empréstimo a fim de comprometer, até certo ponto, os ativos No término do prazo previsto para o pagamento do título e estando es-
pessoais de cada um com o pagamento do empréstimo. O emprestador te em vigor, cessa o pagamento das mensalidades considerando-se este
deve considerar não apenas o valor dos ativos que cada acionista possui remido.
fora da empresa ( tanto no presente como no futuro), mas também até que
ponto cada acionista está disposto a fornecer garantias semelhantes a Depois de vencido o prazo de carência o subscritor poderá solicitar o
terceiros. Um empréstimo pode ser endossado ou avalizado por uma corpo- recebimento do valor do resgate, equivalente ao saldo da provisão matemá-
ração ou por um indivíduo. tica, apurado na data de solicitação do resgate.
Transferência de Contratos - As empresas de construção que forne- A aquisição de títulos de capitalização (subscrição) é feita através da
cem materiais sob contrato em geral precisam de empréstimos para as proposta de aquisição, devendo o proponente definir o valor do título , a
operações que estão aguardando pagamento. Neste caso, uma empresa forma de pagamento e no caso de pagamento à prazo, o prazo do paga-
pode transferir seu contrato ao banco emprestador como garantia de um mento. Ainda deve indicar beneficiário no caso de seu falecimento.
empréstimo de curto prazo. Depois, quando os pagamentos começarem a
ser efetuados, eles são feitos diretamente ao banco pela outra parte. Às Os títulos da capitalização são nominativos, mas podem ser cedidos a
vezes, a empresa que recebe o empréstimo é uma subcontratada, caso em terceiros, respeitando-se as formalidades legais.
que os pagamentos podem ser feitos ao banco pelo contratante principal.
Os subscritores de títulos à vista concorrerão aos sorteios semanal- Há vários tipos de seguros aos quais estamos familiarizados tais como
mente. Os subscritores de títulos à prazo, que estiverem com suas mensa- o seguro de vida, o seguro de veículos, o seguro residencial, seguro-
lidades quitadas até a data do sorteio, também terão direito de concorrer a saúde.
este semanalmente.
PRODUTOS VINCULADOS À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS BANCÁ-
Os valores serão atualizados monetariamente, tendo por índice a TR e RIOS
a atualização das mensalidades será feita com base no IGP-M O banco desempenha importante papel de agente arrecadador e agen-
te pagador. Esse papel cresce de importância quando efetuado junto aos
O subscritor do título, que esteja em vigor em 31 de dezembro de cada órgão públicos (municipais, estaduais e federais) . Com relação a esses
exercício social, tem direito de receber uma participação nos resultados da organismos públicos, os bancos comerciais já têm, no seu Plano Contábil,
Sociedade, apurados no balanço anual. Esta participação atinge os títulos contas específicas para registrar recebimentos de tributos e encargos
que completarem o 2º aniversário de vigência e nos próximos, contados da diversos. É o caso , por exemplo, da conta “Recebimentos de Contribuições
data em que entrar em vigor. Previdenciárias”, ou, ainda conta “Recebimentos de FGTS”.
A ordem de pagamento (OP) é utilizada para pagamentos ou depósitos O pagamento por mera transferência contábil, operado pelo giro, é um
dentro do mesmo banco, para agências em praças diferentes. importante instrumento de controle monetário, que tanto serve para conter
a emissão quanto para baixar o custo do dinheiro, pela preservação do
Transferência automática de fundos estoque de dinheiro dos Bancos.
Serviço prestado ao cliente que, por gerenciamento de seu caixa, ne-
cessite ter uma ou mais contas em uma ou mais agências do banco. Natureza jurídica
O traspasso bancário não tem sido muito estudado em doutrina. Alguns
FINANCIAMENTO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS autores nem chegaram a dedicar-lhe atenção por tê-lo como simples ope-
É o adiantamento de recursos às empresas normalmente por um ou ração contábil. Verdade é que algumas operações de transferência de
dois aias, sobre os valores que deverão ser recolhidos para pagamento de fundos, conquanto nenhuma possa prescindir de qualificação jurídica,
seus compromissos. Na prática, funciona como um hot money. estariam perto disso, compreendidas no mandato geral outorgado pelo
correntista ao banqueiro. São as ordens de crédito que o próprio Banco
Para o cliente, é a possibilidade, em função dos volumes a serem reco- executa entre correntistas seus, debitando uma(s) conta(s) e abonando
lhidos em IPI, ICM, lAPAS e IR, principalmente, de reduzir o custo desses outra(s). Todavia, há operações mais complexas que escapam ao âmbito
valores e seu impacto sobre eventuais desequilíbrios no seu fluxo de caixa. limitado da relação de conta-corrente.
Para o banco, é a oportunidade de ancorar o cliente através de uma O assunto merece reflexão dos estudiosos do Direito Bancário, especi-
operação que, periodicamente, se repete e, além disso, uma oportunidade almente quando a transferência deva ser cumprida fora da praça do orde-
adicional de receita, desde que o estudo do valor a financiar seja feito nante, hipótese que ganhará desdobramentos conforme sejam as figuras
através de cuidadoso modelo, que leve em conta não só o impacto do subjetivas do negócio de transferência clientes ou não do banqueiro.
recolhimento do cliente sobre suas reservas bancárias e, portanto, sobre o
depósito compulsório e o crédito rural mas, também, o ganho do float. Garrigues as estudou singelamente como transferências bancárias sem
incursionar por canais mais profundos. Embora se negue a reduzi-las a
O IPI sobre fumo e bebidas, por exemplo, é recolhido até o terceiro dia meras operações contábeis, situa-as entre os chamados serviços de caixa,
útil do decêndio subsequente ao da ocorrência dos fatos geradores e, o IPI contidos na conta-corrente.
sobre os demais produtos até o último dia útil. Se a venda for em 30 dias
para pagamento, a empresa estará adiantando o valor do tributo sobre um Há referências na doutrina a muitas teses que explicam a natureza ju-
valor que ainda não recebeu do cliente comprador. Daí a importância do rídica do traspasso bancário. Mossa (Lo check e I’assegno circolare secon-
financiamento. do la nuova legge, Milano, 1939) definiu-o como contrato de prestação de
obra ou serviço. Greco (Le operazioni di banca) identifica-o como mandato.
INTERMEDIAÇÃO BANCARIA NO PAGAMENTO Santini (Il banco-giro, Bologna, 1948) tinha-no como um mandato geral
conferido ao Banco para prestação de uma série de serviços, posição que
Exposição muito lembra a de Garrigues. Rospatt (Bankarchiv, v. XXXIII, 1934) qualifi-
As instituições financeiras, além de realizarem as operações financei- ca-o como contrato a favor de terceiro e Gierke (Handelsrecht und Schzffa-
ras que constituem seu escopo principal na intermediação do crédito, hrtsrecht, 6.ª ed., 503), como locação de serviço.
praticam outros negócios considerados acessórios com vistas a seu fim,
alguns dos quais representam típica prestação de serviço, caracterizando- Dominante hoje, especialmente em França (Lyon-Caen y Renault, Pla-
se não só pelo favorecimento do cliente, mas pelos benefícios imediatos da niol-Ripert) e na Itália (Messineo, Fiorentino, Colagrosso), fundamentada na
contrapartida. Entre as operações acessórias podemos encontrar a inter- disciplina de seus Códigos Civis, é a tese que o configura como uma dele-
mediação bancária no pagamento. gação.
Os Bancos, como é sabido, realizam pagamento a terceiro por conta de A doutrina intemacional serve geralmente como paradigma para os es-
seus clientes. Se esses pagamentos ocorrem por mero cumprimento de tudiosos, mas só como paradigma, pois nem sempre os usos e costumes
ordem, sobressai o caráter acessório, não assim se dará se a operação vier do comércio bancário de um país conhecem as mesmas práticas que os de
casada com alguma espécie de crédito concedido pela instituição, quando Outro e, em não as conhecendo, suas leis relativas ao tema não ensejam
então a prestação de serviço será apenas decorrência. E da mesma forma convergência doutrinária. Por isso, forçoso é que se proceda a um exame
que paga, também presta serviço de recebimento em nome de clientes, isto percuciente do instituto a fim de saber o que lhe convém como natureza
é, cobra. Seja o cliente quem paga ou recebe através do banqueiro, este jurídica a seu conteúdo negocial.
terá sido simplesmente um intermediador no pagamento a ou de terceiro.
Mesmo entre os italianos não há uniformidade de teses.
Dito isso, temos que a intermediação bancária no pagamento tanto a-
contece no pagar como no cobrar. Pertence a este capítulo de estudo o Para Messineo, trata-se o giro de uma delegação obrigatória ativa, me-
Conteúdo obrigacional Os prazos de entrega citados podem ser acrescidos de um dia útil em
O mandato se perfaz com o endosso por parte do mandante e a acei- função de feriado local na praça onde situada a dependência de relaciona-
tação pelo mandatário. Não havendo proibição de novo endosso, o substa- mento do cliente.
belecimento de poderes iguais ou mais limitados é tacitamente consentido, Mediante acordo entre o cliente e o remetente, o cheque pode ser de-
não podendo gerar prejuízos a terceiros de boa-fé. Entre mandante e volvido em outra dependência. Nesse caso, sem previsão de prazo regula-
mandatário, todavia, vale a vedação do art. 146 do C. Com. Pelos atos do mentar.
mandatário contidos dentro do mandato responde o mandante, sendo,
pelos que excederem, responsabilizado o próprio autor, como se se tratas- 5. Quando os valores depositados ficam disponíveis?
se de gestão de negócios, bem como por aqueles nos quais atue em nome
próprio, ainda que por conta do mandante. Para saque, os valores ficam liberados no dia útil seguinte ao último dia
do prazo de bloqueio.
O mandatário tem direito de retenção sobre bens objeto do mandato,
por dívida do mandante perante si decorrente dessa operação.
6. O que ocorre quando os valores depositados sofrem bloqueio As transferências de recursos financeiros no SPB são formalizadas por
por prazos superiores aos anteriormente previstos? meio de mensagens eletrônicas transmitidas exclusivamente por intermédio
da Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN). São padronizadas e
Os valores depositados que sofrerem bloqueio por prazos superiores observam procedimentos específicos de segurança
aos regulamentares devem ser remunerados, por dia de excesso, pela (criptografia e certificado digital).
Taxa Selic.
4. ASPECTOS JURÍDICOS: noções de direito aplicadas às opera-
7. Quais são os prazos máximos de bloqueio e de entrega de che-
ções de crédito:
que devolvido no caso de depósito de cheques em outra dependência
do mesmo banco? a) Sujeito e Objeto do Direito;
b) Fato e ato jurídico;
Os depósitos em cheques de outra dependência do mesmo banco ob- c) Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos, classifi-
servam os mesmos prazos máximos de bloqueio e de entrega previstos cação dos contratos; contratos nominados, contratos de compra e
anteriormente para os cheques de outro banco, podendo ser reduzidos, de
venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos formais e infor-
acordo com os critérios próprios de cada banco.
mais.
8. Como posso compensar um cheque sacado contra uma agência Instrumentos de formalização das operações de crédito:
bancária no exterior? a) contratos por instrumento público e particular;
Você deve procurar um agente autorizado a operar no mercado de b) cédulas e notas de crédito.
câmbio. (Veja também as perguntas e respostas sobre câmbio) Garantias: a) Fidejussórias: fiança e aval;
b) Reais: hipoteca e penhor;
9. O banco pode cobrar tarifa pela compensação de cheques?
c) Alienação fiduciária de bens móveis.
Não. A compensação de cheques é considerada "serviço essencial" e Títulos de Crédito – nota promissória, duplicata, cheque.
não pode ser cobrada pela instituição financeira.
Sistema de Pagamentos Brasileiro Sujeito de Direito - Pessoa Natural e Pessoa Jurídica
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de Sujeitos de direito são todos os centros subjetivos de direito ou dever,
procedimentos, regras, instrumentos e operações integrados que, por ou seja, tudo aquilo que o direito reputa apto a ser titular de direito ou
meio eletrônico, dão suporte à movimentação financeira entre os devedor de prestação.
diversos agentes econômicos do mercado brasileiro, tanto em moeda local
quanto estrangeira, visando a maior proteção contra rombos ou quebra em Os sujeitos de direito podem ser classificados, inicialmente, em dois ti-
cadeia de instituições financeiras. pos de acordo com seu objeto:
Sua função básica é permitir a transferência de recursos financeiros, o * sujeito de direito humano (a pessoa física e o nascituro) e
processamento e liquidação de pagamentos para * sujeito de direito inanimado (as pessoas jurídicas e as entidades des-
pessoas físicas, jurídicas e entes governamentais. personalizadas).
Toda transação econômica que envolva o uso de cheque, cartão de Sujeito de direito personalizado ou despersonalizado:
crédito, ou TED, por exemplo, envolve o SPB.
Os sujeitos de direito, no campo do direito privado, podem ser também
Finalidade classificados quanto à necessidade de autorização para a prática de atos
A finalidade básica do sistema de pagamentos é transferir recursos jurídicos em sujeitos de direito personalizados e sujeitos de direito desper-
entre bancos, de forma a viabilizar o processamento e a liquidação de sonalizados.
pagamentos de pessoas, empresas, governo, Banco Central e instituições O que distingue o sujeito de direito personalizado do despersonalizado
financeiras. Estas transferências são realizadas através de débitos e é, como vimos, o regime de autorização ou não para a prática de atos
créditos nas Contas de Reserva Bancária que os bancos possuem junto jurídicos
ao Banco Central
O sujeito de direito personalizado pode praticar todos os atos jurídicos
Estrutura que a lei não lhes proíbe. Qualquer pessoa pode comerciar, exceto aqueles
Além do Banco Central, o Sistema de Pagamentos Brasileiro é proibidos, como por exemplo o funcionário público, segundo seu estatuto; o
integrado por: falido, enquanto não reabilitado etc.).
O sujeito de direito despersonalizado somente pode praticar os atos ju-
• Instituições Financeiras;
rídicos que a lei lhes autoriza ou aqueles correspondentes à sua função
• Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC); essencial. O nascituro e o condomínio, não podem comerciar por faltar
norma expressa no ordenamento jurídico que lhes permita esta atividade e
• Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações por não ser esta atividade correspondente à sua função essencial. Entre-
de Ativos BM&F; tanto, o nascituro pode ser sujeito passivo de tributos e o condomínio pode
contratar e despedir empregados, ser credor da contribuição condominial
• Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações etc.
de Câmbio BM&F;
Existem exceções a esta regra:
• Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações
de Derivativos BM&F; * Atos típicos de pessoa física não podem ser praticados por pessoa ju-
rídica, ainda que não haja vedação legal expressa. Exemplo: a pessoa
• Cetip; jurídica não pode se casar.
• Selic; * Atos jurídicos da essência dos entes despersonalizados podem por
estes ser praticados mesmo sem autorização expressa. Exemplo: a contra-
• Cielo (antiga Visanet) e Redecard; tação de empregados pelo condomínio.
• TecBan;
Atos Jurídicos no Sentido Amplo Já o erro de direito ou error juris é aquele que diz respeito à norma
jurídica disciplinadora do negócio. Não se confunde, contudo, com aigno-
O Ato jurídico “lato sensu”, necessariamente, é decorrente da vontade rantia legis, uma vez que esta é o desconhecimento completo da existência
do homem devidamente manifestada, ou seja, não há ato jurídico sem a da lei, sendo o erro de direito seu conhecimento equivocado, apesar do
devida participação volitiva humana. Código Civil equiparar essas duas noções.
Coação O negócio jurídico é todo ato decorrente de uma vontade auto regula-
Entende-se como coação capaz de viciar o consentimento todo fator da, onde uma ou mais pessoas se obrigam a efetuar determinada presta-
externo capaz de influenciar, mediante força física ou grave ameaça, a ção jurídica colimando a consecução de determinado objetivo. Como em
vítima a realizar negócio jurídico que sua vontade interna não deseja efetu- todo ato jurídico, os efeitos do negócio jurídico são previamente instituídos
ar. pelas normas de direito, porém, os meios para a realização destes efeitos
estão sujeitos à livre negociação das partes interessadas, que estabelecem
Vícios Sociais as cláusulas negociais de acordo com suas conveniências, claro que sem
ultrajar Os limites legais.
Simulação:
Negócio simulado é aquele forjado pelas partes e que na verdade não O negócio jurídico mais comum é o contrato, apesar de existirem ou-
existe, com o objetivo de prejudicar terceiros. São atos praticados sempre tros tipos de atos negociais, como o testamento, por exemplo.
com a cumplicidade de outrem, ou seja, são bilaterais. Podem apresentar
uma declaração de vontade intencionalmente discrepante da vontade real A classificação mais comum dos negócios jurídicos é a seguinte:
ou um consentimento externo em harmonia com a vontade interna, mas
que de qualquer modo está em detrimento com a ordem jurídica. Negócios receptícios e não receptícios: o negócio jurídico receptício é
aquele em que a manifestação da vontade de uma parte deve estar em
Fraude contra credores: consonância com a outra parte para que o negócio se constitua e produza
A fraude contra credores é um ato praticado pelo devedor, com ou sem efeitos. Há a necessidade de duas vontades dirigidas em sentidos opostos,
a cumplicidade de outrem, com o objetivo de desfazer o seu patrimônio ou seja, à vontade de uma parte deve ser direcionada à outra parte, que,
para impossibilitar o pagamento de suas dívidas, prejudicando, portanto, os por sua vez, deve recebe-la e manifestar suas intenções ao outro interes-
credores. Pode decorrer de uma simulação ou da realização de um negócio sado, produzindo então o acordo de vontades.
de fato existente, porém anulável, segundo o art. 147, II, CCB.
Já os negócios não receptícios são aqueles que se realizam com uma
Atos Ilícitos simples manifestação unilateral de vontade, não havendo a necessidade de
seu direcionamento a uma pessoa especifica para que se plenifique e
São atos que vão de encontro com o ordenamento jurídico, lesando o produza efeitos.
direito subjetivo de alguém.
Negócios “inter vivos” e “mortis causa”: Os negócios
Para que se configure o ato ilícito é mister que haja um dano moral ou “inter vivos” são aqueles que se realizam e se aperfeiçoam enquanto
material à vítima, uma conduta culposa (dolo ou culpa “stricto sensu”) por as partes estão vivas.
parte do autor e um nexo causal entre o dano configurado e a conduta
ilícita. “Mortis causa” são aqueles cujos efeitos só são produzidos com o ad-
vento da morte de uma das partes. E o caso dos testamentos ou dos con-
Ilícito civil gera uma obrigação indenizatória pelos danos efetivos e, em tratos de seguro de vida.
alguns casos, pelo que a vítima deixou de lucrar com o dano provocado.
Negócios onerosos e gratuitos: Negócio jurídico oneroso é aquele
Tal obrigação decorre da responsabilidade civil, que é a possibilidade em que as partes acordam uma prestação e uma contra prestação pecuniá-
jurídica que determinada pessoa tem de responder pelos seus atos, sejam ria, produzindo, para ambas, vantagens e encargos.
eles lícitos ou não. A responsabilidade pode ser direta (responder pelos
próprios atos) ou indireta (responder por atos de terceiros). O negócio gratuito ou gracioso caracteriza-se pela presença de vanta-
gens para somente uma das partes, enquanto que para a outra há somente
OAto Jurídico Inexistente não constitui um ato propriamente dito, de encargos.
vez que a própria expressão ato inexistente constitui uma contradictio in
adiectio. Negócios solenes e não solenes: Solenes são aqueles que, por sua
própria natureza ou por disposição legal, exigem o cumprimento de deter-
Ato Jurídico Nulo, Ato desprovido de requisitos substanciais ou que minadas formalidades para que se configurem perfeitos.
fere a norma jurídica, sendo inquinado de ineficácia absoluta. O Código
Civil exige, no art. 82, para a validade do ato jurídico, agente capaz, objeto Não solenes são aqueles que não exigem tais formalidades para se
lícito e forma prescrita ou não defesa em lei. constituírem, apesar de, geralmente, apresentarem forma apenas a título
de prova de sua existência.
Isso não significa que os incapazes não podem figurar como sujeitos Os principais tipos de condição admitidos em nosso direito são a con-
de uma relação jurídica negocial. Participam indiretamente de tais relações dição suspensiva e a condição resolutiva.
através de seus representantes legais, no caso dos absolutamente incapa-
zes, ou de um assistente, quando se trata dos relativamente incapazes. Segundo o art. 118 do Código Civil, “subordinando-se a eficácia do ato
Dessa forma, a representação é a forma de suprimento da incapacidade à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquiri-
absoluta, sendo a assistência a maneira adotada pelo direito para a prote- do o direito, a que ele visa”.
ção dos relativamente incapazes.
Dessa maneira, a condição resolutiva é o contrário da suspensiva, uma
Há casos, entretanto, em que a capacidade ordinária ou geral a qual se vez que esta última, ao se observar o fato condicionante, permite que o ato
referem os arts. 5º e 6º do Código Civil não é suficiente para conferir a passe a produzir seus efeitos normais, enquanto que a primeira, quando se
possibilidade jurídica para uma pessoa manifestar validamente seu consen- dá o acontecimento previsto por ela, cessa todos os efeitos que o negócio
timento. Nestas situações, estamos na seara da chamada capacidade já produzia desde sua formação.
especial, que é exigida ao indivíduo devido à sua posição em relação ao
objeto do ato negocial, ou devido a determinadas circunstâncias relativas à Termo
própria situação da pessoa. Termo é todo evento futuro e certo ao qual ficam subordinados os efei-
tos decorrentes do negócio jurídico. Aliás, a diferença básica entre termo e
Liceidade do objeto condição é justamente a certeza do acontecimento futuro que, no caso do
Para que o negócio jurídico possa realizar-se de forma perfeita e efi- termo, deve existir necessariamente.
caz, o direito, além de exigir a presença do consentimento e a capacidade
das partes, pressupõe que a relação jurídica gire entorno de um objeto Nos negócios a termo é comum o aparecimento de um termo inicial,
lícito, ou seja, tolerado pelo ordenamento jurídico e pelos bons costumes. que corresponde ao dia em que o negócio começará a produzir seus efeitos
De maneira que a presença de objeto ilícito é causa incontestável de anu- ordinários. Possui, portanto, características suspensivas, pois deixa os
lação do negócio, conforme dita o art. 145, II, do Código Civil. efeitos do ato suspensos até a chegada da data acordada pelas partes.
Contudo, o termo inicial não corresponde ao dia em que os direitos das
Idoneidade do objeto partes serão adquiridos, e sim, ao marco inicial para a possibilidade do
Ainda nas considerações sobre o objeto da relação negocial, temos exercício destes direitos, estes existindo desde a formação do ato. E o que
que, além de lícito, deve ser ele idôneo, ou seja, passível de figurar como encontramos disciplinado no art. 123 do Código Civil.
centro de uma relação jurídica. Assim, o objeto cuja prestação for impossí-
vel de ser realizada tanto pelo devedor quanto por qualquer outra pessoa Também é comum o advento do chamado termo final, que nada mais é
normal gera a nulidade do ato ao qual pertence. do que o dia marcado pelas partes para o rompimento dos efeitos jurídicos
do negócio, possuindo, com efeito, características resolutivas.
Forma
À vontade, para que possa dar eficácia ao negócio jurídico colimado Prazo é o lapso de tempo existente entre o termo inicial e o final. As-
pelas partes, deve ser manifestada através de um meio determinado pela sim, quando alguém compra um automóvel e divide o pagamento em
norma jurídica ou pelos próprios interessados. São solenidades ou ritos que prestações, o termo inicial corresponderá ao dia acordado para o pagamen-
devem ser seguidos para que a vontade deixe o âmbito subjetivo e passe a to da primeira prestação e o termo final à data para a efetuação da última
existir no mundo exterior ao individuo, gerando então efeitos jurídicos. parcela, sendo o prazo o tempo que decorrer entre a primeira prestação e a
última.
O nosso direito adota o princípio da forma livre para a validade das e-
missões volitivas na seara negocial, conforme podemos apreender do art. Modo ou Encargo
129 do Código Civil. Porém, esse mesmo artigo põe a salvo os negócios Modo é a determinação acidental que, quando aparece no negócio,
cuja forma é previamente determinada pela lei, não se admitindo para a restringe o direito ou as vantagens auferidas por uma das partes, na medi-
validade destes atos qualquer outro tipo de meio para a exteriorização da da que institui uma ou mais obrigações ao adquirente do direito, em favor
vontade senão aquele imposta pela norma legal. Dessa maneira, a regra é da outra parte, de terceiros ou de uma generalidade de pessoas. Geralmen-
que os negócios jurídicos reputam-se válidos mediante qualquer instrumen- te aparecem nos chamados negócios graciosos como a doação e o testa-
to de manifestação volitiva, e a exceção que determinado ato só serão mento ou legado. Apresenta-se sob a forma de um compromisso ou uma
considerados existentes caso observem a forma especial a eles determina- prestação imposta à parte beneficiada pelo negócio e que deve ser obser-
da pela norma jurídica. vada, sob pena do desfazimento do ato.
Quanto ao objeto subdividem-se em: positivas, que são as dedar Extinção das obrigações sem pagamento (novação, compensação,
e as de fazer; negativas, que são as de não fazer (arts. 882 e transação, confusão, compromisso e remissão).
883); alternativas; divisíveis; indivisíveis. Quanto ao sujeito, as obriga-
ções classificam-se em: individuais; solidárias. Novação do latim novare, inovar. Constituição de uma nova obrigação,
em substituição à anterior, que se extingue. E a extinção de uma dívida
A Obrigação Positiva de dar é aquela cujas prestações consiste na anterior pela criação de uma nova obrigação. Código Civil: arts. 999 a
entrega de uma coisa móvel ou imóvel, seja para constituir um direito real, 1.008.
seja somente para facultar o uso, ou ainda, a simples detenção, seja,
finalmente, para restituí-la ao seu dono. Tal definição compreende duas É a forma de extinção da obrigação mediante a substituição de uma di-
espécies de obrigações: a de dar, propriamente dita, e a de restituir. O vida por outra. Opera-se pela mudança do credor (art. 999, III, do Código
devedor não se desobriga, nesta relação jurídica, oferecendo outra coisa, civil), pela mudança do devedor (art. 999, II do Código Civil), como, por
ainda que mais valiosa. Se a coisa a dar é certa, nela se compreendem os igual, pela troca do objeto ou da causa da obrigação (art. 999, I, do mesmo
seus acessórios, ainda que se achem, no momento, dela separados, salvo Código).
se, na convenção, o devedor foi eximido desse encargo. A obrigação positi-
va de dar pode estar fundada em coisa certa ou em coisa incerta. Na obri- Sua prova demonstra-se pela constituição válida da nova obrigação
gação de dar coisa certa, o credor não está obrigado a receber outra coisa, que substitui a anterior. Diante de uma nova obrigação assim constituída
mesmo que seja mais valiosa. O devedor entregar ou restituir o bem ao após a penhora, a questão é passível de exame em sede de embargos.
credor, sem que se permita qualquer modificação no objeto da prestação.
Compensação do latim, compensatio. Equilibrar, contrabalançar. Modo
No tocante a obrigação positiva de fazer (arts. 878 a 881), o devedor de extinção de obrigações recíprocas. Quando duas pessoas são, simulta-
obriga-se a criar algo novo, que não existia no mundo real, transcendendo neamente, credoras e devedoras entre si, as obrigações respectivas se
a simples entrega ou restituição do bem. compensam. Pode ser legal ou voluntária, conforme determinada em lei ou
resultante da vontade das partes. Somente se aplica a dívidas líquidas, que
Compromete-se, então, a prestar uma atividade qualquer, lícita e van- representem dinheiro ou coisas fungíveis. Código Civil: arts. 1.009 a 1.024.
tajosa, ao seu credor, por exemplo, escrever um livro sob encomenda da
editora, ministrar aulas particulares. As obrigações de fazer são, muitas Transação do latim transigere, transigir, ceder, condescender, contem-
vezes, resolvidas em prestações de trabalho por parte do devedor, como porizar, chegar a acordo. In/transigente, aquele que não transige ou não
acontece nas locações de obras; porém, muitas outras vezes, consistirão cede. Ato jurídico pelo qual as partes (transigentes) extinguem obrigações
num ato ou fato, para cujas execuções se não exige um desenvolvimento litigiosas mediante concessões mútuas. O Código Civil disciplina a transa-
de força física ou intelectual. Quando alguém promete prestar uma fiança, a ção nos arts. 1.025 a 1.036, assim dispondo os arts. 1.025, 1.026, 1.027,
essência do ato, objeto da prestação, não consiste no significante dispêndio 1.028, 1.029, 1.030, 1.033 e 1.035: “Art. 1.025. É lícito aos interessados
de esforço, que a prestação da fiança possa exigir, mas sim na necessida- prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas. Art.
de de concluir a operação jurídica, a que se vem ligar, de um lado, os 1.026. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.
riscos, e do outro, as vantagens do crédito fornecido ““. Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direitos contes-
tados e não prevalecer em relação a um, fica, não obstante, válida relati-
Referentemente à obrigação negativa ou de não fazer (arts. 882 e vamente aos outros. Art. 1.027. A transação interpreta-se restritivamente.
883), consiste, simplesmente, na omissão ou abstenção obrigatória da Por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direi-
prática de um ato. tos. Art. 1.028. Se a transação recair sobre direitos contestados em juízo,
far-se-á”:
Entretanto, se o devedor pratica livremente o ato a que se obrigara a
não praticar, infringe o art. 883 do CC, podendo o credor exigir dele que o É também outra forma de extinção da obrigação. Nela, as partes previ-
desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado nem ou extinguem litígio por meio de recíprocas concessões (art. 1.025 do
O Código Civil regulamenta esse instituto, pelo qual institui normas e princí- “O princípio da autonomia privada, poder criador que consiste na faculdade
pios, de acordo com a Constituição Federal, para que o uso dessa fonte de contratar quando, como e com quem quiser encontra os seus limites nas
seja realizado da melhor maneira às partes celebrantes e à sociedade. leis de ordem pública e nos bons costumes.” NADER (2010, pag. 23)
O contrato tem sua existência desde que surgiu vida na Terra, sendo, O princípio da autonomia privada é o princípio que garante as partes o
portanto, de vital importância seu estudo. Além de sua vasta utilidade no poder de manifestar as próprias vontades, estabelecendo o conteúdo e a
mundo contemporâneo, torna-se necessário compreender as desvantagens disciplina das relações jurídicas de que participam,porque, em regra, preva-
que podem surgir se esse não for celebrado da maneira correta, não cum- lece a vontade dos contratantes.
prindo com as normas e preceitos estabelecidos.
Em relação à nomenclatura, tem se usado na doutrina os termos autonomia
Com isso, o presente artigo se propõe a analisar as várias fases contratu- da vontade ou autonomia privada, podendo ser utilizados como sinônimos.
ais, apresentando, desde seu conceito e origem, princípios que regem a
relação, sua formação, e por fim a extinção. Atualmente, nós temos essa liberdade de contratar? É certo que não, pois
até mesmo a liberdade com quem contratar está restringida, ou seja, hoje
Para tanto, a pesquisa compreendida foi propriamente bibliográfica, tendo em dia, a manifestação da vontade não é totalmente livre, pois ela sofre
como base a ideia de vários autores renomados, o que favorece o entendi- uma série de restrições, porque o Estado exerce o dirigismo contratual.
mento, diante da interpretação do texto de lei.
No exercício do dirigismo contratual o Estado intervém na relação entre os
Dessa forma, espera-se que o estudo sobre o tema em análise possa ser particulares, como por exemplo, no CDC (Código de Defesa do Consumi-
útil para a sociedade em geral, pois, buscamos demonstrar, de forma dor), na compra de um liquidificador. O que o Estado tem a ver com a
sucinta, o os procedimentos contratuais, visando sempre à informação compra desse eletrodoméstico? Porque entre os deveres do Estado está o
social. de garantir o princípio da isonomia substancial. O Estado intervém na
compra do eletrodoméstico, por mais simples que seja, porque nessa
1.CONCEITO E ORIGEM DO CONTRATO relação jurídica as partes estão em desequilíbrio.
O atual ordenamento jurídico não se atentou em formular conceito para o O Estado vem para equilibrar essa situação jurídica, pois, de um lado tem-
termo contrato, ficando, portanto, a cargo da doutrina tal tarefa. se o fornecedor, que é a parte mais forte, e do outro lado tem-se o consu-
midor, a parte mais fraca, sendo assim, o Estado dirige a relação limitando
No dicionário Aurélio há a seguinte definição: “acordo entre duas ou mais os direitos do mais forte e conferindo direitos ao mais fraco. Trata os iguais
pessoas que transferem entre si algum direito ou se sujeitam a alguma de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida de suas desi-
obrigação.” (AURÉLIO, 2009) gualdades.
Na lição de Paulo Nader temos o contrato como o acordo de vontades que Dessa forma, o dirigismo contratual limita a manifestação de vontade,
visa a produção de efeitos jurídicos de conteúdo patrimonial, sendo que por sendo a limitação ao princípio da autonomia da vontade/autonomia privada.
esse instituto cria-se, modifica-se ou extingue-se a relação de fundo eco-
nômico. 2.1.1. LIBERDADE DE CONTRATAR X LIBERDADE CONTRATUAL
Assim, contrato é todo negócio jurídico bilateral que visa a criação, modifi- Existe diferença entre esses dois termos, não podendo haver confusão
cação, extinção ou conservação de direitos e deveres. Ou seja, por trás de entre eles, assim, liberdade de contratar diz respeito ao direito/poder de
um contrato sempre teremos uma manifestação de vontade, pela qual dará celebrar contratos, ou seja, tem liberdade quem tem capacidade civil, o que
origem ao contrato. E essa manifestação de vontade tem que ser sempre não se confunde com o princípio da autonomia privada e o dirigismo contra-
bilateral, pois, não existe contrato de uma pessoa só ou contrato consigo tual. Dessa forma, sendo capaz, podecontratar, se for relativamente inca-
Art. 421. “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da Havendo descumprimento do contrato, surgirá a possibilidade de respon-
função social do contrato.” (Art. 421, Código Civil) sabilização. É o que determina o artigo 389, Código Civil:
2.3.PRINCÍPIO DA BOA FÉ OBJETIVA Art. 389,CC. “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por
perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices ofici-
Segundo NADER (2010, p.30) “A boa fé nos contratos significa, portanto, a ais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”
honestidade e justiça nas condições gerais estabelecidas.”
É claro que se houver uma cláusula abusiva no contrato, não há a obrigato-
O artigo 422 do Código Civil exige que as partes contratantes observem os riedade de cumprir tal cláusula.
princípios da probidade e boa fé, tanto na celebração do ato até sua execu-
ção, quando determina: 3. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
“Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do Quando falamos em formação dos contratos temos que ter duas manifesta-
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa fé.” ções de vontade: a proposta e a aceitação.
2.3.1. DISTINÇÃO ENTRE BOA FÉ SUBJETIVA E BOA FÉ OBJETIVA Acontece a proposta quando “alguém manifesta a outrem a sua vontade de
praticar determinado contrato, propondo-lhe a sua realização e definindo as
Enquanto a boa fé objetiva está relacionada à conduta, a boa fé subjetiva bases e condições do ato negocial.” NADER (2010, p. 52)
está relacionada à intenção, aquilo que a pessoa acredita ou pensa. Como
exemplo de boa fé subjetiva temos o artigo 309,CC que fala do pagamento Para ter validade deve ser séria, clara, precisa e definitiva. Vincula o propo-
feito ao credor putativo, ou seja, acredita-se que está pagando ao credor nente. A princípio não se posso desistir de uma proposta que fez.
certo, agindo então de boa fé.
Quem faz a proposta é o proponente/solicitante/policitante e a outra parte
Art. 309,CC. “O pagamento feito de boa fé ao credor putativo é válido, denomina-se oblato/solicitado/policitado que é aquele que irá aceitar ou não
ainda provado depois que não era credor.” (Código Civil, 2002). a proposta.
A boa fé objetiva impõe um dever de comportamento, conduta, significando Assim, proposta, é a declaração de vontade receptícia dirigida por uma
que as partes devem agir com lealdade, probidade, retidão, ética, confiden- pessoa (proponente) a outra (solicitado), pelo qual a primeira manifesta sua
cialidade, reciprocidade, já a boa fé subjetiva reflete estado psicológico, vontade de contratar caso a outra parte aceite a proposta.
define crença, ignorância.
Aceitação é a declaração de vontade (expressa ou tácita) em que o solici-
E quando o juiz percebe que está havendo um mau comportamento ou má tado (oblato) manifesta, dentro do prazo, sua concordância com a proposta
conduta, ele pode aplicar o princípio da boa fé objetiva de ofício, a fim de feita pelo proponente em todos os seus termos. Se for feita qualquer res-
suprir e corrigir o contrato. salva quando da aceitação, esta será considerada como contraproposta.
Quanto à aplicação desse princípio nas fases contratuais é pacífico na Epara a aceitação ter validade deve ser pura e simples, pois, se tiver res-
doutrina que a boa fé objetiva deve estar presente em todas as fasescon- salva, será uma contraproposta. Quando o sujeito (oblato) faz a contrapro-
tratuais. Isso significa que esse dever de ter um bom comportamento tem posta, ele passa a se o proponente, havendo então, a inversão.
Contrato entre presentes: é aquele em que não há intervalo na comunica- Art. 413. “A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a
ção, ou seja, além do contrato cara a cara, há a possibilidade dessa comu- obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da
nicação ser por via telefone, internet (MSN, skipe). Considera-se formado penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a
no exato instante em que a proposta é aceita. finalidade do negócio.” (Código Civil, 2002)
Contrato entre ausentes: é aquele em que há intervalo na comunicação. Ex. Esse artigo é tratado como norma de ordem pública, logo, o juiz poderá
contrato epistolar (celebrado por cartas), fax, e-mail, telegrama. decretar, de ofício, a redução do valor da cláusula penal. Pela mesma
razão não se admite a renuncia por um dos contratantes do direito previsto
O contrato entre ausentes considera-se formado, em regra, no momento no artigo 413,CC. E toda vez que a pessoa já estiver cumprido uma parte
em que a aceitação é expedida. Como exceção tem-se o artigo 434, CC: da obrigação e o valor da multa está muito excessivo, haverá a interferên-
cia do juiz para reduzir o valor da multa.
Art. 434,CC. “Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a
aceitação é expedida, exceto: 6. VÍCIO REDIBITÓRIO
I – no caso do artigo antecedente (retratação) “Vício redibitório é defeito oculto no objeto móvel ou imóvel, adquirido por
contrato comutativo, imperceptível ao exame comum e revelado após a
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta tradição, que tira a qualidade de uso do bem ou lhe diminui o valor.” (NA-
DER 2010, p. 93).
III – se ela não chegar no prazo convencionado.”
É todo vício ou defeito oculto da coisa que a torna imprópria ao uso que se
4. ARRAS destina ou que lhe reduz sensivelmente o valor, de modo que o negócio
não seria realizado se o outro contratante soubesse da existência de defei-
É a quantia em dinheiro ou outro bem móvel dado por um dos contratantes to.
ao outro para concluir o contrato e, excepcionalmente, assegurar o pontual
cumprimento das obrigações. Matéria disciplina nos artigos 441 a 446 do Código Civil.
A quantia não pode ser o valor da obrigação porque assim não seria arras. 6.1. REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO DO VÍCIO REDIBITÓRIO
Pode ser 10%, 20%, 30%, mas nunca o valor da obrigação.
Para a caracterização do vício redibitório deve haver a presença de dois
Se o contrato não for executado por causa daquele que deu as arras, este requisitos, aquisição onerosa e defeito desconhecido.
irá perdê-las para a parte inocente.
Aquisição onerosa: a aquisição tem que ser onerosa, pois se for gratuita
E se aquele que está contratando desiste, terá a obrigação de devolver em não poderá haver reclamação do vício. Ex. doação. “Cavalo dado não se
dobro com a atualização monetária, juros e honorários advocatícios. olha os dentes.”
A parte inocente (tanto o contratante como o contratado) poderá pedir Defeito desconhecido: pois se o adquirente tinha conhecimento do defeito,
indenização complementar, dependendo do tipo de arras, que podem ser: ele deve desistir ou barganhar (pedir pra diminuir o preço e etc...), porém,
esse desconhecimento tem que ser por parte do adquirente, pois, para a
Confirmatórias: são aquelas em que não há direito de arrependimento caracterização do vício redibitório não importa se o alienante (vendedor)
expresso; tinha ou não conhecimento.
Penitenciais: são aquelas em que o contrato prevê, expressamente, o 6.2. OPÇÕES DO ADQUIRENTE
direito de arrependimento.
Sempre que houver a ocorrência de vício redibitório, o adquirente perma-
Assim, a parte prejudicada não poderá pedir indenização complementar nece diante de duas hipóteses de solução para tal situação, na forma
quando houver arras penitenciais, pois, a outra parte exerceu um direito judicial:
legítimo, ou seja, se o contrato prevê o arrependimento, este poderá ser
usado. Abatimento proporcional no preço, independente se já pagou tudo ou não.
Se já tiver pago tudo há a devolução, se pagou parte, desconta o restante.
5. CLÁUSULA PENAL (ação quanti minoris).
Pacto acessório pelo qual as próprias partes estipulam de antemão penas Redibição da coisa: rejeitar, devolver a coisa, desfazimento do negócio
pecuniárias ou não para a parte que descumprir, de maneira culposa, o jurídico. Há a devolução do dinheiro e a devolução da coisa. (ação redibitó-
contrato ou retardar o seu cumprimento. ria).
É cláusula imposta para a segurança e garantia da execução ou cumpri- O adquirente somente poderá pedir indenização pelas perdas e danos se
mento de uma obrigação principal, ajustada no contrato. É tida como meio provar que a outra parte tinha conhecimento do defeito, pois se a outra
coercitivo para que o devedor tenha interesse em cumprir a obrigação. sabia do defeito, agiu com culpa, por isso poderá pedir perdas e danos,
dentro do campo da Responsabilidade Civil.
5.2. MORATÓRIA X COMPENSATÓRIA
O artigo 445, CC, estabelece os prazos para que haja reclamação dos
vícios redibitórios:
§1º . Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, c) cláusula resolutiva tácita: cláusula decorrente de lei e que gera a
o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo resolução do contrato em decorrência de um evento futuro e incerto. (TAR-
máximo de 180 dias, em se tratando de bens móveis; e de 01 ano para os TUCE, 2007, pag.225).
imóveis.”
Na resilição há a dissolução por vontade bilateral ou unilateral, quando
7. EVICÇÃO admissível por lei.
“Dá-se a evicção quando o adquirente de coisa móvel ou imóvel, em Quanto a resilição bilateral ou distrato, o Código Civil, em seu artigo 472
contrato oneroso, perde o direito de propriedade, posse ou uso, total ou determina que “O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contra-
parcialmente, geralmente por sentença judicial ou ato de desapropriação, to,” ou seja, trata-se de um novo negócio onde as mesmas partes resolvem
devido a fato anterior ou contemporâneo a aquisição.” NADER (2010, por fim ao negócio anterior, assim, da mesma forma que foi realizado o
p.106) negócio anterior, o distrato obedecerá as mesmas formalidades.
É a perda de um bem por força de decisão judicial fundada em motivo Em relação a resilição unilateral, está expressa no artigo 473, CC, que
jurídico anterior que confere o bem a outra pessoa. determina: ”A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou
implicitamente o permita, opera mediante denuncia notificada a outra par-
Exemplo, Maria vendeu um carro para João, que depois de certo tempo te.” (Código Civil, 2002).
veio Pedro e entrou com ação alegando que o carro seria dele, sendo
assim, João perde o bem, ou seja, perde o carro. Portanto, a denúncia é possível se prevista contratualmente ou se decorrer
da natureza do contrato.
Em relação ao exemplo citado, Maria refere-se à alienante, ou seja, aquela
que vendeu o produto, João é o adquirente, comprador, aquele que perdeu, “A resilição unilateral, pelo que consta do art. 473, CC, só é prevista em
chamado de evicto, e Pedro, refere-se ao terceiro que entrou com a ação e hipóteses excepcionais, como, por exemplo, na locação, na prestação de
ganhou, chamado de evictor. serviços, no mandato, no comodato, no depósito, na doação, na fiança,
operando-se mediante denúncia notificada a outra parte.” (TARTUCE,
“A evicção dá o direito de o adquirente buscar o ressarcimento perante o 2007, pág. 230).
alienante, que possuía a obrigação de garantir o direito transmitido.” NA-
DER (2010, p. 106)
Assim, o alienante responde perante o adquirente pela perda do bem, ou Nos demais contratos, até há a possibilidade da denúncia, mas desde que
seja, pela evicção. eles não sejam incompatíveis com sua natureza, e claro, sem prejuízo do
estabelecimento de multas contratuais, evitando assim, enriquecimento
Além da obrigação de ter que devolver a quantia paga também será obri- sem causa. (BÉO, 2004, pág. 104).
gado a indenizar: Art. 450, CC:
4. Extinção por morte: Nem todos os contratos a morte põe fim, aliás, a
“Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da regra é que a morte não ponha fim ao contrato. A morte então é uma forma
restituição integral do preço ou das quantias que pagou: excepcional de extinção de contratos.
I – a indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; Os contratos que serão extintos pela morte são aqueles que possuem uma
característica pessoal – contratos personalíssimos (intuito personae). Ex.
II – a indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que na contratação de um cantor famoso, se houver a morte deste, não há
diretamente resultarem da evicção; como substituir, vindo, portanto, gerar a extinção do contrato.
III – as custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.” 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. EXTINÇÃO CONTRATUAL Assim como a existência humana, o contrato é tão antigo quanto, pois,
desde as sociedades primitivas já existia a presença deste, logicamente
Trata-se do fim do contrato, podendo ser de quatro formas: que sem muitas formalidades atuais, mas na essência, havia o verdadeiro
sentido de contratar entre as pessoas.
1. Extinção normal: cumprimento do contrato;
Mesmo sendo muito antigo, esse instituto é muito usado pela sociedade
2. Extinção por fatos anteriores: o contrato será extinto por uma situação atualmente, de uma forma geral, na maior parte das relações.
que surgiu juntamente com a formação do contrato. O contrato sendo
extinto por causa de um problema concomitante a sua formação. Ex. cláu- Desta feita, há a necessidade de se observar todas as regras impostas as
sula de arrependimento (na formação do contrato, foi ressalvado a possibi- partes, quando fazem uso do contrato, para que não haja prejuízo para
lidade de arrependimento),“A” faz um contrato de compra com “B”, mas essas ou terceiros.
com a cláusula de arrependimento, posteriormente se arrepende, o contrato
está extinto. Esse agir com cautela refere-se tanto a fase anterior a realização do contra-
to quanto a fase posterior, ou seja, mesmo nas negociações preliminares e
3-Fatos posteriores: é a extinção por fatos que ocorrem após a celebra- também, após a extinção do contrato deve-se observar os deveres de boa
ção do contrato, vindo, portanto, a gerar rescisão contratual, gênero pela conduta e boa fé.
qual são espécies, a resolução e resilição.
No entanto, se não forem observadas as normas estabelecidas a respeito,
Na resolução há a extinção do contrato por descumprimento, que pode e tornar-se prejudicial a qualquer das partes, o mesmo ordenamento jurídi-
se dar de três formas: co estabelece os meios pelos quais serão solucionados tais incidentes que
•Nas cédulas de crédito, a garantia real pode ser representada por bem Já a hipoteca, o penhor, a anticrese, a caução e a alienação fiduciária
móvel ou imóvel, ou mesmo por ambos, o que permite a doutrina classificá- são formas de garantia real.
las em:
•1- cédula hipotecária: quando a garantia é a hipoteca constituída so- GARANTIAS PESSOAIS (FIDEJUSSÓRIAS): A FIANÇA
bre um imóvel; Dá-se a fiança, quando uma pessoa se obrigar a satisfazer
determinada obrigação, caso o respectivo devedor não na tenha cumprido.
•2- cédula pignoratícia: quando a garantia é o penhor sobre determina-
dos bens móveis; Já se pode, portanto, perceber, que a fiança é uma garantia que se
contrata subsidiariamente: O fiador só será obrigado ao pagamento, depois
•3- cédula fiduciária: quando a garantia é a alienação fiduciária de bens
de, devidamente, cobrado o afiançado.
adquiridos com o financiamento ou mesmo bens do próprio patrimônio do
devedor;
A fiança será sempre dada por escrito (não existe, assim, fiança
4- cédula pignoratícia e hipotecária: quando o adimplemento apresen- verbal).
ta-se garantido tanto pelo penhor de bens móveis, quanto pela hipoteca de A fiança tanto pode ser só do principal, como só do acessório (juros,
bem imóvel. correção monetária, multa, etc.), como do principal mais acessório. É livre
sua contratação pelas partes interessadas.
Já o legislador não preocupo-se em organizar esses títulos de forma a
ordenada, assim os mesmos apresentam-se da seguinte maneira: Sempre, porém, que o contrato de fiança não estabelecer qual seu
Cédula rural pignoratícia, hipotecária, pignoratícia e hipotecária ( De- limite, a responsabilidade do fiador compreenderá desde o débito principal,
creto –lei nº 167/67) até os acessórios, e, até mesmo, as despesas judiciais para a respectiva
cobrança.
Nota de crédito rural ( Decreto-lei nº 167/67)
Cédula de crédito industrial ( Decreto-lei nº413/69) Quem pode ser fiador? Qualquer um, desde que tenha capacidade ju-
rídica. Naturalmente, se o fiador irá garantir um débito, cabe ao credor
Nota de crédito industrial (Decreto-lei 413/69) aceitá-lo ou não. Para tanto, certamente, avaliará sua capacidade não
apenas jurídica, como econômica, financeira e moral.
Cédula de crédito à exportação ( Lei n°6.313/75)
Cédula de crédito comercial ( Lei n° 6.840/90) IMPORTANTE: se o fiador for pessoa casada (homem ou mulher),
deverá contar com a expressa autorização de seu cônjuge (se o fiador for
•Cédula de produto rural ( Lei n° 8.929/94) homem, sua mulher deverá assinar o contrato, juntamente com ele; e vice-
•Cédula de debênture ( Lei nº 6.404/76) versa). A autorização da esposa chama-se "outorga uxória". A do marido,
"outorga marital".
•Cédula hipotecária ( Decreto- lei 70/66)
Tanto as pessoas físicas (naturais), como as pessoas jurídicas (socie-
•Cédula de crédito imobiliário ( Lei n° 10.931/04).
dades) podem prestar fiança. Os bancos até têm um serviço de prestação
Garantias: a) Fidejussórias: fiança e aval; de fiança a clientes, para o qual cobram uma determinada taxa.
b) Reais: hipoteca e penhor;
FIANÇA COM CLÁUSULA DE PRINCIPAL PAGADOR
c) Alienação fiduciária de bens móveis.
Como já vimos, a fiança é a assunção de uma obrigação subsidiária,
ou seja, o fiador apenas responderá caso o afiançado deixe de pagar.
Todas as vezes que pessoas contratam entre si, estabelecendo mútua Nada impede, entretanto, que, quando da contratação da fiança, o
e reciprocamente, direitos e obrigações, a primeira preocupação dê ambas credor exija que o fiador renuncie a esse privilégio (de só ser cobra-o
as partes e todos os contratantes é assegurar-se de que a parte contrária depois da cobrança feita e frustrada ao devedor-principal).
cumprirá com todos seus deveres contratuais, pagando sua par te do
contrato. Nesse caso, bastará que conste do contrato uma cláusula, estabele-
cendo que o fiador renuncia ao "benefício de ordem do art, 1941 do Código
Fácil de perceber, portanto, que, afora a parte principal do contrato, Civil" e, automaticamente, o fiador será tão devedor quanto o principal
pode haver também um contrato a parte, cujo objetivo seja garantir o devedor.
cumprimento do principal.
Em termos práticos significará que o credor não mais precisará cobrar,
Assim, quando, por exemplo, alguém toma um dinheiro emprestado, primeiramente, ao devedor-principal, para, só então, poder cobrar ao fiador.
deve dar à pessoa, que lhe forneceu o dinheiro, alguma garantia de que Poderá, desde o início, escolher a quem cobrará: se ao afiançado, ou ao
pagará o débito no vencimento. A nota promissória não é uma garantia do fiador, ou a ambos conjuntamente. Claro que, se receber de qualquer um
débito, mas o documento que comprova o crédito do credor e o débito do dos dois, não mais poderá cobrar do outro.
devedor. Nessa nota promissória poderá intervir uma terceira pessoa,
dizendo que garante o pagamento do débito. FIANÇA CONVENCIONAL E FIANÇA LEGAL
Comumente, a fiança resulta da manifestação voluntária das partes in-
Esse mesmo empréstimo, dado no exemplo, poderia ter sido docu- teressadas, num contrato. Quando é ela contratada, consoante os princí-
mentado num contrato e, nesse mesmo contrato constar que um determina- pios de liberdade contratual, temos a fiança convencional.
do bem ficaria vinculado ao débito, garantindo-o.
Caso há, entretanto, que a lei, ou o juiz, determinam a prestação de fi-
Na primeira hipótese, uma pessoa interveio, dando sua "palavra" (escri- ança. O juiz, para garantir um processo e evitar que, qualquer das partes
ta); temos, portanto, uma garantia pessoal (baseada na confiança que sofra um irreparável prejuízo, poderá determinar que a parte contrária
inspira essa pessoa). Trata-se de garantia fidejussória. preste uma fiança (chama-se caução judicial). A lei, igualmente, às vezes
GARANTIAS PESSOAIS (FIDEJUSSÒRIAS): O AVAL Quando esse bem for um bem móvel, então teremos um penhor; se o
Também no aval a garantia de cumprimento de uma obrigação baseia- bem for um imóvel, ocorrerá a hipoteca. Cada tipo de garantia real tem um
se na confiança do avalista. tipo de bem, que representa um valor econômico destinado a garantir o
cumprimento da obrigação.
A diferença fundamental entre o aval e a fiança está no fato de que o
primeiro só é prestado em títulos de crédito, enquanto o segundo em todo e O PENHOR
qualquer tipo de contrato. Qualquer tipo de obrigação (dívida) poderá ser garantida por penhor;
teremos aí a chamada garantia pignoratícia (lembra-se da cédula pignoratí-
Outra importante diferença é que o avalista é sempre um co-principal cia – lá em títulos de crédito???).
devedor, enquanto o fiador, de regra, é um devedor subsidiário. significa
que o credor tanto poderá cobrar o título diretamente do avalista, como Assim, por exemplo, a Caixa Econômica tem um conhecido serviço de
apenas do avalizado, ou de ambos concomitantemente. empréstimo de dinheiro, mediante garantia pignoratícia: lá vamos, pedimos
o dinheiro emprestado e oferecemos um relógio (por exemplo) como
Também, enquanto na fiança é indispensável a autorização do cônjuge garantia; o funcionário examina o relógio, avalia-o e, se ele vale
(sob pena de nulidade), no aval não há tal necessidade: pode-se prestar R$2.000,00, a Caixa nos dá um empréstimo de mais ou menos R$ 1.200,00
aval, mesmo sendo casado, até contra a vontade do cônjuge. (a margem de diferença é para cobrir eventuais despesas de cobrança,
juros, etc.). Para se consumar o penhor, nosso relógio ficara guardado na
Diferença ainda importante é que a fiança tanto pode ser de toda a dí- Caixa. Nesse exemplo, temos um contrato de mútuo, com garantia
vida, como de parte dela, enquanto o aval é sempre da totalidade do valor pignoratícia.
do título de crédito, englobando juros, correção, etc.
Observe-se que esse relógio ficará com a Caixa e, caso eu não pague
Quem pode ser avalista? Qualquer pessoa, desde que tenha capa- o empréstimo feito, será o relógio levado a leilão e, com o dinheiro apurado
cidade para assumir obrigações em título de crédito. Assim não há ne- em sua venda, será pago o valor do empréstimo, com juros e despesas, se
cessidade de que o avalista seja terceira pessoa, desvinculada do título de sobrar alguma quantia, será ela entregue ao devedor (não fica com o
crédito. Poderá ser, até mesmo, um dos próprios co-obrigados: por exem- credor, pois este só pode ter interesse no recebimento de seu crédito -- e o
plo, um endossante. bem só garante a dívida e não serve para o credor se enriquecer às custas
do devedor).
Aliás, na prática bancária -- particularmente em operações de desconto
-- é comuníssimo os bancos exigirem que o endossador do título de crédito, Assim, para se constituir o penhor o devedor deverá entregar a coisa
que o apresenta para desconto, assine-o também como avalista do princi- ao credor (essa entrega chama-se "tradição"). Deverá o credor guardar a
pal devedor. coisa empenhada como autêntico depositário, ou seja, será seu dever
conservá-la e, depois de paga a dívida, devolvê-la, juntamente com even-
O resultado prático é de muita vantagem para o banco e para os clien- tuais frutos. Se perder a coisa, ou deixar que ela se deteriore, o credor
tes. Para o banco supre a necessidade de protestar o titulo não pago no deverá indenizar ao devedor-proprietário.
vencimento (e que, para cobrar então tal título do endossante, deveria,
primeiramente, protestar o título). É que o endossante não responderia O ato de dar um bem em garantia pignoratícia chama-se empenhar ou
mais como endossante, mas sim na qualidade de avalista, o que dispensa apenhar. Não confundir com penhora que é um ato do juiz, determinando
o banco da necessidade de prévio protesto do título. E para o cliente, que um bem seja vinculado a um processo de execução de dívida. Só se
poupa o vexame do protesto, o que preserva seu bom relacionamento com pode empenhar (ou apenhar) bem móvel. A penhora admite qualquer tipo
o banco. de bem (móvel ou imóvel).
Esse exemplo bem se presta a demonstrar o quanto o aval é diferente, PENHOR LEGAL
também, do endosso: no aval há responsabilidade paralela (principal) e Normalmente, o penhor resulta da livre vontade das partes con-
solidária, enquanto no endosso há transferência de crédito de título e o tratantes. Poderá ocorrer, entretanto, que a lei, expressamente, dê a algum
endossante tem responsabilidade subsidiária (só paga se o devedor não tipo de credor o direito de penhor sobre coisa alheia, para garantia de
pagou). algum débito. Nesse caso teremos o chamado penhor legal: mesmo que o
devedor não queira dar tal bem como garantia da dívida, o bem servirá
A prestação de aval se dá no próprio titulo de crédito, devendo o como garantia da dívida, porque a lei assim o determinou.
avalista apor sua assinatura, lançando a expressão "por aval a fulano,
assinatura”. Dessa forma haverá o penhor legal da bagagem dos hóspedes, seus
móveis, jóias ou dinheiro, como garantia das despesas de hospedagem em
Caso não conste o nome do avalizado, ocorrerá o chamado aval em pensões, hotéis, pousadas , ou restaurantes.
branco: presumir-se-á que o aval foi dado para garantir o devedor principal
(nos títulos de crédito que se aperfeiçoam com o aceite, se inexistir este, o PENHOR AGRÍCOLA - INDUSTRIAL - COMERCIAL
aval será considerado como dado ao sacador). Lembra-se de nosso estudo sobre títulos de crédito, em que vimos as
Cédulas de Crédito Rural, as Cédulas de Crédito Industrial e as Cédulas de
Observe-se que o aval em preto (com a indicação do nome do ava- Crédito Comercial. Pois bem: elas são títulos que representam um emprés-
lizado) tanto poderá ser dado em favor do devedor principal (emitente, timo e já contêm a menção da garantia pignoratícia, com descrição dos
aceitante ou sacado), quanto de algum dos endossantes ou, até mesmo, de bens empenhados.
um outro avalista (aval de aval).
Uma particular diferença nesse tipo de penhor é que o bem empe-
O aval pode ser lançado até mesmo após o vencimento do título, desde nhado continua na posse do devedor (este é que ficará como depositário,
Significa que não serão objetos de penhor, mas apenas de hipoteca os Por se referir, exclusivamente, a imóveis, a anticrese só pode ser con-
Não se mostra razoável aceitar que, por exemplo, uma pessoa adquira O depósito que tantos embates causa, em razão da possibilidade da
um automóvel, fracione em 30 meses o pagamento do mútuo e, durante prisão civil, passou a ser considerado procedimento posterior e autônomo,
todo esse tempo, a posse direta do bem permaneça com o credor, só a não podendo ficar vinculado ao processo também autônomo e independen-
transmitindo ao devedor após o pagamento total do contrato. Isso é tentar te de busca e apreensão. Não localizado o bem, mormente se houver sido
privilegiar em demasia o agente financeiro, a ponto de afrontar as mais objeto de furto, roubo, sinistro etc., a ação de busca e apreensão perde
comezinhas lógicas do direito, do razoável e do justo. eficácia e deve ser extinta. Nem de depósito há que se falar, pois em casos
que tais deve-se partir do pressuposto de ser incabível a cominação de
É de notar que, ao menos entre si, o amplo § 3º, do artigo 66-B em prisão civil na espécie, por se tratar de perecimento ou desaparecimento do
comento é todo congruente, pois atribui posse direta ao credor e lhe faculta bem, por caso fortuito ou força maior.
vender a terceiros o bem objeto da propriedade fiduciária, independente de
leilão, hasta pública ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial. Há Por tudo isso, não sendo o bem localizado, a busca e apreensão deve
convergência das idéias na medida em que, tendo o bem sob sua deten- ser extinta. Os atos processuais e procedimentos até então havidos só
ção, à sua disposição, desnecessário será aforar ação de busca e apreen- poderão ser salvos pelos princípios da economia, instrumentalidade e
são. Verificado o inadimplemento, poderá o bem ser exposto para venda e celeridade, o que cada caso concreto recomendará. Em conversão em
alienado a terceiros. Isso tudo à revelia e insciência minuciosa do devedor, depósito, porém, não se pode falar mais, inclusive porque foi abolida a
em situação mais grave da que já acontecia no Decreto Lei n. 911/69, em qualidade de depositário antes imiscuída no devedor.
que ao menos ação havia, embora a venda fosse extrajudicial e sem fiscali- 6. A nova alienação fiduciária de bem móvel face à Constituição
zação do devedor, que tem interesse por poder ter saldo a receber e o fruto Federal
da alienação ser utilizado na solução da dívida.
É princípio basilar do Direito, erigido a dogma de calibre constitucional,
Conquanto possamos pensar assim, o que inclusive pode soar como que ninguém será privado de seus bens sem o devido processo legal (CF,
censura, parece que foi mesmo a intenção da lei deixar a posse fática do art. 5º, inciso LIV). Entre muitas coisas, esse princípio, inspirado na Magna
bem ao credor, pois o § 5º, do novo artigo 66-B, mandou aplicar à alienação Carta inglesa, quer dizer que todos têm direito à uma decisão proferida em
fiduciária e à cessão fiduciária o artigo 1.435, do Código Civil de 2002. Este processo regular, válido e eficaz, com força de coisa julgada. Trata-se de
artigo, de sua vez, prevê que o credor pignoratício (leia-se então, o credor norma suprema que todas as leis devem se curvar. Não obstante, o novo §
fiduciário) é obrigado à custódia da coisa, como depositário; à defesa da 1º, do artigo 3º, do Decreto Lei n. 911/69, ignorou-a por completo ao prever
posse; à imputação do valor dos frutos nas despesas de guarda e consecu- a consolidação da propriedade e da posse plena e exclusiva do bem no
ção, nos juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente; à patrimônio do credor, dentro de cinco dias após a execução da liminar de
restituição oportuna, uma vez paga a dívida etc. busca e apreensão.
É certo que cada caso concreto terá uma regra específica, mas é inol- Eqüivale dizer: o credor promove a ação de busca e apreensão, que
vidável quão funesta ficou a novel regra, mormente se se tratar de automó- não é cautelar nem provisória, alega mora do devedor, obtém liminar, a
vel, ou mesmo de bens necessários à atividade da empresa. Provavelmen- executa recebendo initio litis o bem e, num qüinqüídio, tem sua pretensão
te, os agentes financeiros redigirão o contrato de adesão valendo-se da material integralmente satisfeita.
ressalva salvo disposição em contrário constante do § 3º, do novo artigo
66-B, e outorgarão a posse direta do objeto da alienação fiduciária ao Note que isso se dá antes mesmo do escoamento do prazo do réu para
devedor, até porque, do contrário, como depositários ficarão os agentes apresentar resposta, porquanto a citação se dará no ato da execução da
fiduciários. liminar e, enquanto se confere cinco dias para a consolidação liminar da
propriedade, confere-se o prazo de quinze dias para a resposta, de tal sorte
Não menos certo, registre-se enfim, é que a posse direta e indireta atri- que depois de verificado o termo final daquele, restarão ainda dez dias para
buída ao credor contraria todo o sistema e regras acerca da alienação findar-se o prazo da resposta do réu.
fiduciária, inclusive as do Código Civil (art. 1.361, § 2º) que foram mantidos
incólumes pela nova lei, até porque aquilo que ela pretendia aproveitar ou Pior será na hipótese em que logrou-se a busca e apreensão do bem,
excluir o fez expressamente, tais como os requisitos definidos no artigo mas não a citação do réu. Neste caso, antes mesmo de o réu saber for-
1.362, do Código Civil de 2002, e a inclusão do artigo 1.368-A, que verbera malmente que contra ele tramita ação de busca e apreensão, será privado
submeterem-se à disciplina específica das respectivas leis especiais as de seu bem!
demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade fiduciária, Data venia, atinge as raias do absurdo, principalmente se considerado
somente se aplicando as disposições do Código Civil de 2002, naquilo que que se está diante de uma decisão interlocutória (que decide incidentes do
não for incompatível. processo) deferida initio litis e inaudita altera parte que, olvidando sua
Por tudo isso, a parte material da alienação fiduciária de bem móvel essência de provisória, termina por produzir efeitos de coisa julgada materi-
insculpida no artigo 55, da Lei n. 10.931/04, não está apta a se isentar de al, como se de sentença meritória irrecorrida se tratasse.
críticas nem a merecer irrestritos aplausos, revelando-se em parte prestigi- Finalmente, mister se faz consignar a lição dos tratadistas mais moder-
adora do ranço ditatorial de outrora. nos, que timbram em ver no devido processo legal mais do que uma garan-
5. A impossibilidade de converter a busca e apreensão em tia subjetiva do indivíduo, uma tutela do próprio processo.
depósito Com efeito, já se disse alhures que cada vez se consolida mais a idéia
Questão interessante, como já se alinhou acima, sobrou acerca dos ar- de que sobre os interesses unilaterais das partes, respeitáveis sem dúvida,
tigos 4º a 7º do Decreto-Lei n. 911/69, notadamente o artigo 4º, que prevê a sobrepaira, no entanto, um de maior amplitude, que é o da tutela do próprio
faculdade do credor em requerer a conversão da busca e apreensão em processo. Desse modo, as garantias constitucionais do devido processo
depósito, caso não seja encontrado o bem alienado fiduciariamente. Isso legal convertem-se de garantias exclusivas das partes em garantias da
porque, o § 8º, do artigo 3º, do Decreto-Lei 911/69, acrescido pelo artigo 56 jurisdição e transformam o procedimento em um processo jurisdicional de
estrutura cooperatória, em que a garantia de imparcialidade da jurisdição
brota da colaboração entre partes e juiz. A participação dos sujeitos no
Surge, então, vinculado a esta matéria, o tema sobre a subsistência, ou RIBEIRO, Alex Sandro. Polêmicas da nova alienação fiduciária de bens
não, do Decreto-Lei n. 70/66, viabilizador da execução hipotecária à mar- móveis - Página 2/2. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 607, 7 mar. 2005.
gem da atuação do Estado-Juiz. A jurisdição é ato próprio à soberania do Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/6406>. Acesso em: 9 abr. 2014.
Estado, valendo notar o tipo do artigo 345, do Código Penal, no que veda a
autotutela por particulares fora dos casos de defesa imediata, ainda que Títulos de Crédito – nota promissória, duplicata, cheque.
procedente o pleito. Matéria que se encontra sumulada pelo Primeiro Tribu- Nota promissória é um título cambiário em que seu criador assume
nal de Alçada Civil de São Paulo, in verbis: Súmula 39: São inconstitucio- a obrigação direta e principal de pagar o valor correspondente no título. A
nais os artigos 30, parte final, e 31 a 38 do Decreto - lei n.º 70 de nota promissória nada mais é do que uma promessa de pagamento, e para
21.11.1996. Esses dispositivos, frise-se, permitiam ao banco a alienação seu nascimento são necessárias duas partes: o emitente ou subscritor
extrajudicial do imóvel hipotecado, vinculado a contrato de financiamento (devedor), criador da promissória no mundo jurídico, e o beneficiário ou
imobiliário. tomador que é o credor do título.
Cumpre ter presente que a glosa ocorrida diz respeito à circunstância Para exemplificar a constituição de uma nota promissória citamos a se-
de o § 3º, do artigo 66-B, da Lei n. 4.728/65 (por força do artigo 55, da Lei guinte hipótese: Pedro empresta R$ 1.000,00 (mil reais) ao seu amigo
n. 10.931/04) não contemplar o contraditório, viabilizando, assim, a execu- André, que por sua vez se compromete a efetuar o pagamento do emprés-
ção unilateral. A Constituição Federal de 1988, democrática sob todos os timo em trinta dias. Assim sendo, emite uma nota promissória no valor do
ângulos, deu ênfase ao princípio do contraditório, colando-o aos processos empréstimo onde o beneficiário é o Pedro, com vencimento para trinta dias
em geral. da data.
Não é crível que uma Lei Federal, sancionada em pleno Estado Demo- Como nos demais títulos de crédito a nota promissória pode ser trans-
crático e de Direito, tem em seu âmago um ranço pior que o de um Decreto- ferida a terceiro por endosso, bem como nela é possível a garantia do aval.
Lei instituído no auge do regime militar, espelhando toda sorte de opressão
que marcou o período, felizmente superado. Contudo, verifica-se que os Caso a nota promissória não seja paga em seu vencimento poderá ser
desavisados fragmentos desse regime ainda perduram, apesar da cristalina protestada, como ainda será possível ao beneficiário efetuar a cobrança
inconstitucionalidade. judicial, a qual ocorre por meio da ação cambial que é executiva. No entan-
to, a parte só pode agir em juízo se estiver representada por advogado
A nova ordem comete violência contra o direito constitucional à ampla legalmente habilitado. Obs.: Para valores menores que 20 salários míni-
defesa, ao contraditório e ao devido processo legal (Constituição Federal
2. A promessa de pagar uma quantia determinada. Cheque de valor superior a R$100 tem que ser nominal, ou seja, trazer a
identificação do beneficiário. O cheque de valor superior a R$100 emitido
3. A época do pagamento, caso não seja determinada, o vencimento sem identificação do beneficiário será devolvido pelo motivo '48-cheque
será considerado à vista. emitido sem identificação do beneficiário - acima do valor estabelecido'.
4. A indicação do lugar do pagamento, em sua falta será considerado o 3. As pessoas, lojas, empresas são obrigadas a receber cheques?
domicílio do subscritor (emitente).
Não. Apenas as cédulas e as moedas do real têm curso forçado. Veja
5. O nome da pessoa a quem, ou a ordem de quem deve ser paga a também as perguntas e respostas sobre o uso do dinheiro.
promissória.
4. O que é cheque especial?
6. A indicação da data em que, e do lugar onde a promissória é passa-
da, em caso de omissão do lugar será considerado o designado ao lado do O chamado cheque especial é um produto que decorre de uma relação
nome do subscritor. contratual em que é fornecida ao cliente uma linha de crédito para cobrir
cheques que ultrapassem o valor existente na conta. O banco cobra juros
7. A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). por esse empréstimo.
8. Sem rasuras, pois perde o valor a nota promissória. 5. Um cheque apresentado antes do dia nele indicado (pré-datado)
pode ser pago pelo banco?
Nota Promissória_ Decreto n. 57.663, de 24-1-1966, artigo 75 em dian-
te. Sim. O cheque é uma ordem de pagamento à vista, válida para o dia de
sua apresentação ao banco, mesmo que nele esteja indicada uma data
A nota promissória também é conhecida no Brasil como "papagaio", futura. Se houver fundos, o cheque pré-datado é pago; se não houver, é
sendo esta palavra empregada originalmente para promissórias de valor devolvido pelo motivo 11 ou 12.
duvidoso. A provável origem deste apelido está na figura do persona-
gem Zé Carioca da Disney representando a figura do típico malandro Do ponto de vista da operação comercial, divergências devem ser tratadas
carioca. na esfera judicial.
A duplicata mercantil ou simplesmente duplicata é uma espécie 6. Quais os principais motivos para devolução de cheque?
de título de crédito que constitui o instrumento de prova do contrato de
compra e venda. A lei regulamentadora em nossa legislação, é: N° Os motivos de devolução dos cheques podem ser consultados na tabela
5.474/68 - Lei das Duplicatas. disponível em nossa página, seguindo "Sistema Financeiro Nacional >
Informações sobre operações bancárias > Cheques > Motivos de devolu-
O conjunto de duplicatas é chamado de CARTEIRA, ou seja, um con- ção de cheques e documentos".
junto de ativos financeiros, que tem como portador, tanto a pessoa física
como a jurídica. 7. O motivo de devolução deve ser registrado no cheque?
Sim. Ao recusar o pagamento de cheque apresentado para compensação,
a instituição deve registrar, no verso do cheque, em declaração datada, o
1. O que é o cheque? código correspondente ao motivo da devolução. No caso de cheque apre-
sentado ao caixa, o registro deve ser feito com anuência do beneficiário.
O cheque é uma ordem de pagamento à vista e um título de crédito.
8. O banco é obrigado a comunicar ao emitente a devolução de che-
A operação com cheque envolve três agentes:
ques sem fundos?
• o emitente (emissor ou sacador), que é aquele que emite o cheque; Somente nos motivos 12, 13 e 14, que implicam inclusão do seu nome no
Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF).
• o beneficiário, que é a pessoa a favor de quem o cheque é emitido; e
9. O correntista pode impedir o pagamento de um cheque já emitido?
• o sacado, que é o banco onde está depositado o dinheiro do emitente.
Sim. Existem duas formas:
O cheque é uma ordem de pagamento à vista, porque deve ser pago no
momento de sua apresentação ao banco sacado. Contudo, para os che- • oposição ao pagamento ou sustação, que pode ser determinada pelo
ques de valor superior a R$ 5 mil, é prudente que o cliente comunique ao emitente ou pelo portador legitimado, durante o prazo de apresentação;
banco com antecedência, pois a instituição pode postergar saques acima
desse valor para o expediente seguinte. • contra-ordem ou revogação, que é determinada pelo emitente após o
término do prazo de apresentação.
O cheque é também um título de crédito para o beneficiário que o recebe,
porque pode ser protestado ou executado em juízo. Os bancos não podem impedir ou limitar o direito do emitente de sustar o
pagamento de um cheque. No entanto, os bancos podem cobrar tarifa pela
No cheque estão presentes dois tipos de relação jurídica: uma entre o sustação, cujo valor deve constar da tabela de serviços prioritários da
emitente e o banco (baseada na conta bancária); outra entre o emitente e o instituição.)
beneficiário.
No caso de cheque devolvido por sustação, cabe ao banco sacado informar
2. Quais as formas de emissão do cheque? o motivo alegado pelo oponente, sempre que solicitado pelo favorecido
O cheque pode ser emitido de três formas: nominalmente indicado no cheque ou pelo portador, quando se tratar de
cheque cujo valor dispense a indicação do favorecido.
• nominal (ou nominativo) à ordem: só pode ser apresentado ao banco
10. O banco pode fornecer informações sobre o emitente de cheque
pelo beneficiário indicado no cheque, podendo ser transferido por endosso
devolvido?
do beneficiário;
A instituição financeira sacada é obrigada a fornecer, mediante solicitação
• nominal não à ordem: não pode ser transferido pelo beneficiário; e formal do interessado, nome completo e endereços residencial e comercial
do emitente, no caso de cheque devolvido por:
• ao beneficiário, caso esteja indicado no cheque, ou a mandatário legal- Existem dois prazos que devem ser observados:
mente constituído; ou
• prazo de apresentação, que é de 30 dias, a contar da data de emissão,
• ao portador, em se tratando de cheque em relação ao qual a legislação para os cheques emitidos na mesma praça do banco sacado; e de 60 dias
em vigor não exija a identificação do beneficiário e que não contenha a para os cheques emitidos em outra praça; e
referida identificação.
• prazo de prescrição, que é de 6 meses decorridos a partir do término do
11. O que fazer no caso de ter cheque furtado ou roubado? prazo de apresentação.
No caso de furto ou roubo de folha de cheque em branco ou de cheque Mesmo após o prazo de apresentação, o cheque é pago se houver fundos
emitido, o correntista deve, primeiro, registrar ocorrência policial. No ato de na conta. Se não houver, o cheque é devolvido pelo motivo 11 (primeira
sustação, deve ser apresentado, ao banco, o boletim de ocorrência. Assim, apresentação) ou 12 (segunda apresentação), sendo, neste caso, o seu
o cheque, se apresentado, será devolvido pelo motivo 20 (folha roubada e nome incluído no CCF.
sustada) ou 28 (cheque roubado e sustado), conforme o caso, e o banco
Quando apresentado após o prazo de prescrição, o cheque é devolvido
estará proibido de fornecer qualquer informação ao portador.
pelo motivo 44, não podendo ser pago pelo banco, mesmo que a conta
Nesse caso, o correntista fica liberado do pagamento das taxas estabeleci- tenha saldo disponível.
das pelo Conselho Monetário Nacional e, no caso de ter sido incluído
17. O que significa um cheque cruzado?
indevidamente no CCF, da tarifa pelo serviço de exclusão do seu nome do
cadastro. No entanto, o banco pode cobrar tarifa pela sustação do cheque, Significa que o cheque somente pode ser pago mediante crédito em conta.
cujo valor deve constar da tabela de serviços prioritários da instituição.
O cruzamento pode ser geral, quando não indica o nome do banco, ou
A solicitação de sustação pode ser realizada em caráter provisório, median- especial, quando o nome do banco aparece entre os traços de cruzamento.
te qualquer meio de comunicação. A solicitação deve ser confirmada até o
encerramento do expediente ao público do segundo dia útil seguinte ao do O cruzamento não pode ser anulado.
registro da solicitação, excluído o próprio dia da comunicação, sendo, em 18. O banco é obrigado a fornecer talão de cheques a todo correntis-
caso contrário, considerada inexistente pela instituição financeira. ta?
12. Um cheque devolvido pelo motivo 11 (insuficiência de fundos na Não. Os bancos devem estabelecer as condições, que devem constar do
primeira apresentação) pode ser sustado pelo emitente antes da se- contrato de abertura de conta corrente, para o fornecimento de cheques
gunda apresentação? para seus clientes. Essas condições devem ser estabelecidas com base,
Sim. Um cheque já devolvido pelo motivo 11 pode ser sustado pelo emiten- entre outros, em critérios relacionados à suficiência de saldo, restrições
te e devolvido pelo motivo 21. cadastrais, histórico de práticas e ocorrências na utilização de cheques,
estoque de folhas de cheque em poder do correntista, registro no Cadastro
13.Quais as consequências para o correntista que emitir cheque sem de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) e regularidade dos dados e
fundos ou sustar indevidamente o seu pagamento? documentos de identificação do correntista.
A emissão de cheque sem fundo acarretará a inclusão do nome do emiten- 19. Qual a idade mínima para eu receber talão de cheques?
te no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) e nos cadas-
tros de devedores mantidos pelas instituições financeiras e entidades A partir de 16 anos de idade, desde que autorizado pelo responsável que o
comerciais, na segunda apresentação do cheque para pagamento. assistir.
O correntista cujo nome estiver incluído no CCF não poderá receber novo Cheque
talonário de cheque. Além disso, o beneficiário do cheque poderá protestá-
lo e executá-lo.
Um cheque é uma ordem de pagamento à vista expedida contra
A emissão deliberada de cheque sem provisão de fundos é considerada um banco sobre fundos depositados na conta do emitente para pagamento
crime de estelionato. ao beneficiário do cheque.
Quanto à sustação indevida, embora o banco não possa julgar o motivo História
alegado pelo emitente para a sustação de cheque, o beneficiário pode
recorrer à justiça para pagamento da dívida, bem como pode protestar o Na Idade Média, era comum que os senhores depositassem
cheque, que é um título de crédito. seu ouro em um único lugar que tinha instalações de segurança apropria-
das: a oficina do ourives. Com o tempo, estes artesãos começaram a emitir
14. Qual o procedimento do banco quando o cheque apresentar valor papéis que representavam partidas de ouro que guardavam, obrigando-se
numérico diferente do valor por extenso? a trocá-los pelo valor em metal precioso que cada um deles representava.
Em fins da Idade Média, muitos ourives, mais tarde agentes financeiros e
Feita a indicação da quantia em algarismos e por extenso, prevalece o
os primeiros bancos que foram surgindo, começaram a emitir os primeiros
valor escrito por extenso no caso de divergência. Indicada a quantia mais
bilhetes de banco.
de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos, prevalece a indicação
da menor quantia no caso de divergência. No século XIV, com o surgimento da classe burguesa (burguesia) e o
auge do comércio que mobilizou na Europa bens e valores em uma escala
Com relação à indicação do valor correspondente aos centavos, não é
nunca antes imaginada, estes documentos com valores fixos muitas vezes
obrigatória a grafia por extenso, desde que:
eram insuficientes para as necessidades do capitalismo nascente, o que
PROVA SIMULADA V 7. Os bancos comerciais e múltiplos com carteira comercial têm a obri-
gatoriedade de aplicar um percentual dos saldos médios de seus de-
1. O Banco do Brasil durante muitos anos funcionou como autoridade pósitos à vista em empréstimos ao setor primário da economia, consti-
monetária graças à Conta Movimento do Tesouro. Esta conta foi en- tuindo um dos pilares do assim chamado crédito rural. O valor deste
cerrada em: percentual, em vigor em fevereiro de 98, era de:
(A) 1984. (A) 30%
(B) 1985. (B) 25%
(C) 1986. (C) 22%
(D) 1987. (D) 20%
(E) 1988. (E) 15%
2. Dentre os instrumentos clássicos de Política Monetária, assinale 8. Nas operações de leasing financeiro, o arrendatário (cliente) paga ao
aquele que se destaca como o mais ágil, para os objetivos do Banco arrendador (empresa de leasing) contraprestações (aluguéis) durante
Central, de permanente regulagem da oferta monetária e do custo a vigência do contrato, com a opção de compra do bem ao final do
primário do dinheiro. contrato, por um valor nele explicitado, usufruindo, assim, os benefí-
(A) Operações no Mercado Aberto. cios fiscais do leasing. Caso a opção de compra seja exercida (paga)
(B) Depósito Compulsório. antes do final do contrato...
(C) Controle de Crédito. (A) os benefícios se mantêm, e a operação segue normalmente até seu
(D) Empréstimo de Liquidez. final.
(E) Emissão de Moeda. (B) renegocia-se uma nova operação de leasing pelo valor restante a
pagar, mas o cliente perde os benefícios.
3. Sabemos que, para seu funcionamento, os bancos comerciais e os (C) renegocia-se uma nova operação de leasing pelo valor restante a
bancos múltiplos com carteira comercial são obrigados a manter, com pagar, mantendo-se os benefícios.
exclusividade, contas de depósito no Banco Central - BC, por onde (D) a operação se encerra neste momento, os benefícios se mantêm e há
circulam suas reservas bancárias. Tais bancos são debitados (per- um acerto de contas.
dem) em suas reservas quando: (E) a operação passa a se caracterizar como uma operação de compra e
(A) recolhem tributos ao BC em volume menor do que os depósitos venda a prestações, e o cliente perde os benefícios.
efetuados em conta corrente pelos clientes.
(B) recolhem tributos ao BC em volume maior do que os depósitos efetu- 9. Um banco, autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de
ados em conta corrente pelos clientes. câmbio, e que, inicialmente, se mantinha numa posição nivelada, ven-
22. A personalidade civil do homem, começa 31. É garantia real que pode ser transcrita ou averbada no registro de
(A) do nascimento com vida. imóveis,
(B) aos 14 anos. (A) a hipoteca somente.
(C) aos 16 anos. (B) o penhor, somente
(D) aos 21 anos. (C) a caução, somente.
(E) aos 24 anos, quando universitário ou cursando escola de 2° grau. (D) a alienação fiduciária, somente.
(E) a hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária.
23. Os ausentes, para serem considerados absolutamente incapazes de
exercer pessoalmente os atos da vida civil, devem 32. A fiança diferencia-se do aval, por ser uma
(A) encontrar-se em lugar incerto e não sabido. (A) obrigação acessória.
(B) encontrar-se nessa situação por mais de 12 meses. (B) garantia cambial plena.
(C) ser declarados como tais por ato do juiz. (C) garantia cambial autônoma.
(D) ser declarados como tais por autoridade policial da jurisdição de seu (D) garantia cambial a obrigado.
domicílio. (E) garantia cambial a coobrigado.
(E) encontrar-se nessa situação por mais de 24 meses.
33. A sociedade comercial em que a responsabilidade de todos os sócios
24. Quando os estatutos das pessoas jurídicas não o designarem, estas é ilimitada é a
serão representadas, ativa e passivamente nos atos judiciais e extra- (A) em comandita simples.
judiciais, pelos seus (B) anônima.
(A) executivos. (C) em comandita por ações.
(B) diretores. (D) em nome coletivo.
(C) executivos categorizados. (E) de capital e indústria.
(D) administradores comerciais.
(E) gerentes administrativos. 34. "Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da
economia nacional e seu processo do desenvolvimento, constitui polí-
25. Quando os estatutos de uma pessoa jurídica de direito privado não tica do:
elegerem domicilio especial, pelo código civil, será considerado como (A) Conselho Monetário Nacional
sendo o do local onde funcionarem as respectivas (B) Sistema Financeiro Nacional
(A) atividades fins. (C) Banco do Brasil
(B) atividades industriais, se este for seu objeto. (D) Banco do Estado do S. Paulo
(C) atividades mercantis, se este for seu objeto. (E) Banco Central
(D) diretorias e administrações.
(E) atividades de prestação de serviços, se este for seu objeto. 35. Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penali-
dades previstas é competência:
26. Constitui título de crédito, a (A) do Banco do Brasil .
(A) nota fiscal de venda. (B) do Conselho Monetário Nacional.
(B) fatura. (C) do Banco central.
(C) duplicata. (D) da Caixa Econômica Federal
(D) nota fiscal de simples remessa. (E) do Ministério da Fazenda
(E) nota fiscal de serviços.
36. Representam bens e direitos:
27. É ordem de pagamento (A) Contas de Lucros e Perdas
(A) a ação ordinária. (B) Contas do Patrimônio Líquido
(B) a fatura. (C) Contas do Passivo
(C) a nota promissória. (D) Contas do Capital Social
(D) o warrant. (E) Contas do Ativo
(E) a letra de câmbio.
37. As instituições financeiras privadas fazem parte do:
28. Se o aval de um cheque não indicar o avalizado, considera-se como (A) Conselho Monetário Nacional
tal o (B) Sistema Econômico Nacional
(A) emitente. (C) Sistema Financeiro Nacional
(B) sacado. (D) Ministério do Fazenda
(C) endossante ou os endossantes. (E) Sistema de Desenvolvimento Econômico
(D) primeiro endossante.
(E) último endossante. 38. O cheque com a cláusula "ou à sua ordem", denomina-se:
(A) cheque visado
29. A "chave" utilizada para as "ordens de pagamento", constitui medida (B) cheque nominativo
de segurança (C) cheque ao portador
(A) da existência de fundos suficientes. (D) cheque cruzado
(B) na identificação do destinatário. (E) cheque especial
45. A operação por meio da qual um banco obtém um financiamento e o 54 Avalista é a pessoa que:
transfere aos seus clientes denomina-se: (A) deve pagar uma ordem de pagamento
(A) título descontado (B) transfere seus direitos sobre um título
(B) repasse (C) garante o pagamento de um título caso o devedor não o faça
(C) redesconto (D) emite uma promissória
(D) refinanciamento (E) abona um devedor
(E) transferência de financiamento
55 Cheques emitidos pelo próprio banco sacado e vendido aos seus
46. Só pode ser pago a um determinado banco, o cheque: clientes para serem descontados em outras praças ou até mesmo por
(A) cruzado normal outros bancos são:
(B) ao portador (A) cheques vinculados
(C) nominal pessoa física (B) cheques nominativos
(D) nominal pessoa jurídica (C) cheques especiais
(D) cheques com cartão de crédito
47. Constitui documento de natureza comercial e fiscal emitido em opera- (E) cheques de viagem
ções comerciais e obrigado por lei:
(A) a duplicata 56 Cobrança caucionada é a cobrança de títulos:
(B) a fatura (A) por conta dos clientes (duplicatas, recibos, nota promissória)
(C) a nota fiscal (B) recebidos em garantia de empréstimos
(D) o contrato legal (C) descontados pelo banco
(E) o recibo (D) vinculados à operações de empréstimos (sem caução)
(E) garantidos pelo banco
48. Conta movimentada nos empréstimos garantidos equivale a:
(A) empréstimos em conta 57 São títulos emitidos por empresas de capital aberto representativos
(B) adiantamento à depositantes' da dívida dessas empresas:
(C) títulos caucionados (A) ações
(D) títulos descontados (B) warrants