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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Seguros. Convênios de arrecadação/pagamentos (concessionárias


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS de serviços públicos, tributos, INSS e folha de pagamento de clien-
tes).
1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: instituições do Sistema Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis. Cobrança.
Financeiro Nacional – tipos, finalidades e atuação. Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
Banco Central do Brasil e Conselho Monetário Nacional – funções e
atividades. Instituições Financeiras Oficiais Federais – papel e 4. ASPECTOS JURÍDICOS: noções de direito aplicadas às opera-
atuação. ções de crédito:
a) Sujeito e Objeto do Direito;
2. OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO: b) Fato e ato jurídico;
cadastro de pessoas físicas. c) Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos, classifi-
Cadastro de pessoas jurídicas: cação dos contratos; contratos nominados, contratos de compra e
a) tipos e constituição das pessoas; venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos formais e infor-
b) composição societária/acionária; mais.
c) forma de tributação; Instrumentos de formalização das operações de crédito:
d) mandatos e procurações. a) contratos por instrumento público e particular;
Fundamentos do crédito: b) cédulas e notas de crédito.
a) conceito de crédito; Garantias: a) Fidejussórias: fiança e aval;
b) elementos do crédito; b) Reais: hipoteca e penhor;
c) requisitos do crédito. c) Alienação fiduciária de bens móveis.
Riscos da atividade bancária: Títulos de Crédito – nota promissória, duplicata, cheque.
a) de crédito;
b) de mercado;
c) operacional; 1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: instituições
d) sistêmico; do Sistema Financeiro Nacional – tipos, finalidades
e) de liquidez. e atuação. Banco Central do Brasil e Conselho Mo-
Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito: netário Nacional – funções e atividades. Instituições
a) clientes; b) operação. Financeiras Oficiais Federais – papel e atuação.
Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descontos,
financiamentos e adiantamentos). Operações de Crédito Geral:
O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de instituições, órgãos e
a) crédito pessoal e crédito direto ao consumidor; afins que controlam, fiscalizam e fazem as medidas que dizem respeito à
b) desconto de duplicatas, notas promissórias e cheques pré- circulação da moeda e de crédito dentro do país. O Brasil, em sua Constitu-
datados; ição Federal, cita qual o intuito do sistema financeiro nacional: “O Sistema
c) contas garantidas; Financeiro Nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento
d) capital de giro; equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, em todas as
e) cartão de crédito; partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regu-
f) microcrédito urbano. lado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação
Operações de Crédito Especializado: do capital estrangeiro nas instituições que o integram".
a) Crédito Rural: O Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em duas partes dis-
i) conceito, beneficiários, preceitos e funções básicas; tintas: Subsistema de supervisão e subsistema operativo. O de supervisão
ii) finalidades: operações de investimento, custeio e comercializa- se responsabiliza por fazer regras para que se definam parâmetros para
ção; transferência de recursos entre uma parte e outra, além de supervisionar o
iii) Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar funcionamento de instituições que façam atividade de intermediação mone-
(PRONAF): base legal, finalidades, beneficiários, destinação, condi- tária. Já o subsistema operativo torna possível que as regras de transferên-
cia de recursos, definidas pelo subsistema supervisão sejam possíveis.
ções.
B) Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a pres- O subsistema de supervisão é formado por: Conselho Monetário Na-
tação de serviços: conceito, finalidades (investimento fixo e capital cional, Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, Banco
de giro associado), beneficiários. Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Conselho Nacional de
Recursos utilizados na contratação de financiamentos: Seguros Privados, Superintendência de Seguros Privados, Brasil Ressegu-
ros (IRB), Conselho de Gestão da Previdência Complementar e Secretaria
i) Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): base
de Previdência Complementar.
legal, finalidades, regras, administração;
ii) BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de atua- Dos que participam do subsistema de revisão, podemos destacar as
ção; iii) Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finali- principais funções de alguns: O Banco Central (BACEN) é a autoridade que
dades, regras, forma de atuação. supervisiona todas as outras,além de banco emissor de dinheiro e executor
da política monetária. O Conselho Monetário Nacional (CMN) funciona para
Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação.
a criação da política de moeda e do crédito, de acordo com os interesses
nacionais. A Comissão de Valores Mobiliários tem a função de possibilitar a
3. SERVIÇOS BANCÁRIOS E FINANCEIROS: conta corrente: alta movimentação das bolsas de valores e do mercado acionário ( isso
abertura, manutenção, encerramento, pagamento, devolução de inclui promover negócios relacionados à bolsa de valores, proteger investi-
cheques e cadastro de emitentes de cheques sem fundos (CCF). dores e ainda outras medidas).
Depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB).
O outro subsistema, o operativo, é composto por: Instituições Finan-
Fundos de Investimentos. Caderneta de poupança. ceiras Bancarias, Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, Sistema
Títulos de capitalização. de Pagamentos, Instituições Financeiras Não Bancárias, Agentes Especi-
Planos de aposentadoria e de previdência privados. ais, Sistema de Distribuição de TVM.
As partes integrantes do subsistema operativo, citados acima, são
grupo que compreendem instituições que são facilmente achadas em nosso

Conhecimentos Específicos 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dia a dia. As Instituições Financeiras Bancárias, por exemplo, representam I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades
as Caixas Econômicas, Cooperativas de Crédito, Bancos comerciais e da economia nacional e seu processo de desenvolvimento;
Cooperativos. As instituições Financeiras Não Bancárias são, por exemplo,
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor, Companhias Hipotecárias, II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corri-
Agêcias de Desenvolvimento. gindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou exter-
na, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenô-
As autoridade do Sistema Financeiro Nacional também podem ser menos conjunturais;
divididas em dois grupos: Autoridades Monetárias e Autoridades de Apoio.
As autoridades monetárias são as responsáveis por normatizar e executar III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de
as operações de produção de moeda. O Banco Central do Brasil (BACEN) pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em
e o Conselho Monetário Nacional (CMN). moeda estrangeira;

Já as autoridades de apoio são instituições que auxiliam as autori- IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras,
dades monetárias na prática da política monetária. Um exemplo desse tipo quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regi-
de instituição é o Banco do Brasil. Outro tipo de autoridade de apoio são ões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da
instituições que têm poderes de normatização limitada a um setor específi- economia nacional;
co. O exemplo desse tipo de autoridade é a Comissão de Valores Mobiliá- V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
rios. financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de
As Instituições financeiras, termo muito usado para definir algumas mobilização de recursos;
empresas, são definidas como as pessoas jurídicas, públicas ou privadas e VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
que tenham sua função principal ou secundária de guardar, intermediar ou
aplicar os recursos financeiros (tanto dos próprios recursos como recursos VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e
de terceiros), que sejam em moeda de circulação nacional ou de fora do da dívida pública, interna e externa.
país e também a custódia de valor de propriedade de outras pessoas. Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes
Pessoas físicas que façam atividades paralelas às características a- estabelecidas pelo Presidente da República: (Redação dada pela Lei nº
cima descritas também são consideradas instituições financeiras, sendo 6.045, de 15/05/74) (Vetado)
que essa atividade pode ser de maneira permanente ou não. No entanto, I - Autorizar as emissões de papel-moeda (Vetado) as quais ficarão na
exercer essa atividade sem a prévia autorização devida do estado pode prévia dependência de autorização legislativa quando se destinarem ao
acarretar em ações contra essa pessoa. Essa autorização deve ser dada financiamento direto pelo Banco Central da República do Brasil, das opera-
pelo Banco Central e, no caso de serem estrangeiras, a partir de um decre- ções de crédito com o Tesouro Nacional, nos termos do artigo 49 desta
to do presidente da república. Lei.(Vide Lei nº 8.392, de 30.12.91)
As decisões tomadas pelo conselho monetário nacional, logo pelo O Conselho Monetário Nacional pode, ainda autorizar o Banco Central
sistema financeiro nacional tem total ligação com o estado da economia do da República do Brasil a emitir, anualmente, até o limite de 10% (dez por
país. Suas mudanças são determinantes, para o funcionamento do merca- cento) dos meios de pagamentos existentes a 31 de dezembro do ano
do financeiro. A chamada bolsa de valores ( mercado onde as mercadorias anterior, para atender as exigências das atividades produtivas e da circula-
são ações ou outros títulos financeiros) tem empresas, produtos e ações ção da riqueza do País, devendo, porém, solicitar autorização do Poder
que variam de acordo com o que esse sistema faz. Considerando o alto Legislativo, mediante Mensagem do Presidente da República, para as
valor de dinheiro investido nesse mercado, a bolsa de valores é um espelho emissões que, justificadamente, se tornarem necessárias além daquele
das grandes proporções que as decisões tomadas por esse sistema podem limite.
afetar a vida de todas as esferas da sociedade.
Quando necessidades urgentes e imprevistas para o financiamento
dessas atividades o determinarem, pode o Conselho Monetário Nacional
LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964. autorizar as emissões que se fizerem indispensáveis, solicitando imediata-
Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Credití- mente, através de Mensagem do Presidente da República, homologação do
cias, Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências. Poder Legislativo para as emissões assim realizadas:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso II - Estabelecer condições para que o Banco Central da República do
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Brasil emita moeda-papel (Vetado) de curso forçado, nos termos e limites
Capítulo I decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras do meio circulan-
Do Sistema Financeiro Nacional te;

Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela III - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Cen-
presente Lei, será constituído: tral da República do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessida-
des globais de moeda e crédito;
I - do Conselho Monetário Nacional;
IV - Determinar as características gerais (Vetado) das cédulas e das
II - do Banco Central do Brasil; (Redação dada pelo Del nº 278, de moedas;
28/02/67)
V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a
III - do Banco do Brasil S. A.; compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; Saque e em moeda estrangeira; (Redação dada pelo Del nº 581, de
14/05/69)
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas.
VI - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as opera-
Capítulo II ções creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e presta-
Do Conselho Monetário Nacional ções de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras;
Art. 2º Fica extinto o Conselho da atual Superintendência da Moeda e VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de
do Crédito, e criado em substituição, o Conselho Monetário Nacional, com a investimentos do Governo Federal;
finalidade de formular a política da moeda e do crédito como previsto nesta
lei, objetivando o progresso econômico e social do País. VIII - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que
exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem como a aplicação das
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará: penalidades previstas;

Conhecimentos Específicos 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos XX - Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições
comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços financeiras públicas federais a efetuar a subscrição, compra e venda de
bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das sociedades de
República do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos economia mista e empresas do Estado;
que se destinem a promover:
XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores
- recuperação e fertilização do solo; de fundos públicos;
- reflorestamento; XXII - Estatuir normas para as operações das instituições financeiras
públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funcionamento aos
- combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais; objetivos desta lei;
- eletrificação rural; XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado e
- mecanização; reservas livres, o limite além do qual os excedentes dos depósitos das
instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da República do
- irrigação; Brasil ou aplicados de acordo com as normas que o Conselho estabelecer;
- investimento indispensáveis às atividades agropecuárias; XXIV - Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento
X - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as institui- interno no prazo máximo de trinta (30) dias;
ções financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de XXV - Decidir da estrutura técnica e administrativa do Banco Central
empresas; da República do Brasil e fixar seu quadro de pessoal, bem como estabele-
XI - Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, cer os vencimentos e vantagens de seus funcionários, servidores e direto-
mobilizações e outras relações patrimoniais a serem observadas pelas res, cabendo ao Presidente deste apresentar as respectivas propostas;
instituições financeiras; (Vide Lei nº 9.650, 27.5.1998)

XII - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da
observadas pelas instituições financeiras; República do Brasil; (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995)

XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital XXVII - aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do
mínimo das instituições financeiras privadas, levando em conta sua nature- Brasil e decidir sobre seu orçamento e sobre seus sistemas de contabilida-
za, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais; de, bem como sobre a forma e prazo de transferência de seus resultados
para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de
XIV - Determinar recolhimento de até 60% (sessenta por cento) do total Contas da União. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 2.376, de 25.11.1987)
dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja (Vide art 10, inciso III)
na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou
compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as
em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, na mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem nas praças de
forma e condições que o Conselho Monetário Nacional determinar, poden- suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas
do este: (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82) desejem estabelecer - se;

a) adotar percentagens diferentes em função; (Redação dada pelo Del XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos
nº 1.959, de 14/09/82) de empréstimos externos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da Constituição Federal;
- das regiões geo-econômicas; (Redação dada pelo Del nº 1.959, de
14/09/82) XXX - Expedir normas e regulamentação para as designações e
demais efeitos do art. 7º, desta lei. (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995) (Vide
- das prioridades que atribuir às aplicações; (Redação dada pelo Del Lei nº 9.069, de 29.6.1995)
nº 1.959, de 14/09/82)
XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive
- da natureza das instituições financeiras; (Redação dada pelo Del nº swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições.
1.959, de 14/09/82)
XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que te- demais sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil,
nham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros favoreci- inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou coligadas.
dos e outras condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. (Reda- (Redação dada pelo Decrto-lei nº 2.290, de 1986)
ção dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82) (Vide art 10, inciso III)
§ 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercício das atribuições
XV - Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a dedução previstas no inciso VIII deste artigo, poderá determinar que o Banco Central
dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público que lhes detenham o da República do Brasil recuse autorização para o funcionamento de novas
controle acionário, bem como dos das respectivas autarquias e sociedades instituições financeiras, em função de conveniências de ordem geral.
de economia mista, no cálculo a que se refere o inciso anterior;
§ 2º Competirá ao Banco Central da República do Brasil acompanhar
XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o último dia a execução dos orçamentos monetários e relatar a matéria ao Conselho
do mês subsequente, relatório e mapas demonstrativos da aplicação dos Monetário Nacional, apresentando as sugestões que considerar convenien-
recolhimentos compulsórios, (Vetado). tes.
XVII - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as § 3º As emissões de moeda metálica serão feitas sempre contra
operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com quaisquer recolhimento (Vetado) de igual montante em cédulas.
instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária;
§ 4º O Conselho Monetário nacional poderá convidar autoridades,
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio pessoas ou entidades para prestar esclarecimentos considerados necessá-
das operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço rios.
de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal
situação; § 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do art. 49, desta lei, se
o Congresso Nacional negar homologação à emissão extraordinária efetu-
XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central da ada, as autoridades responsáveis serão responsabilizadas nos termos da
República do Brasil em suas transações com títulos públicos e de entidades Lei nº 1059, de 10/04/1950.
de que participe o Estado;

Conhecimentos Específicos 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará ao Congresso 7 - do Banco do Nordeste do Brasil S. A.;
Nacional, até 31 de março de cada ano, relatório da evolução da situação 8 - do Banco de Crédito da Amazônia S. A.;
monetária e creditícia do País no ano anterior, no qual descreverá, minu- 9 - dos Bancos e Caixas Econômicas Estaduais;
dentemente as providências adotadas para cumprimento dos objetivos 10 - dos Bancos Privados;
estabelecidos nesta lei, justificando destacadamente os montantes das 11 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos;
emissões de papel-moeda que tenham sido feitas para atendimento das 12 - das Bolsas de Valores;
atividades produtivas. 13 - do Comércio;
14 - da Indústria;
§ 7º O Banco Nacional da Habitação é o principal instrumento de 15 - da Agropecuária;
execução da política habitacional do Governo Federal e integra o sistema 16 - das Cooperativas que operam em crédito.
financeiro nacional, juntamente com as sociedades de crédito imobiliário, II - de Mercado de Capitais, constituída de representantes:
sob orientação, autorização, coordenação e fiscalização do Conselho 1 - do Ministério da Indústria e do Comércio;
Monetário Nacional e do Banco Central da República do Brasil, quanto à 2 - do Conselho Nacional da Economia.
execução, nos termos desta lei, revogadas as disposições especiais em 3 - do Banco Central da República do Brasil;
contrário. (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995) 4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
Art. 5º As deliberações do Conselho Monetário Nacional entendem-se 5 - dos Bancos Privados;
de responsabilidade de seu Presidente para os efeitos do art. 104, nº I, letra 6 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos;
"b", da Constituição Federal e obrigarão também os órgãos oficiais, inclusi- 7 - das Bolsas de Valores;
ve autarquias e sociedades de economia mista, nas atividades que afetem 8 - das Companhias de Seguros Privados e Capitalização;
o mercado financeiro e o de capitais. 9 - da Caixa de Amortização;
III - de Crédito Rural, constituída de representantes:
Art. 6º O Conselho Monetário Nacional será integrado pelos seguintes 1 - do Ministério da Agricultura;
membros: (Redação dada pela Lei nº 5.362, de 30.11.1967) (Vide Lei nº 2 - da Superintendência da Reforma Agrária;
8.392, de 1991) (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995) 3 - da Superintendência Nacional de Abastecimento;
I - Ministro da Fazenda que será o Presidente; (Redação dada pela Lei 4 - do Banco Central da República do Brasil;
nº 5.362, de 30.11.1967) 5 - da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil S.
A.;
II - Presidente do Banco do Brasil S. A.; (Redação dada pela Lei nº 6 - da Carteira de Colonização de Banco do Brasil S.A.;
5.362, de 30.11.1967) 7 - do Banco Nacional de Crédito Cooperativo;
8 - do Banco do Nordeste do Brasil S.A.;
III - Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
9 - do Banco de Crédito da Amazônia S.A.;
(Redação dada pela Lei nº 5.362, de 30.11.1967)
10 - do Instituto Brasileiro do Café;
IV - Sete (7) membros nomeados pelo Presidente da República, após 11 - do Instituto do Açúcar e do Álcool;
aprovação do Senado Federal, escolhidos entre brasileiros de ilibada 12 - dos Banco privados;
reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, com 13 - da Confederação Rural Brasileira;
mandato de sete (7) anos, podendo ser reconduzidos. (Redação dada pela 14 - das Instituições Financeiras Públicas Estaduais ou Municipais,
Lei nº 5.362, de 30.11.1967) que operem em crédito rural;
15 - das Cooperativas de Crédito Agrícola.
§ 1º O Conselho Monetário Nacional deliberará por maioria de votos, IV - (Vetado)
com a presença, no mínimo, de 6 (seis) membros, cabendo ao Presidente 1 - (Vetado)
também o voto de qualidade. 2 - (Vetado)
§ 2º Poderão participar das reuniões do Conselho Monetário Nacional 3 - (Vetado)
(VETADO) o Ministro da Indústria e do Comércio e o Ministro para Assuntos 4 - (Vetado)
de Planejamento e Economia, cujos pronunciamentos constarão 5 - (Vetado)
obrigatòriamente da ata das reuniões. 6 - (Vetado)
7 - (Vetado)
§ 3º Em suas faltas ou impedimentos, o Ministro da Fazenda será 8 - (Vetado)
substituído, na Presidência do Conselho Monetário Nacional, pelo Ministro 9 - (Vetado)
da Indústria e do Comércio, ou, na falta deste, pelo Ministro para Assuntos 10 - (Vetado)
de Planejamento e Economia. 11 - (Vetado)
§ 4º Exclusivamente motivos relevantes, expostos em representação 12 - (Vetado)
fundamentada do Conselho Monetário Nacional, poderão determinar a 13 - (Vetado)
exoneração de seus membros referidos no inciso IV, deste artigo. 14 - (Vetado)
15 - (Vetado)
§ 5º Vagando-se cargo com mandato o substituto será nomeado com V - de Crédito Industrial, constituída de representantes:
observância do disposto no inciso IV deste artigo, para completar o tempo 1 - do Ministério da Indústria e do Comércio;
do substituído. 2 - do Ministério Extraordinário para os Assuntos de Planejamento e
Economia;
§ 6º Os membros do Conselho Monetário Nacional, a que se refere o
3 - do Banco Central da República do Brasil;
inciso IV deste artigo, devem ser escolhidos levando-se em atenção, o
4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
quanto possível, as diferentes regiões geo-ecônomicas do País.
5 - da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil S.A.;
Art. 7º Junto ao Conselho Monetário Nacional funcionarão as seguin- 6 - dos Banco privados;
tes Comissões Consultivas: (Vide Lei nº 8.392, de 1991) (Vide Lei nº 7 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos;
9.069, de 29.6.1995) 8 - da Indústria.
I - Bancária, constituída de representantes: § 1º A organização e o funcionamento das Comissões Consultivas
1 - do Conselho Nacional de Economia; serão regulados pelo Conselho Monetário Nacional, inclusive prescrevendo
2 - do Banco Central da República do Brasil; normas que:
3 - do Banco do Brasil S.A.;
a) lhes concedam iniciativa própria junto ao MESMO CONSELHO;
4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
5 - do Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais; b) estabeleçam prazos para o obrigatório preenchimento dos cargos
6 - do Banco Nacional de Crédito Cooperativo; nas referidas Comissões;

Conhecimentos Específicos 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) tornem obrigatória a audiência das Comissões Consultivas, pelo VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas; (Renu-
Conselho Monetário Nacional, no trato das matérias atinentes às finalida- merado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
des específicas das referidas Comissões, ressalvado os casos em que se
impuser sigilo. VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei;
(Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
§ 2º Os representantes a que se refere este artigo serão indicados
pelas entidades nele referidas e designados pelo Conselho Monetário VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangei-
Nacional. ra e de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas últimas todas e
quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo Monetá-
§ 3º O Conselho Monetário Nacional, pelo voto de 2/3 (dois terços) de rio Internacional; (Redação dada pelo Del nº 581, de 14/05/69) (Renume-
seus membros, poderá ampliar a competência das Comissões Consultivas, rado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
bem como admitir a participação de representantes de entidades não
mencionadas neste artigo, desde que tenham funções diretamente relacio- IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as
nadas com suas atribuições. penalidades previstas; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)

CAPÍTULO III X - Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que


Do Banco Central da República do Brasil possam: (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)

Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do Crédito é transforma- a) funcionar no País;


da em autarquia federal, tendo sede e foro na Capital da República, sob a b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no
denominação de Banco Central da República do Brasil, com personalidade exterior;
jurídica e patrimônio próprios este constituído dos bens, direitos e valores
que lhe são transferidos na forma desta Lei e ainda da apropriação dos c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;
juros e rendas resultantes, na data da vigência desta lei, do disposto no art. d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de
9º do Decreto-Lei número 8495, de 28/12/1945, dispositivo que ora é ex- títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações Debêntures,
pressamente revogado. letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários;
Parágrafo único. Os resultados obtidos pelo Banco Central do Brasil, e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;
consideradas as receitas e despesas de todas as suas operações, serão, a
partir de 1º de janeiro de 1988, apurados pelo regime de competência e f) alterar seus estatutos.
transferidos para o Tesouro Nacional, após compensados eventuais prejuí-
g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acio-
zos de exercícios anteriores. (Redação dada pelo Del nº 2.376, de
nário. (Incluído pelo Del nº 2.321, de 25/02/87)
25/11/87)
XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quais-
Art. 9º Compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e
quer cargos de administração de instituições financeiras privadas, assim
fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor
como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais
e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional.
e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho
Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Monetário Nacional; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
Brasil:
XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de
I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites compra e venda de títulos públicos federais; (Renumerado pela Lei nº
autorizados pelo Conselho Monetário Nacional (Vetado)). 7.730, de 31/01/89)
II - Executar os serviços do meio-circulante; XIII - Determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem
os cadastros das firmas que operam com suas agências há mais de um
III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos ano. (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis
das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras ou § 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso IX deste
Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública artigo, com base nas normas estabelecidas pelo Conselho Monetário
Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos Nacional, o Banco Central da República do Brasil, estudará os pedidos que
entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e condições por ele determi- lhe sejam formulados e resolverá conceder ou recusar a autorização pleite-
nadas, podendo: (Incluído pela Lei nº 7.730, de 31.1.1989) ada, podendo (Vetado) incluir as cláusulas que reputar convenientes ao
interesse público.
a) adotar percentagens diferentes em função: (Incluído pela Lei nº
7.730, de 31.1.1989) § 2º Observado o disposto no parágrafo anterior, as instituições finan-
ceiras estrangeiras dependem de autorização do Poder Executivo, median-
1. das regiões geoeconômicas; (Incluído pela Lei nº 7.730, de te decreto, para que possam funcionar no País (Vetado)
31.1.1989)
Art. 11. Compete ainda ao Banco Central da República do Brasil;
2. das prioridades que atribuir às aplicações; (Incluído pela Lei nº
7.730, de 31.1.1989) I - Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições
financeiras estrangeiras e internacionais;
3. da natureza das instituições financeiras; (Incluído pela Lei nº
7.730, de 31.1.1989) II - Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de
empréstimos internos ou externos, podendo, também, encarregar-se dos
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que te- respectivos serviços;
nham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros favoreci-
dos e outras condições por ele fixadas. (Incluído pela Lei nº 7.730, de III - Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial,
31.1.1989) da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de
pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender ouro e moeda
IV - receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso anterior e, estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive
ainda, os depósitos voluntários à vista das instituições financeiras, nos as referentes aos Direitos Especiais de Saque, e separar os mercados de
termos do inciso III e § 2° do art. 19. (Redação dada pela Lei nº 7.730, câmbio financeiro e comercial; (Redação dada pelo Del nº 581, de
de 31/01/89) 14/05/69)
V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições IV - Efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia
financeiras bancárias e as referidas no Art. 4º, inciso XIV, letra " b ", e no § mista e empresas do Estado;
4º do Art. 49 desta lei; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)

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V - Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condi- SEÇÃO I
ções estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; Da caracterização e subordinação
VI - Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da
outros papéis; legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham
como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação
VII - Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou
capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram nesses estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.
mercados e em relação às modalidades ou processos operacionais que
utilizem; Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor,
equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam
VIII - Prover, sob controle do Conselho Monetário Nacional, os servi- qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou
ços de sua Secretaria. eventual.
§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso VIII do artigo Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no
10 desta lei, o Banco Central do Brasil poderá examinar os livros e docu- País mediante prévia autorização do Banco Central da República do
mentos das pessoas naturais ou jurídicas que detenham o controle acioná- Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.
rio de instituição financeira, ficando essas pessoas sujeitas ao disposto no
artigo 44, § 8º, desta lei. (Incluído pelo Del nº 2.321, de 25/02/87) § 1º Além dos estabelecimentos bancários oficiais ou privados, das
sociedades de crédito, financiamento e investimentos, das caixas econômi-
§ 2º O Banco Central da República do Brasil instalará delegacias, com cas e das cooperativas de crédito ou a seção de crédito das cooperativas
autorização do Conselho Monetário Nacional, nas diferentes regiões geo- que a tenham, também se subordinam às disposições e disciplina desta lei
econômicas do País, tendo em vista a descentralização administrativa para no que for aplicável, as bolsas de valores, companhias de seguros e de
distribuição e recolhimento da moeda e o cumprimento das decisões ado- capitalização, as sociedades que efetuam distribuição de prêmios em
tadas pelo mesmo Conselho ou prescritas em lei. (Renumerado pelo Del nº imóveis, mercadorias ou dinheiro, mediante sorteio de títulos de sua emis-
2.321, de 25/02/87) são ou por qualquer forma, e as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam,
Art. 12. O Banco Central da República do Brasil operará exclusivamen- por conta própria ou de terceiros, atividade relacionada com a compra e
te com instituições financeiras públicas e privadas, vedadas operações venda de ações e outros quaisquer títulos, realizando nos mercados finan-
bancárias de qualquer natureza com outras pessoas de direito público ou ceiros e de capitais operações ou serviços de natureza dos executados
privado, salvo as expressamente autorizadas por lei. pelas instituições financeiras.
Art. 13. Os encargos e serviços de competência do Banco Central, § 2º O Banco Central da Republica do Brasil, no exercício da fiscaliza-
quando por ele não executados diretamente, serão contratados de prefe- ção que lhe compete, regulará as condições de concorrência entre institui-
rência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos especialmente autori- ções financeiras, coibindo-lhes os abusos com a aplicação da pena (Veta-
zados pelo Conselho Monetário Nacional. (Redação dada pelo Del nº 278, do) nos termos desta lei.
de 28/02/67) § 3º Dependerão de prévia autorização do Banco Central da República
Art. 14. O Banco Central do Brasil será administrado por uma Diretoria do Brasil as campanhas destinadas à coleta de recursos do público, prati-
de cinco (5) membros, um dos quais será o Presidente, escolhidos pelo cadas por pessoas físicas ou jurídicas abrangidas neste artigo, salvo para
Conselho Monetário Nacional dentre seus membros mencionados no inciso subscrição pública de ações, nos termos da lei das sociedades por ações.
IV do art. 6º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 5.362, de 30.11.1967) SEÇÃO II
(Vide Decreto nº 91.961, de 19.11.1985) DO BANCO DO BRASIL S. A.
§ 1º O Presidente do Banco Central da República do Brasil será subs- Art. 19. Ao Banco do Brasil S. A. competirá precipuamente, sob a
tituído pelo Diretor que o Conselho Monetário Nacional designar. supervisão do Conselho Monetário Nacional e como instrumento de execu-
§ 2º O término do mandato, a renúncia ou a perda da qualidade Mem- ção da política creditícia e financeira do Governo Federal:
bro do Conselho Monetário Nacional determinam, igualmente, a perda da I - na qualidade de Agente, Financeiro do Tesouro Nacional, sem
função de Diretor do Banco Central da República do Brasil. prejuízo de outras funções que lhe venham a ser atribuídas e ressalvado o
Art. 15. O regimento interno do Banco Central da República do Brasil, disposto no art. 8º, da Lei nº 1628, de 20 de junho de 1952:
a que se refere o inciso XXVII, do art. 4º, desta lei, prescreverá as atribui- a) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenien-
ções do Presidente e dos Diretores e especificará os casos que depende- tes da arrecadação de tributos ou rendas federais e ainda o produto das
rão de deliberação da Diretoria, a qual será tomada por maioria de votos, operações de que trata o art. 49, desta lei;
presentes no mínimo o Presidente ou seu substituto eventual e dois outros
Diretores, cabendo ao Presidente também o voto de qualidade. b) realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do
Orçamento Geral da União e leis complementares, de acordo com as
Parágrafo único. A Diretoria se reunirá, ordinariamente, uma vez por autorizações que lhe forem transmitidas pelo Ministério da Fazenda, as
semana, e, extraordinariamente, sempre que necessário, por convocação quais não poderão exceder o montante global dos recursos a que se refere
do Presidente ou a requerimento de, pelo menos, dois de seus membros. a letra anterior, vedada a concessão, pelo Banco, de créditos de qualquer
Art. 16. Constituem receita do Banco Central do Brasil as rendas: natureza ao Tesouro Nacional;
(Redação dada pelo Del nº 2.376, de 25/11/87) c) conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa auto-
I - de operações financeiras e de outras aplicações de seus recursos; rização legal;
(Redação dada pelo Del nº 2.376, de 25/11/87) d) adquirir e financiar estoques de produção exportável;
II - das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e de quais- e) executar a política de preços mínimos dos produtos agropastoris;
quer outras operações em moeda estrangeira; (Redação dada pelo Del nº
2.376, de 25/11/87) f) ser agente pagador e recebedor fora do País;
III - eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros de mora g) executar o serviço da dívida pública consolidada;
aplicados por força do disposto na legislação em vigor. (Redação dada pelo
Del nº 2.376, de 25/11/87) II - como principal executor dos serviços bancários de interesse do
Governo Federal, inclusive suas autarquias, receber em depósito, com
CAPÍTULO IV exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades federais, com-
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS preendendo as repartições de todos os ministérios civis e militares, institui-
ções de previdência e outras autarquias, comissões, departamentos, enti-

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dades em regime especial de administração e quaisquer pessoas físicas ou § 3º (Vetado)
jurídicas responsáveis por adiantamentos, ressalvados o disposto no § 5º
deste artigo, as exceções previstas em lei ou casos especiais, expressa- § 4º (Vetado)
mente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional, por proposta do SEÇÃO III
Banco Central da República do Brasil; DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PÚBLICAS
III - arrecadar os depósitos voluntários, à vista, das instituições de que Art. 22. As instituições financeiras públicas são órgãos auxiliares da
trata o inciso III, do art. 10, desta lei, escriturando as respectivas contas; execução da política de crédito do Governo Federal.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 2.284, de 1986)
§ 1º O Conselho Monetário Nacional regulará as atividades, capacida-
IV - executar os serviços de compensação de cheques e outros pa- de e modalidade operacionais das instituições financeiras públicas federais,
péis; que deverão submeter à aprovação daquele órgão, com a prioridade por
V - receber, com exclusividade, os depósitos de que tratam os artigos ele prescrita, seus programas de recursos e aplicações, de forma que se
38, item 3º, do Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de 1940, e 1º do ajustem à política de crédito do Governo Federal.
Decreto-lei nº 5.956, de 01/11/43, ressalvado o disposto no art. 27, desta § 2º A escolha dos Diretores ou Administradores das instituições
lei; financeiras públicas federais e a nomeação dos respectivos Presidentes e
VI - realizar, por conta própria, operações de compra e venda de designação dos substitutos observarão o disposto no art. 21, parágrafos 1º
moeda estrangeira e, por conta do Banco Central da República do Brasil, e 2º, desta lei.
nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; § 3º A atuação das instituições financeiras públicas será coordenada
VII - realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de inte- nos termos do art. 4º desta lei.
resse do Banco Central da República do Brasil, mediante contratação na Art. 23. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico é o princi-
forma do art. 13, desta lei; pal instrumento de execução de política de investimentos do Governo
VIII - dar execução à política de comércio exterior (Vetado). Federal, nos termos das Leis números 1628, de 20/06/1952 e 2973, de
26/11/1956.
IX - financiar a aquisição e instalação da pequena e média proprieda-
de rural, nos termos da legislação que regular a matéria; Art. 24. As instituições financeiras públicas não federais ficam sujeitas
às disposições relativas às instituições financeiras privadas, assegurada a
X - financiar as atividades industriais e rurais, estas com o favoreci- forma de constituição das existentes na data da publicação desta lei.
mento referido no art. 4º, inciso IX, e art. 53, desta lei;
Parágrafo único. As Caixas Econômicas Estaduais equiparam-se, no
XI - difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comerciais que couber, às Caixas Econômicas Federais, para os efeitos da legislação
suplementando a ação da rede bancária; em vigor, estando isentas do recolhimento a que se refere o art. 4º, inciso
XIV, e à taxa de fiscalização, mencionada no art. 16, desta lei.
a) no financiamento das atividades econômicas, atendendo às neces-
sidades creditícias das diferentes regiões do País; SEÇÃO IV
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS
b) no financiamento das exportações e importações. (Vide Lei nº 8.490
de 19.11.1992) Art. 25. As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de
crédito, constituir-se-ão unicamente sob a forma de sociedade anônima,
§ 1º - O Conselho Monetário Nacional assegurará recursos específicos devendo a totalidade de seu capital com direito a voto ser representada por
que possibilitem ao Banco do Brasil S. A., sob adequada remuneração, o ações nominativas. (Redação dada pela Lei nº 5.710, de 07/10/71)
atendimento dos encargos previstos nesta lei.
§ 1º Observadas as normas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional
§ 2º - Do montante global dos depósitos arrecadados, na forma do as instituições a que se refere este artigo poderão emitir até o limite de 50%
inciso III deste artigo o Banco do Brasil S. A. Colocará à disposição do de seu capital social em ações preferenciais, nas formas nominativas, e ao
Banco Central da República do Brasil, observadas as normas que forem portador, sem direito a voto, às quais não se aplicará o disposto no pará-
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, a parcela que exceder as grafo único do art. 81 do Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de 1940.
necessidades normais de movimentação das contas respectivas, em fun- (Incluído pela Lei nº 5.710, de 07/10/71)
ção dos serviços aludidos no inciso IV deste artigo.
§ 2º A emissão de ações preferenciais ao portador, que poderá ser
§ 3º - Os encargos referidos no inciso I, deste artigo, serão objeto de feita em virtude de aumento de capital, conversão de ações ordinárias ou
contratação entre o Banco do Brasil S. A. e a União Federal, esta represen- de ações preferenciais nominativas, ficará sujeita a alterações prévias dos
tada pelo Ministro da Fazenda. estatutos das sociedades, a fim de que sejam neles incluídas as declara-
§ 4º - O Banco do Brasil S. A. prestará ao Banco Central da República ções sobre: (Incluído pela Lei nº 5.710, de 07/10/71)
do Brasil todas as informações por este julgadas necessárias para a exata I - as vantagens, preferenciais e restrições atribuídas a cada classe de
execução desta lei. ações preferenciais, de acordo com o Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setem-
§ 5º - Os depósitos de que trata o inciso II deste artigo, também pode- bro de 1940; (Incluído pela Lei nº 5.710, de 07/10/71)
rão ser feitos nas Caixas econômicas Federais, nos limites e condições II - as formas e prazos em que poderá ser autorizada a conversão das
fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. ações, vedada a conversão das ações preferenciais em outro tipo de ações
Art. 20. O Banco do Brasil S. A. e o Banco Central da República do com direito a voto. (Incluído pela Lei nº 5.710, de 07/10/71)
Brasil elaborarão, em conjunto, o programa global de aplicações e recursos § 3º Os títulos e cautelas representativas das ações preferenciais,
do primeiro, para fins de inclusão nos orçamentos monetários de que trata emitidos nos termos dos parágrafos anteriores, deverão conter expressa-
o inciso III, do artigo 4º desta lei. mente as restrições ali especificadas. (Incluído pela Lei nº 5.710, de
Art. 21. O Presidente e os Diretores do Banco do Brasil S. A. deverão 07/10/71)
ser pessoas de reputação ilibada e notória capacidade. Art. 26. O capital inicial das instituições financeiras públicas e privadas
§ 1º A nomeação do Presidente do Banco do Brasil S. A. será feita será sempre realizado em moeda corrente.
pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal. Art. 27. Na subscrição do capital inicial e na de seus aumentos em
§ 2º As substituições eventuais do Presidente do Banco do Brasil S. A. moeda corrente, será exigida no ato a realização de, pelo menos 50%
não poderão exceder o prazo de 30 (trinta) dias consecutivos, sem que o (cinquenta por cento) do montante subscrito.
Presidente da República submeta ao Senado Federal o nome do substituto.

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§ 1º As quantias recebidas dos subscritores de ações serão recolhidas V - Às pessoas jurídicas de cujo capital participem com mais de 10%
no prazo de 5 (cinco) dias, contados do recebimento, ao Banco Central da (dez por cento), quaisquer dos diretores ou administradores da própria
República do Brasil, permanecendo indisponíveis até a solução do respec- instituição financeira, bem como seus cônjuges e respectivos parentes, até
tivo processo. o 2º grau.
§ 2º O remanescente do capital subscrito, inicial ou aumentado, em § 1º A infração ao disposto no inciso I, deste artigo, constitui crime e
moeda corrente, deverá ser integralizado dentro de um ano da data da sujeitará os responsáveis pela transgressão à pena de reclusão de um a
solução do respectivo processo. quatro anos, aplicando-se, no que couber, o Código Penal e o Código de
Processo Penal. (Vide Lei 7.492, de 16.7.1986)
Art. 28. Os aumentos de capital que não forem realizados em moeda
corrente, poderão decorrer da incorporação de reservas, segundo normas § 2º O disposto no inciso IV deste artigo não se aplica às instituições
expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, e da reavaliação da parcela financeiras públicas.
dos bens do ativo imobilizado, representado por imóveis de uso e instala-
ções, aplicados no caso, como limite máximo, os índices fixados pelo Art. 35. É vedado ainda às instituições financeiras:
Conselho Nacional de Economia. I - Emitir debêntures e partes beneficiárias;
Art. 29. As instituições financeiras privadas deverão aplicar, de prefe- II - Adquirir bens imóveis não destinados ao próprio uso, salvo os
rência, não menos de 50% (cinquenta por cento) dos depósitos do público recebidos em liquidação de empréstimos de difícil ou duvidosa solução,
que recolherem, na respectiva Unidade Federada ou Território. caso em que deverão vendê-los dentro do prazo de um (1) ano, a contar do
§ 1º O Conselho Monetário Nacional poderá, em casos especiais, recebimento, prorrogável até duas vezes, a critério do Banco Central da
admitir que o percentual referido neste artigo seja aplicado em cada Estado República do Brasil.
e Território isoladamente ou por grupos de Estados e Territórios componen- Parágrafo único. As instituições financeiras que não recebem depósi-
tes da mesma região geoeconômica. tos do público poderão emitir debêntures, desde que previamente autoriza-
Art. 30. As instituições financeiras de direito privado, exceto as de das pelo Banco Central do Brasil, em cada caso. (Redação dada pelo
investimento, só poderão participar de capital de quaisquer sociedades com Decreto-lei nº 2.290, de 1986)
prévia autorização do Banco Central da República do Brasil, solicitada Art. 36. As instituições financeiras não poderão manter aplicações em
justificadamente e concedida expressamente, ressalvados os casos de imóveis de uso próprio, que, somadas ao seu ativo em instalações, exce-
garantia de subscrição, nas condições que forem estabelecidas, em caráter dam o valor de seu capital realizado e reservas livres.
geral, pelo Conselho Monetário Nacional.
Art. 37. As instituições financeiras, entidades e pessoas referidas nos
Parágrafo único (Vetado) artigos 17 e 18 desta lei, bem como os corretores de fundos públicos,
Art. 31. As instituições financeiras levantarão balanços gerais a 30 de ficam, obrigados a fornecer ao Banco Central da República do Brasil, na
junho e 31 de dezembro de cada ano, obrigatoriamente, com observância forma por ele determinada, os dados ou informes julgados necessários para
das regras contábeis estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. o fiel desempenho de suas atribuições.

Art. 32. As instituições financeiras públicas deverão comunicar ao Art. 39. Aplicam-se às instituições financeiras estrangeiras, em funcio-
Banco Central da República do Brasil a nomeação ou a eleição de diretores namento ou que venham a se instalar no País, as disposições da presente
e membros de órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, no prazo de 15 lei, sem prejuízo das que se contém na legislação vigente.
dias da data de sua ocorrência. CAPÍTULO V
Art. 33. As instituições financeiras privadas deverão comunicar ao DAS PENALIDADES
Banco Central da República do Brasil os atos relativos à eleição de direto- Art. 42. O art. 2º, da Lei nº 1808, de 07 de janeiro de 1953, terá a
res e membros de órgão consultivos, fiscais e semelhantes, no prazo de 15 seguinte redação:
dias de sua ocorrência, de acordo com o estabelecido no art. 10, inciso X,
desta lei. "Art. 2º Os diretores e gerentes das instituições financeiras respondem
solidariamente pelas obrigações assumidas pelas mesmas durante sua
§ 1º O Banco Central da República do Brasil, no prazo máximo de 60 gestão, até que elas se cumpram.
(sessenta) dias, decidirá aceitar ou recusar o nome do eleito, que não
atender às condições a que se refere o artigo 10, inciso X, desta lei. Parágrafo único. Havendo prejuízos, a responsabilidade solidária se
circunscreverá ao respectivo montante." (Vide Lei nº 6.024, de 1974)
§ 2º A posse do eleito dependerá da aceitação a que se refere o
parágrafo anterior. Art. 43. O responsável ela instituição financeira que autorizar a con-
cessão de empréstimo ou adiantamento vedado nesta lei, se o fato não
§ 3º Oferecida integralmente a documentação prevista nas normas constituir crime, ficará sujeito, sem prejuízo das sanções administrativas ou
referidas no art. 10, inciso X, desta lei, e decorrido, sem manifestação do civis cabíveis, à multa igual ao dobro do valor do empréstimo ou adianta-
Banco Central da República do Brasil, o prazo mencionado no § 1º deste mento concedido, cujo processamento obedecerá, no que couber, ao
artigo, entender-se-á não ter havido recusa a posse. disposto no art. 44, desta lei.
Art. 34. É vedado às instituições financeiras conceder empréstimos ou Art. 44. As infrações aos dispositivos desta lei sujeitam as instituições
adiantamentos: financeiras, seus diretores, membros de conselhos administrativos, fiscais e
I - A seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou adminis- semelhantes, e gerentes, às seguintes penalidades, sem prejuízo de outras
trativo, fiscais e semelhantes, bem como aos respectivos cônjuges; estabelecidas na legislação vigente:

II - Aos parentes, até o 2º grau, das pessoas a que se refere o inciso I - Advertência.
anterior; II - Multa pecuniária variável.
III - As pessoas físicas ou jurídicas que participem de seu capital, com III - Suspensão do exercício de cargos.
mais de 10% (dez por cento), salvo autorização específica do Banco Cen-
tral da República do Brasil, em cada caso, quando se tratar de operações IV - Inabilitação temporária ou permanente para o exercício de cargos
lastreadas por efeitos comerciais resultantes de transações de compra e de direção na administração ou gerência em instituições financeiras.
venda ou penhor de mercadorias, em limites que forem fixados pelo Conse- V - Cassação da autorização de funcionamento das instituições finan-
lho Monetário Nacional, em caráter geral; ceiras públicas, exceto as federais, ou privadas.
IV - As pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais de 10% VI - Detenção, nos termos do § 7º, deste artigo.
(dez por cento);

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VII - Reclusão, nos termos dos artigos 34 e 38, desta lei. das pela Caixa de Amortização para o Conselho Monetário Nacional, e
(VETADO) para o Banco Central da República do Brasil.
§ 1ºA pena de advertência será aplicada pela inobservância das
disposições constantes da legislação em vigor, ressalvadas as sanções Art. 47. Será transferida à responsabilidade do Tesouro Nacional,
nela previstas, sendo cabível também nos casos de fornecimento de infor- mediante encampação, sendo definitivamente incorporado ao meio circu-
mações inexatas, de escrituração mantida em atraso ou processada em lante o montante das emissões feitas por solicitação da Carteira de Redes-
desacordo com as normas expedidas de conformidade com o art. 4º, inciso contos do Banco do Brasil S.A. e da Caixa de Mobilização Bancária.
XII, desta lei.
§ 1º O valor correspondente à encampação será destinado à liquida-
§ 2º As multas serão aplicadas até 200 (duzentas) vezes o maior ção das responsabilidades financeiras do Tesouro Nacional no Banco do
salário-mínimo vigente no País, sempre que as instituições financeiras, por Brasil S. A., inclusive as decorrentes de operações de câmbio concluídas
negligência ou dolo: até a data da vigência desta lei, mediante aprovação especificado Poder
Legislativo, ao qual será submetida a lista completa dos débitos assim
a) advertidas por irregularidades que tenham sido praticadas, deixa- amortizados.
rem de saná-las no prazo que lhes for assinalado pelo Banco Central da
República do Brasil; § 2º Para a liquidação do saldo remanescente das responsabilidades
do Tesouro Nacional, após a encampação das emissões atuais por solicita-
b) infringirem as disposições desta lei relativas ao capital, fundos de ção da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil S.A. e da Caixa de
reserva, encaixe, recolhimentos compulsórios, taxa de fiscalização, serviços Mobilização Bancária, o Poder Executivo submeterá ao Poder Legislativo
e operações, não atendimento ao disposto nos arts. 27 e 33, inclusive as proposta específica, indicando os recursos e os meios necessários a esse
vedadas nos arts. 34 (incisos II a V), 35 a 40 desta lei, e abusos de concor- fim.
rência (art. 18, § 2º);
Art. 48. Concluídos os acertos financeiros previstos no artigo anterior,
c) opuserem embaraço à fiscalização do Banco Central da República a responsabilidade da moeda em circulação passará a ser do Banco Cen-
do Brasil. tral da República do Brasil.
§ 3º As multas cominadas neste artigo serão pagas mediante recolhi- Art. 49. As operações de crédito da União, por antecipação de receita
mento ao Banco Central da República do Brasil, dentro do prazo de 15 orçamentaria ou a qualquer outro título, dentro dos limites legalmente
(quinze) dias, contados do recebimento da respectiva notificação, ressalva- autorizados, somente serão realizadas mediante colocação de obrigações,
do o disposto no § 5º deste artigo e serão cobradas judicialmente, com o apólices ou letras do Tesouro Nacional.
acréscimo da mora de 1% (um por cento) ao mês, contada da data da
aplicação da multa, quando não forem liquidadas naquele prazo; § 1º A lei de orçamento, nos termos do artigo 73, § 1º inciso II, da
Constituição Federal, determinará quando for o caso, a parcela do déficit
§ 4º As penas referidas nos incisos III e IV, deste artigo, serão aplica- que poderá ser coberta pela venda de títulos do Tesouro Nacional direta-
das quando forem verificadas infrações graves na condução dos interesses mente ao Banco Central da República do Brasil.
da instituição financeira ou quando dá reincidência específica, devidamente
caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa. § 2º O Banco Central da República do Brasil mediante autorização do
Conselho Monetário Nacional baseada na lei orçamentaria do exercício,
§ 5º As penas referidas nos incisos II, III e IV deste artigo serão apli- poderá adquirir diretamente letras do Tesouro Nacional, com emissão de
cadas pelo Banco Central da República do Brasil admitido recurso, com papel-moeda.
efeito suspensivo, ao Conselho Monetário Nacional, interposto dentro de 15
dias, contados do recebimento da notificação. § 3º O Conselho Monetário Nacional decidirá, a seu exclusivo critério,
a política de sustentação em bolsa da cotação dos títulos de emissão do
§ 6º É vedada qualquer participação em multas, as quais serão reco- Tesouro Nacional.
lhidas integralmente ao Banco Central da República do Brasil.
§ 4º No caso de despesas urgentes e inadiáveis do Governo Federal,
§ 7º Quaisquer pessoas físicas ou jurídicas que atuem como institui- a serem atendidas mediante créditos suplementares ou especiais, autoriza-
ção financeira, sem estar devidamente autorizadas pelo Banco Central da dos após a lei do orçamento, o Congresso Nacional determinará, especifi-
Republica do Brasil, ficam sujeitas à multa referida neste artigo e detenção camente, os recursos a serem utilizados na cobertura de tais despesas,
de 1 a 2 anos, ficando a esta sujeitos, quando pessoa jurídica, seus direto- estabelecendo, quando a situação do Tesouro Nacional for deficitária, a
res e administradores. discriminação prevista neste artigo.
§ 8º No exercício da fiscalização prevista no art. 10, inciso VIII, desta § 5º Na ocorrência das hipóteses citadas no parágrafo único, do artigo
lei, o Banco Central da República do Brasil poderá exigir das instituições 75, da Constituição Federal, o Presidente da República poderá determinar
financeiras ou das pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as referidas no que o Conselho Monetário Nacional, através do Banco Central da Repúbli-
parágrafo anterior, a exibição a funcionários seus, expressamente creden- ca do Brasil, faça a aquisição de letras do Tesouro Nacional com a emissão
ciados, de documentos, papéis e livros de escrituração, considerando-se a de papel-moeda até o montante do crédito extraordinário que tiver sido
negativa de atendimento como embaraço á fiscalização sujeito á pena de decretado.
multa, prevista no § 2º deste artigo, sem prejuízo de outras medidas e
sanções cabíveis. § 6º O Presidente da República fará acompanhar a determinação ao
Conselho Monetário Nacional, mencionada no parágrafo anterior, de cópia
§ 9º A pena de cassação, referida no inciso V, deste artigo, será da mensagem que deverá dirigir ao Congresso Nacional, indicando os
aplicada pelo Conselho Monetário Nacional, por proposta do Banco Central motivos que tornaram indispensável a emissão e solicitando a sua homolo-
da República do Brasil, nos casos de reincidência específica de infrações gação.
anteriormente punidas com as penas previstas nos incisos III e IV deste
artigo. § 7º As letras do Tesouro Nacional, colocadas por antecipação de
receita, não poderão ter vencimentos posteriores a 120 (cento e vinte) dias
Art. 45. As instituições financeiras públicas não federais e as privadas do encerramento do exercício respectivo.
estão sujeitas, nos termos da legislação vigente, à intervenção efetuada
pelo Banco Central da República do Brasil ou à liquidação extrajudicial. § 8º Até 15 de março do ano seguinte, o Poder Executivo enviará
mensagem ao Poder Legislativo, propondo a forma de liquidação das letras
Parágrafo único. A partir da vigência desta lei, as instituições de que do Tesouro Nacional emitidas no exercício anterior e não resgatadas.
trata este artigo não poderão impetrar concordata.
§ 9º É vedada a aquisição dos títulos mencionados neste artigo pelo
CAPÍTULO VI Banco do Brasil S.A. e pelas instituições bancárias de que a União detenha
DISPOSIÇÕES GERAIS a maioria das ações. (Vide Decreto-lei nº 1.079, de 1970)
Art. 46. Ficam transferidas as atribuições legais e regulamentares do
Ministério da Fazenda relativamente ao meio circulante inclusive as exerci-

Conhecimentos Específicos 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 50. O Conselho Monetário Nacional, o Banco Central da República que estabelecerá a coordenação das instituições existentes ou que venham
do Brasil, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, o Banco do a ser cridas, com o objetivo de garantir sua melhor utilização e da rede
Brasil S.A., O Banco do Nordeste do Brasil S.A. e o Banco de Crédito da bancária privada na difusão do crédito rural, inclusive com redução de seu
Amazônia S. A. gozarão dos favores, isenções e privilégios, inclusive custo.
fiscais, que são próprios da Fazenda Nacional, ressalvado quanto aos três,
últimos, o regime especial de tributação do Imposto de Renda a que estão Art. 55. Ficam transferidas ao Banco Central da República do Brasil as
sujeitos, na forma da legislação em vigor. atribuições cometidas por lei ao Ministério da Agricultura, no que concerne
à autorização de funcionamento e fiscalização de cooperativas de crédito
Parágrafo único. São mantidos os favores, isenções e privilégios de de qualquer tipo, bem assim da seção de crédito das cooperativas que a
que atualmente gozam as instituições financeiras. tenham.
Art. 51. Ficam abolidas, após 3 (três) meses da data da vigência desta Art. 56. Ficam extintas a Carteira de Redescontos do Banco do Brasil
Lei, as exigências de "visto" em "pedidos de licença" para efeitos de expor- S. A. e a Caixa de Mobilização Bancária, incorporando-se seus bens direi-
tação, excetuadas as referentes a armas, munições, entorpecentes, materi- tos e obrigações ao Banco Central da República do Brasil.
ais estratégicos, objetos e obras de valor artístico, cultural ou histórico.
(Vide Lei nº 5.025, de 1966) Parágrafo único. As atribuições e prerrogativas legais da Caixa de
Mobilização Bancária passam a ser exercidas pelo Banco Central da Repú-
Parágrafo único. Quando o interesse nacional exigir, o Conselho blica do Brasil, sem solução de continuidade.
Monetário Nacional, criará o "visto" ou exigência equivalente.
Art. 57. Passam à competência do Conselho Monetário Nacional as
Art. 52. O quadro de pessoal do Banco Central da República do Brasil atribuições de caráter normativo da legislação cambial vigente e as executi-
será constituído de: (Vide Lei nº 9.650, de 1998) vas ao Banco Central da República do Brasil e ao Banco do Brasil S. A.,
nos termos desta lei.
I - Pessoal próprio, admitido mediante concurso público de provas ou
de títulos e provas, sujeita á pena de nulidade a admissão que se processar Parágrafo único. Fica extinta a Fiscalização Bancária do Banco do
com inobservância destas exigências; Brasil S. A., passando suas atribuições e prerrogativas legais ao Banco
Central da República do Brasil.
II - Pessoal requisitado ao Banco do Brasil S. A. e a outras instituições
financeiras federais, de comum acordo com as respectivas administrações; Art. 58. Os prejuízos decorrentes das operações de câmbio concluídas
e eventualmente não regularizadas nos termos desta lei bem como os das
III - Pessoal requisitado a outras instituições e que venham prestando operações de câmbio contratadas e não concluídas até a data de vigência
serviços à Superintendência da Moeda e do Crédito há mais de 1 (um) ano, desta lei, pelo Banco do Brasil S.A., como mandatário do Governo Federal,
contado da data da publicação desta lei. serão na medida em que se efetivarem, transferidos ao Banco Central da
§ 1º O Banco Central da República do Brasil baixará dentro de 90 República do Brasil, sendo neste registrados como responsabilidade do
(noventa) dias da vigência desta lei, o Estatuto de seus funcionários e Tesouro Nacional.
servidores, no qual serão garantidos os direitos legalmente atribuídos a § 1º Os débitos do Tesouro Nacional perante o Banco Central da
seus atuais servidores e mantidos deveres e obrigações que lhes são República do Brasil, provenientes das transferências de que trata este
inerentes. artigo serão regularizados com recursos orçamentários da União.
§ 2º Aos funcionários e servidores requisitados, na forma deste artigo § 2º O disposto neste artigo se aplica também aos prejuízos decorren-
as instituições de origem lhes assegurarão os direitos e vantagens que lhes tes de operações de câmbio que outras instituições financeiras federais, de
cabem ou lhes venham a ser atribuídos, como se em efetivo exercício nelas natureza bancária, tenham realizado como mandatárias do Governo Fede-
estivessem. ral.
§ 3º Correrão por conta do Banco Central da República do Brasil todas Art. 59. É mantida, no Banco do Brasil S.A., a Carteira de Comércio
as despesas decorrentes do cumprimento do disposto no parágrafo anteri- Exterior, criada nos termos da Lei nº 2.145, de 29 de dezembro de 1953, e
or, inclusive as de aposentadoria e pensão que sejam de responsabilidade regulamentada pelo Decreto nº 42.820, de 16 de dezembro de 1957, como
das instituições de origem ali mencionadas, estas últimas rateadas propor- órgão executor da política de comércio exterior, (VETADO)
cionalmente em função dos prazos de vigência da requisição.
Art. 60. O valor equivalente aos recursos financeiros que, nos termos
§ 4º Os funcionários do quadro de pessoal próprio permanecerão com desta lei, passarem a responsabilidade do Banco Central da República do
seus direitos e garantias regidos pela legislação de proteção ao trabalho e Brasil, e estejam, na data de sua vigência em poder do Baco do Brasil S.
de previdência social, incluídos na categoria profissional de bancários. A., será neste escriturado em conta em nome do primeiro, considerando-se
§ 5º Durante o prazo de 10 (dez) anos, cotados da data da vigência como suprimento de recursos, nos termos do § 1º, do artigo 19, desta lei.
desta lei, é facultado aos funcionários de que tratam os inciso II e III deste Art. 61. Para cumprir as disposições desta lei o Banco do Brasil S.A.
artigo, manifestarem opção para transferência para o Quadro do pessoal tomará providências no sentido de que seja remodelada sua estrutura
próprio do Banco Central da República do Brasil, desde que: administrativa, a fim de que possa eficazmente exercer os encargos e
a) tenham sido admitidos nas respectivas instituições de origem, executar os serviços que lhe estão reservados, como principal instrumento
consoante determina o inciso I, deste artigo; de execução da política de crédito do Governo Federal.
b) estejam em exercício (Vetado) há mais de dois anos; Art. 62. O Conselho Monetário Nacional determinará providências no
sentido de que a transferência de atribuições dos órgãos existentes para o
c) seja a opção aceita pela Diretoria do Banco Central da República do Banco Central da República do Brasil se processe sem solução de continu-
Brasil, que sobre ela deverá pronunciar-se conclusivamente no prazo idade dos serviços atingidos por esta lei.
máximo de três meses, contados da entrega do respectivo requerimento.
Art. 63. Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Monetário
CAPÍTULO VII Nacional, a que alude o inciso IV, do artigo 6º desta lei serão respectiva-
Disposições Transitórias mente de 6 (seis), 5 (cinco), 4 (quatro), 3 (três), 2 (dois) e 1 (um) anos.
Art. 54. O Poder Executivo, com base em proposta do Conselho Art. 64. O Conselho Monetário Nacional fixará prazo de até 1 (um) ano
Monetário Nacional, que deverá ser apresentada dentro de 90 (noventa) da vigência desta lei para a adaptação das instituições financeiras às
dias de sua instalação, submeterá ao Poder Legislativo projeto de lei que disposições desta lei.
institucionalize o crédito rural, regule seu campo específico e caracterize as
modalidades de aplicação, indicando as respectivas fontes de recurso. § 1º Em casos excepcionais, o Conselho Monetário Nacional poderá
prorrogar até mais 1 (um) ano o prazo para que seja complementada a
Parágrafo único. A Comissão Consultiva do Crédito Rural dará asses- adaptação a que se refere este artigo.
soramento ao Conselho Monetário Nacional, na elaboração da proposta

Conhecimentos Específicos 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 2º Será de um ano, prorrogável, nos termos do parágrafo anterior, o O Copom foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de
prazo para cumprimento do estabelecido por força do art. 30 desta lei. estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros. A
criação do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual
Art. 65. Esta lei entrará em vigor 90 (noventa) dias após data de sua adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado pelo
publicação, revogadas as disposições em contrário. Federal Open Market Committee (FOMC) do Banco Central dos Estados
Brasília, 31 de dezembro de 1964; 143º da Independência e 76º da Unidos e pelo Central Bank Council, do Banco Central da Alemanha. Em
República. junho de 1998, o Banco da Inglaterra também instituiu o seu Monetary
Policy Committee (MPC), assim como o Banco Central Europeu, desde a
A função do Sistema Financeiro Nacional-SFN é a de ser um conjunto criação da moeda única em janeiro de 1999. Atualmente, uma vasta gama
de órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa as operações necessárias à de autoridades monetárias em todo o mundo adota prática semelhante,
circulação da moeda e do crédito na economia. É composto por diversas facilitando o processo decisório, a transparência e a comunicação com o
instituições. Se o dividirmos, teremos dois subsistemas. O primeiro é o público em geral.
normativo, formado por instituições que estabelecem as regras e diretrizes
de funcionamento, além de definir os parâmetros para a intermediação Desde 1996, o Regulamento do Copom sofreu uma série de alterações
financeira e fiscalizar a atuação das instituições operativas. Tem em sua no que se refere ao seu objetivo, à periodicidade das reuniões, à
composição: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do composição, e às atribuições e competências de seus integrantes. Essas
Brasil (Bacen), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as Instituições alterações visaram não apenas aperfeiçoar o processo decisório no âmbito
Especiais (Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal). do Comitê, como também refletiram as mudanças de regime monetário.
Destaca-se a adoção, pelo Decreto 3.088, em 21 de junho de 1999, da
O segundo subsistema é o operativo. Em sua composição estão as ins- sistemática de "metas para a inflação" como diretriz de política monetária.
tituições que atuam na intermediação financeira e tem como função opera- Desde então, as decisões do Copom passaram a ter como objetivo cumprir
cionalizar a transferência de recursos entre fornecedores de fundos e os as metas para a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional.
tomadores de recursos, a partir das regras, diretrizes e parâmetros defini- Segundo o mesmo Decreto, se as metas não forem atingidas, cabe ao
dos pelo subsistema normativo. Estão nessa categoria as instituições presidente do Banco Central divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da
financeiras bancárias e não-bancárias, o Sistema Brasileiro de Poupança e Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e
Empréstimo (SBPE), além das instituições não financeiras e auxiliares. prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos.
A atuação das instituições que integram o subsistema operativo é ca-
racterizada pela sua relação de subordinação à regulamentação estabele- Formalmente, os objetivos do Copom são "implementar a política
cida pelo CMN e pelo Bacen. As instituições podem sofrer penalidades monetária, definir a meta da Taxa Selic e seu eventual viés, e analisar o
caso não cumpram as normas editadas pelo CMN. As multas vão desde as 'Relatório de Inflação'". A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a
pecuniárias até a própria suspensão da autorização de funcionamento meta para a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro
dessas instituições e seus dirigentes. em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e
Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do
Conselho Monetário Nacional Comitê. Se for o caso, o Copom também pode definir o viés, que é a
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo prerrogativa dada ao presidente do Banco Central para alterar, na direção
do Sistema Financeiro Nacional. Ao CMN compete: estabelecer as diretrizes do viés, a meta para a Taxa Selic a qualquer momento entre as reuniões
gerais das políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de ordinárias.
constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras e As reuniões ordinárias do Copom dividem-se em dois dias: a primeira
disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial. sessão às terças-feiras e a segunda às quartas-feiras. Mensais desde
O CMN é constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda (Presidente), 2000, o número de reuniões ordinárias foi reduzido para oito ao ano a partir
pelo Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento e pelo Presidente do de 2006, sendo o calendário anual divulgado até o fim de outubro do ano
Banco Central do Brasil (Bacen). Os serviços de secretaria do CMN são anterior. O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do
exercidos pelo Bacen. Banco Central do Brasil: o presidente, que tem o voto de qualidade; e os
diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais,
Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro,
(Comoc), composta pelo Presidente do Bacen, na qualidade de Coordena- Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração. Também
dor, pelo Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Secre- participam do primeiro dia da reunião os chefes dos seguintes
tário Executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, pelo Secretário Departamentos do Banco Central: Departamento Econômico (Depec),
Executivo do Ministério da Fazenda, pelo Secretário de Política Econômica Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin),
do Ministério da Fazenda, pelo Secretário do Tesouro Nacional do Ministério Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos
da Fazenda e por quatro diretores do Bacen, indicados por seu Presidente. (Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab),
Está previsto o funcionamento também junto ao CMN de comissões Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo
consultivas de Normas e Organização do Sistema Financeiro,de Mercado de da Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin).
Valores Mobiliários e de Futuros, de Crédito Rural, de Crédito Industrial, de Integram ainda a primeira sessão de trabalhos três consultores e o
Crédito Habitacional e para Saneamento e Infra-Estrutura Urbana, de Endi- secretário-executivo da Diretoria, o assessor de imprensa, o assessor
vidamento Público e de Política Monetária e Cambial. especial e, sempre que convocados, outros chefes de departamento
convidados a discorrer sobre assuntos de suas áreas.
Comitê de Política Monetária
No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento e o gerente-
O Comitê de Política Monetária (Copom) é um órgão criado pelo executivo apresentam uma análise da conjuntura doméstica abrangendo
Banco Central em 20 de junho de 1996, por meio da circular 2.698, e tem inflação, nível de atividade, evolução dos agregados monetários, finanças
como objetivo estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a públicas, balanço de pagamentos, economia internacional, mercado de
taxa básica de juros. Ainda, tem a competência específica de manipular a câmbio, reservas internacionais, mercado monetário, operações de
liquidez econômica, por meio dos instrumentos de política monetária. mercado aberto, avaliação prospectiva das tendências da inflação e
expectativas gerais para variáveis macroeconômicas.
O Copom é composto pelos oito membros da Diretoria Colegiada do
Banco Central e é presidido pelo presidente da autoridade monetária No segundo dia da reunião, do qual participam apenas os membros do
Também integram o grupo de discussões os chefes de departamentos, Comitê e o chefe do Depep, sem direito a voto, os diretores de Política
consultores, o secretário-executivo da diretoria, o coordenador do grupo de Monetária e de Política Econômica, após análise das projeções atualizadas
comunicação institucional e o assessor de Imprensa. para a inflação, apresentam lternativas para a taxa de juros de curto prazo
e fazem recomendações acerca da política monetária. Em seguida, os
Definição e histórico
demais membros do Copom fazem suas ponderações e apresentam
eventuais propostas alternativas. Ao final, procede-se à votação das

Conhecimentos Específicos 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
propostas, buscando-se, sempre que possível, o consenso. A decisão final Central a concessão direta ou indireta de empréstimos ao Tesouro
- a meta para a Taxa Selic e o viés, se houver - é imediatamente divulgada Nacional.
à imprensa ao mesmo tempo em que é expedido Comunicado através do
Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). A Constituição de 1988 prevê ainda, em seu artigo 192, a elaboração
de Lei Complementar do Sistema Financeiro Nacional, ainda não editada,
As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às 8h30 que deverá substituir a Lei 4.595/64 e redefinir as atribuições e estrutura do
da quinta-feira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo Banco Central do Brasil.
regulamentar de seis dias úteis, sendo publicadas na página do Banco
Central na internet ("Notas da Reunião do Copom") e para a imprensa. A A instituição do Banco Central desempenha hoje papel crucial na
versão em inglês é divulgada com uma pequena defasagem de cerca de 24 política econômica do país, e portanto guarda relevante valor na
horas. organização financeira do país, sendo assim toda sua organização para o
intuito de melhor aplicabilidade das normas e funções econômicas.
Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o
Copom publica, em português e em inglês, o documento "Relatório de Competências
Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira É de competência exclusiva do Banco Central do Brasil:
do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação.
Emitir moeda (observação: a fabricação de correspondentes em papel
Fonte: Banco Central do Brasil, informação pública e gratuita. moeda e moeda metálica é feita pela Casa da Moeda)
Banco Central do Brasil Executar serviços de meio circulante
O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN e, mais atualmente, BCB) Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais
é autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, sendo
vinculado ao Ministério da Fazenda do Brasil. Assim como os outros bancos Realizar operações de redesconto e empréstimos de assistência à
centrais do mundo, o brasileiro é uma das principais autoridades liquidez às instituições financeiras
monetárias do país, sendo a principal o Conselho Monetário Nacional - Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e
CMN. O BCB recebeu esta competência de três instituições diferentes: a outros papeis
Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), o Banco do Brasil (BB)
e o Tesouro Nacional. Autorizar, normatizar, fiscalizar e intervir nas instituições financeiras
O Banco Central foi criado em 31 de dezembro de 1964, com a Controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o correto
promulgação da Lei nº 4.595. funcionamento do mercado cambial
História Formas de ingresso
Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária Concurso Público
era desempenhado pela Superintendência da Moeda e do Crédito
A exceção da diretoria colegiada, a única forma de ingresso no Bacen
(SUMOC), pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacional.
é mediante concurso de provas e títulos. O aprovado pode ser lotado em
A SUMOC, criada em 1945, com a finalidade de exercer o controle qualquer uma das 10 praças onde há representações do Bacen.
monetário e preparar a organização de um banco central, tinha a
Nomeação
responsabilidade de fixar os percentuais de reservas obrigatórias dos
bancos comerciais, as taxas do redesconto e da assistência financeira de A diretoria colegiada do Bacen, composta por presidente e diretores, é
liquidez, bem como os juros sobre depósitos bancários. Além disso, de livre nomeação pelo presidente da república, após aprovação do
supervisionava a atuação dos bancos comerciais, orientava a política Senado Federal. Os membros da Diretoria não tem mandato por tempo fixo,
cambial e representava o país junto a organismos internacionais. como ocorre em outros bancos centrais do mundo.
O Banco do Brasil desempenhava as funções de banco do governo, Comissão de Valores Mobiliários
mediante o controle das operações de comércio exterior, o recebimento dos
depósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais e a execução A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia vinculada
de operações de câmbio em nome de empresas públicas e do Tesouro ao Ministério da Fazenda do Brasil, instituída pela Lei 6.385, de 7 de
Nacional, de acordo com as normas estabelecidas pela SUMOC e pelo dezembro de 1976,[1] alterada pela Lei nº 6.422, de 8 de junho de 1977, Lei
Banco de Crédito Agrícola, Comercial e Industrial. nº 9.457, de 5 de maio de 1997, Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001,
Decreto nº 3.995, de 31 de outubro de 2001, Lei nº 10.411, de 26 de
O Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda. fevereiro de 2002, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, e
juntamente com a Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76)
Após a criação do Banco Central buscou-se dotar a instituição de
disciplinaram o funcionamento do mercado de valores mobiliários e a
mecanismos voltados para o desempenho do papel de "banco dos bancos".
atuação de seus protagonistas.
Em 1985, foi promovido o reordenamento financeiro governamental com a
separação das contas e das funções do Banco Central, Banco do Brasil e A CVM tem poderes para disciplinar, normalizar e fiscalizar a atuação
Tesouro Nacional. Em 1986, foi extinta a conta movimento e o fornecimento dos diversos integrantes do mercado. Seu poder de normalizar abrange
de recursos do Banco Central ao Banco do Brasil passou a ser claramente todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários.
identificado nos orçamentos das duas instituições, eliminando-se os
suprimentos automáticos que prejudicavam a atuação do Banco Central. Responsabilidades

O processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu Cabe a CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias:
até 1988, quando as funções de autoridade monetária foram transferidas Registro de companhias abertas;
progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central, enquanto as
atividades atípicas exercidas por esse último, como as relacionadas ao Registro de distribuições de valores mobiliários;
desenvolvimento e à administração da dívida pública federal, foram Credenciamento de auditores independentes e administradores de
transferidas para o Tesouro Nacional. carteiras de valores mobiliários;
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes Organização, funcionamento e operações das bolsas de valores;
para a atuação do Banco Central, dentre os quais destacam-se o exercício
exclusivo da competência da União para emitir moeda e a exigência de Negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após arguição
Administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
pública, dos nomes indicados pelo Presidente da República para os cargos
de presidente e diretores da instituição. Além disso, vedou ao Banco

Conhecimentos Específicos 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou tem seus próprios passivos, ou seja, captam poupança diretamente do
autorizações; público por sua própria iniciativa e responsabilidade e, posteriormente,
aplicam esses recursos junto às empresas, através de empréstimos e
Suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado financiamentos. Incluem-se neste segmento os bancos comerciais, de
valor mobiliário ou decretar recesso de bolsa de valores; investimento, de desenvolvimento, as caixas econômicas, as sociedades de
De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários crédito Imobiliário (SCI) e as associações de poupança e empréstimos
exercerá suas funções, a fim de: (APE), entre outras.
assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e Ao contrário destas, as instituições ditas auxiliares propõem-se a colo-
de balcão; car em contato poupadores com investidores, facilitando o acesso destes
proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares àqueles. Nestes casos, figuram, por exemplo, as bolsas de valores, cuja
e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias finalidade, em última instância, consiste em propiciar liquidez aos títulos
ou de administradores de carteira de valores mobiliários; emitidos pelas empresas (ações), através de institucionalização do merca-
do secundário para esses haveres.
evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a
criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores Este processo garante as condições fundamentais para aceitação dos
mobiliários negociados no mercado; lançamentos primários (subscrição) das empresas. Na mesma situação
encontram-se as sociedades corretoras e distribuidoras, constituindo-se no
assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários
elemento de ligação entre poupadores e investidores, atuando na coloca-
negociados e as companhias que os tenham emitido;
ção de papéis das empresas junto ao público.
assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado
de valores mobiliários; Outra caracterização de instituição financeira poderá ser dada sob a ó-
tica da capacidade que ela tem de criar ou não moeda escritural.
estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores
mobiliários; Na forma afirmativa, ou seja, criando a moeda escritural, estão inseri-
promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do das aquelas instituições que, em conjunto, compõem o chamado sistema
mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do monetário — uma derivação do sistema financeiro que tem como principal
capital social das companhias abertas. fonte de recursos os depósitos à vista (movimentáveis por cheques) —, que
é representado pelo Banco do Brasil, pelos bancos comerciais (oficiais e
A Lei também atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir privados) e, pelos bancos múltiplos com carteira comercial. A capacidade
irregularidades eventualmente cometidas no mercado. Diante de qualquer de criar moeda origina-se do fato de trabalharem em um sistema de reser-
suspeita a CVM pode iniciar um inquérito administrativo, através do qual, vas fracionárias, mantendo em caixa apenas uma parte dos depósitos que
recolhe informações, toma depoimentos e reúne provas com vistas a recebem do público.
identificar claramente o responsável por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a
partir da acusação, amplo direito de defesa. Fonte – Wikipédia AUTORIDADES MONETÁRIAS
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
ESTRUTURA ATUAL Conselho Monetário Nacional (CMN)
Como órgão normativo, por excelência, não lhe cabe funções executivas,
Uma conceituação bastante abrangente de sistema financeiro poderia sendo o responsável pela fixação das diretrizes da política monetária credití-
ser a de um conjunto de instituições que se dedicam, de alguma forma, ao cia e cambial do País. Pelo envolvimento destas políticas no cenário econô-
trabalho de propiciar condições satisfatórias para a manutenção de um mico nacional, o CMN acaba transformando-se num conselho de política
fluxo de recursos entre poupadores e investidores. O mercado financeiro econômica.
onde se processam essas transações — permite que um agente econômico
qualquer (um indivíduo ou empresa), sem perspectivas de aplicação, em Ao longo de sua existência, o CMN teve diferentes constituições de
algum empreendimento próprio, da poupança que é capaz de gerar, seja membros, de acordo com as exigências políticas e econômicas de cada
colocado em contato com outro, cujas perspectivas de investimento supe- momento a saber:
ram as respectivas disponibilidades de poupança.
Governo Número de Membros DoCMN
Destarte, o mercado financeiro pode ser considerado como elemento Castelo Branco 6
dinâmico no processo de crescimento econômico, uma vez que permite a Costa e Silva 4
elevação das taxas de poupança e investimento. Médici 10
Geisel 8
Dentro desta linha de abordagem, no que toca às instituições financei- Figueiredo 8
ras, a Lei de Reforma Bancária (4.595/64), em seu Art.0 17, caracteriza-as Collor 11
com mais exatidão: Itamar 13
“Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação
em vigor, as pessoas jurídicas públicas e privadas, que tenham como A Medida Provisória n0 542, de 30/06/94, que criou o Plano Real simplifi-
atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de cou a composição do CMN, que passou a ser integrado pelos seguintes
recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou es- membros: Ministro da Fazenda (Presidente), Ministro-Chefe da Secretaria de
trangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiro s.” Planejamento e Presidente do Banco Central.
Criou também, subordinado ao CMN, a Comissão Técnica da Moeda e
E complementa, em seu parágrafo único: ‘”Para os efeitos desta Lei e do Crédito com a competência básica de regulamentar as matérias da MP
da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas 542, de responsabilidade do CMN. Seus componentes são:
físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de • Presidente do Banco Central;
forma permanente ou eventual.” • Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;
• Secretários do Tesouro Nacional e da Política Econômica do Ministé-
Após essas breves considerações, parece interessante caracterizar es- rio da Fazenda;
sas instituições em dois grandes grupos: os intermediários financeiros e as • Diretores de Política Monetária, de Assuntos Internacionais e de
chamadas instituições auxiliares. Normas e Organização do Sistema Financeiro, todos do Banco Cen-
tral.
As primeiras distinguem-se das últimas, basicamente, no seguinte: emi-
Funcionam, também, junto ao CMN as seguintes comissões consultivas
Conhecimentos Específicos 13 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de: necessário;
• Normas e Organização do Sistema Financeiro; • autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica operacional, de
• Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros; todas as instituições financeiras;
• Crédito Rural; • estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de di-
• Crédito Industrial, reção nas instituições financeiras privadas;
• Endividamento Público; • vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e
• Política Monetária e Cambial; de capitais;
• Processos Administrativos. • controlar o fluxo de capitais estrangeiros garantindo o correto funcio-
namento do mercado cambial, operando, inclusive, via ouro, moeda
O CMN é a entidade superior do sistema financeiro, sendo de sua com- ou operações de crédito no exterior.
petência:
• adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da Dessa forma, o BC pode ser considerado como:
economia nacional e seu processo de desenvolvimento; Banco dos Bancos Depósitos compulsórios
• regular o valor interno da moeda, prevenindo ou corrigindo os surtos Redescontos de liquidez
inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa; Gestor do Sistema Normas/autorizações
• regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de paga- Financeiro Nacional Fiscalização/intervenção
mentos do País;
• orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas Executor da Política Controle dos meios de Monetária
ou privadas, de forma a garantir condições favoráveis ao desenvolvi- pagamento
mento equilibrado da economia nacional; (liquidez no mercado)
• propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos fi-
Orçamento monetário! Instrumentos de política monetária
nanceiros, de forma a tornar mais eficiente o sistema de pagamento e
mobilização de recursos;
Banco Emissor Emissão do meio circulante
• zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras; e
Saneamento do meio circulante
• coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária fiscal e da
divida pública interna e externa. Banqueiro do Governo Financiamento ao Tesouro Nacional
(via emissão de títulos públicos)
A partir dessas funções básicas, o CMN fica responsável por todo um Administração da divida pública
conjunto de atribuições específicas, cabendo destacar: interna e externa
• autorizar as emissões de papel moeda; Gestor e fiel depositário das reservas
• aprovar os orçamentos monetários preparados pelo BC; internacionais do País
• fixar diretrizes e normas da política cambial; Representante junto às instituições
• disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações financeiras internacionais
creditícias;
• estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços Em resumo, é por meio do BC que o Estado intervém diretamente no sis-
bancários ou financeiros; tema financeiro e, indiretamente, na economia.
• determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições fi-
nanceiras; Em países como Alemanha, Japão e Estados Unidos, o Banco Central é
• regulamentar as operações de redesconto de liquidez; independente, ou seja, seus diretores são designados pelo Congresso, eleitos
• outorgar ao BC o monopólio de operações de câmbio quando o ba- com um mandato fixo de oito a 14 anos. Não há subordinação ao Tesouro.
lanço de pagamento o exigir; Ele atua como um verdadeiro guardião da moeda nacional, garantindo a
• estabelecer normas a serem seguidas pelo BC nas transações com pujança e o equilíbrio do mercado financeiro e da economia, protegendo seu
títulos públicos; valor, impedindo que os gastos do Governo sejam bancados pela emissão de
• regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as dinheiro, fator de desvalorização da moeda. E um quarto poder, além do
instituições financeiras que operam no país. Executivo, Legislativo e Judiciário.

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BC OU BACEN) Os tesouros desses governos emitem títulos federais para se endivida-
O BC é a entidade criada para atuar como órgão executivo central do sis- rem, enquanto os bancos centrais lançam papéis para garantir a liquidez do
tema financeiro, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir sistema. Se a inflação sobe, o banco central local vende mais papéis, aumen-
as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedi- tando a taxa de juros para recolher dinheiro do mercado e controlar a deman-
das pelo CMN. da da população, reduzindo o ritmo de alta dos preços.

São de sua privativa competência as seguintes atribuições: AUTORIDADES DE APOIO


• emitir papel moeda e moeda metálica nas condições e limites autori-
zados pelo CMN; COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
• executar os serviços do meio circulante; E o órgão normativo do sistema financeiro, especificamente voltado para
• receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais e os o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de valores mobili-
depósitos voluntários das instituições financeiras e bancárias que o- ários não emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional, basica-
peram no País; mente o mercado de ações e debêntures.
• realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições finan-
ceiras dentro de um enfoque de política econômica do Governo ou E uma entidade auxiliar, autárquica autônoma e descentralizada mas vin-
como socorro a problemas de liquidez; culada ao
• regular a execução dos serviços de compensação de cheques e ou-
tros papéis; Governo. Seus objetivos fundamentais são:
• efetuar, como instrumento de política monetária, operações de com- • estimular a aplicação de poupança no mercado acionário;
pra e venda de títulos públicos federais; • assegurar o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores
• emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condi- e instituições auxiliares que operem neste mercado;
ções estabelecidas pelo CMN; • proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregula-
• exercer o controle de crédito sob todas as suas formas; res e outros tipos de atos ilegais que manipulem preços de valores
• exercer a fiscalização das instituições financeiras, punindo-as quando mobiliários nos mercados primários e secundários de ações;

Conhecimentos Específicos 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títu- Habitação Associações de Poupança e Empréstimo
los emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto. Sociedades de Crédito Imobiliário

O fortalecimento do Mercado de Ações é o objetivo final da CVM. Instituições de Intermediação Sociedades Corretoras (CCVM)
no Mercado de Capitais Sociedades Distribuidoras (DTVM)
BANCO DO BRASIL (BB) Investidores Institucionais
Esta instituição teve uma função típica de autoridade monetária até janei-
ro de 1986, quando, por decisão do CMN, foi suprimida a conta movimento, Instituições de Seguros Seguradoras
que colocava o BB na posição privilegiada de banco co-responsável pela e Capitalização Corretoras de Seguros
emissão de moeda, via ajustamento das contas das autoridades monetárias e
do Tesouro Nacional. Entidades abertas de Previdência Privada
Entidades fechadas de Previdência Privada
Hoje, o BB é um banco múltiplo tradicional embora ainda opere, em mui- Sociedades de Capitalização
tos casos, como agente financeiro do Governo federal E o principal executor
da política oficial de crédito rural. Conserva, ainda, algumas funções que não Instituições de Arrendamento Sociedades de Arrendamento Mercantil
são próprias de um banco comercial comum como, por exemplo, a Câmara Mercantil
de Compensação de cheques e outros papéis.
As atividades e funções de cada uma das instituições financeiras serão
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCI- descritas a seguir, de forma resumida.
AL (BNDES)
É a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo BANCOS COMERCIAIS (BC)
do Governo federal, sendo a principal instituição financeira de fomento do De acordo com o MNI, seu objetivo precípuo é proporcionar o suprimento
País; tendo como objetivos básicos: oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e
• impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País; médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e
• fortalecer o setor empresarial nacional; as pessoas físicas.
• atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos pulos de produ-
ção; Para atender a esses objetivos, os bancos comerciais podem: descontar
• promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, in- títulos; realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corren-
dustriais e de serviços; te (contas garantidas); realizar operações especiais, inclusive de crédito rural,
• promover o crescimento e a diversificação das exportações. de câmbio e comércio internacional; captar depósitos à vista e a prazo fixo;
obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes; obter
Para a consecução desses objetivos, conta com um conjunto de fundos e recursos externos para repasse; efetuar a prestação de serviços inclusive,
programas especiais de fomento, como, por exemplo; Finame, Finem, Funtec mediante convênio com outras instituições.
e, Finac.
É importante frisar que a captação de depósitos à vista, que nada mais
Após o Plano Collot, o BNDES ficou encarregado de gerir todo o proces- são do que as contas correntes, livremente movimentáveis, é a atividade
so de privatização das empresas estatais. básica dos bancos comerciais, configurando-os como instituições financeiras
monetárias. Tal captação de recursos, junto com a captação via CDB e RDB,
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF) via cobrança de títulos e arrecadação de tributos e tarifas públicas, permite
A Caixa Econômica Federal é a instituição financeira responsável pela aos bancos repassá-las às empresas, sob a forma de empréstimos que vão
operacionalização das políticas do governo federal para habitação popular e girar a atividade produtiva (estoques, salários etc.).
saneamento básico, caracterizando-se cada vez mais como o banco de apoio
ao trabalhador de baixa renda. Certamente, nesta linha, no longo prazo, Em resumo, são intermediários financeiros que recebem recursos de
novas atribuições lhe serão designadas pelo Governo federal. quem tem e os distribuem através do crédito seletivo a quem necessita de
recursos, naturalmente, criando moeda através do efeito multiplicador do
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS — O MNI
crédito.
O MNI (Manual de Normas e Instruções), preparado e editado pelo Banco
Central, estabelece, entre outras, as normas operacionais de todas as institui- CAIXAS ECONÔMICAS (CE)
ções financeiras. Como sua principal atividade, integram o Sistema Brasileiro de Poupança
e Empréstimo e o Sistema Financeiro da Habitação, sendo, juntamente com
No agrupamento das instituições financeiras, os bancos comerciais por os bancos comerciais, as mais antigas instituições do Sistema Financeiro
suas múltiplas funções, constituem a base do sistema monetário e, devido Nacional.
aos serviços prestados são, sem dúvida, a mais conhecida das instituições
financeiras. Equiparam-se, em certo sentido, aos bancos comerciais, pois podem
captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de
Podemos agrupar as instituições financeiras, segundo a peculiaridade de serviços, embora basicamente dirigidas às pessoas físicas.
suas funções de crédito em segmentos, a saber:
Podem operar no crédito direto ao consumidor, financiando bens de con-
Instituições de Crédito Bancos Comerciais sumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de
a Curto Prazo Caixas Econômicas títulos, bem como têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor
de bens pessoais e sob consignação.
Bancos Cooperativos/Cooperativas de Crédito
Têm ainda a competência para a venda de bilhetes das loterias, cujo pro-
Instituições de Crédito de Bancos de Desenvolvimento duto da administração constitui-se em mais uma fonte de recursos para sua
Médio e Longo Prazos Bancos de Investimento gestão.
Instituições de Crédito Sociedades de Crédito, Entretanto, sua grande fonte de recursos são os depósitos em caderneta
para Financiamento de poupança, que são os instrumentos de captação privativos das entidades
Financiamento de Bens de Investimento financiadoras ligadas ao SFH e que garantem o estímulo ii captação das
Consumo Duráveis Caixas Econômicas economias das classes de baixa renda, por protegê-las contra a erosão
inflacionária e lhes dar liquidez imediata.
Sistema Financeiro da Caixas Econômicas

Conhecimentos Específicos 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Sua mais nova atuação está dirigida à centralização do recolhimento e à Foram criados para canalizar recursos de médio e longo prazos para su-
posterior aplicação de todos os recursos oriundos do FGTS. primento de capital fixo ou de giro das empresas.

São, portanto, instituições de cunho eminentemente social, concedendo Seu objetivo maior é o de dilatar o prazo das operações de empréstimos
empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistên- e financiamento, sobretudo para fortalecer o processo de capitalização das
cia social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte, sendo empresas, através da compra de máquinas e equipamentos e da subscrição
seu mais ilustre e praticamente único representante a Caixa Econômica de debêntures e ações. Não podem manter contas correntes e captam recur-
Federal (CEF), resultado da unificação, pelo DL-759 de 12 de agosto de 1969, sos pela emissão de CDB e RDB, através de captação e repasses de recur-
das 23 Caixas Econômicas Federais até então existentes. As Caixas Econô- sos de origem interna ou externa ou pela venda de cotas de fundos de inves-
micas Estaduais equiparam-se operacionalmente à CEF, sendo, em outubro timento por eles administrados.
de 96, a Caixa Econômica Estadual do Rio Grande do Sul a única existente.
Devem orientar, prioritariamente, a aplicação dos seus recursos repassa-
BANCOS DE DESENVOLVIMENTO (BD) dos, no fortalecimento do capital social das empresas, via subscrição ou
Como já visto anteriormente, o BNDES é o principal agente do Governo aquisição de títulos; na ampliação da capacidade produtiva da economia, via
para financiamentos de médio e longo prazos aos setores primário, secundá- expansão ou relocalização de empreendimentos; no incentivo à melhoria da
rio e terciário. produtividade, através da reorganização, da racionalização e da moderniza-
ção das empresas; na promoção de uma melhor ordenação da economia e
As principais instituições de fomento regional são o Banco do Nordeste maior eficiência das empresas, através de fusões, cisões ou incorporações
do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia (BASA). (corporate finance); na promoção ao desenvolvimento tecnológico, via treina-
mento ou assistência técnica.
Os bancos estaduais de desenvolvimento incluem-se em um conjunto de
instituições financeiras controladas pelos governos estaduais e destinados ao Eles apóiam, basicamente, a estrutura capitalista privada, tendo, inclusi-
fornecimento de crédito de médio e longo prazos às empresas localizadas nos ve, limites para apoiar os órgãos e empresas do estado.
respectivos estados. Normalmente, operam com repasses de órgãos financei-
ros do Governo Federal. Os financiamentos ao capital fixo são precedidos de cuidadosas avalia-
ções de projeto. Não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliá-
rios.
COOPERATIVAS DE CRÉDITO (CC)
As cooperativas de crédito atuam basicamente no setor primário da eco- Em síntese, as operações ativas que podem ser praticadas pelos BI são:
nomia, com o objetivo de permitir uma melhor comercialização de produtos • empréstimo a prazo mínimo de um ano para financiamento de capital
rurais e criar facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os fixo;
centros consumidores, destacando que os usuários finais do crédito que • empréstimo a prazo mínimo de um ano para financiamento de capital
concedem são sempre os cooperados. de giro;
• aquisição de ações, obrigações ou quaisquer outros títulos e valores
Nascem a partir da associação de funcionários de uma determinada em- mobiliários para investimento ou revenda no mercado de capitais (o-
presa e suas operações ficam restritas aos cooperados, portanto, aos funcio- perações de underwriten)
nários desta empresa. • repasses de empréstimos obtidos no exterior;
• repasses de recursos obtidos no País;
Basicamente, elas oferecem possibilidades de crédito aos funcionários a • prestação de garantia de empréstimos no País ou provenientes do
partir de uma pequena contribuição mensal, muitas vezes descontada na exterior.
folha de pagamento, podendo ser na forma de um percentual fixo (entre 1 e 5
%) sobre o salário. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras)
Sua função é financiar bens de consumo duráveis por meio do popular-
Uma outra forma de captação permitida pelo Banco Central às cooperati- mente conhecido “crediário” ou crédito direto ao consumidor.
vas é a de operar contas com depósitos à vista e a prazo. Uma parte dos
recursos depositados é recolhida ao Banco do Brasil como reserva técnica, Não podem manter contas-correntes e os seus instrumentos de captação
mas a maior parte é repassada aos associados na forma de mais emprésti- restringem-se à colocação de letras de câmbio (LC) que são títulos de crédito
mos. sacados pelos financiados e aceitos pelas financeiras para colocação junto ao
público.
A conta com depósitos à vista é uma forma de captação de recursos com
custo zero diante das contribuições que tem de ser remuneradas, assim como Por ser uma atividade de grande risco, suas operações passivas não po-
os depósitos a prazo neste caso chamados de Recibo de Depósito de Coope- dem ultrapassar o limite de 12 vezes o montante de seu capital realizado mais
rativas (RDC). Assim elas também podem oferecer produtos como conta as reservas. Está também limitada à sua responsabilidade direta por cliente.
corrente, cheque especial, recebimento de contas de serviços públicos e o
processamento da folha de pagamento dos funcionários da empresa. Na esfera das financeiras, giram as chamadas promotoras de vendas,
constituídas, em geral, sob a forma de sociedades civis servindo de elo de
Para efeito de constituição, a Lei Cooperativistan0 5.764, de 16/12/71, es- ligação entre o consumidor final, o lojista e a financeira, por meio de contratos
tabeleceu que as cooperativas de créditos singulares são constituídas pelo específicos, em que figuram com poderes especiais, inclusive para sacar
número mínimo de 20 pessoas físicas. letras de câmbio na qualidade de procuradores dos financiados e, também,
prestando garantia dei credere dos contratos intermediados. Tais promotoras
A cooperativa só se tornará viável, economicamente, a partir de pelo me- têm suas atividades disciplinadas pela Resolução n0 562 de 30 de setembro
nos 200 cooperados. de 1979 do CMN.
A cooperativa equipara-se a uma instituição financeira (Lei n0 4.595, de Sociedades Corretoras (CCVM)
31/12/64). São instituições típicas do mercado acionário, operando com compra,
venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta
As operações são restritas aos cooperados e, operacionalmente, a con- de terceiros. Elas fazem a intermediação com as bolsas de valores e de
tabilidade enquadra-se no padrão estabelecido pelo plano de contas das mercadorias. Sua constituição depende de autorização do BC e o exercício de
Cooperativas de Crédito Mútuo, normas e circulares do BC, de conformidade sua atividade depende de autorização da CVM e, como tal, operam nos
com o Cosif. recintos das bolsas de valores e de mercadorias; efetuam lançamentos públi-
cos de ações; administram carteiras e custodiam valores mobiliários; institu-
BANCOS DE INVESTIMENTO (BL) em, organizam e administram fundos de investimento; operam no mercado

Conhecimentos Específicos 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
aberto e intermediam operações de câmbio.
Suas operações passivas se baseiam na colocação de LI, na captação
Sociedades Distribuidoras (DTVM) de depósitos de poupança e nos repasses da CEF.
Suas atividades têm uma faixa operacional mais restrita que a das corre-
toras, já que elas não têm acesso às bolsas de valores e de mercadorias. Suas operações ativas concentram-se em financiamentos imobiliários di-
retos ao mutuário final ou através da abertura de crédito a favor de empresá-
Suas atividades básicas são constituídas de: rios para empreendimentos imobiliários.
• subscrição isolada ou em consórcio de emissão de títulos e valores
mobiliários para revenda; lnvestidores Institucionais (II)
• intermediação da colocação de emissões de capital no mercado; Em síntese, podem ser agrupados em: fundos mútuos de investimento,
• operações no mercado aberto, desde que satisfaçam as condições entidades fechadas de previdência privada, fundações e seguradoras.
exigidas pelo BC.
FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO
Na esfera deste mercado, gravitam ainda os agentes autônomos de in- São constituídos sob a forma de condomínio aberto e representam a reu-
vestimento, que são pessoas físicas credenciadas pelos BI, Financeiras, nião de recursos de poupança, destinados à aplicação em carteira diversifica-
CCVM e DTVM, que, sem vinculo empregatício e em caráter individual, da de títulos e valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos seus con-
exercem, por conta das instituições credenciadas, a colocação de títulos e dôminos valorizacão de cotas, a um custo global mais baixo, ao mesmo
valores mobiliários, quotas de fundos de investimento e outras atividades de tempo que tais recursos se constituem em fonte de recursos para investimen-
intermediação autorizadas pelo BC. to em capital permanente das empresas.

Sociedades de Arrendamento Mercantil (Leasing) ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA


Tais sociedades nasceram do reconhecimento de que o lucro de uma ati- São instituições restritas a determinado grupo de trabalhadores, mantidas
vidade produtiva pode advir da simples utilização do equipamento e não de através da contribuição periódica dos seus associados e de sua mantenedora
sua propriedade. Em linhas gerais, a operação de leasing se assemelha a que, com o objetivo de valorização de seu patrimônio, são orientados, por
uma locação tendo o cliente, ao final do contrato, as opções de renová-la, de força da Lei n0 6.435 de 15 de julho de 1977, regulamentada pela Resolução
adquirir o equipamento pelo valor residual fixado em contrato ou de devolvê-lo de 11 de janeiro de 1983, a aplicar parte de suas reservas técnicas no merca-
à empresa do acionário.
As operações de leasing foram regulamentadas pelo CMN através da Lei
SEGURADORAS
n0 6.099 de setembro de 1974, e a integração das sociedades arrendadoras
ao Sistema Financeiro Nacional se deu através da Resolução n0 351, de A chamada Lei da Reforma Bancária (Lei n0 4.595 de 31 de dezembro de
1975. 1964), que reformulou o Sistema Financeiro Nacional, enquadrou as segura-
doras como instituições financeiras, subordinando-as a novas disposições
As empresas de leasing normalmente captam recursos de longo prazo, legais, sem, contudo, introduzir modificações de profundidade na legislação
como, por exemplo, através da emissão de debêntures, títulos que têm como específica aplicável à atividade.
cobertura o patrimônio da empresa que os emitiu. As debêntures não têm
prazo fixo de resgate e suas características podem ser bem diferenciadas, As seguradoras são orientadas pelo BC quanto aos limites de aplicação
sendo corrigidas por diferentes índices, inclusive com cláusula cambial. de suas reservas técnicas nos mercados de renda fixa e renda variável.

Associações de Poupança e Empréstimo (APE) COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS (CH)


Suas cartas patentes foram emitidas pelo extinto BNH, com base no dis- A Resolução 2.122 do BC estabeleceu as regras para a constituição e o
positivo da Lei n0 4.380/64, que previu a criação, no âmbito do SFH, de funda- funcionamento das Companhias Hipotecarias.
ções, cooperativas e outras formas associativas para a construção ou aquisi-
ção da casa própria sem finalidade de lucro. A constituição e o funcionamento de companhias hipotecárias dependem
de autorização do Banco Central do Brasil.
Constituem-se obrigatoriamente sob a forma de sociedades civis, restritas
a determinadas regiões, sendo de propriedade comum de seus associados. As companhias hipotecárias tem por objeto social:
Suas operações ativas e passivas são fundamentalmente semelhantes às • conceder financiamentos destinados a produção, reforma ou comer-
sociedades de crédito imobiliário. cializacão de imóveis residenciais ou comerciais e lotes urbanos;
• comprar, vender e refinanciar créditos hipotecários próprios ou de
As operações ativas são constituídas basicamente por financiamentos terceiros;
imobiliários. • administrar créditos hipotecários próprios ou de terceiros;
• administrar fundos de investimento imobiliário, desde que autorizada
As operações passivas são constituídas basicamente por cadernetas de pela Comissão de Valores Mobiliários — CVM;
poupança que, neste caso, remuneram os juros como se dividendos fossem, • repassar recursos destinados ao financiamento da produção ou da
já que os depositantes adquirem vinculo societário como direito à participação aquisição de imóveis residenciais;
nos resultados operacionais líquidos das APE. • realizar outras operações que venham a ser expressamente autori-
zadas pelo Banco Central do Brasil.
Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI) É facultado as companhias hipotecárias:
Estas sociedades foram criadas pela Lei 4.380/64 e fazem parte do Sis- • emitir letras hipotecárias e cédulas hipotecárias, conforme autoriza-
tema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), criado pelo Governo para ção do Banco Central do Brasil;
financiar o mercado imobiliário, utilizando a caderneta de poupança como • emitir debêntures;
instrumento de captação. • obter empréstimos e financiamentos no País e no exterior;
• realizar outras formas de captação de recursos que venham a ser
Junto com a APE, como entidades financeiras privadas de apoio ao SFH, expressamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
foram criadas para, serem voltadas para as camadas da população de maior
renda, em contraponto com as Caixas Econômicas, que visam ao público de Às companhias hipotecárias, não se aplicam as normas do Sistema Fi-
baixa renda. nanceiro da Habitacão — SFH — e é vedada sua transformação em banco
múltiplo.
As SCI podem captar depósitos a prazo com correção monetária, através
das letras imobiliárias (LI), e elas podem estabelecer convênios com bancos AGÊNCIAS DE FOMENTO (AF)
comerciais para funcionarem como agentes do SFH. Em sua reunião de 19/12/96, o CMN regulamentou as Agências de Fo-

Conhecimentos Específicos 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mento que foram uma das alternativas criadas pela MP 1.514, de saneamento Habitação (BNH), da criação do fundo de garantia por tempo de serviço
dos bancos estaduais. (FGTS) e organização do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
(SBPE).
Tendo sua origem nos bancos estaduais, ficou caracterizada a responsa-
bilidade do governo do estado no caso de futuros problemas de liquidez. Ao ser decretada a extinção do BNH (DL 2.291 de 21 de novembro de
1986) por incorporação à CEF, esta assumiu o compromisso de manter seu
Vão obter recursos do orçamento da União, estados e municípios e cap- conjunto de atribuições, quais sejam:
tar linhas de crédito de longo prazo de instituições de desenvolvimento oficiais • orientar, disciplinar e controlar o SFH;
nacionais (BNDES) e estrangeiras (BID, Banco Mundial) para repasse as • disciplinar o acesso das instituições de crédito imobiliário ao mercado
empresas para financiamento de capital fixo e de giro. Não poderão captar nacional de capitais;
recursos junto ao público nem terão acesso à conta de reservas do BC, bem • manter os serviços de redesconto e de seguro para garantia das apli-
como ao mercado interbancário e às linhas de redesconto, mas serão fiscali- cações do SFH e dos recursos a ele entregues, assegurando a liqui-
zadas e supervisionadas pelo BC. dez do sistema;
• estabelecer as condições gerais a que deverão satisfazer as aplica-
O capital mínimo deve ser de R$ 4 milhões e o PL deve ser compatível ções do SFH quanto a limites de risco, prazo, condições de paga-
às regras estabelecidas no Acordo de Basileia. mento, juros e garantias;
• fixar os limites mínimos de diversificação de aplicações a serem ob-
BANCOS MÚLTIPLOS (BM) servados pelas instituições integrantes do sistema, assim como os li-
Os bancos múltiplos surgiram através da Resolução n0 1.524/ 88, emitida mites de emissão e as condições de colocação e vencimentos das le-
pelo BC por decisão do CMN, a fim de racionalizar a administração das tras imobiliárias;
instituições financeiras. Como o próprio nome diz, permite que algumas • prestar garantias em financiamentos obtidos, no País ou no exterior,
dessas instituições, que muitas vezes eram empresas de um mesmo grupo, pelas instituições integrantes do SFH, após prévia aprovação do BC;
possam constituir-se em uma única instituição financeira com personalidade • estimular e controlar a formação, a mobilização e a aplicação de pou-
jurídica própria e, portanto, com um único balanço, um único caixa e, conse- panças e outros recursos destinados ao planejamento, à produção e
quentemente, significativa redução de custos. Em termos práticos, mantém as à comercialização de habitações; planejamento e realizações de o-
mesmas funções de cada instituição em separado, com as vantagens de bras e serviços de infra-estrutura urbana e comunitária, especialmen-
contabilizar as operações como uma só instituição. te os relativos ao saneamento básico (abastecimento de água, cons-
trução de redes de esgoto, drenagem, irrigação e controle de inunda-
As carteiras de um banco múltiplo envolvem carteira comercial (regula- ções); elaboração e implementação de projetos relacionados à indús-
mentação dos BC), carteira de investimento (regulamentação dos BI), carteira tria de material de construção civil; implantação de novos pólos eco-
de crédito imobiliário (regulamentação das SCI), carteira de aceite (regula- nômicos de penetração no espaço territorial do País e, de coloniza-
mentação das SCFI) e carteira de desenvolvimento (regulamentação dos BD). ção.
Em 1994, quando da adesão ao Acordo de Basileia, foi incluída a carteira de
leasing. O SFH, com a extinção do BNH, limitou-se às instituições integrantes do
SBPE, cuja constituição remonta ao biênio 66/67, sendo formado por socie-
Para configurar a existência do banco múltiplo, ele deve possuir pelo me- dades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo, e
nos duas das carteiras mencionadas. carteiras imobiliárias das caixas econômicas estaduais, da Caixa Econômica
Federal e dos bancos múltiplos.
BANCOS COOPERATIVOS (BCo)
O Banco Central, através da Resolução n0 2.193, de 31/08/95, autorizou São os recursos captados por estas instituições, notadamente através
a constituição de bancos comerciais com participação exclusiva de cooperati- das cadernetas de poupança, que, somados aos oriundos do FGTS, viabili-
vas de crédito, com atuação restrita à Unidade de Federação de sua sede, zam o programa de investimentos gerido pelo SFH.
cujo PLA deverá estar enquadrado nas regras do Acordo de Basileia, repre-
sentando 15% dos ativos ponderados pelo risco. Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC)
Na década de 70, a custódia dos títulos públicos no Brasil ainda era feita
Ela deu autorização para que as cooperativas de crédito abrissem seus por processo manual, o que incluía desde o arquivamento por instituição até a
próprios bancos comerciais, podendo fazer tudo o que qualquer outro banco movimentação física nos cofres dos bancos, com grande risco de fraude e de
comercial já faz: ter talão de cheques, emitir cartão de crédito, fazer direta- extravio dos papéis. Com o objetivo de proporcionar mais segurança e trans-
mente a compensação de documentos e, principalmente, passar a administrar parência às operações, a ANDIMA e o Banco Central do Brasil firmaram
a carteira de crédito antes sob responsabilidade das cooperativas. A constitui- convênio para criar o SELIC, um sistema eletrônico de teleprocessamento
ção do banco cooperativo vai permitir também levantar recursos no exterior, que permitiu a atualização diária das posições das instituições financeiras,
atividade vetada às atuais cooperativas de crédito. assegurando maior controle sobre as reservas bancárias.
No Banco Cooperativo a vantagem para o sistema é que o produto rural é Títulos e cheques foram substituídos por simples registros eletrônicos,
o gerador e o controlador do fluxo do dinheiro, ao mesmo tempo, que mantém gerando enorme ganho em eficiência e agilidade, já que as operações são
estes recursos. Em síntese isto significa que o dinheiro fica na região onde é fechadas no mesmo dia em que se realizam. Além disso, o sistema passou a
gerado para reaplicação no desenvolvimento de novas culturas. A demora de garantir que, em caso de inadimplência de qualquer das partes, a operação
sua criação se deve, provavelmente, ao fato de até 96, o Governo garantir não se concretiza. Hoje, o SELIC movimenta diariamente mais de R$ 100
pata o campo recursos suficientes e com juros subsidiados bilhões.
Na Europa os bancos cooperativos existem há mais de 100 anos e, entre Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Selic
os 20 maiores bancos do mundo, três foram formados a partir de cooperati- O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacio-
vas: o holandês Rabobank, o alemão DG Bank e o francês Crédit Agricole. nal e pelo Banco Central do Brasil e nessa condição processa, relativamen-
te a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custó-
SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH) dia. O sistema processa também a liquidação das operações definitivas e
A articulação deste sistema resultou da necessidade de gerar condições compromissadas registradas em seu ambiente, observando o modelo 1 de
para a intermediação de recursos financeiros no específico setor da constru- entrega contra pagamento. Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos
ção de habitações e urbanização/saneamento, tendo em vista o violento exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação da ponta financeira de
crescimento populacional urbano. cada operação é realizada por intermédio do STR, ao qual o Selic é interli-
gado.
Cristalizou-se na reforma de 64/65, através da instituição da correção
monetária nos contratos de interesse social, da criação do Banco Nacional de O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil e é por ele ope-

Conhecimentos Específicos 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
rado em parceria com a Andima, tem seus centros operacionais (centro processamento por lotes.
principal e centro de contingência) localizados na cidade do Rio de Janeiro.
O horário normal de funcionamento é das 6h30 às 18h30, em todos os dias A CIP está integralmente de acordo com as especificações estabelecidas
considerados úteis. Para comandar operações, os participantes liquidantes pelo Relatório Lamfalussy, documento que reúne os padrões recomendados
e os participantes responsáveis por sistemas de compensação e de liquida- pelo BIS - Bank for International Settlements (Banco para Compensações
ção encaminham mensagens por intermédio da RSFN, observando padrões Internacionais), para o projeto e a operação de sistemas de compensação e
e procedimentos previstos em manuais específicos da rede. Os demais liquidação.
participantes utilizam outras redes, conforme procedimentos previstos no
regulamento do sistema. Para atender à operação da clearing, a CETIP está criando três centros
de processamento de dados, sendo dois no Rio de Janeiro e o terceiro em
Participam do sistema, na qualidade de titular de conta de custódia, a- São Paulo. O centro principal ficará na sede da CETIP e o segundo, também
lém do Tesouro Nacional e do Banco Central do Brasil, bancos comerciais, localizado no Rio de Janeiro, estará capacitado para atuar como hot stand-by;
bancos múltiplos, bancos de investimento, caixas econômicas, distribuido- o centro de processamento em São Paulo será warm stand-by.
ras e corretoras de títulos e valores mobiliários, entidades operadoras de
serviços de compensação e de liquidação, fundos de investimento e diver- Cada operação de pagamento efetuada na clearing é processada no cen-
sas outras instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional. São tro principal e seus dados são imediatamente replicados para o centro secun-
considerados liquidantes, respondendo diretamente pela liquidação finan- dário hot stand-by, para que a operação seja considerada como completada.
ceira de operações, além do Banco Central do Brasil, os participantes O procedimento permite que o segundo centro comece a operar imediata-
titulares de conta de reservas bancárias, incluindo-se nessa situação, mente, na eventualidade de falha ou interrupção do equipamento principal.
obrigatoriamente, os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira Caso ocorra uma interrupção no centro secundário, simultânea à impossibili-
comercial e as caixas econômicas, e, opcionalmente, os bancos de inves- dade operacional do centro principal, é acionado o centro warm stand-by, que
timento. Os não-liquidantes liquidam suas operações por intermédio de assumirá então o comando do processamento da clearing.
participantes liquidantes, conforme acordo entre as partes, e operam dentro
de limites fixados por eles. Cada participante não-liquidante pode utilizar os A CETIP efetua a custódia de títulos e valores mobiliários de emissão
serviços de mais de um participante liquidante, exceto no caso de opera- privada, derivativos, títulos emitidos por estados e municípios, ativos utili-
ções específicas, previstas no regulamento do sistema, tais como paga- zados como moeda de privatização e outros títulos de emissão do Tesouro
mento de juros e resgate de títulos, que são obrigatoriamente liquidadas Nacional. A custódia é escritural, feita através do registro eletrônico na
por intermédio de um liquidante-padrão previamente indicado pelo partici- conta aberta em nome do titular, onde são depositados os ativos por ele
pante não-liquidante. adquiridos. Isso é uma garantia de que os ativos existem, estão registrados
em nome do legítimo proprietário e podem ser controlados de forma segre-
Os participantes não-liquidantes são classificados como autônomos ou gada. Ao utilizarem os serviços de custódia da CETIP, as instituições
como subordinados, conforme registrem suas operações diretamente ou o financeiras podem ter Contas Próprias e Contas de Administração de
façam por intermédio de seu liquidante-padrão. Os fundos de investimento Custódia de Terceiros.
são normalmente subordinados e as corretoras e distribuidoras, normal-
mente autônomas. As entidades responsáveis por sistemas de compensa- Os diferentes ativos estão sujeitos a normas específicas, relacionadas
ção e de liquidação são obrigatoriamente participantes autônomos. Tam- com o pagamento de juros, dividendos e resgates. Por isso, a CETIP adota
bém obrigatoriamente, são participantes subordinados as sociedades procedimentos diferenciados de custódia, que asseguram o tratamento
seguradoras, as sociedades de capitalização, as entidades abertas de adequado a cada tipo de ativo. A transferência da custódia, integrada aos
previdência, as entidades fechadas de previdência e as resseguradoras sistemas de negociação e de registro, é automática e processada de acor-
locais. O sistema conta com cerca de 4.500 participantes (set/06). do com o conceito DVP – Delivery versus Payment.

Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo real, a liquidação 2. OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO:


de operações é sempre condicionada à disponibilidade do título negociado
cadastro de pessoas físicas.
na conta de custódia do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte
do comprador. Se a conta de custódia do vendedor não apresentar saldo Cadastro de pessoas jurídicas:
suficiente de títulos, a operação é mantida em pendência pelo prazo máxi- a) tipos e constituição das pessoas;
mo de 60 minutos ou até 18h30, o que ocorrer primeiro (não se enquadram b) composição societária/acionária;
nessa restrição as operações de venda de títulos adquiridos em leilão c) forma de tributação;
primário realizado no dia). A operação só é encaminhada ao STR para d) mandatos e procurações.
liquidação da ponta financeira após o bloqueio dos títulos negociados, Fundamentos do crédito:
sendo que a não liquidação por insuficiência de fundos implica sua rejeição a) conceito de crédito;
pelo STR e, em seguida, pelo Selic. b) elementos do crédito;
Na forma do regulamento do sistema, são admitidas algumas associa-
c) requisitos do crédito.
ções de operações. Nesses casos, embora ao final a liquidação seja feita Riscos da atividade bancária:
operação por operação, são considerados, na verificação da disponibilidade a) de crédito;
de títulos e de recursos financeiros, os resultados líquidos relacionados b) de mercado;
com o conjunto de operações associadas. c) operacional;
d) sistêmico;
Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP) e) de liquidez.
A CETIP é a entidade escolhida pela FEBRABAN para prestar os servi- Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito:
ços de operacionalização da CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos, a) clientes; b) operação.
constituída para adaptar o fluxo de pagamentos no sistema bancário às
Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descontos,
normas do novo SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro. A CETIP é a
responsável pela provisão de sistemas, centros de processamento e suporte financiamentos e adiantamentos). Operações de Crédito Geral:
de informática necessários à operação da nova empresa. a) crédito pessoal e crédito direto ao consumidor;
b) desconto de duplicatas, notas promissórias e cheques pré-
O modelo conceitual adotado pela clearing de pagamentos da FEBRA- datados;
BAN é o mesmo implantado este ano nos Estados Unidos pelo CHIPS - c) contas garantidas;
Clearing House Interbank Payments Systems. O novo sistema, denominado d) capital de giro;
CHIPS 2001, reúne as vantagens da certeza imediata da liquidação dos e) cartão de crédito;
pagamentos em Reserva Bancária com o menor custo de transação do f) microcrédito urbano.
Conhecimentos Específicos 19 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Operações de Crédito Especializado: meio do Programa Receitanet, ou preenchida diretamente no sítio da Se-
a) Crédito Rural: cretaria da Receita Federal do Brasil (RFB)
i) conceito, beneficiários, preceitos e funções básicas; http://www.receita.fazenda.gov.br, por meio do Aplicativo de Coleta Web. A
ii) finalidades: operações de investimento, custeio e comercializa- FCPJ deverá ser acompanhada do QSA (no caso de sociedades);
ção; b) Quadro de Sócios e Administradores (QSA);
iii) Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
c) Ficha Especifica, de interesse do órgão convenente: e
(PRONAF): base legal, finalidades, beneficiários, destinação, condi-
ções. d) Documento Básico de Entrada do CNPJ (DBE) ou Protocolo de
B) Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a pres- Transmissão, conforme modelos constantes dos Anexos I E II da IN RFB nº
tação de serviços: conceito, finalidades (investimento fixo e capital 1.183, de 19 de agosto de 2011.
de giro associado), beneficiários. Unidades Cadastradoras
Recursos utilizados na contratação de financiamentos:
Unidades cadastradoras perante o CNPJ são aquelas competentes pa-
i) Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): base
ra analisar as informações contidas na documentação apresentada pela
legal, finalidades, regras, administração; entidade.
ii) BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de atua-
ção; iii) Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finali- São unidades cadastradoras:
dades, regras, forma de atuação. I - no âmbito da RFB:
Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação.
a) Delegacias da Receita Federal do Brasil (DRF);
b) Delegacias da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária
O cadastro de pessoas físicas (CPF) é o registro de um cidadão (Derat);
na Receita Federal brasileira no qual devem estar todos os contribuintes c) Delegacias Especiais de Instituições Financeiras (Deinf);
(pessoas físicas nacionais e estrangeiras com negócios no Brasil). O CPF d) Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Maiores Contribuin-
armazena informações fornecidas pelo próprio contribuinte e por outros tes (Demac) Rio de Janeiro;
sistemas da Receita Federal. e) Inspetorias da Receita Federal do Brasil (IRF) Classes "A" e "B";
f) Agências da Receita Federal do Brasil (ARF); e
No Brasil, o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (acrônimo: CNPJ)
g) Centros de Atendimento ao Contribuinte (CAC);
é um número único que identifica uma pessoa jurídica e outros tipos de
arranjo jurídico sem personalidade jurídica (como condomínios, órgãos II - no âmbito dos órgãos convenentes, as unidades designadas no
públicos, fundos junto à Receita Federal brasileira (órgão do Ministério da convênio firmado com a RFB.
Fazenda). O CNPJ compreende as informações cadastrais das entidades
de interesse das administrações tributárias da União, dos Estados, do Quem está obrigado a se inscrever no CNPJ
Distrito Federal e dos Municípios e é necessário para processar (Art. 15, da 1 – As entidades domiciliadas no Brasil, inclusive as pessoas jurídicas
Lei 11.419/2006. O CNPJ veio substituir o CGC, Cadastro Geral de Contri- por equiparação, estão obrigadas a inscrever no CNPJ todos os seus
buintes e por vezes também é grafado como CNPJ-MF. estabelecimentos localizados no Brasil ou no exterior, antes do início de
O Cadastro funciona como uma identidade e nele estão informados: suas atividades.
2 - São também obrigados a se inscrever no CNPJ:
• Data de abertura,
I - órgãos públicos de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
• Nome da empresa, Distrito Federal e dos Municípios, desde que se constituam em unidades
• Título ou nome fantasia - se tiver, gestoras de orçamento;
II - condomínios edilícios, conceituados pelo art. 1.332 da Lei nº 10.406, de
• Código e descrição da atividade econômica principal - o CNAE, 10 de janeiro de 2002 - Código Civil;
III - grupos e consórcios de sociedades, constituídos, respectivamente, na
• Código e descrição das atividades econômicas secundárias - se forma dos arts. 265 e 278 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
tiver, IV - consórcios de empregadores, constituídos na forma do art. 25-A da Lei
nº 8.212, de 24 de julho de 1991;
• Código e descrição da natureza jurídica, V - clubes e fundos de investimento, constituídos segundo as normas da
• Endereço e Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
VI - representações diplomáticas estrangeiras no Brasil;
• Situação cadastral - Na consulta realizável na página da internet VII - representações diplomáticas do Estado brasileiro no exterior;
da Receita Federal. VIII - representações permanentes de organizações internacionais ou de
instituições extraterritoriais, no Brasil;
O CNPJ deve estar informado em qualquer nota fiscal de qual- IX - serviços notariais e de registro (cartórios), de que trata a Lei nº 8.935,
quer empresa, bem como na embalagem de qualquer produto industrializa- de 18 de novembro de 1994, inclusive aqueles que ainda não foram objeto
do. de delegação do Poder Público;
Informações Gerais X - fundos públicos a que se refere o art. 71 da Lei nº 4.320, de 17 de
março de 1964;
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) XI - fundos privados;
O CNPJ compreende as informações cadastrais das entidades de inte- XII - candidatos a cargos políticos eletivos e comitês financeiros dos parti-
resse das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito dos políticos, nos termos de legislação específica;
Federal e dos Municípios. XIII - incorporação imobiliária objeto de opção pelo Regime Especial de
Tributação (RET), de que trata o art. 1º da Lei nº 10.931, de 2 de agosto de
A administração do CNPJ compete à Secretaria da Receita Federal do 2004;
Brasil (RFB). XIV - comissões polinacionais, criadas por ato internacional celebrado entre
o Brasil e outro(s) país(es);
Documentos obrigatórios em qualquer pedido perante o CNPJ XV - entidades domiciliadas no exterior que, no País:
São documentos do CNPJ: a) sejam titulares de direitos sobre:
a) FCPJ – Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica, que poderá ser preen-
chida via PGD – download e transmitida exclusivamente pela Internet por

Conhecimentos Específicos 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1. imóveis; a) o contribuinte deverá ter instalado em sua estação de trabalho o
2. veículos; Programa Gerador de Documentos do CNPJ (PGD CNPJ) – e o aplicati-
3. embarcações; vo ReceitaNet;
4. aeronaves;
5. contas-correntes bancárias; b) o PGD do CNPJ deverá ser usado para preencher os dados relativos
6. aplicações no mercado financeiro; ao pedido;
7. aplicações no mercado de capitais; c) após gravar no disco rígido por meio da opção "Gravar Para Entrega
8. participações societárias; à RFB" no menu "Documentos", o contribuinte deverá transmitir os dados ,
9. bens intangíveis com prazo de pagamento superior a 360 (trezentos e selecionando a opção "Transmitir via Internet", no mesmo menu, ou clican-
sessenta) dias; e do no ícone respectivo na barra de ferramentas. Nesse momento aparecerá
10. financiamentos; a tela principal do ReceitaNet. Acionar o botão "Enviar". A transmissão
b) realizem: somente será possível se a estação de trabalho estiver conectada à Inter-
net e estiver sido instalado o Programa ReceitaNet. Os dados enviados
1. financiamento à importação; serão armazenados em um servidor da RFB que funcionará como uma
2. arrendamento mercantil externo (leasing); base temporária;
3. arrendamento simples, aluguel de equipamentos e afretamento de em-
barcações; d) a transmissão efetuada com sucesso ensejará a gravação do Recibo
4. importação de bens sem cobertura cambial, destinados à integralização de Entrega. O recibo de entrega deverá ser impresso, em uma via, através
de capital de empresas brasileiras; da opção "Imprimir" do PGD do CNPJ.
5. empréstimos em moeda concedidos a residentes no País; e) o número constante do recibo de entrega (número do recibo / núme-
6. investimentos; ro de identificação) servirá como código de acesso, que permitirá ao contri-
7. outras operações estabelecidas pela Coordenação-Geral de Gestão de buinte consultar o andamento do seu pedido na página da RFB na Internet,
Cadastros (Cocad) da RFB; opção "Consulta da Situação do Pedido de CNPJ enviado pela Inter-
XVI - instituições bancárias do exterior que realizem operações de net". Num primeiro momento o sistema realizará automaticamente pesquisa
compra e venda de moeda estrangeira com bancos no País, recebendo e prévia que resultará em pendências ou não. Havendo pendências, estas
entregando reais em espécie na liquidação de operações cambiais; e serão disponibilizadas ao contribuinte na Internet para consulta, impressão
XVII - outras entidades, no interesse da RFB ou dos convenentes. e resolução. Não havendo pendências, disponibilizará para impressão o
Documento Básico de Entrada no CNPJ (DBE) ou Protocolo de Transmis-
Observações: são, o qual conterá o número do recibo/número de identificação, e informa-
rá o endereço da unidade cadastradora para onde o contribuinte deverá
1. Os estabelecimentos regionais e locais dos Serviços Sociais Autô- encaminhar a documentação necessária (DBE com firma reconhecida ou
nomos poderão: Protocolo de Transmissão e, se for o caso, cópia autenticada do ato consti-
a) na hipótese de órgão regional, ser inscritos na condição de primeiro tutivo / alterador / deliberativo).
Estabelecimento (matriz), por solicitação do respectivo órgão nacional; e 2 - a solicitação será formalizada:
b) no caso de órgão local, requerer sua vinculação como filial do órgão
regional. a) pela remessa, por via postal, pela entrega direta ou por outro meio
aprovado pela RFB, à unidade cadastradora de jurisdição do estabeleci-
2. Serão inscritos na condição de primeiro estabelecimento (matriz): mento, do DBE ou do Protocolo de Transmissão e de cópia autenticada do
a) os órgãos partidários de direção nacional, regional, municipal ou zo- ato constitutivo, alterador ou extintivo da entidade, devidamente registrado
nal dos partidos políticos; e no órgão competente, observada a tabela de Documentos e Orientações
constante do Anexo XIII da IN RFB 1.183 de 19 de agosto de 2011; ou
b) as representações em âmbito nacional, regional e local das entida-
des fiscalizadoras do exercício de profissões regulamentadas. b) pela entrega direta da documentação solicitada para a prática do ato
no órgão de registro que celebrou convênio com a RFB, acompanhada do
3. Não será fornecida inscrição a coligações de partidos políticos. DBE ou do Protocolo de Transmissão;
Solicitação de atos perante o CNPJ por meio da Internet c) solicitação será cancelada automaticamente no caso de descumpri-
Constituem atos a serem praticados perante o CNPJ: mento do prazo, de 90 (noventa) dias para impressão e respectivo envio ou
entrega da documentação, estabelecido no § 4º do artigo 14 da IN RFB
I - inscrição; 1.183 de 19 de agosto de 2011;
II - alteração de dados cadastrais e de situação cadastral;
III - baixa de inscrição; d) na solicitação de inscrição do Microempreendedor Individual (MEI),
IV - restabelecimento de inscrição; e definido pelo § 1º do art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de de-
V - declaração de nulidade de ato cadastral. zembro de 2006, será dispensada a apresentação do DBE e do Protocolo
de Transmissão. A Inscrição do Microempreendedor Individual será realiza-
Os atos perante o CNPJ serão solicitados por intermédio do sítio da do exclusivamente através da sua formalização no Portal do Empreendedor
RFB na Internet, no endereço eletrônico (www.portaldoempreendedor.gov.br)
<http://www.receita.fazenda.gov.br>,
Procedimento do contribuinte - envia por meio do Aplicativo Onli-
Procedimento do contribuinte - envio por meio do programa Re- ne (Coleta Web)
ceitanet
O PGD CNPJ versão web possui as mesmas funcionalidades e finali-
1 - As solicitações dos atos dar-se-ão por meio de FCPJ, de QSA pre- dades do PGD CNPJ/ Cadastro Sincronizado 3.4 com alguns recursos a
enchido com a qualificação constante da Tabela de Natureza Jurídica e mais, como por exemplo: o preenchimento diretamente no sítio RFB, tra-
Qualificação do Quadro de Sócios e Administradores (Anexo XII da IN RFB zendo dinamismo e praticidade para o contribuinte.
1.183 de 19 de agosto de 2011, caso de estabelecimento matriz de entida-
de, e de Ficha Específica, quando a requerente estiver localizada em ATENÇÃO: DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA - No caso de ato consti-
unidade federada ou município conveniado, gerados pelo Programa CNPJ, tutivo / alterador / deliberativo não envie documentos originais e sim cópias
ou por meio de outro aplicativo aprovado pela RFB); autenticadas. Os documentos não serão devolvidos. O DBE deverá ser
assinado pela pessoa física responsável ou procurador, contendo firma
Para efetuar a transmissão de sua solicitação via Internet, o contribuin- reconhecida em cartório. O reconhecimento de firma da assinatura no DBE
te deverá adotar os seguintes procedimentos: é dispensado no caso de solicitação de órgão público ou de utilização de
convênio com órgão de registro.

Conhecimentos Específicos 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
DAS PESSOAS JURÍDICAS III - o modo por que se administra e representa, ativa e passiva-
mente, judicial e extrajudicialmente;
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e
de que modo;
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou ex-
terno, e de direito privado. V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas
obrigações sociais;
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu
I - a União; patrimônio, nesse caso.
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores,
exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
III - os Municípios;
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as deci-
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação
sões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato consti-
dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
tutivo dispuser de modo diverso.
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as deci-
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídi- sões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou
cas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a
deste Código.
requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisó-
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Esta- rio.
dos estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito interna-
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado
cional público.
pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir,
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civil- a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir
mente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade cau- no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obriga-
sem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores ções sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios
do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. da pessoa jurídica.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a
autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquida-
I - as associações; ção, até que esta se conclua.
II - as sociedades; § 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a
III - as fundações. averbação de sua dissolução.

IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se,
22.12.2003) no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.

V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da
22.12.2003) inscrição da pessoa jurídica.

VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção
pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) dos direitos da personalidade.

§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o CAPÍTULO II


funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público DAS ASSOCIAÇÕES
negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que
ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) se organizem para fins não econômicos.
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se sub- Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obriga-
sidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial ções recíprocos.
deste Código.(Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão confor-
me o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de I - a denominação, os fins e a sede da associação;
22.12.2003)
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos asso-
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito ciados;
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedi-
III - os direitos e deveres dos associados;
da, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitu- IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
tivo.
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos delibe-
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constitui- rativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
ção das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo,
contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e
para a dissolução.
Art. 46. O registro declarará:
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respec-
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo tivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)
social, quando houver;
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e poderá instituir categorias com vantagens especiais.
dos diretores;

Conhecimentos Específicos 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado on-
não dispuser o contrário. de situadas.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal § 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o
do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per encargo ao Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8)
si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro,
salvo disposição diversa do estatuto. § 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o
encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa
causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister
e de recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei nº que a reforma:
11.127, de 2005) I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e re-
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito presentar a fundação;
ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação da- denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
da pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação
I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei nº 11.127, unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao
de 2005) órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida
II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) para impugná-la, se quiser, em dez dias.

Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que
I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente con- visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministé-
vocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem rio Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporan-
como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei do-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo,
nº 11.127, de 2005) ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a
fim igual ou semelhante.
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma
do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promo- Do Direito de Empresa
vê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
TÍTULO I
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimô- Do Empresário
nio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais
CAPÍTULO I
referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins
Da Caracterização e da Inscrição
não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação
dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênti- Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente
cos ou semelhantes. atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens
ou de serviços.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação
dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce pro-
referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, fissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o
as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou
no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Públi-
indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à co de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua
Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. atividade.
CAPÍTULO III Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento
DAS FUNDAÇÕES que contenha:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritu- I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado,
ra pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o o regime de bens;
fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa;
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para
fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. III - o capital;

Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a IV - o objeto e a sede da empresa.
ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorpo- § 1o Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será
rados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mer-
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o cantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresá-
instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, rios inscritos.
sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, § 2o À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, se-
por mandado judicial. rão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patri- § 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá
mônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de
suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, obser-
seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. vado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Códi-
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assina- go. (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
do pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a in- § 4o O processo de abertura, registro, alteração e baixa do micro-
cumbência caberá ao Ministério Público. empreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº

Conhecimentos Específicos 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
123, de 14 de dezembro de 2006, bem como qualquer exigência para o § 2o A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente
início de seu funcionamento deverão ter trâmite especial e simplificado, do menor ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes
preferentemente eletrônico, opcional para o empreendedor, na forma a ser nomeados.
disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplifica-
ção do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz,
que trata o inciso III do art. 2º da mesma Lei. (Incluído pela Lei nº nos casos do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão inscritas ou
12.470, de 2011) averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis.

§ 5o Para fins do disposto no § 4o, poderão ser dispensados o uso Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao
da firma, com a respectiva assinatura autógrafa, o capital, requerimentos, gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, quando puder ser
demais assinaturas, informações relativas à nacionalidade, estado civil e autorizado.
regime de bens, bem como remessa de documentos, na forma estabelecida Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou
pelo CGSIM. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em universal de bens, ou no da separação obrigatória.
lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga
neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabeleci- integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
mento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados,
Mercantis da respectiva sede. no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de
simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscri- bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
ção e aos efeitos daí decorrentes. Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judi-
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal cial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a tercei-
profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e ros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas
seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis.
Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equi- TÍTULO I-A
parado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
CAPÍTULO II DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
Da Capacidade
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estive- constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social,
rem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade pró- salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº 12.441, de
pria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. 2011) (Vigência)

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devida- § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da ex-
mente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto pressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa indivi-
capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. dual de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de
2011) (Vigência)
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveni- § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de respon-
ência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvi- sabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa
dos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. § 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também
2o
§ Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o in- poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária
capaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal con-
estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que centração. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
conceder a autorização. § 4º ( VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Jun- § 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade
tas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a
sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de
conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da socieda- jurídica, vinculados à atividade profissional. (Incluído pela Lei nº 12.441, de
de; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) 2011) (Vigência)

II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela § 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada,
Lei nº 12.399, de 2011) no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído
pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolu-
tamente incapaz deve ser representado por seus representantes le- TÍTULO II
gais. (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) Da Sociedade

Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa CAPÍTULO ÚNICO


que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, Disposições Gerais
nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes. Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que recipro-
§ 1o Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos camente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de
em que o juiz entender ser conveniente. atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um
ou mais negócios determinados.

Conhecimentos Específicos 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresá- negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do
rio sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com
este pelas obrigações em que intervier.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do
sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação relati-
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um va aos negócios sociais.
dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode
constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, § 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em rela-
subordina-se às normas que lhe são próprias. ção aos sócios.
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à so- § 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da socie-
ciedade em conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes dade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito
de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a quirografário.
constituição da sociedade segundo determinado tipo.
§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido.
própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo
com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não po-
do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis de admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais.
da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidia-
os efeitos, à sociedade empresária. riamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de
daqueles tipos, o pedido de inscrição se subordinará, no que for aplicável, contas, na forma da lei processual.
às normas que regem a transformação. Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respec-
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscri- tivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo.
ção, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. SUBTÍTULO II
45 e 1.150). Da Sociedade Personificada
SUBTÍTULO I CAPÍTULO I
Da Sociedade Não Personificada Da Sociedade Simples
CAPÍTULO I Seção I
Da Sociedade em Comum Do Contrato Social
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, parti-
sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, cular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencio-
observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as nará:
normas da sociedade simples.
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos só-
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somen- cios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e
te por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros sede dos sócios, se jurídicas;
podem prová-la de qualquer modo.
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial,
do qual os sócios são titulares em comum. III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniá-
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão pratica- ria;
dos por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes,
que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhe- IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
cer. V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consis-
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pe- ta em serviços;
las obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da socieda-
1.024, aquele que contratou pela sociedade. de, e seus poderes e atribuições;
CAPÍTULO II VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
Da Sociedade em Conta de Participação
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas o-
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade cons- brigações sociais.
titutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu
nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participan- Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto
do os demais dos resultados correspondentes. separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato.
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio Art. 998. Nos trinta dias subsequentes à sua constituição, a socie-
ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos dade deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das
do contrato social. Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação in- § 1o O pedido de inscrição será acompanhado do instrumento au-
depende de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de tenticado do contrato, e, se algum sócio nele houver sido representado por
direito. procurador, o da respectiva procuração, bem como, se for o caso, da prova
de autorização da autoridade competente.
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e
a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere § 2o Com todas as indicações enumeradas no artigo antecedente,
personalidade jurídica à sociedade. será a inscrição tomada por termo no livro de registro próprio, e obedecerá
a número de ordem contínua para todas as sociedades inscritas.

Conhecimentos Específicos 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por obje- § 3o Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma
to matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que
sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o a aprove graças a seu voto.
contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime.
Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício
Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será a- de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo
verbada, cumprindo-se as formalidades previstas no artigo antecedente. costuma empregar na administração de seus próprios negócios.
Art. 1.000. A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou a- § 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas
gência na circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporaria-
neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. mente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevarica-
ção, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular,
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição da sucursal, fili- contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da con-
al ou agência deverá ser averbada no Registro Civil da respectiva sede. corrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade,
Seção II enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
Dos Direitos e Obrigações dos Sócios § 2o Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber, as
Art. 1.001. As obrigações dos sócios começam imediatamente com disposições concernentes ao mandato.
o contrato, se este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a Art. 1.012. O administrador, nomeado por instrumento em separa-
sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais. do, deve averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que
Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas praticar, antes de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente
funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modifica- com a sociedade.
ção do contrato social. Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contra-
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspon- to social, compete separadamente a cada um dos sócios.
dente modificação do contrato social com o consentimento dos demais § 1o Se a administração competir separadamente a vários adminis-
sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. tradores, cada um pode impugnar operação pretendida por outro, cabendo
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação a decisão aos sócios, por maioria de votos.
do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante § 2o Responde por perdas e danos perante a sociedade o adminis-
a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. trador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às agindo em desacordo com a maioria.
contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê- Art. 1.014. Nos atos de competência conjunta de vários adminis-
lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá tradores, torna-se necessário o concurso de todos, salvo nos casos urgen-
perante esta pelo dano emergente da mora. tes, em que a omissão ou retardo das providências possa ocasionar dano
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais irreparável ou grave.
sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem pra-
quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o dis- ticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo
posto no § 1o do art. 1.031. objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a
Art. 1.005. O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, maioria dos sócios decidir.
posse ou uso, responde pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somen-
que transferir crédito. te pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes
Art. 1.006. O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não hipóteses:
pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no regis-
sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído. tro próprio da sociedade;
Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lu- II - provando-se que era conhecida do terceiro;
cros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja
contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na propor- III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios
ção da média do valor das quotas. da sociedade.
Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer só- Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante
cio de participar dos lucros e das perdas. a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas
funções.
Art. 1.009. A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta res-
ponsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios Art. 1.017. O administrador que, sem consentimento escrito dos
que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade. sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros,
terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os
Seção III lucros resultantes, e, se houver prejuízo, por ele também responderá.
Da Administração
Parágrafo único. Fica sujeito às sanções o administrador que, ten-
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos do em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade, tome parte
sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão na correspondente deliberação.
tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de
cada um. Art. 1.018. Ao administrador é vedado fazer-se substituir no exercí-
cio de suas funções, sendo-lhe facultado, nos limites de seus poderes,
§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos cor- constituir mandatários da sociedade, especificados no instrumento os atos
respondentes a mais de metade do capital. e operações que poderão praticar.
§ 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na ad-
caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz. ministração por cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa,
reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios.

Conhecimentos Específicos 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes § 1o O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os
conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio. demais sócios suprirem o valor da quota.
Art. 1.020. Os administradores são obrigados a prestar aos sócios § 2o A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa
contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário dias, a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em
anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico. contrário.
Art. 1.021. Salvo estipulação que determine época própria, o sócio Art. 1.032. A retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou
pode, a qualquer tempo, examinar os livros e documentos, e o estado da a seus herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores,
caixa e da carteira da sociedade. até dois anos após averbada a resolução da sociedade; nem nos dois
primeiros casos, pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não se
Seção IV requerer a averbação.
Das Relações com Terceiros
Seção VI
Art. 1.022. A sociedade adquire direitos, assume obrigações e pro- Da Dissolução
cede judicialmente, por meio de administradores com poderes especiais,
ou, não os havendo, por intermédio de qualquer administrador. Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e
respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que participem das sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que
perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. se prorrogará por tempo indeterminado;
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser execu- II - o consenso unânime dos sócios;
tados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens
sociais. III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade
de prazo indeterminado;
Art. 1.025. O sócio, admitido em sociedade já constituída, não se
exime das dívidas sociais anteriores à admissão. IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de
cento e oitenta dias;
Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de
outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio
Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da
credor requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor, apurado na sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas
forma do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no juízo da execução, até Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário
noventa dias após aquela liquidação. individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, obser-
vado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Códi-
Art. 1.027. Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do que go. (Redação dada pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
se separou judicialmente, não podem exigir desde logo a parte que lhes
couber na quota social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a reque-
que se liquide a sociedade. rimento de qualquer dos sócios, quando:

Seção V I - anulada a sua constituição;


Da Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade.
Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, sal- Art. 1.035. O contrato pode prever outras causas de dissolução, a
vo: serem verificadas judicialmente quando contestadas.
I - se o contrato dispuser diferentemente; Art. 1.036. Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores
II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da socie- providenciar imediatamente a investidura do liquidante, e restringir a gestão
dade; própria aos negócios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais
responderão solidária e ilimitadamente.
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do
sócio falecido. Parágrafo único. Dissolvida de pleno direito a sociedade, pode o
sócio requerer, desde logo, a liquidação judicial.
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qual-
quer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, medi- Art. 1.037. Ocorrendo a hipótese prevista no inciso V do art. 1.033,
ante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta o Ministério Público, tão logo lhe comunique a autoridade competente,
dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. promoverá a liquidação judicial da sociedade, se os administradores não o
tiverem feito nos trinta dias seguintes à perda da autorização, ou se o sócio
Parágrafo único. Nos trinta dias subsequentes à notificação, po- não houver exercido a faculdade assegurada no parágrafo único do artigo
dem os demais sócios optar pela dissolução da sociedade. antecedente.
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo ú- Parágrafo único. Caso o Ministério Público não promova a liquida-
nico, pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria ção judicial da sociedade nos quinze dias subsequentes ao recebimento da
dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, comunicação, a autoridade competente para conceder a autorização no-
ainda, por incapacidade superveniente. meará interventor com poderes para requerer a medida e administrar a
sociedade até que seja nomeado o liquidante.
Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o só-
cio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos Art. 1.038. Se não estiver designado no contrato social, o liquidan-
do parágrafo único doart. 1.026. te será eleito por deliberação dos sócios, podendo a escolha recair em
pessoa estranha à sociedade.
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação
a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente § 1o O liquidante pode ser destituído, a todo tempo:
realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base
na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em I - se eleito pela forma prevista neste artigo, mediante deliberação
balanço especialmente levantado. dos sócios;

Conhecimentos Específicos 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
II - em qualquer caso, por via judicial, a requerimento de um ou Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade,
mais sócios, ocorrendo justa causa. salvo disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que
designarão quem os represente.
§ 2o A liquidação da sociedade se processa de conformidade com
o disposto no Capítulo IX, deste Subtítulo. Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade:
CAPÍTULO II I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044;
Da Sociedade em Nome Coletivo
II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na socie- das categorias de sócio.
dade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimita-
damente, pelas obrigações sociais. Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários
nomearão administrador provisório para praticar, durante o período referido
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante tercei- no inciso II e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração.
ros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção
posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um. CAPÍTULO IV
Da Sociedade Limitada
Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas
deste Capítulo e, no que seja omisso, pelas do Capítulo antecedente. Seção I
Disposições Preliminares
Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das indicações referi-
das no art. 997, a firma social. Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada só-
cio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente
Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente pela integralização do capital social.
a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que
tenham os necessários poderes. Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capí-
tulo, pelas normas da sociedade simples.
Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissol-
ver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor. Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência suple-
tiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.
Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:
Art. 1.054. O contrato mencionará, no que couber, as indicações
I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente; do art. 997, e, se for o caso, a firma social.
II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmen- Seção II
te oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da Das Quotas
publicação do ato dilatório.
Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desi-
Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer guais, cabendo uma ou diversas a cada sócio.
das causas enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela
declaração da falência. § 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social res-
pondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data
CAPÍTULO III do registro da sociedade.
Da Sociedade em Comandita Simples
§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte só-
cios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, efeito de transferência, caso em que se observará o disposto no artigo
obrigados somente pelo valor de sua quota. seguinte.

Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os § 1o No caso de condomínio de quota, os direitos a ela inerentes
comanditários. somente podem ser exercidos pelo condômino representante, ou pelo
inventariante do espólio de sócio falecido.
Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as nor-
mas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis com as § 2o Sem prejuízo do disposto no art. 1.052, os condôminos de
deste Capítulo. quota indivisa respondem solidariamente pelas prestações necessárias à
sua integralização.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e
obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo. Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota,
total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência
Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das delibera- dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de
ções da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditá- um quarto do capital social.
rio praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob
pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado. Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e ter-
ceiros, inclusive para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da
Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes.
da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais.
Art. 1.058. Não integralizada a quota de sócio remisso, os outros
Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato, sócios podem, sem prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu parágrafo
produz efeito, quanto a terceiros, a diminuição da quota do comanditário, único, tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, excluindo o primitivo titular
em consequência de ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo e devolvendo-lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora, as
dos credores preexistentes. prestações estabelecidas no contrato mais as despesas.
Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lu- Art. 1.059. Os sócios serão obrigados à reposição dos lucros e das
cros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço. quantias retiradas, a qualquer título, ainda que autorizados pelo contrato,
quando tais lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital.
Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas superveni-
entes, não pode o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reinte- Seção III
grado aquele. Da Administração
Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais
pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.

Conhecimentos Específicos 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Parágrafo único. A administração atribuída no contrato a todos os I - examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da so-
sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram ciedade e o estado da caixa e da carteira, devendo os administradores ou
essa qualidade. liquidantes prestar-lhes as informações solicitadas;
Art. 1.061. A designação de administradores não sócios depende- II - lavrar no livro de atas e pareceres do conselho fiscal o resulta-
rá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver do dos exames referidos no inciso I deste artigo;
integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integraliza-
ção. (Redação dada pela Lei nº 12.375, de 2010) III - exarar no mesmo livro e apresentar à assembleia anual dos
sócios parecer sobre os negócios e as operações sociais do exercício em
Art. 1.062. O administrador designado em ato separado investir-se- que servirem, tomando por base o balanço patrimonial e o de resultado
á no cargo mediante termo de posse no livro de atas da administração. econômico;
§ 1o Se o termo não for assinado nos trinta dias seguintes à desig- IV - denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, suge-
nação, esta se tornará sem efeito. rindo providências úteis à sociedade;
§ 2o Nos dez dias seguintes ao da investidura, deve o administra- V - convocar a assembleia dos sócios se a diretoria retardar por
dor requerer seja averbada sua nomeação no registro competente, mencio- mais de trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram moti-
nando o seu nome, nacionalidade, estado civil, residência, com exibição de vos graves e urgentes;
documento de identidade, o ato e a data da nomeação e o prazo de gestão.
VI - praticar, durante o período da liquidação da sociedade, os atos
Art. 1.063. O exercício do cargo de administrador cessa pela desti- a que se refere este artigo, tendo em vista as disposições especiais regula-
tuição, em qualquer tempo, do titular, ou pelo término do prazo se, fixado doras da liquidação.
no contrato ou em ato separado, não houver recondução.
Art. 1.070. As atribuições e poderes conferidos pela lei ao conselho
§ 1o Tratando-se de sócio nomeado administrador no contrato, sua fiscal não podem ser outorgados a outro órgão da sociedade, e a respon-
destituição somente se opera pela aprovação de titulares de quotas corres- sabilidade de seus membros obedece à regra que define a dos administra-
pondentes, no mínimo, a dois terços do capital social, salvo disposição dores (art. 1.016).
contratual diversa.
Parágrafo único. O conselho fiscal poderá escolher para assisti-lo
§ 2o A cessação do exercício do cargo de administrador deve ser no exame dos livros, dos balanços e das contas, contabilista legalmente
averbada no registro competente, mediante requerimento apresentado nos habilitado, mediante remuneração aprovada pela assembleia dos sócios.
dez dias seguintes ao da ocorrência.
Seção V
§ 3o A renúncia de administrador torna-se eficaz, em relação à so- Das Deliberações dos Sócios
ciedade, desde o momento em que esta toma conhecimento da comunica-
ção escrita do renunciante; e, em relação a terceiros, após a averbação e Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras
publicação. matérias indicadas na lei ou no contrato:

Art. 1.064. O uso da firma ou denominação social é privativo dos I - a aprovação das contas da administração;
administradores que tenham os necessários poderes. II - a designação dos administradores, quando feita em ato sepa-
Art. 1.065. Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à e- rado;
laboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado III - a destituição dos administradores;
econômico.
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no
Seção IV contrato;
Do Conselho Fiscal
V - a modificação do contrato social;
Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios,
pode o contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a
e respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na cessação do estado de liquidação;
assembleia anual prevista no art. 1.078. VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das
§ 1o Não podem fazer parte do conselho fiscal, além dos inelegí- suas contas;
veis enumerados no § 1o do art. 1.011, os membros dos demais órgãos da VIII - o pedido de concordata.
sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados de quaisquer
delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente destes até Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto
o terceiro grau. no art. 1.010, serão tomadas em reunião ou em assembleia, conforme
previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores
§ 2o É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo nos casos previstos em lei ou no contrato.
menos um quinto do capital social, o direito de eleger, separadamente, um
dos membros do conselho fiscal e o respectivo suplente. § 1o A deliberação em assembleia será obrigatória se o número
dos sócios for superior a dez.
Art. 1.067. O membro ou suplente eleito, assinando termo de pos-
se lavrado no livro de atas e pareceres do conselho fiscal, em que se § 2o Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no §
mencione o seu nome, nacionalidade, estado civil, residência e a data da 3o do art. 1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem,
escolha, ficará investido nas suas funções, que exercerá, salvo cessação por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.
anterior, até a subsequente assembleia anual.
§ 3o A reunião ou a assembleia tornam-se dispensáveis quando
Parágrafo único. Se o termo não for assinado nos trinta dias se- todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto
guintes ao da eleição, esta se tornará sem efeito. delas.
Art. 1.068. A remuneração dos membros do conselho fiscal será fi- § 4o No caso do inciso VIII do artigo antecedente, os administrado-
xada, anualmente, pela assembleia dos sócios que os eleger. res, se houver urgência e com autorização de titulares de mais da metade
do capital social, podem requerer concordata preventiva.
Art. 1.069. Além de outras atribuições determinadas na lei ou no
contrato social, aos membros do conselho fiscal incumbem, individual ou § 5o As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o con-
conjuntamente, os deveres seguintes: trato vinculam todos os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes.

Conhecimentos Específicos 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 6o Aplica-se às reuniões dos sócios, nos casos omissos no con- § 3o A aprovação, sem reserva, do balanço patrimonial e do de re-
trato, o disposto na presente Seção sobre a assembleia. sultado econômico, salvo erro, dolo ou simulação, exonera de responsabili-
dade os membros da administração e, se houver, os do conselho fiscal.
Art. 1.073. A reunião ou a assembleia podem também ser convo-
cadas: § 4o Extingue-se em dois anos o direito de anular a aprovação a
que se refere o parágrafo antecedente.
I - por sócio, quando os administradores retardarem a convocação,
por mais de sessenta dias, nos casos previstos em lei ou no contrato, ou Art. 1.079. Aplica-se às reuniões dos sócios, nos casos omissos no
por titulares de mais de um quinto do capital, quando não atendido, no contrato, o estabelecido nesta Seção sobre a assembleia, obedecido o
prazo de oito dias, pedido de convocação fundamentado, com indicação disposto no § 1o do art. 1.072.
das matérias a serem tratadas;
Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tor-
II - pelo conselho fiscal, se houver, nos casos a que se refere nam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram.
o inciso V do art. 1.069.
Seção VI
Art. 1.074. A assembleia dos sócios instala-se com a presença, em Do Aumento e da Redução do Capital
primeira convocação, de titulares de no mínimo três quartos do capital
social, e, em segunda, com qualquer número. Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas as
quotas, pode ser o capital aumentado, com a correspondente modificação
§ 1o O sócio pode ser representado na assembleia por outro sócio, do contrato.
ou por advogado, mediante outorga de mandato com especificação dos
atos autorizados, devendo o instrumento ser levado a registro, juntamente § 1o Até trinta dias após a deliberação, terão os sócios preferência
com a ata. para participar do aumento, na proporção das quotas de que sejam titula-
res.
§ 2o Nenhum sócio, por si ou na condição de mandatário, pode vo-
tar matéria que lhe diga respeito diretamente. § 2o À cessão do direito de preferência, aplica-se o disposto
no caput do art. 1.057.
Art. 1.075. A assembleia será presidida e secretariada por sócios
escolhidos entre os presentes. § 3o Decorrido o prazo da preferência, e assumida pelos sócios, ou
por terceiros, a totalidade do aumento, haverá reunião ou assembleia dos
§ 1o Dos trabalhos e deliberações será lavrada, no livro de atas da sócios, para que seja aprovada a modificação do contrato.
assembleia, ata assinada pelos membros da mesa e por sócios participan-
tes da reunião, quantos bastem à validade das deliberações, mas sem Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a corres-
prejuízo dos que queiram assiná-la. pondente modificação do contrato:

§ 2o Cópia da ata autenticada pelos administradores, ou pela me- I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;
sa, será, nos vinte dias subsequentes à reunião, apresentada ao Registro II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade.
Público de Empresas Mercantis para arquivamento e averbação.
Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do
§ 3o Ao sócio, que a solicitar, será entregue cópia autenticada da capital será realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das
ata. quotas, tornando-se efetiva a partir da averbação, no Registro Público de
Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1o do art. Empresas Mercantis, da ata da assembleia que a tenha aprovado.
1.063, as deliberações dos sócios serão tomadas: Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082, a redução do capital
I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capi- será feita restituindo-se parte do valor das quotas aos sócios, ou dispen-
tal social, nos casos previstos nos incisos V e VI do art. 1.071; sando-se as prestações ainda devidas, com diminuição proporcional, em
ambos os casos, do valor nominal das quotas.
II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital soci-
al, nos casos previstos nos incisos II, III, IV e VIII do art. 1.071; § 1o No prazo de noventa dias, contado da data da publicação da
ata da assembleia que aprovar a redução, o credor quirografário, por título
III - pela maioria de votos dos presentes, nos demais casos previs- líquido anterior a essa data, poderá opor-se ao deliberado.
tos na lei ou no contrato, se este não exigir maioria mais elevada.
§ 2o A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabeleci-
Art. 1.077. Quando houver modificação do contrato, fusão da soci- do no parágrafo antecedente, não for impugnada, ou se provado o paga-
edade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu mento da dívida ou o depósito judicial do respectivo valor.
o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subsequentes à reunião,
aplicando-se, no silêncio do contrato social antes vigente, o disposto no art. § 3o Satisfeitas as condições estabelecidas no parágrafo antece-
1.031. dente, proceder-se-á à averbação, no Registro Público de Empresas Mer-
cantis, da ata que tenha aprovado a redução.
Art. 1.078. A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos
uma vez por ano, nos quatro meses seguintes à ao término do exercício Seção VII
social, com o objetivo de: Da Resolução da Sociedade em Relação a Sócios Minoritários

I - tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balan- Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria
ço patrimonial e o de resultado econômico; dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender
que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa,
II - designar administradores, quando for o caso; em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade,
mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão
III - tratar de qualquer outro assunto constante da ordem do dia. por justa causa.
§ 1o Até trinta dias antes da data marcada para a assembleia, os Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser determinada em
documentos referidos no inciso I deste artigo devem ser postos, por escrito, reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o
e com a prova do respectivo recebimento, à disposição dos sócios que não acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do
exerçam a administração. direito de defesa.
§ 2o Instalada a assembleia, proceder-se-á à leitura dos documen- Art. 1.086. Efetuado o registro da alteração contratual, aplicar-se-á
tos referidos no parágrafo antecedente, os quais serão submetidos, pelo o disposto nos arts. 1.031 e 1.032.
presidente, a discussão e votação, nesta não podendo tomar parte os
membros da administração e, se houver, os do conselho fiscal. Seção VIII
Da Dissolução

Conhecimentos Específicos 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 1.087. A sociedade dissolve-se, de pleno direito, por qualquer operações sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas
das causas previstas no art. 1.044. operações.
CAPÍTULO V § 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio
Da Sociedade Anônima responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Seção Única Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições refe-
Da Caracterização rentes à sociedade simples, resguardadas as características estabelecidas
no art. 1.094.
Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-
se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de CAPÍTULO VIII
emissão das ações que subscrever ou adquirir. Das Sociedades CoLigadas
Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei especial, aplican- Art. 1.097. Consideram-se coligadas as sociedades que, em suas
do-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código. relações de capital, são controladas, filiadas, ou de simples participação, na
forma dos artigos seguintes.
CAPÍTULO VI
Da Sociedade em Comandita por Ações Art. 1.098. É controlada:
Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital divi- I - a sociedade de cujo capital outra sociedade possua a maioria
dido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, dos votos nas deliberações dos quotistas ou da assembleia geral e o poder
sem prejuízo das modificações constantes deste Capítulo, e opera sob de eleger a maioria dos administradores;
firma ou denominação.
II - a sociedade cujo controle, referido no inciso antecedente, este-
Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a ja em poder de outra, mediante ações ou quotas possuídas por sociedades
sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas ou sociedades por esta já controladas.
obrigações da sociedade.
Art. 1.099. Diz-se coligada ou filiada a sociedade de cujo capital
§ 1o Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsá- outra sociedade participa com dez por cento ou mais, do capital da outra,
veis, depois de esgotados os bens sociais. sem controlá-la.
§ 2o Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da socieda- Art. 1.100. É de simples participação a sociedade de cujo capital
de, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por delibe- outra sociedade possua menos de dez por cento do capital com direito de
ração de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital voto.
social.
Art. 1.101. Salvo disposição especial de lei, a sociedade não pode
§ 3o O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, participar de outra, que seja sua sócia, por montante superior, segundo o
responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. balanço, ao das próprias reservas, excluída a reserva legal.
Art. 1.092. A assembleia geral não pode, sem o consentimento dos Parágrafo único. Aprovado o balanço em que se verifique ter sido
diretores, mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de excedido esse limite, a sociedade não poderá exercer o direito de voto
duração, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes correspondente às ações ou quotas em excesso, as quais devem ser
beneficiárias. alienadas nos cento e oitenta dias seguintes àquela aprovação.
CAPÍTULO VII CAPÍTULO IX
Da Sociedade Cooperativa Da Liquidação da Sociedade
Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no Art. 1.102. Dissolvida a sociedade e nomeado o liquidante na for-
presente Capítulo, ressalvada a legislação especial. ma do disposto neste Livro, procede-se à sua liquidação, de conformidade
com os preceitos deste Capítulo, ressalvado o disposto no ato constitutivo
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: ou no instrumento da dissolução.
I - variabilidade, ou dispensa do capital social; Parágrafo único. O liquidante, que não seja administrador da soci-
II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a edade, investir-se-á nas funções, averbada a sua nomeação no registro
administração da sociedade, sem limitação de número máximo; próprio.

III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que ca- Art. 1.103. Constituem deveres do liquidante:
da sócio poderá tomar; I - averbar e publicar a ata, sentença ou instrumento de dissolução
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à da sociedade;
sociedade, ainda que por herança; II - arrecadar os bens, livros e documentos da sociedade, onde
V - quorum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado quer que estejam;
no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social represen- III - proceder, nos quinze dias seguintes ao da sua investidura e
tado; com a assistência, sempre que possível, dos administradores, à elaboração
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou do inventário e do balanço geral do ativo e do passivo;
não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; IV - ultimar os negócios da sociedade, realizar o ativo, pagar o
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das passivo e partilhar o remanescente entre os sócios ou acionistas;
operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído V - exigir dos quotistas, quando insuficiente o ativo à solução do
juro fixo ao capital realizado; passivo, a integralização de suas quotas e, se for o caso, as quantias
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda necessárias, nos limites da responsabilidade de cada um e proporcional-
que em caso de dissolução da sociedade. mente à respectiva participação nas perdas, repartindo-se, entre os sócios
solventes e na mesma proporção, o devido pelo insolvente;
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos só-
cios pode ser limitada ou ilimitada. VI - convocar assembleia dos quotistas, cada seis meses, para a-
presentar relatório e balanço do estado da liquidação, prestando conta dos
§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio atos praticados durante o semestre, ou sempre que necessário;
responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas

Conhecimentos Específicos 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
VII - confessar a falência da sociedade e pedir concordata, de a- Art. 1.115. A transformação não modificará nem prejudicará, em
cordo com as formalidades prescritas para o tipo de sociedade liquidanda; qualquer caso, os direitos dos credores.
VIII - finda a liquidação, apresentar aos sócios o relatório da liqui- Parágrafo único. A falência da sociedade transformada somente
dação e as suas contas finais; produzirá efeitos em relação aos sócios que, no tipo anterior, a eles estari-
am sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos anteriores à transforma-
IX - averbar a ata da reunião ou da assembleia, ou o instrumento ção, e somente a estes beneficiará.
firmado pelos sócios, que considerar encerrada a liquidação.
Art. 1.116. Na incorporação, uma ou várias sociedades são absor-
Parágrafo único. Em todos os atos, documentos ou publicações, o vidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, deven-
liquidante empregará a firma ou denominação social sempre seguida da do todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos.
cláusula "em liquidação" e de sua assinatura individual, com a declaração
de sua qualidade. Art. 1.117. A deliberação dos sócios da sociedade incorporada de-
verá aprovar as bases da operação e o projeto de reforma do ato constituti-
Art. 1.104. As obrigações e a responsabilidade do liquidante re- vo.
gem-se pelos preceitos peculiares às dos administradores da sociedade
liquidanda. § 1o A sociedade que houver de ser incorporada tomará conheci-
mento desse ato, e, se o aprovar, autorizará os administradores a praticar o
Art. 1.105. Compete ao liquidante representar a sociedade e prati- necessário à incorporação, inclusive a subscrição em bens pelo valor da
car todos os atos necessários à sua liquidação, inclusive alienar bens diferença que se verificar entre o ativo e o passivo.
móveis ou imóveis, transigir, receber e dar quitação.
§ 2o A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora com-
Parágrafo único. Sem estar expressamente autorizado pelo contra- preenderá a nomeação dos peritos para a avaliação do patrimônio líquido
to social, ou pelo voto da maioria dos sócios, não pode o liquidante gravar da sociedade, que tenha de ser incorporada.
de ônus reais os móveis e imóveis, contrair empréstimos, salvo quando
indispensáveis ao pagamento de obrigações inadiáveis, nem prosseguir, Art. 1.118. Aprovados os atos da incorporação, a incorporadora
embora para facilitar a liquidação, na atividade social. declarará extinta a incorporada, e promoverá a respectiva averbação no
registro próprio.
Art. 1.106. Respeitados os direitos dos credores preferenciais, pa-
gará o liquidante as dívidas sociais proporcionalmente, sem distinção entre Art. 1.119. A fusão determina a extinção das sociedades que se
vencidas e vincendas, mas, em relação a estas, com desconto. unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e
obrigações.
Parágrafo único. Se o ativo for superior ao passivo, pode o liqui-
dante, sob sua responsabilidade pessoal, pagar integralmente as dívidas Art. 1.120. A fusão será decidida, na forma estabelecida para os
vencidas. respectivos tipos, pelas sociedades que pretendam unir-se.
Art. 1.107. Os sócios podem resolver, por maioria de votos, antes § 1o Em reunião ou assembleia dos sócios de cada sociedade, de-
de ultimada a liquidação, mas depois de pagos os credores, que o liquidan- liberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova socieda-
te faça rateios por antecipação da partilha, à medida em que se apurem os de, bem como o plano de distribuição do capital social, serão nomeados os
haveres sociais. peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade.
Art. 1.108. Pago o passivo e partilhado o remanescente, convocará § 2o Apresentados os laudos, os administradores convocarão reu-
o liquidante assembleia dos sócios para a prestação final de contas. nião ou assembleia dos sócios para tomar conhecimento deles, decidindo
sobre a constituição definitiva da nova sociedade.
Art. 1.109. Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação, e a soci-
edade se extingue, ao ser averbada no registro próprio a ata da assemblei- § 3o É vedado aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio
a. da sociedade de que façam parte.
Parágrafo único. O dissidente tem o prazo de trinta dias, a contar Art. 1.121. Constituída a nova sociedade, aos administradores in-
da publicação da ata, devidamente averbada, para promover a ação que cumbe fazer inscrever, no registro próprio da sede, os atos relativos à
couber. fusão.
Art. 1.110. Encerrada a liquidação, o credor não satisfeito só terá Art. 1.122. Até noventa dias após publicados os atos relativos à in-
direito a exigir dos sócios, individualmente, o pagamento do seu crédito, até corporação, fusão ou cisão, o credor anterior, por ela prejudicado, poderá
o limite da soma por eles recebida em partilha, e a propor contra o liquidan- promover judicialmente a anulação deles.
te ação de perdas e danos.
§ 1o A consignação em pagamento prejudicará a anulação pleitea-
Art. 1.111. No caso de liquidação judicial, será observado o dispos- da.
to na lei processual.
§ 2o Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá garantir-lhe a e-
Art. 1.112. No curso de liquidação judicial, o juiz convocará, se ne- xecução, suspendendo-se o processo de anulação.
cessário, reunião ou assembleia para deliberar sobre os interesses da
liquidação, e as presidirá, resolvendo sumariamente as questões suscita- § 3o Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falência da sociedade in-
das. corporadora, da sociedade nova ou da cindida, qualquer credor anterior
terá direito a pedir a separação dos patrimônios, para o fim de serem os
Parágrafo único. As atas das assembleias serão, em cópia autênti- créditos pagos pelos bens das respectivas massas.
ca, apensadas ao processo judicial.
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO X Da Sociedade Dependente de Autorização
Da Transformação, da Incorporação, da Fusão e da Cisão das Socie-
dades Seção I
Disposições Gerais
Art. 1.113. O ato de transformação independe de dissolução ou li-
quidação da sociedade, e obedecerá aos preceitos reguladores da constitu- Art. 1.123. A sociedade que dependa de autorização do Poder E-
ição e inscrição próprios do tipo em que vai converter-se. xecutivo para funcionar reger-se-á por este título, sem prejuízo do disposto
em lei especial.
Art. 1.114. A transformação depende do consentimento de todos
os sócios, salvo se prevista no ato constitutivo, caso em que o dissidente Parágrafo único. A competência para a autorização será sempre
poderá retirar-se da sociedade, aplicando-se, no silêncio do estatuto ou do do Poder Executivo federal.
contrato social, o disposto no art. 1.031.

Conhecimentos Específicos 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 1.124. Na falta de prazo estipulado em lei ou em ato do poder III - relação dos membros de todos os órgãos da administração da
público, será considerada caduca a autorização se a sociedade não entrar sociedade, com nome, nacionalidade, profissão, domicílio e, salvo quanto a
em funcionamento nos doze meses seguintes à respectiva publicação. ações ao portador, o valor da participação de cada um no capital da socie-
dade;
Art. 1.125. Ao Poder Executivo é facultado, a qualquer tempo, cas-
sar a autorização concedida a sociedade nacional ou estrangeira que IV - cópia do ato que autorizou o funcionamento no Brasil e fixou o
infringir disposição de ordem pública ou praticar atos contrários aos fins capital destinado às operações no território nacional;
declarados no seu estatuto.
V - prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes
Seção II expressos para aceitar as condições exigidas para a autorização;
Da Sociedade Nacional
VI - último balanço.
Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade
com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração. § 2o Os documentos serão autenticados, de conformidade com a
lei nacional da sociedade requerente, legalizados no consulado brasileiro
Parágrafo único. Quando a lei exigir que todos ou alguns sócios da respectiva sede e acompanhados de tradução em vernáculo.
sejam brasileiros, as ações da sociedade anônima revestirão, no silêncio da
lei, a forma nominativa. Qualquer que seja o tipo da sociedade, na sua sede Art. 1.135. É facultado ao Poder Executivo, para conceder a autori-
ficará arquivada cópia autêntica do documento comprobatório da nacionali- zação, estabelecer condições convenientes à defesa dos interesses nacio-
dade dos sócios. nais.

Art. 1.127. Não haverá mudança de nacionalidade de sociedade Parágrafo único. Aceitas as condições, expedirá o Poder Executivo
brasileira sem o consentimento unânime dos sócios ou acionistas. decreto de autorização, do qual constará o montante de capital destinado
às operações no País, cabendo à sociedade promover a publicação dos
Art. 1.128. O requerimento de autorização de sociedade nacional atos referidos no art. 1.131 e no § 1o do art. 1.134.
deve ser acompanhado de cópia do contrato, assinada por todos os sócios,
ou, tratando-se de sociedade anônima, de cópia, autenticada pelos funda- Art. 1.136. A sociedade autorizada não pode iniciar sua atividade
dores, dos documentos exigidos pela lei especial. antes de inscrita no registro próprio do lugar em que se deva estabelecer.

Parágrafo único. Se a sociedade tiver sido constituída por escritura § 1o O requerimento de inscrição será instruído com exemplar da
pública, bastará juntar-se ao requerimento a respectiva certidão. publicação exigida no parágrafo único do artigo antecedente, acompanhado
de documento do depósito em dinheiro, em estabelecimento bancário
Art. 1.129. Ao Poder Executivo é facultado exigir que se procedam oficial, do capital ali mencionado.
a alterações ou aditamento no contrato ou no estatuto, devendo os sócios,
ou, tratando-se de sociedade anônima, os fundadores, cumprir as formali- § 2o Arquivados esses documentos, a inscrição será feita por termo
dades legais para revisão dos atos constitutivos, e juntar ao processo prova em livro especial para as sociedades estrangeiras, com número de ordem
regular. contínuo para todas as sociedades inscritas; no termo constarão:

Art. 1.130. Ao Poder Executivo é facultado recusar a autorização, I - nome, objeto, duração e sede da sociedade no estrangeiro;
se a sociedade não atender às condições econômicas, financeiras ou II - lugar da sucursal, filial ou agência, no País;
jurídicas especificadas em lei.
III - data e número do decreto de autorização;
Art. 1.131. Expedido o decreto de autorização, cumprirá à socieda-
de publicar os atos referidos nos arts. 1.128 e 1.129, em trinta dias, no IV - capital destinado às operações no País;
órgão oficial da União, cujo exemplar representará prova para inscrição, no V - individuação do seu representante permanente.
registro próprio, dos atos constitutivos da sociedade.
§ 3o Inscrita a sociedade, promover-se-á a publicação determinada
Parágrafo único. A sociedade promoverá, também no órgão oficial no parágrafo único do art. 1.131.
da União e no prazo de trinta dias, a publicação do termo de inscrição.
Art. 1.137. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar ficará
Art. 1.132. As sociedades anônimas nacionais, que dependam de sujeita às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos ou operações
autorização do Poder Executivo para funcionar, não se constituirão sem praticados no Brasil.
obtê-la, quando seus fundadores pretenderem recorrer a subscrição pública
para a formação do capital. Parágrafo único. A sociedade estrangeira funcionará no território
nacional com o nome que tiver em seu país de origem, podendo acrescen-
1o
§ Os fundadores deverão juntar ao requerimento cópias autênti- tar as palavras "do Brasil" ou "para o Brasil".
cas do projeto do estatuto e do prospecto.
Art. 1.138. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar é obri-
§ 2o Obtida a autorização e constituída a sociedade, proceder-se-á gada a ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para
à inscrição dos seus atos constitutivos. resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela sociedade.
Art. 1.133. Dependem de aprovação as modificações do contrato Parágrafo único. O representante somente pode agir perante ter-
ou do estatuto de sociedade sujeita a autorização do Poder Executivo, ceiros depois de arquivado e averbado o instrumento de sua nomeação.
salvo se decorrerem de aumento do capital social, em virtude de utilização
de reservas ou reavaliação do ativo. Art. 1.139. Qualquer modificação no contrato ou no estatuto de-
penderá da aprovação do Poder Executivo, para produzir efeitos no territó-
Seção III rio nacional.
Da Sociedade Estrangeira
Art. 1.140. A sociedade estrangeira deve, sob pena de lhe ser cas-
Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu obje- sada a autorização, reproduzir no órgão oficial da União, e do Estado, se
to, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda for o caso, as publicações que, segundo a sua lei nacional, seja obrigada a
que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os fazer relativamente ao balanço patrimonial e ao de resultado econômico,
casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira. bem como aos atos de sua administração.
§ 1o Ao requerimento de autorização devem juntar-se: Parágrafo único. Sob pena, também, de lhe ser cassada a autori-
I - prova de se achar a sociedade constituída conforme a lei de seu zação, a sociedade estrangeira deverá publicar o balanço patrimonial e o
país; de resultado econômico das sucursais, filiais ou agências existentes no
País.
II - inteiro teor do contrato ou do estatuto;

Conhecimentos Específicos 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 1.141. Mediante autorização do Poder Executivo, a sociedade Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no ar-
estrangeira admitida a funcionar no País pode nacionalizar-se, transferindo tigo antecedente será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de
sua sede para o Brasil. omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado.
§ 1o Para o fim previsto neste artigo, deverá a sociedade, por seus § 1o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresen-
representantes, oferecer, com o requerimento, os documentos exigidos tados no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos.
no art. 1.134, e ainda a prova da realização do capital, pela forma declara-
da no contrato, ou no estatuto, e do ato em que foi deliberada a nacionali- § 2o Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro so-
zação. mente produzirá efeito a partir da data de sua concessão.

§ 2o O Poder Executivo poderá impor as condições que julgar con- § 3o As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por
venientes à defesa dos interesses nacionais. perdas e danos, em caso de omissão ou demora.

§ 3o Aceitas as condições pelo representante, proceder-se-á, após Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regula-
a expedição do decreto de autorização, à inscrição da sociedade e publica- ridade das publicações determinadas em lei, de acordo com o disposto nos
ção do respectivo termo. parágrafos deste artigo.

TÍTULO III § 1o Salvo exceção expressa, as publicações ordenadas neste Li-


Do Estabelecimento vro serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado, conforme o local da
sede do empresário ou da sociedade, e em jornal de grande circulação.
CAPÍTULO ÚNICO
DISPOSIÇÕES GERAIS § 2o As publicações das sociedades estrangeiras serão feitas nos
órgãos oficiais da União e do Estado onde tiverem sucursais, filiais ou
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens agências.
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária. § 3o O anúncio de convocação da assembleia de sócios será publi-
cado por três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e inserção e a da realização da assembleia, o prazo mínimo de oito dias,
de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis para a primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores.
com a sua natureza.
Art. 1.153. Cumpre à autoridade competente, antes de efetivar o
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto registro, verificar a autenticidade e a legitimidade do signatário do requeri-
ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a tercei- mento, bem como fiscalizar a observância das prescrições legais concer-
ros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da socie- nentes ao ato ou aos documentos apresentados.
dade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publi-
cado na imprensa oficial. Parágrafo único. Das irregularidades encontradas deve ser notifi-
cado o requerente, que, se for o caso, poderá saná-las, obedecendo às
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para sol- formalidades da lei.
ver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do
pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições espe-
expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. ciais da lei, não pode, antes do cumprimento das respectivas formalidades,
ser oposto a terceiro, salvo prova de que este o conhecia.
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo paga-
mento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente Parágrafo único. O terceiro não pode alegar ignorância, desde que
contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado cumpridas as referidas formalidades.
pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publica- CAPÍTULO II
ção, e, quanto aos outros, da data do vencimento. DO NOME EMPRESARIAL
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do es- Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denomina-
tabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos ção adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de
subsequentes à transferência. empresa.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabe- Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos
lecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e
contrato. fundações.
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu no-
sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do me, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais
estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.
rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferên-
cia, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade
alienante. ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão
figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento companhia" ou sua abreviatura.
transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o
momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pe-
se de boa-fé pagar ao cedente. las obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes,
figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo.
TÍTULO IV
Dos Institutos Complementares Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denomina-
ção, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
CAPÍTULO I
Do Registro § 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios,
desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao
Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e § 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo
a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios.
obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples
adotar um dos tipos de sociedade empresária.

Conhecimentos Específicos 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-se
solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes.
a denominação da sociedade.
Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para se-
Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação in- rem opostas a terceiros, dependem do arquivamento e averbação do ins-
tegrada pelo vocábulo "cooperativa". trumento no Registro Público de Empresas Mercantis, salvo se provado
serem conhecidas da pessoa que tratou com o gerente.
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designa-
tiva do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, de-
"companhia", por extenso ou abreviadamente. ve a modificação ou revogação do mandato ser arquivada e averbada no
Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do funda-
dor, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que
da empresa. este pratique em seu próprio nome, mas à conta daquele.
Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar Art. 1.176. O gerente pode estar em juízo em nome do preponente,
de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da pelas obrigações resultantes do exercício da sua função.
expressão "comandita por ações".
Seção III
Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter fir- Do Contabilista e outros Auxiliares
ma ou denominação.
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponen-
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer te, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produ-
outro já inscrito no mesmo registro. zem, salvo se houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o
fossem por aquele.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros
já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga. Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são
pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos;
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos.
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quais-
vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido quer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à ativida-
do seu próprio, com a qualificação de sucessor. de da empresa, ainda que não autorizados por escrito.
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabe-
retirar, não pode ser conservado na firma social. lecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes confe-
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das ridos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia
pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asse- autêntica do seu teor.
guram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. CAPÍTULO IV
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o Da Escrituração
território nacional, se registrado na forma da lei especial. Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados
Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anu- a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na
lar a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documen-
tação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de
Art. 1.168. A inscrição do nome empresarial será cancelada, a re- resultado econômico.
querimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício da ativida-
de para que foi adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade § 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros
que o inscreveu. ficam a critério dos interessados.
CAPÍTULO III § 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empre-
Dos Prepostos sário a que se refere o art. 970.
Seção I Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável
Disposições Gerais o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração meca-
nizada ou eletrônica.
Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se
substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoal- Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro
mente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado
econômico.
Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode ne-
gociar por conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamen- Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e,
te, de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados
responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros no Registro Público de Empresas Mercantis.
da operação. Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscri-
Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou va- to o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar
lores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem pro- livros não obrigatórios.
testo, salvo nos casos em que haja prazo para reclamação. Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração
Seção II ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se
Do Gerente nenhum houver na localidade.

Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no exer- Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente
cício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência. nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano,
sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou
Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se transportes para as margens.
o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos
poderes que lhe foram outorgados.

Conhecimentos Específicos 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que
abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado. acompanharão o balanço patrimonial, em caso de sociedades coligadas.
Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou demonstração
caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou da conta de lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele
reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa. constarão crédito e débito, na forma da lei especial.
§ 1o Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma auto-
não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas opera- ridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar
ções sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária obser-
desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para vam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua
perfeita verificação. Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros
e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relati-
§ 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resulta- vas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta
do econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências de outrem, ou em caso de falência.
Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresá-
ria. § 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação
pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das
Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da
sistema de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nome-
Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades adas, para deles se extrair o que interessar à questão.
extrínsecas exigidas para aquele.
§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exa-
Art. 1.186. O livro Balancetes Diários e Balanços será escriturado me, perante o respectivo juiz.
de modo que registre:
Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros, nos casos do arti-
I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, go antecedente, serão apreendidos judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á
pelo respectivo saldo, em forma de balancetes diários; como verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos livros.
II - o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerra- Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida
mento do exercício. por prova documental em contrário.
Art. 1.187. Na coleta dos elementos para o inventário serão obser- Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da
vados os critérios de avaliação a seguir determinados: escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazen-
dárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos
I - os bens destinados à exploração da atividade serão avaliados estritos das respectivas leis especiais.
pelo custo de aquisição, devendo, na avaliação dos que se desgastam ou
depreciam com o uso, pela ação do tempo ou outros fatores, atender-se à Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados
desvalorização respectiva, criando-se fundos de amortização para assegu- a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais
rar-lhes a substituição ou a conservação do valor; papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou
decadência no tocante aos atos neles consignados.
II - os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à aliena-
ção, ou que constituem produtos ou artigos da indústria ou comércio da Art. 1.195. As disposições deste Capítulo aplicam-se às sucursais,
empresa, podem ser estimados pelo custo de aquisição ou de fabricação, filiais ou agências, no Brasil, do empresário ou sociedade com sede em
ou pelo preço corrente, sempre que este for inferior ao preço de custo, e país estrangeiro.
quando o preço corrente ou venal estiver acima do valor do custo de aqui-
sição, ou fabricação, e os bens forem avaliados pelo preço corrente, a Formas de tributação
diferença entre este e o preço de custo não será levada em conta para a No Brasil, conforme faculta a legislação vigente, as pessoas jurídicas
distribuição de lucros, nem para as percentagens referentes a fundos de podem ser tributadas por opções diferentes, segundo melhor conveniência,
reserva; seja para contemplar menor desembolso tributário, ou então, para contor-
III - o valor das ações e dos títulos de renda fixa pode ser determi- nar dificuldades na base documental. Assim sendo, no que se refere à
nado com base na respectiva cotação da Bolsa de Valores; os não cotados tributação dos resultados decorrentes das atividades econômicas, as em-
e as participações não acionárias serão considerados pelo seu valor de presas podem pagar o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a
aquisição; Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) com base: a) no Lucro
Real; b) no Lucro Presumido; c) no Lucro Arbitrado ou d) através de
IV - os créditos serão considerados de conformidade com o pre- processo simplificado, este último regulado por força da LC nº 123/06.
sumível valor de realização, não se levando em conta os prescritos ou de
difícil liquidação, salvo se houver, quanto aos últimos, previsão equivalente. 4.1 Conceitos sobre as Diferentes Alternativas
Parágrafo único. Entre os valores do ativo podem figurar, desde Existem aspectos e particularidades de cada uma das diferentes opções,
que se preceda, anualmente, à sua amortização: focalizadas exclusivamente com objetivos de possibilitar um cenário de
I - as despesas de instalação da sociedade, até o limite correspon- posicionamento desprovido de qualquer pretensão relativamente ao trata-
dente a dez por cento do capital social; mento que vem sendo adotado pelos profissionais contabilistas.
II - os juros pagos aos acionistas da sociedade anônima, no perío- 4.1.1 Lucro Real
do antecedente ao início das operações sociais, à taxa não superior a doze
por cento ao ano, fixada no estatuto; O lucro real é um conceito fiscal e não um conceito econômico. No conceito
III - a quantia efetivamente paga a título de aviamento de estabele- econômico, o lucro é o resultado positivo entre a soma algébrica da receita
cimento adquirido pelo empresário ou sociedade. bruta das vendas de bens ou serviços, deduzidos das devoluções, dos
tributos incidentes sobre as vendas e também dos custos e despesas
Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e operacionais pertinentes.
clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta,
bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo Referido resultado, quando positivo, é chamado lucro operacional e, quan-
e o passivo. do negativo, denominado prejuízo operacional. A esse resultado – lucro ou
prejuízo operacional – deve ser adicionado ou deduzido conforme ocorrên-

Conhecimentos Específicos 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cia, o resultado positivo ou negativo das receitas e despesas não- sistemática de tributação. É oportuno reavivar que o lucro é o resultado
operacionais, determinando-se assim o resultado do período, antes do IRPJ positivo entre a soma algébrica da receita bruta das vendas de bens e
e da CSLL, chamado também Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR). serviços, deduzida das devoluções, dos tributos incidentes sobre as ven-
das, e também dos custos e das despesas operacionais pertinentes.
Diminuindo-se do resultado LAIR as parcelas devidas a título exatamente
de IRJP e CSLL nos termos e percentuais vigentes, encontra-se aqui o 4.1.3 Lucro Arbitrado
lucro líquido. Comporta destacar que a legislação do Imposto de Renda,
consolidada no Decreto nº 3.000/79, denomina esse “resultado contábil” e, O Lucro Arbitrado é um instituto, um regramento fiscal previsto para os
portanto, econômico, de lucro líquido do exercício, fato que, todavia, contra- casos em que a empresa não mantenha escrituração revestida das formali-
ria disposições da Lei das Sociedades Anônimas, que é o regramento dades requeridas; quando deixa de elaborar as respectivas demonstrações
básico para fins das demonstrações contábeis emitidas pela contabilidade contábeis; quando tenha a escrituração desclassificada pelas autoridades;
naquele cenário. quando opta indevidamente pela tributação com base no lucro presumido;
ou, ainda, quando não mantém arquivo de documentos. Em qualquer
Portanto, de acordo com a legislação comercial, cujo ordenamento básico é dessas hipóteses, a fiscalização pode arbitrar o lucro, cujas regras de
a Lei das Sociedades por Ações – Lei nº 6.404/76 com as alterações da Lei arbitramento estão tornando-se cada vez mais severas. O instituto do
nº 11.638/07, – o lucro líquido é apurado deduzindo-se do resultado do arbitramento implica pagamento de imposto maior do que aquele apurado
período as provisões pertinentes ao IRPJ e CSLL. Logo, forçoso é concluir, pelas regras tradicionais. Todavia, também pode ser utilizado pela própria
neste particular, que o lucro líquido é o residual remanescente à disposição empresa.
da assembleia de sócios ou de acionistas para deliberarem sobre sua
destinação. A legislação de regência estabelece que a autoridade tributária possa fixar
o lucro arbitrado por meio percentual sobre a receita bruta, esta quando
O lucro real, conforme textualmente preceituado no art. 247 RIR, é o lucro conhecida, ou com base no valor do ativo, do capital social, do patrimônio
contábil, agora, antes do IRPJ e da CSLL do período de apuração, ajustado líquido, da folha de pagamento de empregados, das compras, do aluguel
pelas adições e pelas exclusões prescritas na lei de regência. Ainda, nos das instalações ou do lucro líquido auferido em períodos anteriores.
termos do mesmo RIR, esse lucro ajustado é base de cálculo para a com-
pensação de prejuízos fiscais de períodos anteriores. Portanto, neste O arbitramento do lucro por parte das autoridades tributárias é medida fiscal
particular, resta claro que o lucro real só pode ser determinado a partir da extrema e não exclui a aplicação de penalidades, sendo, portanto, cumula-
escrituração contábil. tivas ao valor do próprio imposto que, por si, já é mais elevado. Todavia, o
mesmo instituto do arbitramento também pode ser empregado pela própria
A denominação de lucro real para apuração eminentemente fiscal é, na pessoa jurídica, nas condições estabelecidas pela legislação de regência e,
prática, em linguagem conceitual, inadequada ao caso. Com efeito, o termo até certo ponto, constitui-se em instrumento de planejamento tributário, ou
real dá a ideia de verdadeiro, efetivo e concreto, que, no caso, é o resultado então, alternativa legal para transpor determinadas dificuldades operativas.
econômico positivo, ou seja, quando as receitas superam as despesas do Abaixo o posicionamento Fiscal por meio da resposta à consulta 553, do
período-base. Todavia, na prática, constata-se, que, às vezes, a empresa manual de orientação, de 2006:
apura resultado econômico negativo, ou seja, fechou o período com prejuí-
zo, porém, obedecendo à legislação do IRPJ, que manda adicionar ou I. É aplicável pela autoridade fiscal quando restar constatado que a empre-
excluir parcelas consideradas não dedutíveis ou então quando já tributadas sa deixou de cumprir as obrigações acessórias então estabelecidas para
em outra empresa, para, assim, apurar o que deliberaram chamar de Lucro determinação do Lucro Real ou do Lucro Presumido, conforme for o caso.
Real, quando melhor seria denominar Lucro Fiscal. II. É aplicável pela própria empresa quando conhecida a Receita Bruta e
desde que ocorridas quaisquer das hipóteses previstas para arbitramento –
Assim posicionando, forçoso concluir, portanto, que nada mais irreal é o conforme disposto na legislação do IRPJ, por exemplo –, falta ou extravio
regramento que tipifica e conceitua o que deve ser entendido por “Lucro da escrituração do livro caixa.
Real”.
4.1.4 Simples Nacional
4.1.2 Lucro Presumido
O revigorado instituto do “Simples Nacional”, ancorado por disposições da
O Lucro Presumido é uma opção para pequenas e médias empresas até o LC nº 123/06, na verdade, é a mesma sistemática para pagamento de
limite da receita bruta total estabelecida em lei, pagar os impostos sobre os impostos por parte das micros e pequenas empresas, instituída por meio da
resultados econômicos. Faculta a legislação que referidas empresas, em Lei nº 9.317/96, com um agravante operacional: maior dificuldade para o
vez da apuração do lucro realmente auferido, ou seja, por meio da escritu- cumprimento das exigências estabelecidas, o que pode resultar em autua-
ração mercantil, podem presumir o valor do lucro a partir de suas receitas. ções na exata medida em que os contabilistas deixem de observar particu-
Assim, dispensando o uso da escrita mercantil, exclusivamente para estes laridades pontuais.
casos, desprezando despesas do período e apenas usando o faturamento,
ou seja, a receita bruta, as empresas enquadradas nas condições fixadas Portanto, retornando às regras do Simples Nacional, comporta destacar que
podem presumir hipoteticamente a existência de lucro a partir de percentual constituem procedimentos estabelecidos em legislação especial, regulados
aplicado sobre o faturamento que é a base de cálculo. por meio da LC nº 123/06, que sustenta as Resoluções CGSN nº 4 e CGSN
nº 5, ambas de 2007, contemplativas do denominado Regime Especial
Por exemplo: Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições, estes devidos por
1. Receita Bruta $ 100.000,00 x 8% = Lucro Presumido $ 8.000,00. microempresas e por empresas de pequeno porte em favor da União,
2. Imposto de Renda: devido 15% x $ 8.000,00 = IRPJ $ 1.200,00. estados, Distrito Federal e municípios, alcançando apenas as pessoas
jurídicas enquadradas nos parâmetros e condições fixadas, as quais são
No particular da sistemática examinada, o grande desafio consiste em abordadas em outro tópico.
saber se realmente a empresa operou com lucro de $ 8.000,00 naquele
período. Portanto os impostos e as despesas não foram considerados Assim, atendidas às condições do enquadramento e às demais regras,
contra as receitas auferidas. Todavia, comporta reconhecer, esta é uma comporta explicitar que as parcelas devidas mensalmente são quantifica-
faculdade da legislação vigente editada com a finalidade ou sob pretexto de das com base na receita bruta dos últimos 12 meses ou então por meio de
beneficiar os pequenos empreendedores. Será? procedimento específico nos casos de empresas constituídas há menos
tempo, mediante uso de tabelas fixadas para as diferentes atividades
Estudos e levantamentos detalhados demonstram contrariamente àquilo econômicas exploradas pelas microempresas e empresas de pequeno
que vem sendo propagado, uma vez que do ponto de vista de desencaixes porte, tudo conforme fixado pela norma jurídica de regência. As referidas
fiscais, na grande maioria das vezes, o instituto do Lucro Presumido é tabelas foram tabuladas pelo Comitê Gestor do Simples Nacional, compos-
muito mais prejudicial do que benéfico às empresas que adotam essa to em sua maioria por servidores públicos, guardando relativa conformidade

Conhecimentos Específicos 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
com o espírito arrecadador que norteiam as autoridades tributárias. tutelado por bonae fidei iudicia (tese defendida por Arangio-Ruiz). O seu
carácter essencialmente gratuito parece apontar no sentido de que era um
negócio do ius civile. A sua tutela judicial, porém, a actio mandati, aponta
4.2 Cálculo do IRPJ nas Diferentes Modalidades no sentido contrário.

Finalizando o capítulo, conclui-se que no Brasil as empresas podem pagar Quanto à maneira pela qual é outorgado, o mandato pode ser expresso
os tributos e as contribuições devidas sobre seus resultados econômicos ou tácito, verbal ou escrito.
mediante utilização de uma das seguintes opções: Procuração

4.2.1 Lucro Real – quantificado a partir da escrituração contábil, completa; A procuração é o instrumento do contrato de mandato. Sempre escrita,
instruída com documentos revestidos das formalidades legais e, ainda, pode ser outorgada por um mandante a um mandatário por meio de instru-
atendidas às demais condições e providências estabelecidas. mento particular (com a simples assinatura do mandante, com ou sem
reconhecimento de firma) ou público (passado em cartório).
4.2.2 Lucro Presumido – quantificado mediante uso de percentuais sobre No direito brasileiro
a base de cálculo, o faturamento e outras receitas. Tal sistemática não
desobriga ou dispensa a realização da escrita mercantil exigida por outros O mandato é um contrato nominado regulado pelo Código Civil nos
fundamentos. arts. 653 e seguintes.

4.2.3 Lucro Arbitrado – regramento especial que pode ser utilizado tanto Fundamentos do crédito:
pelas autoridades fazendárias quanto por iniciativa da pessoa jurídica, a) conceito de crédito;
sempre que presentes as hipóteses de arbitramento. b) elementos do crédito;
c) requisitos do crédito.
4.2.4 Processo Simplificado – a quase totalidade das exações a cargo de
microempresas e empresas de pequeno porte enquadradas no Simples Crédito
Nacional é quantificada por meio de sistemática especial mediante regra- Crédito é a possibilidade de concretizar-se o "escambo" ou "troca de
mento derivativo; os impostos e as contribuições dependem de procedi- produtos/serviços(mercadorias)", que na economia sem dinheiro se verifica
mentos integrados-cascata, cumulados ainda com utilização de tabelas quando o crédito é explícito (faz parte do bem), seja ele produto/serviço em
específicas. determinado mercado. O dinheiro portanto é o crédito, representado de
forma concreta pela moeda, que seria a possibilidade concreta da troca
4.3 Aspectos sobre Tributação IRPJ e as Opções Equivocadas ou investimento, independente dos insumos desse, que os caracterizam,
dai a necessidade do contador, de introduzir-se o conceito de "partidas
Não se pode afastar, todavia, o ordenamento ancorado pela Lei nº dobradas", nos levantamentos da Contabilidade, de quem inicialmente já
5.172/66, Código Tributário Nacional, que, ao regular o Imposto de Renda, introduziu o "conceito" de dinheiro. Com a introdução da moeda por Dario,
em seu art. 43, estabeleceu: por isso denominado o Grande; sendo o "Credor", toda pessoa titular de um
"crédito", de um "dinheiro" ou "moeda" (primeiro instrumento
O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qual- da econometria de medidas); ou, o que tem o haver de outrem uma certa
quer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade eco- importância em "espécie", ou algo de valor reconhecido como "soberania -
nômica ou jurídica: do - povo" ou "soberania - real ou - imperial". "Não é por acaso que do lado
I. De renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combi- da "coroa", de uma moeda exista a figuradaquele que dá o "Império"
nação de ambos. ou força à moeda ou "crédito propriamente dito" e no verso a "cara" ou o
II. De proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos "caro", "o dinheiro, com o valor, da moeda, o que lhe dá a característica de
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. dinheiro, protegido pela lei (pela "coroa"), o "crédito" possui a "faculdade"
de exigir do devedor o cumprimento da obrigação ou o pagamento da
Consubstanciado nas disposições compiladas e ainda nos ensinamentos obrigação assumida pelo crédito; quando então o cumprimento deste, se
acadêmicos de abalizados jurisconsultos, renda, enquanto produto decor- torna exigível, isto é, se vencido. é resgatado ou cumprido pelo devedor.
rente do capital investido, é o lucro e, não, o faturamento; e, renda,
enquanto produto do trabalho é o salário,o honorário profissional. Signi- A inflação costuma tirar o valor ou crédito de sua moeda, reduzindo
fica dizer que as empresas somente deveriam pagar IRPJ e, por conseguin- esse "crédito" tornando sem valor o dinheiro e sua parte concreta que é a
te CSLL, exclusivamente nos casos em que as operações econômicas moeda, tornando essa "moeda" uma "peça" de museu, lembrança dos
resultassem em saldo positivo, ou seja, lucro, sinônimo de renda e, não, tempos "áureos", de boa "administração" das finanças em uma economia,
calcular e recolher o imposto sobre o faturamento, que, verdadeiramen- em que era mantido o "crédito", valor ou necessidade moral humana, no
te, não é renda, é simples faturamento. Todavia, é preciso entender e sentido e serviço de facilitar a "troca de mercadorias ou "escambo"
aceitar posicionamento ou razões divergentes, máxime quando buscam propriamente dito"
acolher ou ancorar problemas ou necessidades pontuais, localizadas,
Crédito é a confiança de atributos positivos (dinheiro, valor moral,
decorrentes destas ou daquelas particularidades operativas, explicitado,
conhecimentos humanos, etc..) de uma pessoa (por outra pessoa ou grupo
porém, que não pode o profissional contabilista partilhar de fraudes ou
de pessoas). Crédito demonstra a confiabilidade que uma pessoa tem por
conluios, o qual poderá responder nos termos da legislação de regência,
outra, em um determinado assunto.
inclusive, regramento baixado pelo CFC.
http://www.crcsp.org.br/portal_novo/publicacoes/escrituracao_contabil/capit Em finanças, crédito é a capacidade prevista que uma pessoa tem de
ulo_4.htm retornar um investimento (empréstimo, financiamento) sobre ele. Aquele
Mandato é uma palavra usada para definir o espaço de tem- que empresta dinheiro a um indivíduo ou a uma instituição se chama
po público ou privado que um ocupante, nomeado ou não, concursado ou não e credor.1
designado que ocupe em caráter provisório um cargo ou função pública.
Crédito na Idade Média
Em direito civil, o mandato (do latim mandatum,i "encargo, cargo, co-
Na idade média o crédito era considerado ilegal, havia usura do credor,
missão") é o contrato por meio do qual uma pessoa, denomina-
dado a prática de se cobrar juros. Os pioneiros do comércio e da banca
da mandatário, recebe poderes de outra, designada mandante, para, em
foram os comerciantes ditos "burgueses", dos Países Baixos e da Itália, os
nome e por conta desta última, praticar atos jurídicos ou administrar inte-
dois polos mais dinâmicos das operações de crédito. Os credores que
resses. A palavra mandato tem como origem a expressão latina mandatum,
usavam este tipo de serviços eram os religiosos, os monarcas europeus,
que terá advindo da locução manum datum em virtude de os contratantes
alguns membros da aristocracia, as cidades e os burgueses interessados
apertarem as mãos, após findarem o contrato. É controverso ainda se o
em aumentar o capital envolvido nos seus negócios.2
mandato foi um negócio stricti iuris ou iuris civilis, ou se foi um negócio

Conhecimentos Específicos 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Custo do Crédito ao Consumo Processo de análise de crédito para pessoa física
O custo do crédito é a quantia adicional, acima do montante O processo de análise de crédito para pessoa física visa a identificar os
emprestado, que o mutuário tem de pagar. Ela inclui os juros, taxas de riscos para a organização que está concedendo o crédito, evidenciar
arranjo e quaisquer outros encargos. Alguns custos são obrigatórios, conclusões quanto à capacidade de repagamento do tomador e fazer
exigidos pelo credor como parte integrante do contrato de crédito. Outros recomendações sobre o melhor tipo de empréstimo a ser concedido.
custos, tais como os de seguro de crédito, podem ser opcionais. O mutuário
escolhe se são ou não incluídos como parte do acordo.3 4 2 A análise ocorrerá conforme as necessidades do solicitante e dentro de
um nível de risco aceitável, a partir de documentação apresentada e
Obtenção de crédito análise da mesma, objetivando a maximização dos resultados da
instituição, segundo Schrickel (2000).
O crédito sobre uma pessoa é geralmente medido através de seu
histórico. É geralmente obtido através de atos positivos por esta pessoa. Este processo é extremamente importante para a análise de crédito
Por exemplo, dizemos que um "físico de nome", com livros publicados e efetuada em organizações de concessão de microcrédito, principalmente
PHD na área, possui "crédito" em assuntos relacionados a física. Já um devido à simplificação e desburocratização desta modalidade, conforme
empreendedor ou imperador conhecido por gerar lucro ou bem estar com explicado anteriormente.
os diversos investimentos, possui crédito econômico-financeiro, como se
costuma dizer, no estudo da História do Brasil, a moeda ou crédito Além disso, a análise subjetiva de crédito não é um exercício que visa
no Império do Brasil, era de Ouro! ao cumprimento de disposições normativas, mas sim tem por objetivo
chegar a uma decisão clara sobre a concessão ou não do crédito ao
Tipos de crédito solicitante, acrescenta Santos (2006).
Há diversos tipos de crédito, dependendo da modalidade a que ele se Porém, o processo de análise subjetiva, como o próprio nome diz, não
destina. A divisão mais comum é a divisão entre crédito à pessoa física é uma ciência exata, podendo existir inúmeras soluções para cada situação
("consumer credit", em inglês) e à pessoa jurídica ("corporate credit", em de concessão, sendo certo que a análise pode fazer emergir opções
inglês). durante o processo decisório, complementa Blatt (1999).
Análise de crédito É preciso dizer, ainda, que a análise de crédito é um processo
organizado a fim de reunir e montar todos os fatos que conduzem ao
Análise de Crédito é o momento no qual o agente cedente irá avaliar problema, determinar as questões e suposições relevantes para a tomada
o potencial de retorno do tomador do crédito, bem como, os riscos de decisão, analisar e avaliar os fatos levantados e desenvolver uma
inerentes à concessão. Tal procedimento é realizado, também, com o decisão a partir das alternativas funcionais e aceitáveis.
objetivo de ser possível identificar os clientes que futuramente poderão não
honrar com suas obrigações, acarretando uma situação de risco de caixa à Schrickel (2000) complementa que a análise será mais consistente
organização. quanto mais presentes e valiosas forem as quantificações dos riscos
identificados e praticidade, bem como a viabilidade das conclusões
Através da Análise de Crédito será possível identificar se o cliente chegadas.
possui idoneidade e capacidade financeira suficiente para amortizar a
dívida que se pretende contrair. Portanto, o processo de análise de crédito para pessoa física baseia-se
na qualidade das informações obtidas e nas decisões decorrentes. Essas
Conceito decisões devem ser práticas e viáveis dentro de um modelo funcional
A análise de crédito é um processo organizado para analisar dados, de adaptado à realidade da organização.
maneira a possibilitar o levantamento das questões certas acerca do Além disso, em qualquer situação de análise de crédito, há três etapas
tomador do crédito. "Este processo cobre uma estrutura mais ampla do que distintas a percorrer, conforme Schrickel (2000):
simplesmente analisar o crédito de um cliente e dados financeiros para a
tomada de decisão com propósitos creditícios" (BLATT, 1999, p. 93). • Análise Retrospectiva: avaliação do desempenho histórico do
Segundo Santos (2000), o processo de análise e concessão de crédito tomador potencial, analisando os riscos inerentes ao mesmo e como foram
recorre ao uso de duas técnicas: a técnica subjetiva e a técnica objetiva ou contornados. Este processo visa a identificar fatores na atual condição do
estatística. A primeira diz respeito à técnica baseada no julgamento tomador que possam dificultar o pagamento da divida;
humano e a segunda é baseada em processos estatísticos. • Análise de Tendências: projeção da condição futura do tomador
Em relação à primeira técnica, Schrickel observa que: "a análise de do crédito, a fim de avaliar o nível de endividamento suportável e o quão
crédito envolve a habilidade de fazer uma decisão de crédito, dentro de um oneroso será o crédito que se espera obter; e
cenário de incertezas e constantes mutações e informações incompletas".
• Capacidade Creditícia: a partir do grau de risco que o tomador
(SCHRICKEL, 2000, p. 27). Ou seja, grande parte da análise de crédito é
apresenta e a projeção do seu nível de endividamento futuro, avaliar a
realizada através do julgamento do agente de crédito, baseada
capacidade creditícia do tomador, ou seja, qual a quantia de capital que ele
principalmente na habilidade e experiência do mesmo.
poderá obter junto ao credor.
Santos (2006) ainda explica que esta técnica baseia-se na experiência
Para que ocorra uma análise minuciosa de risco da operação de
adquirida, disponibilidade de informações e sensibilidade de cada analista
concessão de crédito à pessoa física, é preciso passar por algumas fases
quanto a aprovação do crédito.
distintas durante o processo. Santos (2006) define seis fases para este
A análise subjetiva do tomador do crédito é importante, visto que processo, conforme quadro a seguir:
através da experiência do agente de crédito é possível identificar fatores de
caráter, capacidade, capital e condições de pagamento. Porém, essa • Análise Cadastral;
análise não pode ser realizada de maneira aleatória, é preciso estar • Análise de Idoneidade;
embasada em conceitos técnicos que irão guiar a tomada de decisão.
• Análise Financeira;
Algumas empresas de pequeno porte não dispõem de capacidade
financeira para manter um analista de crédito, por isso tem surgido • Análise de Relacionamento;
empresas que podem dar um suporte a esses empreendedores, visando a
diminuição das perdas financeiras com a inadimplência. Todos os • Análise Patrimonial; e
processos descritos abaixo, são feitos por essas empresas e em seus
relatórios com os resultados da análise de crédito também estão incluídos • Análise de Sensibilidade.
as consultas no SPC/SERASA.

Conhecimentos Específicos 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Análise cadastral Serviços (SCPC), EQUIFAX e SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) são
exemplos de organizações que podem fornecer informações úteis sobre a
A análise refere-se a processo de análise dos dados de identificação situação de crédito do cliente.
dos clientes. Conforme Blatt (1999) evidencia, o sucesso da concessão do
crédito depende de informações confiáveis a respeito do cliente. Santos Para Santos (2006), a análise da idoneidade deve ser um das primeiras
(2006) complementa, dizendo que: informações averiguadas, pois caso o cliente não possua informações
negativas as demais informações poderão ser coletadas e analisadas para
"O levantamento e a análise das informações básicas de crédito são a análise do risco total.
requisitos fundamentais para a determinação do valor do crédito, prazo de
amortização, taxas de juros e, se necessário reforço ou vinculação de A idoneidade do cliente pode ainda ser classificada em quatro
novas garantias." (SANTOS, 2006, p. 47). categorias, conforme Santos (2006):
Segundo o Manual de Normas e Instruções do Banco Central do Brasil • Sem Restritivos: quando não há informações negativas sobre o
(2006), as instituições de crédito, micro crédito e bancos tradicionais só cliente no mercado de crédito;
devem conceder empréstimos (crédito) a tomadores se possuírem
adequadas e não restritivas informações cadastrais. Schrickel (2000) • Alertas: quando há registros antigos no mercado de crédito, já
reafirma todos estes fatos, dizendo que as instituições de crédito devem solucionados, que não impedem a concessão de novos créditos. Apenas
munir-se de elementos informativos essenciais e indispensáveis sobre o ocorre a exigência de uma análise mais criteriosa por parte do agente de
potencial tomador do crédito, antes de manter qualquer tipo de crédito;
relacionamento concreto ou formalizar alguma operação de crédito.
• Restritivos: indicam que o cliente possui informações
Porém, todas as instituições de crédito devem atentar para o sigilo das desabonadoras no mercado de crédito. São exemplos: registros de atrasos,
informações coletadas pelos agentes de crédito. Schrickel (2000) sugere renegociações e geração de prejuízos a credores. Podem ser classificadas
que as informações e documentação pessoal devem ser mantidas como de caráter subjetivo (de uso interno de instituições do mercado de
arquivadas sobre minucioso controle. Tal atenção é necessária para que crédito) ou de caráter objetivo, tais como protestos, registros de cheques
ocorra sigilo das informações e para que melhor lhe permita o controle, sem fundo, ações de busca e apreensão, dentre outros; e
manuseio e atualização dos dados.
• Impeditivos: são apontamentos que impedem que pessoas
Os dados que deverão ser identificados para análise, segundo Santos físicas atuem como tomadores de crédito, a exemplo de bloqueios de bens,
(2006), deverão ser os seguintes: impedimentos no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), proibições legais
de concessão de crédito, dentre outros.
• Escolaridade;
• Estado Civil; Análise financeira
• Idade; Em relação à análise financeira, Blatt (1999) explica que a mesma é
• Idoneidade; primordial para a determinação das forças e fraquezas financeiras do
• Moradia (se própria ou alugada e tempo de residência); cliente, a partir das informações das demonstrações financeiras do mesmo.
• Número de dependentes; A análise da renda total do cliente e posterior análise de compatibilidade
• Renda (principal e complementar); com os créditos pretendidos é uma fase de vital importância no processo de
análise dos riscos de crédito.
• Situação legal dos documentos; e
• Tempo no atual emprego ou atividade exercida. Para Black; Morgan (apud Santos, 2006), deve ser dada atenção
especial à análise da renda, pois consideram existir relação direta entre a
Santos (2006) ainda defende que no processo de análise de crédito renda e a taxa de inadimplência de pessoas físicas. Santos (2006) ainda
deve-se considerar todas as informações relacionadas com a situação diz que é de suma importância determinar o valor exato da renda e a sua
financeira do cliente, pois a análise conjunta dos dados irá fornecer regularidade, bem como a probabilidade de continuar sendo recebida.
informações mais precisas para a tomada de decisão. Para Schrickel Desta maneira é possível identificar fatores que poderão vir a prejudicar o
(2000), o agente de crédito deve atentar para a seguinte documentação futuro pagamento da dívida contraída.
legal:
Autores como Santos (2006), Blatt (1999) e Schrickel (2000) definem
• Certidão de Casamento, se casado (a); os Demonstrativos de Pagamento, Declaração de Imposto de Renda e
• Cédula de Identidade (RG); Extratos Bancários como as melhores fontes de informações sobre a renda
• Cartão de Identificação do Contribuinte (CPF); do cliente.
• Declaração de Bens (anexo da declaração do Imposto de
Os Demonstrativos de Pagamento, fornecidos pelos empregadores dos
Renda), conforme Lei 8.009/1990 – Lei de Impenhorabilidade do Bem de
solicitantes de crédito, constituem-se na fonte mais utilizada pelas
Família;
instituições de concessão de crédito. A Declaração do Imposto de Renda é
• Comprovante de rendimentos; uma fonte alternativa de dados que possibilita um melhor cálculo sobre a
• Comprovante de residência; renda média mensal do solicitante, segundo Santos (2006).
• Procurações (se houver);
No caso de pessoas físicas autônomas ou profissionais que trabalhem
• Cartões de Instituições Financeiras (originais); e
em atividades sazonais, o agente de crédito deve tomar especial cuidado
• Ficha Cadastral preenchida e assinada. com discrepâncias na renda média mensal do cliente. Para Santos (2006),
Por fim, Blatt (1999) explica que a ficha cadastral é um resumo da vida nessa situação, a comprovação da renda é de extrema dificuldade e por
do cliente, por meio da qual o credor tem a possibilidade de obter um isso o agente de crédito deve se basear em cálculos aproximados a partir
conhecimento inicial sobre o mesmo. Ele ainda define como “[...] um de demonstrativos bancários, tais como extratos de contas bancárias.
conjunto de informações financeiras e não financeiras que subsidiam o É sugerido, por Santos (2006), a construção de um Balanço Patrimonial
processo decisório de crédito, auxiliando na avaliação [...] do cliente. adaptado do solicitante do crédito, por parte do agente de crédito. Tal
(BLATT, 1999, p. 78). instrumento visa a uma melhor visualização dos ativos e passivos a fim de
Análise de idoneidade determinar a situação financeira e capacidade de pagamento do cliente.

Já a análise de idoneidade consiste no levantamento e análise de Os ativos representam os bens, tanto financeiros como patrimoniais,
informações relacionadas à idoneidade do cliente com o mercado de dos clientes. São colocados em ordem de liquidez, iniciando pelos ativos
crédito. Segundo Santos (2006), esta análise baseia-se na coleta de que melhor possam ser convertidos em receita imediata, representados por
informações sobre o solicitante do crédito junto às empresas especializadas valores em conta corrente, salário e outros, até os ativos menos líquidos,
no gerenciamento de risco de crédito. Empresas como Serasa, Boa Vista como por exemplo, veículos e imóveis. Os passivos representam todos os

Conhecimentos Específicos 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
compromissos que o cliente assumiu com o mercado de crédito ou para a Método credit scoring de análise de crédito
compra de bens e serviços. São organizados de maneira a iniciar pelos de
maior solvência (imediata) até os de maior prazo de pagamento. A aplicação de modelos de credit scoring e outras ferramentas para
análises de crédito se iniciaram na década de 1930, em companhias
Segundo Santos (2006), quanto maior for o saldo do ativo total em seguradoras, conforme Blatt (1999). Porém, seu desenvolvimento em
relação ao passivo total, maior será a capacidade de o cliente honrar as instituições financeiras deu-se a partir da década de 1960, conforme
dívidas adquiridas. Neste caso, o patrimônio líquido, calculado pela Vasconcellos (2002).
diferença entre o total dos ativos e o total dos passivos, será um excelente
indicador da riqueza do cliente e, por conseguinte, da capacidade de Este modelo proporciona uma vantagem competitiva para a
pagamento do mesmo. organização, porém, apenas após a estabilização da economia brasileira,
em 1994, é que começou a ser difundido no Brasil.
Análise de relacionamento
O termo credit scoring é utilizado para descrever métodos estatísticos
A análise de relacionamento baseia-se principalmente na análise adotados para classificar candidatos à obtenção de um crédito em grupos
realizada sobre as informações extraídas do histórico do relacionamento do de risco. Segundo Blatt (1999) a partir do histórico de concessões de
cliente com o credor e o mercado de crédito. Quando o cliente já é crédito efetuadas por uma instituição de crédito é possível, através de
conhecido da instituição de concessão de crédito, é possível extrair técnicas estatísticas, identificar as variáveis sócio-econômicas que
informações de créditos adquiridos anteriormente, taxas de juros aplicadas, influenciam na capacidade do cliente em pagar o crédito, ou seja, na
frequência de utilização, pontualidade na amortização, dentre outros. qualidade do crédito da pessoa física.
Santos (2006) acredita que essa análise de relacionamento auxilia na O método de credit scoring é baseado na classificação de candidatos a
análise da idoneidade do cliente e pode garantir uma decisão mais crédito em grupos de acordo com seus prováveis comportamentos de
favorável ou não à concessão do crédito. Contudo, aponta a dificuldade dos pagamento. Vasconcellos (2002) informa que a probabilidade de um
agentes de crédito de conseguirem informações precisas junto a outras candidato gerar ou não um risco a organização deve ser estimada com
instituições de crédito devido à necessidade de manter sigilo sobre as base nas informações que o tomador fornecer na data do pedido de
operações com que trabalham. Conhecer o patrimônio dos clientes é concessão, e a estimativa servirá como fundamento para a decisão de
importante no processo de análise de crédito, principalmente para que seja aprovação ou não do crédito.
possível vinculá-lo em contratos de crédito sempre que for verificada a
existência de algum risco maior. Santos (2006) complementa, explicando que o modelo, baseado em
informações do passado recente da carteira de crédito, gera notas (scores)
Análise patrimonial para novos candidatos ao crédito que representam a expectativa de que os
clientes paguem suas dividas sem se tornarem inadimplentes.
A análise patrimonial é frequentemente utilizada para a avaliação das
garantias que os clientes podem oferecer para vincularem ao contrato de Assim, conforme Zerbini (2000), o modelo de credit scoring é uma
concessão, segundo Santos (2006). O autor define garantia como a ferramenta valiosa para decisões de aprovação ou não de pedidos de
vinculação de um bem que assegure a liquidação do crédito caso o crédito, obedecendo à hipótese de que o público alvo da carteira de crédito,
tomador não honre suas dívidas. após a implementação do modelo, se mantenha o mesmo que no passado
recente sobre o qual todo o procedimento estatístico se baseia.
Entretanto, Blatt (1999) defende que a concessão do crédito não pode
estar atrelada ao bem disposto como garantia, pois assim a organização A partir de uma equação gerada através de variáveis referentes ao
estaria comprando um bem que não é de interesse. candidato à operação de crédito, os analistas de credit scoring geram uma
pontuação que representa o risco de inadimplência, ou seja, o escore que
Santos (2006) complementa dizendo que a finalidade da garantia é resultante da equação de credit scoring pode ser interpretado como
evitar que fatores imprevisíveis impossibilitem a quitação do crédito probabilidade de inadimplência.
adquirido pelo solicitante. O Banco Central estabelece que as instituições
financeiras que trabalham com a concessão de crédito devem exigir dos Conforme ressalta Saunders (2000), o escore pode ser utilizado para
solicitantes garantias suficientes para garantir o retorno do capital utilizado classificação de créditos como adimplentes ou inadimplentes, bons ou
na operação. maus, desejáveis ou não, de acordo com a pontuação obtida por cada
crédito. Esta classificação, por sua vez, pode orientar a decisão do analista
Porém, fica a cargo da instituição de concessão de crédito definir quais em relação à concessão ou não do crédito solicitado.
garantias serão aceitas, bem como a real necessidade das mesmas para a
realização da operação de crédito. Além disso, Santos (2006) diz que as Assim, a ideia essencial dos modelos de credit scoring é identificar
garantias reais (bens) devem ser corretamente analisadas para se verificar certos fatores-chave que influenciam na adimplência ou inadimplência dos
a possibilidade de solvência das mesmas, assim como seu valor de clientes, permitindo a classificação dos mesmos em grupos distintos e,
mercado real e a existência de ações legais que impeçam que sejam como consequência, a decisão sobre a aceitação ou não do crédito em
utilizadas. análise.
Análise de sensibilidade A diferenciação desse modelo em relação aos modelos subjetivos de
análise de crédito se dá pelo fato da seleção dos fatores-chave e seus
A análise de sensibilidade é uma fase extremamente importante no respectivos pesos ser realizada através de processos estatísticos. Além
processo de análise da concessão de um crédito. Nesta fase, o agente de disso, a pontuação gerada para cada cliente, a partir da equação do
crédito ou analista financeiro irá monitorar a situação macroeconômica a fim modelo credit scoring, fornece indicadores quantitativos das chances de
de prever situações que poderão aumentar o nível de risco da operação. inadimplência desse cliente, conforme Blatt (1999).
Santos (2006) cita como exemplo o monitoramento das taxas de juros. Os modelos de credit scoring podem ser aplicados tanto à análise de
O aumento das mesmas pode desencadear a redução do nível de atividade crédito de pessoas físicas quanto a empresas. Quando aplicados a
econômica ou até levar à recessão, reduzindo a capacidade de geração e pessoas físicas, eles utilizam informações cadastrais e sócio-econômicas
retenção de fluxos de caixa, comprometendo a capacidade real de dos clientes de acordo com Vasconcellos (2002).
pagamento dos compromissos financeiros das mesmas.
Blatt (1999) ressalta que a metodologia básica para o desenvolvimento
É importante que os analistas de crédito monitorem o mercado e a de um modelo de credit scoring não difere entre aplicações para pessoa
economia em geral a fim de prever possíveis situações de desequilibro na física ou jurídica, sendo que as seguintes etapas devem ser cumpridas para
economia. O objectivo é evitar o cenário de incumprimento dos pagamentos o seu desenvolvimento:
nas suas carteiras de crédito. Blatt (1999) explica que uma correta
avaliação do mercado pode ajudar a definir quais taxas serão praticadas, • Planejamento e definições: mercados e produtos de crédito para
quais prazos de pagamento são mais favoráveis e em quais situações o os quais serão desenvolvidos o sistema, finalidades de uso, tipos de
devedor poderá se tornar incumpridor.

Conhecimentos Específicos 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
clientes, conceito de inadimplência a ser adotado e horizonte de previsão que precisam ser bem avaliadas antes do desenvolvimento e
do modelo; implementação de um modelo dessa natureza.
• Identificação das variáveis potenciais: caracterização do Obtida de
proponente ao crédito, caracterização da operação, seleção das variáveis "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Análise_de_crédito&oldid=369947
significativas para o modelo e análise das restrições a serem consideradas 69"
em relação às variáveis;
Riscos da atividade bancária:
• Planejamento amostral e coleta de dados: seleção e a) de crédito;
dimensionamento da amostra, coleta dos dados e montagem da base de b) de mercado;
dados; c) operacional;
• Determinação da fórmula de escoragem através de técnicas d) sistêmico;
estatísticas, como por exemplo, a análise discriminante ou regressão e) de liquidez.
logística; e
RISCOS OPERACIONAIS - O GRANDE DESAFIO PARA OS GES-
• Determinação do ponto de corte, a partir do qual o cliente é
TORES DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
classificado como adimplente ou bom pagador; em outras palavras, é o
ponto a partir do qual a instituição financeira pode aprovar a liberação do
Orivaldo Gonçalez
crédito.
Contador e Mestre em Controladoria e Contabilidade Estratégica pela
Segundo Chaia (2003), os modelos de credit scoring propriamente FECAP
ditos são ferramentas que dão suporte à tomada de decisão sobre a
concessão de crédito para novas aplicações ou novos clientes. RESUMO
Chaia (2003) faz o seguinte resumo das principais vantagens dos Buscando gerar maior segurança aos gestores das Instituições Finan-
modelos credit scoring: ceiras espalhadas pelo mundo e também aos diversos interessados nas
• Consistência: são modelos bem elaborados, que utilizam a informações contábeis e financeiras dos bancos, o Comitê da Basileia vem
experiência da instituição, e servem para administrar objetivamente os trabalhando no sentido de gerar orientações, aos bancos centrais dos
créditos dos clientes já existentes e dos novos solicitantes; países participantes, para que estes possam exercer um controle mais
efetivo. Também, tem procurado estabelecer recomendações às Institui-
• Facilidade: os modelos credit scoring tendem a ser simples e de ções Financeiras para que seus gestores possam alcançar uma razoável
fácil interpretação, com instalação relativamente fácil. As metodologias segurança na gestão dos riscos de crédito, mercado e operacional. Este
utilizadas para construção de tais modelos são comuns e bem entendidas, estudo analisa aspectos gerais a respeito dos riscos mencionados e dá um
assim como as abordagens de avaliação dos mesmos; destaque especial para o risco operacional, o foco principal do novo “Acor-
do da Basileia”.
• Melhor organização da informação de crédito: a sistematização e
organização das informações contribuem para a melhoria do processo de PALAVRAS-CHAVE
concessão de crédito;
1. INTRODUÇÃO
• Redução de metodologia subjetiva: o uso de método quantitativo
com regras claras e bem definidas contribui para a diminuição do O Comitê de Supervisão Bancária da Basileia foi criado em 1975 pelos
subjetivismo na avaliação do risco de crédito; e representantes dos bancos centrais e reguladores bancários dos países
• Maior eficiência do processo: o uso de modelos credit scoring na mais industrializados, denominado “Grupo dos 10”. Entre as suas principais
concessão de crédito direciona os esforços dos analistas, trazendo redução funções, destaca-se a emissão de recomendações para a implantação de
de tempo e maior eficiência a este processo. um efetivo sistema de controles internos e uma supervisão bancária eficaz.

Chaia (2003) também demonstra as principais desvantagens dos Atualmente este comitê se reúne a cada três meses, tendo como parti-
modelos de credit scoring: cipantes, representantes dos seguintes países: Bélgica, Canadá, França,
Alemanha, Itália, Japão, Luxemburgo, Holanda, Suécia, Suíça, Reino Unido
• Custo de desenvolvimento: desenvolver um sistema credit e Estados Unidos da América. Estas reuniões ocorrem no Bank for Interna-
scoring pode acarretar custos, não somente com o sistema em si, mas tional Settlements (Banco de Compensações Internacionais – BIS), na
também com o suporte necessário para sua construção, como por exemplo, Basileia – Suíça.
profissionais capacitados, equipamentos, coleta de informações
necessárias ao desenvolvimento do modelo, dentre outros; O “Acordo da Basileia” trata, principalmente, dos riscos aos quais as
• Excesso de confiança nos modelos: algumas estatísticas podem instituições financeiras estão expostas e estabelece parâmetros para a
superestimar a eficácia dos modelos, fazendo com que usuários, determinação de capital exigido, adequando-o ao nível de risco em suas
principalmente aqueles menos experientes, considerem tais modelos operações.
perfeitos, não criticando seus resultados;
Conforme informações divulgadas pelo Comitê da Basileia, reproduzi-
• Falta de dados oportunos: se o modelo necessita de dados que das pelo Banco Central do Brasil (2000, p.25),
não foram informados, pode haver problemas na sua utilização na
instituição, gerando resultados diferentes dos esperados. Além da falta de A finalidade dos controles internos é assegurar que os negócios de um
algumas informações necessárias, faz-se necessário analisar também a banco sejam conduzidos de maneira prudente e de acordo com políticas e
qualidade e fidedignidade das informações disponíveis, uma vez que elas estratégias estabelecidas pelo conselho de diretores; que as transações
representam o insumo principal dos modelos de credit scoring; e somente sejam efetuadas mediante autorização competente; que os ativos
sejam protegidos e os exigíveis controlados; que a contabilidade e outros
• Interpretação equivocada dos escores: o uso inadequado do registros forneçam informações completas, precisas e oportunas; e que a
sistema devido à falta de treinamento e aprendizagem de como utilizar suas administração seja capaz de identificar, avaliar, administrar e controlar os
informações pode ocasionar problemas sérios à instituição. riscos do negócio.
Verifica-se, portanto, que os modelos de credit scoring podem trazer
São quatro os principais campos de ação associados aos controles in-
significativos benefícios à instituição quando adequadamente
ternos:
desenvolvidos e utilizados. No entanto, eles também possuem limitações

Conhecimentos Específicos 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Estrutura organizacional (definições de encargos e de responsabilida- A conceituação dada por Lopes de Sá é bastante abrangente. Para es-
des, limites de competência para aprovação de empréstimos e procedimen- te artigo destaca-se a preocupação com a ameaça à integridade dos valo-
tos de tomada de decisão); res patrimoniais.

Procedimentos contábeis (reconciliação de contas, listas de controle, Outros autores importantes, conforme pesquisa em dicionário de ter-
balancetes periódicos de verificação, etc); mos técnicos, Iudícibus, Marion e Pereira (2003, p.206), riscos:

“princípio dos quatro olhos” (segregação das várias funções, verifica- (1) Significa a possibilidade de perda financeira; está constantemente
ções cruzadas, duplo controle de ativos, duplas assinaturas, etc.); e relacionado ao retorno obtido, ou seja, quanto maior o risco, maior o retorno
e quanto menor o risco, menor o retorno. (2) Financeiramente, é medido
Controle físico de ativos e investimentos. pelo desvio-padrão em torno da média, ou esperança matemática do retor-
no.
O Comitê da Basileia sugeriu treze passos, para orientação dos proce-
dimentos a serem adotados para um efetivo sistema de controles internos. A exposição a riscos está diretamente relacionada ao retorno. Os ris-
Estes passos constam do documento emitido pelo Comitê de Supervisão cos assumidos geram um potencial favorável ou desfavorável ao retorno
Bancária da Basileia (1998). esperado. A fronteira existente entre o sucesso e o fracasso está ligada ao
eficiente ou ineficiente modelo de gestão de risco adotado. Tal modelo deve
Em relação à supervisão bancária, o Comitê sugere a adoção de 25 ser constantemente aperfeiçoado.
princípios como forma de garantir a sua eficácia. Estes princípios, em
resumo, estabelecem que: 2.1 Risco de Crédito

Princípio 1 – Precondições para uma supervisão bancária eficaz; Segundo Brito (2003, p.16):
Princípios de 2 a 5 - Autorizações e estrutura;
Princípios de 6 a 15 – Regulamentos e requisitos prudenciais; O risco de crédito caracteriza-se pela perda da totalidade do principal
Princípios de 16 a 20 – Modelos de supervisão bancária contínua; acrescido dos juros contratuais. O risco de não-recebimento dá-se pelo não
Princípio 21 – Requisitos de informação; cumprimento da obrigação de pagar, por parte do devedor.
Princípio 22 – Poderes de informação;
Princípios de 23 a 25 – Atividades bancárias internacionais. O risco de crédito pode ser definido como prejuízo que o usuário final
sofrerá se a contraparte não liquidar seu vinculo financeiro no vencimento
O comitê entende que os bancos centrais precisam efetuar uma super- do contrato.
visão bancária consolidada, através do monitoramento e aplicação adequa-
da de normas prudenciais aos negócios conduzidos pelas instituições Na atividade bancária, esse tipo de risco apresenta-se de forma inten-
financeiras. sa, uma vez que, nas transações bancárias, o direito de receber sempre é
de uma das partes; portanto, está presente nas operações intermediadas,
Em 1988 foi introduzido, pelo Comitê da Basileia, o Acordo de Capital. efetuadas pelas instituições financeiras, bem como no risco de mercado,
definido a seguir.
Em junho de 1999, o Comitê da Basileia liberou uma proposta para
substituir o acordo de 1988. Em um processo evolutivo o que foi discutido Com o crescimento da atividade bancária, o risco de crédito ganhou
foram as propostas para o Acordo da Basileia II, cujo prazo de implantação dimensões ainda mais relevantes, representando entre os bancos o tipo de
estava previsto para 2007. risco de maior incidência.

Entre os objetivos do novo acordo está a busca por uma supervisão e Nas importações e exportações, por exemplo, existe a possibilidade da
gerenciamento efetivo dos riscos operacionais, ou seja, os riscos de perdas concessão de crédito em moeda nacional ou estrangeira ao cliente. Nestas
oriundas de eventos externos, ou de falhas ou inadequações envolvendo transações, além do risco de crédito estão presentes os riscos de mercado
processos internos, sistemas e pessoas. e de país.

2. PRINCIPAIS RISCOS DO NEGÓCIO BANCO 2.2 Risco de Mercado

Segundo Bernstein (1997, p.8), “A palavra “risco” deriva do italiano an- Para Marshall (2002, p.425), outro autor consagrado, risco de mercado:
tigo risicare, que significa “ousar”. Nesse sentido, o risco é uma opção, e “É o risco da flutuação adversa do valor de ajuste diário de mercado de
não um destino. É das ações que ousamos tomar, que dependem de nosso um portfólio financeiro (seja dentro ou fora do balanço patrimonial) durante
grau de liberdade de opção, que a história do risco trata. E essa história o período necessário para liquidar o portfólio”. Os riscos de mercado consi-
ajuda a definir o que é um ser humano”. A existência de instituições finan- deram o risco de taxas de juros, de capital, de câmbio e de commodity.
ceiras remonta a séculos, e a opção de conceder operações de crédito ou
outras que comportem riscos, é uma opção do negócio banco. Porém, cabe Caso os bancos não mantenham a “Posição de Câmbio” nivelada, es-
ressaltar que a exposição a riscos deve ser gerida com a máxima compe- tarão correndo riscos de mercado. A “Posição de Câmbio” é obtida pela
tência. soma algébrica de contas contábeis nas quais estão registradas as com-
pras e as vendas de contratos de câmbio, também pelas contas que repre-
Conforme Ferreira (2001, p.610), “risco – perigo ou possibilidade de pe- sentam valores em moedas estrangeiras. Além do exemplo acima, qualquer
rigo”. A exposição a riscos envolve o perigo certo ou potencial. produto que envolva a variação de preços gera riscos de mercados.

Conforma Lopes de Sá (1995, p.435), respeitável mestre das ciências 2.3 Risco Operacional
contábeis,
Conforme Brito (2005, p.291):
RISCO – Ameaça de sinistro ou acidente que pode vir a alterar o valor
dos bens, créditos e provisões patrimoniais; ameaça à integridade dos Os riscos operacionais diferenciam-se dos financeiros, num primeiro
valores patrimoniais; probabilidade de perigo que existe na vida do patri- momento, pela dificuldade de mensuração e visualização de seu impacto
mônio aziendal. Ameaça de perda. Para proteger a empresa contra riscos no bottom line da instituição. Há muito se tem comentado acerca dos riscos
criam-se fundos, reservas, provisões e fazem-se seguros com as Compa- operacionais, mas pouco se tem dado atenção a eles.
nhias de tal fim.
Ao se impingir necessidade de alocação de capital para essa classe de
riscos, a preocupação acaba então fazendo parte do universo do senior

Conhecimentos Específicos 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
management, uma vez que tal risco migra do não-mensurável para o finan- Os SIACFs compreendem um subconjunto do sistema de informação
ceiro, integrando então o universo dos outros riscos, de crédito e de merca- total da empresa. Há integração entre eles, uma vez que a informação
do. permeia as atividades empresariais.

A identificação, mensuração e gestão dos riscos operacionais se cons- Os sistemas de informações são aglutinados segundo a estrutura or-
tituem em um grande desafio para os gestores das instituições financeiras. gânica definidora dos vários ambientes empresariais, sendo os SIACFs
componentes das áreas de controladoria, financeira, administrativa e de
2.4 Outros Riscos encontrados nos negócios Bancários contabilidade.

Além dos três riscos mencionados, os bancos estão expostos a vários A velocidade da informação exerce papel fundamental na tomada de
outros, por exemplo: Risco de Liquidez; Risco Legal; Risco de Reputação decisões. O ambiente em que as instituições financeiras operam é muito
ou Imagem; Risco Sistêmico; Risco de Liquidação etc. competitivo e a velocidade da informação produz vantagens.

2.5 Considerações
3.1.3 Controladoria
Ao longo de suas histórias os bancos “aprenderam” a lidar com os ris-
cos de crédito e de mercado, bem como com a gestão destes riscos e, Segundo Peleias (2002b, p.13), “A Controladoria se baseia em princí-
pode-se dizer que exercem tal gestão com extrema competência. pios, procedimentos e métodos oriundos de outras áreas do conhecimento,
tais como: contabilidade, administração, planejamento estratégico, econo-
Quanto aos riscos operacionais, as instituições financeiras estão “a- mia, estatística, psicologia e sistemas”. Este conjunto de fatores tem como
prendendo” a lidar com a sua identificação, mensuração e gestão propria- finalidade auxiliar o gestor da empresa na maximização do resultado.
mente dita. É, portanto, um grande desafio para os gestores dos bancos. Vincula-se, portanto, a Controladoria à questão do “Retorno financeiro”.
Apesar de todas as dificuldades eles deverão enfrentar este desafio para
atender às novas exigências de capital do novo “Acordo da Basileia”. Ampliando um pouco mais a definição de controladoria, segundo Al-
meida, Parisi e Pereira (2001, p.344), a controladoria não é apenas um
3. Riscos Operacionais método que diz o como fazer, mas precisa ser entendida como duas formas
de atuação. Em uma delas, é um ramo do conhecimento e na outra, é um
A definição exata de Riscos Operacionais é algo ainda em construção. órgão de administração dos controles da empresa.
Alguns dos autores pesquisados consideram como parte integrante dos
riscos operacionais determinados sub-riscos quando conceituam riscos Nos bancos, a Controladoria exerce papel de extrema relevância, como
operacionais. Outros autores entendem de outra forma. Para direcionamen- geradora de informações para a tomada de decisão. Caso esta controlado-
to deste estudo será proposta a abrangência de determinados sub-riscos ria falhe na avaliação de alguma situação ou na geração de informação
como risco associado ou integrante dos riscos operacionais, para então, para a diretoria da instituição, poderá influenciar tal diretoria na tomada de
poder-se propor algumas sugestões para a sua identificação, mensuração e uma decisão equivocada e que poderá produzir perdas, percebe-se que o
gestão. risco operacional está relacionado à tomada de decisão. As decisões
geram ações ou omissões e toda decisão está sujeita à ocorrência de um
Para o Bacen, conforme Resolução CMN 3.380, riscos operacionais evento de perda.
comportam a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falhas,
deficiências ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou No sub-risco de controle interno entende-se que é possível que ocor-
de eventos externos. Em resumo, estão relacionados a erros, falhas e ram falhas, erros ou fraudes em relação ao sistema de processamento de
fraudes. transações, aos sistemas contábeis, aos sistemas de controles internos e
Alguns riscos associados ao risco operacional ou sub-riscos deste tipo, ao erro de avaliação por parte da Controladoria da instituição. Em qualquer
na visão de alguns estudiosos do assunto, são apresentados a seguir. uma das situações é possível que ocorram perdas.

3.1 Risco Operacional (Sub-risco de Controle Interno) 3.2 Risco Operacional (Sub-risco Reputação ou Imagem)

Segundo Brito (2003, p.17): Alguns autores tratam o risco de reputação e imagem isoladamente.
Para auxilio neste estudo, foi tomada a conceituação apresentada por Brito
Quando há falta de consistência e adequação dos sistemas de controle (2003, p.18) que assim definiu este tipo de risco:
interno, sistemas de processamento e informações, que podem ocasionar
perdas inesperadas para a instituição, ocorre o risco de controle interno. A O risco de reputação ou imagem é decorrente de veiculação de infor-
Controladoria, por meio de suas funções clássicas, procura avaliar esse tipo mações que afetam negativamente a imagem da instituição, pondo em
de risco. risco a manutenção de clientes e, consequentemente, a consecução de
transações com esses clientes. A área de marketing encarrega-se de
Alguns pontos importantes, mencionados por Brito, serão conceituados avaliar esse tipo de risco.
a seguir:
A divulgação de informações, que podem ser imprecisas ou até mesmo
3.1.1 Sistema de processamento de transações falsas, ao mercado, pode, inclusive, provocar a quebra de um banco, devi-
do a uma possível corrida dos clientes para sacar valores nele depositados.
Segundo pesquisa em dicionário de termos técnicos publicado por Iu-
dícibus, Marion e Pereira (2003, p.215), “Sistema empresarial básico que Ampliando um pouco mais a conceituação deste tipo de risco, Marshall
controla as transações necessárias para conduzir um negócio e as utiliza (2002, p.432) define desta forma, “RISCOS DE REPUTAÇÃO são os riscos
para atualizar os registros da empresa”. Os bancos processam um grande que ameaçam denegrir a reputação da empresa [...]” Ainda segundo o
volume de transações, portanto, precisam ter eficientes sistemas para mesmo autor, tais riscos incluem os riscos de: (a) desacordo contratual; (b)
processá-las. de insatisfação e (c) de ataque pela mídia.

3.1.2 Sistema de informações No negócio “Banco”, “Reputação e Imagem”, são, na realidade, sua
matéria prima, ou seja, a confiança do mercado em um banco é a base de
Conforme Gil (1999, p.11): sua sustentação e continuidade. Todos os profissionais da instituição
devem zelar pela credibilidade do banco.

3.3 Risco Operacional (Sub-risco Humano)

Conhecimentos Específicos 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
apropriada. A utilização de práticas de controle e monitoramento, tais
Um sub-risco do risco operacional é o risco humano. Segundo Brito como: Control Self Assessment - C.S.A., podem auxiliar os gestores no
(2003, p.18): controle deste risco.

O risco humano é o risco associado à tomada de decisão das pessoas Dentre todos os demais riscos citados este é um dos mais difíceis de
no processo. As duas principais causas dos erros de julgamento são: ser gerido. Envolve a mudança de cultura organizacional. A utilização dos
componentes da estrutura de controles internos proposta pelo COSO
a) autoconfiança excessiva: o indicativo comum é a forma como o podem auxiliar os administradores dos bancos a exercerem uma melhor
indivíduo gasta seus recursos (roupas, carro etc.) e o uso gestão de riscos operacionais, inclusive, do sub-risco humano.
de overhead (excesso de contratações, computadores e espaço ocupado);
e A redução de custos, caso seja feita de forma indiscriminada e sem um
estudo mais aprofundado, expõe a instituição a vários riscos operacionais,
b) hipertensão, estresse: os sinais característicos são irritabilidade sobretudo em relação ao sub-risco humano. Ela pode se transformar em
constante, monitoramento frequente dos menores detalhes, não admissão um alimentador da exposição aos riscos operacionais. Os custos/benefícios
de erro, rigidez de opinião, entre outros. Dessas, a mais relevante é a devem ser avaliados na gestão deste risco. Há uma frase que ouvi em
rigidez de opinião. palestras que diz o seguinte: “Se a cerca custa mais caro do que o gado
devemos fazer a cerca ou vender o gado e partir para outro negócio, o que
Este tipo de risco está diretamente relacionado ao risco operacional. fazer?”. Correr riscos faz parte do negócio banco.
Seu foco de preocupação está no homem e nas suas decisões que geram
ações ou omissões, bem como na consequência de suas decisões. 3.4 Risco Operacional (Sub-risco de Invasão dos Sistemas em
Ambiente Web)
Ampliando um pouco mais o conceito de risco humano, conforme Mar-
shall (2002, p.421, grifo do autor), o risco humano: A evolução tecnológica fez surgir novos tipos de prestação de serviços
que são disponibilizados pelos bancos para seu público alvo, tanto para
Surge por variações na qualidade e disponibilidade do pessoal interno pessoas físicas quanto jurídicas, em particular, as transações eletrônicas e
da empresa e inclui: aquelas feitas via internet. Cada vez mais é comum o cliente acessar os
sistemas da Instituição Financeira para consultar saldos, efetuar aplica-
Erros Humanos: Um erro não-intencional cometido por um funcionário. ções, fazer transferências, acompanhar operações dos mais diversos tipos
Os erros de pessoal são usualmente erros de ação ou erros de omissão. e isto têm facilitado a vida dos clientes, bem como a do próprio banco.
[...].
Ocorre que a facilidade disponibilizada para a clientela dos bancos
Incompetência: Triagem inadequada de pessoal na admissão ou trei- despertou o interesse de pessoas inescrupulosas que passaram a tentar e
namento insuficiente levam a um desempenho inadequado do trabalho. em muitos casos até conseguir desviar recursos dos clientes ou até mesmo
dos bancos (Fraudes eletrônicas internas e externas).
Malícia: Um funcionário magoado buscando vingança sobre a empresa
pode causar danos aos ativos da empresa, especialmente os ativos de Os bancos têm investido pesadamente para garantir aos seus clientes
informações baseados em computador. e ao mercado uma razoável segurança em relação aos seus sistemas,
porém, os fraudadores têm aperfeiçoado suas ações, causando grandes
Perda de Pessoal-Chave e Indisponibilidade de Pessoal: Uma re- perdas para o mercado financeiro. Conforme dados divulgados pelo Banco
moção ou perda inesperada de uma pessoa-chave de uma posição de Central do Brasil e pela Febraban, somente no ano de 2003 foram desvia-
responsabilidade sem um substituto imediato. dos aproximadamente 100 Milhões de Reais, no Mercado Financeiro. Em
2004 os desvios desta natureza chegaram a R$ 250 milhões e em 2005
Fraude: Quando funcionários desonestos assumem posições de res- foram R$ 300 milhões. Não são divulgados os valores perdidos por cada
ponsabilidade sobre algum aspecto das operações defront-office ou banco, pois, isto geraria risco de reputação e imagem.
de back-office. Tipicamente existem duas formas. Primeiro, fraude na qual
os indivíduos manipulam pessoas e empresas de fora para obter vantagem 3.5 Considerações em Relação aos Riscos Operacionais
em seu benefício e/ou da empresa. Segundo, quando os indivíduos mani-
pulam os sistemas de controle interno para forjar lucros espúrios, usual- Entende-se que os riscos operacionais compreendem os sub-riscos: de
mente para obter grandes bonificações. controle interno; reputação e imagem; humano e de invasões nos siste-
mas em ambiente Web, além de outras situações. A figura 1 abaixo
Risco de Informações: Todos os sistemas internos de computação demonstra isto.
deveriam ter procedimentos para cópias de segurança. Os registros e
diários de cópias de segurança podem ser úteis.

Marshall aborda de forma bastante abrangente os riscos humanos. Em


detalhes, menciona: os erros, as fraudes, a incompetência, a malícia, a
necessidade de cópias de segurança, etc. Um ponto de extrema relevância,
nesta lista de riscos humanos, é a “Perda de Pessoal-Chave e a Indisponi-
bilidade de Pessoal”. Uma instituição financeira ou qualquer outro tipo de
empresa não pode concentrar, em uma única pessoa, determinada ativida-
de, pois, com isto, estará correndo alguns riscos.

A empresa, então, torna-se dependente do conhecimento e do trabalho


da “pessoa-chave”. Uma instituição financeira não pode ser refém de uma
situação como esta. O tamanho da equipe deve ser compatível com as
necessidades de cada área. Fonte: O próprio autor

As operações de câmbio, por exemplo, não apenas aquelas relativas Considerando que erros, falhas ou fraudes constituem eventos de per-
aos contratos de câmbio, mas também as documentais, a exemplo, das das significativos para as instituições financeiras, estas situações aconte-
cobranças e das cartas de crédito, geram a necessidade de um banco ter cem, em grande parte dos eventos verificados em razão da interferência
uma equipe especializada. Mas isto não é suficiente para mitigar o risco humana, que podem ter ocorrido por: operação negligente, projeto ruim ou
humano. Em cada um dos sub-riscos existe a necessidade de uma gestão fraude deliberada, o grande gerador dos riscos operacionais são as pesso-

Conhecimentos Específicos 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
as envolvidas no processo, dos mais diversos níveis hierárquicos. As
fraudes, em particular, podem ocorrer por intermédio de pessoas, tanto Ainda segundo Brito (2003, p.20), “A gestão consolidada dos riscos fi-
internas quanto externas. nanceiros [...], refere-se à gestão dos riscos financeiros, aqui compreendi-
dos como riscos de mercado e riscos de crédito”. Em sua obra Brito dá
Quem desenvolve os sistemas, controla seu funcionamento, toma deci- especial atenção à gestão dos riscos de mercado e de crédito. Devemos
sões que podem causar grandes estragos em uma Instituição Financei- incluir nesta gestão os riscos operacionais.
ra são pessoas. Portanto, pode-se inferir que os riscos operacionais estão
diretamente relacionados ao “Risco Humano”. A gestão de riscos leva em consideração a decisão de assumir ou não
o risco identificado e mensurado. Após ter assumido o risco, é necessário
Ou seja, para se identificar, mensurar ou executar a gestão dos riscos que seja feito seu controle, para garantir que esteja dentro dos parâmetros
operacionais é preciso levar em consideração o que é que as pessoas adotados.
fazem na organização, ou seja, onde é que elas podem falhar, errar ou até
mesmo fraudar. Conforme Brito (2003, p.26), “A gestão de riscos, característica mar-
cante na atividade de intermediação financeira, é o processo por meio do
Ao fazer a avaliação de riscos operacionais algumas perguntas preci- qual as diversas exposições ao risco são identificadas, mensuradas e
sam ser respondidas, entre elas citamos as seguintes: controladas”. Existe uma sequência lógica, ou seja, primeiro é preciso
identificar os riscos em relação a um cliente ou a uma operação, depois,
O que pode dar errado? tendo assumido tal risco, é necessário controlá-lo, para evitar que provoque
Qual é a perda potencial, caso algo dê errado? perdas maiores do que aquelas que a instituição aceitou.
Como evitar que ocorram erros falhas ou fraudes?
Diferentemente dos riscos de crédito e de mercado, que a instituição
A figura 2 a seguir demonstra a interligação de alguns riscos ou sub- pode tomar a decisão de aceita-los ou não, nos riscos operacionais o
riscos associados ao risco operacional para chegar-se à conclusão de que gestor não tem claro o poder de decidir aceitá-los ou não, pois, a partir do
para gerir os riscos operacionais é preciso, em primeiro lugar, efetuar a momento em que é aberta uma empresa e está em operação os riscos
gestão do risco humano cujos eventos de perdas estão relacionados a operacionais estarão associados a cada ação ou omissão. Por melhor que
erros; incompetência, malícia, perda de pessoa-chave; indisponibilidade de seja uma avaliação de riscos sempre haverá a possibilidade da existência
pessoal; fraude e risco de informações. do risco “oculto”. Algo que pode acontecer, mas que é de difícil identifica-
ção e mensuração.

Na gestão de riscos é importante seguir os seguintes passos básicos:


identificar o risco potencial, mensurar a perda provável em caso de sua
ocorrência e executar os controles necessários para evitá-lo ou diminuir sua
consequência. Para a gestão dos riscos operacionais isto se transforma em
um grande desafio.

O gestor deve estar consciente de que qualquer pessoa na organiza-


ção poderá estar cometendo algum erro ou falha, propositais ou não e, que
pessoas internas ou externas possam estar fraudando a instituição.

Mais difícil ainda do que mapear os fatores críticos de sucesso F.C.S. é


mensurar a provável perda, pois, as perdas provocadas na ocorrência de
um risco operacional podem até mesmo determinar o fim da vida da institui-
ção, por intermédio de uma liquidação extra-judicial ou até mesmo pela
falência.
Figura 2: Riscos Operacionais / Risco Humano - Fonte: O próprio autor
Se for considerado que as pessoas possuem acessos diferenciados e
A ocorrência de grande parte dos eventos de perdas nos riscos opera- poder de decisão e liberação de valores também diferenciados nas institui-
cionais é devido ao risco humano, ou seja, por erros, falhas, fraudes, in- ções financeiras, pode-se considerar que: quanto maior o cargo maior será
competência, perda de pessoa-chave, indisponibilidade de pessoal e veicu- a perda na ocorrência de um evento de perda, por exemplo; um erro, uma
lação de informações. falha ou uma fraude.

Fazer a gestão do risco operacional significa identificar, mensurar e Para facilitar o entendimento dos riscos operacionais, a Resolução
controlar as situações que podem provocar a perda financeira ou reputa- CMN 3.380 apresenta oito eventos de perdas que são os seguintes:
cional devido a um evento associado ao risco humano.
Fraudes internas;
3.6 Gestão do Risco Operacional Fraudes externas;
Demandas trabalhistas e segurança deficiente do local de trabalho;
Segundo Iudícibus, Marion e Pereira (2003, p.117), “GESTÃO DE RIS- Práticas inadequadas relativas a clientes, produtos e serviços;
CO. Processo de formular as substituições de custo-benefício da redução Danos a ativos físicos próprios ou em uso pela instituição;
do risco e de decidir sobre cursos de ação a serem tomados”. A gestão de Aqueles que acarretem a interrupção das atividades da instituição;
riscos envolve a tomada de decisão, ou seja, a aposta associada a uma Falhas em sistemas de tecnologia da informação;
razoável quantidade de informações e de controles, que garantam ou Falhas na execução, cumprimento de prazos e gerenciamento das ati-
minimizem os efeitos à exposição ao risco assumido. Cabe ressaltar a vidades da instituição.
importância da avaliação do custo-benefício.
Erros, falhas ou fraudes cometidos por pessoas dos cargos mais bai-
Ampliando um pouco mais o conceito de gestão de riscos, conforme xos da estrutura organizacional provocam pequenas perdas e, as mesmas
Bernstein (1997, p.21), “O executivo de sucesso é antes de tudo um previ- situações geradas por pessoas da alta-administração podem quebrar a
sor; comprar, produzir, vender, fixar preços e organizar vêm depois”. Esta instituição. Já ocorreram casos desta natureza com vários bancos no Brasil
característica, apontada por Bernstein, ou seja, “o executivo de sucesso é e no Exterior.
um previsor...” está intimamente relacionada à gestão de riscos. Antecipar
possíveis problemas, que possam ocorrer no futuro, é uma forma preventi- Em outras palavras, um erro, uma falha ou uma fraude causará danos
va de gestão de riscos. à instituição financeira em um nível diretamente proporcional ao cargo da

Conhecimentos Específicos 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pessoa que cometeu tal fato. Um erro, uma falha ou uma fraude cometida Abordagem de mensuração avançada.
por alguém do mais baixo cargo não fará nem “cócegas” no resultado da
instituição. O problema está na ocorrência de muitos eventos de perdas Todas estas opções de abordagens para alocação de capital que foram
pequenos e na frequência em que ocorrem. A soma de vários eventos de sugeridas pelo Comitê da Basileia e adaptadas pelo Bacen não conseguem
pequena monta podem gerar grandes perdas. O tamanho das perdas está ter uma correlação ao menos razoável dos impactos financeiros provocados
associado à frequência e quantidade de eventos ocorridos e, em caso da pelos eventos de perdas do risco operacional. Em primeiro lugar, não há
ocorrência de poucos eventos e elevadas perdas está ligada ao cargo um registro histórico organizado e confiável das perdas ocorridas, por
exercido pela pessoa na empresa. exemplo, nos últimos dez anos e, mesmo que algum banco tenha um
controle de perdas completo, o cálculo estatístico poderá gerar projeções
A partir desta “lógica”, é possível mensurar as perdas geradas no caso que não alcançarão todas as possibilidades, mesmo considerando apenas
da ocorrência dos riscos operacionais. um desvio padrão.

As informações contidas neste quadro são apenas ilustrativas. Caso No caso da ocorrência de um evento de perda nos riscos operacionais
fosse utilizado algum parâmetro em escala, não seria nem mesmo possível o histórico não guarda necessariamente uma referência com o futuro. Não
visualizar o impacto de um evento de perda isolado que tenha sido cometi- é pelo fato de que tenham ocorrido fraudes internas e externas que histori-
do por um empregado cujo cargo e nível de poder seja de um Escriturário I, camente geraram perdas de, por exemplo, R$ 1.000.000,00 ao ano em
por exemplo. Mas a intenção desta figura é apresentar a curva descenden- média nos últimos cinco anos, que neste e no próximo ano as perdas com
te de poder, para afirmar que somente a partir de um determinado nível estes eventos acontecerão novamente nesta medida. E, se o registro
hierarquico é que as perdas causadas por riscos operacionais poderão histórico de perdas tem evidenciado tais perdas porque a instituição ainda
comprometer a continuidade dos negócios em uma instituição financeira. não atuou na solução disto?
Evidentemente que se ocorrerem muitos eventos de perdas geradas por
pessoas da base da pirâmide estas perdas poderão gerar estragos consi- Eis aí outro desafio, como medir a probabilidade de ocorrência do risco
deráveis. Isoladamente, não significam algo relevante para o resultado do operacional se o passado não guarda referência com eventos futuros, os
banco. quais podem estar ocultos e não terem sido avaliados e mensurados?

O tamanho da perda depende de qual profissional a cometeu, ou seja, 3.6.1 Possibilidade de Ocorrência do Risco Operacional
quanto maior o cargo, maior o estrago.
Tomando como exemplo uma instituição financeira que tenha controles
Outro aspecto importante, após identificar os Fatores Críticos de Su- internos considerados razoáveis, e que historicamente tem registrado
cesso – F.C.S. é preciso encontrar parâmetros para calcular a probabilida- pequenas perdas originadas pela ocorrência de riscos operacionais, portan-
de de ocorrência para a partir desta informação projetar o capital a ser to, a probabilidade de ocorrência sendo considerada baixa, a alocação de
alocado/comprometido para fazer jus à potencial perda. A estatística forne- capital ou a constituição de provisões para fazer frente à potencial perda
ce várias opções para projetar as perdas potenciais. O Comitê da Basileia e poderia seguir a seguinte linha de raciocínio.
o Bacen estão avaliando três tipos de abordagens para a alocação de
capital para o risco operacional, os quais estão listados a seguir: Foi escolhido o seguinte exemplo (fictício): uma instituição financeira
que tenha um Patrimônio Líquido de R$ 6.500.000.000,00 e tenha um total
Abordagem de indicador básico (15% da receita bruta); geral de empregados de 23.781 (Considerando desde a Presidência até o
Abordagem padronizada (Corporate finance 18%; trading and empregado de cargo mais baixo na estrutura organizacional, neste caso,
Sales 18%; retail banking 12%, commercial banking 15%; payment and um Escriturário nível I).
settlement 18%, agency services 15%; asset management 12% e retail
brokerage 12%);

Quadro 2: Distribuição do Poder e Potencial Perda

Neste exemplo, está sendo considerado um determinado nível de po- internos, sua perda projetada está avaliada em até 3 (três) por cento do
der/alçada e acesso para cada cargo da estrutura organizacional da institu- valor do seu Patrimônio Líquido.
ição. Cada banco estabelece seu critério de delegação de po-
der/autoridade. Também, neste exemplo, está sendo considerado que Considerando esta probabilidade da ocorrência do risco operacional,
devido ao fato desta instituição possuir um razoável sistema de controles ou seja, de 3%, o impacto no resultado da instituição seria, por exemplo, no
caso da ocorrência de um erro, falha ou uma fraude causada pelo Presi-

Conhecimentos Específicos 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dente, no montante de R$ 62.400.000,00. Este exemplo considera que a derados para o levantamento de alguns pontos de fragilidade. Espera-se
perda máxima que seria provocada por este “empregado” em caso de erro, que este estudo venha a provocar a reflexão dos gestores das instituições
falha ou fraude seria do tamanho do seu poder de decisão na organização, financeiras e dos diversos interessados na divulgação das informações
neste caso, conforme informação contida na coluna (C) do quadro (32% contábeis destas empresas.
sobre o P.L.), gerando perda de R$ 2.080.000.000,00.

Tomando um exemplo na base da pirâmide hierárquica, ou seja, na o-


Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito:
corrência de um erro, falha ou uma fraude provocada por Escriturários do a) clientes; b) operação.
Nível I (7.000 empregados neste cargo), a perda prevista para uma possibi-
lidade de ocorrência baixa (3%) seria de R$ 1.950.000,00. Isto se 3% deles Os limites de crédito concedidos aos tomadores são revisados periodica-
cometessem tais erros, falhas ou fraudes no seu nível máximo. Caso todos mente em função do nível de risco inerente ao tomador. Tomadores com
os 7.000 empregados cometessem erros, falhas ou fraudes, a perda máxi- menor grau de risco têm sua situação econômico-fmanceira avaliada anu-
ma seria de R$ 65.000.000,00. almente, por exemplo, e tomadores com grau de risco mais elevado têm
seus créditos revisados semestralmente ou em períodos menores. "Se a
Percebe-se, claramente, que quanto maior o cargo maior será a perda. qualidade de crédito de uma empresa melhora ou piora significativamente
ao longo do tempo, tal revisão irá induzir a agência a aumentar ou diminuir
A ideia é que a instituição estude casos passados, registros históricos o rating" (Altman, 1999, p. 247).
de perdas provocadas pela ocorrência do risco operacional para então Os modelos de migração mostram o histórico e a posição atualizada das
desenvolver tabelas evidenciando o nível de poder de cada cargo, para, medidas classificatórias de risco dos tomadores. Por meio desse recurso,
com isto, estruturar as informações da coluna (C) desta tabela. Também, os bancos e as empresas não-fmanceiras podem calcular a probabilidade
que identifique os nível de probabilidade de ocorrência para estabelecer o de migração ou alteração da medida classificatória de risco atual para outra
percentual de perda para cada nível hierárquico. classificação de risco (ou a inadimplência) (Odálio dos Santos, 2000, p.
140).
Mais importante do que identificar estes fatores é, com o passar do Com base em dados históricos sobre a classificação de empréstimos, as
tempo, comparar as perdas reais com as previstas para adequar a tabela e instituições financeiras podem elaborar tabelas que refletem a probabilida-
atuar na mitigação dos riscos ocorridos, buscando proteger a instituição. de de alterações na classificação de empréstimo de um ano para outro.
Este outro exemplo de apuração do valor a ser alocado para o risco Exemplificando, consideremos um empréstimo hipotético classificado como
operacional apresentado neste artigo é apenas ilustrativo, serve tão somen- sendo de risco "A" (baseado na classificação determinada pela Resolução
te para reforçar a ideia do quanto será difícil fazer a alocação de capital 2682 do CMN). A questão é avaliar qual a probabilidade de migração de
para o risco operacional. Adotar uma das abordagens apresentadas pelo risco desse empréstimo. Para tanto, consideremos que a estatística do
Comitê da Basileia, ou seja, (a) abordagem de indicador básico; (b) abor- banco credor indique as seguintes probabilidades, conforme demonstrado
dagem padronizada e (c) abordagem de mensuração avançada ou qual- na tabela adiante.
quer outro modelo que venha a ser desenvolvido servirá apenas como um Probabilidades Alterações de Risco para Empréstimo
referencial.

Os fatos relativos à quebra de vários bancos no exterior e até mesmo


no Brasil evidenciam que tais instituições quebraram devido à ocorrência de
eventos de riscos operacionais que geraram perdas por meio da ocorrência
de riscos de crédito e de mercado, mais precisamente as fraudes, cometi-
das por elementos da alta administração, como imaginar ou alocar capital
considerando a hipótese de, digamos, alguém da alta cúpula fraudar o
banco considerando uma probabilidade de ocorrência de 3%. Isto é prati-
camente inimaginável, porém possível. Vale a pena estudar o que aconte-
ceu com os bancos que quebraram. O exemplo dado serve para reflexão.

3.6.2 Considerações sobre o Risco Operacional

Foi escolhido este critério de centralizar os riscos operacionais em ris-


cos humanos, pois, na ocorrência de qualquer um dos sub-riscos do risco Assim, verifica-se a maior probabilidade é de que o empréstimo permaneça
operacional encontra-se alguém executando, controlando ou tomando no ano seguinte na mesma classe de risco atual (89%). Há uma pequena
alguma decisão e, as pessoas são “frágeis” e estão sujeitas a cometer probabilidade de 2% que o empréstimo melhore de risco (faixa AA). Existe
algum erro, falha ou fraude. também probabilidade de se
passar para um nível pior, B por exemplo (4%). A probabilidade de o em-
Conclusão préstimo ficar inadimplido há mais de 180 dias (risco H) é de apenas 0,2%.
Ao mudar de faixa de risco, os efeitos sobre o empréstimo e sobre os
O Risco Operacional constitui-se em um desafio para os gestores das negócios mantidos com o cliente são os seguintes, considerada a realidade
instituições financeiras no Brasil, bem como no exterior. atual do mercado de empréstimos no Brasil:
a. alteração na constituição da provisão para devedores duvidosos (Reso-
A busca de informações que possam auxiliar os gestores das institui- lução 2682 do CMN). Assim, se piorar o risco, o Banco terá acréscimo de
ções financeiras no exercício da gestão do risco operacional, leva em conta despesas, aumentando o custo do empréstimo;
a necessidade de identificação, mensuração e controle dos riscos associa- b. o tomador pagará taxas mais caras na renovação do empréstimo, bem
dos. Sempre foram importantes e, a partir das determinações do Acordo da como em outras contratações de crédito;
Basileia II passaram a ser um elemento de maior destaque para a proteção c. se alteração for em função de inadimplência, o tomador ficará impossibili-
do Mercado Financeiro Mundial. tado de acessar outras linhas de crédito, tendo em vista os registros de
inadimplência efetuadas na SERASA.
O modelo apresentado tem a intenção, além da reflexão, mostrar as di- Os principais objetivos em se adotar um modelo de migração de risco são
ficuldades de alocar capital para o risco operacional e evidenciar a impor- os seguintes:
tância de gerar informações mínimas para que sejam gerados cálculos para a. medição da inadimplência histórica e dos índices de perdas com emprés-
a alocação de capital e ou a constituição de provisões para perdas provo- timos;
cadas pela ocorrência de eventos de perdas do risco operacional. Este b. geração de informações sobre a tendência da carteira;
modelo simplificado não é o ideal, mas pode servir de base para a constru- c. elaboração de previsão de perdas com empréstimos em função de
ção de modelos mais apropriados. Muitos outros fatores devem ser consi- cenários projetados;

Conhecimentos Específicos 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
d. identificação da probabilidade de um empréstimo migrar de classe de Conta Garantida
risco ou se consumar como perda;
e. adoção de medidas preventivas com vistas ao combate de ocorrência de É uma conta empréstimo separada da conta corrente, com limite de
inadimplências. crédito de utilização rotativa destinado a suprir eventuais necessidades de
capital de giro.

Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descon- Empréstimos Para Capital De Giro
São as operações tradicionais de empréstimo vinculadas a um contrato
tos, financiamentos e adiantamentos). Operações de Crédito
específico que estabeleça prazo, taxas, valores e garantias necessárias e
Geral: que atendem às necessidades de capital de giro das empresas.
a) crédito pessoal e crédito direto ao consumidor;
b) desconto de duplicatas, notas promissórias e cheques pré- O plano de amortização é estabelecido de acordo com os interesses e
datados; necessidades das partes.
c) contas garantidas;
d) capital de giro; Esse tipo de empréstimo normalmente é garantido por duplicatas em
e) cartão de crédito; geral numa relação de 120 a 1500/o do principal emprestado. Nesse caso,
f) microcrédito urbano. as taxas de juros são mais baixas. Quando a garantia envolve outras ga-
rantias, como aval e notas promissórias, os juros são mais altos.

Crédito Direto ao Consumidor Nos grandes bancos, os contratos podem ter características informais,
O Crédito Direto ao Consumidor é uma linha de empréstimo que está como “garantia” de crédito para as empresas que optam por dar algum tipo
diretamente ligada à compra de bens. É a linha que se encontra em lojas, de reciprocidade aos bancos, como, por exemplo, manter sobra de caixa
na compra de eletrodomésticos, roupas ou mesmo automóveis. O crédito aplicada em Fundo de Curto Prazo ou CDB.
pode ser prefixado, quando já se conhece o valor de todas as prestações
no ato da compra, ou pós-fixado, quando o valor das prestações vai sendo CARTÕES DE CRÉDITO
calculado no vencimento das mesmas. Conceito
Este nome exprime várias realidades jurídicas. Em sentido amplo pode
Os prazos de financiamento são os mais variados. Dependem das significar: 1. cartão de credenciamento para acesso: a) à conta-corrente; b)
condições da economia, do tipo de bem financiado e do fôlego do compra- a crédito previamente aberto junto ao próprio emissor ou a terceiro; e 2.
dor. Bens mais caros costumam ter financiamentos por prazos mais longos. cartão de garantia de cheque.
Em períodos de instabilidade econômica, os prazos ficam mais curtos. E
vice-versa, quando há maior estabilidade. Como nosso objeto de estudo é o cartão de crédito bancário, interessa-
nos aprofundar o conhecimento relativo ao instituto que consiste fundamen-
No CDC, um dos maiores cuidados que o comprador deve ter é com as talmente na hipótese 1, b, 2.ª parte, isto é, cartão de credenciamento para
taxas de juros. Algumas são realmente muito abusivas. Às vezes o custo do acesso a crédito previamente aberto junto a terceiros, que envolve relações
juro nem fica claro para o cliente. O Código de Defesa do Consumidor exige pelo mínimo trilaterais. Este tipo em sua evolução terminou por incorporar o
que a loja informe exatamente o juro que está sendo cobrado do cliente, referido em 1, a, cartão de credenciamento para acesso à conta-corrente
mas nem sempre esta disposição é respeitada. Se for financiar, veja se a (cartão saque) e o 2, cartão de garantia de cheque.
taxa de juro cobrada é razoável. Não basta que a prestação caiba no orça-
mento. Em sentido estrito cartão de crédito é o objeto material, normalmente
um retângulo de plástico, que identifica o acreditado em qualquer das
Muitas lojas oferecem também a alternativa de financiar a compra com hipóteses dos sistemas acima indicados.
o cheque pré-datado. Neste caso, é o lojista que assume o risco do crédito
junto ao cliente. Muitos clientes preferem o cheque pré-datado para não ter Importa-nos, portanto, é mergulhar na direção do institucional, do ne-
que enfrentar o cadastro junto à instituição financeira, e porque é mais fácil gócio jurídico complexo, formado por vários contratos. Assim visto, o cartão
de negociar condições fora de padrão. de crédito é um sistema operacional de credenciamento dirigido ao consu-
mo, que reúne clientes do emitente, constituídos por comerciantes e con-
Desconto de Duplicatas - O desconto de duplicatas em bancos co- sumidores. Visa manter uma clientela cativa, fortalecendo o conglomerado
merciais cresceu substancialmente nas três últimas décadas, particular- financeiro ao qual é filiado, oferecendo em troca qualificado serviço de
mente nos bancos de maior porte. As duplicatas são frequentemente usa- segurança e desregulamentação do crédito.
das como garantia tanto de empréstimos sazonais de curto prazo quanto de
créditos rotativos. Quando um empréstimo é garantido por duplicatas, o Natureza jurídica
valor do crédito disponível ao tomador tende a aumentar à à medida que Não haveremos de misturar os tipos de cartões de crédito. Todos eles
aumenta a necessidade de crédito. Normalmente, um empréstimo sazonal são, como coisa material, cartão de credenciamento e especialmente o
é pago quando os estoques e as contas a receber diminuem, depois de um acreditivo (credit cards), embora com características para não ser, tornou-
período de alta produção e vendas. No caso do crédito rotativo, por outro se, porque o sistema tem sido omisso, título de legitimação erroneamente.
lado, o empréstimo pode ser mais ou menos contínuo; se o tomador for Todos eles identificam o usuário e o apresentam como digno de crédito. Os
uma empresa em crescimento, o valor do crédito poderá continuar a cres- cartões, como coisa física, não passam disso, produzindo o mesmo efeito.
cer ao longo de um período considerável.
O alcance de cada tipo será determinado pelas relações jurídicas que
O máximo que um banco empresta sobre um determinado número de lhe geraram. O que os fará diferentes serão os contratos que os dotarão de
duplicatas em geral varia de 50 a 90% de seu valor nominal. Se as perdas conteúdo diverso.
do tomador com os maus pagadores forem grandes, o banco poderá decidir
não conceder o empréstimo ou limitá-lo a uma pequena porcentagem dos Assim, v. g., o cartão de garantia de cheque constitui uma credencial
recebimentos. de certa categoria de usuário de cheque. Mas o que irá determinar a acei-
tação do respectivo cheque que garante é um contrato de garantia de
Os bancos preferem descontar duplicatas de valor mais alto porque a cheque firmado pelo emitente do cartão e o estabelecimento conveniado.
burocracia é menor e pode envolver menos devoluções e disputas por Ele é apenas uma chave, um instrumento que incidindo no campo das
itens. Por outro lado, os bancos não gostam de ver recebimentos fortemen- relações contratuais movimenta-o. Constitui-se praticamente numa senha.
te concentrados em poucas contas, a menos que elas sejam de clientes Reúne, pois, duplo aspecto: de credencial e de senha, sintetizado numa só
altamente cotados em termos de crédito. Normalmente, o empréstimo unidade. E um cartão de credencial-senha.
máximo é de 75 a 80% do total das contas empenhadas.
O cartão para saque bancário ou em caixas automáticas é, como todos

Conhecimentos Específicos 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


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os demais, credencial. Mas não contém senha. Sua eficácia, todavia, fica estabelecimentos conveniados. Vale observar que o saque de dinheiro é
dependente da adjudicação de uma senha que o usuário dispõe e só ele função enxertada no cartão acreditivo, não fazendo parte de seu conteúdo
sob sigilo. Toda atenção é pouca para este detalhe. O saque eletrônico — e jurídico essencial.
não o cartão de saque como se tem dito por aí — é meio de pagamento
que substitui o cheque. E o que faz as vezes da assinatura que se põe no A terceira e última é que constitui o verdadeiro acreditivo, na relação de
cheque no saque eletrônico é a senha. Por trás do cartão de saque há compra e venda entre usuário do cartão e estabelecimento conveniado,
contratos de conta-corrente e/ou depósitos envolvendo o usuário e o saca- com estipulação de terceiro, no caso a instituição emitente, para ocorrer o
do. pagamento. Afasta-se do acreditivo, inovando-o, apenas no aspecto libera-
tório do usuário.
Já o cartão de crédito emitido por um estabelecimento a favor de clien-
te, para uso exclusivo na relação entre ambos, representa uma abertura de Desta forma, temos que o cartão de crédito bancário é um negócio jurí-
crédito facultativa em bens ou serviços. Muitas vezes ou geralmente é dico complexo, de que participam no mínimo três partes. E contrato de
resultado de uma oferta unilateral, sem qualquer conteúdo obrigacional. duração, adesão, oneroso, comutativo, atípico.

O mais importante dos cartões de crédito, único a justificar estudo es- Conteúdo obrigacional
pecífico, e que constitui um instituto jurídico, é o cartão acreditivo que forma O emissor do cartão obriga-se perante o estabelecimento conveniado a
um sistema que em bases mínimas já nasce pela criação de relações fornecer-lhe o material de expediente apropriado e a pagar-lhe as faturas
trilaterais. Se outra parte ou outras às três originais se juntar, esta(s) ex- que lhe sejam apresentadas nas condições e prazos previstos contratual-
cepcionará(ão) o negócio jurídico específico do sistema de credit cards, mente, resguardando-o das fraudes ou irregularidades que não possa
será(ão) aderente(s) ao complexo, realizará(ão) negócio suplementar ou razoavelmente constatar. E obriga-se perante o usuário a garantir-lhe o
negócio autônomo aderente. funcionamento do sistema para uso do qual cobra a prestação de serviços
e a garantir-lhe a segurança operacional uma vez avisado do roubo ou
No Brasil não se faz distinção entre cartão de crédito e cartão de débito extravio do cartão.
ou pagamento, porque ambos convivem em nosso sistema sob a denomi-
nação correta de cartão de crédito. Entre nós são na realidade cartões O estabelecimento conveniado obriga-se para com o emissor a vender
mistos, tendo em vista que em alguns países, como v. g. a França, essas para o usuário pelo mesmo preço praticado nas vendas à vista; a observar
modalidades não convivem, sendo chamados, impropriamente, cartão de o limite de crédito do usuário e só ultrapassá-lo quando especialmente
débito ou de pagamento àquele que deve ser pago integralmente quando autorizado pelo emitente, pagando-lhe por ocasião da liquidação das fatu-
da apresentação da fatura e de crédito o outro cujo pagamento pode ser ras a comissão devida por sua participação no sistema. Obriga-se ainda —
parcelado. A impropriedade reside no fato de confundirem o débito que diz coisa que na prática não vem sendo cumprida sem risco algum — a identifi-
respeito à fatura, constituindo seu conteúdo, com o cartão que só tem como car o portador do cartão, controlando seu prazo de validade e inexistência
finalidade propiciar crédito, pois o usuário ao usá-lo compra bem ou serviço de restrições pelo exame e cotejo com as listas que lhe são enviadas pelo
com pagamento diferido. emissor.

Acima ficou dito que o verdadeiro cartão de crédito nasce em bases O usuário obriga-se perante o emissor a assinar as faturas de suas
mínimas trilateral, porque sem as três partes não se tem o acreditivo. E se compras e a pagá-las quando lhe forem apresentadas na forma ajustada
admite suplementação é só de parte de cartões de crédito imperfeitos, os contratualmente e/ou fixada pela lei, bem como a ocorrer a liquidação dos
não bancários, que demandariam uma fonte de financiamento alheia para o encargos que lhe são devidos pela sua participação no sistema, avisando-
prolongamento do prazo de pagamento dos débitos, isto é, para seu parce- lhe de eventual roubo, perda ou extravio do cartão, respondendo pelo
lamento. Nessa hipótese o emissor é entidade não pertencente ao sistema eventual uso indevido que até essa data possa ter havido. Obriga-se da
financeiro que toma junto a Banco empréstimo em nome de seu cliente, mesma forma pela liquidação das faturas de responsabilidade dos cartões
repassando-lhe os encargos financeiros. Porém, o negócio permanece adicionais que tiver solicitado.
circunscrito entre ambos e estranho ao negócio jurídico complexo do cartão
de crédito. De qualquer sorte a responsabilidade pelo pagamento da fatura Responsabilidade civil
perante o vendedor do bem ou do serviço é o estabelecimento emissor, tal A questão da responsabilidade civil com relação ao furto, perda ou ex-
qual ocorre entre os cartões perfeitos, bancários. travio do cartão tem sofrido notável evolução. Em seus primórdios, a res-
ponsabilidade pesava exclusivamente sobre o usuário até que sua comuni-
O sistema operacional do cartão de crédito é composto por um conjun- cação fosse incluída nas listas negras e estas chegassem a seu destino,
to de três negócios jurídicos que regem e disciplinam três relações distintas aos estabelecimentos conveniados. Porém, a clara compreensão de que
entre as três partes envolvidas, formando os lados de um triângulo. diante do universo de usuários do sistema os casos da espécie são inex-
pressivos, não tendo significação econômica, os estudiosos do problema
Diversas teses produziu a doutrina para explicar a natureza jurídica passaram a entender que era um risco imanente ao próprio negócio que
dessas relações. Apontaram para a assunção de dívida, a cessão de crédi- bem poderia ser administrado pelo emissor, ou absorvendo o prejuízo ou
to, a sub-rogação, a estipulação em favor de terceiro, o mandato, meio de contratando seguro. A prática mostrou também que na maioria dos casos o
pagamento, ordem de pagamento, título de crédito e muitas outras. Entre- mau uso não teria acontecido se o estabelecimento conveniado não tivesse
tanto, vê-se que qualquer dessas teses olha apenas para um dos lados do agido com negligência. Acresça-se a isso o fato de não se saber se o
triângulo, enxergando somente uma única relação. E preciso que se disse- usuário não fosse compelido a firmar contrato de adesão, se teria aceito a
quem todas as relações que se perfazem totalmente para operacionalizar o cláusula que o responsabiliza e permite que o dano causado pela negligên-
cartão. São elas de três espécies. cia de associado do instituidor lhe seja transferido.

A primeira a se constituir ontogeneticamente vincula a instituição emi- Sensível a esse questionamento, doutrina e jurisprudência começaram
tente ao comerciante ou prestador de serviços disposto a abrir-lhe crédito, a a repensar o direito e a reposicionar-se, o que obrigou o emitente a mudar
tomar-se cliente e a aderir ao sistema, sujeitando-se às normas operacio- a cláusula, fazendo cessar a responsabilidade do usuário no momento da
nais. Este abre crédito em bens ou serviços à administradora do cartão. Ou comunicação do fato imprevisto e indesejado.
o crédito é em favor de terceiro incerto, mas realizado em nome e por conta
do creditado emissor ou é em favor do próprio emitente que o usará através Vê-se na prática o total desinteresse do comerciante com a identifica-
de procurador, usuário. ção do usuário e, algumas vezes, com o exame comparativo da assinatura.
Ora, isso faz parte de sua obrigação contratual, pois não basta a condição
A segunda, pela ordem da montagem estrutural, é a que estabelece di- de portador do cartão para o exercício do direito, sendo exigível que dete-
reitos e obrigações entre instituição emitente e cliente-usuário, e que se nha a titularidade. O cartão é intransferível. Legitimidade e titularidade
consuma pela identificação, credenciamento e abertura de crédito rotativo andam sempre juntas neste caso. O instituidor poderá, havendo conveniên-
para saque de dinheiro e/ou compra de mercadorias e/ou serviços nos cia, voltar-se contra o estabelecimento conveniado para ressarcir-se do

Conhecimentos Específicos 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


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dano que a desídia deste lhe venha causar. so, com indicação da finalidade ruralista a que se destina o fi-
nanciamento concedido e a forma de sua utilização;
Bastará, portanto, ao usuário desapossado do cartão proceder o regis- V - a descrição dos bens vinculados ao penhor, que se indicarão pe-
tro policial da ocorrência e comunicar imediatamente o emissor de forma la espécie, qualidade, quantidade, marca ou período de produ-
inequívoca, de preferência por escrito para fins de prova, fazendo cessar ção, se for o caso, além do local ou depósito em que os mesmos
assim sua responsabilidade. bens se encontrarem;
VI - a taxa de juros a pagar, e da comissão de fiscalização, se hou-
Inadimplemento e extinção ver, e o tempo de seu pagamento;
Inadimplindo o usuário tem o emitente contra ele execução de título ex- VII - a praça de pagamento;
trajudicial com base no próprio contrato, bastando juntar a ele o(s) extra- VIII - a data e o lugar da emissão;
to(s) não pago(s). Mesma execução tem o estabelecimento conveniado IX - a assinatura do próprio punho do emitente ou de representante
contra o emissor se este deixar de atender ao pagamento de seu crédito com poderes especiais.
oriundo das vendas. A base jurídica é o contrato.
Outra espécie de inadimplemento contratual dará ensejo à resolução Cédula rural hipotecária:
ou à denúncia; por qualquer das partes, sendo recomendável notificação Podem os bancos, também conceder financiamentos mediante a emis-
com prazo de 10 dias da recepção (art. 137 do C. Com.). são, pelo devedor, de cédula com garantia hipotecária. Pelo artigo 811 do
Código Civil “a hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou
O programa de microcrédito urbano do Banco do Nordeste, Credia- construções do imóvel”. A lei específica ( Dec.-lei 167/67) faz com que a
migo, comemora a marca de 100 mil clientes ativos somente na sua jurisdi- garantia seja prestada não só pelo imóvel e suas acessões, mas também
ção de Salvador, que compreende 213 municípios baianos, englobando a pelos bens originariamente móveis, que se incorporam ao imóvel devido à
capital, a região metropolitana, o Norte, o Nordeste e a Região Central da sua destinação, tais como máquinas, aparelhos e instalações, sejam os
Bahia, além da Chapada Diamantina. Em valores, a carteira ativa já repre- existentes no momento da constituição da hipoteca, sejam os adquiridos
senta R$ 116,9 milhões. com os recursos financeiros que o banco fornece ao devedor.
O CRÉDITO RURAL
O Decreto-lei 167, de 14.2.1967, dispôs que o financiamento rural fos- A cédula rural hipotecária deverá conter os seguintes requisitos:
se executado mediante a emissão de cédulas de crédito rural. Em seu art. I- a denominação “cédula rural hipotecária”;
2º referido diploma legal prescreve que o emitente da cédula fica obrigado a II - a data e condições de pagamento; havendo prestações peri-
aplicar o financiamento para os fins ajustados, devendo comprovar tal ódicas ou prorrogações de vencimento, é acrescentada a ex-
circunstância perante a “instituição financiadora”. Embora use o termo pressão “nos termos da cláusula Forma de Pagamento abaixo”
“financiadora” e não financeira, tem-se no art. 1º, que o financiamento é ou “nos termos da cláusula Ajuste de prorrogação abaixo”;
concedido pelos órgãos integrantes do sistema nacional de “crédito rural “, III - o nome do credor e a cláusula “à ordem”;
pelo que se compreende dentro das operações bancárias. Em se tratando IV - o valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por
de financiamento, o banco tem o direito de fiscalizar a aplicação da quantia extenso, com a indicação da finalidade ruralista a que se destina
financiada, a qual vencerá juros conforme taxas fixadas pelo Conselho o financiamento e a forma de sua utilização;
Monetário Nacional. Quando o financiamento for concedido para utilização V - a descrição do imóvel hipotecado com indicação do
parcelada, o financiador abrirá com o valor do financiamento conta vincula- nome, se houver, dimensões, confrontações, benfeitorias, título
da à operação, que o financiado movimentará por meio de cheques, sa- e data de aquisição e anotações (número, livro e folha) do regis-
ques, recibos, ordens, cartas ou quaisquer outros documentos. tro imobiliário;
VI - as taxas dos juros a pagar e a da comissão de fiscalização, se
Características das cédulas de crédito rural. houver, e tempo de seu pagamento;
As cédulas de crédito rural são promessas de pagamento sem, ou com VII - a praça do pagamento;
garantia real cedularmente constituída, isto é, no próprio título, dispensando VIII - a data e o lugar da emissão;
documento à parte. A garantia poderá ser ofertada pelo próprio financiado, IX - a assinatura do próprio punho do emitente ou de representante
ou por um terceiro. Embora o art. 10 considere a cédula de crédito rural um com poderes especiais.
título civil, é evidente sua comercialidade, por sujeitar-se à disciplina do
Direito Cambiário. Constituindo-se cedularmente a garantia, ou seja, por A cédula rural hipotecária confere direito real inter partes desde a sua
incorporação no próprio título, quando se tratar de hipoteca, ocorrem derro- emissão, embora seu registro seja necessário para que tenha eficácia
gações ao direito comum com a dispensa de escritura pública e da outorga contra terceiros (erga omnes).
uxória, mas em virtude da ausência desta última, o cônjuge obriga apenas
seus bens particulares e os comuns até o limite de sua meação. Para terem Embora destinada a servir de garantia de financiamentos para fins ru-
eficácia contra terceiros, as cédulas de crédito rural devem ser registrada rais, essa pode constituir-se cedularmente por imóveis rurais ou urbanos.
no Cartório de Registro de Imóveis. Sua cobrança se processa mediante a
ação de rito especial (execução), com a originalidade de permitir a venda, Cédula rural pignoratícia e hipotecária: aqui a garantia é prestada por
pelo credor, após a penhora, dos bens dados em garantia, contestada ou bens imóveis e também móveis, só que estes, diferentemente do que
não a ação, podendo, desde logo, mediante caução idônea, levantar o ocorre com a cédula rural hipotecária, não são apenas aqueles incorpora-
produto líquido da venda. Em se tratando de cooperativas rurais, institui- dos ao imóvel pela sua destinação (máquinas, aparelhos e instalações),
ções financeiras públicas e o Banco do Brasil, não há necessidade de mas também os existentes em local diferente do imóvel, por isso se carac-
caução. terizando o penhor e a hipoteca.

Cédula Rural Pignoratícia: Os requisitos do título são:


É um título que consubstancia uma promessa de pagamento com ga- I- denominação ”cédula rural pignoratícia e hipotecária”
rantia de bens móveis que, porém, permanecem de posse do devedor. II - a data e as condições de pagamento; havendo prestações
periódicas ou prorrogações de vencimentos, acrescentar “nos
O formalismo do título impõe-lhe os seguintes requisitos: termos da cláusula Forma de Pagamento abaixo “ou “nos
I - a denominação “cédula rural pignoratícia” termos da cláusula Ajuste de prorrogação abaixo”;
II - a data e as condições de pagamento; havendo prestações peri- III - o nome do credor e a cláusula à ordem;
ódicas, ou prorrogações de vencimentos, de acrescentar-se a IV - o valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por exten-
expressão “nos termos da cláusula Forma de Pagamento abai- so, com indicação da finalidade ruralista a que se destina o fi-
xo” ou, em sendo o caso, “nos temos da cláusula Ajuste de pror- nanciamento concedido e a forma de sua utilização;
rogação abaixo”; V - descrição dos bens vinculados em penhor, os quais se indicarão
III - o nome do credor e a cláusula “à ordem”; pela espécie, quantidade, qualidade, marca ou período de pro-
IV - o valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por exten- dução, se for o caso, além do local ou depósito dos mesmos

Conhecimentos Específicos 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
bens; Clientes
VI - a descrição do imóvel hipotecado com a indicação do nome, se
houver, dimensões, confrontações, benfeitorias, título e data de 1. Agricultores e produtores rurais familiares que compõem as unida-
aquisição e anotações (número, livro e folha) do registro imobili- des familiares de produção rural e que comprovem seu enquadramento
ário; mediante apresentação da Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP)
VII - a taxa de juros a pagar e da comissão de fiscalização, se hou- válida, e:
ver, e tempo de seu pagamento; a. explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, ar-
VIII - praça do pagamento; rendatário, comodatário, parceiro ou concessionário do Programa Nacional
IX - a data e o lugar da emissão de Reforma Agrária, ou permissionário de áreas públicas;
X - a assinatura do próprio punho do emitente ou de representante
com poderes especiais. b. residam na propriedade ou em local próximo;
c. não disponham, a qualquer título, de área superior a quatro módu-
Nota de crédito rural los fiscais, contíguos ou não, quantificados segundo a legislação em vigor
É também um título destinado ao financiamento rural, mas destituído (este item não se aplica quando se tratar de condomínio rural ou outras
de qualquer garantia real, conferindo, entretanto, ao credor privilégio sobre formas coletivas de propriedade, desde que a fração ideal por proprietário
os bens enumerados no art. 1.563 do Código Civil. não ultrapasse os quatro módulos fiscais);
São seus requisitos: d. obtenham, no mínimo, 50% da renda familiar da exploração agro-
I- a denominação “Nota de Crédito Rural” pecuária e não agropecuária do estabelecimento;
II - a data e as condições de pagamento; havendo prestações pe-
e. tenham o trabalho familiar como predominante na exploração do
riódicas ou prorrogações de vencimentos, acrescenta-se as ex-
estabelecimento, utilizando apenas eventualmente o trabalho assalariado,
pressões: “nos termos da cláusula Forma de Pagamento abaixo”
de acordo com as exigências sazonais da atividade agropecuária, podendo
ou “nos termos da cláusula Ajuste de Prorrogação abaixo”;
manter empregados permanentes em número menor que o número de
III - o nome do credor e a cláusula à ordem;
pessoas da família ocupadas com o empreendimento familiar; e
IV - o valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por exten-
so, com indicação da finalidade ruralista a que se destina o fi- f. tenham obtido renda bruta anual familiar de até R$ 360 mil nos úl-
nanciamento concedido e a forma de sua utilização; timos 12 meses que antecedem a solicitação da DAP, considerando neste
V - a taxa dos juros a pagar e da comissão de fiscalização, se hou- limite a soma de todo o Valor Bruto de Produção (VBP), 100% do valor da
ver, e tempo de seu pagamento; receita recebida de entidade integradora e das demais rendas provenientes
VI - a praça de pagamento; de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele, recebidas por
VII - a data e o lugar de emissão; qualquer componente familiar, exceto os benefícios sociais e os proventos
VIII - a assinatura do próprio punho do emitente ou de representante previdenciários decorrentes de atividades rurais..
com poderes especiais.
2. Agricultores e produtores rurais familiares que comprovem seu en-
Não obstante destituída de garantia real, a nota de crédito rural está quadramento mediante apresentação da Declaração de Aptidão ao PRO-
sujeita a registro no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em NAF (DAP) válida, e:
que esteja situado o imóvel a cuja exploração se destina o financiamento a. se enquadrem nos requisitos 1.a, 1.b, 1.d, 1.e e 1.f, citados anteri-
cedular. Compreende-se a exigência para o fim de estabelecer-se sua ormente;
eficácia em relação a terceiros.
b. sejam extrativistas que exerçam o extrativismo artesanalmente no
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pro- meio rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores;
naf) financia projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricul-
tores familiares e assentados da reforma agrária. O programa possui as c. sejam integrantes de comunidades quilombolas rurais;
mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores d. sejam membros de povos indígenas; e
taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do País.
e. sejam membros dos demais povos e comunidades tradicionais.
O acesso ao Pronaf inicia-se na discussão da família sobre a necessi-
dade do crédito, seja ele para o custeio da safra ou atividade agroindustrial, 3. Agricultores e produtores rurais familiares que comprovem seu en-
seja para o investimento em máquinas, equipamentos ou infraestrutura de quadramento mediante apresentação da Declaração de Aptidão ao PRO-
produção e serviços agropecuários ou não agropecuários. NAF (DAP) válida, e que sejam:
Após a decisão do que financiar, a família deve procurar o sindicato ru- a. pescadores artesanais que se dediquem à pesca artesanal, com
ral ou a empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), como a fins comerciais, explorando a atividade como autônomos, com meios de
Emater, para obtenção da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que produção próprios ou em regime de parceria com outros pescadores igual-
será emitida segundo a renda anual e as atividades exploradas, direcio- mente artesanais;
nando o agricultor para as linhas específicas de crédito a que tem direito.
b. aquicultores que se dediquem ao cultivo de organismos que te-
Para os beneficiários da reforma agrária e do crédito fundiário, o agricultor
nham na água seu normal ou mais frequente meio de vida e explorem área
deve procurar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)
não superior a 2 hectares de lâmina d’água ou ocupem até 500 m³ de água,
ou a Unidade Técnica Estadual (UTE).
quando a exploração se efetivar em tanque-rede; ou
O agricultor deve estar com o CPF regularizado e livre de dívidas. As
c. silvicultores que cultivem florestas nativas ou exóticas e que pro-
condições de acesso ao Crédito Pronaf, formas de pagamento e taxas de
movam o manejo sustentável daqueles ambientes.
juros correspondentes a cada linha são definidas, anualmente, a cada
Plano Safra da Agricultura Familiar, divulgado entre os meses de junho e Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a
julho. prestação de serviços: conceito, finalidades (investimento fixo
Objetivo e capital de giro associado), beneficiários.
Apoio financeiro a atividades agropecuárias ou não-agropecuárias, pa-
ra implantação, ampliação ou modernização da estrutura de produção, FAQ - Crédito Rural
beneficiamento, industrialização e de serviços, no estabelecimento rural ou
em áreas comunitárias rurais próximas, de acordo com projetos específicos.
Destina-se a promover o aumento da produção e da produtividade e a 1. O que é o Manual de Crédito Rural (MCR)?
redução dos custos de produção, visando à elevação da renda da família
produtora rural.

Conhecimentos Específicos 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É o documento que consolida os diversos normativos que regulamentam o 7. A contratação de assistência técnica é obrigatória?
crédito rural no Brasil. O Manual de Crédito Rural pode ser consultado em
nossa página em “Publicações > Manuais > MCR – Manual de Crédito Cabe ao produtor decidir sobre a contratação de serviços de assistência
Rural”. técnica, salvo quando considerados indispensáveis pelo financiador ou
quando exigidos em regulamento de operações com recursos oficiais.
2. Quais são os objetivos do crédito rural?
8. Quais são as exigências essenciais para concessão de crédito
• estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas rural?
cooperativas;
• idoneidade do tomador;
• favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercializa-
ção de produtos agropecuários; • apresentação de orçamento, plano ou projeto, salvo em operações de
desconto;
• fortalecer o setor rural;
• oportunidade, suficiência e adequação dos recursos;
• incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção,
visando ao aumento de produtividade, à melhoria do padrão de vida das • observância de cronograma de utilização e de reembolso;
populações rurais e à adequada utilização dos recursos naturais; • fiscalização pelo financiador;
• propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras • liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por intermédio de
pelos pequenos produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores suas associações formais ou informais, ou organizações cooperativas;
rurais;
• observância das recomendações e restrições do zoneamento agroecoló-
• desenvolver atividades florestais e pesqueiras; gico e do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE).
• estimular a geração de renda e o melhor uso da mão-de-obra na agricul- 9. É necessária a apresentação de garantias para obtenção de financi-
tura familiar. amento rural? Como é feita a escolha dessas garantias?
3. Que atividades podem ser financiadas pelo crédito rural? Sim. A escolha das garantias é de livre convenção entre o financiado e o
financiador, que devem ajustá-las de acordo com a natureza e o prazo do
• custeio para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos; crédito, observada a legislação própria de cada tipo. Pode constituir-se de:
• investimento em bens ou serviços, cujo desfrute se estenda por vários • penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou cedular;
períodos de produção;
• alienação fiduciária;
• comercialização para cobrir despesas próprias da fase posterior à coleta
da produção ou para converter em espécie os títulos oriundos de sua venda • hipoteca comum ou cedular;
ou entrega pelos produtos ou suas cooperativas.
• aval ou fiança;
4. Como se classifica o custeio?
• seguro rural ou ao amparo do Programa de Garantia da Atividade Agro-
• custeio agrícola; pecuária (Proagro);
• custeio pecuário; • proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por meio
• custeio de beneficiamento ou industrialização. de penhor de direitos, contratual ou cedular;

5. A que pode se destinar o crédito de custeio? • outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.
A despesas normais, tais como: 10. A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural?

• do ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras • remuneração financeira;


permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos ou cultiva-
• Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Opera-
dos, incluindo o beneficiamento primário da produção obtida e seu armaze-
ções relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF);
namento no imóvel rural ou em cooperativa;
• custo de prestação de serviços;
• de exploração pecuária;
• as previstas no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proa-
• de beneficiamento ou industrialização de produtos agropecuários.
gro);
6. Quem pode se utilizar do crédito rural?
• prêmio de seguro rural, observadas as normas divulgadas pelo Conselho
• produtor rural (pessoa física ou jurídica); Nacional de Seguros Privados;

• cooperativa de produtores rurais; e • sanções pecuniárias;


• pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedi- • prêmios em contratos de opção de venda, do mesmo produto agropecu-
que a uma das seguintes atividades: ário objeto do financiamento de custeio ou comercialização, em bolsas de
mercadorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos referentes a essas
a) pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certifica- operações de contratos de opção.
das;
Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor
b) pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões; de gastos efetuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrentes
c) prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imó- de expressas disposições legais.
veis rurais, inclusive para proteção do solo; 11. Como se classificam os recursos do crédito rural?
d) prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais; Controlados:
e) medição de lavouras; a) os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à
f) atividades florestais. vista);

Conhecimentos Específicos 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) os das Operações Oficiais de Crédito sob supervisão do Ministério da • crédito de custeio agrícola: antes da época prevista para colheita;
Fazenda;
• Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso da operação;
c) os de qualquer fonte destinados ao crédito rural na forma da regulação
aplicável, quando sujeitos à subvenção da União, sob a forma de equaliza- • crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez no curso da operação,
ção de encargos financeiros, inclusive os recursos administrados pelo em época que seja possível verificar sua correta aplicação;
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
• crédito de investimento para construções, reformas ou ampliações de
d) os oriundos da poupança rural, quando aplicados segundo as condições benfeitorias: até a conclusão do cronograma de execução, previsto no
definidas para os recursos obrigatórios; projeto;
e) os dos fundos constitucionais de financiamento regional; • demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após cada utilização, para
f) os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). comprovar a realização das obras, serviços ou aquisições.

Não controlados: todos os demais. Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos recursos orçamentários, o
desenvolvimento das atividades financiadas e a situação das garantias, se
12. Quais são os limites de financiamento? houver.
O limite de crédito de custeio rural, por beneficiário, em cada safra e em 19. Quais são os instrumentos utilizados para a formalização do crédi-
todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$1.000.000,00 to rural?
(um milhão de reais), devendo ser considerados, na apuração desse limite,
os créditos de custeio tomados com recursos controlados, exceto aqueles De acordo com o Decreto-Lei nº 167, de 14.2.1967, e da Lei nº 10.931, de
tomados no âmbito dos fundos constitucionais de financiamento regional. 2.8.2004, a formalização do crédito rural pode ser realizada por meio dos
seguintes títulos:
Nas operações de investimento, o limite de crédito é de R$350.000,00
(trezentos e cinquenta mil reais), por beneficiário/ano safra, em todo o • Cédula Rural Pignoratícia (CRP);
Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), independentemente dos crédi-
tos obtidos para outras finalidades. Esse limite pode ser elevado para até • Cédula Rural Hipotecária (CRH);
R$1.000.000,00 (um milhão de reais) por beneficiário, observadas condi- • Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária (CRPH);
ções específicas.
13. Quais são as taxas efetivas de juros segundo a origem dos recur- • Nota de Crédito Rural (NCR).
sos aplicados? • Cédula de Crédito Rural Bancário (CCB).
• recursos obrigatórios: taxa efetiva de juros de 6,75% a.a. para as opera- Faculta-se a formalização do crédito rural por meio de contrato, no caso de
ções contratadas até 30.6.2012, e de 5,5% a.a. para as operações contra- peculiaridades insuscetíveis de adequação aos títulos acima mencionados.
tadas a partir de 1º.7.2012, permitida a sua redução, a critério do agente
financeiro, em financiamentos de custeio a produtores e suas cooperativas 20. O que são esses títulos de crédito?
em que o tomador dispuser de mecanismo de proteção de preço ou de São promessas de pagamento sem ou com garantia real cedularmente
seguro da produção esperada; constituída, isto é, no próprio título, dispensando documento à parte. A
• recursos das Operações Oficiais de Crédito: a serem fixadas por ocasião garantia pode ser ofertada pelo próprio financiado, ou por um terceiro.
da divulgação da respectiva linha de crédito; Embora seja considerada um título civil, é evidente sua comercialidade, por
sujeitar-se à disciplina do direito cambiário.
• recursos equalizados pelo Tesouro Nacional (aplicados com a subven- 21. O que é Nota Promissória Rural?
ção da União sob a forma de equalização de encargos financeiros): de
acordo com o que for definido para cada programa pelo Conselho Monetá- Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo de bens de natureza agríco-
rio Nacional (ver detalhamento dos programas no MCR 13); la, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais
ou por suas cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperativas, de produ-
• recursos não controlados: livremente pactuadas entre as partes. tos da mesma natureza entregues pelos seus cooperados, e nas entregas
14. Como obter financiamentos ao amparo dos Programas com recur- de bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos seus
sos equalizados pelo Tesouro Nacional junto ao Banco Nacional de associados. O devedor é, geralmente, pessoa física.
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)? 22. O que é Duplicata Rural?
Por meio dos agentes financeiros credenciados pelo BNDES. Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou
15. Como pode ser liberado o crédito rural? pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas
cooperativas, poderá ser utilizada também, como título do crédito, a dupli-
De uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em conta de depósitos, de cata rural. Emitida a duplicata rural pelo vendedor, este ficará obrigado a
acordo com as necessidades do empreendimento, devendo sua utilização entregá-la ou a remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de assiná-
obedecer a cronograma de aquisições e serviços. la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.
16. Como deve ser pago o crédito rural? 23. Segundo a natureza das garantias como devem ser utilizados os
títulos de crédito rural?
De uma vez só ou em parcelas, segundo os ciclos das explorações financi-
adas. O prazo e o cronograma de reembolso devem ser estabelecidos em Com garantia real:
função da capacidade de pagamento, de maneira que os vencimentos
coincidam com as épocas normais de obtenção dos rendimentos da ativi- • penhor: Cédula Rural Pignoratícia;
dade assistida.
• hipoteca: Cédula Rural Hipotecária;
17. A instituição financeira é obrigada a fiscalizar a aplicação do valor
financiado? • penhor e hipoteca: Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária.
Sim. É obrigatória a fiscalização direta de todos os créditos, ressalvados os Com ou sem garantia real ou fidejussória: Cédula de Crédito Bancário e
casos expressamente previstos. contrato.

18. Quando deve ser realizada a fiscalização do crédito rural? Sem garantia real: Nota de Crédito Rural.

Deve ser efetuada nos seguintes momentos: 24. Quando o título de crédito rural adquire eficácia contra terceiros?

Conhecimentos Específicos 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Apesar de a cédula rural valer entre as partes desde a emissão, ela só § 2º Não constando do endôsso o valor pelo qual se transfere a cédu-
adquire eficácia contra terceiros depois de registrada no Cartório de Regis- la, prevalecerá o da soma declarada no título, acrescido dos acessórios, na
tro de Imóveis competente. forma deste artigo, deduzido o valor das quitações parciais passadas no
próprio título.
DECRETO-LEI Nº 413, DE 09 DE JANEIRO DE 1969. Art 11. Importa em vencimento antecipado da dívida resultante da
Dispõe sobre títulos de crédito industrial e dá outras providências. cédula, independentemente de aviso ou de interpelação judicial, a inadim-
plência de qualquer obrigação do eminente do título ou, sendo o caso, do
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe terceiro prestante da garantia real.
confere o § 1º do Art. 2º do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de
1968, § 1º Verificado o inadimplemento, poderá, ainda, o financiador consi-
derar vencidos antecipadamente todos os financiamentos concedidos ao
DECRETA: emitente e dos quais seja credor.
CAPÍTULO I § 2º A inadimplência, além de acarretar o vencimento antecipado da
Do Financiamento Industrial dívida resultante da cédula e permitir igual procedimento em relação a
todos os financiamentos concedidos pelo financiador ao emitente e dos
Art 1º O financiamento concedido por instituições financeiras a pessoa quais seja credor, facultará ao financiador a capitalização dos juros e da
física ou jurídica que se dedique à atividade industrial poderá efetuar-se por comissão de fiscalização, ainda que se trate de crédito fixo.
meio da cédula de crédito industrial prevista neste Decreto-lei.
Art 12. A cédula de crédito industrial poderá ser aditada, ratificada e
Art 2º O emitente da cédula fica obrigado a aplicar o financiamento nos retificada, por meio de menções adicionais e de aditivos, datados e assina-
fins ajustados, devendo comprovar essa aplicação no prazo e na forma dos pelo emitente e pelo credor, lavrados em folha à parte do mesmo
exigidos pela instituição financiadora. formato e que passarão a fazer parte integrante do documento cedular.
Art 3º A aplicação do financiamento ajustar-se-á em orçamento, assi- Art 13. A cédula de crédito industrial admite amortizações periódicas
nado, em duas vias, pelo emitente e pelo credor, dele devendo constar que serão ajustadas mediante a inclusão de cláusula, na forma prevista
expressamente qualquer alteração que convencionarem. neste Decreto-lei.
Parágrafo único. Far-se-á, na cédula, menção do orçamento que a ela Art 14. A cédula de crédito industrial conterá os seguintes requisitos,
ficará vinculado. lançados no contexto:
Art 4º O financiador abrirá, com o valor do financiamento conta vincu- I - Denominação "Cédula de Crédito Industrial".
lada à operação, que o financiado movimentará por meio de cheques,
saques, recibos, ordens, cartas ou quaisquer outros documentos, na forma II - Data do pagamento, se a cédula fôr emitida para pagamento parce-
e no tempo previstos na cédula ou no orçamento. lado, acrescentar-se-á cláusula discriminando valor e data de pagamento
das prestações.
Art 5º As importâncias fornecidas pelo financiador vencerão juros e
poderão sofrer correção monetária às taxas e aos índices que o Conselho III - Nome do credor e cláusula à ordem.
Monetário Nacional fixar, calculados sobre os saldos devedores da conta IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos por extenso, e a
vinculada à operação, e serão exigíveis em 30 de junho, 31 de dezembro, forma de sua utilização.
no vencimento, na liquidação da cédula ou, também, em outras datas
convencionadas no título, ou admitidas pelo referido Conselho. V - Descrição dos bens objeto do penhor, ou da alienação fiduciária,
que se indicarão pela espécie, qualidade, quantidade e marca, se houver,
Parágrafo único. Em caso de mora, a taxa de juros constante da além do local ou do depósito de sua situação, indicando-se, no caso de
cédula será elevável de 1% (um por cento) ao ano. hipoteca, situação, dimensões, confrontações, benfeitorias, título e data de
Art 6º O devedor facultará ao credor a mais ampla fiscalização do aquisição do imóvel e anotações (número, livro e folha) do registro imobiliá-
emprego da quantia financiada, exibindo, inclusive os elementos que lhe rio.
forem exigidos. VI - Taxa de juros a pagar e comissão de fiscalização, se houver, e
Art 7º O financiador poderá, sempre que julgar conveniente e por épocas em que serão exigíveis, podendo ser capitalizadas.
pessoas de sua indicação, não só percorrer todas e quaisquer dependên- VII - Obrigatoriedade de seguro dos bens objeto da garantia.
cias dos estabelecimentos industriais referidos no título, como verificar o
andamento dos serviços neles existentes. VIII - Praça do pagamento.

Art 8º Para ocorrer às despesas cem a fiscalização, poderá ser ajusta- IX - Data e lugar da emissão.
da, na cédula, comissão fixada e exigível na forma do art. 5º deste Decreto- X - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com
lei, calculada sobre os saldos devedores da conta vinculada à operação, poderes especiais.
respondendo ainda o financiado pelo pagamento de quaisquer despesas
que se verificarem com vistorias frustradas, ou que forem efetuadas em § 1º A cláusula discriminando os pagamentos parcelados, quando
consequência de procedimento seu que possa prejudicar as condições cabível, será incluída logo após a descrição das garantias.
legais e celulares.
§ 2º A descrição dos bens vinculados poderá ser feita em documento à
CAPÍTULO II parte, em duas vias, assinado pelo emitente e pelo credor, fazendo-se, na
cédula, menção a essa circunstância, logo após a indicação do grau do
Da Cédula de Crédito Industrial penhor ou da hipoteca, da alienação fiduciária e de seu valor global.
Art 9º A cédula de crédito industrial e promessa de pagamento em § 3º Da descrição a que se refere o inciso V deste artigo, dispensa-se
dinheiro, com garantia real, cedularmente constituída. qualquer alusão à data, forma e condições de aquisição dos bens empe-
Art 10. A cédula de crédito industrial é título líquido e certo, exigível nhados. Dispensar-se-ão, também, para a caracterização do local ou do
pela soma dela constante ou do endôsso, além dos juros, da comissão de depósito dos bens empenhados ou alienados fiduciàriamente, quaisquer
fiscalização, se houver, e demais despesas que o credor fizer para segu- referências a dimensões, confrontações, benfeitorias e a títulos de posse
rança, regularidade e realização de seu direito creditório. ou de domínio.

§ 1º Se o emitente houver deixado de levantar qualquer parcela do § 4º Se a descrição do imóvel hipotecado se processar em documento
credito deferido, ou tiver feito pagamentos parciais, o credor desconta-los-á à parte, deverão constar também da cédula todas as indicações menciona-
da soma declarada na cédula, tornando-se exigível apenas o saldo. das no item V deste artigo, exceto confrontações e benfeitorias.

Conhecimentos Específicos 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 5º A especificação dos imóveis hipotecados, pela descrição porme- VII - Tôda construção utilizada como meio de transporte por água, e
norizada, poderá ser substituída pela anexação à cédula de seus respecti- destinada à indústria da revelação ou da pesca, quaisquer que sejam as
vos títulos de propriedade. suas características e lugar de tráfego;
§ 6º Nos casos do parágrafo anterior, deverão constar da cédula, além VIII - Todo aparelho manobrável em vôo apto a se sustentar a circular
das indicações referidas no § 4º deste artigo, menção expressa à anexação no espaço aéreo mediante reações aerodinâmicas, e capaz de transportar
dos títulos de propriedade e a declaração de ou eles farão parte integrante pessoas ou coisas;
da cédula até sua final liquidação.
IX - Letra de câmbio, promissórias, duplicatas, conhecimentos de
CAPÍTULO III embarques, ou conhecimentos de depósitos, unidos aos respectivos " war-
rants ";
Da Nota de Crédito Industrial
X - Outros bens que o Conselho Monetário Nacional venha a admitir
Art 15. A nota de crédito industrial é promessa de pagamento em como lastro dos financiamentos industriais.
dinheiro, sem garantia real.
Art 21. Podem-se incluir na garantia os bens adquiridos ou pagos com
Art 16. A nota de crédito industrial conterá os seguintes requisitos, o financiamento, feita a respectiva averbação nos têrmos deste Decreto-lei.
lançados no contexto:
Art 22. Antes da liquidação da cédula, não poderão os bens empenha-
I - Denominação "Nota de Crédito Industrial". dos ser removidos das propriedades nela mencionadas, sob qualquer
II - Data do pagamento; se a nota fôr emitida para pagamento parcela- pretexto e para onde quer que seja, sem prévio consentimento escrito do
do, acrescentar-se-á cláusula discriminando valor e data de pagamento das credor.
prestações. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos veículos
III - Nome do credor e cláusula à ordem. referidos nos itens IV, V, VI, VII e VIII do artigo 20 deste Decreto-lei, que
poderão ser retirados temporariamente de seu local e situação, se assim o
IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por extenso, e exigir a atividade financiada.
a forma de sua utilização.
Art 23. Aplicam-se ao penhor cedular os preceitos legais vigentes
V - Taxa de juros a pagar e comissão de fiscalização, se houver, e sobre penhor, no que não colidirem com o presente Decreto-lei.
épocas em que serão exigíveis, podendo ser capitalizadas.
Art 24. São abrangidos pela hipoteca constituída as construções,
VI - Praça de pagamento. respectivos terrenos, instalações e benfeitorias.
VII - Data e lugar da emissão. Art 25. Incorporam-se na hipoteca constituída as instalações e cons-
VIII - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante truções, adquiridas ou executadas com o crédito, assim como quaisquer
com pôderes especiais. outras benfeitorias acrescidas aos imóveis na vigência da cédula, as quais,
uma vez realizadas, não poderão ser retiradas ou destruídas sem o con-
Art 17. O crédito pela nota de crédito industrial tem privilégio especial sentimento do credor, por escrito.
sobre os bens discriminados no artigo 1.563 do Código Civil.
Parágrafo único. Faculta-se ao credor exigir que o emitente faça
Art 18. Exceto no que se refere à garantias e a inscrição, aplicam-se à averbar, à margem da inscrição principal, a constituição de direto real sobre
nota do crédito industrial as disposições deste Decreto-lei sobre cédula de os bens e benfeitorias referidos neste artigo.
crédito industrial.
Art 26. Aplicam-se à hipoteca cedular os princípios da legislação
CAPÍTULO IV ordinária sobre hipoteca, no que não colidirem com o presente Decreto-lei.
Das Garantias da Cédula de Crédito Industrial Art 27. Quando da garantia da cédula de crédito industrial fizer parte a
alienação fiduciária, observar-se-ão as disposições constantes da Seção
Art 19. A cédula de crédito industrial pode ser garantida por:
XIV da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, no que não colidirem com este
I - Penhor cedular. Decreto-lei.
II - Alienação fiduciária. Art 28. Os bens vinculados à cédula de crédito industrial continuam na
posse imediata do emitente, ou do terceiro prestante da garantia real, que
III - Hipoteca cedular. responderá por sua guarda e conservação como fiel depositário, seja
Art 20. Podem ser objeto de penhor cedular nas condições deste pessoa física ou jurídica. Cuidando-se de garantia constituída por terceiro,
Decreto-lei: este e o emitente da cédula responderão solidariamente pela guarda e
conservação dos bens gravados.
I - Máquinas e aparelhos utilizados na indústria, com ou sem os res-
pectivos pertences; Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos papéis
mencionados no item IX, art. 20, deste Decreto-lei, inclusive em conse-
II - Matérias-primas, produtos industrializados e materiais empregados quência do endosso.
no processo produtivo, inclusive embalagens;
CAPÍTULO V
Ill - Animais destinados à industrialização de carnes, pescados, seus
produtos e subprodutos, assim como os materiais empregados no processo SEÇÃO I
produtivo, inclusive embalagens; Da Inscrição e Averbação da Cédula do Crédito Industrial
IV - Sal que ainda esteja na salina, bem assim as instalações, máqui- Art 29. A cédula de crédito industrial somente vale contra terceiros
nas, instrumentos utensílios, animais de trabalho, veículos terrestres e desde a data da inscrição. Antes da inscrição, a cédula obriga apenas seus
embarcações, quando servirem à exploração salineira; signatários.
V - Veículos automotores e equipamentos para execução de terrapla- Art 30. De acordo com a natureza da garantia constituída, a cédula de
nagem, pavimentação, extração de minério e construção civil bem como crédito industrial inscreve-se no Cartório de Registro de Imóveis da circuns-
quaisquer viaturas de tração mecânica, usadas nos transportes de passa- crição do local de situação dos bens objeto do penhor cedular, da alienação
geiros e cargas e, anda, nos serviços dos estabelecimentos industriais; fiduciária, ou em que esteja localizado o imóvel hipotecado.
VI - Dragas e implementos destinados à Iimpeza e à desobstrução de Art 31. A inscrição fa-se-á na ordem de apresentação da cédula, em
rios, portos e canais, ou à construção dos dois últimos, ou utilizados nos livro próprio denominada "Registro de Cédula de Crédito Industrial",
serviços dos estabelecimentos industriais;

Conhecimentos Específicos 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
observado o disposto nos artigos 183, 188, 190 e 202, do Decreto 4.857, de as menções adicionais, aditivos e qualquer outro ato que promova altera-
9 de novembro de 1939. ção na garantia ou noções pactuadas.
§ 1º Os livros destinados à inscrição da cédula de crédito industrial § 1º Dispensa-se a averbação dos pagamentos parcial e do endosso
serão numerados em série crescente a começar de 1 (um) e cada livro das instituições financiadoras em operações de redesconto ou caução.
conterá termos de abertura e de encerramento, assinados pelo Juiz de
Direito da Comarca, que rubricará todas as folhas. § 2º Os emolumentos devidos pelos atos referidos neste artigo serão
calculados na base de 10% (dez por cento) sobre os valores constante do
§ 2º As formalidades a que se refere o parágrafo anterior precederão a parágrafo único do artigo 34 deste Decreto-lei, cabendo ao oficial do Regis-
utilização do livro. tro de Imóveis e ao Juiz de Direito da Comarca as mesmas percentagens
naquele dispositivo. (Extinto pela Lei nº 8.522, de 1992)
§ 3º Em cada Cartório haverá, em uso, apenas um livro "Registro de
Cédula de Crédito Industrial", utilizando-se o de número subsequente Art 37. Os emolumentos devidos pela inscrição da cédula ou pela
depois de findo o anterior. averbação de atos posteriores poderão ser pagos pelo credor, a débito da
conta a que se refere o artigo 4º deste Decreto-lei.
Art 32. A inscrição consistirá na anotação dos seguintes requisitos
cedulares: Art 38. As inscrições das cédulas e as averbações posteriores serão
efetuadas no prazo de 3 (três) dias úteis a contar da apresentação do título
a) Data e forma do pagamento. sob pena de responsabilidade funcional do oficial encarregado de promover
b) Nome do emitente, do financiador e, quando houver, do terceiro os atos necessários.
prestante da garantia real e do endossatário. § 1º A transgressão do disposto neste artigo poderá ser comunicada
c) Valor do crédito deferido e forma de sua utilização. ao Juiz de Direito da Comarca pelos interessados ou por qualquer pessoa
que tenha conhecimento do fato.
d) Praça do pagamento.
§ 2º Recebida a comunicação, o Juiz instaurará imediatamente inqué-
e) Data e lugar da emissão. rito administrativo.
§ 1º Para a inscrição, o apresentante do título oferecerá, com o original § 3º Apurada a irregularidade, o oficial pagará multa de valor corres-
da cédula, cópia em impresso idêntico, com a declaração "Via não negociá- pondente aos emolumentos que seriam cobrados, por dia de atraso, aplica-
vel", em linhas paralelas transversais. da pelo Juiz de Direito da Comarca, devendo a respectiva importância ser
§ 2º O Cartório conferirá a exatidão da cópia, autenticando-a. recolhida, dentro de 15 (quinze) dias, a estabelecimento bancário que a
transferirá ao Banco Central do Brasil, para crédito do Fundo Geral para
§ 3º Cada grupo de 200 (duzentas) cópias será encadernado na Agricultura e Indústria - FUNAGRI, criado pelo Decreto nº 56.835, de 3 de
ordem cronológica de seu arquivamento, em livro que o Cartório apresenta- setembro de 1965.
rá no prazo de quinze dias depois de completado o grupo, ao Juiz de Direi-
to da Comarca, para abri-lo e encerra-lo, rubricando as respectivas folhas SEçãO II
numeradas em série crescente a começar de 1 (um). Do Cancelamento da Inscrição da Cédula de Crédito Industrial
§ 4º Nos casos do § 5º do art. 14 deste Decreto-lei, à via da cédula Art 39. Cancela-se a inscrição mediante a averbação, no livro próprio:
destinada ao Cartório será anexada cópia dos títulos de domínio, salvo se
os imóveis hipotecados se acharem registrados no mesmo Cartório. I - da prova da quitação da cédula, lançada no próprio título ou passa-
da em documento em separado com fôrça probante;
Art 33. Ao efetuar a inscrição ou qualquer averbação, o Oficial do
Registro de Imóveis mencionará, no respectivo ato, a existência de qual- II - da ordem judicial competente.
quer documento anexo à cédula e nele aporá sua rubrica, independente- § 1º No ato da averbação do cancelamento, o serventuário menciona-
mente de qualquer formalidade. rá o nome daquele que recebeu, a data do pagamento e, em se tratando de
Art 34. O Cartório anotará a inscrição, com indicação do número de quitação em separado, as características desse instrumento; no caso de
ordem, livro e folhas, bem como valor dos emolumentos cobrados no verso cancelamento por ordem judicial, esta também será mencionada na aver-
da cédula, além de mencionar, se fôr o caso, os anexos apresentados. bação, pela indicação da data do mandato, Juízo de que precede, nome do
Juiz que o subscreveu e demais características correntes.
§ 1º Pela inscrição da cédula, serão cobrados do interessado, em todo
o território nacional, o seguintes emolumentos, calculados sobre o valer do § 2º Arquivar-se-ão no Cartório a ordem judicial de cancelamento da
crédito deferido:(Extinto pela Lei nº 8.522, de 1992) inscrição ou uma das vias do documento da quitação da cédula, proceden-
do-se como se dispõem no § 3º do artigo 32 deste Decreto-lei.
a) até NCr$ 200,00 - 0,1%
SEÇÃO III
b) de NCr$ 200,01 a NCr$ 500,00 - 0,2%
Da Correição dos Livros de Inscrição da Cédula de Crédito Industrial
c) de NCr$ 500,01 a NCr$ 1.000,00 - 0,3%
Art 40. O Juiz de Direito da Comarca precederá à correção do livro
d) de NCr$ 1.000,01 a NCr$ 1.500,00 - 4% "Registro de Cédula de Crédito Industrial" uma vez por semestre, no míni-
e) acima de NCr$ 1.500,00 - 0,5% - até o máximo de ¼ (um quarto) do mo.
salário-mínino da região. CAPÍTULO VI
§ 2º Cinquenta por cento (50%) dos emolumentos referidos no pará- Da Ação para Cobrança da Cédula de Crédito Industrial
grafo anterior caberão ao oficial do Registro de Imóveis e os restantes
cinquenta por cento (50%) serão recolhidos ao Banco do Brasil S.A., a Art 41. Independentemente da inscrição de que trata o art. 30 deste
crédito do Tesouro Nacional. (Extinto pela Lei nº 8.522, de 1992) Decreto-lei, o processo judicial para cobrança da cédula de crédito industri-
al seguirá o procedimento seguinte:
Art 35. O oficial recusará efetuar a inscrição, se já houver registro
anterior no grau de prioridade declarado no texto da cédula, ou se os hou- 1º) Despachada a petição, serão os réus, sem que haja preparo ou
verem sido objeto de alienação fiduciária considerando-se nulo o ato que expedição de mandado, citados pela simples entrega de outra via do reque-
infringir este dispositivo. rimento, para, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, pagar a dívida;
Art 36. Para os fins previstos no art. 29 deste Decreto-lei averbar-se- 2º) não depositado, naquele prazo, o montante do débito, proceder-se-
ão, à margem da inscrição da cédula, os endossos posteriores à inscrição, á a penhora ou ao sequestro dos bens constitutivos da garantia ou, em se

Conhecimentos Específicos 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tratando de nota de crédito industrial, à daqueles enumerados no Art. 1.563 Art 50. Em caso de mais de um financiamento, sendo os mesmos o
do Código Civil (artigo 17 deste Decreto-lei); credor e emitente da cédula, o credor e os bens onerados, poderá esten-
der-se aos financiamentos subsequentes o vínculo originàriamente constitu-
3º) no que não colidirem com este Decreto-lei, observar-se-ão, quanto ído mediante referência à extensão nas cédulas posteriores, reputando-se
à penhora, as disposições do Capítulo III, Título III, do Livro VIII, do Código uma só garantia com cédulas industriais distintas.
de Processo Civil;
§ 1º A extensão será averbada à margem da inscrição anterior e não
4º) feita a penhora, terão réus, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, impede que sejam vinculados outros bens à garantia.
prazo para impugnar o pedido;
§ 2º Havendo vinculação de novos bens, além da averbação, estará a
5º) findo o termo referido no item anterior, o Juiz, impugnado ou não o cédula sujeita à inscrição no Cartório do Registro de Imóveis.
pedido, procederá a uma instrução sumária, facultando às partes a produ-
ção de provas, decidindo em seguida; § 3º Não será possível a extensão se tiver havido endosso ou se o
bens já houverem sido objeto de novo ônus em favor de terceiros.
6º) a decisão será proferida dentro de 30 (trinta) dias, a contar da
efetivação da penhora; Art 51. A venda dos bens vinculados à cédula de crédito industrial
depende de prévia anuência do credor, por escrito.
7º) não terão efeito suspensivo os recursos interpostos das decisões
proferidas na ação de cobrança a que se refere êste artigo; Art 52. Aplicam-se à cédula de crédito industrial e à nota de crédito
industrial, no que forem cabíveis, as normas do direito cambial, dispensado,
8º) o fôro competente será o da praça do pagamento da cédula de porém, o protesto para garantir direito de regresso contra endossantes e
crédito industrial. avalistas.
CAPÍTULO VI CAPÍTULO VIII
Disposições Especiais Disposições Gerais
Art 42. A concessão dos financiamentos previstos neste Decreto-lei Art 53. Dentro do prazo da cédula, o credor, se assim o entender,
bem como a constituição de suas garantias, pelas instituições de crédito, poderá autorizar o emitente a dispor de parte ou de todos os bens da
públicas e privadas, independe da exibição de comprovante de cumprimen- garantia, na forma e condições que convencionarem.
to de obrigações fiscais, da previdência social, ou de declaração de bens e
certidão negativa de multas. Art 54. Os bens dados em garantia assegurarão o pagamento do
principal, juros, comissões, pena convencional, despesas legais e conven-
Parágrafo único. O ajuizamento da dívida fiscal ou previdenciária cionais, com as preferências estabelecidas na legislação em vigor.
impedirá a concessão do financiamento industrial, desde que sua comuni-
cação pela repartição competente às instituições de crédito seja por estas Art 55. Se baixar no mercado o valor dos bens onerados ou se se
recebida antes da emissão da cédula, exceto se as garantias oferecidas verificar qualquer ocorrência que determine sua diminuição ou depreciação,
assegurarem a solvabilidade do crédito em litígio e da operação proposta o emitente reforçará a garantia dentro do prazo de quinze dias da notifica-
pelo interessado. ção que o credor lhe fizer, por carta enviada pelo Correio, ou pelo Oficial do
Cartório de Títulos e Documentos da Comarca.
Art 43. Pratica crime de estelionato e fica sujeito às penas do art. 171
do Código Penal aquele que fizer declarações falsas ou inexatas acerca de Art 56. Se os bens oferecidos em garantia de cédula de crédito indus-
bens oferecidos em garantia de cédula de crédito industrial, inclusive omitir trial, pertencerem a terceiras, estes subscreverão também o título para que
declaração de já estarem eles sujeitos a outros ônus ou responsabilidade se constitua o vínculo.
de qualquer espécie, até mesmo de natureza fiscal.
Art 57. Os bens vinculados à cédula de crédito industrial não serão
Art 44. Quando, do penhor cedular fizer parte matéria-prima, o emiten- penhorados ou sequestrados por outras dívidas do emitente ou de terceiro
te se obriga a manter em estoque, na vigência da cédula, uma quantidade prestante da garantia real, cumprindo a qualquer deles denunciar a existên-
dêsses mesmos bens ou dos produtos resultantes de sua transformação cia da cédula as autoridades incumbidas da diligência, ou a quem a deter-
suficiente para a cobertura do saldo devedor pôr ela garantido. minou, sob pena de responderem pelos prejuízos resultantes de sua omis-
são.
Art 45. A transformação da matéria-prima oferecida em penhor cedular
não extingue o vínculo real, que se transfere para os produtos e subprodu- Art 58. Em caso de cobrança em processo contencioso ou não, judicial
tos. ou administrativo, o emitente da cédula de crédito industrial responderá
ainda pela multa de 10% (dez por cento) sobre o principal e acessórios em
Parágrafo único. O penhor dos bens resultantes da transformação, débito, devida a partir do primeiro despacho da autoridade competente na
industrial poderá ser substituído pelos títulos de crédito representativos da petição de cobrança ou de habilitação do crédito.
comercialização daqueles produtos, a crédito do credor, mediante endôsso
pleno. Art 59. No caso de execução judicial, os bens adquiridos ou pagos
com o crédito concedido pela célula de crédito industrial responderão
Art 46. O penhor cedular de máquinas e aparelhos utilizado na indús- primeiramente pela satisfação do título, não podendo ser vinculados ao
tria tem preferência sobre o penhor legal do locador do imóvel de sua pagamento de dívidas privilegiadas, enquanto não fôr liquidada a cédula.
situação.
Art 60. O emitente da cédula manterá em dia o pagamento dos tributos
Parágrafo único. Para a constituição da garantia cedular a que, se e encargos fiscais, previdênciários e trabalhistas de sua responsabilidade,
refere êste artigo, dispensa-se o consentimento do locador. inclusive a remuneração dos empregados, exibindo ao credor os respecti-
Art 47. Dentro do prazo estabelecido para utilização do crédito, poderá vos comprovantes sempre que lhe forem exigidos.
ser admitida a reutilização pelo devedor, para novas aplicações, das parce- Art 61. A cédula de crédito industrial e a nota de crédito industrial
las entregues para amortização ao débito. poderão ser redescontadas em condições estabelecidas pelo Conselho
Art 48. Quando, do penhor ou da alienação fiduciária, fizerem parte Monetário Nacional.
veículos automotores, embarcações ou aeronaves, o gravame será anota- Art 62. Da cédula de crédito industrial poderão constar outras condi-
do nos assentamentos próprios da repartição competente para expedição ções da dívida ou obrigações do emitente, desde que não contrariem o
de licença ou registro dos veículos. disposto neste Decreto-lei e a natureza do título.
Art 49. Os bens onerados poderão ser objeto de nova garantia cedular Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional, observadas as
a simples inscrição da respectiva cédula equivalerá à averbação à margem condições do mercado de crédito, poderá fixar prazos de vencimento dos
da anterior, do vínculo constituído em grau subsequente. títulos do crédito industrial, bem como determinar inclusão de denomina-
ções que caracterizem a destinação dos bens e as condições da operação.

Conhecimentos Específicos 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art 63. Os bens apenhados poderão, se convier ao credor, ser entre- - algodão: indústrias descaroçadeiras de pluma e de fio;
gues à guarda de terceiro fiel-depositário, que se sujeitará às obrigações e - carnes: frigoríficos e abatedouros de suínos, aves, bovinos e pescados;
às responsabilidades legais e cedulares. - curtumes;
- leite: indústrias de laticínios;
§ 1º Os direitos e as obrigações do terceiro fiel-depositário, inclusive a - soja: indústrias de óleo, margarina e ração;
imissão, na posse, do imóvel da situação dos bens apenhados, independe- - milho: indústrias de óleo, farinha e ração;
rão da lavratura de contrato de comodato e de prévio consentimento do - café: indústrias torrefadoras e exportadoras de produto "in natura";
locador, perdurando enquanto subsistir a dívida. - madeira: indústria de papel e celulose;
§ 2º Todas as despesas de guarda e conservação dos bens contrata- - distribuidor, exportador ou trading de álcool e açúcar;
dos ao terceiro fiel-depositário correrão, exclusivamente, por conta do - compradores de produtos agropecuários vegetais ou animais destinados à
devedor. comercialização, beneficiamento ou industrialização.

§ 3º Nenhuma responsabilidade terão credor e terceiro fiel-depositário • Empresas legalmente constituídas - indústrias, agroindústrias, revendas
pelos dispêndios que se tornarem precisos ou aconselháveis para a boa (de máquinas, equipamentos, insumos, sementes, fertilizantes, defensivos,
conservação do imóvel e dos bens apenhados. produtos agropecuários ou veterinários, etc) - que comercializem, benefici-
§ 4º O devedor é obrigado a providenciar tudo o que fôr reclamado em ou industrializem insumos e os vendam a produtores rurais ou a suas
pelo credor para a pronta execução dos reparos ou obras de que, porventu- cooperativas, exclusivamente das atividades abaixo:
ra, necessitar o imóvel, ou que forem exigidos para a perfeita armazenagem
dos bens empenhados. - indústrias de defensivos;
- indústrias de fertilizantes;
Art 64. Serão segurados, até final resgate da cédula, os bens nela - indústrias de sementes;
descritos e caracterizados, observada à vigente legislação de seguros - indústrias de máquinas e equipamentos agropecuários;
obrigatórios. - revendas de insumos agropecuários (sementes, fertilizantes, defensivos e
máquinas e equipamentos para utilização na atividade agropecuária).
Art 65. A cédula de crédito industrial e a nota de crédito industrial
obedecerão aos modelos anexos, quais poderão ser padronizados e altera-
Limite de Financiamento
dos pelo Conselho Monetário Nacional, observado o disposto no artigo 62
deste Decreto-lei.
• Produtos de origem agropecuária: até 100% do valor do produto ("in
Art 66. Êste Decreto-lei entrará em vigor 90 (noventa) dias depois de natura" ou industrializado) em estoque ou adquirido nos últimos 12 meses;
publicado, revogando-se os Decretos-leis nºs 265, de 28 de fevereiro de • Insumos utilizados na atividade agropecuária: até 100% do valor da
1967, 320, de 29 de março de 1967 e 331, de 21 de setembro de 1967 na matéria-prima ou insumo em estoque ou da matéria-prima adquirida nos
parte referente à cédula Industrial Pignoratícia, 1.271, de 16 de maio de últimos 12 meses. Deve ser exigido do proponente declaração formal sobre
1939, 1.697, de 23 de outubro de 1939, 2.064, de 7 de março de 1940, os estoques ou valor dos produtos ou matérias-primas ou aquisições reali-
3.169, de 2 de abril de 1941, 4.191, de 18 de março de 1942, 4.312, de 20 zadas;
de maio de 1942 e Leis nºs 2.931, de 27 de outubro 1956, e 3.408, de 16 • Adiantamento sobre o valor de títulos (nota promissória, duplicata, cheque
de junho de 1958, as demais disposições em contrário. e outros contratos): até 100% do valor dos títulos vincendos;
• Adiantamento sobre o valor das CPR, CDA/WA, CDCA e contratos a
Brasília, 9 de janeiro de 1969; 148º da Independência e 81º da República.
termo objeto do financiamento: até 100%.

Crédito Agroindustrial (bb) Prazo

Linha de financiamento para as seguintes finalidades: De 30 até 720 dias.


Pronaf Agroindústria
• Comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos agrope-
cuários adquiridos diretamente de produtores rurais (pessoas físicas ou Clientes
jurídicas) ou de suas cooperativas;
• Comercialização, beneficiamento ou industrialização de insumos utilizados • Pessoas físicas enquadradas como agricultores familiares do Pro-
diretamente na atividade agropecuária; naf;
• Adiantamento sobre o valor dos títulos vincendos, relativos à venda de
• empreendimentos familiares rurais definidos no Manual de Crédito
insumos a produtores rurais e suas cooperativas; Rural (MCR) 10-6-2 que apresentem Declaração de Aptidão ao Pronaf
• Adiantamento sobre o valor de contratos a termo e CPR físicas e financei- (DAP) pessoa jurídica válida para a agroindústria familiar; e
ras, formalizados diretamente com produtores rurais e/ou cooperativas,
CDA/WA e CDCA, estes emitidos por cooperativas e desde que esta não • cooperativas, singulares ou centrais, ou associações da agricultu-
seja beneficiária do financiamento, vincendos, emitidos ou formalizados a ra familiar constituídas por agricultores familiares enquadrados no Pronaf,
partir de 01/07/2009, por conta da compra antecipada de produção agrope- mediante apresentação de DAP atestando que, no mínimo, 60% de seus
cuária ou da venda de insumos utilizados na atividade rural, nas safras, participantes ativos são agricultores familiares enquadrados no programa,
2010 e 2010/11. e que, no mínimo, 55% da produção beneficiada, processada ou comer-
cializada são oriundos de cooperados ou associados enquadrados no
Beneficiários Pronaf, e cujo projeto de financiamento comprove esses mesmos percen-
tuais quanto ao número de participantes e à produção a ser beneficiada,
• Empresas legalmente constituídas - indústrias, exportadoras (inclusive processada ou comercializada referente ao respectivo projeto.
trading), etc - que comercializem, beneficiem ou industrializem produtos
agropecuários adquiridos diretamente de produtores rurais ou de suas Finalidade
cooperativas, exclusivamente das seguintes atividades: Investimentos, inclusive em infraestrutura, que visem ao beneficiamen-
to, armazenagem, processamento e comercialização da produção agrope-
- sucroalcooleiro: usinas de álcool e açúcar e destilarias; cuária, de produtos florestais e do extrativismo, ou de produtos artesanais,
- trigo: indústrias de farinha; e a exploração de turismo rural, incluindo-se:
- laranja: indústrias de suco;
- uva: indústrias de suco e vinho; 1. a implantação de pequenas e médias agroindústrias, isoladas ou
- fruticultura: indústrias de suco e exportadoras de frutas "in natu- em forma de rede;
ra"/processadas;
- fumo: indústrias fumageiras;

Conhecimentos Específicos 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. a implantação de unidades centrais de apoio gerencial, nos casos ii) BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de
de projetos de agroindústrias em rede, para a prestação de serviços de atuação;
controle de qualidade do processamento, de marketing, de aquisição, de iii) Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finali-
distribuição e de comercialização da produção; dades, regras, forma de atuação.
3. a ampliação, recuperação ou modernização de unidades agroin- Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação.
dustriais de agricultores familiares já instaladas e em funcionamento;
4. a implantação, recuperação, ampliação ou modernização de infra- Sobre o Nordeste - FNE
estrutura de produção e de serviços agropecuários e não agropecuários,
assim como para a operacionalização dessas atividades no curto prazo, de A redução das desigualdades sociais e regionais é preconizada pela
acordo com projeto específico em que esteja demonstrada a viabilidade Constituição Federal brasileira, suscitando a existência de políticas públicas
técnica, econômica e financeira do empreendimento; que promovam a diminuição das diferenças inter e intrarregionais, mediante
a democratização de investimentos produtivos que impulsionem o desen-
5. o capital de giro associado, limitado a 35% do financiamento para volvimento econômico com a correspondente geração de emprego e renda.
investimento fixo;
Criado em 1988 (artigo 159, inciso I, alínea "c" da Constituição da Re-
6. a integralização de cotas-parte vinculadas ao projeto a ser financi- pública Federativa do Brasil e artigo 34 do Ato das Disposições Constitu-
ado. cionais Transitórias) e regulamentado em 1989 (Lei nº 7.827, de
27/09/1989), o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE)
Condições financeiras
é um instrumento de política pública federal operado pelo Banco do Nor-
Taxa de juros deste que objetiva contribuir para o desenvolvimento econômico e social do
Nordeste, através da execução de programas de financiamento aos setores
• 1% ao ano (a.a.) - para agricultores ou empreendimentos rurais produtivos, em consonância com o plano regional de desenvolvimento,
familiares que realizem contrato individual de até R$ 10 mil ou ainda para possibilitando, assim, a redução da pobreza e das desigualdades.
cooperativas e associações com financiamento de até R$ 1 milhão, limita-
do a R$ 10 mil por sócio ou participante ativo; Provido de recursos federais, o FNE financia investimentos de longo
prazo e, complementarmente, capital de giro ou custeio. Além dos setores
• 2% a.a. - para os demais casos, respeitado o limite de R$ 45 mil agropecuário, industrial e agroindustrial, também são contemplados com
por associado. financiamentos os setores de turismo, comércio, serviços, cultural e infra-
Caso o cliente contrate nova operação no âmbito do Pronaf Agroindús- estrutura.
tria, que somada ao valor contratado no mesmo ano agrícola ultrapasse R$ Os recursos do Fundo representam ingressos adicionais para o Nor-
10 mil, o novo financiamento será contratado com a taxa de juros de 2% deste, mas não substituem outros fluxos financeiros do Governo Federal,
a.a. de órgãos repassadores ou do próprio BNB. Por definição legal, não se
Participação máxima do BNDES sujeita a injunções de políticas conjunturais de contingenciamento de
crédito, tendo em vista a conveniência e a necessidade de se assegurar a
Até 100%. continuidade das inversões de desenvolvimento regional.
Limite do financiamento Atualmente, o FNE atende a 1.990 municípios situados nos nove esta-
dos que compõem a região Nordeste e no Norte dos estados do Espírito
• Pessoa física - até R$ 150 mil por beneficiário, aplicável a uma ou Santo e de Minas Gerais, incluindo os Vales do Jequitinhonha e do Mucuri,
mais operações; contempando com acesso ao crédito os segmentos empresariais de em-
• Empreendimento familiar rural - até R$ 300 mil, observado o limite preendedores individuais, produtores, empresas, associações e cooperati-
citado no item anterior, por sócio relacionado na DAP; vas de produção.

• Cooperativa/Associação - até R$ 35 milhões, de acordo com o O Fundo é operacionalizado em respeito às diretrizes legais, tais como:
projeto técnico e o estudo de viabilidade econômico-financeira do empre- destinação de pelo menos metade dos recursos para o semiárido; ação
endimento, observado o limite individual de R$ 45 mil por associa- integrada com as instituições federais sediadas na Região; tratamento
do/cooperado relacionado na DAP emitida para a agroindústria. preferencial aos mini, micro e pequenos empreendedores; preservação do
meio ambiente; conjugação do crédito com a assistência técnica; democra-
• Até 30% do valor do financiamento para investimento na produção tização do acesso ao crédito e apoio às atividades inovadoras.
agropecuária objeto de beneficiamento, processamento ou comercializa-
Na medida em que o Fundo prioriza o atendimento a mini, e pequenos
ção;
produtores rurais, a micro e pequenas empresas, à região semiárida e aos
• Até 15% do valor do financiamento de cada unidade agroindustrial municípios localizados em microrregiões de baixa renda, dinâmicas e
pode ser aplicado para a unidade central de apoio gerencial no caso de estagnadas no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento Regional
projetos de agroindústrias em rede ou, quando for o caso de agroindús- (PNDR), reforça-se a importância desse instrumento de política de fomento
trias isoladas, para pagamento de serviços como contabilidade, desenvol- para o desenvolvimento. Dessa forma, o planejamento da ação desenvol-
vimento de produtos, controle de qualidade, assistência técnica gerencial vimentista e a integração de políticas, programas e ações em múltiplas
e financeira; e escalas, desde o intraurbano ao mesorregional, são fundamentais para
assegurar uma maior eficiência na utilização dos recursos públicos e maior
• Os créditos para aquisição de veículo utilitário ficam limitados a efetividade na intervenção nas economias locais.
50% de seu valor.
Nesse contexto, o FNE Itinerante, fruto de uma parceria entre o Minis-
O limite concedido à pessoa física em contrato coletivo ou à pessoa ju- tério da Integração Nacional (MI) e a Superintendência de Desenvolvimento
rídica é independente daquele concedido à pessoa física em contrato do Nordeste (Sudene), tem por objetivo beneficiar, por meio da divulgação
individual. das linhas de financiamento do FNE, as micro e pequenas empresas e
Prazo total microempreendedores individuais, instaladas naqueles municípios que
apresentam maiores dificuldades de acesso ao sistema bancário. Os even-
Até 15 anos para financiamentos de armazenagem e até 10 anos para tos do FNE Itinerante caracterizam-se pela oferta de palestras técnicas e
os demais empreendimentos, incluídos até 3 anos de carência. informativas, atendimento negocial individual dos participantes e pelo
agendamento de visitas gerenciais a microempresários e microempreende-
Recursos utilizados na contratação de financiamentos: dores individuais (para maiores informações, acessar o Relatório do FNE
i) Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): Itinerante 2013 no link disponível no final da página).
base legal, finalidades, regras, administração;

Conhecimentos Específicos 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O Banco do Nordeste, anualmente, elabora e submete ao MI e à Sude-
ne, proposta de aplicação de recursos por meio da Programação do Fundo Programa Emergencial para Seca - FNE SECA
Constitucional de Financiamento do Nordeste, a qual contempla, dentre
outros aspectos, as estratégias de ação e os programas de financiamento, Objetivo
além dos planos estaduais de aplicação de recursos. Promover a recuperação ou preservação das atividades de produtores
rurais e das atividades de empreendedores afetados pela seca ou estiagem
O processo de elaboração da Programação FNE 2014, além da obser- na área de atuação da SUDENE, em municípios com decretação de situa-
vância à legislação que regulamenta os fundos constitucionais, adotou ção de emergência ou de estado de calamidade pública, pelos citados
metolodogia participativa, a partir da realização de reuniões de trabalho em eventos climáticos, reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional a
cada um dos Estados que compõem a área de abrangência do Fundo, partir de 1º de dezembro de 2011.
envolvendo representantes dos governos Federal, estaduais e municipais,
bem como representantes do setor produtivo e da sociedade civil organiza- Programa de Apoio ao Setor Industrial do Nordeste - FNE INDUSTRI-
da. AL
Em 2014, a Programação do FNE manterá o tratamento diferenciado e
favorecido aos projetos de mini e pequenos produtores rurais, às micro e Objetivo
pequenas empresas, aos empreendimentos produtivos localizados em Fomentar o desenvolvimento do setor industrial, promovendo a moderniza-
espaços prioritários definidos pela PNDR, principalmente no que se refe- ção, o aumento da competitividade, ampliação da capacidade produtiva e
re ao percentual de limite de financiamento. inserção internacional.
http://www.banconordeste.gov.br/Content/aplicacao/Sobre_Nordeste/fn Programa de Financiamento à Inovação - FNE INOVAÇÃO
e/gerados/fne.asp
Objetivo
Produtos e Serviços - Programas do FNE Promover atividades e empreendimentos inovadores, por meio do apoio
Confira a lista de programas com recursos do FNE financeiro ao desenvolvimento ou aprimoramento significativo de produtos,
serviços e/ou processos, e com ênfase na busca de um melhor posiciona-
mento competitivo e novas oportunidades de mercado para empreendedo-
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Agroindústria do Nordeste res e empresas da Região; e, promover o desenvolvimento da indústria
- FNE AGRIN regional de software e das empresas prestadoras de serviços de Tecnolo-
gia da Informação e Comunicação (TIC), de forma a ampliar a sua partici-
Objetivo pação no mercado nacional e internacional, incentivar o Processo de Pes-
Promover o desenvolvimento do segmento agroindustrial por meio da quisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D & I) e estimular a melhoria da
expansão, diversificação e aumento de competitividade das empresas, qualidade dos produtos,serviços e processos.
contribuindo para agregar valor às matérias-primas locais.
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural do Nordeste - FNE
Programa FNE Empreendedor Individual - FNE EI RURAL

Objetivo Objetivo
Fomentar o desenvolvimento dos Empreendedores Individuais (EIs), contri- Promover o desenvolvimento da agropecuária e do setor florestal da área
buindo para o fortalecimento e aumento da competitividade do segmento. de atuação da SUDENE, com a observância da legislação ambiental e o
consequente incremento da oferta de matérias-primas agroindustriais
Programa de Financiamento às Microempresas e Empresas de Peque- através de: fortalecimento, ampliação, modernização da infraestrutura
no Porte (FNE-MPE) produtiva dos estabelecimentos agropecuários e florestais; diversificação
das atividades; e, melhoramento genético dos rebanhos e culturas agríco-
Objetivo las em áreas selecionadas.
Fomentar o desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas (MPEs),
contribuindo para o fortalecimento e aumento da competitividade do seg- Programa de Financiamento para os Setores Comercial e de Serviços -
mento. FNE COMÉRCIO E SERVIÇOS

Programa de Financiamento à Conservação e Controle do Meio Ambi- Objetivo


ente - FNE VERDE Contribuir para o desenvolvimento e ampliação dos setores de comércio e
serviços, apoiando a integração, estruturação e aumento da competitivida-
Objetivo de dos empreendimentos.
Promover o desenvolvimento de empreendimentos e atividades econômi-
cas que propiciem ou estimulem a preservação, conservação, controle e/ou Créditos para Comercialização
recuperação do meio ambiente, com foco na sustentabilidade e competitivi-
dade das empresas e cadeias produtivas; e, promover a regularização e Objetivo
recuperação de áreas de reserva legal e de preservação permanente Suprir de recursos o produtor rural ou suas cooperativas e associações,
degradadas. assegurando a colocação dos seus produtos no mercado, observado que
os créditos de comercialização compreendem as operações de pré-
Programa de Financiamento à Infraestrutura Complementar da Região comercialização, empréstimos a cooperativas para adiantamento a coope-
Nordeste - FNE PROINFRA rados e Empréstimos do Governo Federal - EGF's.

Objetivo Créditos de Custeio


Promover a ampliação de serviços de infraestrutura econômica, dando
sustentação às atividades produtivas da Região. Objetivo
Financiar o custeio das atividades agrícolas, pecuárias e de beneficiamento
Programa de Apoio ao Turismo Regional - FNE PROATUR ou industrialização de produtos agropecuários.

Objetivo Crédito Rotativo para Custeio - PLANTA NORDESTE


Integrar e fortalecer a cadeia produtiva do turismo, ensejando o aumento da
oferta de empregos e o aproveitamento das potencialidades turísticas da Objetivo
Região, em bases sustentáveis. Assegurar ao produtor, com as renovações automáticas da operação

Conhecimentos Específicos 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
contratada, a liberação dos recursos nas épocas adequadas e oportunas e • Modernização;
simplificar e racionalizar a concessão de créditos de custeio, com a redução • Capacitação tecnológica;
do fluxo de documentos e eliminação do procedimento próprio do crédito • Exportação de máquinas e equipamentos;
tradicional, resultando em menos tempo e em menor custo operacional, • Melhoria de qualidade e aumento de produtividade;
além de reduzir significativamente os processos e as tarefas a cargo da • Reestruturação e racionalização empresarial;
agência. • Conservação do meio ambiente;
• Conservação de energia;
Programa de Financiamento da Aquisição Isolada de Matérias-Primas,
• Gastos com infra-estrutura econômica e social;
Insumos e Mercadorias - CAPITAL DE GIRO-INSUMOS
• Participação de capitais privados nos investimentos em infra-
estrutura.
Objetivo
Apoiar a produção industrial e agroindustrial e as atividades turística, co-
Os itens de investimento passíveis de apoio financeiro, considerados
mercial e de prestação de serviços da Região.
para calculo do nível máximo de participação do Sistema BNDES são
determinados e específicos para cada setor de atividade.
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Aquicultura e Pesca -
FNE AQUIPESCA
b) Produtos
Para cada setor de atividade está disponibilizado um conjunto de pro-
Objetivo
dutos com valores predeterminados, condições e participações de acordo
Promover o desenvolvimento da aquicultura e pesca através do fortaleci-
com a caracterização jurídica, o porte e a localização regional no País da
mento e modernização da infraestrutura produtiva, uso sustentável dos
empresa demandadora de recursos.
recursos pesqueiros e preservação do meio ambiente.
• Financiamento à Empresa -FINEM;
Programa de Financiamento à Ampliação e Modernização da Frota • BNDES Automático;
Pesqueira Nacional - FNE PROFROTA PESQUEIRA • Financiamento à Marinha Mercante e à Construção Naval;
Objetivo • FINAME Agrícola;
Promover o desenvolvimento da frota pesqueira nacional, estimulando a • FINAME Automático;
competitividade do setor, o compromisso do uso sustentável de recursos • FINAME Especial;
pesqueiros, a preservação do meio ambiente e a geração de emprego e • FINAME Construção Naval;
renda. • Financiamento à Importação de Máquinas e Equipamentos;
• Financiamento à Exportação de Máquinas e Equipamentos — FI-
Programa Nordeste Exportação - Fomento às Exportações (NExport) NAMEX;
Objetivo • Garantia de Subscrição de Valores mobiliários;
Fomentar a produção industrial e agroindustrial e as atividades comercial e • Subscrição de Valores Mobiliários;
de prestação de serviços das empresas localizadas na área de atuação da .. Subscrição Direta na Empresa;
SUDENE voltadas para a exportação. .. Condomínio de Capitalização de Empresas de Base Tecnológica
— CONTEC;
Programa de Financiamento à Cultura - FNE PROCULTURA .. Apoio a Companhias Regionais de Capital de Risco — CCR;
Todos os itens de financiamento do programa FNE PROCULTURA foram • Financiamento ao Acionista — FINAC;
incoporados aos programas FNE Industrial, FNE Comércio e Serviços, FNE • Prestação de Aval e Fiança.
Proatur, FNE MPE e FNE EI.
Para todos estes produtos será necessário a constituição de garantias
SISTEMA BNDES nas operações de financiamento.
O Sistema BNDES formado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social — BNDES e suas subsidiárias Agência Especial de c) Condições Financeiras Básicas
Financiamento Industrial-FINAME e BNDES Participações S/A-BNDESPAR A participação do Sistema BNDES, incidente sobre o valor total do in-
tem como objetivo prestar colaboração financeira às empresas sediadas no vestimento financiável varia por produto e por setor de atividade, podendo
País cujos projetos sejam considerados prioritários no âmbito das “Políticas ser ampliado em até 10% nos casos em que o empreendimento se localize
Operacionais do Sistema BNDES”, que estabelecem as linhas gerais de em região incentivada, respeitadas as condições específicas de cada setor
ação e os critérios para atuação do sistema. de atividade.
O Sistema BNDES opera direta ou indiretamente, neste caso através O custo financeiro dos financiamentos concedidos pelo Sistema BN-
da rede de Agentes Financeiro públicos e privados credenciados, que DES é composto da Taxa de Juros de Longo Prazo — TJLP acrescido de
compreende os Bancos de Desenvolvimento, Bancos de Investimento, um spread pata cada produto, setor de atividade e região que inclui a
Bancos Comerciais, Financeiras e Bancos Múltiplos. comissão do agente repassador, quando for o caso.
As solicitações de financiamento ao BNDES devem ser iniciadas com O Prazo total máximo (carência e amortização) varia com o produto e
uma consulta prévia na qual são especificadas as características básicas será concedido de acordo com a capacidade de pagamento do empreen-
da empresa solicitante e do seu empreendimento, necessários ao enqua- dimento, da empresa ou do grupo econômico.
dramento da operação nas Políticas Operacionais do Sistema BNDES. Esta
consulta prévia deve ser encaminhada diretamente ou por intermédio de Poderão existir, conforme o caso, outros encargos tais como comissão
um dos agentes financeiros à Carteira Operacional de Enquadramento da de estudo, de reserva de crédito, de fiscalização ou de expediente.
Área de Crédito do Sistema BNDESAC/CEREN
Financiamento à Empresa — FINEM
Políticas Operacionais Atende aos quatro setores de atividade — Indústria, Infra-Estrutura,
Comércio e Serviços e Agropecuária — financiando os investimentos em
a) Introdução operações de valor superior a R$ 1 milhão.
O Sistema BNDES apóia nos setores de atividade de Indústria, Infra-
Estrutura, Agropecuária e Comércio e Serviços os projetos que tenham por Os financiamentos entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões deverão ser ope-
objetivos racionalizados, preferencialmente, através dos agentes financeiros do
• Implantação; BNDES. Operações superiores a R$ 3 milhões poderão ser efetuadas
• Expansão; diretamente pelo BNDES. Os itens financiáveis são predeterminados além
• Relocalização; de serem estabelecidas restrições e exclusões aos financiamentos como de

Conhecimentos Específicos 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
máquinas e equipamentos novos ou usados, terrenos e benfeitorias.
Financiamento à Exportação de Máquinas e Equipamentos — FI-
BNDES Automático NAMEX
Atende aos quatro setores de atividade -Indústria, Infra-Estrutura, Co- Este produto destina-se ao financiamento, exclusivamente através dos
mércio e Serviços e Agropecuária — financiando o investimento de empre- Agentes Financeiros do Sistema BNDES, da exportação de máquinas e
sas privadas através dos agentes financeiros credenciados no BNDES em equipamentos novos fabricados no país e cadastrados na FINAME.
operações de até R$ 3 milhões por empresa/ano. Os itens financiáveis são
predeterminados. Este produto não financia a aquisição de máquinas e O financiamento através do FINAMEX pode ocorrer para o pré-
equipamentos (novos ou usados), de terrenos e benfeitorias. Vejamos as embarque ou pós-embarque das máquinas e equipamentos, podendo ser
condições de financiamento da Indústria e da Infra-Estrutura. complementares e utilizados simultaneamente para a mesma exportação.

FINAME Agrícola O FINAMEX Pré-embarque financia a produção de máquinas e equi-


Financia para o setor agrícola a aquisição de máquinas e implementos pamentos a serem exportados.
agrícolas novos, produzidos no País e cadastrados no FINAME. Este
produto é operacionalizado somente através dos agentes financeiros do O FINAMEX Pós-embarque financia a comercialização no exterior de
FINAME. Podem obter recursos através deste produto, as empresas de máquinas e equipamentos através do refinanciamento ao exportador,
qualquer porte classificadas no setor agrícola, inclusive cooperativas e mediante desconto de títulos cambiais ou cessão de direitos de carta de
pessoas físicas. crédito.

FINAME Automático O apoio do FINAMEX Pós-embarque poderá ser realizado através de


Financia, para todos os setores, a aquisição de máquinas e equipa- duas modalidades:
mentos novos fabricados no País, cadastrados no FINAME e sem limite de • operação com países da América Latina membros da Associação
valor. Este produto é operacionalizado somente através dos agentes finan- Latino-Americana de Integração-ALADI ao amparo dos Convênios
ceiros do FINAME. de Créditos Recíprocos-CCR com liquidação automática;
• demais operações.
FINAME Especial
Destina-se ao financiamento, para todos os setores, exceto o de co- Nas operações com CCR, os agentes da FINAME participam da opera-
mércio e serviços, de máquinas e equipamentos integrantes de empreen- ção na qualidade de mandatários, sem assumir o risco, sendo remunerados
dimentos que necessitem de condições mais adequadas para sua viabiliza- por uma comissão de administração.
ção. Este produto poderá apoiar ainda as empresas fabricantes já negocia-
das e empresas sob controle de capital estrangeiro com a utilização de Nas demais operações, os Agentes Financeiros assumem o risco sen-
recursos externos e, com condições especiais. do as taxas de desconto e de risco fixadas para cada operação.

Existe uma linha do FINAME especial para concorrência internacional Leasing Finame
que permite à indústria nacional melhorar as condições de competição com • Operações de financiamento feitas sem a intermediação de agen-
as estrangeiras nestas licitações. O custo desta linha é fornecido pela tes financeiros (exceção no Finame), sendo feita diretamente com
correção cambial, mais a Libor, mais o spread do BNDES de 5% a.a., mais as empresas de leasing cadastradas no Finame.
o del credere do agente de 2% a.a.. O prazo máximo de amortização é de • Repassa até 80% do valor do bem para micro e pequenas empre-
10 anos e a participação do FINAME no financiamento e de 80%. Se o sas e 70% se a arrendatária for média ou grande. Nos dois casos,
fabricante do equipamento tiver ISO 9001 e 9002 e sua máquina estiver este valor pode crescer em até 10% se o fornecedor tiver um certi-
registrada no “Cadastro Tecnológico” do FINAME, as condições de partici- ficado ISO 9000 já que a ideia é estimular a competitividade das
pação sobem para 88%. Outro beneficio se dá se o fabricante estiver na empresas através das qualidades e capacitação tecnológica.
categoria dos que investem mais de 2% de seu faturamento em pesquisa e • A taxa de juros é mais cara do que nas linhas tradicionais, sendo
desenvolvimento. Tal fato reduz o spread do BNDES para 0,3% a.a. de: TJLP + 9,5% a.a. sendo 3% destinado as empresas de leasing
• Os prazos de financiamento ficam entre 24 e 48 meses, no entanto,
FINAME Construção Naval as prestações relativas ao pagamento da Finame podem ser quita-
Destina-se ao financiamento da comercialização de embarcações ca- das 6 meses após a assinatura do contrato.
dastradas na FINAME, produzidas por empresas sediadas no País, desti- • A parcela correspondente à quitação do valor aplicado pela leasing
nadas à utilização pela empresa compradora. está entre 30 e 35% ao ano mais a variação da TR (prática do mer-
cado em 12/95).
Financiamento à Importação de Máquinas e Equipamentos
• custo final do contrato é um mix entre o custo do Finame e das em-
Destina-se ao financiamento da importação de máquinas e equipamen-
presas de leasing.
tos, sujeita à disponibilidade de recursos específicos e à aprovação do
• Sua aplicação será restrita a máquinas e equipamentos, não inclu-
pedido de financiamento pela instituição credora dos recursos, podendo ser
indo micros e veículos.
utilizado no apoio a empresas sob controle de capital estrangeiro somente
quando a importação constituir um dos itens de investimento apoiado pelo • Por questões legais as arrendadoras estrangeiras não poderão uti-
sistema BNDES. lizar recursos ordinários do BNDES.

O apoio à importação de máquinas e equipamentos somente poderá Garantia de Subscrição de Valores Mobiliários
ser concedido através da prestação de garantia, do repasse de linha de Este produto tem como objetivo viabilizar, mediante prestação de ga-
recursos externos e da aplicação do retorno desses recursos. rantia firme, f) operações de subscrição de valores mobiliários.

Aquela operação, cujo valor do financiamento externo seja inferior ao O volume e as condições da garantia serão estabelecidos em conjunto
equivalente a R$ 3.000.000,00, poderá ser operacionalizada de acordo com com os participantes da operação — Instituições Financeiras e Empresa,
o processamento adotado para o BNDES Automático. Neste caso, serão respeitados os limites da subscrição estabelecidos a seguir:
obedecidas as condições operacionais estipuladas para o financiamento à
importação de máquinas e equipamentos e atendidos os limites para apoio Subscrição de Valores Mobiliários. Este produto com ênfase nas o-
do Sistema BNDES a pleitos de pequeno valor. perações de capital de risco tem por objetivo o fortalecimento da estrutura
patrimonial das empresas privadas nacionais e sua inserção no mercado de
As operações destinadas a financiar a importação de máquinas e equi- capitais, envolvendo:
pamentos que não sejam associadas a empreendimentos apoiados pelo • ações — as participações acionárias decorrentes da subscrição de
Sistema BNDES serão limitadas a R$ 5.000.000,00. ações pela BNDESPAR deverão ser, necessariamente, transitória,

Conhecimentos Específicos 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
minoritária e limitada ao máximo de 1/3 do capital total da empresa for realizada através de intermediários financeiros com objetivo de viabilizar
apoiada. No caso de empresas de base tecnológica, este limite po- a subscrição, em emissões públicas garantidas pelo BNDES, de ações
derá alcançar 40%. decorrentes de aumento de capital e debêntures conversíveis, será realiza-
• debêntures conversíveis em ações — terão taxas de juros, indexa- da pela BNDESPAR.
dores e prazos de amortização e carência variando de acordo com
as características da emissão. O volume subscrito e as cláusulas A BNDESPAR poderá ainda financiar, complementarmente, em emis-
de conversão respeitarão, no momento da operação, o limite esta- sões públicas garantidas pelo BNDES, os intermediários financeiros na
belecido para a participação acionária da BNDESPAR. bônus — subscrição de ações e debêntures conversíveis para carteira própria.
deverão ser utilizados em operações que exijam ajustes na partici-
pação, de acordo com índice de performance, ou acoplados a de- O financiamento à subscrição de debêntures conversíveis em ações
bêntures simples, tornando o produto similar a uma debênture con- somente será concedido se a conversão ocorrer na mesma data da subs-
versível. crição das debêntures.
• warrants, opções ou demais produtos derivados — quando do e-
xercício dos direitos implícitos a esses produtos, deverão ser res- As operações da BNDESPAR, no âmbito do FINAC, terão, necessari-
peitados os limites para a participação acionária, estabelecidos nas amente, que contar com a participação do BNDES no undenvriting como
Políticas Operacionais para o sistema BNDES. coordenador ou garantidor.

A alienação dos títulos subscritos deverá ocorrer, preferencialmente, Prestações de Aval e Fiança
em mercado de capitais, através de block-trades, leilões especiais ou Este produto destina-se à prestação de fiança e aval a financiamentos
colocação pulverizada em Bolsa de Valores. internos e externos, bem como garantia bancária em operações de comér-
cio exterior.
Subscrição Direta na Empresa. A BNDESPAR poderá subscrever tí-
tulos e valores mobiliários de empresas de capital aberto, em emissões As condições financeiras para estas operações serão definidas pela
privadas ou públicas, ou de empresas fechadas com perspectiva de abertu- análise, levando em consideração o risco da operação.
ra de capital a curto ou médio prazos, em emissões privadas.
Programas Especiais
Condomínio de Capitalização de Empresas de Base Tecnológica— Periodicamente, de acordo com as políticas econômicas e sociais do
CONTEC. O CONTEC tem como finalidade o apoio, através de subscrição governo federal, o Sistema BNDES cria programas de atendimento especí-
de valores mobiliários, a pequenas e médias empresas de base tecnológi- ficos para determinadas regiões do País ou setores de atividades específi-
ca, em fase de implantação, expansão e modernização. cas, como por exemplo:

Por empresa de base tecnológica entende-se aquela que fundamenta Programa Nordeste Competitivo. Com o programa Nordeste Competiti-
sua atividade produtiva no desenvolvimento de novos produtos ou proces- vo, o BNDES amplia sua atuação mediante aplicação de recursos adicio-
sos baseados na aplicação sistemática de conhecimentos científicos e nais destinados ao incremento do apoio às atividades para as quais a
tecnológicos e na utilização de técnicas consideradas inovadoras ou pionei- região desfruta de vantagens competitivas inquestionáveis, havendo assim
ras. grande potencial para os novos empreendimentos, mais empregos e melho-
ria da renda.
Nas aplicações diretas, o primeiro aporte a cada empresa será limitado
a um máximo de R$ 2.000.000,00 podendo alcançar, em novos aportes, até O Programa Nordeste Competitivo prevê a aplicação de recursos adi-
R$ 6.000.000,00. cionais do Sistema BNDES de até R$1.000.000.000,00 nos 3 anos que se
seguem, a partir de 21/05/93, apoiando as atividades de hortifruticultura
Os aportes do CONTEC poderão representar até 100% do investimen- irrigada, turismo, beneficiamento de pedras ornamentais e de gipsita, têxtil
to, a critério da BNDESPAR, e serão limitados a 40% do capital total da e confecções. Para estes setores são oferecidas condições operacionais —
empresa apoiada. tais como nível de participação, prazos e taxas de juros —mais favoráveis
do que as atuais.
Apoio a Companhias Regionais de Capital de Risco — CCR
As CCR sociedades anônimas, cuja maioria do capital votante está em Programa Amazônia Integrada. Sem prejuízo da continuidade do a-
poder de capitais privados, têm como objetivo o apoio a pequenas e médias poio tradicional do Sistema BNDES aos empreendimentos localizados na
empresas de capital nacional localizadas no âmbito da região de sua sede. Região Amazônica, foram selecionadas as atividades de bioindústria,
agroindústria, aquicultura, turismo, indústria de beneficiamento de madeira,
A participação do CONTEC será limitada a 30% do capital de cada mineração e metalurgia e, construção naval, que terão condições privilegia-
CCR, podendo ainda chegar a 40% se, no mínimo, 20% de seus investi- das no âmbito deste programa.
mentos forem realizados em empresas de base tecnológica.
Desta forma, serão destinados recursos adicionais do Sistema BNDES
O apoio às CCR deverá ser limitado a um risco máximo de R$ para o Programa Amazônia Integrada de até R$ 1.000.000.000,00, no
4000.000,00. triênio que segue, a partir de 21/07/94, não considerados, neste montante,
os recursos para financiamento de projetos de infra-estrutura.
A aplicação das CCR em cada empresa está limitada a um risco máxi-
mo de R$ 1.000.000,00 ou 40% do capital total da empresa. CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS
A intervenção do Estado nas atividades de seguro remonta há vários
Os acionistas das CCR deverão se comprometer a integralizar o equi- anos. Pelo Decreto nº 24.782, de 14 de julho de 1934, foi criado o Depar-
valente a R$ 8.000.000,00 no prazo de 36 meses. tamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização - DNSPC, em
substituição à Inspetoria de Seguros, extinta pelo mesmo Decreto. Pelo
Financiamento ao Acionista — FINAC Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, foi extinto esse Departa-
O FINAC pode ser operado através do BNDES ou da BNDESPAR. mento e criada, em substituição, a Superintendência de Seguros Privados.
Mesmo Decreto-Lei nº 73/66 instituiu o Sistema Nacional de Seguros
Quando a operação tiver por objetivo o financiamento ao acionista con- Privados e criou o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP.
trolador, visando à subscrição de aumento de capital de empresa privada
nacional de capital fechado, será realizada pelo BNDES e as condições Histórico
operacionais para este produto serão as mesmas do FINEM. O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normati-
vo das atividades securitícias do país, foi criado pelo Decreto-Lei nº 73, de
Quando a operação com acionistas e investidores (novos acionistas) 21 de novembro de 1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema

Conhecimentos Específicos 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Nacional de Seguros Privados, do qual o citado Colegiado é o órgão de desemprego, de qualificação e requalificação profissional e de orientação e
cúpula. intermediação de mão-de-obra) e os Programas de Geração de Emprego
e Renda (com a execução de programas de estímulo à geração de empre-
A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar gos e fortalecimento de micro e pequenos empreendimentos), cujos recur-
as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de sos são alocados por meio dos depósitos especiais, criados pela Lei nº
Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o advento da
8.352, de 28 de dezembro de 1991.
Lei nº 6.435, de 15 de julho de 1977, suas atribuições se estendido à Previ-
dência Privada, no âmbito das entidades abertas. Microfinanças

Conforme disposto no Art. 1º da Lei nº 8.392, de 30 de dezembro de “[U]m sistema de microfinanças pode prover os cidadãos de diversos
1991, o CNSP teve o prazo da vigência para funcionar como órgão Colegi- serviços financeiros, dentre os quais empréstimos, poupança e seguros”.
ado, prorrogado até a data de promulgação da Lei Complementar de que (CALDAS 2003:3) Assim, a expressão Microfinanças significa o
trata o Art. 192 da Constituição Federal. fornecimento de empréstimos, poupanças e outros serviços financeiros
especializados para pessoas carentes.
O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, A questão do acesso de populações de baixa renda a serviços
sendo a última através da edição da Lei nº10.190, de 14 de fevereiro de financeiros tem sido tema de destacada importância nos meios acadêmicos
2001, que lhe determinou a atual estrutura. e no debate sobre políticas públicas, nos últimos anos. Prova disso é a
instituição, pela Organizações das Nações Unidas (ONU), do Ano
Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT Internacional do Microcrédito 2005 e a escolha do senhor Muhammad
Yunus, fundador do Grameen Bank, de Bangladesh, como Nobel da Paz.
Introdução (SOARES 2007:4)
O Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT é um fundo especial, de na- Embora existam iniciativas históricas que possam ser enquadradas
tureza contábil-financeira, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego - dentro das microfinanças, sua fase moderna se iniciou apenas nos anos
MTE, destinado ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, do Abono 1970, com iniciativas de Organizações não Governamentais (OnGs)
Salarial e ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico. especializadas e alguns poucos bancos. Estas iniciativas se baseavam em
empréstimos pequenos sem garantias, taxas de juros de mercado,
A principal fonte de recursos do FAT é composta pelas contribuições
negócios de curtíssimo prazo e uso de agentes de crédito para ir aos
para o Programa de Integração Social - PIS, criado por meio da Lei Com-
clientes (SOARES 2007:14).
plementar n° 07, de 07 de setembro de 1970, e para o Programa de For-
mação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP, instituído pela Lei Os principais produtos das microfinanças são os
de microcrédito (baseados em empréstimos flexíveis),
Complementar nº 08, de 03 de dezembro de 1970. as micropoupanças (de curto, médio e longo prazo),
os microsseguros (particularmente de vida e saúde), além de outros, como
Através da Lei Complementar nº 19, de 25 de junho de 1974, as arre- Transferências de valores, Finança imobiliária e Investimento financeiro.
cadações relativas aos referidos Programas passaram a figurar como fonte
Instituições de Microfinanças (IMFs)
de recursos para o BNDES. A partir da Lei Complementar nº 26, de 11 de
setembro de 1975, estes Programas foram unificados, hoje sob denomina- Dentro das Microfinanças, os principais agentes são conhecidos por
ção Fundo PIS-PASEP. Instituições de Microfinanças (IMF). As IMFs são organizações que
oferecem serviços financeiros para pessoas de baixa renda .
Posteriormente, com a promulgação da Constituição Federal, em 05 de (LEDGERWOOD 1999:1) Também se enquadram no conceito de IMFs as
outubro de 1988, nos termos do que determina o seu art. nº 239, alterou-se Sociedades que realizam operações de Crédito aos Microempreendedores.
a destinação dos recursos provenientes da arrecadação das contribuições Dentro desta definição se encaixam diversos tipos de organizações que
para o PIS e para o PASEP, que deixaram de ser direcionados a este variam em sua estrutura jurídica, missão, metodologia e sustentabilidade,
Fundo, passando a ser alocados ao FAT, direcionados ao custeio do Pro- mas que têm por ponto em comum a oferta de serviços financeiros para
grama do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e, pelo menos quarenta uma clientela que simplesmente não é alcançada pelos bancos tradicionais.
por cento, ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico,
esses últimos a cargo do BNDES. 3. SERVIÇOS BANCÁRIOS E FINANCEIROS: conta corrente:
abertura, manutenção, encerramento, pagamento, devolução de
A regulamentação do Programa do Seguro-Desemprego e do abono a
cheques e cadastro de emitentes de cheques sem fundos (CCF).
que se refere o art. 239 da Constituição ocorreu com a publicação da Lei nº Depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB).
7.998, de 11 de janeiro de 1990. Essa lei também instituiu o Fundo de Fundos de Investimentos. Caderneta de poupança.
Amparo ao Trabalhador - FAT e o Conselho Deliberativo do Fundo de Títulos de capitalização.
Amparo ao Trabalhador - CODEFAT
Planos de aposentadoria e de previdência privados.
O FAT é gerido pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Seguros. Convênios de arrecadação/pagamentos (concessionárias
Trabalhador - CODEFAT, órgão colegiado, de caráter tripartite e paritário, de serviços públicos, tributos, INSS e folha de pagamento de clien-
composto por representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do tes).
governo, que atua como gestor do FAT. Dentre as funções mais importan- Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis.
tes do órgão, estão as de elaborar diretrizes para programas e para aloca- Cobrança.
ção de recursos, de acompanhar e avaliar seu impacto social e de propor o
aperfeiçoamento da legislação referente às políticas públicas de emprego e
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
renda, bem como de fiscalização da administração do FAT. O CODEFAT
estabeleceu, por meio das Resoluções nº 63 e nº 80 (que tiveram peque- Conta corrente
nas e sucessivas alterações), critérios para o reconhecimento A Conta-corrente, na realidade, também chamada conta bancária, é
das comissões de emprego (PDF - 12 kB) estaduais, distrital ou munici- um procedimento oferecido pelos bancos onde a pessoa física ou jurídica
pais, que representam a consubstanciação da participação da sociedade (clientes) faz depósito em dinheiro (moeda nacional ou cheque com
organizada na administração do Sistema Público de Emprego. suficiente provisão de fundos), ou ainda, no caso da pessoa física, recebe
As principais ações de emprego financiadas com recursos do FAT es- salários depositados pelo empregador, e, em contrapartida, recebe um
tão estruturadas em torno de dois programas: o Programa do Seguro- crédito no mesmo valor, crédito esse por meio do qual retira
Desemprego (com as ações de pagamento do benefício do seguro- o dinheiro da conta-corrente, quando conveniente (caixa, cartão ou

Conhecimentos Específicos 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cheque), e também paga suas contas (energia elétrica, telefone, etc), faz prestados pelas instituições financeiras ao setor privado, a adoção da
depósitos, investe em poupança, pede ao banco empréstimos pessoais e “conta-salário” é obrigatória desde 2 de janeiro de 2009. Wikipédia
outras transações financeiras oferecidas pelo banco. As movimentações
financeiras da conta corrente são apresentadas ao cliente, de forma Em liguagem comum, a conta bancária é quando
resumida, em extrato fornecido pelo banco, o qual pode ser solicitado pelo um indivíduo deposita dinheiro em alguma agência bancária ou instituição
cliente ao banco, mediante pagamento de uma pequena taxa de financeira (banco). O indivíduo se torna o titular de uma conta bancária
fornecimento de extrato mensal. Para encerrar a conta é necessário ou conta corrente. Mas as contas possuem inúmeras finalidades e regis-
protocolizar uma carta no Banco solicitando o encerramento da conta, tram diversas outras operações como empréstimos, linha de crédito, contro-
apresentando extrato atual, informando que todos os cheques já foram le de recursos governamentais, etc.
compensados, devolvendo talões de cheques não utilizados e cartões. Isto Como o titular do dinheiro dá a posse ao banco, que imediatamente
porque, há despesas efetuadas na conta corrente como taxas de passa a utilizar seu dinheiro em suas próprias operações, ou então os
manutenção e outros fornecimentos, os quais serão debitados na conta, repassa compulsoriamente para o Banco Central, pode ocorrer de que
fazendo com que o saldo se torne devedor e podendo trazer problemas quando o correntista vier a sacar seu saldo, não haja recursos disponíveis
financeiros no futuro para o ex-cliente que não encerrou a conta para tanto. É um caso extremo que no Brasil já ocorreu em várias ocasiões:
adequadamente (prova documental). o governo pode congelar ou bloquear o dinheiro ou tomá-lo para si (tribu-
Tipos de contas corrente no Brasil tando-o integralmente, já que a Constituição proíbe o confisco); também
ocorre do banco ir a falência ou ficar com a imagem comprometida por
Conta de depósito à vista (Conta-corrente) algum evento (crise de confiança) e sofrer uma onda de saques.Para
diminuir essa possibilidade de desconfiança, o governo patrocina algumas
Conta-poupança formas de seguro de crédito para os depósitos em conta poupança, por
Conta poupança é uma conta de depósito onde o valor aplicado tem exemplo.
um rendimento (juros) e correção monetária mensal. Há instituições Assim, existem vários tipos de contas, entre elas:
financeiras que permitem abrir contas somente de poupança ou contas
poupança vinculadas à conta corrente. Geralmente contas de poupança  CDB
vinculadas à contas correntes permitem apenas aplicações e resgates,
como uma modalidade de investimento. Mas contas exclusivamente de  poupança
poupança permitem também saques, depósitos, pagamentos de títulos e  conta corrente
transferências para contas correntes ou poupança do mesmo banco ou
para bancos diferentes, sendo que no Brasil é facultativo aos bancos  conta bancária vinculada
acolher transferências de outros bancos para contas poupança.
Os valores aplicados em ações não são considerados depósitos, mas
Conta Registro (Conta Salário) seu controle pode se dar em uma conta similar a uma conta bancária (diz-
se que seu valor é escritural). Segundo bem sabe o cidadão comum, a
A "conta-salário" é um tipo especial de conta de registro e controle de ação não vale como dinheiro mas pode trazê-lo (ganhos) ou mandá-lo
fluxo de recursos, destinada a receber salários, proventos, soldos, embora (perdas).
vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. A "conta-salário" não
admite outro tipo de depósito além dos créditos da entidade pagadora e CONTA CORRENTE
não é movimentável por cheques.
Abertura de conta-corrente
Um benefício trazido pela "conta-salário" é a possibilidade de o
A abertura de uma conta é um contrato entre o banco e o clien-
empregado transferir o seu salário para outra conta diferente daquela
te,celebrado pela livre decisão de ambos. Dentro do que é permitido pela
aberta pelo empregador, sem precisar pagar tarifa por isso.
legislação, cada banco pode estabelecer condições para a aceitação de um
Sobre esse tipo de conta é vedada a cobrança de tarifa nas cliente, tais como depósito inicial ou renda mínima. O banco também pode
transferências dos recursos para outra instituição financeira, para crédito à recusar a abertura de conta para quem estiver incluído no CCF (Cadastro
conta de depósito de titularidade do beneficiário, conjunta ou não, desde de Emitentes de Cheques sem Fundos) ou com o CPF na situação de
que esses valores sejam transferidos pelo valor total creditado. cancelado na Secretaria da Receita Federal.
Na transferência parcial do crédito para outra instituição financeira O cliente e seus representantes ou procuradores legais, se existirem,
pode ser cobrada tarifa, mesmo que seja uma só transferência. devem apresentar originais e cópias dos seguintes documentos: cédula de
identidade (RG) ou carteira de identidade profissional (OAB, CREA, CRM,
Também não podem ser cobradas tarifas por: etc) ou outro documento oficial com fotografia e assinatura (Carteira de
 fornecimento de cartão magnético, a não ser nos casos de Trabalho, Carteira de Motorista etc); CIC/CPF (fica dispensada sua apre-
pedidos de reposição decorrentes de perda, roubo, danificação e outros sentação caso o número de inscrição conste do documento de identidade)
motivos não imputáveis à instituição financeira; e comprovante recente de residência em seu nome (conta de luz, água,
gás,telefone ou outra aceita pelo banco). Os documentos originais devem
 realização de até cinco saques, por evento de crédito; ser apresentados para simples conferência e são devolvidos ao cliente. As
cópias permanecem na agência.
 acesso a pelo menos duas consultas mensais ao saldo nos
terminais de auto-atendimento ou - diretamente no guichê de caixa; ENCERRAMENTO DE CONTAS
 fornecimento, por meio dos terminais de auto-atendimento ou Um contrato de abertura de conta pode ser rescindido por iniciativa
diretamente no guichê de caixa, de pelo menos dois extratos contendo toda formal de qualquer uma das partes.
a movimentação da conta nos últimos trinta dias;
A qualquer momento, o cliente pode solicitar formalmente o encerra-
 manutenção da conta, inclusive no caso de não haver mento da sua conta. No entanto, enquanto existir saldo credor ou devedor
movimentação. em conta corrente, compromissos e débitos decorrentes de outras obriga-
ções contratuais que o cliente mantenha com a instituição, a conta não
Para abertura da "conta-salário", é necessário que seja firmado um poderá ser encerrada. Após a retirada do saldo credor ou sua extinção
contrato ou convênio entre a instituição financeira e o empregador. A através de débitos pertinentes ou solução dos compromissos, débitos e
"conta-salário" não é aberta por iniciativa do empregado. A "conta-salário" é saldos devedores, o banco deve processar o encerramento da conta mes-
aberta por iniciativa do empregador, que é responsável pela identificação mo que haja cheques não liquidados, sustados ou cancelados.
dos beneficiários.
Deve haver uma comunicação prévia por escrito, tanto do banco quan-
É obrigatória a utilização de "conta-salário" para os empregados da to do correntista, da intenção de encerrar a conta, discriminando prazos
iniciativa privada? Para os serviços de execução de folha de pagamento para adoção de providências relacionadas à rescisão do contrato.

Conhecimentos Específicos 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O correntista deve tomar as seguintes providências: rescisão, suspensão ou cancelamento de contrato, operação ou serviço
fora das hipóteses legais ou contratualmente previstas;
devolver folhas de cheque em seu poder ou declarar por escrito que as
inutilizou; o devolver cartões magnéticos em seu poder ou declarar por execução de garantias fora das hipóteses legais ou contratualmente
escrito que os inutilizou; o cancelar as autorizações de débito automáti- previstas; o exposição do cliente ou usuário, na cobrança de dívida, a
co; qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
trocar cheques pré-datados, eventualmente existentes; No caso de operação ou serviço sujeito a regime de controle ou a tabe-
lamento de tarifas e taxas, exceder os limites estabelecidos, cabendo neste
manter saldo suficiente para pagamento de compromissos eventual- caso restituir as quantias recebidas em excesso, atualizadas, em conformi-
mente assumidos com o banco ou para suprir despesas decorrentes de dade com as normas legais aplicáveis.
disposições legais (por exemplo, tarifas, juros, IOF, CPMF).
Atendimento convencional e pessoal
Para finalizar, o correntista deve pedir um comprovante de encerra-
mento da conta no qual se façam constar as devoluções (ou inutilizações) Os bancos, à exceção de postos de atendimento exclusivamente ele-
das folhas de cheque e dos cartões magnéticos. trônicos, devem manter guichês de caixa em suas agências nos quais o
usuário pode ser atendido de forma pessoal e obter, se preciso, recibos,
O correntista que simplesmente deixa de movimentar a sua conta e quitações e outros comprovantes de transações com a autenticação do
não pede o seu encerramento ao banco pode ser surpreendido, no futuro, caixa.
com débitos de tarifas e juros, cujos lançamentos estão cobertos por cláu-
sulas contratuais. Os funcionários dos bancos estão aptos a dar informações e prestar
esclarecimentos sobre os serviços disponíveis, tarifas, lançamentos em
Contratos bancários extratos, cláusulas de contratos, etc. Em caso de dúvida, procure um fun-
Os contratos bancários são os instrumentos formais que estabelecem cionário identificado ou o setor de informações ou pré-atendimento existen-
os direitos e obrigações, tanto do banco quanto do cliente. A linguagem te em alguns bancos.
empregada pela instituição financeira na comunicação com clientes e Como em qualquer outro segmento, nem sempre é possível o pronto
usuários deve ser clara e direta. Os clientes e demais usuários não espe- atendimento. Assim, caso não tenha disponibilidade para aguardar, reco-
cializados devem poder entender com facilidade os produtos e serviços mendamos que evite o comparecimento à agência nos dias em que há
oferecidos, as condições estabelecidas para eles e as transações realiza- muita concentração de pessoas (quinto dia útil do mês; dias 5, 10, 25, 30 e
das. Além disso, o tamanho das letras deve permitir a leitura das cláusulas 31; segundas e sextas-feiras; vésperas e dias seguintes a feriados; e nos
sem nenhuma dificuldade. horários de pico-abertura da agência, hora do almoço e final do expediente)
Essa clareza de linguagem deve estar presente não só nas cláusulas ou então que se utilize dos vários recursos e serviços eletrônicos abaixo
de contratos firmados entre o cliente e o banco, mas também nos informes elencados, opcionalmente oferecidos pelos bancos, devendo ser observa-
publicitários, nas tabelas de tarifas e nos lançamentos registrados nos dos os cuidados descritos mais adiante nesta cartilha, para que as opera-
extratos. ções sejam feitas com segurança:
Preenchimento Débito automático para pagamento de contas de água, luz, gás, telefo-
ne fixo ou celular e outras empresas de serviços com as quais os ban-
Nenhum contrato, ou qualquer outro documento, deve ser assinado em cos tenham convênio para débito em conta.
branco. Todos os campos de um contrato devem ser preenchidos. Os
campos cujo preenchimento não for necessário ou possível devem ser Agendamento de pagamento por meio de débito programado. Com
inutilizados. isso, você pode administrar as datas de vencimento e agendar vários
pagamentos de uma só vez, retirando os recibos posteriormente.
O que um contrato deve conter
Máquinas de auto-atendimento para pagamento de contas, saques e
O contrato deve conter todas as informações necessárias sobre pra- movimentações. Essas máquinas possuem leitoras de código de bar-
zos, valores negociados, taxas de juros, taxas de mora e de administração, ras, mas também comportam a digitação dos dados da conta.
tributos e contribuições incidentes, comissão de permanência, encargos
moratórios, multas por inadimplência e formas de liquidação. Caixas coletoras para envelopes, nas quais o cliente pode colocar
formulário de depósito, boleto bancário ou fatura a pagar juntamente
O contrato deve estabelecer de que maneira o cliente será informado com os respectivos cheques ou autorização de débito em conta.
do valor de encargos e despesas relativas à liberação ou colocação de
recursos à sua disposição, bem como eventuais alterações, quando houver. Serviços eletrônicos para pagamento de contas, consulta de saldos e
aplicações, pedidos de talões e realização de transferências entre con-
Após a formalização e adoção das providências necessárias, os ban- tas. Esses serviços podem ser acessados de um computador pessoal
cos devem fornecer uma cópia impressa do contrato, permitindo ao cliente (PC) via internet.
o conhecimento pleno dos seus termos. Havendo a concordância do cliente
a cópia pode ser fornecida por meio eletrônico. Centrais de Atendimento Telefônico, que dispõem de atendentes
especializadas e permitem efetuar transações financeiras e utilizar di-
na contratação, imposição de cláusula, operação ou prestação de versos serviços bancários.
serviço prevalecendo-se da idade, saúde, conhecimento, condição so-
cial, religiosa, física ou econômica do cliente; CONTA CORRENTE
elevação, sem comunicação ao cliente, do valor de taxas, tarifas ou Saques em dinheiro
outra forma de remuneração de operações ou serviços ou cobrança em Saques com valor igual ou inferior a R$ 5.000,00 devem ser realizados
valor superior ao estabelecido em legislação e regulamentação vigen- no mesmo expediente. Saques de valor superior a R$ 5.000,00 devem ser
tes; solicitados à agência no dia anterior. Com a finalidade de desestimular
oferta de produtos ou serviços sem as informações corretas, claras, assaltos, os bancos procuram diminuir a quantidade de dinheiro em caixa.
precisas e transparentes, sobre suas características, preço, condições Por razões de segurança é recomendável que os pagamentos e trans-
de pagamento, juros, encargos e garantias; ferências de maior valor sejam feitos por meio de cheque, DOC, cartão de
aplicação de fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contra- crédito/débito ou TED (Transferência Eletrônica Disponível).
tualmente estabelecido; Para abertura de conta os bancos pedem que o cliente apresente, no
omissão de prazo para o cumprimento das obrigações do fornecedor mínimo, originais e cópias dos seguintes documentos:
ou a fixação do início da contagem do prazo ao exclusivo critério deste; Documento de identificação - cédula de identidade (RG) ou documentos
que a susbstituam legalmente, a exemplo das carteiras fornecidas pela

Conhecimentos Específicos 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
OAB, CREA, Corecon, CRM, Federação Nacional dos Jornalistas etc; Situações especiais para os menores de 18 anos trazidas pelo no-
vo Código Civil:
Cartão de Identificação do Contribuinte (CIC/CPF);
Comprovante de residência (conta de luz, telefone ou contrato de loca- 1) Para abertura de conta de depósito (conta-poupança e conta-
ção). corrente) cujo titular seja menor com 16 anos de idade completos, não
emancipados emancipados, é obrigatória comprovação da existência de
Os originais serão devolvidos logo após a conferência com as cópias, relação de emprego, do qual tenha economia própria, mediante exibição da
que ficarão com o banco. Carteira de Trabalho e portar cópia e original dos documentos RG e CPF e
Tratando-se de menor ou de pessoa incapaz, além de sua qualificação, do comprovante de endereço.
também deverá ser identificado o responsável que o assiste ou representa. 2) Para abertura de conta de depósito (conta-poupança e conta-corrente)
E, caso se trate de pessoa economicamente dependente, deverá ser identi- para titulares menores emancipados, deve-se apresentar, além de cópia e
ficado o respectivo responsável. original dos documentos RG e CPF e do comprovante de endereço, registro
de nascimento com a Averbação da Emancipação conferida pelos pais.
Todas as condições básicas para movimentação e encerramento de- Portalprudente.com
vem constar da ficha proposta de abertura de conta (contrato), inclusive as
relacionadas às tarifas de serviços.
FAQ - Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF)
Da empresa:
CNPJ (cópia e original); 1. O que é o CCF?

Documentos legais de constituição da firma jurídica (contrato social, al- É um cadastro que possui dados dos emitentes de cheques
terações contratuais, atas de constituição, registro da firma e etc); sem fundos, operacionalizado pelo Banco do Brasil.

Ausência de restrições cadastrais. 2. Como saber se o seu nome está incluído no CCF?

Dos sócios e responsáveis: Qualquer pessoa pode saber se está incluída no CCF. Basta se
dirigir a um dos endereços do Banco Central portando um documen-
Carteira de identidade e CPF (cópia e original); to de identidade com o número do CPF. As instituições financeiras
também podem prestar essa informação, sendo vedada a cobrança
Comprovante de residência;
de qualquer tarifa por esta pesquisa.
Ausência de restrições cadastrais.
As ocorrências do CCF devem ser obrigatoriamente comunica-
(1) Para algumas operações é necessário prévio cadastramento de das pela instituição financeira, por escrito, ao correntista que lhes
senha de acesso. tenha dado causa.
(2) A concessão de créditos está sujeita à análise e à aprovação. Na hipótese de contas tituladas por pessoa jurídica, deve ser
incluído no CCF o nome e o número de inscrição no CNPJ da pes-
(3) Cartão magnético apenas para contas de microempresas, firmas soa jurídica titular da conta contra a qual se verificou a emissão de
individuais e outras, sob análise gerencial. cheque sem fundos.
(4) disponível para micro e pequenas empresas, firmas individuais, soci- Com a consulta, o cidadão, caso esteja incluído, saberá o nú-
edades limitadas (LTDA) e sociedades anônimas (S/A). mero-código da instituição e da agência que comandou a inclusão; o
Resumindo: número e o valor do cheque; o motivo da devolução; a data de in-
clusão e a quantidade de ocorrências, por instituição e agência.
Conta Individual: conta para um único titular, que permite movimenta- 3. Quais são os motivos para inclusão do nome do correntista no
ção a crédito e a débito. CCF?
Conta Conjunta.
Conta Conjunta Simples (E): conta para mais de um titular cuja mo- Se algum cheque for devolvido por um dos motivos abaixo dis-
vimentação a débito somente poderá ser feita com as assinaturas, sempre criminados, o nome do emitente será automaticamente incluído no
em conjunto, dos titulares. CCF:
Conta Conjunta Solidária (E/OU): conta para mais de um titular cuja
- motivo 12: cheque sem fundos - 2ª Apresentação;
movimentação a crédito ou a débito poderá ser feita por qualquer um dos
titulares isoladamente. - motivo 13: conta encerrada;
Contas para menores:
• Menores de 18 e maiores de 16 anos: conta em nome do menor, - motivo 14: prática espúria.
cuja movimentação será livre, desde que autorizada pelo responsável legal. Conheça todos os motivos de devolução de cheques.
A abertura e movimentação de conta de menor poderá ser efetuada sem a
necessidade de autorização por seu representante legal, desde que o 4. Quando a conta corrente é conjunta, quem será incluído no
menor seja legalmente emancipado e faça prova de sua emancipação. CCF?
• Menores de 16 anos: conta em nome do menor, cuja movimen- O Banco Central determinou, em 5 de dezembro de 2006, que
tação somente poderá ser feita pelo responsável indicado na abertura da será incluído no CCF apenas o nome e o respectivo CPF do titular
conta. emitente do cheque. A normatização anterior previa que deveriam
ser incluídos os nomes e os respectivos CPFs de todos os titulares
Documentos Necessários da conta conjunta.
Para abertura de Conta de Depósito (conta-poupança e conta-corrente) As instituições financeiras tiveram prazo até 2 de julho de 2007
para maiores de 18 anos, é necessária a cópia e o original dos seguintes para adequar seus sistemas para incluir apenas o titular emitente.
documentos: As inclusões feitas com base na normatização anterior deverão ser
• RG; corrigidas, a pedido do inscrito no CCF, até quinze dias após a for-
• CPF; malização do pedido, sem ônus para os inscritos.
• Comprovante de Residência; 5. Encerrei a minha conta há algum tempo e agora apareceu um
• Comprovante de renda* cheque que não é meu e, por isso, meu nome foi incluído no CCF. O
(Ex.: holerite, contracheque etc.). que devo fazer?

Conhecimentos Específicos 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O cheque sacado contra conta encerrada somente pode ser de- Caso a agência indefira o pedido de exclusão, deve comunicar
volvido pelo motivo 13 (conta encerrada), bem como gerar registro a decisão formalmente ao correntista, esclarecendo que eventual
de ocorrência no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos recurso pode ser submetido à administração do próprio banco.
(CCF), caso não seja aplicável a devolução por qualquer outro moti-
vo. Assim, antes de devolver o cheque pelo motivo 13, o banco de- Quando for mantido o indeferimento ou nos casos em que os
ve, primeiro, conferir se a assinatura é autêntica, se o cheque não prazos acima não sejam respeitados, caberá ao correntista recurso
está prescrito, se o cheque não é fraudado, entre outros. ao Banco Central do Brasil.

Se o nome do correntista foi incluído indevidamente no CCF, DEPÓSITOS


cabe ao banco que fez a inclusão solicitar a exclusão, sem custos Os depósitos são operações bancárias passivas e, em condições ele-
para o cliente. mentares, constituem a razão de ser da instituição bancária. A história da
atividade bancária indica que a característica de guarda de valores tem sido
6. Quais são os procedimentos para exclusão de ocorrências do o ponto alto no desempenho dessa atividade.
CCF?
Época houve em que os montes - termo que foi “germanizado” pela pa-
A exclusão de ocorrências do CCF deve ser solicitada direta- lavra banck e, posteriormente italianizado como ”banco” - tinham como
mente à agência que efetuou a inclusão. Quando essa agência per- função não só a guarda de valores e a obtenção de empréstimos para
tence a um banco em regime de liquidação extrajudicial, liquidação custear obras públicas, como também a guarda de donativo.
ordinária ou falência ou submetida a processo de transformação em
que não haja indicação de sucessora, a exclusão deve ser solicitada Em que consiste a operação de Depósito? De modo elementar, poderí-
à agência do Banco do Brasil mais próxima àquela. No caso da a- amos dizer que consiste em colocar recursos sob a guarda do banco. Os
gência ter sido fechada, mas o banco ainda operar em outro local, bancos modernos, especificamente os bancos comerciais, têm uma ativida-
deve-se procurar a sede desse banco. de própria de negócio que faz com que a atividade de “Depósito” não se
O cliente deve comprovar, junto à agência que originou a inclu- restrinja à simples guarda de moeda. No desempenho dessa atividade -
são, o pagamento do cheque que deu origem à ocorrência. captação de depósito - existe a negociação por compra e venda da moeda.
O banqueiro quando recebe moeda de um cliente, que não para pagamento
Ao pedir a exclusão, o cliente deve lembrar-se de solicitar ao imediato, assume a obrigação de registrar o crédito desse cliente pelo
banco que lhe dê recibo da carta de solicitação, guardando-o até a recebimento da moeda, o que não vai caracterizar um depósito, no estrito
conclusão do processo. sentido do termo, já que o cliente está cedendo a absoluta propriedade da
7. Como o cliente pode comprovar o pagamento do cheque que moeda para o banco. Em contrapartida, o cliente recebe um crédito. Ocor-
deu origem à ocorrência? re, então, uma compra de moeda, e em troca o cliente recebe um crédito de
igual valor lançado nos registros do banco.
O pagamento pode ser comprovado mediante a entrega do pró-
prio cheque que deu origem a ocorrência ou do extrato da conta (o- Observe que ao banco lhe é permitido dispor dos recursos ou gerenciá-
riginal ou cópia) em que figure o débito relativo ao cheque que deu los, conforme lhe aprouver, dentro dos limites permitidos pela legislação e
origem à ocorrência. seus estatutos. Ao cliente compete sacar ou receber, quando lhe aprouver,
recursos idênticos àqueles postos à disposição do banco.
Na impossibilidade de apresentação desses documentos, é ne-
cessária a entrega de declaração do beneficiário dando quitação ao
Procuramos suscitar esse aspecto em vista da necessidade que nota-
débito, devidamente autenticada em tabelião ou abonada pelo ban-
mos cada vez mais premente de que as organizações bancárias procedam
co endossante, acompanhada da cópia do cheque que deu origem à
a levantamento de custos pelo dinheiro captado, e de todos os demais
ocorrência, bem como das certidões negativas dos cartórios de pro-
custos de conversão - para produzir a oferta de crédito e demais operações
testo relativas ao cheque, em nome do emitente.
subsidiárias da sua atividade.
8. Como fazer para localizar o beneficiário do cheque?
Também podemos dizer que depósito pecuniário ou bancário é o con-
É preciso localizar o beneficiário-depositante do cheque, ou se- trato pelo qual uma pessoa entrega quantias em dinheiro a um banco, que
ja, aquele que efetivamente apresentou o cheque à instituição finan- se obriga a restituí-las, por solicitação do depositante, nas condições esti-
ceira para depósito ou saque. Isso porque a pessoa que inicialmente puladas.
recebeu o cheque pode tê-lo repassado a terceiros.
No seu banco, é possível obter cópia do cheque em que conste Modalidades de Depósitos
o número da instituição financeira, da agência e da conta de quem Podemos classificar as várias modalidades de depósito bancário:
apresentou o cheque. I - Quanto ao objetivo, ou seja, o escopo econômico visado pelo de-
positante - neste caso o depósito pode ser:
De posse dessa informação e mediante apresentação da cópia • a vista,
do cheque, é possível obter, do banco do beneficiário, o nome com- • a prazo,
pleto e endereços residencial e comercial de seu cliente, desde que • de poupança, ou
esse repasse tenha sido formalmente autorizado. • interfinanceiro.
9. Qual é o prazo para o banco proceder a exclusão do nome do
correntista no CCF? Depósito à vista é aquele que fica à disposição do depositante para
ser sacado a qualquer momento. É a designação dada ao depósito de livre
Comprovado o pagamento, o banco não pode deixar de exami- movimentação. Independentemente da questão dos juros, os depósitos
nar e comandar, no prazo máximo de cinco dias úteis, contados da também se caracterizam quanto à sua movimentação: o cliente deposita
data da entrega do pedido do cliente, a exclusão do nome do cor- recursos seus, pela manhã, e pode sacá-los à tarde ou na mesma manhã
rentista. O executante do sistema (Banco do Brasil) terá o prazo ou quando lhe aprouver. O mesmo não ocorre com o depósito à prazo.
máximo de cinco dias úteis para consolidar as inclusões e exclusões Neste o cliente e o banco estabelecem um prazo para que o depósito seja
de ocorrências do CCF. movimentável.
Qualquer ocorrência é excluída automaticamente após decorri-
dos cinco anos da respectiva inclusão. Se o seu nome tiver sido in- Depósito à prazo é o suscetível de retirada só depois de decorridos
devidamente incluído, por erro do banco, este deve providenciar a um certo termo prefixado no contrato (a prazo fixo) ou estabelecido poste-
imediata exclusão. riormente pelo depositante em uma notificação ao banco ( aviso prévio),
que ,conforme o item 10 da Resolução 15 do Banco Central, é de 30 a 120
10. O que fazer em caso de indeferimento do pedido de exclusão? dias. Nas duas formas de depósito a prazo o depositante tem direito a
juros, e na modalidade prazo fixo, também à correção monetária .levando-

Conhecimentos Específicos 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
se em conta a certeza que o banco tem a cerca do lapso de tempo de que participantes são denominados quotistas, recebendo os rendimentos aufe-
pode dispor das quantias para suas aplicações. ridos pela Administradora, de forma igualitária.

Os depósitos a prazo fixo são feitos contra simples recibo de emissão PRODUTOS DE EMPRÉSTSIMO
de certificado de depósito bancário, título de crédito equiparado a nota Os empréstimos são a atividade mais importante dos bancos comerci-
promissória, negociável, transferível por endosso. ais e podem ser classificados de várias maneiras, incluindo finalidade, tipo
de garantia, vencimento, método de pagamento e origem.
O depósito de poupança é um sistema de captação de recursos po-
pulares, incentivado pelo governo, com a finalidade de possibilitar o financi- Uma classificação comum dos empréstimos é por finalidade ou uso que
amento de bens móveis de uso durável ou de imóveis. A esse tipo de será feito dos fundos. Os empréstimos para pessoas físicas são usados
depósito se creditam a cada, 30 dias, juros e correção monetária, computa- principalmente na compra de veículos e outros bens de consumo. A catego-
da esta de acordo com a variação da Taxa Referencial (TR) ria “Outros empréstimos e leasings” consiste largamente em outros em-
préstimos a outras instituições financeiras, governos estaduais e locais e
Depósito conjunto é aquele constituído a benefício de várias pessoas, para a compra de valores mobiliários.
podendo ser simples e solidário.
Empréstimos com e sem Garantia.
Depósito conjunto simples é aquele em que o beneficiário pode retirar Os empréstimos com garantia envolvem o empenho de uma garantia
sozinho apenas o correspondente à sua quota, sendo que o total do depósi- específica. A garantia empenhada em um empréstimo pode consistir em
to só pode ser levantado por todos os titulares. Mais usual, porém, é o uma variedade de ativos, como imóveis, recibos de armazéns gerais,
depósito conjunto solidário, em que cada titular pode, sozinho, fazer retira- contas a receber, instalações e equipamentos, recibos fiduciários, conhe-
das, tendo o direito de exigir do banco a importância total, e esse, a entre- cimentos de carga negociáveis corridas de petróleo, ações corporativas e
gando , se libera em relação a todos. obrigações. A exigência básica de tais ativos é sua facilidade de comercia-
lização. O principal motivo para a exigência de que um empréstimo seja
CDB, RDB, OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMO garantido é reduzir o risco de perda do banco na eventualidade de o toma-
O certificado de Depósito Bancário, o famoso CDB e o Recibo de De- dor não querer ou ficar impossibilitado de quitar o empréstimo no vencimen-
pósito Bancário, o RDB, são os mais antigos e utilizados títulos de captação to. A garantia não assegura o pagamento do empréstimo; no entanto, reduz
de recursos pelos bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de o risco já que o banco torna-se credor preferencial em caso de liquidação e
desenvolvimento e bancos múltiplos que tenham uma destas carteiras, tem precedência sobre os credores gerais na liquidação de quaisquer
sendo oficialmente conhecidos como depósitos a prazo. ativos penhorados pelo banco como garantia.

Os recursos captados através desses instrumentos são repassados Vários órgãos federais foram criados pelo Congresso desde a década
aos clientes na forma de empréstimos. de 30, os quais, entre outras funções, garantem os empréstimos concedi-
dos pelos bancos comerciais e alguns outros emprestadores. A Federal
O prazo mínimo é de 30 dias para os títulos prefixados, que embutem Housing Administration e a Small Business Administration são dois desses
uma expectativa inflacionária na taxa nominal, já que o ganho real (nominal órgãos.
- inflação) só será conhecido no dia do resgate.
Os empréstimos sem garantia baseiam-se em integridade e condição
Para os títulos pós -fixados em TR o prazo mínimo é de 4 meses data a financeira do tomador, receita esperada no futuro e registros passados.
data. Contrariamente à crença popular, os maiores empréstimos e os volumes
mais altos em dólares são concedidos pelo bancos sem exigência de
CDB é transferível (resgatado, a critério da instituição financeira, antes garantias. Os maiores tomadores de empréstimos comerciais conseguem
do vencimento) por endosso nominativo (endosso em preto), desde que obter fundos sem apresentação de garantias. Algumas empresas são
respeitados os prazos mínimos. O endossante responde pela existência do consideradas pelos bancos tomadores preferenciais e, em muitos casos,
crédito mas, não pelo seu pagamento. recebem as taxas de juros mais favoráveis do mercado. Tais empresas têm
administração competente, produtos e serviços muito bem aceitos no
Além disso, não podem ser prorrogados mas, renovados de comum mercado, lucros relativamente estáveis e uma forte condição financeira.
acordo, por nova contratação. Eles fornecem aos bancos demonstrações financeiras segundo as quais é
relativamente fácil determinar sua condição financeira e acompanhar seu
Os RDB podem ser rescindidos em caráter excepcional desde que com progresso.
o de acordo da instituição depositária. Neste caso só pode ser devolvido o
principal. As empresas não são as únicas que conseguem empréstimos sem ga-
rantia - muitas pessoas físicas também desfrutam desse privilégio. Pessoas
Mesmo no caso dos CDB existirá, na venda antes do prazo final, uma que possuem imóvel próprio, têm emprego estável e registros de pronto
perda de rentabilidade, já que o comprador, no caso a instituição financeira, pagamento de suas dívidas em geral obtêm empréstimos sem precisar
exigirá um spread ou deságio para gerar liquidez. oferecer garantias.

Para circular a rentabilidade líquida de um CDB, será necessário calcu- Vencimento - Os empréstimos bancários podem ser classificados de
lar o imposto de renda (IR) incidente sobre o ganho de capital que, até acordo com o vencimento do contrato em empréstimos de curso, médio e
31/12 /94 estava sujeito a uma taxa de 30%. O ganho de capital era calcu- longo prazo. Os empréstimos de curto prazo são geralmente definidos
lado sobre a variação mensal da Ufir (unidade fiscal de referência). De como aqueles cujo vencimento se dará em um ano ou menos, os emprés-
01/01/95 até 31/12/95, a rentabilidade líquida era obtida aplicando-se uma timos de médio prazo têm vencimento entre mais de um anos e até se ou
alíquota de 10% de IR sobre o ganho nominal. A partir de 01/01/96, a oito e os empréstimos de longo prazo têm vencimentos maiores.
alíquota de IR, sobre o ganho nominal, passou a ser de 15%.
Métodos de Pagamento - os empréstimos bancários podem ser pagos
Caderneta de Poupança - os rendimentos são mensais, entretanto de uma só vez ou em prestações. Os empréstimos pagos de uma só vez
pode-se efetuar saques ou depósitos qualquer dia do mês, devendo-se são chamados também de empréstimos diretos, o que significa que o
apenas respeitar a data de aniversário para não perder os rendimentos. Os contrato exige quitação de todo o principal na data do vencimento. Os
rendimentos consistem em juros de 6% ao ano acrescidos da variação da juros, porém, podem ser pagos em períodos diferentes ou no vencimento
TR. É isenta de Imposto de Renda ( IR). do empréstimo. Os empréstimos em prestações exigem pagamentos perió-
dicos do principal. Os pagamentos podem ser mensais, trimestrais, semes-
Fundos de Investimento: abrigam investimentos do público em geral, trais ou anuais. O empréstimo em prestações admite o princípio da amorti-
em sistema de fundo de investimento em condomínio aberto, sendo que os zação segundo o qual o valor do principal é amortizado ao longo da vida

Conhecimentos Específicos 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do contrato. Assim, os pagamentos não se constituem em um ônus tão
grande para o tomador quanto se ele tivesse de fazer todo o pagamento de Desconto de Duplicatas - O desconto de duplicatas em bancos co-
uma só vez. merciais cresceu substancialmente nas três últimas décadas, particular-
mente nos bancos de maior porte. As duplicatas são frequentemente usa-
Origem - A carteira de empréstimo dos bancos comerciais deriva prin- das como garantia tanto de empréstimos sazonais de curto prazo quanto de
cipalmente de quatro grandes fontes: diretamente dos tomadores, da com- créditos rotativos. Quando um empréstimo é garantido por duplicatas, o
pra de promissórias de comerciantes de automóveis e outros bens de valor do crédito disponível ao tomador tende a aumentar à à medida que
consumo, da compra de “participações” em empréstimos originados em aumenta a necessidade de crédito. Normalmente, um empréstimo sazonal
outros bancos e da compra de promissórias de negociantes de papéis é pago quando os estoques e as contas a receber diminuem, depois de um
comerciais. De longe, o maior número de empréstimos é feito diretamente período de alta produção e vendas. No caso do crédito rotativo, por outro
aos tomadores que os solicitam nas agências bancárias. Incluídos nessa lado, o empréstimo pode ser mais ou menos contínuo; se o tomador for
categoria estão os empréstimos que resultam de compras com cartão de uma empresa em crescimento, o valor do crédito poderá continuar a cres-
crédito, já que os portadores do cartão primeiro fizeram uma solicitação ao cer ao longo de um período considerável.
banco para que ele lhes fosse concedido.
O máximo que um banco empresta sobre um determinado número de
Muitos bancos derivam uma grande parte da sua carteira de emprésti- duplicatas em geral varia de 50 a 90% de seu valor nominal. Se as perdas
mo de compra de promissórias de negociantes de vários produtos. Uma do tomador com os maus pagadores forem grandes, o banco poderá decidir
fonte final de empréstimos menos importante do que aquelas já discutidas é não conceder o empréstimo ou limitá-lo a uma pequena porcentagem dos
a compra de papéis comerciais e aceites bancários. recebimentos.

Linhas de Crédito - Os empréstimos comerciais de curto prazo em ge- Os bancos preferem descontar duplicatas de valor mais alto porque a
ral são obtidos através de linhas de crédito. Para que a linha seja aberta, burocracia é menor e pode envolver menos devoluções e disputas por
tanto o tomador quanto o banco planejam com bastante antecedência itens. Por outro lado, os bancos não gostam de ver recebimentos fortemen-
quando os fundos serão necessários. O tomador pode comprar produtos ou te concentrados em poucas contas, a menos que elas sejam de clientes
dar início à produção sabendo que os fundos poderão ser sacados quando altamente cotados em termos de crédito. Normalmente, o empréstimo
necessário. Entretanto, a linha de crédito, normalmente não é considerada máximo é de 75 a 80% do total das contas empenhadas.
um vínculo legal para o banco. Se ocorrer algo na empresa do tomador
depois de aberta a linha de crédito que crie expectativa suficiente de que o OS TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO
banco está estendendo fundos excessivamente arriscados, a linha poderá Os Títulos de capitalização tem por objetivo a capitalização dos prê-
ser cancelada. mios recebidos dos investidores a fim de constituir, no final do prazo fixado
no título, um capital garantido.
A linha de crédito frequentemente permite saques de diferentes valo-
res, que precisam ser pagos da mesma maneira. Podem ser à vista ou à prazo e sua vigência, no caso de ambos, co-
meça no 1º dia posterior ao da compra (após a aceitação da proposta de
O método para determinar os juros cobrados pela linha de credito é es- aquisição).
tabelecido no momento de sua abertura. A taxa de uma linha de menos de
$ 1 milhão provavelmente flutuará com a taxa preferencial. Ela poderá ser No caso dos títulos à prazo, suas mensalidades vencerão sempre no 1º
definida, em dois ou três pontos percentuais acima da preferencial, ou dia útil de cada mês. A mora ou inadimplência da mensalidade (não paga
pode ser fixada em uma porcentagem da preferencial, talvez 115%. Assim, até 30 dias do vencimento) acarreta a suspensão do título, perdendo o
se a taxa preferencial estiver em 10% os juros do empréstimos serão de direito de concorrer aos sorteios. Mas o subscritor não fica desobrigado do
11,5 %. Um saldo compensatório de mais ou menos 10% pode ser exigido pagamento das demais mensalidades, para tanto, deve dirigir-se a um
antes que qualquer fundo seja sacado, com um adicional de 10% sobre os representante da instituição para o cumprimento das formalidades.
fundos utilizados.
Também pode ocorrer a caducidade do título, depois de decorrido o
Devido à concorrência do mercado de papéis comerciais e dos bancos prazo de três meses para a reabilitação deste, estando ao subscritor so-
estrangeiros nos últimos anos, os bancos grandes estão entrando cada vez mente, após o prazo de carência, o resgate do valor assumido pela provi-
mais na fixação de preço dos grandes empréstimos, incluindo as linhas de são matemática do título mais atualização monetária.
crédito, de acordo com o mercado monetário. Os juros desses empréstimos
flutuam com uma taxa de referência do mercado monetário, digamos, a A reabilitação dos títulos suspensos ocorre com o pagamento da parce-
taxa sobre os grandes certificados de depósitos, ao qual um spread apro- las vencidas até três meses.
priado é acrescentado. Os juros destes empréstimos quase sempre ficam
abaixo da taxa preferencial. No caso de ter ocorrido a caducidade, estes títulos podem ser reabilita-
dos até o final do prazo de carência com a retomada dos pagamentos das
Empréstimos com Aval - Muitos empréstimos comerciais de curto mensalidades e prorrogação dos prazos de pagamento e capitalização no
prazo são garantidos pelo endosso ou aval de terceiros. Quando o tomador mesmo número de meses que permaneceu em atraso.
é uma corporação os principais acionistas podem ser solicitados a endossar
ou avalizar o empréstimo a fim de comprometer, até certo ponto, os ativos No término do prazo previsto para o pagamento do título e estando es-
pessoais de cada um com o pagamento do empréstimo. O emprestador te em vigor, cessa o pagamento das mensalidades considerando-se este
deve considerar não apenas o valor dos ativos que cada acionista possui remido.
fora da empresa ( tanto no presente como no futuro), mas também até que
ponto cada acionista está disposto a fornecer garantias semelhantes a Depois de vencido o prazo de carência o subscritor poderá solicitar o
terceiros. Um empréstimo pode ser endossado ou avalizado por uma corpo- recebimento do valor do resgate, equivalente ao saldo da provisão matemá-
ração ou por um indivíduo. tica, apurado na data de solicitação do resgate.

Transferência de Contratos - As empresas de construção que forne- A aquisição de títulos de capitalização (subscrição) é feita através da
cem materiais sob contrato em geral precisam de empréstimos para as proposta de aquisição, devendo o proponente definir o valor do título , a
operações que estão aguardando pagamento. Neste caso, uma empresa forma de pagamento e no caso de pagamento à prazo, o prazo do paga-
pode transferir seu contrato ao banco emprestador como garantia de um mento. Ainda deve indicar beneficiário no caso de seu falecimento.
empréstimo de curto prazo. Depois, quando os pagamentos começarem a
ser efetuados, eles são feitos diretamente ao banco pela outra parte. Às Os títulos da capitalização são nominativos, mas podem ser cedidos a
vezes, a empresa que recebe o empréstimo é uma subcontratada, caso em terceiros, respeitando-se as formalidades legais.
que os pagamentos podem ser feitos ao banco pelo contratante principal.

Conhecimentos Específicos 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Os subscritores de títulos à vista concorrerão aos sorteios semanal- Há vários tipos de seguros aos quais estamos familiarizados tais como
mente. Os subscritores de títulos à prazo, que estiverem com suas mensa- o seguro de vida, o seguro de veículos, o seguro residencial, seguro-
lidades quitadas até a data do sorteio, também terão direito de concorrer a saúde.
este semanalmente.
PRODUTOS VINCULADOS À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS BANCÁ-
Os valores serão atualizados monetariamente, tendo por índice a TR e RIOS
a atualização das mensalidades será feita com base no IGP-M O banco desempenha importante papel de agente arrecadador e agen-
te pagador. Esse papel cresce de importância quando efetuado junto aos
O subscritor do título, que esteja em vigor em 31 de dezembro de cada órgão públicos (municipais, estaduais e federais) . Com relação a esses
exercício social, tem direito de receber uma participação nos resultados da organismos públicos, os bancos comerciais já têm, no seu Plano Contábil,
Sociedade, apurados no balanço anual. Esta participação atinge os títulos contas específicas para registrar recebimentos de tributos e encargos
que completarem o 2º aniversário de vigência e nos próximos, contados da diversos. É o caso , por exemplo, da conta “Recebimentos de Contribuições
data em que entrar em vigor. Previdenciárias”, ou, ainda conta “Recebimentos de FGTS”.

Mas o banco presta um grande número de serviços dentre os quais


Capital nominal é o valor que o título atinge no final do prazo de capita- podemos destacar:
lização de 10 anos, correspondente ao valor assumido pela provisão ma-
temática no mesmo prazo final de capitalização e equivalente a 100% do • Cobrança e aceitação de títulos: a venda a prazo se constitui no
valor pago, atualizado monetariamente. modo mais frequente de operar dos empresários, que fazem representar
seus respectivos valores por títulos de crédito ou por simples “carnês”
pagáveis nos bancos onde eles possuem conta corrente, de modo que a
SEGUROS, PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA cobrança e o pagamento dos créditos da empresa é hoje inconcebível sem
A previdência privada é uma forma de poupança de longo prazo para a intervenção dos bancos ou dos estabelecimentos financeiros, que por
evitar que a pessoa na aposentadoria sofra uma redução muito grande de sua rede de sucursais, correspondentes, por sua organização administrati-
sua renda. Qualquer pessoa que receba mais do que o teto de benefício da va e técnica são aptos a efetuá-los a menor custo.
Previdência Social (INSS) deve se preocupar em formar uma poupança,
seja através da previdência privada ou de recursos administrados por sua Os Bancos podem adotar diversas formas de procedimentos, que têm
própria conta. custos diferenciados para os cedentes dentre elas: a cobrança convencio-
nal; cobrança pré-impressa sem registro e com registro, cobrança escritural
Tecnicamente falando, o processo de poupança consiste de duas fa- e por teleprocessamento.
ses. Na primeira, o poupador acumula um capital. Durante todo esse pro-
cesso, este capital receberá rendimentos. Na segunda fase, que coincide Caso o banco seja incumbido de proceder a recebimentos em praças
com a aposentadoria para a maioria das pessoas - mas não necessaria- diferentes de sua sede, onde não possua agência ou sucursal, surge a
mente -, é o momento de receber os benefícios. necessidade das convenções de correspondência que possibilita ao banco
operar, a serviço de seus cliente, em praça onde não possua agência ou
Regra geral, nesta fase, o poupador não faz novas acumulações, em- sucursal.
bora continue se beneficiando do rendimento sobre o capital acumulado.
Naturalmente, o valor dos benefícios deve ter uma relação de proporção • Custódia de Valores e Títulos - é um serviço prestado aos clien-
com o capital acumulado. Quanto maior o capital, maior o benefício. tes com o propósito de mantê-los no círculo de seu relacionamento profis-
sional, potencialmente interessados em suas operações financeiras. A
A forma de fazer este cálculo é bastante complexa, mas, de uma forma custódia ou guarda pressupõe a disponibilidade, pelo banco , de instala-
simples, é fácil entender que os saques mensais, aqui chamados de bene- ções e serviços adequados, perfeitamente encontrados na atualidade.
fícios, devem ter uma relação com o capital acumulado. Não é possível
fazer saques expressivos sobre o capital sem correr o risco de o dinheiro Três são as espécies de custódia de títulos e valores: o depósito de tí-
poupado acabar muito rápido. tulos e valores em simples custódia, o depósito em administração e o
depósito cerrado.
Considera-se contrato de seguro aquele pelo qual uma das partes se
• Cofres de segurança: o contrato de cofre de segurança ou de co-
obriga para com outra, mediante a paga de um prêmio, a indenizá-la do
fre-forte, é aquele pelo qual o banco coloca à disposição um com-
prejuízo resultante de riscos futuros, previstos no contrato (art. 1.432 do
partimento ou cavidade para a guarda de dinheiro, objetos precio-
Código Civil). É um contrato formal pois exige-se que seja escrito.
sos ou documentos, mediante remuneração. Esse serviço se reves-
te de dois aspectos fundamentais: a vigilância e o segredo.
O seguro pode ser firmado por um único documento subscrito por am-
• Débito em conta corrente: é o procedimento pelo qual, mediante
bas as partes. Pode dar-se também através da emissão de um simples
a autorização do cliente, o banco procede ao débito de em conta
bilhete de seguro, como ocorre no seguro obrigatório de veículos. Mas, na
corrente, na data de vencimento, das diversas obrigações tais co-
forma mais comum, o segurado assina isoladamente uma proposta de
mo contas de água, luz, telefone, mensalidades de escolas, etc.
seguro, recebendo em troca a apólice, que completa o contrato.
• Ordens de Pagamento: é o documento através do qual é possível
• Segurador é o que assume o risco. transferir valores entre clientes da mesma ou de instituição bancá-
• Segurado é o que transfere o risco para o segurador. ria diversa, podendo ser tomada em cheque ou em dinheiro.
• Risco é a exposição de pessoa, coisa ou interesse a dano futuro
e imprevisível. Prêmio é o pagamento que o segurado faz à segu- Commercial Paper
radora. Nota promissória emitida no mercado externo por uma empresa com o
• Indenização é a prestação da seguradora ao beneficiário em ca- objetivo de captar recursos a curto prazo, gerando, portanto, uma dívida de
so de sinistro. curto prazo para a empresa. É uma modalidade de captação de recursos
• Sinistro é a ocorrência efetiva do dano. no exterior que visa atender às necessidades financeiras de uma empresa
• Estipulante é que, num seguro de vida, institui um terceiro bene- (expansão, investimentos, etc).
ficiário.
Vendor finance
• Beneficiário é o que foi nomeado para receber a indenização.
É uma operação de financiamento de vendas, baseado no princípio da
cessão de crédito , que permite a uma empresa vender seu produto a prazo
O segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo que
e receber o pagamento à vista. O vendor supõe que a empresa compradora
efetivamente pagou, até o limite previsto no contrato de seguro.
seja cliente tradicional da vendedora, pois esta é que irá assumir o risco do

Conhecimentos Específicos 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
negócio, junto ao banco. Em resumo, é uma modalidade de financiamento contrato de giro ou traspasso numa ponta e noutra, o de cobrança de
de vendas para empresas, na qual quem contrata o crédito é o vendedor do créditos.
bem, mas quem paga o crédito é o comprador.
Ambas as operações propiciam uma fonte de captação a custo extra-
Compror finance ordinariamente baixo, permitindo à instituição financeira dispor desses
É uma operação de financiamento de compras onde a iniciativa parte recursos por alguns dias enquanto o crédito não chega à conta ou ao
do comprador, que concentra em si o risco de crédito. O Compror visa conhecimento do beneficiário ou, ainda, enquanto este deles não fizer uso.
financiar as compras de clientes do banco junto aos fornecedores. O risco
da operação concentra-se no comprador, não existindo regresso contra o TRASPASSO BANCÁRIO OU GIRO
fornecedor (vendedor). Conceito
O traspasso bancário ou giro é um negócio jurídico de transferência de
Corporate finance fundos ou valores de uma conta-corrente para outra ou de uma pessoa
Corporate Finance ou Corporações Financeiras é a denominação de para outra. O transferente propõe ao Banco o encargo da remessa que
corporações especializadas em fusões, aquisições e reestruturação finan- tanto pode ser a favor do próprio interessado quanto de terceiro. O giro
ceira de empresas. pode dar-se entre uma conta e outra na mesma agência ou em outra agên-
cia do mesmo ou de Outro Banco ou até mesmo entre pessoas sem conta.
Pagamentos de títulos e carnês Consubstancia-se em creditação em conta ou sem conta, convertida esta
Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo tratamento de seus títu- em pagamento direto, observadas, caso existentes, as condições ditadas
los a receber (cobrança). pelo transferente.

A ordem de pagamento (OP) é utilizada para pagamentos ou depósitos O pagamento por mera transferência contábil, operado pelo giro, é um
dentro do mesmo banco, para agências em praças diferentes. importante instrumento de controle monetário, que tanto serve para conter
a emissão quanto para baixar o custo do dinheiro, pela preservação do
Transferência automática de fundos estoque de dinheiro dos Bancos.
Serviço prestado ao cliente que, por gerenciamento de seu caixa, ne-
cessite ter uma ou mais contas em uma ou mais agências do banco. Natureza jurídica
O traspasso bancário não tem sido muito estudado em doutrina. Alguns
FINANCIAMENTO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS autores nem chegaram a dedicar-lhe atenção por tê-lo como simples ope-
É o adiantamento de recursos às empresas normalmente por um ou ração contábil. Verdade é que algumas operações de transferência de
dois aias, sobre os valores que deverão ser recolhidos para pagamento de fundos, conquanto nenhuma possa prescindir de qualificação jurídica,
seus compromissos. Na prática, funciona como um hot money. estariam perto disso, compreendidas no mandato geral outorgado pelo
correntista ao banqueiro. São as ordens de crédito que o próprio Banco
Para o cliente, é a possibilidade, em função dos volumes a serem reco- executa entre correntistas seus, debitando uma(s) conta(s) e abonando
lhidos em IPI, ICM, lAPAS e IR, principalmente, de reduzir o custo desses outra(s). Todavia, há operações mais complexas que escapam ao âmbito
valores e seu impacto sobre eventuais desequilíbrios no seu fluxo de caixa. limitado da relação de conta-corrente.

Para o banco, é a oportunidade de ancorar o cliente através de uma O assunto merece reflexão dos estudiosos do Direito Bancário, especi-
operação que, periodicamente, se repete e, além disso, uma oportunidade almente quando a transferência deva ser cumprida fora da praça do orde-
adicional de receita, desde que o estudo do valor a financiar seja feito nante, hipótese que ganhará desdobramentos conforme sejam as figuras
através de cuidadoso modelo, que leve em conta não só o impacto do subjetivas do negócio de transferência clientes ou não do banqueiro.
recolhimento do cliente sobre suas reservas bancárias e, portanto, sobre o
depósito compulsório e o crédito rural mas, também, o ganho do float. Garrigues as estudou singelamente como transferências bancárias sem
incursionar por canais mais profundos. Embora se negue a reduzi-las a
O IPI sobre fumo e bebidas, por exemplo, é recolhido até o terceiro dia meras operações contábeis, situa-as entre os chamados serviços de caixa,
útil do decêndio subsequente ao da ocorrência dos fatos geradores e, o IPI contidos na conta-corrente.
sobre os demais produtos até o último dia útil. Se a venda for em 30 dias
para pagamento, a empresa estará adiantando o valor do tributo sobre um Há referências na doutrina a muitas teses que explicam a natureza ju-
valor que ainda não recebeu do cliente comprador. Daí a importância do rídica do traspasso bancário. Mossa (Lo check e I’assegno circolare secon-
financiamento. do la nuova legge, Milano, 1939) definiu-o como contrato de prestação de
obra ou serviço. Greco (Le operazioni di banca) identifica-o como mandato.
INTERMEDIAÇÃO BANCARIA NO PAGAMENTO Santini (Il banco-giro, Bologna, 1948) tinha-no como um mandato geral
conferido ao Banco para prestação de uma série de serviços, posição que
Exposição muito lembra a de Garrigues. Rospatt (Bankarchiv, v. XXXIII, 1934) qualifi-
As instituições financeiras, além de realizarem as operações financei- ca-o como contrato a favor de terceiro e Gierke (Handelsrecht und Schzffa-
ras que constituem seu escopo principal na intermediação do crédito, hrtsrecht, 6.ª ed., 503), como locação de serviço.
praticam outros negócios considerados acessórios com vistas a seu fim,
alguns dos quais representam típica prestação de serviço, caracterizando- Dominante hoje, especialmente em França (Lyon-Caen y Renault, Pla-
se não só pelo favorecimento do cliente, mas pelos benefícios imediatos da niol-Ripert) e na Itália (Messineo, Fiorentino, Colagrosso), fundamentada na
contrapartida. Entre as operações acessórias podemos encontrar a inter- disciplina de seus Códigos Civis, é a tese que o configura como uma dele-
mediação bancária no pagamento. gação.

Os Bancos, como é sabido, realizam pagamento a terceiro por conta de A doutrina intemacional serve geralmente como paradigma para os es-
seus clientes. Se esses pagamentos ocorrem por mero cumprimento de tudiosos, mas só como paradigma, pois nem sempre os usos e costumes
ordem, sobressai o caráter acessório, não assim se dará se a operação vier do comércio bancário de um país conhecem as mesmas práticas que os de
casada com alguma espécie de crédito concedido pela instituição, quando Outro e, em não as conhecendo, suas leis relativas ao tema não ensejam
então a prestação de serviço será apenas decorrência. E da mesma forma convergência doutrinária. Por isso, forçoso é que se proceda a um exame
que paga, também presta serviço de recebimento em nome de clientes, isto percuciente do instituto a fim de saber o que lhe convém como natureza
é, cobra. Seja o cliente quem paga ou recebe através do banqueiro, este jurídica a seu conteúdo negocial.
terá sido simplesmente um intermediador no pagamento a ou de terceiro.
Mesmo entre os italianos não há uniformidade de teses.
Dito isso, temos que a intermediação bancária no pagamento tanto a-
contece no pagar como no cobrar. Pertence a este capítulo de estudo o Para Messineo, trata-se o giro de uma delegação obrigatória ativa, me-

Conhecimentos Específicos 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
diante a qual o cliente ordena ao Banco, seu devedor (delegado) que financeira em contrato de conta-corrente, compreendido no serviço de
prometa o pagamento ao beneficiário (delegatário). O que seria transferido caixa. Efetua-se por saque bancário (via cheque), ou por simples ordem de
do devedor ao credor, no caso, seria o crédito (cessão). Já não é o que transferência escrita ou verbal. Quando importa a intervenção de outro
pensa, v. g., Fiorentino, para o qual o devedor (delegante) assina ao credor banqueiro, depositário do correntista destinatário do crédito, as relações,
(delegatário) um novo devedor (delegado), ocorrendo, portanto, uma dele- por mais complexas, exigem negócio especial de remessa de crédito,
gação obrigatória passiva (assunção de dívida). aparecendo então uma relação especial de mandato, chamado giro ou
traspasso, da mesma forma como quando a praça de pagamento for outra
O problema cresce de importância e sutileza na medida em que há ins- da do domicílio da conta debitada ou do ordenante.
titutos assemelhados no Direito Bancário, aos quais não se dispensa o
mesmo tratamento. O pagamento com cheque possui a mesma estrutura e A ordem de pagamento já nasce como giro, mesmo que o ordenante
mecânica, pelo menos entre nós, que a ordem de pagamento incondicional seja cliente, os recursos sejam debitados da conta, e não haja remessa do
por cheque, em que o cheque é enviado pelo ordenante diretamente ao crédito, sendo pagável na mesma praça — o que não é usual na prática
favorecido para que este o desconte no Banco. No entanto, aquele negócio bancária, todavia não há vedação. Já nasce como giro pela simples razão
encontra-se contido no mandato geral que inere à conta-corrente bancária. de que o dinheiro, saia ou não da conta, entra na disponibilidade imediata
Semelhante mecânica possui também a carta de ordem do crédito docu- do banqueiro para determinado fim que está no contrato de traspasso. E na
mentário, que ultrapassa em muito as forças da conta-corrente. É preciso ordem de pagamento em outra praça porque há remessa.
resolver esta aparente contradição.
Conteúdo do contrato
O contrato de giro enquanto relação entre ordenante e Banco mantém- O contrato de traspasso bancário não toca na matriz que o gera. A re-
se rigorosamente dentro do conteúdo do mandato. A dissensão se estabe- lação fundamental que vincula obrigacionalmente ordenante e beneficiário
lece no momento em que o delegado avisa o beneficiário, sobre a natureza nada tem a ver com o giro. Pouco importa que haja nele menção ao giro.
da relação que aí se cria, se de vínculo obrigacional ou mero aviso. Se se Salvo se houve intervenção do Banco e/ou ele aquiesceu intervir no paga-
entender que o aviso é vinculativo, e dependendo de menção que se faça mento, assumindo a dívida. Mas já aí não teremos giro ou o teremos junta-
no negócio fundamental, poderá haver acreditivo, mas existirá inequivoca- mente com acreditivo ou com delegação, o que nada tem a ver com o
mente delegação cumulativa. Com razão estariam as doutrinas francesa e negócio autônomo e solitário do giro.
italiana. Se, porém, o aviso for meramente informativo, insuficiente para
gerar obrigação, ineludivelmente encontramo-nos diante de negócio de Para que se tenha perfeita caracterização do traspasso bancário é pre-
intermediação: mandato ou prestação de serviço. ciso ter como estabelecido que o devedor da relação fundamental poderia
concluir seu contrato e cumprir a(s) prestação(ões) diretamente, por si
Na Itália e França a notificação do traspasso é constitutiva de obriga- próprio, sem a utilização do intermediário bancário ou com sua utilização
ção cumulativa, solidária portanto. Todavia, no Brasil, é documento de inessencial. E essa inessencialidade do giro a pedra de toque de sua
simples informação. Dada essa razão, optamos por qualificá-lo como um autonomia e complementariedade. As partes resolvem se usar do giro por
mandato especial. Não se trata de delegação mesmo por que a delegação comodidade e segurança, tendo sido a previsão desse uso contemporânea
é indelegável, isto é, nela não há qualquer possibilidade de retransmissão à constituição do vínculo ou posterior. “A” quando comprou de “B” aceitou
de poderes, enquanto no mandato isso é admissível através do substabele- como praça de pagamento a do domicílio de “B”, pois lá pretendia retomar
cimento. E comum na prática bancária o uso de correspondentes em luga- ao tempo da obrigação. Todavia, chegado o momento, a viagem se torna
res onde a instituição financeira não possui agências ou sucursais, aos impossível. Então “A” comunica a “B” que não irá, mas fará a remessa do
quais é confiado o encargo do cumprimento dos giros. Aliás, esta é uma valor via Banco, contra entrega de recibo com quitação. O Banco que
das importantes características que devemos ressaltar no Direito Bancário. cumprirá o pagamento não assume a dívida, apenas solve o compromisso
a mando de “A”. O que a instituição financeira faz é prestar serviço especia-
Seria, portanto, uma das espécies de mandato bancário, formando día- lizado a “A”, seja ou não cliente.
de com a cobrança de títulos e documentos na intervenção bancária no
pagamento, em que os Bancos atuam em ambas as pontas do evento A relação que se constitui entre ordenante e Banco é uma relação de
jurídico: pagando e recebendo. Mandato atípico pelo fato de poder nascer provisão. O ordenante traz os fundos e os entrega ao banqueiro, para que
bilateral, com outra particularidade digna de nota: sem representação. Na este, através de agência ou correspondente, realize o pagamento ao bene-
prática bancária brasileira o negócio de giro é executado pelo Banco, ficiário. Não há traspasso sem provisão. Se o ordenante for cliente e não
atuando como ele próprio Banco, não em nome do cliente, mas unicamente dispuser dos fundos, em outra operação de financiamento, que com esta
por conta do cliente. Assume a posição de intermediário prestador de não se liga nem comunica, poderá o Banco antecipar-lhe os recursos
serviço especializado. necessários para operar a transferência. O valor é creditado em conta-
corrente e remetido. Teremos, nesse caso, um negócio fundamental entre
É negócio jurídico que tanto pode ser unilateral quanto bilateral. A uni- ordenante e beneficiário e dois negócios entre ordenante e mandatário,
lateralidade, chamou-nos a atenção para esta particularidade mestre Pon- consistente em traspasso e financiamento.
tes (TDP, v. LII, n. 5.437), resulta em ordem de correntista quanto a fundos
em mãos do banqueiro para crédito ou pagamento a terceiro. E a bilaterali- Se o beneficiário é cliente e não há providência a exigir-se dele, basta-
dade nasce da contratação do giro com não cliente ou com cliente cuja rá o simples crédito em conta, mediante aviso, para consumar o pagamento
provisão tenha que ser feita, por não se encontrar em conta suscetível de e a desoneração de devedor-ordenante. Não sendo, comunicar-lhe-á o
débito. banqueiro, através de aviso meramente informativo, que se acha a sua
disposição o valor constante do giro. A recepção do aviso pelo beneficiário
Além disso, define-se como real, por dependente da entrega da provi- não obriga o Banco ao cumprimento da ordem de crédito ou pagamento.
são que é prévia e essencial, seja em moeda ou disponibilidade em conta. Há correlação com a Carta de Ordem do Crédito Documentário, só não há
E instantâneo e de execução imediata, uma vez que é ordem de crédito ou a modalidade “confirmada” que seria vinculativa. Portanto, mesmo tendo
pagamento à vista. E, finalmente, é oneroso em qualquer de suas formas, expedido o aviso referente ao crédito, se ainda não houve quer o pagamen-
sendo comutativo somente o bilateral. to quer a creditação em conta, inexigível pelo beneficiário será o cumpri-
mento do giro. Todavia, se houve creditação o pagamento realizou-se, não
Modalidades do giro há como estornar-se a quantia da conta.
O giro apresenta-se sob duas modalidades:
a) ordem de crédito; e Se, em virtude de razões muito pessoais, o Banco resolve garantir ao
b) ordem de pagamento. beneficiário o pagamento, já não se tratará mais de traspasso, ou terá
havido negócio complementar fora dele.
A ordem de crédito é transferência de uma conta bancária a outra. Este
tipo de transferência, quando operada internamente no âmbito de um único Assim é a prática bancária brasileira relativa ao negócio de giro.
banqueiro, fica inteiramente contida nos poderes outorgados à instituição

Conhecimentos Específicos 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Extinção
O contrato de giro se extingue no momento em que o Banco cumpre a O mandatário se obriga a exercer o mandato com zelo e proficiência,
prestação junto ao favorecido ou, na hipótese de cancelamento, no momen- respondendo por todo e qualquer dano que possa causar e que decorra de
to em que opera o giro de volta, efetivando a devolução da quantia ao prestação de serviço negligente, inábil e incompetente.
ordenante.
O mandante assume a obrigação de prover as despesas decorrentes
O cancelamento pode ocorrer por decisão do ordenante ou em razão do encargo a que foi incumbido o mandatário e a ressarcir os gastos por
de fato do favorecido: não ser encontrado, ter recusado o recebimento ou este suportados na execução das tarefas encomendadas.
qualquer outro motivo que inviabilize o pagamento.
Extinção
COBRANÇA DE TÍTULOS E DOCUMENTOS A cobrança se extingue pelo cumprimento do mandato, por comum a-
Conceito cordo, mediante distrato, por revogação do mandato, por denúncia do
A cobrança de títulos e documentos é serviço que os Bancos normal- mandatário ou por morte de qualquer das partes, a partir do conhecimento
mente colocam à disposição de seus clientes. Operando com títulos cambi- do fato, salvo morte do mandante, em que já tenha o mandatário iniciado o
ários e cambiariformes, como instrumento formal de seus negócios financei- cumprimento do mandato, em negócio que não admita interrupção sob
ros, as instituições bancárias necessitam manter serviço próprio de cobran- pena de prejuízo aos sucessores.
ça, montando, para isso, carteira especializada e pessoal treinado para o
desempenho desse mister. Unindo, portanto, a necessidade de defender os
próprios créditos, à exigência de maximizar o desempenho da equipe FAQ - Compensação de cheques
técnica, combatendo possível ociosidade, abrem as portas à prestação de 1. Como funciona a compensação de cheques?
serviços a terceiros, angariando clientes, reforçando a captação e diminuin-
do o custo do dinheiro. A regulamentação atual determina que a compensação de cheques se-
ja efetuada unicamente por intermédio de imagem digital e outros registros
O contrato de cobrança é negócio jurídico de outorga de poder, que eletrônicos do cheque (truncagem de cheques).
tem fim específico e conteúdo limitado. 2. Quais são os prazos de bloqueio de cheque acolhido em depó-
sito?
Natureza jurídica
A natureza jurídica da cobrança é a do mandato sem representação. O O prazo de bloqueio varia apenas em função do valor do cheque. Para
cobrador age como mero intermediário, alguém autorizado à prática de atos liberação dos valores depositados, esse prazo é contado a partir do dia útil
de preservação de direito e de quitação, sub-rogação, cessão ou outro de seguinte ao do depósito, sendo de:
conteúdo equivalente. O titular do crédito por ele não se faz presente.
• até dois dias úteis para cheques de valor inferior a R$ 300,00;
Se a cobrança contratada for de títulos de crédito cambiários ou cam- • um dia útil para cheques de valor igual ou superior a R$ 300,00.
biariformes o mandato é outorgado pela formalização de endossomandato,
sendo possível a sub-rogação do mandatário, pelo substabelecimento 3. Quais são as ocorrências que podem aumentar os prazos de
através de outro endosso, caso não haja proibição expressa. Nestes casos, bloqueio de cheques?
o chamado borderô de cobrança atua apenas como relação dos títulos
Os prazos de bloqueio citados na resposta à pergunta 2 podem ser al-
entregues ao e recebidos pelo cobrador.
terados em função das seguintes ocorrências:
Se, como sói acontecer no sistema bancário brasileiro, o endosso para • feriado local na praça sacada: acréscimo de um dia útil;
fins de cobrança ocorrer sob a forma de endosso-pleno, teremos que a
outorga do mandato deu-se extracambiária ou extracambiariformemente. E • inoperância da Compe: prorrogação até o dia útil seguinte ao do
então ou está no borderô o contrato ou este é tácito, funcionando o endos- restabelecimento do sistema.
so-pleno como endosso-fidúcia. Esta modalidade, se por um lado, facilita a
negociação bancária (a cobrança pode converter-se em desconto ou ante- O prazo de bloqueio do cheque não pode ser alterado em virtude de fa-
cipação ou caução etc.), por outro, expõe o endossatário a ser demandado lha operacional do banco remetente ou do banco destinatário no processo
em nome próprio como se fosse o titular do direito creditório, não podendo de compensação.
escapar às exceções que lhe forem próprias. 4. Quais são os prazos máximos de entrega, ao depositante, de
cheque devolvido?
É contrato oneroso, sendo cobrada comissão pelo serviço. Via-de-regra
é unilateral por estabelecer obrigações somente para uma das partes, A partir do fim do prazo de bloqueio, o cheque devolvido deve estar à
todavia, pode tomar-se bilateral imperfeito, especialmente se mal sucedido, disposição do cliente depositante em sua dependência de relacionamento
tendo gerado despesas. Além disso, é consensual, só sua eficácia é que em até:
depende da entrega da coisa, instantâneo e típico, constituindo modalidade
• dois dias úteis, no caso de depósito feito na mesma praça da de-
de mandato mercantil. Regula a espécie os arts. 140 a 164 do C. Com.,
pendência de relacionamento do cliente;
sendo aplicáveis subsidiariamente as disposições do Código Civil e, em se
tratando de mandato em endosso, a lei específica que regula o título de • sete dias úteis, no caso de depósito feito em praça distinta daquela
crédito em que o mesmo ocorra. onde situada a dependência de relacionamento do cliente.

Conteúdo obrigacional Os prazos de entrega citados podem ser acrescidos de um dia útil em
O mandato se perfaz com o endosso por parte do mandante e a acei- função de feriado local na praça onde situada a dependência de relaciona-
tação pelo mandatário. Não havendo proibição de novo endosso, o substa- mento do cliente.
belecimento de poderes iguais ou mais limitados é tacitamente consentido, Mediante acordo entre o cliente e o remetente, o cheque pode ser de-
não podendo gerar prejuízos a terceiros de boa-fé. Entre mandante e volvido em outra dependência. Nesse caso, sem previsão de prazo regula-
mandatário, todavia, vale a vedação do art. 146 do C. Com. Pelos atos do mentar.
mandatário contidos dentro do mandato responde o mandante, sendo,
pelos que excederem, responsabilizado o próprio autor, como se se tratas- 5. Quando os valores depositados ficam disponíveis?
se de gestão de negócios, bem como por aqueles nos quais atue em nome
próprio, ainda que por conta do mandante. Para saque, os valores ficam liberados no dia útil seguinte ao último dia
do prazo de bloqueio.
O mandatário tem direito de retenção sobre bens objeto do mandato,
por dívida do mandante perante si decorrente dessa operação.

Conhecimentos Específicos 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para compensar débitos na respectiva conta corrente do depositante, • Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP).
os valores depositados ficam disponíveis na noite do último dia do prazo de
bloqueio. RSFN

6. O que ocorre quando os valores depositados sofrem bloqueio As transferências de recursos financeiros no SPB são formalizadas por
por prazos superiores aos anteriormente previstos? meio de mensagens eletrônicas transmitidas exclusivamente por intermédio
da Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN). São padronizadas e
Os valores depositados que sofrerem bloqueio por prazos superiores observam procedimentos específicos de segurança
aos regulamentares devem ser remunerados, por dia de excesso, pela (criptografia e certificado digital).
Taxa Selic.
4. ASPECTOS JURÍDICOS: noções de direito aplicadas às opera-
7. Quais são os prazos máximos de bloqueio e de entrega de che-
ções de crédito:
que devolvido no caso de depósito de cheques em outra dependência
do mesmo banco? a) Sujeito e Objeto do Direito;
b) Fato e ato jurídico;
Os depósitos em cheques de outra dependência do mesmo banco ob- c) Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos, classifi-
servam os mesmos prazos máximos de bloqueio e de entrega previstos cação dos contratos; contratos nominados, contratos de compra e
anteriormente para os cheques de outro banco, podendo ser reduzidos, de
venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos formais e infor-
acordo com os critérios próprios de cada banco.
mais.
8. Como posso compensar um cheque sacado contra uma agência Instrumentos de formalização das operações de crédito:
bancária no exterior? a) contratos por instrumento público e particular;
Você deve procurar um agente autorizado a operar no mercado de b) cédulas e notas de crédito.
câmbio. (Veja também as perguntas e respostas sobre câmbio) Garantias: a) Fidejussórias: fiança e aval;
b) Reais: hipoteca e penhor;
9. O banco pode cobrar tarifa pela compensação de cheques?
c) Alienação fiduciária de bens móveis.
Não. A compensação de cheques é considerada "serviço essencial" e Títulos de Crédito – nota promissória, duplicata, cheque.
não pode ser cobrada pela instituição financeira.
Sistema de Pagamentos Brasileiro Sujeito de Direito - Pessoa Natural e Pessoa Jurídica
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de Sujeitos de direito são todos os centros subjetivos de direito ou dever,
procedimentos, regras, instrumentos e operações integrados que, por ou seja, tudo aquilo que o direito reputa apto a ser titular de direito ou
meio eletrônico, dão suporte à movimentação financeira entre os devedor de prestação.
diversos agentes econômicos do mercado brasileiro, tanto em moeda local
quanto estrangeira, visando a maior proteção contra rombos ou quebra em Os sujeitos de direito podem ser classificados, inicialmente, em dois ti-
cadeia de instituições financeiras. pos de acordo com seu objeto:

Sua função básica é permitir a transferência de recursos financeiros, o * sujeito de direito humano (a pessoa física e o nascituro) e
processamento e liquidação de pagamentos para * sujeito de direito inanimado (as pessoas jurídicas e as entidades des-
pessoas físicas, jurídicas e entes governamentais. personalizadas).
Toda transação econômica que envolva o uso de cheque, cartão de Sujeito de direito personalizado ou despersonalizado:
crédito, ou TED, por exemplo, envolve o SPB.
Os sujeitos de direito, no campo do direito privado, podem ser também
Finalidade classificados quanto à necessidade de autorização para a prática de atos
A finalidade básica do sistema de pagamentos é transferir recursos jurídicos em sujeitos de direito personalizados e sujeitos de direito desper-
entre bancos, de forma a viabilizar o processamento e a liquidação de sonalizados.
pagamentos de pessoas, empresas, governo, Banco Central e instituições O que distingue o sujeito de direito personalizado do despersonalizado
financeiras. Estas transferências são realizadas através de débitos e é, como vimos, o regime de autorização ou não para a prática de atos
créditos nas Contas de Reserva Bancária que os bancos possuem junto jurídicos
ao Banco Central
O sujeito de direito personalizado pode praticar todos os atos jurídicos
Estrutura que a lei não lhes proíbe. Qualquer pessoa pode comerciar, exceto aqueles
Além do Banco Central, o Sistema de Pagamentos Brasileiro é proibidos, como por exemplo o funcionário público, segundo seu estatuto; o
integrado por: falido, enquanto não reabilitado etc.).
O sujeito de direito despersonalizado somente pode praticar os atos ju-
• Instituições Financeiras;
rídicos que a lei lhes autoriza ou aqueles correspondentes à sua função
• Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC); essencial. O nascituro e o condomínio, não podem comerciar por faltar
norma expressa no ordenamento jurídico que lhes permita esta atividade e
• Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações por não ser esta atividade correspondente à sua função essencial. Entre-
de Ativos BM&F; tanto, o nascituro pode ser sujeito passivo de tributos e o condomínio pode
contratar e despedir empregados, ser credor da contribuição condominial
• Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações etc.
de Câmbio BM&F;
Existem exceções a esta regra:
• Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações
de Derivativos BM&F; * Atos típicos de pessoa física não podem ser praticados por pessoa ju-
rídica, ainda que não haja vedação legal expressa. Exemplo: a pessoa
• Cetip; jurídica não pode se casar.
• Selic; * Atos jurídicos da essência dos entes despersonalizados podem por
estes ser praticados mesmo sem autorização expressa. Exemplo: a contra-
• Cielo (antiga Visanet) e Redecard; tação de empregados pelo condomínio.
• TecBan;

Conhecimentos Específicos 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
direito público, contudo, opera com conceitos diversos. O Estado, em- Para que se constitua um ato jurídico, o direito brasileiro adotou a ne-
bora sendo pessoa jurídica, só pode praticar os atos que a lei lhe autoriza. cessidade da declaração da vontade, que pode ser expressa ou tácita.
COELHO, Fábio Ulhoa
Convém ressaltar que os efeitos jurídicos decorrentes da volição hu-
Qual o objeto do Direito? O Prof. Sacha Calmon demonstra que o obje- mana são instituídos pela norma jurídica, assim como os provenientes da
to do Direito organizar a Sociedade, predeterminar as condutas, premiar as ação da natureza também o são. Porém, no âmbito dos atos jurídicos, o
desejáveis, punir as indesejáveis, construir as instituições. O objeto do caminho para a realização dos objetivos visados pelo declarante da vonta-
Direito é a paz, a harmonia, a regulação do convívio humano. de depende da natureza ou do tipo do ato realizado. Tal caminho terá que
E como age o Direito? O Prof. fala dos modais deônticos: os compor- ser seguido na conformidade da lei ou poderá ser traçado autonomamente
tamentos permitidos, facultados ou proibidos e com estes modais que o pela parte interessada.
Direito constrói os comportamentos desejados e com isso nascem os
direitos, os deveres e as sanções. Assim, segurança jurídica é o valor Atos Jurídicos “Stricto Sensu”
primordial e não a Justiça, porque ela é cambiante, progride com o tempo.
Previsibilidade e certeza de como as pessoas, instituições e autoridades Conforme a doutrina pandeccista alemã, os atos jurídicos no sentido
devem ser primordiais ao Direito. O prof. menciona ainda que o mundo estrito são aqueles decorrentes de uma vontade moldada perfeitamente
ocidental conhece duas formas de aplicar ou construir o Direito: pelos pelos parâmetros legais, ou seja, uma manifestação volitiva submissa à lei.
precedentes ou pelas leis. Finalmente, o Prof. disserta sobre os controles
de constitucionalidade no Brasil e no Direito Comparado. Por: Sacha Cal- São atos que se caracterizam pela ausência de autonomia do interes-
mon Navarro Coêlho sado para auto regular sua vontade, determinando o caminho a ser percor-
rido para a realização dos objetivos perseguidos.
FATO, ATO E NEGÓCIO JURÍDICO
Parte Geral e Obrigações Defeitos dos atos Jurídicos

Fato Jurídico Vícios do Consentimento:

Fato Jurídico É Todo acontecimento, natural ou humano e suscetível Erro


de produzir efeitos jurídicos. Os fatos Jurídicos constituem gênero que Podemos considerar o erro como um falso conhecimento ou noção e-
inclui eventos puramente naturais (fatos jurídicos em sentido restrito), quivocada sobre um fato ou características referentes ao objeto, pessoa,
e atos humanos de que derivam efeitos jurídicos, quais sejam, atos jurídi- cláusula ou sobre o próprio ato negocial como um todo.
cos e atos ilícitos. Tal a classificação adotada pelo Código Civil ao consi-
derar que, no ato Jurídico ou lícito, o efeito jurídico deriva da vontade do Erro, entretanto, só é considerado como causa de anulabilidade do ne-
agente (contratos, testamentos),ao passo que no ato ilícito o feito inde- gócio se for essencial, escusável e prejudicar real e efetivamente o decla-
pende da vontade do agente, que, ao agir com dolo ou culpa e ocasionar rante da vontade.
dano a outrem, ocasionará efeitos jurídicos que, em absoluto, desejou,
porque sempre sujeito às sanções legais. Erro de Fato, aquele que recai sobre uma situação fática referente ao
negócio realizado, subdivide-se em erro essencial e erro acidental.
Caso fortuito ou força maior são fatos capazes de modificar os efei- Erro essencial ou substancial: É aquele que, de acordo com o direito
tos de relações jurídicas já existentes, como também de criar novas rela- positivo (CC, art. 86), é capaz de viciar o consentimento do agente, tornan-
ções de direito. São eventualidades que, quando ocorrem, pode escusar o do o negócio por ele praticado anulável. São quatro as modalidades de erro
sujeito passivo de uma relação jurídica pelo não cumprimento da obrigação substancial, a saber:
estipulada. E o caso, por ex., de uma tempestade que provoque
o desabamento de uma ponte por onde deveria passar um carregamento Error in negotio: Este tipo de erro diz respeito à natureza própria do ato,
confiado a urna transportadora. Diante de tal situação e da impossibilidade ou seja, incide sobre a própria essência ou substância do negócio. Por ex.,
da continuação do itinerário, a transportadora livra-se da responsabilidade algum que pensa estar vendendo um objeto quando na verdade estar
pela entrega atrasada do material. Porém, para que determinado caso realizando uma doação.
fortuito ou força maior possa excluir a obrigação estipulada em um contrato,
é necessária a observação de certas circunstâncias, tais como a inevitabili- Error in corpore: É aquele que recai sobre a identidade do objeto prin-
dade do acontecimento e a ausência de culpa das partes envolvidas na cipal da relação jurídica negocial. Por ex., um indivíduo que acredita estar
relação afetada. Caso não haja a presença de qualquer destes requisitos, comprando uma motocicleta, mas na realidade adquire uma bicicleta.
não pode haver caso fortuito ou força maior que justifiquem
o descumprimento contratual. Error in substantia: Incide sobre as características essenciais do objeto
da declaração da vontade. Por ex., alguém que, sem saber, adquire uma
“Factum principis” é aquele fato também capaz de alterar relações ju- casa de dois pavimentos, mas acreditava estar comprando uma de três.
rídicas já constituídas, porém, através da presença da intervenção do
Estado e não da ação da natureza ou de qualquer eventualidade. Tal Error in persona: Induz a uma falsa ideia sobre a própria pessoa que fi-
situação se configura quando o Estado, por motivos diversos e de interesse gura como a outra parte da relação negocial. É o caso, por ex., do marido
público, interfere numa relação jurídica privada, alterando seus efeitos e, que, sem ter o conhecimento do fato, contrai matrimônio com mulher já
por vezes, até assumindo obrigações que antes competiam a um ou mais deflorada.(Código Civil, art. 219, IV).
particulares. Por ex. o Estado pretende construir uma estrada que cortará o
espaço físico de determinada indústria, provocando sua desapropriação e a Erro acidental: Em tese, não é capaz de viciar o consentimento do su-
consequente extinção do estabelecimento industrial, mediante, obviamente, jeito, pois recai apenas sobre qualidades acessórias do objeto da rela-
indenização. Porém, não só a indústria será extinta como também os ção(error in qualitate), bem como sobre sua medida, peso ou quantida-
demais contratos de trabalho dos empregados do local. Diante de tal situa- de(error in quantitate), desde que não importe em prejuízo real ao individuo.
ção, a autoridade pública obriga-se a assumir as devidas indenizações Por ex., uma pessoa que compra um automóvel e posteriormente descobre
trabalhistas, conforme disposto no art. 486 da CLT. que o porta-malas é 5 cm2 menor do que pensava.

Atos Jurídicos no Sentido Amplo Já o erro de direito ou error juris é aquele que diz respeito à norma
jurídica disciplinadora do negócio. Não se confunde, contudo, com aigno-
O Ato jurídico “lato sensu”, necessariamente, é decorrente da vontade rantia legis, uma vez que esta é o desconhecimento completo da existência
do homem devidamente manifestada, ou seja, não há ato jurídico sem a da lei, sendo o erro de direito seu conhecimento equivocado, apesar do
devida participação volitiva humana. Código Civil equiparar essas duas noções.

Conhecimentos Específicos 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Dolo Ato Jurídico Anulável ato praticável em desatendimento a formalida-
A noção que teremos de dolo é diversa daquela empregada pelo direito des legais, e que, embora ratificável, pode ser anulado por quem tenha
penal, pois este o restringe apenas à vontade livre e consciente de praticar interesse na sua ineficácia. Determina o Código Civil “Art. 147.anulável
um crime.Dolo civil é todo ato malicioso ou fraudulento empregado por uma o ato Jurídico, por incapacidade relativa do agente (art. 6º); por vício
das partes ou por terceiro com o objetivo de ludibriar o outro contratante resultante de erro, dolo, coação, simulação, ou fraude (arts. 86 a 113). Art.
para que este manifeste seu consentimento de maneira prejudicial a sua 148. O ato anulável pode ser ratificado pelas partes, salvo direito de tercei-
vontade livre ou ao seu patrimônio, pois este consentimento seria declarado ro. A ratificação retroage à data do ato”. O art. 152estabelece: “As nulida-
de forma diferente ou sequer teria existido caso não fosse utilizado tal des do art. 147 não tem efeito antes de julgadas por sentença, nem se
artifício astucioso. pronunciam de ofício. Só os interessados as podem alegar, e aproveitam
exclusivamente aos que as alegarem, salvo o caso de solidariedade, ou
Existem diversos tipos de dolo, sendo o dolus bonus e o dolus ma- indivisibilidade”.
lus os que mais nos interessam.
Ato-Condição é necessário para que a lei possa ser aplicada. Pressu-
Dolus bonus: É aquele frequentemente empregado no comércio in- põem um imperativo hipotético, cuja concretização depende da realização
formal e até mesmo no formal. Consiste em exageros nas vantagens e de certos atos voluntários ou, mesmo, fatos. Ato-condiçõesnão se confun-
boas qualidades da mercadoria oferecida pelo comerciante. de com o ato jurídico em sentido restrito porque no ato-condição o efeito
jurídico, produzido pela aplicação de uma situação jurídica criada, ao passo
Dolus malus: É o dolo que prejudica efetivamente a vítima, capaz de que no ato Jurídico em sentido estrito, à vontade daquele que pratica o ato
viciar sua vontade, tornando o negócio anulável. E um artifício fraudulento que produz o efeito jurídico.
que consegue enganar até mesmo as pessoas mais cautelosas e instruí-
das. Negócios Jurídicos

Coação O negócio jurídico é todo ato decorrente de uma vontade auto regula-
Entende-se como coação capaz de viciar o consentimento todo fator da, onde uma ou mais pessoas se obrigam a efetuar determinada presta-
externo capaz de influenciar, mediante força física ou grave ameaça, a ção jurídica colimando a consecução de determinado objetivo. Como em
vítima a realizar negócio jurídico que sua vontade interna não deseja efetu- todo ato jurídico, os efeitos do negócio jurídico são previamente instituídos
ar. pelas normas de direito, porém, os meios para a realização destes efeitos
estão sujeitos à livre negociação das partes interessadas, que estabelecem
Vícios Sociais as cláusulas negociais de acordo com suas conveniências, claro que sem
ultrajar Os limites legais.
Simulação:
Negócio simulado é aquele forjado pelas partes e que na verdade não O negócio jurídico mais comum é o contrato, apesar de existirem ou-
existe, com o objetivo de prejudicar terceiros. São atos praticados sempre tros tipos de atos negociais, como o testamento, por exemplo.
com a cumplicidade de outrem, ou seja, são bilaterais. Podem apresentar
uma declaração de vontade intencionalmente discrepante da vontade real A classificação mais comum dos negócios jurídicos é a seguinte:
ou um consentimento externo em harmonia com a vontade interna, mas
que de qualquer modo está em detrimento com a ordem jurídica. Negócios receptícios e não receptícios: o negócio jurídico receptício é
aquele em que a manifestação da vontade de uma parte deve estar em
Fraude contra credores: consonância com a outra parte para que o negócio se constitua e produza
A fraude contra credores é um ato praticado pelo devedor, com ou sem efeitos. Há a necessidade de duas vontades dirigidas em sentidos opostos,
a cumplicidade de outrem, com o objetivo de desfazer o seu patrimônio ou seja, à vontade de uma parte deve ser direcionada à outra parte, que,
para impossibilitar o pagamento de suas dívidas, prejudicando, portanto, os por sua vez, deve recebe-la e manifestar suas intenções ao outro interes-
credores. Pode decorrer de uma simulação ou da realização de um negócio sado, produzindo então o acordo de vontades.
de fato existente, porém anulável, segundo o art. 147, II, CCB.
Já os negócios não receptícios são aqueles que se realizam com uma
Atos Ilícitos simples manifestação unilateral de vontade, não havendo a necessidade de
seu direcionamento a uma pessoa especifica para que se plenifique e
São atos que vão de encontro com o ordenamento jurídico, lesando o produza efeitos.
direito subjetivo de alguém.
Negócios “inter vivos” e “mortis causa”: Os negócios
Para que se configure o ato ilícito é mister que haja um dano moral ou “inter vivos” são aqueles que se realizam e se aperfeiçoam enquanto
material à vítima, uma conduta culposa (dolo ou culpa “stricto sensu”) por as partes estão vivas.
parte do autor e um nexo causal entre o dano configurado e a conduta
ilícita. “Mortis causa” são aqueles cujos efeitos só são produzidos com o ad-
vento da morte de uma das partes. E o caso dos testamentos ou dos con-
Ilícito civil gera uma obrigação indenizatória pelos danos efetivos e, em tratos de seguro de vida.
alguns casos, pelo que a vítima deixou de lucrar com o dano provocado.
Negócios onerosos e gratuitos: Negócio jurídico oneroso é aquele
Tal obrigação decorre da responsabilidade civil, que é a possibilidade em que as partes acordam uma prestação e uma contra prestação pecuniá-
jurídica que determinada pessoa tem de responder pelos seus atos, sejam ria, produzindo, para ambas, vantagens e encargos.
eles lícitos ou não. A responsabilidade pode ser direta (responder pelos
próprios atos) ou indireta (responder por atos de terceiros). O negócio gratuito ou gracioso caracteriza-se pela presença de vanta-
gens para somente uma das partes, enquanto que para a outra há somente
OAto Jurídico Inexistente não constitui um ato propriamente dito, de encargos.
vez que a própria expressão ato inexistente constitui uma contradictio in
adiectio. Negócios solenes e não solenes: Solenes são aqueles que, por sua
própria natureza ou por disposição legal, exigem o cumprimento de deter-
Ato Jurídico Nulo, Ato desprovido de requisitos substanciais ou que minadas formalidades para que se configurem perfeitos.
fere a norma jurídica, sendo inquinado de ineficácia absoluta. O Código
Civil exige, no art. 82, para a validade do ato jurídico, agente capaz, objeto Não solenes são aqueles que não exigem tais formalidades para se
lícito e forma prescrita ou não defesa em lei. constituírem, apesar de, geralmente, apresentarem forma apenas a título
de prova de sua existência.

Conhecimentos Específicos 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como já pudemos observar, a forma nos negócios jurídicos pode ser
Estrutura dos Negócios Jurídicos determinada pela lei ou pelos próprios interessados de maneira autônoma.
No primeiro caso, estamos no campo dos negócios solenes, ou seja, aque-
Consentimento les que exigem o cumprimento de determinadas solenidades para sua
Sabemos que a presença da vontade é característica básica na forma- configuração jurídica.
ção de qualquer ato jurídico. Porém, mister se faz a manifestação livre e
consciente desta vontade, para que esta possa funcionar de maneira a Elementos Acidentais Ou Modalidades
expressar a verdadeira intenção do agente a respeito do negócio que está
realizando. Caso isto não ocorra, caracterizam-se os chamados vícios do Condição
consentimento, situações que apreciaremos adiante. Segundo a art. 114 do Código Civil “considera-se condição a cláusula,
que subordina o efeito do ato jurídico a evento futuro e incerto”.
Capacidade das partes
Se a vontade é pressuposto essencial para a existência dos atos jurídi- O legislador não poderia ser mais claro ao definir a condição, que, ao
cos, consequentemente, a possibilidade jurídica ou capacidade para mani- incidir sobre a eficácia (capacidade de produzir consequências de direito)
festá-la também o será. do negócio jurídico, deixa seus efeitos dependentes de um acontecimento
futuro que pode ou não se realizar.
Dessa maneira, à vontade declarada por incapaz torna o negócio jurí-
dico, a depender do grau da incapacidade (absoluta ou relativa), nulo ou Para que haja condição, o acontecimento, além de futuro e incerto, de-
anulável. Sendo assim, o Código Civil assim determina em seu art. 145: É ve ser possível física e juridicamente. A impossibilidade física da realização
nulo o ato jurídico: I. quando praticado por pessoa absolutamente inca- de determinado acontecimento gera a invalidação da condição, porém,
paz;...”. E na mesma linha de raciocínio, o art. 147 assim reza: “É anulável mantém o negócio ileso, devendo ignorar a existência da cláusula condicio-
o ato jurídico: I. por incapacidade relativa do agente;...”. nal impossível, para que possa produzir efeitos desde sua formação.

Isso não significa que os incapazes não podem figurar como sujeitos Os principais tipos de condição admitidos em nosso direito são a con-
de uma relação jurídica negocial. Participam indiretamente de tais relações dição suspensiva e a condição resolutiva.
através de seus representantes legais, no caso dos absolutamente incapa-
zes, ou de um assistente, quando se trata dos relativamente incapazes. Segundo o art. 118 do Código Civil, “subordinando-se a eficácia do ato
Dessa forma, a representação é a forma de suprimento da incapacidade à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquiri-
absoluta, sendo a assistência a maneira adotada pelo direito para a prote- do o direito, a que ele visa”.
ção dos relativamente incapazes.
Dessa maneira, a condição resolutiva é o contrário da suspensiva, uma
Há casos, entretanto, em que a capacidade ordinária ou geral a qual se vez que esta última, ao se observar o fato condicionante, permite que o ato
referem os arts. 5º e 6º do Código Civil não é suficiente para conferir a passe a produzir seus efeitos normais, enquanto que a primeira, quando se
possibilidade jurídica para uma pessoa manifestar validamente seu consen- dá o acontecimento previsto por ela, cessa todos os efeitos que o negócio
timento. Nestas situações, estamos na seara da chamada capacidade já produzia desde sua formação.
especial, que é exigida ao indivíduo devido à sua posição em relação ao
objeto do ato negocial, ou devido a determinadas circunstâncias relativas à Termo
própria situação da pessoa. Termo é todo evento futuro e certo ao qual ficam subordinados os efei-
tos decorrentes do negócio jurídico. Aliás, a diferença básica entre termo e
Liceidade do objeto condição é justamente a certeza do acontecimento futuro que, no caso do
Para que o negócio jurídico possa realizar-se de forma perfeita e efi- termo, deve existir necessariamente.
caz, o direito, além de exigir a presença do consentimento e a capacidade
das partes, pressupõe que a relação jurídica gire entorno de um objeto Nos negócios a termo é comum o aparecimento de um termo inicial,
lícito, ou seja, tolerado pelo ordenamento jurídico e pelos bons costumes. que corresponde ao dia em que o negócio começará a produzir seus efeitos
De maneira que a presença de objeto ilícito é causa incontestável de anu- ordinários. Possui, portanto, características suspensivas, pois deixa os
lação do negócio, conforme dita o art. 145, II, do Código Civil. efeitos do ato suspensos até a chegada da data acordada pelas partes.
Contudo, o termo inicial não corresponde ao dia em que os direitos das
Idoneidade do objeto partes serão adquiridos, e sim, ao marco inicial para a possibilidade do
Ainda nas considerações sobre o objeto da relação negocial, temos exercício destes direitos, estes existindo desde a formação do ato. E o que
que, além de lícito, deve ser ele idôneo, ou seja, passível de figurar como encontramos disciplinado no art. 123 do Código Civil.
centro de uma relação jurídica. Assim, o objeto cuja prestação for impossí-
vel de ser realizada tanto pelo devedor quanto por qualquer outra pessoa Também é comum o advento do chamado termo final, que nada mais é
normal gera a nulidade do ato ao qual pertence. do que o dia marcado pelas partes para o rompimento dos efeitos jurídicos
do negócio, possuindo, com efeito, características resolutivas.
Forma
À vontade, para que possa dar eficácia ao negócio jurídico colimado Prazo é o lapso de tempo existente entre o termo inicial e o final. As-
pelas partes, deve ser manifestada através de um meio determinado pela sim, quando alguém compra um automóvel e divide o pagamento em
norma jurídica ou pelos próprios interessados. São solenidades ou ritos que prestações, o termo inicial corresponderá ao dia acordado para o pagamen-
devem ser seguidos para que a vontade deixe o âmbito subjetivo e passe a to da primeira prestação e o termo final à data para a efetuação da última
existir no mundo exterior ao individuo, gerando então efeitos jurídicos. parcela, sendo o prazo o tempo que decorrer entre a primeira prestação e a
última.
O nosso direito adota o princípio da forma livre para a validade das e-
missões volitivas na seara negocial, conforme podemos apreender do art. Modo ou Encargo
129 do Código Civil. Porém, esse mesmo artigo põe a salvo os negócios Modo é a determinação acidental que, quando aparece no negócio,
cuja forma é previamente determinada pela lei, não se admitindo para a restringe o direito ou as vantagens auferidas por uma das partes, na medi-
validade destes atos qualquer outro tipo de meio para a exteriorização da da que institui uma ou mais obrigações ao adquirente do direito, em favor
vontade senão aquele imposta pela norma legal. Dessa maneira, a regra é da outra parte, de terceiros ou de uma generalidade de pessoas. Geralmen-
que os negócios jurídicos reputam-se válidos mediante qualquer instrumen- te aparecem nos chamados negócios graciosos como a doação e o testa-
to de manifestação volitiva, e a exceção que determinado ato só serão mento ou legado. Apresenta-se sob a forma de um compromisso ou uma
considerados existentes caso observem a forma especial a eles determina- prestação imposta à parte beneficiada pelo negócio e que deve ser obser-
da pela norma jurídica. vada, sob pena do desfazimento do ato.

Conhecimentos Específicos 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O modo, entretanto, é diferente da condição, na medida em que esta perdas e danos. Quanto à obrigação alternativa, a própria denominação o
suspende a aquisição do direito até que se realize determinado evento indica, é aquela que tem natureza composta ou complexa, apresentando-se
(condição suspensiva), porém, ao ser adquirido, o direito torna-se pleno. Ao com vários objetos, dos quais o devedor escolher um, se o contrário não se
passo que, ao contrário da condição, o encargo permite a aquisição do estipular.
direito desde a formação do ato, porém restringindo-o a uma determinada
obrigação que deve ser observada pelo adquirente. Podem as partes, contudo, contratar que a escolha seja feita pelo cre-
dor ou por terceiro escolhido por elas. No que tange às obrigações divisí-
Negócio Jurídico. Em que pese o fato de considerável parte da doutrina veis, são aquelas que ensejam cumprimentos parciais. A importância desta
civilista confundir as expressões ato jurídico e negócio jurídico, moderna- espécie de obrigação avulta quando se trata de vários credores e devedo-
mente uma nova concepção, de caráter dualista, ressalta sensíveis diferen- res para uma só obrigação; em tal caso, cada credor tem direito apenas a
ças entre estas duas figuras. uma parte, podendo reclama-Ia independentemente dos demais credores.
Em contrapartida, cada devedor responde apenas por sua cota.
Relações Jurídicas (definição, espécie, nascimento e extinção).
Quanto às obrigações indivisíveis, somente pode ser cumprida em sua
Relações Jurídica, desde seu nascimento até a morte, o homem se a- integralidade. Havendo vários credores na obrigação indivisível, qualquer
cha envolvido em imensa teia de relações sociais, muitas das quais a lhe deles pode cobrar a dívida toda; porém, recebendo prestação, fica devedor
imporem direitos e deveres. junto aos demais credores pela cota-parte de cada um. O devedor, por sua
vez, desobriga-se por inteiro pagando a todos conjuntamente ou a um
Quando, numa relação jurídica, os direitos e deveres das partes são credor apenas, desde que dá caução de ratificação dos demais. No que se
recíprocos, tal relação chama-se complexa; quando apenas uma das partes refere à obrigação solidária, pode ser conceituada como a espécie de
tem direito, e a outras obrigações, a relação chama-se simples. Por outro obrigação em que há vários credores ou vários devedores, mantendo entre
lado, se num dos pólos da relação jurídica acha-se o Estado, dotado de seu si uma solidariedade jurídica quanto ao crédito ou débito. A solidariedade
poder de império, haver relação jurídica de direito público. pode ser ativa, quando pertinente aos credores, e passiva, quando referen-
te aos devedores.
Classificação das Obrigações quanto ao objeto (de dar, de fazer e de
não-fazer). Determina o Código Civil no art. 896, parágrafo único, que há solida-
riedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais
Em se adotando a classificação das obrigações prevista no Código Ci- de um devedor, cada um com direito, ou obrigado a divida toda. Não há
vil, temos o seguinte quadro, quanto ao objeto e quanto ao sujeito. solidariedade, pois esta não se compadece com o fracionamento do objeto.

Quanto ao objeto subdividem-se em: positivas, que são as dedar Extinção das obrigações sem pagamento (novação, compensação,
e as de fazer; negativas, que são as de não fazer (arts. 882 e transação, confusão, compromisso e remissão).
883); alternativas; divisíveis; indivisíveis. Quanto ao sujeito, as obriga-
ções classificam-se em: individuais; solidárias. Novação do latim novare, inovar. Constituição de uma nova obrigação,
em substituição à anterior, que se extingue. E a extinção de uma dívida
A Obrigação Positiva de dar é aquela cujas prestações consiste na anterior pela criação de uma nova obrigação. Código Civil: arts. 999 a
entrega de uma coisa móvel ou imóvel, seja para constituir um direito real, 1.008.
seja somente para facultar o uso, ou ainda, a simples detenção, seja,
finalmente, para restituí-la ao seu dono. Tal definição compreende duas É a forma de extinção da obrigação mediante a substituição de uma di-
espécies de obrigações: a de dar, propriamente dita, e a de restituir. O vida por outra. Opera-se pela mudança do credor (art. 999, III, do Código
devedor não se desobriga, nesta relação jurídica, oferecendo outra coisa, civil), pela mudança do devedor (art. 999, II do Código Civil), como, por
ainda que mais valiosa. Se a coisa a dar é certa, nela se compreendem os igual, pela troca do objeto ou da causa da obrigação (art. 999, I, do mesmo
seus acessórios, ainda que se achem, no momento, dela separados, salvo Código).
se, na convenção, o devedor foi eximido desse encargo. A obrigação positi-
va de dar pode estar fundada em coisa certa ou em coisa incerta. Na obri- Sua prova demonstra-se pela constituição válida da nova obrigação
gação de dar coisa certa, o credor não está obrigado a receber outra coisa, que substitui a anterior. Diante de uma nova obrigação assim constituída
mesmo que seja mais valiosa. O devedor entregar ou restituir o bem ao após a penhora, a questão é passível de exame em sede de embargos.
credor, sem que se permita qualquer modificação no objeto da prestação.
Compensação do latim, compensatio. Equilibrar, contrabalançar. Modo
No tocante a obrigação positiva de fazer (arts. 878 a 881), o devedor de extinção de obrigações recíprocas. Quando duas pessoas são, simulta-
obriga-se a criar algo novo, que não existia no mundo real, transcendendo neamente, credoras e devedoras entre si, as obrigações respectivas se
a simples entrega ou restituição do bem. compensam. Pode ser legal ou voluntária, conforme determinada em lei ou
resultante da vontade das partes. Somente se aplica a dívidas líquidas, que
Compromete-se, então, a prestar uma atividade qualquer, lícita e van- representem dinheiro ou coisas fungíveis. Código Civil: arts. 1.009 a 1.024.
tajosa, ao seu credor, por exemplo, escrever um livro sob encomenda da
editora, ministrar aulas particulares. As obrigações de fazer são, muitas Transação do latim transigere, transigir, ceder, condescender, contem-
vezes, resolvidas em prestações de trabalho por parte do devedor, como porizar, chegar a acordo. In/transigente, aquele que não transige ou não
acontece nas locações de obras; porém, muitas outras vezes, consistirão cede. Ato jurídico pelo qual as partes (transigentes) extinguem obrigações
num ato ou fato, para cujas execuções se não exige um desenvolvimento litigiosas mediante concessões mútuas. O Código Civil disciplina a transa-
de força física ou intelectual. Quando alguém promete prestar uma fiança, a ção nos arts. 1.025 a 1.036, assim dispondo os arts. 1.025, 1.026, 1.027,
essência do ato, objeto da prestação, não consiste no significante dispêndio 1.028, 1.029, 1.030, 1.033 e 1.035: “Art. 1.025. É lícito aos interessados
de esforço, que a prestação da fiança possa exigir, mas sim na necessida- prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas. Art.
de de concluir a operação jurídica, a que se vem ligar, de um lado, os 1.026. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.
riscos, e do outro, as vantagens do crédito fornecido ““. Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direitos contes-
tados e não prevalecer em relação a um, fica, não obstante, válida relati-
Referentemente à obrigação negativa ou de não fazer (arts. 882 e vamente aos outros. Art. 1.027. A transação interpreta-se restritivamente.
883), consiste, simplesmente, na omissão ou abstenção obrigatória da Por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direi-
prática de um ato. tos. Art. 1.028. Se a transação recair sobre direitos contestados em juízo,
far-se-á”:
Entretanto, se o devedor pratica livremente o ato a que se obrigara a
não praticar, infringe o art. 883 do CC, podendo o credor exigir dele que o É também outra forma de extinção da obrigação. Nela, as partes previ-
desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado nem ou extinguem litígio por meio de recíprocas concessões (art. 1.025 do

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Código Civil). A transação pode ser judicial e extrajudicial: aprimeira Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de
resulta de pendência processual que põe fim ao litígio, extinguindo, pois, o forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
processo com julgamento de mérito (art. 269, III, do CPC),mediante termo Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é es-
nos autos e homologado pelo juiz; a segunda dá-se fora dos autos e “tanto sencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transfe-
pode ter a finalidade de evitar a demanda, como a ela por termo”. rência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer
juiz; II - Por escritura pública, nas obrigações em que a lei o exige, ou sem instrumento público, este é da substância do ato.
particular, nas em que ela o admite. Art. 1.029. Não havendo ainda lití-
gio,a transação realizar-se por aquele dos modos indicados no artigo ante- Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor
cedente, II, que no caso couber. Art. 1.030. A transação produz entre as haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o
partes o efeito de coisa julgada, esse rescinde por dolo, violência ou erro destinatário tinha conhecimento.
essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. Art. 1.033. Atransação Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou
concernente a obrigações resultantes de delito não perime a ação penal da os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade
justiça pública. Art. 1.035. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter expressa.
privado se permite a transação. Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção
nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Confusão do latim confusione, fusão, mistura. Modo de extinção de Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a
obrigações consistente na reunião, numa única pessoa, das qualidades de boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
credor e de devedor. Tal conceito encontra apoio no próprio Código Ci- Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-
vil, art. 1.049: “Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se estritamente.
se confundam as qualidades de credor e devedor”.
CAPÍTULO II
Da Representação
Compromisso, geralmente aparece nos chamados negócios graciosos
como a doação e o testamento ou legado. Apresenta-se sob aforma de um Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo
compromisso ou uma prestação imposta à parte beneficiada pelo negócio e interessado.
que deve ser observada, sob pena do desfazimento do ato. Portanto, um Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites
dos efeitos do aparecimento de uma cláusula modal num negócio gracioso de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
é justamente a sua compulsoriedade. Sendo assim, quando se trata de Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o
doações, o art. 1180 do Código Civil institui que “o donatário é obrigado a negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de
cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de outrem, celebrar consigo mesmo.
terceiro, ou do interesse geral”. Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo re-
presentante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem
sido subestabelecidos.
O modo, entretanto, é diferente da condição, na medida em que esta
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com
suspende a aquisição do direito até que se realize determinado evento
quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de
(condição suspensiva), porém, ao ser adquirido, o direito torna-se pleno. Ao
seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a
passo que, ao contrário da condição, o encargo permite a aquisição do
estes excederem.
direito desde a formação do ato, porém restringindo-o a uma determinada
obrigação que deve ser observada pelo adquirente. Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em con-
flito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do
Remissão, renúncia, liberação, perdão. Trata-se de ação de desobri- conhecimento de quem com aquele tratou.
gar, feita espontaneamente, sem condição de espécie alguma. Remitir, Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do
perdoar incondicionalmente. As palavras remissão e aceptilação têm o negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para
mesmo significado, qual seja, o de perdão da dívida. No direito, a causa de pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
extinção de obrigações e não se confunde com remissão. Código Civil: arts. Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os
1.053 a 1.055. estabelecidos nas normas respectivas; os da representação voluntária são
os da Parte Especial deste Código.
O termo remissão, que na linguagem jurídica tem o significado de ex- CAPÍTULO III
tinção da obrigação pelo perdão dado pelo credor, seja por ato unilateral, Da Condição, do Termo e do Encargo
verdadeira renúncia a direito, seja por ato de liberalidade a pedido do
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusi-
devedor.
vamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a
Autor: Dr. Marcus Vinícius Saavedra Guimarães de Souza
evento futuro e incerto.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à
Dos Fatos Jurídicos lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se
TÍTULO I incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem
Do Negócio Jurídico ao puro arbítrio de uma das partes.
CAPÍTULO I Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
Disposições Gerais I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando sus-
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: pensivas;
I - agente capaz; II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.
III - forma prescrita ou não defesa em lei. Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co- Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição
interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito,
direito ou da obrigação comum. a que ele visa.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensi-
jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele va, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não
estiver subordinado. terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.

Conhecimentos Específicos 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando
vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para
direito por ele estabelecido. executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos Seção II
os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de Do Dolo
execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este
contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que com- for a sua causa.
patíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e da-
boa-fé. nos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embo-
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condi- ra por outro modo.
ção cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfa- Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de
vorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição malicio- uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja
samente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento. ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição sus- se teria celebrado.
pensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conheci-
do direito. mento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, com- responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
putam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorro- o representado a responder civilmente até a importância do proveito que
gado o prazo até o seguinte dia útil. teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto di- responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
a. Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. Seção III
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. Da Coação
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdei- Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser
ro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à
teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
benefício do credor, ou de ambos os contratantes. Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à fa-
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüí- mília do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve
veis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou coação.
depender de tempo. Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade,
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as dis- a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais cir-
posições relativas à condição suspensiva e resolutiva. cunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de
direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo um direito, nem o simples temor reverencial.
disponente, como condição suspensiva. Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta
salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
invalida o negócio jurídico. Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de ter-
CAPÍTULO IV ceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhe-
Dos Defeitos do Negócio Jurídico cimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos
Seção I que houver causado ao coacto.
Do Erro ou Ignorância Seção IV
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declara- Do Estado de Perigo
ções de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido
por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano
Art. 139. O erro é substancial quando: conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declara- Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família
ção, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a Seção V
quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de Da Lesão
modo relevante; Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente neces-
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o sidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente des-
motivo único ou principal do negócio jurídico. proporcional ao valor da prestação oposta.
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando § 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores
expresso como razão determinante. vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é § 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido su-
anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta. plemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do
proveito.
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir
a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e Seção VI
pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. Da Fraude Contra Credores
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declara- Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão
ção de vontade. de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à
insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores
quirografários, como lesivos dos seus direitos.

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§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insufi- Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulá-
ciente. vel o negócio jurídico:
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem I - por incapacidade relativa do agente;
pleitear a anulação deles. II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do de- ou fraude contra credores.
vedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, sal-
ser conhecida do outro contratante. vo direito de terceiro.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio
tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á celebrado e a vontade expressa de mantê-lo.
depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados. Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de ne-
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intenta- gócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas
da contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipula- as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.
ção considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autori-
de má-fé. zação de terceiro, será validado se este a der posteriormente.
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sen-
o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em tença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e
proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidarieda-
aquilo que recebeu. de ou indivisibilidade.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a
as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor. anulação do negócio jurídico, contado:
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordi- I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
nários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou
industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou le-
são, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante
reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
de credores. Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a
direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalida- contar da data da conclusão do ato.
de importará somente na anulação da preferência ajustada. Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para
CAPÍTULO V eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou
Da Invalidade do Negócio Jurídico quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se
maior.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada,
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a impor-
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; tância paga.
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao es-
IV - não revestir a forma prescrita em lei; tado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las,
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial pa- serão indenizadas com o equivalente.
ra a sua validade; Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; sempre que este puder provar-se por outro meio.
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de
cominar sanção. um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável;
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias,
dissimulou, se válido for na substância e na forma. mas a destas não induz a da obrigação principal.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: TÍTULO II
Dos Atos Jurídicos Lícitos
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas da-
quelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos,
aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não ver-
dadeira; TÍTULO III
Dos Atos Ilícitos
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-
datados. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusi-
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos vamente moral, comete ato ilícito.
contraentes do negócio jurídico simulado.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alega- exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econô-
das por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber mico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
intervir.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz,
quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um
provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das direito reconhecido;
partes. II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pes-
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, soa, a fim de remover perigo iminente.
nem convalesce pelo decurso do tempo. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não exce-
outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor dendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. TÍTULO IV
Da Prescrição e da Decadência

Conhecimentos Específicos 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO I § 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos ou-
Da Prescrição tros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve
Seção I os demais e seus herdeiros.
Disposições Gerais § 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor so-
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se lidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se
extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. trate de obrigações e direitos indivisíveis.
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a preten- § 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o
são. fiador.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só Seção IV
valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se Dos Prazos da Prescrição
consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja
incompatíveis com a prescrição. fixado prazo menor.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por a- Art. 206. Prescreve:
cordo das partes. § 1o Em um ano:
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdi- I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destina-
ção, pela parte a quem aproveita. dos a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospe-
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm a- dagem ou dos alimentos;
ção contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra
à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. aquele, contado o prazo:
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da
contra o seu sucessor. data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo
Seção II terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição segurador;
Art. 197. Não corre a prescrição: b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pre-
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; tensão;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, du- judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e
rante a tutela ou curatela. honorários;
Art. 198. Também não corre a prescrição: IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que en-
traram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Es- V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionis-
tados ou dos Municípios; tas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em da liquidação da sociedade.
tempo de guerra. § 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares,
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: a partir da data em que se vencerem.
I - pendendo condição suspensiva; § 3o Em três anos:
II - não estando vencido o prazo; I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
III - pendendo ação de evicção. II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas tempo-
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado rárias ou vitalícias;
no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer presta-
definitiva. ções acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores soli- capitalização ou sem ela;
dários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
Seção III V - a pretensão de reparação civil;
Das Causas que Interrompem a Prescrição VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
uma vez, dar-se-á: VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por viola-
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a cita- ção da lei ou do estatuto, contado o prazo:
ção, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da soci-
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; edade anônima;
III - por protesto cambial; b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios,
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada,
em concurso de credores; ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que impor- violação;
te reconhecimento do direito pelo devedor. VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da da- contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
ta do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interrom- IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro
per. prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessa- § 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data
do. da aprovação das contas.
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita § 5o Em cinco anos:
aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de ins-
ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. trumento público ou particular;

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II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores ju- lância, e por ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por
diciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da outro escrivão consertados.
conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou manda- Art. 217. Terão a mesma força probante os traslados e as certidões,
to; extraídos por tabelião ou oficial de registro, de instrumentos ou documentos
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despen- lançados em suas notas.
deu em juízo. Art. 218. Os traslados e as certidões considerar-se-ão instrumentos
CAPÍTULO II públicos, se os originais se houverem produzido em juízo como prova de
Da Decadência algum ato.
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à de- Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados pre-
cadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescri- sumem-se verdadeiras em relação aos signatários.
ção. Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposi-
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, in- ções principais ou com a legitimidade das partes, as declarações enunciati-
ciso I. vas não eximem os interessados em sua veracidade do ônus de prová-las.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à vali-
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando es- dade de um ato, provar-se-á do mesmo modo que este, e constará, sempre
tabelecida por lei. que se possa, do próprio instrumento.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aprovei- Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente as-
ta pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir sinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens,
a alegação. prova as obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos,
TÍTULO V bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de
Da Prova registrado no registro público.
Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurí- Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir-se
dico pode ser provado mediante: pelas outras de caráter legal.
I - confissão; Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade,
faz prova mediante conferência com o original assinado.
II - documento;
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de
III - testemunha; notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua
IV - presunção; autenticidade, deverá ser exibido o original.
V - perícia. Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito,
Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é ou do original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o
capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. exercício do direito à sua exibição.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somen- Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão tra-
te é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado. duzidos para o português para ter efeitos legais no País.
Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decor- Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros
reu de erro de fato ou de coação. fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é docu- eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte,
mento dotado de fé pública, fazendo prova plena. contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.
§ 1o Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pú- Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam
blica deve conter: contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados
I - data e local de sua realização; sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios.
II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bastan-
quantos hajam comparecido ao ato, por si, como representantes, interveni- te nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular
entes ou testemunhas; revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da
falsidade ou inexatidão dos lançamentos.
III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residên-
cia das partes e demais comparecentes, com a indicação, quando necessá- Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente teste-
rio, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação; munhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o
décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram
IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;
celebrados.
V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais ineren-
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a
tes à legitimidade do ato;
prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da
VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais prova por escrito.
comparecentes, ou de que todos a leram;
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:
VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como I - os menores de dezesseis anos;
a do tabelião ou seu substituto legal, encerrando o ato.
II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tive-
§ 2o Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, ou-
rem discernimento para a prática dos atos da vida civil;
tra pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo.
III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar
§ 3o A escritura será redigida na língua nacional.
dependa dos sentidos que lhes faltam;
§ 4o Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e
IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das
o tabelião não entender o idioma em que se expressa, deverá comparecer
partes;
tradutor público para servir de intérprete, ou, não o havendo na localidade,
outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conheci- V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais,
mento bastantes. até o terceiro grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinida-
de.
§ 5o Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião,
nem puder identificar-se por documento, deverão participar do ato pelo Parágrafo único. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode
menos duas testemunhas que o conheçam e atestem sua identidade. o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo.
Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as certidões textuais Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato:
de qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qual- I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo;
quer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigi-

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II - a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônju- mesmo. Essa situação é insustentável pelo direito, sendo, portanto, o
ge, parente em grau sucessível, ou amigo íntimo; contrato nulo.
III - que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente,
a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato. O contrato, nada mais é do que, o encontro de duas vontades – a manifes-
Art. 230. As presunções, que não as legais, não se admitem nos ca- tação de vontade de um lado com a manifestação de vontade do outro lado
sos em que a lei exclui a prova testemunhal. – e que tem por objetivo produzir uma norma jurídica, não criando uma lei,
mas uma norma jurídica individual, até porque, a lei é uma norma jurídica
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico ne- geral.
cessário não poderá aproveitar-se de sua recusa.
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir 2. PRINCÍPIOS CONTRATUAIS
a prova que se pretendia obter com o exame.
Não há que se falar em contratos sem fazer referencia aos princípios con-
tratuais.
c) Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos,
classificação dos contratos; contratos nominados, contratos A ciência do direito, ao longo dos anos vem elaborando vários princípios,
de compra e venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos hoje já consagrados, mas que abordaremos apenas os mais importantes,
que são os pilares que estruturam esse instituto.
formais e informais.
2.1. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA
DOS CONTRATOS NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO -
ASPECTOS GERAIS É o princípio ligado a autonomia da vontade. Na sua ideia original, era um
princípio que expressava uma ideia de liberdade absoluta, não só na sua
laudevan Alves dos Santos essência, mas de maneira geral, a pessoa tinha que ser livre para contratar
Nayara Carvalho Oliveira com quem quisesse, e da maneira que quisesse.
JurisWay?
INTRODUÇÃO Surgiu no tempo da Revolução Francesa, onde se tinha uma sociedade
oprimida, proibida de fazer qualquer coisa, de contratar, ficavam na mão
Esse artigo apresenta peculiaridades de uma das fontes de obrigações, dos senhores feudais, no entanto, quando estourou a Revolução eles
desde o seu surgimento e conceito até a extinção. queriam ter ampla liberdade de contratar, enfim, fazer o que quisessem.

O Código Civil regulamenta esse instituto, pelo qual institui normas e princí- “O princípio da autonomia privada, poder criador que consiste na faculdade
pios, de acordo com a Constituição Federal, para que o uso dessa fonte de contratar quando, como e com quem quiser encontra os seus limites nas
seja realizado da melhor maneira às partes celebrantes e à sociedade. leis de ordem pública e nos bons costumes.” NADER (2010, pag. 23)

O contrato tem sua existência desde que surgiu vida na Terra, sendo, O princípio da autonomia privada é o princípio que garante as partes o
portanto, de vital importância seu estudo. Além de sua vasta utilidade no poder de manifestar as próprias vontades, estabelecendo o conteúdo e a
mundo contemporâneo, torna-se necessário compreender as desvantagens disciplina das relações jurídicas de que participam,porque, em regra, preva-
que podem surgir se esse não for celebrado da maneira correta, não cum- lece a vontade dos contratantes.
prindo com as normas e preceitos estabelecidos.
Em relação à nomenclatura, tem se usado na doutrina os termos autonomia
Com isso, o presente artigo se propõe a analisar as várias fases contratu- da vontade ou autonomia privada, podendo ser utilizados como sinônimos.
ais, apresentando, desde seu conceito e origem, princípios que regem a
relação, sua formação, e por fim a extinção. Atualmente, nós temos essa liberdade de contratar? É certo que não, pois
até mesmo a liberdade com quem contratar está restringida, ou seja, hoje
Para tanto, a pesquisa compreendida foi propriamente bibliográfica, tendo em dia, a manifestação da vontade não é totalmente livre, pois ela sofre
como base a ideia de vários autores renomados, o que favorece o entendi- uma série de restrições, porque o Estado exerce o dirigismo contratual.
mento, diante da interpretação do texto de lei.
No exercício do dirigismo contratual o Estado intervém na relação entre os
Dessa forma, espera-se que o estudo sobre o tema em análise possa ser particulares, como por exemplo, no CDC (Código de Defesa do Consumi-
útil para a sociedade em geral, pois, buscamos demonstrar, de forma dor), na compra de um liquidificador. O que o Estado tem a ver com a
sucinta, o os procedimentos contratuais, visando sempre à informação compra desse eletrodoméstico? Porque entre os deveres do Estado está o
social. de garantir o princípio da isonomia substancial. O Estado intervém na
compra do eletrodoméstico, por mais simples que seja, porque nessa
1.CONCEITO E ORIGEM DO CONTRATO relação jurídica as partes estão em desequilíbrio.

O atual ordenamento jurídico não se atentou em formular conceito para o O Estado vem para equilibrar essa situação jurídica, pois, de um lado tem-
termo contrato, ficando, portanto, a cargo da doutrina tal tarefa. se o fornecedor, que é a parte mais forte, e do outro lado tem-se o consu-
midor, a parte mais fraca, sendo assim, o Estado dirige a relação limitando
No dicionário Aurélio há a seguinte definição: “acordo entre duas ou mais os direitos do mais forte e conferindo direitos ao mais fraco. Trata os iguais
pessoas que transferem entre si algum direito ou se sujeitam a alguma de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida de suas desi-
obrigação.” (AURÉLIO, 2009) gualdades.

Na lição de Paulo Nader temos o contrato como o acordo de vontades que Dessa forma, o dirigismo contratual limita a manifestação de vontade,
visa a produção de efeitos jurídicos de conteúdo patrimonial, sendo que por sendo a limitação ao princípio da autonomia da vontade/autonomia privada.
esse instituto cria-se, modifica-se ou extingue-se a relação de fundo eco-
nômico. 2.1.1. LIBERDADE DE CONTRATAR X LIBERDADE CONTRATUAL

Assim, contrato é todo negócio jurídico bilateral que visa a criação, modifi- Existe diferença entre esses dois termos, não podendo haver confusão
cação, extinção ou conservação de direitos e deveres. Ou seja, por trás de entre eles, assim, liberdade de contratar diz respeito ao direito/poder de
um contrato sempre teremos uma manifestação de vontade, pela qual dará celebrar contratos, ou seja, tem liberdade quem tem capacidade civil, o que
origem ao contrato. E essa manifestação de vontade tem que ser sempre não se confunde com o princípio da autonomia privada e o dirigismo contra-
bilateral, pois, não existe contrato de uma pessoa só ou contrato consigo tual. Dessa forma, sendo capaz, podecontratar, se for relativamente inca-

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paz, poderá contratar desde que seja assistido, já os absolutamente inca- que estar presente antes da celebração do contrato, ou seja, nas negocia-
pazes, somente se forem representados. ções preliminares, devendo estar presente também, durante o contrato, na
execução e após a extinção deste.
A liberdade contratual diz respeito ao conteúdo do contrato, o que será
estipulado no contrato, e é exatamente nessa modalidade de liberdade que Se acontecer do indivíduo violar o princípio da boa fé objetiva mesmo após
entra o dirigismo contratual. a extinção do contrato gerará então responsabilidade civil (responsabilidade
civil post pactum finitum).
2.2. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL
Ex. direito do trabalho (na demissão de um funcionário, onde o chefe ante-
Esse princípio reproduz uma mudança de postura. E quanto ao seu concei- rior é solicitado para que forneça informações a respeito do ex empregado,
to, cada autor defende uma posição, sendo que, a análise depende da pelo qual aproveita a situação para difamá-lo, prejudicando então, nova
verificação de um caso concreto. contratação do ex empregado. Nesta situação houve a violação do princípio
da boa fé objetiva após a extinção do contrato.
“A função social do contrato exige que os acordos de vontade guardem
sintonia com os interesses da sociedade, impedindo o abuso de direito.” O dever de responsabilização cabe mesmo antes da formação do contrato,
NADER (2010, pag. 26). ou seja, nas negociações, nos contratos anteriores a formalização do pacto
contratual, bem como após sua extinção.
É o princípio pelo qual, na busca dos interesses particulares as partes não
podem prejudicar os interesses da coletividade. Que interesses seriam 2.4. PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA
esses da coletividade? São os interesses metaindividuais (que vão além
do indivíduo, atingindo a coletividade, que são os chamados direitos e “O princípio da obrigatoriedade apóia o da autonomia privada, pois de
deveres difusos e coletivos) ou interesses individuais, ambos relativos a nenhum sentido este último se a criatividade desenvolvida carecesse de
dignidade da pessoa humana. força jurídica. Se aos particulares é atribuído o poder de criar o seu pró-
prio dever ser,contraditório seria o não provimento de obrigatoriedade as
A ideia é de que quando se está celebrando um contrato, não pode haver cláusulas contratuais.” NADER (2010, p. 27)
apenas a busca do interesse próprio, deve-se buscar o interesse da coleti-
vidade, ou seja, busca-se um interesse particular, mas está limitado pelo Se não existisse tal princípio, ninguém seria obrigado a cumprir os contra-
interesse da coletividade. E toda vez que ocorre alguma afronta a dignidade tos, mas esses foram feitos para serem cumpridos (pacta sunt servanda).
da pessoa humana, vem o ordenamento jurídico e veda tal atitude.
O acordo de vontades se faz dentro do campo da liberdade juntamente com
O Código Civil Brasileiro é um dos poucos no mundo que menciona a a iniciativa particular, assim, as regras estipuladas impõem-se, obrigatoria-
função social, no seu ordenamento, assim como na Constituição Federal, mente as partes, ressalvadas, é claro, hipótese de inserção de cláusulas de
quando menciona a função social da propriedade. arrependimento ou arras penitenciais.

Art. 421. “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da Havendo descumprimento do contrato, surgirá a possibilidade de respon-
função social do contrato.” (Art. 421, Código Civil) sabilização. É o que determina o artigo 389, Código Civil:

2.3.PRINCÍPIO DA BOA FÉ OBJETIVA Art. 389,CC. “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por
perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices ofici-
Segundo NADER (2010, p.30) “A boa fé nos contratos significa, portanto, a ais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”
honestidade e justiça nas condições gerais estabelecidas.”
É claro que se houver uma cláusula abusiva no contrato, não há a obrigato-
O artigo 422 do Código Civil exige que as partes contratantes observem os riedade de cumprir tal cláusula.
princípios da probidade e boa fé, tanto na celebração do ato até sua execu-
ção, quando determina: 3. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

“Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do Quando falamos em formação dos contratos temos que ter duas manifesta-
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa fé.” ções de vontade: a proposta e a aceitação.

2.3.1. DISTINÇÃO ENTRE BOA FÉ SUBJETIVA E BOA FÉ OBJETIVA Acontece a proposta quando “alguém manifesta a outrem a sua vontade de
praticar determinado contrato, propondo-lhe a sua realização e definindo as
Enquanto a boa fé objetiva está relacionada à conduta, a boa fé subjetiva bases e condições do ato negocial.” NADER (2010, p. 52)
está relacionada à intenção, aquilo que a pessoa acredita ou pensa. Como
exemplo de boa fé subjetiva temos o artigo 309,CC que fala do pagamento Para ter validade deve ser séria, clara, precisa e definitiva. Vincula o propo-
feito ao credor putativo, ou seja, acredita-se que está pagando ao credor nente. A princípio não se posso desistir de uma proposta que fez.
certo, agindo então de boa fé.
Quem faz a proposta é o proponente/solicitante/policitante e a outra parte
Art. 309,CC. “O pagamento feito de boa fé ao credor putativo é válido, denomina-se oblato/solicitado/policitado que é aquele que irá aceitar ou não
ainda provado depois que não era credor.” (Código Civil, 2002). a proposta.

A boa fé objetiva impõe um dever de comportamento, conduta, significando Assim, proposta, é a declaração de vontade receptícia dirigida por uma
que as partes devem agir com lealdade, probidade, retidão, ética, confiden- pessoa (proponente) a outra (solicitado), pelo qual a primeira manifesta sua
cialidade, reciprocidade, já a boa fé subjetiva reflete estado psicológico, vontade de contratar caso a outra parte aceite a proposta.
define crença, ignorância.
Aceitação é a declaração de vontade (expressa ou tácita) em que o solici-
E quando o juiz percebe que está havendo um mau comportamento ou má tado (oblato) manifesta, dentro do prazo, sua concordância com a proposta
conduta, ele pode aplicar o princípio da boa fé objetiva de ofício, a fim de feita pelo proponente em todos os seus termos. Se for feita qualquer res-
suprir e corrigir o contrato. salva quando da aceitação, esta será considerada como contraproposta.

Quanto à aplicação desse princípio nas fases contratuais é pacífico na Epara a aceitação ter validade deve ser pura e simples, pois, se tiver res-
doutrina que a boa fé objetiva deve estar presente em todas as fasescon- salva, será uma contraproposta. Quando o sujeito (oblato) faz a contrapro-
tratuais. Isso significa que esse dever de ter um bom comportamento tem posta, ele passa a se o proponente, havendo então, a inversão.

Conhecimentos Específicos 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Moratória é aquela em que o credor pode exigir o cumprimento da obriga-
Essa regra referente à formação dos contratos está expressa no Código ção principal e da cláusula penal. Já a compensatória é aquela em que o
Civil, assim como determina o artigo 427, CC: credor tem que optar pela cobrança da obrigação principal ou da cláusula
penal.
“Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não
resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstancias do A diferença é que na moratória o valor é mínimo, na compensatória pode
caso.” (Código Civil, 2002). chegar a igualar com o valor da obrigação.

3.1. MOMENTO DA FORMAÇÃO 5.3. REDUÇÃO DO VALOR

Contrato entre presentes: é aquele em que não há intervalo na comunica- Art. 413. “A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a
ção, ou seja, além do contrato cara a cara, há a possibilidade dessa comu- obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da
nicação ser por via telefone, internet (MSN, skipe). Considera-se formado penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a
no exato instante em que a proposta é aceita. finalidade do negócio.” (Código Civil, 2002)

Contrato entre ausentes: é aquele em que há intervalo na comunicação. Ex. Esse artigo é tratado como norma de ordem pública, logo, o juiz poderá
contrato epistolar (celebrado por cartas), fax, e-mail, telegrama. decretar, de ofício, a redução do valor da cláusula penal. Pela mesma
razão não se admite a renuncia por um dos contratantes do direito previsto
O contrato entre ausentes considera-se formado, em regra, no momento no artigo 413,CC. E toda vez que a pessoa já estiver cumprido uma parte
em que a aceitação é expedida. Como exceção tem-se o artigo 434, CC: da obrigação e o valor da multa está muito excessivo, haverá a interferên-
cia do juiz para reduzir o valor da multa.
Art. 434,CC. “Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a
aceitação é expedida, exceto: 6. VÍCIO REDIBITÓRIO

I – no caso do artigo antecedente (retratação) “Vício redibitório é defeito oculto no objeto móvel ou imóvel, adquirido por
contrato comutativo, imperceptível ao exame comum e revelado após a
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta tradição, que tira a qualidade de uso do bem ou lhe diminui o valor.” (NA-
DER 2010, p. 93).
III – se ela não chegar no prazo convencionado.”
É todo vício ou defeito oculto da coisa que a torna imprópria ao uso que se
4. ARRAS destina ou que lhe reduz sensivelmente o valor, de modo que o negócio
não seria realizado se o outro contratante soubesse da existência de defei-
É a quantia em dinheiro ou outro bem móvel dado por um dos contratantes to.
ao outro para concluir o contrato e, excepcionalmente, assegurar o pontual
cumprimento das obrigações. Matéria disciplina nos artigos 441 a 446 do Código Civil.

A quantia não pode ser o valor da obrigação porque assim não seria arras. 6.1. REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO DO VÍCIO REDIBITÓRIO
Pode ser 10%, 20%, 30%, mas nunca o valor da obrigação.
Para a caracterização do vício redibitório deve haver a presença de dois
Se o contrato não for executado por causa daquele que deu as arras, este requisitos, aquisição onerosa e defeito desconhecido.
irá perdê-las para a parte inocente.
Aquisição onerosa: a aquisição tem que ser onerosa, pois se for gratuita
E se aquele que está contratando desiste, terá a obrigação de devolver em não poderá haver reclamação do vício. Ex. doação. “Cavalo dado não se
dobro com a atualização monetária, juros e honorários advocatícios. olha os dentes.”

A parte inocente (tanto o contratante como o contratado) poderá pedir Defeito desconhecido: pois se o adquirente tinha conhecimento do defeito,
indenização complementar, dependendo do tipo de arras, que podem ser: ele deve desistir ou barganhar (pedir pra diminuir o preço e etc...), porém,
esse desconhecimento tem que ser por parte do adquirente, pois, para a
Confirmatórias: são aquelas em que não há direito de arrependimento caracterização do vício redibitório não importa se o alienante (vendedor)
expresso; tinha ou não conhecimento.

Penitenciais: são aquelas em que o contrato prevê, expressamente, o 6.2. OPÇÕES DO ADQUIRENTE
direito de arrependimento.
Sempre que houver a ocorrência de vício redibitório, o adquirente perma-
Assim, a parte prejudicada não poderá pedir indenização complementar nece diante de duas hipóteses de solução para tal situação, na forma
quando houver arras penitenciais, pois, a outra parte exerceu um direito judicial:
legítimo, ou seja, se o contrato prevê o arrependimento, este poderá ser
usado. Abatimento proporcional no preço, independente se já pagou tudo ou não.
Se já tiver pago tudo há a devolução, se pagou parte, desconta o restante.
5. CLÁUSULA PENAL (ação quanti minoris).

Pacto acessório pelo qual as próprias partes estipulam de antemão penas Redibição da coisa: rejeitar, devolver a coisa, desfazimento do negócio
pecuniárias ou não para a parte que descumprir, de maneira culposa, o jurídico. Há a devolução do dinheiro e a devolução da coisa. (ação redibitó-
contrato ou retardar o seu cumprimento. ria).

É cláusula imposta para a segurança e garantia da execução ou cumpri- O adquirente somente poderá pedir indenização pelas perdas e danos se
mento de uma obrigação principal, ajustada no contrato. É tida como meio provar que a outra parte tinha conhecimento do defeito, pois se a outra
coercitivo para que o devedor tenha interesse em cumprir a obrigação. sabia do defeito, agiu com culpa, por isso poderá pedir perdas e danos,
dentro do campo da Responsabilidade Civil.
5.2. MORATÓRIA X COMPENSATÓRIA
O artigo 445, CC, estabelece os prazos para que haja reclamação dos
vícios redibitórios:

Conhecimentos Específicos 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) inexecução voluntária: quando houver a impossibilidade da prestação
Art. 445. “O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento por culpa ou dolo do devedor;
no preço no prazo de 30 dias se a coisa for móvel, e de 01 ano se for
imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se b) inexecução involuntária: quando houver a impossibilidade de cumpri-
da alienação, reduzido a metade. mento da obrigação por motivo de caso fortuito ou força maior;

§1º . Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, c) cláusula resolutiva tácita: cláusula decorrente de lei e que gera a
o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo resolução do contrato em decorrência de um evento futuro e incerto. (TAR-
máximo de 180 dias, em se tratando de bens móveis; e de 01 ano para os TUCE, 2007, pag.225).
imóveis.”
Na resilição há a dissolução por vontade bilateral ou unilateral, quando
7. EVICÇÃO admissível por lei.

“Dá-se a evicção quando o adquirente de coisa móvel ou imóvel, em Quanto a resilição bilateral ou distrato, o Código Civil, em seu artigo 472
contrato oneroso, perde o direito de propriedade, posse ou uso, total ou determina que “O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contra-
parcialmente, geralmente por sentença judicial ou ato de desapropriação, to,” ou seja, trata-se de um novo negócio onde as mesmas partes resolvem
devido a fato anterior ou contemporâneo a aquisição.” NADER (2010, por fim ao negócio anterior, assim, da mesma forma que foi realizado o
p.106) negócio anterior, o distrato obedecerá as mesmas formalidades.

É a perda de um bem por força de decisão judicial fundada em motivo Em relação a resilição unilateral, está expressa no artigo 473, CC, que
jurídico anterior que confere o bem a outra pessoa. determina: ”A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou
implicitamente o permita, opera mediante denuncia notificada a outra par-
Exemplo, Maria vendeu um carro para João, que depois de certo tempo te.” (Código Civil, 2002).
veio Pedro e entrou com ação alegando que o carro seria dele, sendo
assim, João perde o bem, ou seja, perde o carro. Portanto, a denúncia é possível se prevista contratualmente ou se decorrer
da natureza do contrato.
Em relação ao exemplo citado, Maria refere-se à alienante, ou seja, aquela
que vendeu o produto, João é o adquirente, comprador, aquele que perdeu, “A resilição unilateral, pelo que consta do art. 473, CC, só é prevista em
chamado de evicto, e Pedro, refere-se ao terceiro que entrou com a ação e hipóteses excepcionais, como, por exemplo, na locação, na prestação de
ganhou, chamado de evictor. serviços, no mandato, no comodato, no depósito, na doação, na fiança,
operando-se mediante denúncia notificada a outra parte.” (TARTUCE,
“A evicção dá o direito de o adquirente buscar o ressarcimento perante o 2007, pág. 230).
alienante, que possuía a obrigação de garantir o direito transmitido.” NA-
DER (2010, p. 106)

Assim, o alienante responde perante o adquirente pela perda do bem, ou Nos demais contratos, até há a possibilidade da denúncia, mas desde que
seja, pela evicção. eles não sejam incompatíveis com sua natureza, e claro, sem prejuízo do
estabelecimento de multas contratuais, evitando assim, enriquecimento
Além da obrigação de ter que devolver a quantia paga também será obri- sem causa. (BÉO, 2004, pág. 104).
gado a indenizar: Art. 450, CC:
4. Extinção por morte: Nem todos os contratos a morte põe fim, aliás, a
“Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da regra é que a morte não ponha fim ao contrato. A morte então é uma forma
restituição integral do preço ou das quantias que pagou: excepcional de extinção de contratos.

I – a indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; Os contratos que serão extintos pela morte são aqueles que possuem uma
característica pessoal – contratos personalíssimos (intuito personae). Ex.
II – a indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que na contratação de um cantor famoso, se houver a morte deste, não há
diretamente resultarem da evicção; como substituir, vindo, portanto, gerar a extinção do contrato.

III – as custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.” 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

8. EXTINÇÃO CONTRATUAL Assim como a existência humana, o contrato é tão antigo quanto, pois,
desde as sociedades primitivas já existia a presença deste, logicamente
Trata-se do fim do contrato, podendo ser de quatro formas: que sem muitas formalidades atuais, mas na essência, havia o verdadeiro
sentido de contratar entre as pessoas.
1. Extinção normal: cumprimento do contrato;
Mesmo sendo muito antigo, esse instituto é muito usado pela sociedade
2. Extinção por fatos anteriores: o contrato será extinto por uma situação atualmente, de uma forma geral, na maior parte das relações.
que surgiu juntamente com a formação do contrato. O contrato sendo
extinto por causa de um problema concomitante a sua formação. Ex. cláu- Desta feita, há a necessidade de se observar todas as regras impostas as
sula de arrependimento (na formação do contrato, foi ressalvado a possibi- partes, quando fazem uso do contrato, para que não haja prejuízo para
lidade de arrependimento),“A” faz um contrato de compra com “B”, mas essas ou terceiros.
com a cláusula de arrependimento, posteriormente se arrepende, o contrato
está extinto. Esse agir com cautela refere-se tanto a fase anterior a realização do contra-
to quanto a fase posterior, ou seja, mesmo nas negociações preliminares e
3-Fatos posteriores: é a extinção por fatos que ocorrem após a celebra- também, após a extinção do contrato deve-se observar os deveres de boa
ção do contrato, vindo, portanto, a gerar rescisão contratual, gênero pela conduta e boa fé.
qual são espécies, a resolução e resilição.
No entanto, se não forem observadas as normas estabelecidas a respeito,
Na resolução há a extinção do contrato por descumprimento, que pode e tornar-se prejudicial a qualquer das partes, o mesmo ordenamento jurídi-
se dar de três formas: co estabelece os meios pelos quais serão solucionados tais incidentes que

Conhecimentos Específicos 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


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possam surgir nos contratos, visando então, a segurança jurídica das
partes ou mesmo dos terceiros.
Dos Contratos em Geral
CAPÍTULO I
CONTRATOS FORMAIS OU INFORMAIS Disposições Gerais
Já foi dito anteriormente que o Direito brasileiro consagra o princípio da Seção I
liberdade de forma como regra geral para a prática dos atos jurídicos. Preliminares
Somente quando a lei exigir forma especial é que esta deverá ser observa- Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites
da. Assim, por princípio, os contratantes podem celebrar o contrato com a da função social do contrato.
adoção da forma que quiserem, desde que não seja vedada pela lei ou não Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão
seja exigida pela norma jurídica forma especial. do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
(I) Contratos formais ou solenes Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderen-
Contratos formais ou solenes são aqueles para os quais a lei exige a te.
adoção de certa forma, ou de solenidade, para ou para integrar as declara- Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipu-
ções de vontade dos contratantes. lem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do
As partes têm que declarar suas vontades pela forma especificada pela negócio.
lei. Assim, por exemplo, a lei pode exigir que o contrato seja celebrado por Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as
meio de escritura pública, ou por escritura particular com características normas gerais fixadas neste Código.
específicas. É o que ocorre com o pacto antenupcial, para o qual a lei exige Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
forma pública, ou para os contratos de transmissão de domínio de bens Seção II
imóveis com valor superior à taxa legal, em que também se exige escritura Da Formação dos Contratos
pública. Noutras situações, a lei permite a adoção de forma particular, mas Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário
exige, por exemplo, o reconhecimento das assinaturas, a subscrição do não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstân-
documento contratual por testemunhas, ou um modelo ou formulário padro- cias do caso.
nizado.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
Não se deve confundir forma com solenidade do ato. A forma do ato é I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
o modo pelo qual se reveste, ou se exterioriza, a vontade contratual de Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por
cada contratante. A solenidade é um conjunto de procedimentos que deve meio de comunicação semelhante;
ser observado para complementar a vontade contratual já declarada pelas II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo sufici-
partes, quer tal vontade tenha sido exteriorizada por forma pública ou não. ente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
Por exemplo, duas pessoas podem celebrar um contrato de compra e III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta den-
venda de um imóvel em papel comum, até mesmo manuscrito pelas partes. tro do prazo dado;
Este contrato é mesmo um contrato de compra e venda. Todavia, o com- IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da
prador não conseguirá transferir o imóvel para seu nome, perante o Cartório outra parte a retratação do proponente.
de Registro de Imóveis, porque, para esse fim, a lei exige documento de Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os re-
natureza pública (escritura pública, sentença judicial, etc.). Logo, as vonta- quisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstân-
des de vender e de comprar o imóvel precisam ser exteriorizadas por meio cias ou dos usos.
de escritura pública, sob pena de não ser possível realizar a transferência
do bem para o comprador. A escritura pública, então, é a forma exigida Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua di-
pela lei para que o contrato em tela seja suscetível de registro imobiliário. vulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao
Mas, mesmo que as partes, no exemplo acima, realizem o contrato de conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao acei-
compra e venda com a adoção da forma pública, deverão ainda observar tante, sob pena de responder por perdas e danos.
as solenidades que a lei exige para o ato. A escritura pública deverá ser Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modifi-
lida em voz alta pelo tabelião, na presença dos contratantes ou de seus cações, importará nova proposta.
representantes legais. As assinaturas das partes deverão ser lançadas
após a leitura da escritura, na presença do notário público, que as conferirá Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceita-
à vista de documentos oficiais de identificação dos contratantes. A falta de ção expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o
observância dessas solenidades viciará o ato contratual. contrato, não chegando a tempo a recusa.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com
A lei exige a forma ou a solenidade por razões variadas. Em certos ca- ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
sos, essas exigências são feitas porque a lei considera a forma ou a soleni- Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a
dade como elementos essenciais à formação do ato jurídico contratual, de aceitação é expedida, exceto:
maneira que, desrespeitada a forma ou a solenidade, o contrato não terá
existência, nem chegará a se constituir (ou seja, será um ato juridicamente I - no caso do artigo antecedente;
inexistente). Noutros casos, embora a lei não considere a forma ou a sole- II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
nidade como elemento essencial de formação do contrato, exige que tal III - se ela não chegar no prazo convencionado.
forma ou solenidade seja observada para que o ato tenha validade jurídica. Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi propos-
Ainda noutros casos, a lei exige certa forma para que o contrato seja pro- to.
vado. Seção III
Em resumo, a lei exige a adoção de certa forma ou a observância de Da Estipulação em Favor de Terceiro
determinada solenidade para fins de existência, validade ou de prova do Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento
ato jurídico contratual. da obrigação.
(II) Contratos informais Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obriga-
ção, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e
Contratos informais são aqueles para os quais a lei não exige a ado- normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos
ção de certa forma, nem requer a observância de determinada solenidade, do art. 438.
permitindo que os contratantes os celebrem pela forma que quiserem,
desde que não seja proibida pela lei. Renato Seixas

Conhecimentos Específicos 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do va-
o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o lor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque
devedor. sofrido, no caso de evicção parcial.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa a-
designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro lienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
contratante. Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será dedu-
disposição de última vontade. zido da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Seção IV Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que
Da Promessa de Fato de Terceiro sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem
perdas e danos, quando este o não executar. sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o devida.
cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto
e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço corres-
venha a recair sobre os seus bens. pondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por direito a indenização.
outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o
Seção V adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anterio-
Dos Vícios Redibitórios res, quando e como lhe determinarem as leis do processo.
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e
enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de
que é destinada, ou lhe diminuam o valor. oferecer contestação, ou usar de recursos.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações one- Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que
rosas. a coisa era alheia ou litigiosa.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), po- Seção VII
de o adquirente reclamar abatimento no preço. Dos Contratos Aleatórios
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos
que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restitui- futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá
rá o valor recebido, mais as despesas do contrato. o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado
pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao venha a existir.
tempo da tradição. Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, toman-
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abati- do o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá
mento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver
for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à
conta-se da alienação, reduzido à metade. esperada.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não
tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes,
um ano, para os imóveis. mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou
ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos de todo, no dia do contrato.
usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente po-
houver regras disciplinando a matéria. derá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se
de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao considerava exposta a coisa.
alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de Seção VIII
decadência. Do Contrato Preliminar
Seção VI Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter to-
Da Evicção dos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto
Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependi-
pública. mento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definiti-
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou vo, assinando prazo à outra para que o efetive.
excluir a responsabilidade pela evicção. Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evic- competente.
ção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, su-
coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o prir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contra-
assumiu. to preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, po-
restituição integral do preço ou das quantias que pagou: derá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto,
diretamente resultarem da evicção; ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituí- Seção IX
do. Do Contrato com Pessoa a Declarar

Conhecimentos Específicos 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e
reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
assumir as obrigações dele decorrentes. Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a
de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou mo-
não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato. delos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antece- que a elas correspondem.
dentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contra- Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se
to, a partir do momento em que este foi celebrado. houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originá- coisa no contrato.
rios: Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro,
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o tercei-
aceitá-la; ro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhe- acordarem os contratantes designar outra pessoa.
cia no momento da indicação. Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mer-
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento cado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâ-
originários. metros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
CAPÍTULO II Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios
Da Extinção do Contrato para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se
Seção I que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do
Do Distrato vendedor.
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de pre-
ço, prevalecerá o termo médio.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou im-
plicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao ar-
bítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das par-
tes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a de- Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura
núncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatí- e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
vel com a natureza e o vulto dos investimentos. Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a
Seção II entregar a coisa antes de receber o preço.
Da Cláusula Resolutiva Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
depende de interpelação judicial. § 1o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medin-
contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer do ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador,
dos casos, indenização por perdas e danos. correrão por conta deste.
Seção III § 2o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas
Da Exceção de Contrato não Cumprido coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição
no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de
cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa,
dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das par-
tes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do
tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem
prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor.
dê garantia bastante de satisfazê-la. Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da
Seção IV tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na
Da Resolução por Onerosidade Excessiva entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo
ajustado.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a pres-
tação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os
vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos consentido.
da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modifi- cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
car equitativamente as condições do contrato. Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das em hasta pública:
partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens
modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. confiados à sua guarda ou administração;
TÍTULO VI II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa
Das Várias Espécies de Contrato jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou
CAPÍTULO I indireta;
Da Compra e Venda III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros
Seção I serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se
Disposições Gerais litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se
estender a sua autoridade;
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se o-
briga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam
preço em dinheiro. encarregados.

Conhecimentos Específicos 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada
crédito. sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não
Art. 498. A proibição contida no inciso III do artigo antecedente, não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
compreende os casos de compra e venda ou cessão entre co-herdeiros, ou Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a con-
em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes a pes- dição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo
soas designadas no referido inciso. vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que rece-
excluídos da comunhão. beu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comoda-
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida tário, enquanto não manifeste aceitá-la.
de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do compra-
em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de dor, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para
exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a que o faça em prazo improrrogável.
resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço. Subseção III
§ 1o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente e- Da Preempção ou Preferência
nunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obriga-
área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em ção de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em
tais circunstâncias, não teria realizado o negócio. pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto
§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha por tanto.
motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao compra- Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não po-
dor, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver derá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se
o excesso. imóvel.
§ 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação,
o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas intimando o comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa.
enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder,
modo expresso, ter sido a venda ad corpus. obrigado a pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado.
Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo ante- Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caduca-
cedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a rá, se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel,
contar do registro do título. não se exercendo nos sessenta dias subsequentes à data em que o com-
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atri- prador tiver notificado o vendedor.
buível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência. Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois
Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por to- ou mais indivíduos em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no
dos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição. seu todo. Se alguma das pessoas, a quem ele toque, perder ou não exercer
Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma o seu direito, poderão as demais utilizá-lo na forma sobredita.
não autoriza a rejeição de todas. Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por
parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver proce-
a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, dido de má-fé.
haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade
e oitenta dias, sob pena de decadência. pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropri-
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver ou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropri-
benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. ado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.
Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos
que a quiserem, depositando previamente o preço. herdeiros.
Seção II Subseção IV
Das Cláusulas Especiais à Compra e Venda Da Venda com Reserva de Domínio
Subseção I Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a
Da Retrovenda propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de re- Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e
cobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.
recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coi-
durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, sa insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras con-
ou para a realização de benfeitorias necessárias. gêneres. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no mo-
jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicial- mento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da
mente. coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva
o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integral- de domínio após constituir o comprador em mora, mediante protesto do
mente pago o comprador. título ou interpelação judicial.
Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover
e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente. contra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e
Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da
mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras coisa vendida.
para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetua- Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao
do o depósito, contanto que seja integral. vendedor reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreci-
Subseção II ação da coisa, as despesas feitas e o mais que de direito lhe for devido. O
Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova excedente será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe será cobrado,
tudo na forma da lei processual.

Conhecimentos Específicos 93 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posterior- Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu re-
mente, mediante financiamento de instituição do mercado de capitais, a presentante legal.
esta caberá exercer os direitos e ações decorrentes do contrato, a benefício Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a acei-
de qualquer outro. A operação financeira e a respectiva ciência do compra- tação, desde que se trate de doação pura.
dor constarão do registro do contrato. Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge
Subseção V a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Da Venda Sobre Documentos Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado
Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas
pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos não poderá ultrapassar a vida do donatário.
pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos. Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com
Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro
comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro,
estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado. não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o
Art. 530. Não havendo estipulação em contrário, o pagamento deve ser casamento não se realizar.
efetuado na data e no lugar da entrega dos documentos. Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu
Art. 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar apó- patrimônio, se sobreviver ao donatário.
lice de seguro que cubra os riscos do transporte, correm estes à conta do Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de ter-
comprador, salvo se, ao ser concluído o contrato, tivesse o vendedor ciên- ceiro.
cia da perda ou avaria da coisa. Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou
Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio de estabelecimento renda suficiente para a subsistência do doador.
bancário, caberá a este efetuá-lo contra a entrega dos documentos, sem Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de
obrigação de verificar a coisa vendida, pela qual não responde. que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recusa do estabeleci- Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anu-
mento bancário a efetuar o pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, lada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos
diretamente do comprador. depois de dissolvida a sociedade conjugal.
CAPÍTULO II Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais
Da Troca ou Permuta de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e ven- Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher,
da, com as seguintes modificações: subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é su-
metade as despesas com o instrumento da troca; jeito às consequências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e des- casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à
cendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do evicção, salvo convenção em contrário.
alienante. Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, ca-
CAPÍTULO III so forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Do Contrato Estimatório Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este
ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço não tiver feito.
ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta
consignada. não estiver constituída regularmente.
Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o pre- Seção II
ço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, Da Revogação da Doação
ainda que por fato a ele não imputável.
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou se- por inexecução do encargo.
questro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente
o preço. Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a
liberalidade por ingratidão do donatário.
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser resti-
tuída ou de lhe ser comunicada a restituição. Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
CAPÍTULO IV I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de
Da Doação homicídio doloso contra ele;
Seção I II - se cometeu contra ele ofensa física;
Disposições Gerais III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por libe- IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que
ralidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. este necessitava.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se acei- Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos
ta ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que
dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for adotivo, ou irmão do doador.
sujeita a encargo. Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleitea-
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatá- da dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do
rio não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remu- doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor.
neratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros
ou ao encargo imposto. do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particu- na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatá-
lar. rio, se este falecer depois de ajuizada a lide.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos
móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do en-
cargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumpri-

Conhecimentos Específicos 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe § 1o O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documen-
prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida. tos do domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de
Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiri- Imóveis da respectiva circunscrição, quando imóvel.
dos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos § 2o Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não
antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando esteja obrigado a respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário,
não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio senão observado o prazo de noventa dias após a notificação.
termo do seu valor. Art. 577. Morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus her-
Art. 564. Não se revogam por ingratidão: deiros a locação por tempo determinado.
I - as doações puramente remuneratórias; Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de
II - as oneradas com encargo já cumprido; retenção, no caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis,
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; se estas houverem sido feitas com expresso consentimento do locador.
IV - as feitas para determinado casamento. CAPÍTULO VI
Do Empréstimo
CAPÍTULO V
Da Locação de Coisas Seção I
Do Comodato
Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à ou-
tra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis.
mediante certa retribuição. Perfaz-se com a tradição do objeto.
Art. 566. O locador é obrigado: Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de
bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os
I - a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em es- bens confiados à sua guarda.
tado de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo
tempo do contrato, salvo cláusula expressa em contrário; Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-
á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo
II - a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso pacífico da coisa. necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e
Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada, sem cul- gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que
pa do locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou se determine pelo uso outorgado.
resolver o contrato, caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava. Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria
Art. 568. O locador resguardará o locatário dos embaraços e turbações fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o
de terceiros, que tenham ou pretendam ter direitos sobre a coisa alugada, e contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O
responderá pelos seus vícios, ou defeitos, anteriores à locação. comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até
Art. 569. O locatário é obrigado: restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
I - a servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou pre- Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com ou-
sumidos, conforme a natureza dela e as circunstâncias, bem como tratá-la tros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o
com o mesmo cuidado como se sua fosse; do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir
II - a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de a caso fortuito, ou força maior.
ajuste, segundo o costume do lugar; Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as
III - a levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
se pretendam fundadas em direito; Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatá-
IV - a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, rias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o como-
salvas as deteriorações naturais ao uso regular. dante.
Art. 570. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado, Seção II
ou do a que se destina, ou se ela se danificar por abuso do locatário, pode- Do Mútuo
rá o locador, além de rescindir o contrato, exigir perdas e danos. Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é
Art. 571. Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo
vencimento não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcin- gênero, qualidade e quantidade.
do ao locatário as perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao
ao locador, senão pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contra- mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição.
to. Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daque-
Parágrafo único. O locatário gozará do direito de retenção, enquanto le sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de
não for ressarcido. seus fiadores.
Art. 572. Se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar cons- Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
tituir indenização excessiva, será facultado ao juiz fixá-la em bases razoá- I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para con-
veis. trair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contra-
o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso. ir o empréstimo para os seus alimentos habituais;
Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário continuar na posse da coisa alu- III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal ca-
gada, sem oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação pelo so, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
mesmo aluguel, mas sem prazo determinado. IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
Art. 575. Se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, en- V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
quanto a tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá
pelo dano que ela venha a sofrer, embora proveniente de caso fortuito. Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do
vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica.
Parágrafo único. Se o aluguel arbitrado for manifestamente excessivo,
poderá o juiz reduzi-lo, mas tendo sempre em conta o seu caráter de pena- Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se de-
lidade. vidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a
que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual.
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não fi-
cará obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mú-
da sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro. tuo será:
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim
para o consumo, como para semeadura;

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II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro; Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de
outra coisa fungível. serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos.
CAPÍTULO VII Art. 609. A alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços
Da Prestação de Serviço se opera, não importa a rescisão do contrato, salvo ao prestador opção
Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis traba- entre continuá-lo com o adquirente da propriedade ou com o primitivo
lhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo. contratante.
Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou ima- CAPÍTULO VIII
terial, pode ser contratada mediante retribuição. Da Empreitada
Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com
partes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a seu trabalho ou com ele e os materiais.
rogo e subscrito por duas testemunhas. § 1o A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da
Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fi- lei ou da vontade das partes.
xar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o § 2o O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação
tempo de serviço e sua qualidade. de executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.
Art. 597. A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua
convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em presta- conta os riscos até o momento da entrega da obra, a contento de quem a
ções. encomendou, se este não estiver em mora de receber. Mas se estiver, por
Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais sua conta correrão os riscos.
de quatro anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em
de quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra. que não tiver culpa correrão por conta do dono.
Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de lavor (art. 610), se a coisa
que não concluída a obra. perecer antes de entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro,
Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da na- este perderá a retribuição, se não provar que a perda resultou de defeito
tureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu dos materiais e que em tempo reclamara contra a sua quantidade ou quali-
arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato. dade.
Parágrafo único. Dar-se-á o aviso: Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se
tempo de um mês, ou mais; verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo
exigir o pagamento na proporção da obra executada.
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por
semana, ou quinzena; § 1o Tudo o que se pagou presume-se verificado.
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias. § 2o O que se mediu presume-se verificado se, em trinta dias, a contar
da medição, não forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da
Art. 600. Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o presta- obra ou por quem estiver incumbido da sua fiscalização.
dor de serviço, por culpa sua, deixou de servir.
Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do
Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e de- lugar, o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o emprei-
terminado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço teiro se afastou das instruções recebidas e dos planos dados, ou das
compatível com as suas forças e condições. regras técnicas em trabalhos de tal natureza.
Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por o- Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, pode quem
bra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, encomendou a obra, em vez de enjeitá-la, recebê-la com abatimento no
antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra. preço.
Parágrafo único. Se se despedir sem justa causa, terá direito à retribui- Art. 617. O empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que recebeu,
ção vencida, mas responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se se por imperícia ou negligência os inutilizar.
despedido por justa causa.
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras constru-
Art. 603. Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a ções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá,
outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do
metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato. trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.
Art. 604. Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da
outra parte a declaração de que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias
se for despedido sem justa causa, ou se tiver havido motivo justo para seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
deixar o serviço.
Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir
Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá trans- de executar uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não
ferir a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas
sem aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste. modificações no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escri-
Art. 606. Se o serviço for prestado por quem não possua título de habi- tas do dono da obra.
litação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o do-
quem os prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao no da obra é obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos,
trabalho executado. Mas se deste resultar benefício para a outra parte, o segundo o que for arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas
juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável, desde que visitas, não podia ignorar o que se estava passando, e nunca protestou.
tenha agido com boa-fé.
Art. 620. Se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão-de-
Parágrafo único. Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a obra superior a um décimo do preço global convencionado, poderá este ser
proibição da prestação de serviço resultar de lei de ordem pública. revisto, a pedido do dono da obra, para que se lhe assegure a diferença
Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de apurada.
qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela Art. 621. Sem anuência de seu autor, não pode o proprietário da obra
conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por introduzir modificações no projeto por ele aprovado, ainda que a execução
inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continu- seja confiada a terceiros, a não ser que, por motivos supervenientes ou
ação do contrato, motivada por força maior. razões de ordem técnica, fique comprovada a inconveniência ou a excessi-
va onerosidade de execução do projeto em sua forma originária.

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Parágrafo único. A proibição deste artigo não abrange alterações de Art. 638. Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634, não poderá o
pouca monta, ressalvada sempre a unidade estética da obra projetada. depositário furtar-se à restituição do depósito, alegando não pertencer a
Art. 622. Se a execução da obra for confiada a terceiros, a responsabi- coisa ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito
lidade do autor do projeto respectivo, desde que não assuma a direção ou se fundar.
fiscalização daquela, ficará limitada aos danos resultantes de defeitos Art. 639. Sendo dois ou mais depositantes, e divisível a coisa, a cada
previstos no art. 618 e seu parágrafo único. um só entregará o depositário a respectiva parte, salvo se houver entre eles
Art. 623. Mesmo após iniciada a construção, pode o dono da obra sus- solidariedade.
pendê-la, desde que pague ao empreiteiro as despesas e lucros relativos Art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o de-
aos serviços já feitos, mais indenização razoável, calculada em função do positário, sem licença expressa do depositante, servir-se da coisa deposi-
que ele teria ganho, se concluída a obra. tada, nem a dar em depósito a outrem.
Art. 624. Suspensa a execução da empreitada sem justa causa, res- Parágrafo único. Se o depositário, devidamente autorizado, confiar a
ponde o empreiteiro por perdas e danos. coisa em depósito a terceiro, será responsável se agiu com culpa na esco-
Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra: lha deste.
I - por culpa do dono, ou por motivo de força maior; Art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir
II - quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem dificuldades im- a administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coisa depo-
previsíveis de execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou sitada e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-
outras semelhantes, de modo que torne a empreitada excessivamente á ao Depósito Público ou promoverá nomeação de outro depositário.
onerosa, e o dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas,
projeto por ele elaborado, observados os preços; para que lhe valha a escusa, terá de prová-los.
III - se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e na- Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas
tureza, forem desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem.
disponha a arcar com o acréscimo de preço. Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a
Art. 626. Não se extingue o contrato de empreitada pela morte de qual- retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se
quer das partes, salvo se ajustado em consideração às qualidades pesso- refere o artigo anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas
ais do empreiteiro. despesas.
CAPÍTULO IX Parágrafo único. Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não forem
Do Depósito provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir
Seção I caução idônea do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o
Do Depósito Voluntário Depósito Público, até que se liquidem.
Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto mó- Art. 645. O depósito de coisas fungíveis, em que o depositário se obri-
vel, para guardar, até que o depositante o reclame. gue a restituir objetos do mesmo gênero, qualidade e quantidade, regular-
se-á pelo disposto acerca do mútuo.
Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver conven-
ção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito.
praticar por profissão. Seção II
Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositá- Do Depósito Necessário
rio não constar de lei, nem resultar de ajuste, será determinada pelos usos Art. 647. É depósito necessário:
do lugar, e, na falta destes, por arbitramento. I - o que se faz em desempenho de obrigação legal;
Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incên-
coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe perten- dio, a inundação, o naufrágio ou o saque.
ce, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija Art. 648. O depósito a que se refere o inciso I do artigo antecedente,
o depositante. reger-se-á pela disposição da respectiva lei, e, no silêncio ou deficiência
Art. 630. Se o depósito se entregou fechado, colado, selado, ou lacra- dela, pelas concernentes ao depósito voluntário.
do, nesse mesmo estado se manterá. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se aos depósitos
Art. 631. Salvo disposição em contrário, a restituição da coisa deve dar- previstos no inciso II do artigo antecedente, podendo estes certificarem-se
se no lugar em que tiver de ser guardada. As despesas de restituição por qualquer meio de prova.
correm por conta do depositante. Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o
Art. 632. Se a coisa houver sido depositada no interesse de terceiro, e das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem.
o depositário tiver sido cientificado deste fato pelo depositante, não poderá Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, as-
ele exonerar-se restituindo a coisa a este, sem consentimento daquele. sim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas
Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o depositário en- ou admitidas nos seus estabelecimentos.
tregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção Art. 650. Cessa, nos casos do artigo antecedente, a responsabilidade
a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente embargado, se dos hospedeiros, se provarem que os fatos prejudiciais aos viajantes ou
sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou se houver motivo hóspedes não podiam ter sido evitados.
razoável de suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida. Art. 651. O depósito necessário não se presume gratuito. Na hipótese
Art. 634. No caso do artigo antecedente, última parte, o depositário, do art. 649, a remuneração pelo depósito está incluída no preço da hospe-
expondo o fundamento da suspeita, requererá que se recolha o objeto ao dagem.
Depósito Público. Art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que
Art. 635. Ao depositário será facultado, outrossim, requerer depósito não o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não
judicial da coisa, quando, por motivo plausível, não a possa guardar, e o excedente a um ano, e ressarcir os prejuízos.
depositante não queira recebê-la. CAPÍTULO X
Art. 636. O depositário, que por força maior houver perdido a coisa de- Do Mandato
positada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda Seção I
ao depositante, e ceder-lhe as ações que no caso tiver contra o terceiro Disposições Gerais
responsável pela restituição da primeira.
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem pode-
Art. 637. O herdeiro do depositário, que de boa-fé vendeu a coisa de- res para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procura-
positada, é obrigado a assistir o depositante na reivindicação, e a restituir ção é o instrumento do mandato.
ao comprador o preço recebido.

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Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração § 4o Sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o pro-
mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura curador será responsável se o substabelecido proceder culposamente.
do outorgante. Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao
§ 1o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato, por
passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo qualquer título que seja.
da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. Art. 669. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu
§ 2o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a pro- causa com os proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu consti-
curação traga a firma reconhecida. tuinte.
Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao mandante ou recebeu pa-
pode substabelecer-se mediante instrumento particular. ra despesa, mas empregou em proveito seu, pagará o mandatário juros,
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. desde o momento em que abusou.
Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou crédito do mandante, com-
o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser prar, em nome próprio, algo que devera comprar para o mandante, por ter
celebrado por escrito. sido expressamente designado no mandato, terá este ação para obrigá-lo à
Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido esti- entrega da coisa comprada.
pulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo ins-
mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa. trumento, qualquer deles poderá exercer os poderes outorgados, se não
Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a re- forem expressamente declarados conjuntos, nem especificamente designa-
tribuição prevista em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela dos para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos. Se os manda-
determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por arbitramento. tários forem declarados conjuntos, não terá eficácia o ato praticado sem
interferência de todos, salvo havendo ratificação, que retroagirá à data do
Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo ato.
de execução.
Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os poderes do mandatário,
Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determi- com ele celebrar negócio jurídico exorbitante do mandato, não tem ação
nadamente, ou geral a todos os do mandante. contra o mandatário, salvo se este lhe prometeu ratificação do mandante ou
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de adminis- se responsabilizou pessoalmente.
tração.
Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do
§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos mandante, deve o mandatário concluir o negócio já começado, se houver
que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de pode- perigo na demora.
res especiais e expressos. Seção III
§ 2o O poder de transigir não importa o de firmar compromisso. Das Obrigações do Mandante
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações con-
sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome traídas pelo mandatário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar
foram praticados, salvo se este os ratificar. a importância das despesas necessárias à execução dele, quando o man-
Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato i- datário lho pedir.
nequívoco, e retroagirá à data do ato. Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração
Art. 663. Sempre que o mandatário estipular negócios expressamente ajustada e as despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não
em nome do mandante, será este o único responsável; ficará, porém, o surta o esperado efeito, salvo tendo o mandatário culpa.
mandatário pessoalmente obrigado, se agir no seu próprio nome, ainda que Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, para a execução do
o negócio seja de conta do mandante. mandato, vencem juros desde a data do desembolso.
Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário
que lhe foi cometida, quanto baste para pagamento de tudo que lhe for as perdas que este sofrer com a execução do mandato, sempre que não
devido em consequência do mandato. resultem de culpa sua ou de excesso de poderes.
Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proce- Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do mandante,
der contra eles, será considerado mero gestor de negócios, enquanto o se não exceder os limites do mandato, ficará o mandante obrigado para
mandante lhe não ratificar os atos. com aqueles com quem o seu procurador contratou; mas terá contra este
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emanci- ação pelas perdas e danos resultantes da inobservância das instruções.
pado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para
de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas negócio comum, cada uma ficará solidariamente responsável ao mandatá-
por menores. rio por todos os compromissos e efeitos do mandato, salvo direito regressi-
Seção II vo, pelas quantias que pagar, contra os outros mandantes.
Das Obrigações do Mandatário Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em vir-
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual tude do mandato, direito de retenção, até se reembolsar do que no desem-
na execução do mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por penho do encargo despendeu.
culpa sua ou daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que Seção IV
devia exercer pessoalmente. Da Extinção do Mandato
§ 1o Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fizer Art. 682. Cessa o mandato:
substituir na execução do mandato, responderá ao seu constituinte pelos I - pela revogação ou pela renúncia;
prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, embora provenientes de
caso fortuito, salvo provando que o caso teria sobrevindo, ainda que não II - pela morte ou interdição de uma das partes;
tivesse havido substabelecimento. III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os po-
§ 2o Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao man- deres, ou o mandatário para os exercer;
datário os danos causados pelo substabelecido, se tiver agido com culpa IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.
na escolha deste ou nas instruções dadas a ele. Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o
§ 3o Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os atos mandante o revogar, pagará perdas e danos.
praticados pelo substabelecido não obrigam o mandante, salvo ratificação Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade for condição de um ne-
expressa, que retroagirá à data do ato. gócio bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatá-
rio, a revogação do mandato será ineficaz.

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Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a Art. 700. Se houver instruções do comitente proibindo prorrogação de
sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer prazos para pagamento, ou se esta não for conforme os usos locais, pode-
das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo rá o comitente exigir que o comissário pague incontinenti ou responda pelas
transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas consequências da dilação concedida, procedendo-se de igual modo se o
as formalidades legais. comissário não der ciência ao comitente dos prazos concedidos e de quem
Art. 686. A revogação do mandato, notificada somente ao mandatário, é seu beneficiário.
não se pode opor aos terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele trata- Art. 701. Não estipulada a remuneração devida ao comissário, será ela
ram; mas ficam salvas ao constituinte as ações que no caso lhe possam arbitrada segundo os usos correntes no lugar.
caber contra o procurador. Art. 702. No caso de morte do comissário, ou, quando, por motivo de
Parágrafo único. É irrevogável o mandato que contenha poderes de força maior, não puder concluir o negócio, será devida pelo comitente uma
cumprimento ou confirmação de negócios encetados, aos quais se ache remuneração proporcional aos trabalhos realizados.
vinculado. Art. 703. Ainda que tenha dado motivo à dispensa, terá o comissário di-
Art. 687. Tanto que for comunicada ao mandatário a nomeação de ou- reito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao comitente, ressal-
tro, para o mesmo negócio, considerar-se-á revogado o mandato anterior. vado a este o direito de exigir daquele os prejuízos sofridos.
Art. 688. A renúncia do mandato será comunicada ao mandante, que, Art. 704. Salvo disposição em contrário, pode o comitente, a qualquer
se for prejudicado pela sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a fim de tempo, alterar as instruções dadas ao comissário, entendendo-se por elas
prover à substituição do procurador, será indenizado pelo mandatário, salvo regidos também os negócios pendentes.
se este provar que não podia continuar no mandato sem prejuízo conside- Art. 705. Se o comissário for despedido sem justa causa, terá direito a
rável, e que não lhe era dado substabelecer. ser remunerado pelos trabalhos prestados, bem como a ser ressarcido
Art. 689. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos pelas perdas e danos resultantes de sua dispensa.
com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto Art. 706. O comitente e o comissário são obrigados a pagar juros um
este ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra ao outro; o primeiro pelo que o comissário houver adiantado para cumpri-
causa. mento de suas ordens; e o segundo pela mora na entrega dos fundos que
Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele cometido, pertencerem ao comitente.
os herdeiros, tendo ciência do mandato, avisarão o mandante, e providen- Art. 707. O crédito do comissário, relativo a comissões e despesas fei-
ciarão a bem dele, como as circunstâncias exigirem. tas, goza de privilégio geral, no caso de falência ou insolvência do comiten-
Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo antecedente, devem limitar-se te.
às medidas conservatórias, ou continuar os negócios pendentes que se não Art. 708. Para reembolso das despesas feitas, bem como para recebi-
possam demorar sem perigo, regulando-se os seus serviços dentro desse mento das comissões devidas, tem o comissário direito de retenção sobre
limite, pelas mesmas normas a que os do mandatário estão sujeitos. os bens e valores em seu poder em virtude da comissão.
Seção V Art. 709. São aplicáveis à comissão, no que couber, as regras sobre
Do Mandato Judicial mandato.
Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe dizem CAPÍTULO XII
respeito, constantes da legislação processual, e, supletivamente, às esta- Da Agência e Distribuição
belecidas neste Código. Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter
CAPÍTULO XI não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à
Da Comissão conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em
Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à
de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente. sua disposição a coisa a ser negociada.
Art. 694. O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para
com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem que este o represente na conclusão dos contratos.
este contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das Art. 711. Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo
partes. tempo, mais de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência;
Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as or- nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mes-
dens e instruções do comitente, devendo, na falta destas, não podendo mo gênero, à conta de outros proponentes.
pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em casos semelhantes. Art. 712. O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir
Parágrafo único. Ter-se-ão por justificados os atos do comissário, se com toda diligência, atendo-se às instruções recebidas do proponente.
deles houver resultado vantagem para o comitente, e ainda no caso em Art. 713. Salvo estipulação diversa, todas as despesas com a agência
que, não admitindo demora a realização do negócio, o comissário agiu de ou distribuição correm a cargo do agente ou distribuidor.
acordo com os usos. Art. 714. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá direito à remunera-
Art. 696. No desempenho das suas incumbências o comissário é obri- ção correspondente aos negócios concluídos dentro de sua zona, ainda
gado a agir com cuidado e diligência, não só para evitar qualquer prejuízo que sem a sua interferência.
ao comitente, mas ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente Art. 715. O agente ou distribuidor tem direito à indenização se o propo-
se podia esperar do negócio. nente, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-lo
Parágrafo único. Responderá o comissário, salvo motivo de força mai- tanto que se torna antieconômica a continuação do contrato.
or, por qualquer prejuízo que, por ação ou omissão, ocasionar ao comiten- Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o ne-
te. gócio deixar de ser realizado por fato imputável ao proponente.
Art. 697. O comissário não responde pela insolvência das pessoas com Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a
quem tratar, exceto em caso de culpa e no do artigo seguinte. ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embar-
Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere, go de haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos.
responderá o comissário solidariamente com as pessoas com que houver Art. 718. Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direito à
tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em contrá- remuneração até então devida, inclusive sobre os negócios pendentes,
rio, o comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar além das indenizações previstas em lei especial.
o ônus assumido.
Art. 719. Se o agente não puder continuar o trabalho por motivo de for-
Art. 699. Presume-se o comissário autorizado a conceder dilação do ça maior, terá direito à remuneração correspondente aos serviços realiza-
prazo para pagamento, na conformidade dos usos do lugar onde se realizar dos, cabendo esse direito aos herdeiros no caso de morte.
o negócio, se não houver instruções diversas do comitente.
Art. 720. Se o contrato for por tempo indeterminado, qualquer das par-
tes poderá resolvê-lo, mediante aviso prévio de noventa dias, desde que

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transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor
exigido do agente. da bagagem a fim de fixar o limite da indenização.
Parágrafo único. No caso de divergência entre as partes, o juiz decidirá Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente
da razoabilidade do prazo e do valor devido. com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem
Art. 721. Aplicam-se ao contrato de agência e distribuição, no que cou- ação regressiva.
ber, as regras concernentes ao mandato e à comissão e as constantes de Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito
lei especial. gratuitamente, por amizade ou cortesia.
CAPÍTULO XIII Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embo-
Da Corretagem ra feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas.
Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra Art. 737. O transportador está sujeito aos horários e itinerários previs-
em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação tos, sob pena de responder por perdas e danos, salvo motivo de força
de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, maior.
conforme as instruções recebidas. Art. 738. A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas estabeleci-
Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e das pelo transportador, constantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuá-
prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informações rios, abstendo-se de quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos
sobre o andamento do negócio. ( Redação dada pela Lei nº 12.236, de passageiros, danifiquem o veículo, ou dificultem ou impeçam a execução
2010 ) normal do serviço.
Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor Parágrafo único. Se o prejuízo sofrido pela pessoa transportada for a-
prestará ao cliente todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do tribuível à transgressão de normas e instruções regulamentares, o juiz
risco do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que possam reduzirá equitativamente a indenização, na medida em que a vítima houver
influir nos resultados da incumbência. ( Incluído pela Lei nº 12.236, de 2010 concorrido para a ocorrência do dano.
) Art. 739. O transportador não pode recusar passageiros, salvo os ca-
Art. 724. A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem sos previstos nos regulamentos, ou se as condições de higiene ou de
ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e saúde do interessado o justificarem.
os usos locais. Art. 740. O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte
Art. 725. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha con- antes de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da
seguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este passagem, desde que feita a comunicação ao transportador em tempo de
não se efetive em virtude de arrependimento das partes. ser renegociada.
Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes, § 1o Ao passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo depois de
nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, por escrito, for iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente
ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à remune- ao trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido
ração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se transportada em seu lugar.
comprovada sua inércia ou ociosidade. § 2o Não terá direito ao reembolso do valor da passagem o usuário que
Art. 727. Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dis- deixar de embarcar, salvo se provado que outra pessoa foi transportada em
pensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua seu lugar, caso em que lhe será restituído o valor do bilhete não utilizado.
mediação, a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se o § 3o Nas hipóteses previstas neste artigo, o transportador terá direito
negócio se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por efeito de reter até cinco por cento da importância a ser restituída ao passageiro, a
dos trabalhos do corretor. título de multa compensatória.
Art. 728. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um Art. 741. Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à von-
corretor, a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste tade do transportador, ainda que em consequência de evento imprevisível,
em contrário. fica ele obrigado a concluir o transporte contratado em outro veículo da
Art. 729. Os preceitos sobre corretagem constantes deste Código não mesma categoria, ou, com a anuência do passageiro, por modalidade
excluem a aplicação de outras normas da legislação especial. diferente, à sua custa, correndo também por sua conta as despesas de
CAPÍTULO XIV estada e alimentação do usuário, durante a espera de novo transporte.
Do Transporte Art. 742. O transportador, uma vez executado o transporte, tem direito
Seção I de retenção sobre a bagagem de passageiro e outros objetos pessoais
Disposições Gerais deste, para garantir-se do pagamento do valor da passagem que não tiver
Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retri- sido feito no início ou durante o percurso.
buição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas. Seção III
Art. 731. O transporte exercido em virtude de autorização, permissão Do Transporte de Coisas
ou concessão, rege-se pelas normas regulamentares e pelo que for estabe- Art. 743. A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada
lecido naqueles atos, sem prejuízo do disposto neste Código. pela sua natureza, valor, peso e quantidade, e o mais que for necessário
Art. 732. Aos contratos de transporte, em geral, são aplicáveis, quando para que não se confunda com outras, devendo o destinatário ser indicado
couber, desde que não contrariem as disposições deste Código, os precei- ao menos pelo nome e endereço.
tos constantes da legislação especial e de tratados e convenções interna- Art. 744. Ao receber a coisa, o transportador emitirá conhecimento com
cionais. a menção dos dados que a identifiquem, obedecido o disposto em lei
Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se especial.
obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respon- Parágrafo único. O transportador poderá exigir que o remetente lhe en-
dendo pelos danos nele causados a pessoas e coisas. tregue, devidamente assinada, a relação discriminada das coisas a serem
§ 1o O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será transportadas, em duas vias, uma das quais, por ele devidamente autenti-
determinado em razão da totalidade do percurso. cada, ficará fazendo parte integrante do conhecimento.
§ 2o Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer Art. 745. Em caso de informação inexata ou falsa descrição no docu-
do percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto. mento a que se refere o artigo antecedente, será o transportador indeniza-
do pelo prejuízo que sofrer, devendo a ação respectiva ser ajuizada no
Seção II prazo de cento e vinte dias, a contar daquele ato, sob pena de decadência.
Do Transporte de Pessoas
Art. 746. Poderá o transportador recusar a coisa cuja embalagem seja
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas inadequada, bem como a que possa pôr em risco a saúde das pessoas, ou
transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula danificar o veículo e outros bens.
qualquer cláusula excludente da responsabilidade.

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Art. 747. O transportador deverá obrigatoriamente recusar a coisa cujo Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escri-
transporte ou comercialização não sejam permitidos, ou que venha desa- ta com a declaração dos elementos essenciais do interesse a ser garantido
companhada dos documentos exigidos por lei ou regulamento. e do risco.
Art. 748. Até a entrega da coisa, pode o remetente desistir do transpor- Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem
te e pedi-la de volta, ou ordenar seja entregue a outro destinatário, pagan- ou ao portador, e mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua
do, em ambos os casos, os acréscimos de despesa decorrentes da contra- validade, o limite da garantia e o prêmio devido, e, quando for o caso, o
ordem, mais as perdas e danos que houver. nome do segurado e o do beneficiário.
Art. 749. O transportador conduzirá a coisa ao seu destino, tomando Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não po-
todas as cautelas necessárias para mantê-la em bom estado e entregá-la dem ser ao portador.
no prazo ajustado ou previsto. Art. 761. Quando o risco for assumido em co-seguro, a apólice indicará
Art. 750. A responsabilidade do transportador, limitada ao valor cons- o segurador que administrará o contrato e representará os demais, para
tante do conhecimento, começa no momento em que ele, ou seus prepos- todos os seus efeitos.
tos, recebem a coisa; termina quando é entregue ao destinatário, ou depo- Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato
sitada em juízo, se aquele não for encontrado. doloso do segurado, do beneficiário, ou de representante de um ou de
Art. 751. A coisa, depositada ou guardada nos armazéns do transpor- outro.
tador, em virtude de contrato de transporte, rege-se, no que couber, pelas Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mo-
disposições relativas a depósito. ra no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.
Art. 752. Desembarcadas as mercadorias, o transportador não é obri- Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o
gado a dar aviso ao destinatário, se assim não foi convencionado, depen- risco, em previsão do qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar
dendo também de ajuste a entrega a domicílio, e devem constar do conhe- o prêmio.
cimento de embarque as cláusulas de aviso ou de entrega a domicílio. Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na con-
Art. 753. Se o transporte não puder ser feito ou sofrer longa interrup- clusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto
ção, o transportador solicitará, incontinenti, instruções ao remetente, e a respeito do objeto como das circunstâncias e declarações a ele concer-
zelará pela coisa, por cujo perecimento ou deterioração responderá, salvo nentes.
força maior. Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declara-
§ 1o Perdurando o impedimento, sem motivo imputável ao transporta- ções inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da
dor e sem manifestação do remetente, poderá aquele depositar a coisa em proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar
juízo, ou vendê-la, obedecidos os preceitos legais e regulamentares, ou os obrigado ao prêmio vencido.
usos locais, depositando o valor. Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não re-
§ 2o Se o impedimento for responsabilidade do transportador, este po- sultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato,
derá depositar a coisa, por sua conta e risco, mas só poderá vendê-la se ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.
perecível. Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao segu-
§ 3o Em ambos os casos, o transportador deve informar o remetente da rado quaisquer defesas que tenha contra o estipulante, por descumprimen-
efetivação do depósito ou da venda. to das normas de conclusão do contrato, ou de pagamento do prêmio.
§ 4o Se o transportador mantiver a coisa depositada em seus próprios Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencio-
armazéns, continuará a responder pela sua guarda e conservação, sendo- nalmente o risco objeto do contrato.
lhe devida, porém, uma remuneração pela custódia, a qual poderá ser Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que
contratualmente ajustada ou se conformará aos usos adotados em cada saiba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco
sistema de transporte. coberto, sob pena de perder o direito à garantia, se provar que silenciou de
Art. 754. As mercadorias devem ser entregues ao destinatário, ou a má-fé.
quem apresentar o conhecimento endossado, devendo aquele que as § 1o O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao rece-
receber conferi-las e apresentar as reclamações que tiver, sob pena de bimento do aviso da agravação do risco sem culpa do segurado, poderá
decadência dos direitos. dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão de resolver o contrato.
Parágrafo único. No caso de perda parcial ou de avaria não perceptível § 2o A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo
à primeira vista, o destinatário conserva a sua ação contra o transportador, ser restituída pelo segurador a diferença do prêmio.
desde que denuncie o dano em dez dias a contar da entrega.
Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso
Art. 755. Havendo dúvida acerca de quem seja o destinatário, o trans- do contrato não acarreta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redu-
portador deve depositar a mercadoria em juízo, se não lhe for possível ção do risco for considerável, o segurado poderá exigir a revisão do prêmio,
obter instruções do remetente; se a demora puder ocasionar a deterioração ou a resolução do contrato.
da coisa, o transportador deverá vendê-la, depositando o saldo em juízo.
Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado parti-
Art. 756. No caso de transporte cumulativo, todos os transportadores cipará o sinistro ao segurador, logo que o saiba, e tomará as providências
respondem solidariamente pelo dano causado perante o remetente, ressal- imediatas para minorar-lhe as consequências.
vada a apuração final da responsabilidade entre eles, de modo que o
ressarcimento recaia, por inteiro, ou proporcionalmente, naquele ou naque- Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado no
les em cujo percurso houver ocorrido o dano. contrato, as despesas de salvamento consequente ao sinistro.
CAPÍTULO XV Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à atualização
DO SEGURO monetária da indenização devida segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, sem prejuízo dos juros moratórios.
Seção I
Disposições Gerais Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o
risco de que o segurado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a
Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o apólice, pagará em dobro o prêmio estipulado.
pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a
pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados. Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante
expressa cláusula contratual, não poderá operar mais de uma vez.
Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como
segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada. Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus re-
presentantes para todos os atos relativos aos contratos que agenciarem.
Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou
do bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resul-
pagamento do respectivo prêmio. tante do risco assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa.
Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que couber, aos
seguros regidos por leis próprias.

Conhecimentos Específicos 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Seção II Art. 790. No seguro sobre a vida de outros, o proponente é obrigado a
Do Seguro de Dano declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse pela preservação da vida
Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultra- do segurado.
passar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contra- Parágrafo único. Até prova em contrário, presume-se o interesse,
to, sob pena do disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente do proponente.
caso couber. Art. 791. Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro não
Art. 779. O risco do seguro compreenderá todos os prejuízos resultan- tiver como causa declarada a garantia de alguma obrigação, é lícita a
tes ou consequentes, como sejam os estragos ocasionados para evitar o substituição do beneficiário, por ato entre vivos ou de última vontade.
sinistro, minorar o dano, ou salvar a coisa. Parágrafo único. O segurador, que não for cientificado oportunamente
Art. 780. A vigência da garantia, no seguro de coisas transportadas, da substituição, desobrigar-se-á pagando o capital segurado ao antigo
começa no momento em que são pelo transportador recebidas, e cessa beneficiário.
com a sua entrega ao destinatário. Art. 792. Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por
Art. 781. A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segu- qualquer motivo não prevalecer a que for feita, o capital segurado será
rado no momento do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos
garantia fixado na apólice, salvo em caso de mora do segurador. herdeiros do segurado, obedecida a ordem da vocação hereditária.
Art. 782. O segurado que, na vigência do contrato, pretender obter no- Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo, serão
vo seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco junto a outro beneficiários os que provarem que a morte do segurado os privou dos
segurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito ao primei- meios necessários à subsistência.
ro, indicando a soma por que pretende segurar-se, a fim de se comprovar a Art. 793. É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao
obediência ao disposto no art. 778. tempo do contrato o segurado era separado judicialmente, ou já se encon-
Art. 783. Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse por trava separado de fato.
menos do que valha acarreta a redução proporcional da indenização, no Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de
caso de sinistro parcial. morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se
Art. 784. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício intrín- considera herança para todos os efeitos de direito.
seco da coisa segurada, não declarado pelo segurado. Art. 795. É nula, no seguro de pessoa, qualquer transação para paga-
Parágrafo único. Entende-se por vício intrínseco o defeito próprio da mento reduzido do capital segurado.
coisa, que se não encontra normalmente em outras da mesma espécie. Art. 796. O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limi-
Art. 785. Salvo disposição em contrário, admite-se a transferência do tado, ou por toda a vida do segurado.
contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado. Parágrafo único. Em qualquer hipótese, no seguro individual, o segura-
§ 1o Se o instrumento contratual é nominativo, a transferência só pro- dor não terá ação para cobrar o prêmio vencido, cuja falta de pagamento,
duz efeitos em relação ao segurador mediante aviso escrito assinado pelo nos prazos previstos, acarretará, conforme se estipular, a resolução do
cedente e pelo cessionário. contrato, com a restituição da reserva já formada, ou a redução do capital
§ 2o A apólice ou o bilhete à ordem só se transfere por endosso em garantido proporcionalmente ao prêmio pago.
preto, datado e assinado pelo endossante e pelo endossatário. Art. 797. No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se
Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela
valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o ocorrência do sinistro.
autor do dano. Parágrafo único. No caso deste artigo o segurador é obrigado a devol-
§ 1o Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado pe- ver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada.
lo cônjuge do segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguí- Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o
neos ou afins. segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato,
§ 2o É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em ou da sua recondução depois de suspenso, observado o disposto no pará-
prejuízo do segurador, os direitos a que se refere este artigo. grafo único do artigo antecedente.
Art. 787. No seguro de responsabilidade civil, o segurador garante o Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é nula a
pagamento de perdas e danos devidos pelo segurado a terceiro. cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por suicídio do segu-
§ 1o Tão logo saiba o segurado das consequências de ato seu, susce- rado.
tível de lhe acarretar a responsabilidade incluída na garantia, comunicará o Art. 799. O segurador não pode eximir-se ao pagamento do seguro, a-
fato ao segurador. inda que da apólice conste a restrição, se a morte ou a incapacidade do
§ 2o É defeso ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou con- segurado provier da utilização de meio de transporte mais arriscado, da
fessar a ação, bem como transigir com o terceiro prejudicado, ou indenizá- prestação de serviço militar, da prática de esporte, ou de atos de humani-
lo diretamente, sem anuência expressa do segurador. dade em auxílio de outrem.
§ 3o Intentada a ação contra o segurado, dará este ciência da lide ao Art. 800. Nos seguros de pessoas, o segurador não pode sub-rogar-se
segurador. nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, contra o causador do
sinistro.
§ 4o Subsistirá a responsabilidade do segurado perante o terceiro, se o
segurador for insolvente. Art. 801. O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural
ou jurídica em proveito de grupo que a ela, de qualquer modo, se vincule.
Art. 788. Nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a
indenização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro § 1o O estipulante não representa o segurador perante o grupo segura-
prejudicado. do, e é o único responsável, para com o segurador, pelo cumprimento de
todas as obrigações contratuais.
Parágrafo único. Demandado em ação direta pela vítima do dano, o
segurador não poderá opor a exceção de contrato não cumprido pelo § 2o A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência expres-
segurado, sem promover a citação deste para integrar o contraditório. sa de segurados que representem três quartos do grupo.
Seção III Art. 802. Não se compreende nas disposições desta Seção a garantia
Do Seguro de Pessoa do reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico, nem o
custeio das despesas de luto e de funeral do segurado.
Art. 789. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente es-
tipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o CAPÍTULO XVI
mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores. Da Constituição de Renda
Art. 803. Pode uma pessoa, pelo contrato de constituição de renda, o-
brigar-se para com outra a uma prestação periódica, a título gratuito.

Conhecimentos Específicos 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 804. O contrato pode ser também a título oneroso, entregando-se Art. 822. Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessó-
bens móveis ou imóveis à pessoa que se obriga a satisfazer as prestações rios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do
a favor do credor ou de terceiros. fiador.
Art. 805. Sendo o contrato a título oneroso, pode o credor, ao contratar, Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e
exigir que o rendeiro lhe preste garantia real, ou fidejussória. contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da
Art. 806. O contrato de constituição de renda será feito a prazo certo, dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da
ou por vida, podendo ultrapassar a vida do devedor mas não a do credor, obrigação afiançada.
seja ele o contratante, seja terceiro. Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se
Art. 807. O contrato de constituição de renda requer escritura pública. a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor.
Art. 808. É nula a constituição de renda em favor de pessoa já falecida, Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abrange o
ou que, nos trinta dias seguintes, vier a falecer de moléstia que já sofria, caso de mútuo feito a menor.
quando foi celebrado o contrato. Art. 825. Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor não pode
Art. 809. Os bens dados em compensação da renda caem, desde a ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea, domiciliada no município
tradição, no domínio da pessoa que por aquela se obrigou. onde tenha de prestar a fiança, e não possua bens suficientes para cumprir
Art. 810. Se o rendeiro, ou censuário, deixar de cumprir a obrigação es- a obrigação.
tipulada, poderá o credor da renda acioná-lo, tanto para que lhe pague as Art. 826. Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor
prestações atrasadas como para que lhe dê garantias das futuras, sob exigir que seja substituído.
pena de rescisão do contrato. Seção II
Art. 811. O credor adquire o direito à renda dia a dia, se a prestação Dos Efeitos da Fiança
não houver de ser paga adiantada, no começo de cada um dos períodos Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a
prefixos. exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do
Art. 812. Quando a renda for constituída em benefício de duas ou mais devedor.
pessoas, sem determinação da parte de cada uma, entende-se que os seus Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se re-
direitos são iguais; e, salvo estipulação diversa, não adquirirão os sobrevi- fere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município,
vos direito à parte dos que morrerem. livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
Art. 813. A renda constituída por título gratuito pode, por ato do institui- Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador:
dor, ficar isenta de todas as execuções pendentes e futuras. I - se ele o renunciou expressamente;
Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo prevalece de pleno di- II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
reito em favor dos montepios e pensões alimentícias. III - se o devedor for insolvente, ou falido.
CAPÍTULO XVII Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de
Do Jogo e da Aposta uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre elas, se decla-
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; radamente não se reservarem o benefício de divisão.
mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador responde uni-
se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito. camente pela parte que, em proporção, lhe couber no pagamento.
§ 1o Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou Art. 830. Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma
envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a sob sua responsabilidade, caso em que não será por mais obrigado.
nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
Art. 831. O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos
§ 2o O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate direitos do credor; mas só poderá demandar a cada um dos outros fiadores
de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente pela respectiva quota.
permitidos.
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos ou-
§ 3o Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos tros.
para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artís-
tica, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e Art. 832. O devedor responde também perante o fiador por todas as
regulamentares. perdas e danos que este pagar, e pelos que sofrer em razão da fiança.
Art. 815. Não se pode exigir reembolso do que se emprestou para jogo Art. 833. O fiador tem direito aos juros do desembolso pela taxa estipu-
ou aposta, no ato de apostar ou jogar. lada na obrigação principal, e, não havendo taxa convencionada, aos juros
legais da mora.
Art. 816. As disposições dos arts. 814 e 815 não se aplicam aos contra-
tos sobre títulos de bolsa, mercadorias ou valores, em que se estipulem a Art. 834. Quando o credor, sem justa causa, demorar a execução inici-
ada contra o devedor, poderá o fiador promover-lhe o andamento.
liquidação exclusivamente pela diferença entre o preço ajustado e a cota-
ção que eles tiverem no vencimento do ajuste. Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem
Art. 817. O sorteio para dirimir questões ou dividir coisas comuns con- limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os
sidera-se sistema de partilha ou processo de transação, conforme o caso. efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor.
CAPÍTULO XVIII Art. 836. A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a responsabi-
DA FIANÇA lidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não
pode ultrapassar as forças da herança.
Seção I
Disposições Gerais Seção III
Da Extinção da Fiança
Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao
credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. Art. 837. O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem pes-
soais, e as extintivas da obrigação que competem ao devedor principal, se
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação ex- não provierem simplesmente de incapacidade pessoal, salvo o caso do
tensiva. mútuo feito a pessoa menor.
Art. 819-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:
Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao deve-
devedor ou contra a sua vontade. dor;
Art. 821. As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direi-
neste caso, não será demandado senão depois que se fizer certa e líquida tos e preferências;
a obrigação do principal devedor.

Conhecimentos Específicos 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do Contrato público ou contrato particular, eis a questão.
devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que de-
pois venha a perdê-lo por evicção. Alguns negócios podem ser fechados conforme a concordância das
partes; até mesmo a palavra está em jogo como se fazia antigamente, mas
Art. 839. Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, retar- que seja uma decisão consciente porque os riscos de não dar certo são
dando-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado o fiador que o grandes. Mas em alguns casos, mesmo que alguns queiram agir dessa
invocou, se provar que os bens por ele indicados eram, ao tempo da pe- forma é impossível. Nas transações imobiliárias, por exemplo, a lei civil
nhora, suficientes para a solução da dívida afiançada. nacional determina a escritura pública para garantir a validade dos negó-
CAPÍTULO XIX cios jurídicos visando à constituição, transferência, modificação ou renúncia
Da Transação de direitos reais sobre imóveis.
Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio
mediante concessões mútuas. No entanto há exceção. É possível a utilização do instrumento particu-
lar nos negócios imobiliários quando o valor do bem for de até 30 vezes
Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permi- maior do que o salário mínimo vigente no país, nos termos do arti-
te a transação. go 108 do Código Civil.
Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas obrigações em
que a lei o exige, ou por instrumento particular, nas em que ela o admite; se Ademais, existem outras exceções à regra da utilização do instrumento
recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura pública, público: os compromissos de compra e venda, a alienação fiduciária sobre
ou por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo bem imóvel, os financiamentos realizados no âmbito do Sistema Financeiro
juiz. da Habitação (SFH), a transferência de um imóvel para a integralização do
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se capital social de uma empresa, etc.
transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos. Há outras peculiaridades na escolha dos contratos. Antes de esclarecer
Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela exatamente onde se aplica o instrumento particular e o público de um
intervierem, ainda que diga respeito a coisa indivisível. imóvel é melhor compreender a diferença entre os dois. O documento
§ 1o Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador. público é lavrado pelo Tabelião de Notas, bacharel em direito, aprovado em
§ 2o Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obri- concurso público de provas e títulos e que exerce uma função pública.
gação deste para com os outros credores. Já o documento particular é feito por qualquer pessoa capaz sem qual-
§ 3o Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dí- quer intervenção do Poder Público, assinados pelas partes e ao menos
vida em relação aos co-devedores. duas testemunhas com todas as firmas reconhecidas. Não há necessidade
Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, de reconhecimento de firma no caso de instrumentos particulares ligados
ou por ele transferida à outra parte, não revive a obrigação extinta pela ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
transação; mas ao evicto cabe o direito de reclamar perdas e danos. Veja mais informações sobre as especificações desses documentos:
Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir, depois da transação,
novo direito sobre a coisa renunciada ou transferida, a transação feita não o Quando é utilizado o contrato público? Onde se aplica?
inibirá de exercê-lo. A regra é que o instrumento públicoseja utilizado em caso de negócios
Art. 846. A transação concernente a obrigações resultantes de delito jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia
não extingue a ação penal pública. de direitos reais sobre imóveis, salvo se o valor do negócio for abaixo de 30
Art. 847. É admissível, na transação, a pena convencional. salários mínimos.
Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será Quanto é utilizado o contrato particular? Onde se aplica?
esta.
Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direitos O instrumento particular pode ser utilizado, independentemente do seu
contestados, independentes entre si, o fato de não prevalecer em relação a valor, sempre que a Lei expressamente permitir, bem como nos negócios
um não prejudicará os demais. referidos na pergunta acima e que sejam abaixo de 30 salários mínimos.
Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial Existe muita diferença entre os dois?
quanto à pessoa ou coisa controversa.
O instrumento público é realizado por um profissional do direito que e-
Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito
xerce uma função pública, ao passo que o instrumento particular pode ser
das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes.
realizado por qualquer pessoa.
Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio decidido por sentença
passada em julgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou A vantagem do instrumento público está na orientação realizada pelo
quando, por título ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles notário/Tabelião de forma imparcial; esclarecimento do conteúdo dos con-
tinha direito sobre o objeto da transação. tratos, prevenindo erros; o ato por ele praticado possui presunção relativa
CAPÍTULO XX de veracidade, ou seja, garante-se a segurança jurídica do negócio realiza-
Do Compromisso do.
Art. 851. É admitido compromisso, judicial ou extrajudicial, para resol- Um contrato dá mais garantia do que o outro?
ver litígios entre pessoas que podem contratar.
Em tese não, porém, quando realizado por instrumento público a chan-
Art. 852. É vedado compromisso para solução de questões de estado,
ce de ocorrência de um erro, uma anulabilidade ou nulidade, é muito me-
de direito pessoal de família e de outras que não tenham caráter estrita-
nor, prevenindo-se litígios. Renata Hernandes
mente patrimonial.
Art. 853. Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para re- Cédulas e notas de crédito
solver divergências mediante juízo arbitral, na forma estabelecida em lei
Conceito: São títulos representativos de operações de financiamento,
especial.
tendo por negócio de base empréstimos concedidos por instituições finan-
ceiras ou entidade a essas equiparadas, a quem se dedique a determina-
Instrumentos de formalização das operações de crédito: das áreas econômicas, com atividades rurais, industrias, comerciais, imobi-
a) contratos por instrumento público e particular; liárias, exportação e/ou importação.
b) cédulas e notas de crédito. Causalidade das cédulas e notas de crédito: Esses títulos surgem
de negócio jurídico necessário e que tem ambiente negocial próprio.
Título de crédito causal – art. 2º Dec. Lei 413.

Conhecimentos Específicos 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Tem por credor, obrigatoriamente um banco ou instituição assemelhada.
No segundo exemplo, teremos uma garantia real, pois não se baseia
(Ver art. 4º Dec. Lei 413) nesse valor abstrato (confiança), mas numa coisa concreta, real, que é o
Diferença entre cédulas e notas de crédito. Nas cédulas há garantia bem.
real(indicado na própria cédula), enquanto as notas não gozam dessa
garantia. São modalidades de garantia fidejussória ou pessoal, a fiança e o aval.

•Nas cédulas de crédito, a garantia real pode ser representada por bem Já a hipoteca, o penhor, a anticrese, a caução e a alienação fiduciária
móvel ou imóvel, ou mesmo por ambos, o que permite a doutrina classificá- são formas de garantia real.
las em:
•1- cédula hipotecária: quando a garantia é a hipoteca constituída so- GARANTIAS PESSOAIS (FIDEJUSSÓRIAS): A FIANÇA
bre um imóvel; Dá-se a fiança, quando uma pessoa se obrigar a satisfazer
determinada obrigação, caso o respectivo devedor não na tenha cumprido.
•2- cédula pignoratícia: quando a garantia é o penhor sobre determina-
dos bens móveis; Já se pode, portanto, perceber, que a fiança é uma garantia que se
contrata subsidiariamente: O fiador só será obrigado ao pagamento, depois
•3- cédula fiduciária: quando a garantia é a alienação fiduciária de bens
de, devidamente, cobrado o afiançado.
adquiridos com o financiamento ou mesmo bens do próprio patrimônio do
devedor;
A fiança será sempre dada por escrito (não existe, assim, fiança
4- cédula pignoratícia e hipotecária: quando o adimplemento apresen- verbal).
ta-se garantido tanto pelo penhor de bens móveis, quanto pela hipoteca de A fiança tanto pode ser só do principal, como só do acessório (juros,
bem imóvel. correção monetária, multa, etc.), como do principal mais acessório. É livre
sua contratação pelas partes interessadas.
Já o legislador não preocupo-se em organizar esses títulos de forma a
ordenada, assim os mesmos apresentam-se da seguinte maneira: Sempre, porém, que o contrato de fiança não estabelecer qual seu
Cédula rural pignoratícia, hipotecária, pignoratícia e hipotecária ( De- limite, a responsabilidade do fiador compreenderá desde o débito principal,
creto –lei nº 167/67) até os acessórios, e, até mesmo, as despesas judiciais para a respectiva
cobrança.
Nota de crédito rural ( Decreto-lei nº 167/67)
Cédula de crédito industrial ( Decreto-lei nº413/69) Quem pode ser fiador? Qualquer um, desde que tenha capacidade ju-
rídica. Naturalmente, se o fiador irá garantir um débito, cabe ao credor
Nota de crédito industrial (Decreto-lei 413/69) aceitá-lo ou não. Para tanto, certamente, avaliará sua capacidade não
apenas jurídica, como econômica, financeira e moral.
Cédula de crédito à exportação ( Lei n°6.313/75)
Cédula de crédito comercial ( Lei n° 6.840/90) IMPORTANTE: se o fiador for pessoa casada (homem ou mulher),
deverá contar com a expressa autorização de seu cônjuge (se o fiador for
•Cédula de produto rural ( Lei n° 8.929/94) homem, sua mulher deverá assinar o contrato, juntamente com ele; e vice-
•Cédula de debênture ( Lei nº 6.404/76) versa). A autorização da esposa chama-se "outorga uxória". A do marido,
"outorga marital".
•Cédula hipotecária ( Decreto- lei 70/66)
Tanto as pessoas físicas (naturais), como as pessoas jurídicas (socie-
•Cédula de crédito imobiliário ( Lei n° 10.931/04).
dades) podem prestar fiança. Os bancos até têm um serviço de prestação
Garantias: a) Fidejussórias: fiança e aval; de fiança a clientes, para o qual cobram uma determinada taxa.
b) Reais: hipoteca e penhor;
FIANÇA COM CLÁUSULA DE PRINCIPAL PAGADOR
c) Alienação fiduciária de bens móveis.
Como já vimos, a fiança é a assunção de uma obrigação subsidiária,
ou seja, o fiador apenas responderá caso o afiançado deixe de pagar.
Todas as vezes que pessoas contratam entre si, estabelecendo mútua Nada impede, entretanto, que, quando da contratação da fiança, o
e reciprocamente, direitos e obrigações, a primeira preocupação dê ambas credor exija que o fiador renuncie a esse privilégio (de só ser cobra-o
as partes e todos os contratantes é assegurar-se de que a parte contrária depois da cobrança feita e frustrada ao devedor-principal).
cumprirá com todos seus deveres contratuais, pagando sua par te do
contrato. Nesse caso, bastará que conste do contrato uma cláusula, estabele-
cendo que o fiador renuncia ao "benefício de ordem do art, 1941 do Código
Fácil de perceber, portanto, que, afora a parte principal do contrato, Civil" e, automaticamente, o fiador será tão devedor quanto o principal
pode haver também um contrato a parte, cujo objetivo seja garantir o devedor.
cumprimento do principal.
Em termos práticos significará que o credor não mais precisará cobrar,
Assim, quando, por exemplo, alguém toma um dinheiro emprestado, primeiramente, ao devedor-principal, para, só então, poder cobrar ao fiador.
deve dar à pessoa, que lhe forneceu o dinheiro, alguma garantia de que Poderá, desde o início, escolher a quem cobrará: se ao afiançado, ou ao
pagará o débito no vencimento. A nota promissória não é uma garantia do fiador, ou a ambos conjuntamente. Claro que, se receber de qualquer um
débito, mas o documento que comprova o crédito do credor e o débito do dos dois, não mais poderá cobrar do outro.
devedor. Nessa nota promissória poderá intervir uma terceira pessoa,
dizendo que garante o pagamento do débito. FIANÇA CONVENCIONAL E FIANÇA LEGAL
Comumente, a fiança resulta da manifestação voluntária das partes in-
Esse mesmo empréstimo, dado no exemplo, poderia ter sido docu- teressadas, num contrato. Quando é ela contratada, consoante os princí-
mentado num contrato e, nesse mesmo contrato constar que um determina- pios de liberdade contratual, temos a fiança convencional.
do bem ficaria vinculado ao débito, garantindo-o.
Caso há, entretanto, que a lei, ou o juiz, determinam a prestação de fi-
Na primeira hipótese, uma pessoa interveio, dando sua "palavra" (escri- ança. O juiz, para garantir um processo e evitar que, qualquer das partes
ta); temos, portanto, uma garantia pessoal (baseada na confiança que sofra um irreparável prejuízo, poderá determinar que a parte contrária
inspira essa pessoa). Trata-se de garantia fidejussória. preste uma fiança (chama-se caução judicial). A lei, igualmente, às vezes

Conhecimentos Específicos 105 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
determina que uma pessoa preste uma caução, para garantir outras pesso- que, porém, antes do protesto.
as. Por exemplo, quando o tutor não dispõe de bens imóveis para garantir a Nada impede, também, que num mesmo título de crédito haja vários
administração de bens de um menor-tutelado, por lei é ele obrigado a avalistas.
prestar uma caução fidejussória, garantindo que, caso ele dê prejuízo ao
menor-tutelado, terá com que indenizá-lo. AS GARANTIAS REAIS
Nesta modalidade, o credor prefere confiar num valor patrimonial, ou
Nessas hipóteses em que a fiança (caução) é prestada compulso- seja, no potencial econômico de um bem, que será vendido (leiloado) e o
riamente, por determinação da lei ou de um juiz, a fiança chama-se "fiança dinheiro apurado será empregado para pagar ao credor, caso o devedor
legal". não tenha pago.

GARANTIAS PESSOAIS (FIDEJUSSÒRIAS): O AVAL Quando esse bem for um bem móvel, então teremos um penhor; se o
Também no aval a garantia de cumprimento de uma obrigação baseia- bem for um imóvel, ocorrerá a hipoteca. Cada tipo de garantia real tem um
se na confiança do avalista. tipo de bem, que representa um valor econômico destinado a garantir o
cumprimento da obrigação.
A diferença fundamental entre o aval e a fiança está no fato de que o
primeiro só é prestado em títulos de crédito, enquanto o segundo em todo e O PENHOR
qualquer tipo de contrato. Qualquer tipo de obrigação (dívida) poderá ser garantida por penhor;
teremos aí a chamada garantia pignoratícia (lembra-se da cédula pignoratí-
Outra importante diferença é que o avalista é sempre um co-principal cia – lá em títulos de crédito???).
devedor, enquanto o fiador, de regra, é um devedor subsidiário. significa
que o credor tanto poderá cobrar o título diretamente do avalista, como Assim, por exemplo, a Caixa Econômica tem um conhecido serviço de
apenas do avalizado, ou de ambos concomitantemente. empréstimo de dinheiro, mediante garantia pignoratícia: lá vamos, pedimos
o dinheiro emprestado e oferecemos um relógio (por exemplo) como
Também, enquanto na fiança é indispensável a autorização do cônjuge garantia; o funcionário examina o relógio, avalia-o e, se ele vale
(sob pena de nulidade), no aval não há tal necessidade: pode-se prestar R$2.000,00, a Caixa nos dá um empréstimo de mais ou menos R$ 1.200,00
aval, mesmo sendo casado, até contra a vontade do cônjuge. (a margem de diferença é para cobrir eventuais despesas de cobrança,
juros, etc.). Para se consumar o penhor, nosso relógio ficara guardado na
Diferença ainda importante é que a fiança tanto pode ser de toda a dí- Caixa. Nesse exemplo, temos um contrato de mútuo, com garantia
vida, como de parte dela, enquanto o aval é sempre da totalidade do valor pignoratícia.
do título de crédito, englobando juros, correção, etc.
Observe-se que esse relógio ficará com a Caixa e, caso eu não pague
Quem pode ser avalista? Qualquer pessoa, desde que tenha capa- o empréstimo feito, será o relógio levado a leilão e, com o dinheiro apurado
cidade para assumir obrigações em título de crédito. Assim não há ne- em sua venda, será pago o valor do empréstimo, com juros e despesas, se
cessidade de que o avalista seja terceira pessoa, desvinculada do título de sobrar alguma quantia, será ela entregue ao devedor (não fica com o
crédito. Poderá ser, até mesmo, um dos próprios co-obrigados: por exem- credor, pois este só pode ter interesse no recebimento de seu crédito -- e o
plo, um endossante. bem só garante a dívida e não serve para o credor se enriquecer às custas
do devedor).
Aliás, na prática bancária -- particularmente em operações de desconto
-- é comuníssimo os bancos exigirem que o endossador do título de crédito, Assim, para se constituir o penhor o devedor deverá entregar a coisa
que o apresenta para desconto, assine-o também como avalista do princi- ao credor (essa entrega chama-se "tradição"). Deverá o credor guardar a
pal devedor. coisa empenhada como autêntico depositário, ou seja, será seu dever
conservá-la e, depois de paga a dívida, devolvê-la, juntamente com even-
O resultado prático é de muita vantagem para o banco e para os clien- tuais frutos. Se perder a coisa, ou deixar que ela se deteriore, o credor
tes. Para o banco supre a necessidade de protestar o titulo não pago no deverá indenizar ao devedor-proprietário.
vencimento (e que, para cobrar então tal título do endossante, deveria,
primeiramente, protestar o título). É que o endossante não responderia O ato de dar um bem em garantia pignoratícia chama-se empenhar ou
mais como endossante, mas sim na qualidade de avalista, o que dispensa apenhar. Não confundir com penhora que é um ato do juiz, determinando
o banco da necessidade de prévio protesto do título. E para o cliente, que um bem seja vinculado a um processo de execução de dívida. Só se
poupa o vexame do protesto, o que preserva seu bom relacionamento com pode empenhar (ou apenhar) bem móvel. A penhora admite qualquer tipo
o banco. de bem (móvel ou imóvel).

Esse exemplo bem se presta a demonstrar o quanto o aval é diferente, PENHOR LEGAL
também, do endosso: no aval há responsabilidade paralela (principal) e Normalmente, o penhor resulta da livre vontade das partes con-
solidária, enquanto no endosso há transferência de crédito de título e o tratantes. Poderá ocorrer, entretanto, que a lei, expressamente, dê a algum
endossante tem responsabilidade subsidiária (só paga se o devedor não tipo de credor o direito de penhor sobre coisa alheia, para garantia de
pagou). algum débito. Nesse caso teremos o chamado penhor legal: mesmo que o
devedor não queira dar tal bem como garantia da dívida, o bem servirá
A prestação de aval se dá no próprio titulo de crédito, devendo o como garantia da dívida, porque a lei assim o determinou.
avalista apor sua assinatura, lançando a expressão "por aval a fulano,
assinatura”. Dessa forma haverá o penhor legal da bagagem dos hóspedes, seus
móveis, jóias ou dinheiro, como garantia das despesas de hospedagem em
Caso não conste o nome do avalizado, ocorrerá o chamado aval em pensões, hotéis, pousadas , ou restaurantes.
branco: presumir-se-á que o aval foi dado para garantir o devedor principal
(nos títulos de crédito que se aperfeiçoam com o aceite, se inexistir este, o PENHOR AGRÍCOLA - INDUSTRIAL - COMERCIAL
aval será considerado como dado ao sacador). Lembra-se de nosso estudo sobre títulos de crédito, em que vimos as
Cédulas de Crédito Rural, as Cédulas de Crédito Industrial e as Cédulas de
Observe-se que o aval em preto (com a indicação do nome do ava- Crédito Comercial. Pois bem: elas são títulos que representam um emprés-
lizado) tanto poderá ser dado em favor do devedor principal (emitente, timo e já contêm a menção da garantia pignoratícia, com descrição dos
aceitante ou sacado), quanto de algum dos endossantes ou, até mesmo, de bens empenhados.
um outro avalista (aval de aval).
Uma particular diferença nesse tipo de penhor é que o bem empe-
O aval pode ser lançado até mesmo após o vencimento do título, desde nhado continua na posse do devedor (este é que ficará como depositário,

Conhecimentos Específicos 106 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
podendo até responder como depositário infiel). No penhor comum o bem seguintes bens:
apenhado é entregue ao credor; no penhor agrícola, ou industrial, ou co- a) os imóveis;
mercial, o bem continua com o devedor. b) os acessórios dos imóveis, conjuntamente com eles (o trator é um
bem móvel, mas integrado a uma fazenda, poderá ser dado em
Esse penhor é comuníssimo na atividade bancária, particularmente a hipoteca, juntamente com a fazenda);
de concessão de créditos para fomento da agricultura, da indústria e do c) as estradas de ferro (linhas, estações, locomotivas e vagões,
comércio. conjuntamente) ;
d) as minas e as pedreiras, independentemente do solo onde se
EXTINÇÃO DO PENHOR acham (a lei separa a propriedade das jazidas em relação ao
Como termina o penhor? Há várias hipóteses: imóvel em que se situam -- quer dizer que uma pedreira situada
a) extinguindo-se a obrigação principal (naturalmente, se o penhor dentro de uma fazenda, poderá ser dada em hipoteca, sem que a
visa a garantir o cumprimento de uma obrigação, morrendo ela, não fazenda seja hipotecada) ;
há razão para subsistir o penhor – morrerá obrigação principal, por e) os navios (embora se mova, a lei o equipara ao imóvel, para fim de
exemplo, se for paga, perdoada, anistiada, revogada, etc.); ser objeto de garantia real) ;
b) perecendo a coisa (a essência do penhor é a coisa, ou seja, o bem f) as locomotivas (da mesma forma que os navios, elas se movem,
dado em garantia: se este perde valor, ou se deteriora, au- mas são objeto de hipoteca, não de penhor).
tomaticamente, deixará de ser garantia; por exemplo, se a coisa se Para que tenha validade contra terceiros, a hipoteca não apenas deve-
perde, ou é incendiada, etc.); rá ser contratada por documento público (escritura pública), como deverá
c) se o credor renuncia (obviamente, o penhor beneficia ao credor; e ser inscrita (registrada) no registro de imóveis, em que estiver também
este tem liberdade para abrir mão de sua garantia); registrado o bem imóvel. As hipotecas contratadas pelo Sistema Financeiro
d) dando-se a adjudicação judicial (já vimos que o bem móvel será da Habitação, excepcionalmente, são admitidas por documento particular (a
levado a leilão; nesse, se ninguém quiser comprar (arrematar) a que a lei deu força de documento público, para baratear o custo do negó-
coisa, poderá o próprio credor pedir ao juiz que lha entregue, pelo cio, em face de seu caráter social).
valor da dívida e despesas - anote-se bem: só será possível, se no
leilão ninguém arrematou a coisa); A hipoteca extingue-se (devendo, assim, ser levantada sua inscrição no
e) venda amigável da coisa empenhada (o credor e o devedor entram registro de imóveis), sempre que:
em acordo e vendem o bem, pagando-se ao credor e ficando o a) ocorrer a extinção da obrigação principal (se a hipoteca visa a
devedor com o saldo apurado) ; garantir uma obrigação, cumprida esta, desaparecendo, perde o
f) confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e dono sentido a hipoteca, que não precisa garantir o nada) ;
da coisa (chama-se confusão). Por exemplo, um sobrinho tomou b) pela destruição da coisa (imagine o incêndio do imóvel, ou seu
R$1 milhão emprestado de um tio e, garantindo a dívida, desabamento, ou mesmo, sua desapropriação) ;
empenhou um automóvel. Falece o tio, deixando o sobrinho como c) pela renúncia do credor (a garantia protege ao credor: tem ele livre
único herdeiro. Como herdeiro, receberá ele os bens e os direitos disponibilidade sobre a hipoteca: se não quiser mais a garantia,
do tio. Dentre estes direitos, terá direito ao crédito de R$ 1 milhão preferindo confiar no devedor, ou dela abrir mão por qualquer
(do qual ele é o próprio devedor), garantido com o penhor do razão, poderá fazê-lo);
automóvel. Veja que se confundem numa mesma e única pessoa o d) pela remissão (perdão da dívida) ;
credor (novo credor, o herdeiro) e o devedor. e) pela prescrição (depois de passado determinado tempo, previsto
em lei, sem que o credor tenha exercitado o direito de exigir seu
A CAUÇÃO crédito -- "dormiu, não cobrou, não poderá mais cobrar e a hipoteca
É equiparada, juridicamente, ao penhor. Consiste no depósito de um também fica extinta);
valor mobiliário, ou para garantir a prática de certos atos, ou para garantir o f) pela arrematação (quando alguém adquire o imóvel, em leilão
exercício de certos poderes, ou mesmo para garantir a existência de certas público, isto é, em hasta pública)
relações jurídicas. g) pela adjudicação (se o bem não foi arrematado, poderá o credor
pedir ao juiz que dê a ele o imóvel, em pagamento do débito - só
É comum, por exemplo, exigir-se de uma pessoa, que atuará como cai- será possível se ninguém quis ficar com o imóvel).
xa num estabelecimento, que ele faça uma caução, garantindo eventuais
diferenças ou prejuízos de caixa. O Código Civil prevê que “o proprietário Um mesmo bem poderá ser objeto de uma ou várias hipotecas. Quer
tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou reparação dizer que o fato de já haver uma hipoteca sobre um imóvel, não impede que
necessária, quando este ameace cair (ruína), e de exigir que este preste outras, novas e sucessivas hipotecas sejam contratadas. Como ficará o
caução pelo dano iminente (que pode acontecer)”. credor? Obviamente, as dívidas principais serão pagas na ordem das
contratações das hipotecas: primeiramente receberá o credor da primeira
No sistema bancário a caução é usualmente empregada em operação hipoteca, depois o da segunda e, assim, sucessivamente.
conhecida pelo mesmo nome "caução": espécies de empréstimo. Nestas o
cliente entrega ao Banco títulos de crédito (duplicatas, comumente), que A hipoteca, mesmo que seja contratada para garantir um negócio co-
ficam em poder do Banco. O Banco, por sua vez, empresta dinheiro ao mercial, ou entre comerciantes, será sempre disciplinada pela lei civil, a ela
cliente. Claro que o Banco estará garantido, pois as duplicatas serão rece- não se aplicando a lei comercial.
bidas e, caso o cliente não pague seu débito, terá o Banco como se pagar.
A ANTICRESE
A caução tanto pode ser de títulos da dívida pública (OTN, LTN, etc.), É o direito que se confere ao credor, de reter a coisa pertencente ao
quanto de títulos de crédito pessoal (nota promissória, duplicata, etc.). Em devedor e auferir os frutos e rendimentos dessa coisa, enquanto não for a
ambas haverá necessidade da tradição (entrega) do título, equiparando-se dívida principal resgatada.
a caução ao penhor.
Em nosso direito, a anticrese só se aplica a bens imóveis: o imóvel é
A caução de bens e valores mobiliários chama-se caução real. Ela será entregue pelo devedor ao credor; este (chama-se credor anticrético) auferi-
fidejussória, quando se basear, exclusivamente, na confiança inspirada rá os frutos e rendimentos do imóvel, pagando-se da dívida ou apenas dos
pela pessoa: nesta hipótese, equipara-se à fiança. juros (tudo conforme for contratado por ambos).

HIPOTECA Observe-se que, enquanto no penhor e na hipoteca o bem apenas ga-


Outra modalidade de garantia real, diferenciando, porém, por ter como rante a dívida, na anticrese o uso do bem destina-se, diretamente, ao
objeto um bem imóvel. pagamento da dívida.

Significa que não serão objetos de penhor, mas apenas de hipoteca os Por se referir, exclusivamente, a imóveis, a anticrese só pode ser con-

Conhecimentos Específicos 107 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tratada por escritura pública, e deve ser inscrita no registro de imóveis. assim porque toda norma processual obedece ao princípio geral do efeito
imediato, princípio que muitos confundem com a chamada retroatividade.
A ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA
Nesta, um agente financeiro (banco, etc.) empresta um dinheiro a uma Note-se que a norma processual não tem efeito retroativo, mas sim a-
pessoa, para que compre um bem. A propriedade desse bem ficará em plicação imediata. E a aplicação imediata decorre do princípio, válido para
nome do agente financeiro e só será transferida ao comprador, caso este toda lei, de que, na ausência de disposição em contrário, não se aplica a
pague o empréstimo tomado. O bem será entregue ao comprador desde o fatos passados, quer para anular os efeitos que já produziram, quer para
inicio, mas apenas a título de depósito. tirar, total ou parcialmente, a eficácia de efeitos ulteriores derivados desses
fatos pretéritos.
Assim, o comprador será o depositário do bem, obrigando-se a Atos processuais realizados sob a égide da lei revogada, salvo situa-
entregá-lo (devolvê-lo) ao agente financeiro (que consta como o legítimo ções expressas e excepcionais, mantêm plena eficácia debaixo da lei nova,
proprietário), caso não pague o financiamento. Se não entregar, poderá até embora esta dite normas jurídica de conteúdo diferente. [3] Promulgada
ser preso, como depositário infiel. uma lei de processo, claro está que não pode atingir a relação jurídico-
"A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio reso- material em que se consubstancia o direito substantivo, visto que seu
lúvel e a posse indireta da coisa móvel alienada, independentemente da objeto é diverso.
tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor
direto e depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe Como a norma processual provê apenas para o futuro, ela atinge ape-
incumbem de acordo com a lei civil e penal". nas os procedimentos e atos processuais ainda não realizados no momento
em que entra em vigor. Assim, questões processuais da Lei n. 10.931/04
É muito parecida com a venda com reserva de domínio, com a especial sujeitam os processos em curso às suas regras, respeitados os atos pro-
diferença que a lei a reservou especial para as instituições financeiras (só cessuais já praticados e o direito processual adquirido.
estas podem fazer contrato de alienação fiduciária). Em suma, relativamente às leis substantivas, de acordo com o princí-
pio tempus regit actus, a lei rege, em geral, o que foi praticado durante a
A pessoa que toma o empréstimo e compra o bem chama-se fiduciário, sua vigência. Não podem, via de regra, alcançar fatos ocorridos em período
enquanto a instituição financeira, que terá a propriedade do bem, enquanto anterior ao início de sua vigência nem ser aplicada àqueles ocorridos após
não for pago o financiamento, chama-se fiduciante. a sua revogação. Entretanto, por disposição expressa do próprio diploma
legal, é possível a ocorrência da retroatividade e da ultratividade da lei.
Fiança bancária
É uma obrigação escrita na qual o banco (fiador) garante o cumprimen- De sua vez, situações de direito material só atingem os contratos no-
to de uma obrigação que a empresa-cliente (afiançada) assumiu junto a um vos, firmados sob a égide do novo Diploma Congressual, entre as quais
credor (beneficiário). Ou seja, a Fiança Bancária é um contrato realizado pode-se mencionar a consolidação liminar da propriedade, a mora, o regis-
entre a empresa e o banco através do qual o banco assume a responsabili- tro como necessário à validade do negócio, e a posse em regra deferida
dade de cumprir uma obrigação adquirida pela empresa, caso esta não a sem desmembramento ao credor fiduciário, até porque os instrumentos
cumpra. contratuais devem ser adaptados à nova legislação, inclusive no que con-
cerne ao registro como elemento essencial à constituição do contrato de
A operação é composta de uma Carta de Fiança, na qual são definidas fidúcia.
as condições das garantias concedidas e um Contrato de Contragarantia e
Nem se alegue a indiscutível independência do direito processual como
Prestação de Fiança.
óbice a aceitar, por exemplo, a irretroatividade e impossibilidade de aplica-
ção aos contratos em curso ao facultar consolidação liminar da proprieda-
de. Explicando melhor: poderia ser sustentado que a consolidação da
Polêmicas da nova alienação fiduciária de bens móveis propriedade se dá no quinqüídio posterior à execução da liminar, portanto
Alex Sandro Ribeiro liminarmente. E esta decisão liminar é instituto do direito processual. Ora, é
acautelatório sim, mas da preservação da indenidade do direito material,
Profundas alterações foram provocadas pela Lei nº 10.931/2004 na sua razão de existir. É, ainda, instrumento jurídico para satisfação do direito
sistemática da alienação fiduciária em garantia, que não poderiam material. Afinal, a autonomia do processo não significa seu isolamento das
escapar de uma análise mais detida, mormente confrontando-as aos realidades da vida a que se refere, inclusive porque a garantia constitucio-
preceitos da Constituição Federal. nal do controle jurisdicional constitui uma cobertura de todo o sistema de
direitos.
1. Notas introdutórias
Nesse passo, observadas quando e como as novas regras legais po-
Profundas alterações foram provocadas pela Lei n. 10.931, de 2004, na
dem ser aplicadas, resta ver o que há de novidade para desafiar a inteli-
sistemática da alienação fiduciária em garantia, que não poderiam escapar
gência dos exegetas.
de uma análise mais detida, mormente confrontando-as aos preceitos da
Constituição Federal. 3. As inovações processuais
A alienação fiduciária em garantia, negócio jurídico inerente precipua- De feito, o artigo 67 da Lei n. 10.931/04 revogou os artigos 66 e 66-A
mente ao sistema financeiro, porém que não lhe é privilégio, com misto de da Lei n. 4.728/65. E o fez expressamente. Como o artigo 66, da Lei
direitos obrigacionais, é um contrato que encerra direitos e obrigações para 4.728/65 dispunha sobre alienação fiduciária de bens móveis por força da
credor e devedor. Contrato bilateral, portanto. É acessório, posto vinculado alteração havida com o artigo 1º, do Decreto-Lei n. 911/69, força-se concluir
a um contrato principal, qual seja o de mútuo financeiro, objetivando ape- que houve revogação expressa deste artigo 1º, do Decreto-Lei n. 911/69.
nas a transferência de coisas, títulos ou direitos, com fins de garantias.
Compõe-se de dois elementos: um, do direito obrigacional, inerente à Da mesma forma, resta-nos evidente a revogação de questões proces-
obrigação mutuada; outro, do direito real, consistente na transferência da suais, na medida em que a nova lei tratou inteiramente do assunto, discipli-
propriedade ao credor, como garantia da obrigação mutuada. nando com nova roupagem o que era tratado pelos artigos 2º e 3º (menos
o caput) do Decreto-Lei n. 911/69.
2. Direito intertemporal
Mas as novas regras processuais, insculpidas no artigo 56, da Lei n.
Norma processual é tão-somente "aquela que trata das relações que 10.931/04, além de críticas, desafiam decreto de inconstitucionalidade. Este
se estabelecem entre os que participam do processo e do procedimento, dispositivo deu nova redação aos parágrafos do artigo 3º, do Decreto-Lei n.
isto é, do modo pelo qual os atos processuais sucedem no tempo" [1] 911/69. Manteve em vigor, porém, ocaput do artigo 3º desse Diploma
Congressual, que trata da ação de busca e apreensão aforada pelo credor,
Decorrido o prazo da vacatio legis, a lei promulgada e publicada tem
a qual será concedida liminarmente se houver comprovada a mora ou o
aplicação imediata, vale dizer: a sua vigência determina a incidência sobre
inadimplemento do devedor.
todos os atos que se vão praticar, ou se estão praticando [2]. E isso é

Conhecimentos Específicos 108 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Doravante, após cinco dias da execução da liminar, consolidar-se-á a Que da sentença cabe apelação apenas no efeito devolutivo, nada há
propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor. que se objetar. Assim até já era a previsão legal, inclusive facultando-se a
Aqui se vê a primeira incongruência: se o credor tem a posse direta e venda extrajudicial do bem apreendido.
indireta, nada resta para consolidar, apenas reconhecer e declarar. Nem
muito menos para se buscar e apreender! Mas tudo bem, imaginemos que Novidade ainda é a punição do credor fiduciário ao pagamento de mul-
o banco conferiu a posse direta ao devedor, pois só assim o processo (e, ta equivalente a 50% do valor originariamente financiado, devidamente
antes dele, o próprio contrato) terá razão de existir. atualizado, sem prejuízo das perdas e danos. Tal ocorrerá nas hipóteses
em que, julgada improcedente a ação de busca e apreensão, o credor já
No prazo de cinco dias do cumprimento da liminar de busca e apreen- houver alienado o bem.
são, poderá o devedor pagar a integralidade da dívida pendente, segundo
os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, não se compreen- Essa previsão tenta aplacar a insurgência contra a drástica consolida-
dendo aqui os juros correspondentes ao tempo ainda não decorrido, i. é., ção liminar da propriedade (art. 3º, § 1º, do Decreto Lei n. 911/69) e a
as prestações vincendas cuja exigibilidade se antecipa em razão do não faculdade de alienação extrajudicial do bem. Realmente, ameniza de algum
pagamento pontual das parcelas vencidas (CC, art. 1.246 c/c art. 1.425, III). modo o prejuízo e acalma a irresignação. Não tem, contudo, o condão de
expungir o vício de inconstitucionalidade daqueloutro dispositivo, que
Na sistemática anterior, o Réu poderia purgar a mora. Pela nova or- permite a privação do patrimônio sem o devido processo legal.
dem, o pagamento tem de ser da integralidade da dívida pendente. A
dúvida que a princípio assola o intérprete é saber sobre o que se deve Afora isso, o dispositivo não foi muito completo, deixando dúvidas so-
entender por esta expressão. Seriam as parcelas vencidas, as da mora; ou bre hipótese de extinção do processo sem apreciação do mérito, ou mesmo
seriam todas as prestações, inclusive as vincendas, cuja exigibilidade se nos casos em que, de forma autônoma e independente, tramitava ação de
antecipa em razão do inadimplemento contratual e da incidência da cláusu- revisão ou modificação do contrato de financiamento – do qual se extraiu,
la resolutória expressa? acessoriamente, o contrato de alienação fiduciária – ou mesmo consigna-
ção em pagamento, cujo desfecho cause evidente prejuízo à decisão
A resposta, ao que parece, é expressada pela parte final do novo § 2º, proferida na busca e apreensão fundada em mora ou inadimplemento do
do artigo 3º, do Decreto Lei n. 911/69, ao prever que na hipótese de paga- devedor relativamente ao mútuo financeiro.
mento da dívida integral, o bem será restituído ao devedor livre do ônus. Se
fosse pagamento apenas das parcelas atrasadas, o contrato continuaria em Como resolver a questão da prejudicialidade externa, para efeito de
vigor, mantida a oneração. Como será devolvido o bem ao devedor, livre do punição do credor que teve procedente o pleito de busca e apreensão e,
ônus, conclui-se que o contrato foi extinto. em decorrência, vendeu o bem? Igual providência, pois, deverá ser tomada:
aplicação da multa de 50%, sem prejuízo de indenização por perdas e
Portanto, a integralidade da dívida pendente é toda aquela necessária danos. Isonomia e lógica devem ser prestigiadas, no mínimo, para situação
à quitação do mútuo financeiro contratado. que deflagram a mesma conseqüência.
Superada esta celeuma, analisemos outras questões processuais. 4. As inovações materiais
Executada a liminar de busca e apreensão, o devedor será citado para, O artigo 66, da Lei n. 4.728/65, conceituava alienação fiduciária como
no prazo de quinze dias, apresentar resposta, na qual se inserem a contes- sendo a transferência ao credor do domínio resolúvel e a posse indireta da
tação, exceção e reconvenção (CPC, art. 297). Poderá lançar mão da coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem,
resposta ainda que tenha pago toda a dívida e restituído o bem. Neste tornando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e depositário com
caso, porém, a discussão limitar-se-á ao pagamento que entenda ter havido todas as responsabilidades e encargos que lhe incumbiam de acordo com
a maior, com a conseqüente restituição. Assim é a lei. Essa limitação, as leis civil e penal.
porém, não parece correta, se aceita pela doutrina e pela jurisprudência de
forma incondicional. Esse artigo foi revogado, ex vi do artigo 67, da Lei n. 10.931/04. Em
seu lugar, no que diz respeito à condição de depositário do devedor ou
Para tanto, não é preciso argumentar muito, bastando lembrar a expe- alienante, não há na nova lei, S.M.J., disposição igual ou semelhante, de
riência consagrada no depósito elisivo da Lei de Falência e a purga da modo que, doravante inexiste a qualidade do depositário inserta no deve-
mora da Lei do Inquilinato. Em ambos Diplomas Congressuais, aceita-se o dor, assim como não existem mais as conseqüências jurídicas que desta
depósito e a concomitante apresentação de resposta, de forma ampla e condição advinham, como a ação de depósito e a prisão civil.
abrangente, até porque se o devedor se defender, sem fazer, no prazo
legal, o depósito do valor apontado na exordial, sujeita-se à declaração da Merecem destaque, ainda, algumas novidades quanto ao objeto da ali-
falência ou à decretação do despejo, se verificada a improcedência das enação fiduciária, até inconciliáveis, que trouxe a Lei n. 10.931/04.
suas alegações. Comecemos pela admissibilidade de alienação fiduciária de bens fun-
O mesmo pode ocorrer com o devedor fiduciário. Deve promover o de- gíveis, que, seja pela finalidade natural a que se prestam (consumo materi-
pósito e apresentar ampla contestação. Do contrário, no mínimo será al), seja porque destinados à comercialização, são também consumíveis.
cerceada a garantia do contraditório e da ampla defesa, pois impediria a Esta novidade vem de encontro ao que proclamava a jurisprudência, até
parte, e até mesmo a justiça, de produzir provas para apuração de possí- por constituir depósito irregular e, como tal, devendo ser tratado pelas
veis desvirtuamentos da finalidade do instituto. regras do mútuo financeiro apenas. Não obstante o permissivo legal, que
em verdade tratou de uma prática que era corriqueira no mercado, quer-nos
Deveras, não deslembramos que a ação de busca e apreensão ainda parecer que não se poderá admitir a alienação fiduciária dos bens fungíveis
não trata de cobrança. Em razão disso, a princípio inócua seria a discussão se forem também consumíveis, salvo se aceita, em definitivo, a extinção da
acerca de excessos das cláusulas contratuais que, por sua vez, somente qualidade de depositário do devedor. De todo modo, a prática bancária e
são impugnáveis em momento oportuno, não no âmbito restrito da ação de contratual, é de se antever, cuidará de conciliar tudo isso, quão engenho-
busca e apreensão que visa, unicamente, consolidar a propriedade nas sos que são os agentes financeiros.
mãos do legítimo dono. Todavia, em caso de pedido manifestamente ilegal
ou nitidamente em confronto com o contrato, a defesa do devedor poderá Duas outras inovações são a cessão fiduciária de direito sobre coisas
ser estendida, apontando de imediato tais vícios. móveis e a de títulos de crédito. Neste particular, desmerece o texto legal
maiores comentários, a par dos já ventilados no parágrafo precedente,
Até porque, se o valor apontado no título levado a protesto ou objeto da posto de clareza solar o que resta acerca da inovação. Faz jus apenas a
notificação for exorbitante, terá por conseqüência excluir a mora do deve- um alerta: cuidados especiais para não transformar o instituto numa fomen-
dor. E, sem que esteja comprovada a mora ou o inadimplemento do deve- tação e troca de títulos simulados.
dor, carece o credor de interesse processual e, mais que isso, desenha-se
impossível o deferimento da liminar de busca e apreensão. Daí a relevância Há ainda uma regra estabelecida pelo § 3º, do artigo 66-B, da Lei n.
da discussão. 4.728/65, insculpido pela nova lei. Agora, diversamente do que previa o
Decreto Lei n. 911/69, a posse direta do bem objeto da propriedade fiduciá-
ria ou do título representativo do direito ou do crédito é atribuído ao credor.

Conhecimentos Específicos 109 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ora, em assim sendo, a que título o devedor ou alienante ostentará o da lei 10.931/04, assevera que a busca e apreensão constitui processo
bem móvel, o direito ou o crédito? Sabidamente, quanto ao campo do autônomo e independente de qualquer procedimento posterior.
exercício da posse, desdobra-se ela em direta e indireta. Cabe ao titular da
posse direta a detenção da coisa, e ao proprietário a posse indireta, a Cremos que muita coisa diz a lei com esse preceito. Deixou claro que a
posse de direito. Haverá, então composse no exercício de fato? O devedor busca e apreensão não é cautelar, mas ação de conhecimento exauriente e
terá o bem apenas ao final do contrato? Foi por isso que a lei excluiu a satisfativa. Pode afastar a possibilidade de ações propostas pelo devedor
qualidade de depositário da coisa e a expressão independente de tradi- causarem a suspensão do processo de busca e apreensão, ou atrair-lhe a
ção contida anteriormente no conceito de alienação fiduciária? Cremos que competência etc. Entretanto, no nosso sentir, o maior efeito foi abolir defini-
tais indagações passaram desapercebidas às ponderações do sábio legis- tivamente a possibilidade de conversão automática em caso de não locali-
lador. zação do bem, máxime se o réu já houver sido citado.

Não se mostra razoável aceitar que, por exemplo, uma pessoa adquira O depósito que tantos embates causa, em razão da possibilidade da
um automóvel, fracione em 30 meses o pagamento do mútuo e, durante prisão civil, passou a ser considerado procedimento posterior e autônomo,
todo esse tempo, a posse direta do bem permaneça com o credor, só a não podendo ficar vinculado ao processo também autônomo e independen-
transmitindo ao devedor após o pagamento total do contrato. Isso é tentar te de busca e apreensão. Não localizado o bem, mormente se houver sido
privilegiar em demasia o agente financeiro, a ponto de afrontar as mais objeto de furto, roubo, sinistro etc., a ação de busca e apreensão perde
comezinhas lógicas do direito, do razoável e do justo. eficácia e deve ser extinta. Nem de depósito há que se falar, pois em casos
que tais deve-se partir do pressuposto de ser incabível a cominação de
É de notar que, ao menos entre si, o amplo § 3º, do artigo 66-B em prisão civil na espécie, por se tratar de perecimento ou desaparecimento do
comento é todo congruente, pois atribui posse direta ao credor e lhe faculta bem, por caso fortuito ou força maior.
vender a terceiros o bem objeto da propriedade fiduciária, independente de
leilão, hasta pública ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial. Há Por tudo isso, não sendo o bem localizado, a busca e apreensão deve
convergência das idéias na medida em que, tendo o bem sob sua deten- ser extinta. Os atos processuais e procedimentos até então havidos só
ção, à sua disposição, desnecessário será aforar ação de busca e apreen- poderão ser salvos pelos princípios da economia, instrumentalidade e
são. Verificado o inadimplemento, poderá o bem ser exposto para venda e celeridade, o que cada caso concreto recomendará. Em conversão em
alienado a terceiros. Isso tudo à revelia e insciência minuciosa do devedor, depósito, porém, não se pode falar mais, inclusive porque foi abolida a
em situação mais grave da que já acontecia no Decreto Lei n. 911/69, em qualidade de depositário antes imiscuída no devedor.
que ao menos ação havia, embora a venda fosse extrajudicial e sem fiscali- 6. A nova alienação fiduciária de bem móvel face à Constituição
zação do devedor, que tem interesse por poder ter saldo a receber e o fruto Federal
da alienação ser utilizado na solução da dívida.
É princípio basilar do Direito, erigido a dogma de calibre constitucional,
Conquanto possamos pensar assim, o que inclusive pode soar como que ninguém será privado de seus bens sem o devido processo legal (CF,
censura, parece que foi mesmo a intenção da lei deixar a posse fática do art. 5º, inciso LIV). Entre muitas coisas, esse princípio, inspirado na Magna
bem ao credor, pois o § 5º, do novo artigo 66-B, mandou aplicar à alienação Carta inglesa, quer dizer que todos têm direito à uma decisão proferida em
fiduciária e à cessão fiduciária o artigo 1.435, do Código Civil de 2002. Este processo regular, válido e eficaz, com força de coisa julgada. Trata-se de
artigo, de sua vez, prevê que o credor pignoratício (leia-se então, o credor norma suprema que todas as leis devem se curvar. Não obstante, o novo §
fiduciário) é obrigado à custódia da coisa, como depositário; à defesa da 1º, do artigo 3º, do Decreto Lei n. 911/69, ignorou-a por completo ao prever
posse; à imputação do valor dos frutos nas despesas de guarda e consecu- a consolidação da propriedade e da posse plena e exclusiva do bem no
ção, nos juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente; à patrimônio do credor, dentro de cinco dias após a execução da liminar de
restituição oportuna, uma vez paga a dívida etc. busca e apreensão.
É certo que cada caso concreto terá uma regra específica, mas é inol- Eqüivale dizer: o credor promove a ação de busca e apreensão, que
vidável quão funesta ficou a novel regra, mormente se se tratar de automó- não é cautelar nem provisória, alega mora do devedor, obtém liminar, a
vel, ou mesmo de bens necessários à atividade da empresa. Provavelmen- executa recebendo initio litis o bem e, num qüinqüídio, tem sua pretensão
te, os agentes financeiros redigirão o contrato de adesão valendo-se da material integralmente satisfeita.
ressalva salvo disposição em contrário constante do § 3º, do novo artigo
66-B, e outorgarão a posse direta do objeto da alienação fiduciária ao Note que isso se dá antes mesmo do escoamento do prazo do réu para
devedor, até porque, do contrário, como depositários ficarão os agentes apresentar resposta, porquanto a citação se dará no ato da execução da
fiduciários. liminar e, enquanto se confere cinco dias para a consolidação liminar da
propriedade, confere-se o prazo de quinze dias para a resposta, de tal sorte
Não menos certo, registre-se enfim, é que a posse direta e indireta atri- que depois de verificado o termo final daquele, restarão ainda dez dias para
buída ao credor contraria todo o sistema e regras acerca da alienação findar-se o prazo da resposta do réu.
fiduciária, inclusive as do Código Civil (art. 1.361, § 2º) que foram mantidos
incólumes pela nova lei, até porque aquilo que ela pretendia aproveitar ou Pior será na hipótese em que logrou-se a busca e apreensão do bem,
excluir o fez expressamente, tais como os requisitos definidos no artigo mas não a citação do réu. Neste caso, antes mesmo de o réu saber for-
1.362, do Código Civil de 2002, e a inclusão do artigo 1.368-A, que verbera malmente que contra ele tramita ação de busca e apreensão, será privado
submeterem-se à disciplina específica das respectivas leis especiais as de seu bem!
demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade fiduciária, Data venia, atinge as raias do absurdo, principalmente se considerado
somente se aplicando as disposições do Código Civil de 2002, naquilo que que se está diante de uma decisão interlocutória (que decide incidentes do
não for incompatível. processo) deferida initio litis e inaudita altera parte que, olvidando sua
Por tudo isso, a parte material da alienação fiduciária de bem móvel essência de provisória, termina por produzir efeitos de coisa julgada materi-
insculpida no artigo 55, da Lei n. 10.931/04, não está apta a se isentar de al, como se de sentença meritória irrecorrida se tratasse.
críticas nem a merecer irrestritos aplausos, revelando-se em parte prestigi- Finalmente, mister se faz consignar a lição dos tratadistas mais moder-
adora do ranço ditatorial de outrora. nos, que timbram em ver no devido processo legal mais do que uma garan-
5. A impossibilidade de converter a busca e apreensão em tia subjetiva do indivíduo, uma tutela do próprio processo.
depósito Com efeito, já se disse alhures que cada vez se consolida mais a idéia
Questão interessante, como já se alinhou acima, sobrou acerca dos ar- de que sobre os interesses unilaterais das partes, respeitáveis sem dúvida,
tigos 4º a 7º do Decreto-Lei n. 911/69, notadamente o artigo 4º, que prevê a sobrepaira, no entanto, um de maior amplitude, que é o da tutela do próprio
faculdade do credor em requerer a conversão da busca e apreensão em processo. Desse modo, as garantias constitucionais do devido processo
depósito, caso não seja encontrado o bem alienado fiduciariamente. Isso legal convertem-se de garantias exclusivas das partes em garantias da
porque, o § 8º, do artigo 3º, do Decreto-Lei 911/69, acrescido pelo artigo 56 jurisdição e transformam o procedimento em um processo jurisdicional de
estrutura cooperatória, em que a garantia de imparcialidade da jurisdição
brota da colaboração entre partes e juiz. A participação dos sujeitos no

Conhecimentos Específicos 110 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
processo não possibilita apenas a cada qual aumentar as possibilidades de art. 5°, LIV e LV). A ampla defesa importa, antes de mais nada, na prévia
obter uma decisão favorável, mas significa cooperação no exercício da audiência, direito maior que não se coaduna sequer com os efeitos da
jurisdição para cima e para além das intenções egoísticas das partes, a preclusão da notificação extrajudicial, de iniciativa do agente fiduciário, bem
estrutura dialética do processo existe para reverter em beneficio da boa assim com a anulação de defesa do devedor.
qualidade da prestação jurisdicional e da perfeita aderência da sentença a
situação de direito material subjacente. E o devido processo legal, sem sombra de dúvidas, seria aquele ins-
taurado através da via judicial, ou, no dizer do emérito Celso Ribeiro Bas-
Inconstitucional, pois, a consolidação liminar da propriedade nas mãos tos, o direito ao devido processo legal é mais uma garantia do que propria-
do credor fiduciário. mente um direito, por ele visa-se a proteger a pessoa contra a ação arbitrá-
ria. [4] No caso vertente, é óbvio que se viola, de forma repulsiva, princípios
Noutro aspecto a eiva da inconstitucionalidade atinge a Lei n. fundamentais de nossa Carta Magna.
10.931/04. Desta feita, deslembrou ela também que o inciso XXXV, do
artigo 5º, da Constituição Federal, preceitua que a lei não excluirá da apre- Colima-se, portanto, com o devido processo legal, a aplicação da lei. O
ciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. É a consagração do princípio em tela se caracteriza pela sua excessiva abrangência e quase
princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. que se confunde com o Estado de Direito. A partir da instauração deste,
todos passaram a se beneficiar da proteção da lei contra o arbítrio do
Esse princípio estrutural não foi inteiramente observado pelo novo § 3º, Estado e dos particulares.
do artigo 66-B, da Lei n. 4.728/65, i. é., pelo artigo 55, da Lei n. 10.931/04,
na medida em que permitiu a venda do bem objeto da propriedade fiduciá- E mais. A nova ordem legal atribui ao agente fiduciário a presidência do
ria e independente de leilão, hasta pública ou qualquer outra medida judicial processo de execução, subtraindo do Poder Judiciário função indelegável e
ou extrajudicial. inerente ao Juiz Natural, provida e investida de garantias constitucional-
mente dispostas. É evidente que somente o Poder Judiciário é capaz de
A redação pareceria inofensiva e mera repetição da regra proclamada assegurar a imparcialidade no tratamento das partes. Entendimento contrá-
no revogado artigo 2º, do Decreto Lei 911/69, o que bastaria manter o rio consagra a autotutela, o que se afirma na exata medida em que, medi-
prestígio ao atendimento consolidado a respeito. Só que agora outro é o ante simples notificação, sem qualquer possibilidade de defesa, o credor
sistema. Antes, não havia consolidação liminar da propriedade. Outrossim, priva o devedor do uso dos direitos e ações sobre o bem, ou seja, vende o
na regra revogada previa-se que o apelo não impediria a venda extrajudicial bem alienado passando por cima dos princípios do contraditório, da ampla
do bem e a consolidação da propriedade e posse, o que justificaria aduzir defesa, do devido processo legal e da inafastabilidade da tutela jurisdicio-
que "a venda prevista no artigo 2º, do Dec-Lei 911/69 só pode ocorrer nal.
depois de proferida a sentença que consolida a propriedade e a posse"
(JTAERGS77/98). A única conclusão possível é que a alienação privada do bem do deve-
dor fiduciário atenta contra diversos princípios constitucionais retro aponta-
Nesse passo, a venda do bem feita pelo agente fiduciário, sem possibi- dos. Essas são razões mais do que suficientes para se afirmar que a pre-
lidade de defesa pelo devedor, ofende no mínimo o monopólio da jurisdição tendida alienação extrajudicial até mesmo independentemente de leilão e
que detém o Poder Judiciário. A continuar nesta toada, voltaremos a aplau- antes de processo ou sentença é juridicamente impossível ante a evidência
dir decisões que tisnaram de inconstitucional a alienação extrajudicial, pois, dos parâmetros da Carta Magna.
"se permitido ao credor fazer essa alienação, estará ele exercendo a ativi-
dade jurisdicional de execução, que é privativa do judiciário" (Lex-JTA Notas
153/55).
1 Marcus Vinicius Rios Gonçalves. Novo curso de direito processual ci-
Não se vislumbra, diante da Constituição Federal, como compatibilizar vil, p. 9.
a alienação extrajudicial do bem, que enseja verdadeira execução extraju-
dicial e representa entulho do regime autoritário, com a necessidade do 2 Pontes de Miranda. Comentários ao Código de Processo Civil, p. 4
devido processo legal, constitucionalmente imposta. Ao que consta, o 3 Frederico Marques. Elementos de Direito Processual Penal, p.54.
Pretório Excelso teve a oportunidade de examinar por mais de uma única
vez o tema após a promulgação da nova Constituição, pelo que é de todo 4 Celso Ribeiro Bastos. Comentários a Constituição do Brasil, 2º volu-
interessante que sejam levados àquela Colenda Corte novos recursos. me. Saraiva. 1989. p.261.

Surge, então, vinculado a esta matéria, o tema sobre a subsistência, ou RIBEIRO, Alex Sandro. Polêmicas da nova alienação fiduciária de bens
não, do Decreto-Lei n. 70/66, viabilizador da execução hipotecária à mar- móveis - Página 2/2. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 607, 7 mar. 2005.
gem da atuação do Estado-Juiz. A jurisdição é ato próprio à soberania do Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/6406>. Acesso em: 9 abr. 2014.
Estado, valendo notar o tipo do artigo 345, do Código Penal, no que veda a
autotutela por particulares fora dos casos de defesa imediata, ainda que Títulos de Crédito – nota promissória, duplicata, cheque.
procedente o pleito. Matéria que se encontra sumulada pelo Primeiro Tribu- Nota promissória é um título cambiário em que seu criador assume
nal de Alçada Civil de São Paulo, in verbis: Súmula 39: São inconstitucio- a obrigação direta e principal de pagar o valor correspondente no título. A
nais os artigos 30, parte final, e 31 a 38 do Decreto - lei n.º 70 de nota promissória nada mais é do que uma promessa de pagamento, e para
21.11.1996. Esses dispositivos, frise-se, permitiam ao banco a alienação seu nascimento são necessárias duas partes: o emitente ou subscritor
extrajudicial do imóvel hipotecado, vinculado a contrato de financiamento (devedor), criador da promissória no mundo jurídico, e o beneficiário ou
imobiliário. tomador que é o credor do título.
Cumpre ter presente que a glosa ocorrida diz respeito à circunstância Para exemplificar a constituição de uma nota promissória citamos a se-
de o § 3º, do artigo 66-B, da Lei n. 4.728/65 (por força do artigo 55, da Lei guinte hipótese: Pedro empresta R$ 1.000,00 (mil reais) ao seu amigo
n. 10.931/04) não contemplar o contraditório, viabilizando, assim, a execu- André, que por sua vez se compromete a efetuar o pagamento do emprés-
ção unilateral. A Constituição Federal de 1988, democrática sob todos os timo em trinta dias. Assim sendo, emite uma nota promissória no valor do
ângulos, deu ênfase ao princípio do contraditório, colando-o aos processos empréstimo onde o beneficiário é o Pedro, com vencimento para trinta dias
em geral. da data.
Não é crível que uma Lei Federal, sancionada em pleno Estado Demo- Como nos demais títulos de crédito a nota promissória pode ser trans-
crático e de Direito, tem em seu âmago um ranço pior que o de um Decreto- ferida a terceiro por endosso, bem como nela é possível a garantia do aval.
Lei instituído no auge do regime militar, espelhando toda sorte de opressão
que marcou o período, felizmente superado. Contudo, verifica-se que os Caso a nota promissória não seja paga em seu vencimento poderá ser
desavisados fragmentos desse regime ainda perduram, apesar da cristalina protestada, como ainda será possível ao beneficiário efetuar a cobrança
inconstitucionalidade. judicial, a qual ocorre por meio da ação cambial que é executiva. No entan-
to, a parte só pode agir em juízo se estiver representada por advogado
A nova ordem comete violência contra o direito constitucional à ampla legalmente habilitado. Obs.: Para valores menores que 20 salários míni-
defesa, ao contraditório e ao devido processo legal (Constituição Federal

Conhecimentos Específicos 111 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mos, não é necessário advogado, bastando procurar um Juizado Especial • ao portador: não nomeia um beneficiário e é pagável a quem o apresen-
Cível (antigo Juizado de Pequenas Causas). te ao banco sacado. Não pode ter valor superior a R$ 100.
A nota promissória é prevista no decreto 2044 de 31 de dezembro de Para tornar um cheque não à ordem, basta o emitente escrever, após o
1908 e na Lei Uniforme de Genebra, seus requisitos são os seguintes: nome do beneficiário, a expressão “não à ordem”, ou “não-transferível”, ou
1. A denominação "nota promissória" lançada no texto do título. “proibido o endosso”, ou outra equivalente.

2. A promessa de pagar uma quantia determinada. Cheque de valor superior a R$100 tem que ser nominal, ou seja, trazer a
identificação do beneficiário. O cheque de valor superior a R$100 emitido
3. A época do pagamento, caso não seja determinada, o vencimento sem identificação do beneficiário será devolvido pelo motivo '48-cheque
será considerado à vista. emitido sem identificação do beneficiário - acima do valor estabelecido'.
4. A indicação do lugar do pagamento, em sua falta será considerado o 3. As pessoas, lojas, empresas são obrigadas a receber cheques?
domicílio do subscritor (emitente).
Não. Apenas as cédulas e as moedas do real têm curso forçado. Veja
5. O nome da pessoa a quem, ou a ordem de quem deve ser paga a também as perguntas e respostas sobre o uso do dinheiro.
promissória.
4. O que é cheque especial?
6. A indicação da data em que, e do lugar onde a promissória é passa-
da, em caso de omissão do lugar será considerado o designado ao lado do O chamado cheque especial é um produto que decorre de uma relação
nome do subscritor. contratual em que é fornecida ao cliente uma linha de crédito para cobrir
cheques que ultrapassem o valor existente na conta. O banco cobra juros
7. A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). por esse empréstimo.
8. Sem rasuras, pois perde o valor a nota promissória. 5. Um cheque apresentado antes do dia nele indicado (pré-datado)
pode ser pago pelo banco?
Nota Promissória_ Decreto n. 57.663, de 24-1-1966, artigo 75 em dian-
te. Sim. O cheque é uma ordem de pagamento à vista, válida para o dia de
sua apresentação ao banco, mesmo que nele esteja indicada uma data
A nota promissória também é conhecida no Brasil como "papagaio", futura. Se houver fundos, o cheque pré-datado é pago; se não houver, é
sendo esta palavra empregada originalmente para promissórias de valor devolvido pelo motivo 11 ou 12.
duvidoso. A provável origem deste apelido está na figura do persona-
gem Zé Carioca da Disney representando a figura do típico malandro Do ponto de vista da operação comercial, divergências devem ser tratadas
carioca. na esfera judicial.
A duplicata mercantil ou simplesmente duplicata é uma espécie 6. Quais os principais motivos para devolução de cheque?
de título de crédito que constitui o instrumento de prova do contrato de
compra e venda. A lei regulamentadora em nossa legislação, é: N° Os motivos de devolução dos cheques podem ser consultados na tabela
5.474/68 - Lei das Duplicatas. disponível em nossa página, seguindo "Sistema Financeiro Nacional >
Informações sobre operações bancárias > Cheques > Motivos de devolu-
O conjunto de duplicatas é chamado de CARTEIRA, ou seja, um con- ção de cheques e documentos".
junto de ativos financeiros, que tem como portador, tanto a pessoa física
como a jurídica. 7. O motivo de devolução deve ser registrado no cheque?
Sim. Ao recusar o pagamento de cheque apresentado para compensação,
a instituição deve registrar, no verso do cheque, em declaração datada, o
1. O que é o cheque? código correspondente ao motivo da devolução. No caso de cheque apre-
sentado ao caixa, o registro deve ser feito com anuência do beneficiário.
O cheque é uma ordem de pagamento à vista e um título de crédito.
8. O banco é obrigado a comunicar ao emitente a devolução de che-
A operação com cheque envolve três agentes:
ques sem fundos?
• o emitente (emissor ou sacador), que é aquele que emite o cheque; Somente nos motivos 12, 13 e 14, que implicam inclusão do seu nome no
Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF).
• o beneficiário, que é a pessoa a favor de quem o cheque é emitido; e
9. O correntista pode impedir o pagamento de um cheque já emitido?
• o sacado, que é o banco onde está depositado o dinheiro do emitente.
Sim. Existem duas formas:
O cheque é uma ordem de pagamento à vista, porque deve ser pago no
momento de sua apresentação ao banco sacado. Contudo, para os che- • oposição ao pagamento ou sustação, que pode ser determinada pelo
ques de valor superior a R$ 5 mil, é prudente que o cliente comunique ao emitente ou pelo portador legitimado, durante o prazo de apresentação;
banco com antecedência, pois a instituição pode postergar saques acima
desse valor para o expediente seguinte. • contra-ordem ou revogação, que é determinada pelo emitente após o
término do prazo de apresentação.
O cheque é também um título de crédito para o beneficiário que o recebe,
porque pode ser protestado ou executado em juízo. Os bancos não podem impedir ou limitar o direito do emitente de sustar o
pagamento de um cheque. No entanto, os bancos podem cobrar tarifa pela
No cheque estão presentes dois tipos de relação jurídica: uma entre o sustação, cujo valor deve constar da tabela de serviços prioritários da
emitente e o banco (baseada na conta bancária); outra entre o emitente e o instituição.)
beneficiário.
No caso de cheque devolvido por sustação, cabe ao banco sacado informar
2. Quais as formas de emissão do cheque? o motivo alegado pelo oponente, sempre que solicitado pelo favorecido
O cheque pode ser emitido de três formas: nominalmente indicado no cheque ou pelo portador, quando se tratar de
cheque cujo valor dispense a indicação do favorecido.
• nominal (ou nominativo) à ordem: só pode ser apresentado ao banco
10. O banco pode fornecer informações sobre o emitente de cheque
pelo beneficiário indicado no cheque, podendo ser transferido por endosso
devolvido?
do beneficiário;
A instituição financeira sacada é obrigada a fornecer, mediante solicitação
• nominal não à ordem: não pode ser transferido pelo beneficiário; e formal do interessado, nome completo e endereços residencial e comercial
do emitente, no caso de cheque devolvido por:

Conhecimentos Específicos 112 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• insuficiência de fundos; • o valor integral seja especificado em algarismos no campo próprio da
folha de cheque;
• motivos que ensejam registro de ocorrência no CCF;
• a expressão "e centavos acima" conste da folha de cheque, grafada pelo
• sustação ou revogação devidamente confirmada, não motivada por furto, emitente ou impressa no final do espaço destinado à grafia por extenso de
roubo ou extravio; seu valor.
• divergência, insuficiência ou ausência de assinatura; ou 15. O cheque pode ser preenchido com tinta de qualquer cor?
• erro formal de preenchimento. Sim, porém os cheques preenchidos com outra tinta que não azul ou preta
podem, no processo de microfilmagem, ficar ilegíveis.
As informações referidas acima devem ser prestadas em documento tim-
brado da instituição financeira e somente podem ser fornecidas: 16. Quais os prazos para pagamento de cheques?

• ao beneficiário, caso esteja indicado no cheque, ou a mandatário legal- Existem dois prazos que devem ser observados:
mente constituído; ou
• prazo de apresentação, que é de 30 dias, a contar da data de emissão,
• ao portador, em se tratando de cheque em relação ao qual a legislação para os cheques emitidos na mesma praça do banco sacado; e de 60 dias
em vigor não exija a identificação do beneficiário e que não contenha a para os cheques emitidos em outra praça; e
referida identificação.
• prazo de prescrição, que é de 6 meses decorridos a partir do término do
11. O que fazer no caso de ter cheque furtado ou roubado? prazo de apresentação.
No caso de furto ou roubo de folha de cheque em branco ou de cheque Mesmo após o prazo de apresentação, o cheque é pago se houver fundos
emitido, o correntista deve, primeiro, registrar ocorrência policial. No ato de na conta. Se não houver, o cheque é devolvido pelo motivo 11 (primeira
sustação, deve ser apresentado, ao banco, o boletim de ocorrência. Assim, apresentação) ou 12 (segunda apresentação), sendo, neste caso, o seu
o cheque, se apresentado, será devolvido pelo motivo 20 (folha roubada e nome incluído no CCF.
sustada) ou 28 (cheque roubado e sustado), conforme o caso, e o banco
Quando apresentado após o prazo de prescrição, o cheque é devolvido
estará proibido de fornecer qualquer informação ao portador.
pelo motivo 44, não podendo ser pago pelo banco, mesmo que a conta
Nesse caso, o correntista fica liberado do pagamento das taxas estabeleci- tenha saldo disponível.
das pelo Conselho Monetário Nacional e, no caso de ter sido incluído
17. O que significa um cheque cruzado?
indevidamente no CCF, da tarifa pelo serviço de exclusão do seu nome do
cadastro. No entanto, o banco pode cobrar tarifa pela sustação do cheque, Significa que o cheque somente pode ser pago mediante crédito em conta.
cujo valor deve constar da tabela de serviços prioritários da instituição.
O cruzamento pode ser geral, quando não indica o nome do banco, ou
A solicitação de sustação pode ser realizada em caráter provisório, median- especial, quando o nome do banco aparece entre os traços de cruzamento.
te qualquer meio de comunicação. A solicitação deve ser confirmada até o
encerramento do expediente ao público do segundo dia útil seguinte ao do O cruzamento não pode ser anulado.
registro da solicitação, excluído o próprio dia da comunicação, sendo, em 18. O banco é obrigado a fornecer talão de cheques a todo correntis-
caso contrário, considerada inexistente pela instituição financeira. ta?
12. Um cheque devolvido pelo motivo 11 (insuficiência de fundos na Não. Os bancos devem estabelecer as condições, que devem constar do
primeira apresentação) pode ser sustado pelo emitente antes da se- contrato de abertura de conta corrente, para o fornecimento de cheques
gunda apresentação? para seus clientes. Essas condições devem ser estabelecidas com base,
Sim. Um cheque já devolvido pelo motivo 11 pode ser sustado pelo emiten- entre outros, em critérios relacionados à suficiência de saldo, restrições
te e devolvido pelo motivo 21. cadastrais, histórico de práticas e ocorrências na utilização de cheques,
estoque de folhas de cheque em poder do correntista, registro no Cadastro
13.Quais as consequências para o correntista que emitir cheque sem de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) e regularidade dos dados e
fundos ou sustar indevidamente o seu pagamento? documentos de identificação do correntista.
A emissão de cheque sem fundo acarretará a inclusão do nome do emiten- 19. Qual a idade mínima para eu receber talão de cheques?
te no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) e nos cadas-
tros de devedores mantidos pelas instituições financeiras e entidades A partir de 16 anos de idade, desde que autorizado pelo responsável que o
comerciais, na segunda apresentação do cheque para pagamento. assistir.

O correntista cujo nome estiver incluído no CCF não poderá receber novo Cheque
talonário de cheque. Além disso, o beneficiário do cheque poderá protestá-
lo e executá-lo.
Um cheque é uma ordem de pagamento à vista expedida contra
A emissão deliberada de cheque sem provisão de fundos é considerada um banco sobre fundos depositados na conta do emitente para pagamento
crime de estelionato. ao beneficiário do cheque.
Quanto à sustação indevida, embora o banco não possa julgar o motivo História
alegado pelo emitente para a sustação de cheque, o beneficiário pode
recorrer à justiça para pagamento da dívida, bem como pode protestar o Na Idade Média, era comum que os senhores depositassem
cheque, que é um título de crédito. seu ouro em um único lugar que tinha instalações de segurança apropria-
das: a oficina do ourives. Com o tempo, estes artesãos começaram a emitir
14. Qual o procedimento do banco quando o cheque apresentar valor papéis que representavam partidas de ouro que guardavam, obrigando-se
numérico diferente do valor por extenso? a trocá-los pelo valor em metal precioso que cada um deles representava.
Em fins da Idade Média, muitos ourives, mais tarde agentes financeiros e
Feita a indicação da quantia em algarismos e por extenso, prevalece o
os primeiros bancos que foram surgindo, começaram a emitir os primeiros
valor escrito por extenso no caso de divergência. Indicada a quantia mais
bilhetes de banco.
de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos, prevalece a indicação
da menor quantia no caso de divergência. No século XIV, com o surgimento da classe burguesa (burguesia) e o
auge do comércio que mobilizou na Europa bens e valores em uma escala
Com relação à indicação do valor correspondente aos centavos, não é
nunca antes imaginada, estes documentos com valores fixos muitas vezes
obrigatória a grafia por extenso, desde que:
eram insuficientes para as necessidades do capitalismo nascente, o que

Conhecimentos Específicos 113 A Opção Certa Para a Sua Realização


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motivou outros novos documentos que podiam ser escritos pelo depositante que com uma queda nesse período de 79,5% no uso dele, seguida pe-
com o valor desejado, sempre que estivesse coberto pelos seus depósitos. la Suíça com 75%; Alemanha com 73,1%; Japão com 58,9% e o Brasil com
49,4%.
Eram letras de câmbio à vista, aceitas inicialmente pelo banco
dos Médici de Florença e logo por outros estabelecimentos e que podem Mas a pesquisa do Banco Central aponta que apesar da substituição
ser consideradas como os primeiros cheques, ainda que não tivessem esse da folha de cheque por outros meios de pagamento, o Brasil ainda está
nome. entre os três países com maior representatividade do uso do cheque em
relação a outras modalidades. Em 2005, de todos os pagamentos realiza-
Este costume estendeu-se às Ilhas Britânicas com a criação, em 1605, dos no mercado, 26,4% foram feitos com cheques.
do Banco da Inglaterra, que assumiu a função de guardar o ouro do reino e
emitir papéis que o representassem, com seu valor equivalente expresso Segundo a Febraban, em 2003 foram compensados 2,246 milhões de
em libras esterlinas. Surgiram assim os primeiros bilhetes de banco emiti- cheques no Brasil, enquanto em 2004 esse número foi de 2,107 milhões.
dos por um Estado.
Já um estudo de mercado, realizado pelo Check Express Group, espe-
Com a criação do Banco da Inglaterra, as letras de câmbio adquiriram cializado em informações para crédito e consultas de cheques, mostrou que
novo auge e tanto esse como outros bancos começaram a dar a seus em 2005, o número de cheques compensados caiu 7% em relação a 2004,
clientes blocos em branco dessas letras, que os depositantes preenchiam enquanto o número de transações com cartões de crédito e de débito subiu
de acordo com o montante de retirada que quisessem fazer. Como os 11%. O mesmo estudo indicou também que 99% dos cheques emitidos
cheques de hoje em dia, cada folha desses livretos tinha um talão, no qual no Brasil têm valor inferior a R$ 5 mil.
se anotavam os dados da retirada .
Peculiaridades
Figuras do cheque
• Cheques abaixo de R$ 100,00 não precisam ser no-
Tem-se como figura primeira e principal o emitente do cheque, que é a minais (lei 9.069/95 art 69)
pessoa capacitada de acordo com a lei que apõe sua assinatura no título,
autorizando formalmente ao Banco que pague a quantia declarada a al- • Para impedir o endosso, basta que o emitente do
guém ou ao portador do título; ou seja, emitente é quem emite o cheque. A cheque risque o termo "ou a sua ordem", retificando-o por "não a
Lei 7.357/85, no seu artigo 1º, inciso VI, exige, como requisito essencial do sua ordem".
cheque, a assinatura do emitente, chamado também de sacador (porque
sacará do banco), princípio estabelecido, ainda, na Lei Uniforme (artigo 1º, • O cheque pode ser "cruzado" (traçar duas linhas para-
alínea 6ª). Por isso é que seguramente pode-se afirmar que o sacador é o lelas diagonalmente ao cheque), para conferir-lhe condições es-
elemento principal do título, já que a existência do cheque depende de sua peciais para o pagamento.
assinatura. • O cruzamento simples (ou em branco) confere ao
Outra figura exigível pelo cheque é o beneficiário, aquele que, como o cheque a condição de somente ser descontado via depósito em
próprio nome diz, obterá as vantagens constantes do título (desde que não conta corrente ou poupança, ou seja: o beneficiário não pode re-
viciado). É o favorecido da ordem de pagamento dada, que pode ser o ceber em dinheiro o valor do cheque.
próprio emitente ou terceiro.
• O cruzamento especial (ou em preto) tem por finalida-
É importante esclarecer que o beneficiário do cheque é uma figura o- de aumentar a segurança do desconto. Consiste basicamente
brigatória, porém não é obrigatório a indicação de seu nome. Isto significa em mencionar, entre o "cruzado" (as linhas paralelas que cru-
que não é obrigatório que o beneficiário esteja nominado no cheque, como zam o cheque) o nome do banco em que será depositado o che-
ocorre com os cheques ao portador. que. Dessa forma, aquele que deposita o cheque não o poderá
efetuar, senão no banco mencionado.
Os cheques que possuem valor acima de R$100,00 (cem reais) terão
de ser nominados, sendo os demais ao portador. Protesto
O que diz a Lei Onde fazer?
Cheque é ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco (sa- O protesto deve ser requerido ao tabelionato de protesto ou, se houver
cado), quando pós-datado (ou vulgarmente: pré-datado) perde mais de um na localidade, ao serviço distribuidor da praça de pagamento
a cartularidade (por isso não cabe ação de estelionato nos cheques pós- (local onde o emitente tem conta, mencionado na parte inferior esquerda)
datados), seu modelo é vínculado (emissão no papel do banco - em talão ou no domicílio do emitente.
ou avulso - sendo essencial ao cheque: a) a palavra "cheque" no título, b) a
Quais são os documentos necessários?
ordem incondicional de pagar quantia determinada, c) o nome do banco a
quem a ordem é dirigia, d) data do saque ou menção de um lugar junto ao O cheque e o formulário de apresentação para protesto (mais detalhes
nome do emitente e) a assinatura do emitente (sacador). Considera cheque seguem abaixo). Importante: se o cheque tiver sido emitido há mais de um
da mesma praça a coincidência entre o municipio do local do saque e a ano, apresentar carta do banco sacado informando o endereço do emitente.
agência pagadora e deve ser apresentado em até 30 dias seguintes a sua
emissão. Se fora da praça o prazo é de 60 dias. O Cheque tem implícita a Quais as cautelas para protestar um cheque?
cláusula "à ordem", significa dizer que se transmite mediante endosso, o Antes de fazer o protesto, observe o seguinte:
endossante (beneficiário original) torna-se co-devedor do título, desde que
não prescrita a ação cambiária, dai a importancia para atenção aos prazos • O protesto depende da prévia apresentação ao banco
de apresentação/protesto, (súmula 600 do STF). Durante a vigência da (carimbo no verso), sendo que não podem ser protestados os
CPMF, o cheque permitia apenas um endosso, diferentemente das letras cheques devolvidos pelos motivos números 20, 25, 28, 30 e 35,
de câmbio, onde poderá existir uma cadeia de endossos, sendo todos os em casos de roubo ou fraude, por exemplo.
endossantes devedores solidários. Com o fim da CPMF, permite-se a
prática da cadeia de endosso. • Na hipótese de conta conjunta só deve ser indicado
como devedor para protesto aquele que tenha efetivamente as-
Perda de espaço no mercado sinado o cheque, constando apenas o RG e o CPF do emitente.
Pesquisa elaborada pelo Banco Central do Brasil e divulgada em 10 de • Se o cheque for superior a R$ 100,00 (cem reais), o
outubro de 2007, indica que o cheque vem perdendo espaço para outros nome do favorecido deve estar mencionado.
meios de pagamento e que o Brasil é o quinto país em que houve mais
retração no uso do cheque como forma de pagamento. • Caso o cheque tenha sido transferido por um terceiro,
será necessária a assinatura dele no verso (endosso translativo).
A pesquisa, que tomou como base o período de 2001 para 2005, mos-
tra que a Bélgica foi o país que apresentou maior retração no uso do che-
Conhecimentos Específicos 114 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Mencione, no formulário, o nome do favorecido como endossan- Um princípio pelo qual basta o acordo de vontades para que um contrato se
te. aperfeiçoe. Selado o acordo já existe o contrato, independentemente da
entrega da coisa ou de ações posteriores. O consensualismo é a regra e o
Formulário de apresentação formalismo a exceção. Isto porque, para alguns tipos de contrato, o legisla-
O apresentante deve preencher e assinar (se pessoa jurídica, o repre- dor definiu forma estrita para a validade do contrato.
sentante legal) duas vias do formulário de apresentação para protesto. Se o
apresentante não comparecer pessoalmente deve anexar cópia legível de 7. Em que consiste a obrigatoriedade dos contratos (pacta sunt servanda)?
seu documento de identidade (RG, CNH ou equivalente). Importante: a É um princípio antigo do direito que define que os pactos devem ser cum-
pessoa que for ao cartório protocolar a documentação deve portar docu- pridos. Não se é obrigado a pactuar, mas uma vez pactuado, o pacto deve
mento de identidade original. Dica: Muitos cartórios oferecem pela internet o ser cumprido. O contrato torna-se "lei" entre as partes. Modernamente esse
formulário de apresentação para protesto. Existe formulário online disponí- princípio é relativizado pelo princípio da revisão contratual.
vel para o Estado de São Paulo
8. Em que consiste a revisão contratual? E a exceção rebus sic stantibus?
Cheque pré-datado (comumente chamado de "cheque-pré" ou sim- É um princípio de moderação da obrigatoriedade dos contratos. No direito
plesmente "pré-datado") é uma operação de crédito, não regulamentada moderno não se considera absoluto o contrato. Havendo desequilíbrios no
pela lei do direito econômico que permite que um comprador pague de contrato pode o juiz, querendo princípios de ordem pública, boa-fé objetiva
forma parcelada por um bem sendo adquirido. Este emite uma quantidade e equidade, reequilibrá-lo para que satisfaça proporcionalmente a vontade
de cheques que totalize o valor do bem identificando em cada folha de real dos que o celebraram (Art. 478 e 480). A exceção rebus sic standibus
cheque emitida a data para pagamento da parcela.O nome correto seria define que nos contratos comutativos e diferidos (onde a prestação não
cheque pós-datado. ocorra no mesmo tempo da celebração), pode haver a revisão do contrato
É importante lembrar que um cheque é uma ordem de pagamento caso haja situações supervenientes que modifiquem a situação do momen-
à vista (independente da data preenchida na folha de cheque). Assim, o to do contrato.
comprador não possui nenhuma garantia legal de que o vendedor honrará
as datas acordadas para desconto de cada folha de cheque pré-datado. 9. Em que consiste o princípio da relatividade dos efeitos do contrato?
Os contratos só devem produzir efeitos obrigatórios perante as partes, que
Porém a data colocada no corpo do cheque deve ser respeitada pela manifestaram sua vontade em contratar. Seu universo de efeitos obrigató-
pessoa que o recebe, senão haverá quebra de contrato entre as partes. rios deve ser limitado, ou seja, relativo às partes. Terceiros podem sentir os
Somente o banco não terá responsabilidade sobre o depósito antecipado efeitos do contrato se para eles lhes creditar direitos, mas não deveres.
de um cheque.
10. Em que consiste o princípio do equilíbrio do contrato?
Na hipótese de depósito do cheque pós-datado antes da data acordada
entre as partes, caso o emitente venha a ter prejuízo causado decorrente
11. Em que consiste o dirigismo contratual?
da precipitação do depósito do cheque, poderá entrar com uma ação de
Em busca da igualdade material entre os contratantes, o Estado distingue
danos materiais contra o beneficiário.
determinadas categorias na relação contratual para que, desta forma,
essas categorias possam obter um tratamento materialmente isonômico no
ordenamento jurídico. Observa-se esse tratamento aos consumidores,
trabalhadores, dentre outros.
PROVA SIMULADA I
QUESTÕES DE TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 12. Em que consiste o princípio da boa-fé? E o da probidade?
http://www.diariojurista.com/2013/09/questoes-de-teoria-geral-dos- A boa-fé pode ser objetiva ou subjetiva. A subjetiva diz respeito à intenção
contratos.html do agente, que deve ser coerente com o objetivo do contrato e com o
ordenamento. A boa-fé objetiva é uma obrigação legal de agir conforme as
1. Defina contrato. expectativas mútuas em uma relação contratual. É um princípio que procura
É o resultado do encontro de vontades dos contratantes, produzindo efeitos a igualdade material na relação. Em outras palavras pela boa-fé objetiva as
jurídicos (criação, modificação ou extinção de direitos ou obrigações) partes se vinculam mais às expectativas reais das partes do que à forma ou
ao processualismo contratual. É um princípio a ser observado desde a
2. Quais são os elementos essenciais do contrato? formação até o encerramento do contrato (em alguns casos até após ele).
Por ser uma espécie de negócio jurídico, também é essencial ao contrato a A probidade é a materialização do aspecto objetivo da boa-fé.
capacidade do agente, o objeto lícito, possível, determinado ou determiná-
vel e a forma prescrita ou não defesa em lei (Art. 104). Por tratar-se de 13. Indique os efeitos do contrato, negócio jurídico bilateral.
contrato ainda há o requisito específico do consentimento recíproco ou Os efeitos são a criação de obrigações e deveres recíprocos, vinculados
acordo de vontades. entre sí. A prestação de um implica em uma contrapestação da outra parte.
Essas contraprestações não precisam ser, necessariamente, economica-
3. Indique os princípios sobre os quais se funda o direito contratual. mente equivalentes.
Autonomia da vontade (arts 421 e 425), supremacia da ordem pública,
consensualismo, relatividade dos contratos, obrigatoriedade dos contratos, 14. Indique as principais classificações dos contratos.
revisão dos contratos e boa-fé objetiva. a) unilaterais (benéficos) e bilaterais (onerosos)
b) cumulativos e aleatórios
4. Em que consiste a autonomia da vontade? c) nominados (típicos) e inominados (atípicos)
A autonomia da vontade implica em que o consentimento é elemento d) reais, formais e consensuais
fundamental da existência do contrato. Sem o consentimento das partes, e) mistos e coligados
expresso ou tácito, inexiste a relação jurídica no contrato. A autonomia da f) instantâneos; continuados ou de fato sucessivo; acessórios
vontade também define a forma do contrato, quando esta não está defesa g) principais e acessórios
por Lei. h) tempo determinado; indeterminado (termo ou condição)
i) pessoais e impessoais
5. Em que consiste a supremacia da ordem pública? j) derivados ou sub-contratos
Consiste no fato de que não é permitido às partes contratar aquilo que k) individuais e coletivos
contrarie o interesse público, materializado pelas leis. A Supremacia da l) adesão
Ordem Pública limita ou define os contornos externos, dentre os quais se m) estandardizados ou celebrados em massa
pode operar a autonomia da vontade. n) eletrônicos

6. Em que consiste o consensualismo? 15. Como se formam os contratos consensuais?

Conhecimentos Específicos 115 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Formam-se unicamente pelo acordo de vontades, independentemente da 30. Quais são os intervenientes na evicção?
entrega da coisa e da observância de determinada forma.
31. Quem responde pela evicção?
16. Como se formam os contratos reais? O alienante (art. 447).
Os contratos reais se aperfeiçoam ou se formam quando, além do consen-
timento, existe a entrega (traditio) da coisa que lhe serve de objeto. 32. O que é contrato preliminar, o que deve conter e quais seus efeitos?
É aquele que tem por objeto único a futura celebração de um contrato
17. Como se formam os contratos formais? definitivo. Contém todos os elementos do contrato a ser celebrado. O
Os contratos formais se aperfeiçoam com a presença de uma forma especí- contrato preliminar obriga as partes a pactuarem o definitivo se verificadas
fica prevista em lei, além do consentimento das partes. as condições previstas no contrato preliminar. Os requisitos para sua vali-
dade são os mesmos do contrato definitivo.
18. Na proposta enviada por telegrama, carta, telex, fax, e-mail, ou outro
meio eletrônico de transmissão de dados, como se aperfeiçoa o contrato? 33. O que é contrato com pessoa a declarar e quais os seus efeitos?
Com a emissão da resposta de aceitação. É o contrato pelo qual um dos contraentes pode reservar-se o direito de
indicar outra pessoa para, em seu lugar, adquirir os direitos e assumir as
19. Onde se considera celebrado o contrato? obrigações dele decorrentes (art. 469)
No local onde foi aceita a proposta (art. 435).
34. O que é a cláusula exceptio non adimpleti contractus? E a solve et
20. Que vícios podem tornar o contrato nulo? repete?
Os vícios de consentimento, provocados por coação absoluta, fraude, dolo, A primeira é a exceção de contrato não cumprido. Essa exceção paralisa a
erro, estado de perigo ou lesão. ação do autor se o réu alegar que não recebeu a contraprestação contrata-
da no mesmo contrato que fundamenta a ação. A segunda significa "pague,
21. Que vícios podem tornar o contrato anulável? depois reclame"
Os praticados por incapazes ou com vícios de consentimento relativos, que
podem ser convalidados. 35. Como podem extinguir-se os contratos?
Em via de regra pela execução ou pelo cumprimento. Pode-se extinguir
22. Quais os efeitos dos contratos válidos? sem o cumprimento em situações específicas.
O estabelecimento de obrigações entre as partes.
36. Quais as formas pelas quais podem extinguir-se os contratos, sem
23. Que princípios norteiam a interpretação dos contratos? cumprimento?
O princípio da boa-fé e da conservação do contrato. Pela boa-fé, tanto Por nulidade absoluta ou relativa. Na ocorrência de situação prevista em
objetiva quando subjetiva, procura-se buscar a vontade real das partes e cláusula resolutiva. No exercício do direito de arrependimento. Por resolu-
interpretar o contrato conforme essa vontade, relativizando sua literalidade. ção devido ao não cumprimento de uma das partes. Por resilição unilateral,
No que tange à conservação do contrato, deve-se eliminar das hipóteses naqueles contratos que assim o premitirem. Por resilição bilateral ou distra-
de interpretação aquelas que sejam incompatíveis com o tipo de contrato to, quando ambos acordam em encerrar o contrato sem o seu cumprimento.
celebrado, no que tange aos seus efeitos desejados. Há, entretanto, espar- Pela morte de um dos contratantes. Por rescisão em contratos celebrados
samente no código, outros princípios que podem ser utilizados para inter- em estado de perigo ou condições iníquas.
pretar os contratos.
37. O que é a cláusula rebus sic stantibus?
24. O que são vícios redibitórios? É cláusula que permite, em contrato onerosos e diferidos, que haja reequi-
São defeitos ocultos, em coisa recebida em virtude de contrato comutativo, líbrio do contrato caso a situação atual e a encontrada no momento da
que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuam o valor, celebração se alterem substancialmente.
sendo que se esse defeito fosse por ambos conhecido o negócio jurídico
não se realizaria. PROVA SIMULADA II
Conhecimentos Bancários
25. Quais os requisitos necessários para caracterizar o vício redibitório?
Que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato comutativo, doação 01 - O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo
onerosa ou remuneratória. Que os defeitos sejam ocultos. Que os defeitos máximo do (a):
já existissem no momento da celebração do contrato. Que os defeitos a) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
sejam desconhecidos pelo adquirente. Que os defeitos sejam graves. b) BACEN;
c) Sistema Financeiro Nacional;
26. Qual a consequência da existência de vícios redibitórios? d) Ministério da Fazenda;
O adquirente pode rejeitar a coisa ou pedir abatimento no seu preço (art. e) CVM.
441 e 442). Pode haver perdas e danos se houve má-fé do alienante (art. Gabarito: C
443).
02 - O _______ é constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda
27. Quais os prazos em que podem ser alegados os vícios redibitórios? (Presidente), pelo Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento e
O prazo decadencial é de 30 dias para bens móveis e de um ano para os pelo Presidente do Banco Central do Brasil (Bacen).
imóveis, contatos a partir da tradição. Se a ciência do defeito se der mais a) COPOM;
tarde, conta-se da ciência. Esse prazo para ciência é de 180 dias para bens b) COMOC;
móveis e de um ano para os imóveis. Se o adquirente já estava na posse c) CVM;
do bem o prazo se conta pela metade (art. 445). Podem os contratantes, d) CMN;
entretanto, por convenção, estender esses prazos. e) BACEN.
Gabarito: D
28. Qual é o prazo do empreiteiro de materiais e execução, em obras de
grande monta? 03 - Os serviços de secretaria do CMN são exercidos pelo (a):
Cinco anos de garantia, contados a partir da entrega. a) CVM;
b) COPOM;
29. O que é evicção? c) COMOC;
Perda da coisa objeto de contrato em razão de decisão judicial que acolhe d) Ministério da Fazenda;
reivindicação de terceiros. O alienante é obrigado a indenizar o adquirente. e) Bacen.
Gabarito: E

Conhecimentos Específicos 116 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
09 – “As taxas de juros brasileiras estão atualmente entre as mais
04 - Junto ao CMN funciona o (a) ________________, composto (a)
elevadas do mundo. Isso deve-se, em parte, às condições macroeco-
pelo Presidente do Bacen, na qualidade de Coordenador, pelo Presi-
nômicas que caracterizaram o período recente, e que hoje começaram
dente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Secretário
a reverter-se. No entanto, essa é só parte da explicação, pois a dife-
Executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento e Gestão, pelo
rença entre as taxas de juros básicas (de captação) e as taxas finais
Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, pelo Secretário de
(custo ao tomador), a qual denominamos de __________, também tem
Política Econômica do Ministério da Fazenda, pelo Secretário do
sido expressiva, como demonstram as taxas de juros cobradas nos
Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda e por quatro diretores do
Bacen, indicados por seu Presidente. empréstimos” .
a) Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc); a) taxa selic;
b) BNDES; b) taxa cetip;
c) Banco do Brasil AS; c) “spread”;
d) Conselho de Políticas Públicas;
d) IGP-M;
e) Conselho Técnico de Moeda.
e) INCC.
Gabarito: A
Gabarito: A
05 - O Banco Central do Brasil, é um (a) ____________, foi criado em 10 – “O _________, instituído em 1985, foi um marco na automatização
31.12.64, com a promulgação da Lei nº 4.595/64. do Sistema Financeiro Nacional, possibilitando ao Banco Central a
captação das informações referentes ao mercado de câmbio de forma
a) autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional;
tempestiva, o que foi fundamental para o adequado gerenciamento e
b) sociedade de economia mista;
efetividade da política cambial, principalmente nos momentos de
c) fundação pública;
dificuldades enfrentadas pelo País na área externa. Embora já tenham
d) empresa pública;
ocorridas muitas adaptações no sistema originalmente implantado, a
e) entidade da Administração Pública Federal Direta.
estrutura básica e os seus princípios de funcionamento ainda são os
Gabarito: A
mesmos, após 25 anos de existência.”
06 - A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos impor- a) Sisbacen/Câmbio;
tantes para a atuação do Banco Central, dentre os quais destacam-se b) SELIC;
o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e a c) CETIP;
exigência de aprovação prévia pelo ______, após argüição pública, d) Copom;
dos nomes indicados pelo Presidente da República para os cargos de e) BNDES.
presidente e diretores da instituição. Além disso, vedou ao Banco Gabarito: A
Central a concessão direta ou indireta de empréstimos ao Tesouro PROVA SIMULADA III
Nacional.
a) Congresso Nacional; 1. O cheque deve conter
b) Senado Federal, em votação secreta; I- a denominação cheque inscrita no contexto do título e expressa na língua
c) Câmara dos Deputados; em que este estiver redigido.
d) Ministro da Fazenda; II- a ordem condicional de pagar quantia indeterminada.
e) Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão. III- o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagá-lo (sacado).
Gabarito: B IV- a indicação do lugar de pagamento, da data e do lugar da emissão.
07 – O (a) ______ foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo V- a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes
de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de especiais.
juros. Sua criação buscou proporcionar maior transparência e ritual Estão certos apenas os itens
adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado a) I, II, III e IV.
pelo Federal Open Market Committee (FOMC) do Banco Central dos b) I, II, III e V.
Estados Unidos e pelo Central Bank Council, do Banco Central da c) I, II, IV e V.
Alemanha. Em junho de 1998, o Banco da Inglaterra também instituiu o d) I, III, IV e V.
seu Monetary Policy Committee (MPC), assim como o Banco Central e) II, III, IV e V.
Europeu, desde a criação da moeda única em janeiro de 1999. Atual-
mente, uma vasta gama de autoridades monetárias em todo o mundo 2. Em relação à transmissão do cheque, julgue os próximos itens.
adota prática semelhante, facilitando o processo decisório, a transpa- I- O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa à
rência e a comunicação com o público em geral. ordem, é transmissível por via de endosso.
a) Comoc; II- O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não escrita qualquer
b) BNDES; condição a que seja subordinado.
c) CVM; III- O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque. Se o
d) Copom; endosso é em branco, pode o portador: completá-lo com o seu nome ou
e) BACEN. com o de outra pessoa; endossar novamente o cheque, em branco ou a
Gabarito: D outra pessoa; transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e
sem endossar.
08 – O ______ é um fórum informal que promove debate aberto e
IV- O endosso em um cheque passado ao portador torna o endossante
construtivo entre países industrializados e emergentes sobre assun- responsável, nos termos das disposições que regulam o direito de ação,
tos-chave relacionados à estabilidade econômica global. Apóia o mas nem por isso converte o título em um cheque à ordem.
crescimento e o desenvolvimento mundial por meio do fortalecimento V- O mandato contido no endosso se extingue por morte do endossante ou
da arquitetura financeira internacional e via oportunidades de diálogo por superveniência de sua incapacidade.
sobre políticas nacionais, cooperação internacional e instituições Estão certos apenas os itens
econômico-financeiras internacionais. a) I, II, III e IV.
a) G-20; b) I, II, III e V.
b) G-8; c) I, II, IV e V.
c) G-5; d) I, III, IV e V.
d) G-7; e) II, III, IV e V.
e) G-77.
Gabarito: A

Conhecimentos Específicos 117 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3. A respeito dos procedimentos relativos à liquidação interbancária de IV Ao autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica operacional, de
cheques e à Centralizadora da Compensação de Cheques (COMPE), todas as instituições financeiras, o BACEN cumpre a função de gestor do
julgue os seguintes itens. Sistema Financeiro Nacional.
I- A COMPE é regulada e executada pelo Banco Central do Brasil (BA- V Ao determinar, por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM), a
CEN). taxa de juros de referência para as operações de um dia (taxa SELIC), o
II- Os participantes da COMPE são o BACEN, os estabelecimentos bancá- BACEN cumpre a função de executor da política fiscal.
rios autorizados a receber depósitos do público, movimentáveis por cheque; Estão certos apenas os itens
e outras instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN, a critério deste a) I, II, III e IV.
banco. b) I, II, III e V.
III- A COMPE é composta por três sistemas: sistema local; sistema integra- c) I, II, IV e V.
do regional; sistema nacional. d) I, III, IV e V.
IV- A COMPE pode compensar e liquidar os seguintes papéis: cheques; e) II, III, IV e V.
documentos de acerto de diferença; recibos interbancários; comunicações
de remessa; comunicações de devolução. 7. Julgue os itens seguintes, relativos à política monetária.
V- São compensáveis por meio do sistema nacional os documentos girados I O BACEN, ao efetuar o recolhimento compulsório sobre os depósitos e
sobre praças participantes desse sistema e não abrangidas pelo sistema outros recursos de terceiros, tem como objetivo reduzir a capacidade de
local ou sistema integrado regional em que estiverem sendo torçados. criação de moeda pelas instituições financeiras que captam depósitos.
Estão certos apenas os itens II A execução da política monetária consiste em adequar o volume dos
a) I, II, III e IV. meios de pagamentos à efetiva necessidade dos agentes econômicos,
b) I, II, III e V. mediante a utilização de determinados instrumentos de política monetária.
c) I, II, IV e V. III O BACEN, ao vender títulos às instituições financeiras, aumenta a liqui-
d) I, III, IV e V. dez no mercado.
e) II, III, IV e V. IV As operações de mercado aberto (open market) consistem na atuação
do BACEN para aumentar ou diminuir a liquidez na economia, mediante a
4.Os princípios fundamentais que norteiam o Sistema de Pagamentos compra ou a venda de títulos.
Brasileiro (SPB) incluem V Os instrumentos clássicos de política monetária são as operações de
I- o reconhecimento da compensação multilateral no âmbito dos sistemas redesconto ou de assistência de liquidez, o recolhimento compulsório e as
de compensação e de liquidação. operações de mercado aberto (open market).
II- a existência de dispositivos que garantam a exequibilidade dos ativos Estão certos apenas os itens
oferecidos em garantia, no caso de quebra de participante em sistema de a) I, II, III e IV.
compensação e de liquidação. b) I, II, III e V.
III- a permissão para os participantes realizarem operações com saldo a c) I, II, IV e V.
descoberto nas contas de liquidação mantidas no BACEN. d) I, III, IV e V.
IV- a obrigatoriedade de que, em todo o sistema de liquidação considerado e) II, III, IV e V.
sistemicamente importante pelo BACEN, a entidade operadora atue como
contraparte central. 8.As operações de mercado aberto constituem o mais ágil instrumento de
V- o estabelecimento para o funcionamento do SPB em conformidade com política monetária utilizado pelo BACEN, pois permitem o imediato e per-
as recomendações feitas por organismos financeiros internacionais. manente ajuste da liquidez monetária e do custo primário do dinheiro na
Estão certos apenas os itens economia. A respeito dessas operações, assinale a opção correta.
a) I, II, III e IV. a) Operação final ocorre quando o vendedor do título assume o compro-
b) I, II, III e V. misso de recomprá-lo, enquanto o adquirente assume o compromisso de
c) I, II, IV e V. revendê-lo.
d) I, III, IV e V. b) Os dealers são instituições financeiras escolhidas pelo BACEN para
e) II, III, IV e V. fomentar a liquidez e a competitividade do mercado aberto de títulos públi-
cos, aumentando a eficiência de suas operações, com consequências
5. Com relação aos conceitos de mercado primário e de mercado secundá- positivas para os preços dos títulos e para o perfil da dívida pública.
rio, julgue os itens que se seguem. c) Operação compromissada ocorre quando o título é adquirido sem assun-
I- O mercado primário é indiferente à existência do mercado secundário. ção de qualquer compromisso de revendê-lo no futuro, passando a compor
II- No mercado primário, é negociado o ativo financeiro pela primeira vez, a carteira da instituição adquirente de forma definitiva.
com a obtenção de recursos pelo emissor do título. d) As operações de mercado aberto são realizadas com os títulos públicos
III- No mercado secundário, há a negociação dos títulos existentes, emiti- e privados existentes na carteira do BACEN, por meio de operações com-
dos anteriormente no mercado, que têm a sua propriedade transferida entre promissadas ou finais.
os participantes. e) Nos leilões informais (go around), participam as pessoas físicas e jurídi-
IV- A principal função do mercado secundário é proporcionar liquidez aos cas não financeiras, além dos dealers.
ativos financeiros.
V- A emissão de títulos ou valores mobiliários para se capitalizar ou para se 9. Julgue os itens abaixo, relativos às políticas da área econômica.
financiar, com o objetivo de cobrir gastos ou realizar investimentos, é efetu- I Os objetivos principais da política econômica são promover o desenvolvi-
ada no mercado primário. mento e o crescimento econômico; garantir o pleno emprego e sua estabili-
Estão certos apenas os itens dade; equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com o
a) I, II, III e IV. exterior; garantir a estabilidade dos preços e o controle da inflação; e pro-
b) I, II, III e V. mover a distribuição da riqueza e das rendas, com vistas a reduzir as
c) I, II, IV e V. desigualdades sociais e propiciar melhor condição econômica para mais
d) I, III, IV e V. pessoas.
e) II, III, IV e V. II A política monetária pode ser definida como o controle da oferta de moe-
da e a definição a taxa de juros para garantir o nível adequado de liquidez
6. Ao exercer as suas atribuições, o BACEN cumpre funções de competên- em cada momento econômico.
cia privativa. A respeito dessas funções, julgue os itens subsequentes. III A política monetária tem como objetivo aumentar a arrecadação de
I Ao realizar as operações de redesconto às instituições financeiras, o tributos junto à sociedade para fazer frente às despesas governamentais.
BACEN cumpre a função de banco dos bancos. IV A política fiscal trata das receitas e despesas do governo e tem como
II Ao emitir meio circulante, o BACEN cumpre a função de banco emissor. objetivo adequar as despesas efetuadas pelo governo ao volume de recei-
III Ao ser o depositário das reservas oficiais e ouro, o BACEN cumpre a tas arrecadadas.
função de banqueiro do governo. V A política cambial visa manter o equilíbrio das relações externas, via

Conhecimentos Específicos 118 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
balanço de pagamentos, com as necessidades internas da economia, e a dos sócios, ainda que exista pacto expresso limitativo de poderes;
paridade da moeda do país em relação às moedas estrangeiras.
d) os sócios respondem pelas obrigações sociais de forma limitada à sua
Estão certos apenas os itens
a) I, II, III e IV. participação societária;
b) I, II, III e V. e) a responsabilidade de um sócio será subsidiária em relação àquele que
c) I, II, IV e V. tenha praticado ato lesivo a direitos de terceiros.
d) I, III, IV e V.
e) II, III, IV e V.
04) Na _____________________, a atividade constitutiva do objeto
10. Com referência a instituições financeiras e instrumentos financeiros, social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome
assinale a opção correta. individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participan-
a) Bolsas de valores são associações civis com fins lucrativos, constituídas do os demais dos resultados correspondentes. Assinale a alternativa
para manter local adequado à negociação de valores mobiliários em mer-
cado livre e aberto. que preenche corretamente a lacuna.
b) Uma carteira de ações representa a menor parcela do capital social de a) sociedade em conta de participação
uma sociedade por ações. b) sociedade em nome coletivo
c) Ações preferenciais são ações que detêm o direito de preferência sobre c) sociedade cooperativa
os lucros a serem distribuídos aos acionistas.
d) sociedade em comandita simples
d) Pregão é o recinto onde o BACEN leiloa dólares das reservas cambiais
brasileiras, como medida de regulação da taxa de câmbio. e) sociedade em comum
e) Em uma sociedade por ações, os detentores de ações ordinárias não
têm direito a voz e voto nas assembleias de acionistas. 5) A sociedade simples difere, essencialmente, da sociedade empresá-
GABARITO: ria porque
1.D
a) aquela não exerce atividade própria de empresário sujeito a registro, ao
2.A
3.D contrário do que ocorre nesta.
4.C b) aquela não exerce atividade econômica nem visa ao lucro, ao contrário
5.E desta.
6.A
c) naquela, a responsabilidade dos sócios é sempre subsidiária, enquanto
7.C
8.B nesta, é sempre limitada.
9.C d) aquela deve constituir-se apenas sob as normas que lhe são próprias,
10.C enquanto esta pode constituir-se utilizando-se de diversos tipos.

PROVA SIMULADA IV 6) Considerando a disciplina legal das sociedades, assinale a única


alternativa CORRETA.
CDP -dIreito empresarial
a) Independentemente de seu objeto, considera-se simples a sociedade por
Publicado por Laiziane Soares
ações e empresária a sociedade cooperativa.
b) Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do
01) Segundo o art. 966 do Código Civil, é considerado empresário:
objeto social é exercida unicamente pelo sócio oculto/participante, em seu
a) quem é sócio de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica.
nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade.
b) quem é titular do controle de sociedade empresária dotada de personali-
c) Nas sociedades simples, havendo empate e uma deliberação social,
dade jurídica.
prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios. Caso mesmo
c) quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
assim o empate persista, decidirá a questão o juiz, levando em conta o
produção ou a circulação de bens ou serviços.
interesse da sociedade.
d) quem exerce profissão intelectual de natureza científica, literária ou
d) O credor particular de sócio, na insuficiência de outros bens do devedor,
artística.
não pode fazer recair a execução sobre o que ao sócio couber nos lucros
e) quem assume a função de administrador em sociedade limitada ou
da sociedade, nem na parte que couber ao sócio devedor em liquidação.
sociedade anônima.
e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.
02) A respeito da sociedade em comum, é correto afirmar que
7) Na sociedade simples,
a) os sócios respondem individual e ilimitadamente pelas obrigações soci-
a) as obrigações dos sócios terminam quando a sociedade tornar-se inati-
ais.
va.
b) são regidas pelas disposições das sociedades simples.
b) as modificações do contrato social que tenham por objeto a denomina-
c) na relação com terceiros, os sócios podem comprovar a existência da
ção, o objeto, a sede e o prazo da sociedade podem ser decididas por
sociedade de qualquer modo.
maioria absoluta de votos.
d) os sócios são titulares em comum das dívidas sociais.
c) nos 60 (sessenta) dias subsequentes à sua constituição, a sociedade
03) A respeito da sociedade em comum assinale a alternativa CORRE- deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pesso-
TA: as Jurídicas do local de sua sede.
a) a existência da sociedade em comum pode ser provada apenas por d) a administração poderá ser exercida por pessoa nomeada por instrumen-
escrito; to em separado, averbado à margem da inscrição da sociedade.
b) os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os
08) No que diz respeito às sociedades limitadas, tem-se que
sócios são titulares em comum;
a) a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas
c) os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer
todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

Conhecimentos Específicos 119 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) a prestação de serviços não é vedada na contribuição do capital social. (C) arrecadam tributos em volume maior do que os saques efetuados em
conta corrente pelos clientes.
c) o contrato social somente poderá prever a regência supletiva da socie-
(D) arrecadam tributos em volume menor do que os depósitos efetuados
dade limitada pelas normas da sociedade simples. em conta corrente pelos clientes.
d) os sócios não serão obrigados à reposição dos lucros e das quantias (E) movimentam mais depósitos do que saques dos clientes em conta
retiradas, a qualquer título, ainda que autorizados pelo contrato social, corrente.
quando tais lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital.
4. Podemos afirmar que os objetivos básicos do PROER foram:
e) todos os sócios respondem solidariamente até o prazo de 3(três) anos (A) assegurar a liquidez e solvência do Sistema Financeiro Nacional e
da data de registro da sociedade pela exata estimação de bens conferidos resguardar os interesses de depositantes e investidores.
ao capital social. (B) salvar as instituições financeiras em dificuldade e garantir o patrimônio
dos investidores em fundos de investimento.
09) Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta de (C) salvar as instituições financeiras em dificuldade e garantir o patrimônio
dos seus administradores.
acordo o disposto no Código Civil sobre a sociedade limitada: (D) melhorar a imagem do País no exterior e adaptar o Sistema Financei-
I. A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for ro Nacional ao processo de globalização.
superior a dez. (E) enquadrar o Sistema Financeiro Nacional no Acordo de Basiléia e
II. Os sócios poderão integralizar o capital social com bens ou serviços. garantir o futuro do Mercosul.
III. As deliberações sociais obrigam os dissidentes, mas não obrigam os 5. O Certificado de Depósito Bancário - CDB é um dos títulos utilizados
ausentes. para captação de depósitos a prazo fixo, por parte dos bancos co-
IV. O conselho fiscal é órgão obrigatório na sociedade. merciais, bancos de investimento e bancos múltiplos com uma destas
a) Somente a assertiva I está correta. carteiras. Os prazos mínimos, em vigor em fevereiro de 98, entre suas
datas de emissão e de resgate nas modalidades pré- e pós- fixadas
b) Todas as assertivas estão incorretas.
são de:
c) Somente a assertiva III está incorreta. (A) 30 dias na pré- e 90 dias na pós-.
d) As assertivas I e II estão corretas. (B) 30 dias na pré- e 120 dias na pós-.
(C) 30 dias na pré- e 4 meses data a data na pós-.
10) É característica da sociedade cooperativa (D) 60 dias na pré- e 120 dias na pós-.
(E) 60 dias na pré- e 4 meses data a data na pós-.
a) a transferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à socieda-
de. 6. Nas operações de Crédito Direto ao Consumidor - CDC, as taxas de
b) a variabilidade, ou dispensa do capital social. juros cobradas pela Financeira e/ou Banco Múltiplo com esta carteira
c) a responsabilidade sempre ilimitada dos cooperados. são, via de regra, maiores que as taxas de juros cobradas nas opera-
ções de Crédito Direto ao Consumidor com Interveniência - CDCI. Tal
d) a divisibilidade do fundo de reserva entre os sócios.
fato se deve à (ao):
e) o direito de voto correspondente a sua participação no capital social. (A) impacto nos Depósitos à vista.
(B) prática de mercado.
Gabarito: (C) maior complexidade operacional do CDC.
1-C / 2-D / 3-B / 4-A / 5-A / 6-C / 7-D / 8-A / 9-A / 10-B (D) maior custo administrativo do CDC.
(E) menor risco de crédito inerente ao CDCI.

PROVA SIMULADA V 7. Os bancos comerciais e múltiplos com carteira comercial têm a obri-
gatoriedade de aplicar um percentual dos saldos médios de seus de-
1. O Banco do Brasil durante muitos anos funcionou como autoridade pósitos à vista em empréstimos ao setor primário da economia, consti-
monetária graças à Conta Movimento do Tesouro. Esta conta foi en- tuindo um dos pilares do assim chamado crédito rural. O valor deste
cerrada em: percentual, em vigor em fevereiro de 98, era de:
(A) 1984. (A) 30%
(B) 1985. (B) 25%
(C) 1986. (C) 22%
(D) 1987. (D) 20%
(E) 1988. (E) 15%

2. Dentre os instrumentos clássicos de Política Monetária, assinale 8. Nas operações de leasing financeiro, o arrendatário (cliente) paga ao
aquele que se destaca como o mais ágil, para os objetivos do Banco arrendador (empresa de leasing) contraprestações (aluguéis) durante
Central, de permanente regulagem da oferta monetária e do custo a vigência do contrato, com a opção de compra do bem ao final do
primário do dinheiro. contrato, por um valor nele explicitado, usufruindo, assim, os benefí-
(A) Operações no Mercado Aberto. cios fiscais do leasing. Caso a opção de compra seja exercida (paga)
(B) Depósito Compulsório. antes do final do contrato...
(C) Controle de Crédito. (A) os benefícios se mantêm, e a operação segue normalmente até seu
(D) Empréstimo de Liquidez. final.
(E) Emissão de Moeda. (B) renegocia-se uma nova operação de leasing pelo valor restante a
pagar, mas o cliente perde os benefícios.
3. Sabemos que, para seu funcionamento, os bancos comerciais e os (C) renegocia-se uma nova operação de leasing pelo valor restante a
bancos múltiplos com carteira comercial são obrigados a manter, com pagar, mantendo-se os benefícios.
exclusividade, contas de depósito no Banco Central - BC, por onde (D) a operação se encerra neste momento, os benefícios se mantêm e há
circulam suas reservas bancárias. Tais bancos são debitados (per- um acerto de contas.
dem) em suas reservas quando: (E) a operação passa a se caracterizar como uma operação de compra e
(A) recolhem tributos ao BC em volume menor do que os depósitos venda a prestações, e o cliente perde os benefícios.
efetuados em conta corrente pelos clientes.
(B) recolhem tributos ao BC em volume maior do que os depósitos efetu- 9. Um banco, autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de
ados em conta corrente pelos clientes. câmbio, e que, inicialmente, se mantinha numa posição nivelada, ven-

Conhecimentos Específicos 120 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de US$ 100.000,00 no mercado futuro ao mesmo tempo que compra (B) devolução do título pelo investidor antes do prazo final.
US$ 50.000,00 no spot (mercado à vista). A posição atual deste banco (C) aumento do prazo do título por parte do seu emissor.
passa a ser: (D) resgate antecipado do título pelo emissor, logo antes do prazo final.
(A) comprada em US$ 150.000,00. (E) resgate postecipado do título pelo emissor, logo após o prazo final.
(B) comprada em USS 50.000,00.
(C) vendida em USS 100.000,00. 15. Uma operação à vista no mercado de ações caracteriza a compra ou
(D) vendida em USS 50.000,00. venda, em pregão, de determinada quantidade de ações, para liquida-
(E) nivelada. ção imediata. O cliente que ordena a operação pode utilizar diferentes
tipos de ordem de compra e venda. Quando o cliente especifica à cor-
10. As operações de compra e venda de "performance" de exportação retora apenas a quantidade e as características das ações que deseja
ocorrem quando, em resumo, um exportador que: comprar ou vender temos uma ordem:
(A) não tomou um ACC, negocia seu produto com outro exportador que (A) a mercado.
tomou um ACC, mas não tem mercadoria para exportar. (B) de financiamento.
(B) não tomou um ACC, negocia seu produto com outro exportador que (C) de proteção.
também não tomou um ACC, mas tem mercadoria para exportar. (D) casada.
(C) tomou um ACC, negocia seu produto com outro exportador que tam- (E) limitada.
bém tomou um ACC, mas não tem mercadoria para exportar.
(D) tomou um ACC, mas não precisa mais dos recursos, transfere para 16. O titular de uma opção de compra de uma ação, que carrega sua
outro exportador, assumindo o risco de crédito. posição até a data de vencimento da opção, só estará efetivamente
(E) tomou um ACC, mas desistiu de exportar a mercadoria, devolve o ganhando e, portanto, com justificativa para exercê-la, quando o preço
dinheiro ao banco. de mercado da ação, no momento do exercício, for:
(A) inferior ao preço de exercício da opção.
11. Em fevereiro de 98, os Fundos de Investimento Financeiro - FIF (B) inferior ao preço de exercício da opção acrescido do valor do prêmio
sofriam a incidência de diferentes percentuais de recolhimento com- pago, quando da compra da opção.
pulsório, de acordo com o prazo de carência para o resgate dos re- (C) superior ao preço de exercício da opção acrescido do valor do prêmio
cursos aplicados. Assinale a opção que apresenta corretamente esses pago, quando da compra da opção.
percentuais. (D) superior ao preço de exercício da opção deduzido o valor do prêmio
Curto Prazo 30 dias 60 dias pago, quando da compra da opção.
(A) 40% 10% 5% (E) superior ao preço de exercício da opção.
(B) 45% 5% Zero
(C) 50% 10% Zero 17. Suponha que um produtor de café acredite, hoje, que, dentro de 3
(D) 50% 10% 5% meses, quando da colheita e posterior venda de sua produção, os
(E) 50% 5% Zero preços terão caído e não cobrirão seus custos. Em função desta ex-
pectativa e considerando que os preços no mercado futuro de café,
12. A implantação, em outubro de 95, dos novos fundos de renda fixa - os dentro de 3 meses, estarão altos, refletindo uma expectativa oposta à
FIFs e os FACs - teve como objetivos básicos o: sua, para se proteger, ele resolve:
(A) alongamento do perfil das aplicações, a liberalização das regras de (A) adquirir café no mercado à vista.
aplicação do patrimônio e a redução da competitividade dos adminis- (B) não fazer nada e aguardar.
tradores na busca de resultados. (C) comprar e vender estes contratos futuros em igual volume.
(B) alongamento do perfil das aplicações, á liberalização das regras de (D) comprar estes contratos futuros no valor de sua produção.
aplicação do patrimônio e o aumento da competitividade dos adminis- (E) vender estes contratos futuros no valor de sua produção.
tradores na busca de resultados.
(C) alongamento do perfil das aplicações, a restrição das regras de apli- 18. Quando o Preço Unitário (PU) de um título de renda fixa ou flutuante
cação do patrimônio e o aumento da competitividade dos administra- negociado no mercado cai, podemos afirmar que a taxa de juro embu-
dores na busca de resultados. tida neste titulo:
(D) encurtamento do perfil das aplicações, a liberalização das regras de (A) não se alterou.
aplicação do patrimônio e o aumento da competitividade dos adminis- (B) subiu.
tradores na busca de resultados. (C) caiu.
(E) encurtamento do perfil das aplicações, a restrição das regras de (D) varia dependendo do valor do PU.
aplicação do patrimônio e o aumento da competitividade dos adminis- (E) varia a critério do emissor.
tradores na busca de resultados.
19. O Desconto de Títulos, principalmente de duplicatas, notas promissó-
13. As debêntures são títulos (valores mobiliários) emitidos por uma rias e cheques, é um dos principais produtos de empréstimo dos ban-
sociedade anônima de capital aberto. Podem ser emitidas nos tipos cos comerciais e múltiplos com esta carteira. Supondo-se que um cli-
simples, conversível ou permutável. O que caracteriza a debênture ente desconte no banco um título com valor nominal de R$
permutável é o fato de poder ser: 100.000,00, com data de vencimento em 30 dias, pagando ao banco
(A) convertida em ações emitidas pela empresa emissora da debênture a uma taxa de desconto de 3% ao mês e, ao fisco, um IOF de 1,5% ao
qualquer tempo. ano (0,0041 % ao dia), assinale o valor, em reais, entregue ao cliente.
(B) convertida em ações emitidas pela empresa emissora da debênture, (A) 98.677,00.
conforme regras do contrato de emissão da debênture. (B) 97.867,00
(C) resgatada, conforme regras dó contrato de emissão da debênture. (C) 96.877,00
(D) trocada por ações de outra empresa, existentes no patrimônio da (D) 96.788,00
empresa emissora da debênture, conforme regras do contrato de e- (E) 96.687,00
missão da debênture
(E) trocada por bens da empresa emissora da debênture, conforme 20. O Fundo Garantidor de Créditos - FGC assegura o total de créditos de
regras do contrato de emissão da debênture. cada pessoa dentro de uma mesma instituição financeira, ou dentro
de todas as instituições de um mesmo conglomerado financeiro, até ó
14. Os títulos emitidos no exterior para captação de recursos embutem, valor máximo, em reais, de:
muitas vezes, cláusulas com opções especificas. Por exemplo, alguns (A) 25.000,00
Eurobonus recentemente emitidos embutiam uma cláusula com opção (B) 22 500,00
Call. Esta cláusula permite a(o): (C) 20.000,00
(A) diminuição do prazo do título por parte do seu emissor. (D) 18.000,00

Conhecimentos Específicos 121 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) 15.000,00 (C) da autenticidade da ordem de pagamento.
(D) na identificação do remetente.
21. Quando concorrerem para a abertura de conta ou movimentação de (E) da destinação da ordem de pagamento.
recursos sob nome falso, respondem como co-autores por crime de
falsidade, o 30. O modelo confeccionado e em uma única via e a cor da impressão em
(A) beneficiário da conta, que irregularmente a abriu. papel branco, do "Documento de Crédito, - DOC", é
(B) gerente e o administrador. (A) A, sépia.
(C) gerente que irregularmente identificou o correntista. (B) B, sépia.
(D) funcionário que irregularmente identificou o correntista. (C) C, verde escuro.
(E) funcionário que irregularmente identificou o correntista, o gerente e o (D) A, verde escuro.
administrador. (E) C, sépia.

22. A personalidade civil do homem, começa 31. É garantia real que pode ser transcrita ou averbada no registro de
(A) do nascimento com vida. imóveis,
(B) aos 14 anos. (A) a hipoteca somente.
(C) aos 16 anos. (B) o penhor, somente
(D) aos 21 anos. (C) a caução, somente.
(E) aos 24 anos, quando universitário ou cursando escola de 2° grau. (D) a alienação fiduciária, somente.
(E) a hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária.
23. Os ausentes, para serem considerados absolutamente incapazes de
exercer pessoalmente os atos da vida civil, devem 32. A fiança diferencia-se do aval, por ser uma
(A) encontrar-se em lugar incerto e não sabido. (A) obrigação acessória.
(B) encontrar-se nessa situação por mais de 12 meses. (B) garantia cambial plena.
(C) ser declarados como tais por ato do juiz. (C) garantia cambial autônoma.
(D) ser declarados como tais por autoridade policial da jurisdição de seu (D) garantia cambial a obrigado.
domicílio. (E) garantia cambial a coobrigado.
(E) encontrar-se nessa situação por mais de 24 meses.
33. A sociedade comercial em que a responsabilidade de todos os sócios
24. Quando os estatutos das pessoas jurídicas não o designarem, estas é ilimitada é a
serão representadas, ativa e passivamente nos atos judiciais e extra- (A) em comandita simples.
judiciais, pelos seus (B) anônima.
(A) executivos. (C) em comandita por ações.
(B) diretores. (D) em nome coletivo.
(C) executivos categorizados. (E) de capital e indústria.
(D) administradores comerciais.
(E) gerentes administrativos. 34. "Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da
economia nacional e seu processo do desenvolvimento, constitui polí-
25. Quando os estatutos de uma pessoa jurídica de direito privado não tica do:
elegerem domicilio especial, pelo código civil, será considerado como (A) Conselho Monetário Nacional
sendo o do local onde funcionarem as respectivas (B) Sistema Financeiro Nacional
(A) atividades fins. (C) Banco do Brasil
(B) atividades industriais, se este for seu objeto. (D) Banco do Estado do S. Paulo
(C) atividades mercantis, se este for seu objeto. (E) Banco Central
(D) diretorias e administrações.
(E) atividades de prestação de serviços, se este for seu objeto. 35. Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penali-
dades previstas é competência:
26. Constitui título de crédito, a (A) do Banco do Brasil .
(A) nota fiscal de venda. (B) do Conselho Monetário Nacional.
(B) fatura. (C) do Banco central.
(C) duplicata. (D) da Caixa Econômica Federal
(D) nota fiscal de simples remessa. (E) do Ministério da Fazenda
(E) nota fiscal de serviços.
36. Representam bens e direitos:
27. É ordem de pagamento (A) Contas de Lucros e Perdas
(A) a ação ordinária. (B) Contas do Patrimônio Líquido
(B) a fatura. (C) Contas do Passivo
(C) a nota promissória. (D) Contas do Capital Social
(D) o warrant. (E) Contas do Ativo
(E) a letra de câmbio.
37. As instituições financeiras privadas fazem parte do:
28. Se o aval de um cheque não indicar o avalizado, considera-se como (A) Conselho Monetário Nacional
tal o (B) Sistema Econômico Nacional
(A) emitente. (C) Sistema Financeiro Nacional
(B) sacado. (D) Ministério do Fazenda
(C) endossante ou os endossantes. (E) Sistema de Desenvolvimento Econômico
(D) primeiro endossante.
(E) último endossante. 38. O cheque com a cláusula "ou à sua ordem", denomina-se:
(A) cheque visado
29. A "chave" utilizada para as "ordens de pagamento", constitui medida (B) cheque nominativo
de segurança (C) cheque ao portador
(A) da existência de fundos suficientes. (D) cheque cruzado
(B) na identificação do destinatário. (E) cheque especial

Conhecimentos Específicos 122 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) empréstimos garantidos
39. É documento representativo de parte do capital de uma sociedade
anônima: 49. A operação garantida por jóias é:
(A) a quota (A) caução
(B) a apólice (B) penhor
(C) o cheque (C) hipoteca
(D) a parcela (D) fiança
(E) a ação (E) aval

40. O cheque é: INSTRUÇÕES:


(A) uma promessa de pagamento a prazo Para as questões de números 50 a 52 indique a alternativa que con-
(B) uma ordem de pagamento à vista templa todas as operações de um só tipo.
(C) uma declaração de dívida
(D) uma certeza de pagamento 50. OPERAÇÕES ATIVAS:
(E) a transferência de valores de um banco para outro (A) empréstimos em conta-cheque especial - títulos descontados
(B) empréstimos em conta-adiantamento a depositantes - depósitos à
41. "WARRANT" é usada para designar: vista
(A) uma ordem de pagamento interbancária (C) cheque especial - depósitos a prazo - títulos descontados
(B) um documento para exportação (D) adiantamentos a depositantes - cheques de viagem - cheques especi-
(C) uma declaração de dívida para pagamento posterior ais
(D) um título de crédito descontável em bancos oficiais (E) repasses - redescontos - ordem de crédito
(E) um título de penhor transferível e negociável, representativo de mer-
cadorias depositadas em armazéns gerais 51. OPERAÇÕES PASSIVAS:
(A) depósitos à vista - depósitos a prazo - ordem de pagamento
42. Entende-se por Letra de câmbio uma: (B) depósitos à vista - repasses - ordem de pagamento
(A) ordem de pagamento emitida pelo credor (C) depósitos à prazo - obrigações por empréstimos - redescontos
(B) ordem de pagamento emitida pelo devedor (D) depósitos à prazo - ordem de pagamento - cheque especial
(C) promessa de pagamento emitida pelo devedor (E) empréstimos em conta - depósitos - cheque especial
(D) promessa de pagamento emitida pelo credor
(E) ordem de pagamento emitida pelo credor e devedor 52. OPERAÇÕES ACESSÓRIAS:
(A) ordem de pagamento - ordem de crédito - redesconto
43. A Letra de câmbio em moeda estrangeira ou nacional denomina-se: (B) ordem de pagamento - cheque de viagem - depósitos
(A) Nota Promissória (C) garantias bancárias - títulos e valores em custódia - cobrança
(B) Cautela (D) depósitos à vista - títulos e valores em custódia - redesconto
(C) Cambial (E) empréstimo em conta - obrigações por empréstimos - ordem de
(D) Debênture pagamento.
(E) Câmbio Oficial
53. Número e valor da Fatura que lhe deu origem são requisitos essenci-
44. Dentre os requisitos apresentados, o que NÃO se aplica à duplicata é: ais da:
(A) cláusula ao portador (A) ordem do pagamento
(B) denominação duplicata (B) fatura
(C) assinatura do emitente (C) nota fiscal
(D) número da fatura (D) duplicata
(E) Praça do pagamento (E) ordem de crédito

45. A operação por meio da qual um banco obtém um financiamento e o 54 Avalista é a pessoa que:
transfere aos seus clientes denomina-se: (A) deve pagar uma ordem de pagamento
(A) título descontado (B) transfere seus direitos sobre um título
(B) repasse (C) garante o pagamento de um título caso o devedor não o faça
(C) redesconto (D) emite uma promissória
(D) refinanciamento (E) abona um devedor
(E) transferência de financiamento
55 Cheques emitidos pelo próprio banco sacado e vendido aos seus
46. Só pode ser pago a um determinado banco, o cheque: clientes para serem descontados em outras praças ou até mesmo por
(A) cruzado normal outros bancos são:
(B) ao portador (A) cheques vinculados
(C) nominal pessoa física (B) cheques nominativos
(D) nominal pessoa jurídica (C) cheques especiais
(D) cheques com cartão de crédito
47. Constitui documento de natureza comercial e fiscal emitido em opera- (E) cheques de viagem
ções comerciais e obrigado por lei:
(A) a duplicata 56 Cobrança caucionada é a cobrança de títulos:
(B) a fatura (A) por conta dos clientes (duplicatas, recibos, nota promissória)
(C) a nota fiscal (B) recebidos em garantia de empréstimos
(D) o contrato legal (C) descontados pelo banco
(E) o recibo (D) vinculados à operações de empréstimos (sem caução)
(E) garantidos pelo banco
48. Conta movimentada nos empréstimos garantidos equivale a:
(A) empréstimos em conta 57 São títulos emitidos por empresas de capital aberto representativos
(B) adiantamento à depositantes' da dívida dessas empresas:
(C) títulos caucionados (A) ações
(D) títulos descontados (B) warrants

Conhecimentos Específicos 123 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(C) debêntures _______________________________________________________
(D) títulos cambiais
(E) duplicatas _______________________________________________________
_______________________________________________________
58 Assinale a alternativa que completa corretamente a seguinte frase: A
Letra de Câmbio é emitido pelo ....., o cheque pelo ..... e a nota pro- _______________________________________________________
missória pelo ..... _______________________________________________________
(A) credor - sacador - devedor
(B) credor - devedor - sacador _______________________________________________________
(C) credor - sacado - devedor
(D) devedor - emitente - sacador
_______________________________________________________
(E) devedor - sacador - emitente _______________________________________________________

59 Valores em garantia a Depositantes do valores em garantia, represen- _______________________________________________________


tam: _______________________________________________________
(A) liquidação da garantia
(B) entrada da garantia _______________________________________________________
(C) baixa da garantia
_______________________________________________________
(D) depósito em conta vinculada
(E) baixa do conta vinculada _______________________________________________________

60 Depósitos de Pessoas Jurídicas a Títulos Descontados, corresponde _______________________________________________________


a: _______________________________________________________
(A) liquidação de um empréstimo em conta
(B) título descontado não paga pela sacado e lançado na conta do cliente _______________________________________________________
(C) título redescontado junto ao Banco Central _______________________________________________________
(D) crédito do valor líquido do título descontado
(E) pagamento do título descontado, pelo sacado _______________________________________________________

61. Caixa da Obrigações por empréstimos, corresponde a empréstimo:


_______________________________________________________
(A) liquidado pelo Banco _______________________________________________________
(B) obtido pelo Banco
(C) concedido a um cliente do Banco _______________________________________________________
(D) creditado a um cliente do Banco _______________________________________________________
(E) liquidado por um cliente do Banco
_______________________________________________________
62. Mandatários por cobrança a Cobrança de Conta Alheia, representa:
_______________________________________________________
(A) títulos recebidos em cobrança simples cobráveis em outras praças
(B) títulos recebidos em cobranças simples, cobráveis na própria praça _______________________________________________________
(C) baixa da entrada de títulos em cobrança simples, cobrados em outras
praças _______________________________________________________
(D) títulos descontados, cobráveis em outras praças _______________________________________________________
(E) títulos descontados, cobráveis na própria praça
_______________________________________________________
63. Depósitos de pessoas físicas a caixa, representa: _______________________________________________________
(A) retirada por conta de depósito
(B) cobrada de numerário na conta do cliente ______________________________________________________
(C) aplicação de numerário a prazo fixo
(D) aplicação de numerário sem prazo fixado
_______________________________________________________
(E) retirada da aplicação _______________________________________________________
_______________________________________________________
GABARITO OFICIAL
1-c 11-e 21-b 31-e 41-e 51-c 61-b _______________________________________________________
2-a 12-b 22-a 32-a 42-a 52-c 62-a
_______________________________________________________
3-b 13-d 23-c 33-d 43-c 53-d 63-a
4-a 14-d 24-b 34-a 44-a 54-c _______________________________________________________
5-c 15-a 25-d 35-c 45-b 55-e
_______________________________________________________
6-e 16-c 26-c 36-e 46-d 56-b
7-b 17-e 27-e 37-c 47-c 57-c _______________________________________________________
8-e 18-b 28-a 38-c 48-a 58-a
_______________________________________________________
9-d 19-c 29-c 39-e 49-b 59-b
l0-a 20-c 30-b 40-b 50-a 60-b _______________________________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________

Conhecimentos Específicos 124 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
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Conhecimentos Específicos 125 A Opção Certa Para a Sua Realização

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