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ÍNDICE
PARA ENTENDER A OBRA 2
CAPÍTULO 1 2
CAPÍTULO 2 3
CAPÍTULO 3 4
CAPÍTULO 4 4
CAPÍTULO 5 6
CAPÍTULO 6 6
CAPÍTULO 7 7
CAPÍTULO 8 8
CAPÍTULO 9 8
CAPÍTULO 10 9
CAPÍTULO 11 10
CAPÍTULO 12 10
CAPÍTULO 13 10
CAPÍTULO 14 11
CAPÍTULO 15 11
CAPÍTULO 16 11
QUESTÕES DE VESTIBULAR 13
A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
José Fernandes, amigo de Jacinto, é quem narra sua história, desde o início deixando
claro seu olhar crítico sobre os avanços da civilização, chegando a utilizar-se de ironia
em alguns pontos do livro.
Este resumo destina-se a contar o livro em uma linguagem mais acessível e concisa,
sem deixar de lado os episódios que sustentam a obra como um todo e explicando
alguns pontos que podem não ficar claros apenas com a leitura do texto original. Em
alguns casos, para explanações mais completas sobre fatos históricos e expressões da
época, há links que podem ser acessados diretamente no texto.
Caso restem dúvidas quanto à obra ou ao próprio resumo, entre em contato pelo site
ResumoPorCapítulo.com.br ou envie um e-mail para
contato@resumoporcapitulo.com.br. Teremos prazer em ajudar! Boa leitura!
CAPÍTULO 1
O narrador apresenta seu amigo Jacinto, cuja família tem origem portuguesa e em
Portugal mantém propriedades agrícolas que proporcionam uma renda estável. No
entanto Jacinto vive desde sempre em Paris.
Essa mudança para Paris já acompanhou seu filho Cintinho, garoto doentio que passou
pela vida, “como uma sombra”. Ao morrer tuberculoso nasceu o Jacinto amigo do
narrador - parece que será importante perceber a ausência da figura do pai para este
personagem...
ResumoPorCapítulo.com.br 2
A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
Em seguida volta a tratar de Jacinto e sua filosofia de vida, seus conceitos: ele
acreditava que somente as ideias, as técnicas, a supremacia do homem sobre a natureza
e, sobretudo, a cidade - “não há senão a cidade!” - poderiam propiciar a verdadeira
felicidade. Observando a vida no campo como uma entrega irracional e infeliz aos
instintos primitivos - nutrição e procriação. O narrador confidencia uma visão crítica à
esses ideais de Jacinto, no entanto afirma nunca a revelou a ele pois “nunca desalojaria
um espírito do conceito onde ele encontra segurança, disciplina e motivo de energia”.
Ainda explorando o modo “Jacíntico” de vida, o narrador relata um breve passeio a uma
floresta em que Jacinto se sentiu obviamente desconfortável.
O grande contraponto do capítulo é quando o narrador recebe uma carta de seu tio
Afonso Fernandes para que volte à sua terra natal para cuidar de suas propriedades, já
que não tinha mais forças para fazê-lo. Por sete anos José Fernandes, atraído
inicialmente pela sopa dourada da tia Vicência, se entrega à vida no campo, tão maldita
por Jacinto, que viu a partida de seu amigo como um atestado de óbito. Após esse
tempo, em que viveu muito atarefado e nem deu atenção aos livros de direito que levou
consigo pensando em manter algum estudo, Zé Fernandes vê a morte de seu tio Afonso,
o casamento de sua afilhada Joaninha e retorna a Paris.
CAPÍTULO 2
De volta a Paris o narrador encontra Jacinto mantendo os mesmos padrões de elegância,
mas sempre ressalta algo de desgastado na vivacidade do amigo - “levemente curvado”,
“riso descorado”, “corcovava”, “cansado”, “olhar desconsolado”.
Chegando à residência de Jacinto, Campos Elísios, 202, encontra tudo em seu lugar de
sete anos antes, com exceção a algumas inovações tecnológicas: um elevador, a
eletricidade, o ar aquecido, o telégrafo, o conferençofone... Tais inovações o espantam.
Quando comenta com Jacinto sobre a volta à “civilização”, não é possível ter certeza de
um tom de admiração ou sarcástico, de quem vê pouca utilidade em tantos trecos. É
evidente no próprio Jacinto certo sentimento da irrelevância daquilo tudo.
Ainda na descrição dos itens da casa é recorrente o uso de figuras típicas do campo para
designar cores, formas ou do destaque à matéria prima utilizada na produção dos
aparelhos - “estantes monumentais, todas de ébano”, “um verde profundo de folha de
louro”, “cordões túmidos... à maneira de cobras assustadas” - enfocando o fato de que
tudo que ali estava era originário da natureza controlada pelo homem - “a natureza
convergia disciplinada ao meu amigo”.
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
CAPÍTULO 3
José Fernandes, que aceita o convite para morar junto a Jacinto, continua a descrever a
rotina de seu amigo, sempre destacando as tecnologias inovadoras que ele utiliza e a
incongruente apatia que este sente em relação a elas - tudo é “uma seca”, “uma
maçada”. Jacinto inclusive assume, em alguns momentos, seu claro descontentamento
com a própria cidade, que antes tanto admirava - “É feio, muito feio!”.
Um tubo do sofisticado lavatório do 202 se rompe jorrando água fervente por toda casa,
que expele vapor e logo é cercada por polícia e curiosos. O incidente se torna a notícia
do dia, o que pode ser visto como uma crítica à futilidade da imprensa da época. Da
imprensa e da “sociedade” também, representada por uma senhora que visita a casa à
procura de vestígios da desgraça - “Estou morrendo por admirar as ruínas!”. Nada muito
diferente do que hoje se tem: o gosto pela desgraça alheia, pela tragédia.
Ainda neste capítulo o narrador questiona a vida amorosa de Jacinto, que revela manter
cortesãs na cidade, mas não se envolver muito com elas. Tal trecho suscita dúvidas
quanto ao comportamento sexual de Jacinto. É necessário acompanhar os próximos
capítulos: será que ele é? Ah, vale também notar que por diversas vezes o narrador trata
Jacinto como “meu Príncipe”... Teoricamente em alusão ao título de “Príncipe da Grã-
Ventura”, mas não cola!
Por fim, Jacinto decide o passeio que farão no domingo: vão ao Jardim das Plantas para
verem a girafa! Um passeio “simples e natural”.
CAPÍTULO 4
A narração dos acontecimentos em uma festa no 202 se foca em caracterizar a sociedade
parisiense, seus assuntos, seus personagens, suas futilidades. Tal festa era realizada a
pedido do grão-duque, que pescara um peixe raro o qual desejava cear.
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
Chegada a hora da ceia, vem outro golpe das modernidades do 202: o elevador que
transportava o peixe do grão-duque emperrou. Após muita discussão, dentre as quais foi
levantada uma questão bem objetiva - “por que o não trouxeram à mão?” -, decidiu-se
que o peixe precisava ser pescado do fosso! E o grão-duque entusiasmou-se com a
oportunidade de demonstrar sua habilidade na pesca em plena festa. No entanto o
esforço foi inútil e todos comeram cordeiro. Apesar da confusão o grão-duque
demonstrou gosto pelo divertido episódio.
Três dias após a festa Jacinto recebe de Portugal a notícia de que uma de suas terras
sofreu um deslizamento que cobrira uma igrejinha que guardava os restos mortais de
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
seus avós. Ele decide, então, que deve ser gasto todo dinheiro necessário para recuperar
tudo que foi danificado.
CAPÍTULO 5
Mesmo após a sequência de contratempos causados pelas falhas das modernidades do
202, do encanamento estourado, da falta de energia, do elevador emperrado, Jacinto
ainda insistiu em adquirir mais equipamentos que teoricamente facilitariam sua vida,
mas acabavam por criar mais problemas.
Ao mesmo tempo em que acumulava mecanismos, adquiria muitos novos livros, tais
que se infiltravam por toda a residência atrapalhando qualquer caminhada pelos seus
corredores. É interessante o episódio em que José Fernandes, o narrador, se desentende
com diversos exemplares espalhados por sua cama e acaba adormecendo e sonhando
com um mundo feito somente de livros e impressos.
Neste momento o narrador, pela segunda vez, deixa de focar Jacinto para apresentar
uma experiência pessoal. Se na primeira vez este esteve atraído pela vida no campo
agora ele esteve preso à paixão: conheceu Madame Colombe com quem conviveu por
sete semanas - sete anos no campo, sete semanas de paixão... Interessante! A mulher era
“estúpida e triste”, mas se encaixava no que ele procurava - “apagava minha alegria na
cinza da sua tristeza, e afundava a minha razão na densidade da sua estupidez”. Nesse
tempo, em que constantemente visitava a mulher em seu quarto, Zé Fernandes se desfez
de seus bens todos em favor dela, até que não a encontrou mais. Caiu em desgraça, se
embebedou, delirou, vomitou sua paixão, morreu e renasceu.
CAPÍTULO 6
Rapidamente, no início desse capítulo, é citada uma relação entre Jacinto e Madame de
Oriol que parece abalada com a notícia de que esta estaria a jantar com outros
cavalheiros.
Jacinto aceitou, então, ainda que a contragosto, a sugestão do narrador de irem a uma
basílica, no alto de um morro (Montmartre). Lá chegando, ao avistar do alto a cidade,
José Fernandes teceu algumas críticas à “maravilhosa civilização” que ali se resumia a
uma mancha cinza e Jacinto se rendeu, enfim, considerando que todas aquelas
tecnologias não passavam de uma ilusão. Isso foi a gota d’água para que o narrador
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
deixasse de usar ironias sutis e passasse a expor claramente sua posição em relação às
modernidades, suas futilezas, sua superficialidade, sua extravagância, suas
desigualdades, sua burrice. Todas as teorias de Jacinto são contrapostas. E ele concorda.
Ao final Jacinto revela um desejo: construir uma casa naquele lugar para observar a
cidade ao longe... “dominar a cidade”.
CAPÍTULO 7
Jacinto continua com suas visitas à Madame de Oriol, as quais faz acompanhado de Zé
Fernandes - estranho, não? O narrador aproveita para descrever a rotina da moça,
inundada de aparências, revistas, tradicionalismo, falsa caridade. Até que um dia
encontra na residência dela seu marido, transtornado por saber que ela o estaria traindo
com criados. Apesar de casados, moravam em casas separadas.
José Fernandes foi viajar pela Europa. Conta (em números) quantas cidades, hotéis e
igrejas visitou, quantas vezes fez e desfez malas. E acaba por revelar que o melhor dia
de viagem foi quando, em Veneza, encontrou um inglês que conhecia Portugal e com
ele relembrou sua terra. Mas uma vez o narrador, de forma irônica, despreza o que a
“civilização” proporciona - turismo à vontade - e valoriza sua origem, sua casa, sua
terra.
Ainda lembrando-se de sua terra de origem, José Fernandes questiona que fim levou a
reconstrução da igrejinha que fora soterrada, mas Jacinto nem sabe.
ResumoPorCapítulo.com.br 7
A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
O narrador aproveita para novamente discutir a questão social: compara a situação dos
pobres da cidade que não contam com nenhum apoio, em comparação aos de sua terra
que aos menos podiam contar com a bondade da vizinhança.
CAPÍTULO 8
É início de primavera. Jacinto informa a Zé Fernandes que partirão para Tormes, onde
ficam suas terras em Portugal. Recebera a notícia que a igrejinha fora reconstruída e
decidiu que acompanharia o traslado dos restos mortais de seus antepassados para lá.
A viagem para as serras, no entanto, teria de levar um pouco de Paris segundo os planos
de Jacinto. Um pouco não, quase tudo. E iniciou-se um intenso trabalho de contratar
transportadoras que levariam diversos mobiliários e equipamentos para o casarão em
Tormes, que estava sendo reformado a mando de Jacinto para que quando lá chegasse
encontrasse o próprio 202. Nesse período houve um súbito reavivamento de seu gosto
pela cidade: encantou-se com toda mobilidade que Paris proporcionava. Mas esse
encantamento acabou assim que foi enviada a última caixa para Tormes.
Foram recebidos, então, por Melchior, um serviçal que não pode ajudar muito, senão
com um prato de comida - galinha ensopada que muito agradou o paladar do faminto
Jacinto - e humildes enxergas (colchões de palha). A falta de conforto incomodava
Jacinto, que decidiu partir para Lisboa assim que possível, mas ao mesmo tempo as
belezas do campo e a clara visão do céu noturno o agradavam. José Fernandes, que
partiria para Guiães na manhã seguinte encontrar com sua tia Vicência, prometeu enviar
algumas roupas e utensílios básicos que salvariam Jacinto até sua ida a Lisboa.
CAPÍTULO 9
Em Guiães Zé Fernandes recebeu suas malas que estavam perdidas. Tentou contatar
Jacinto em Lisboa, mas ele nunca respondia. Até que encontrou com um familiar de
Melchior que passara por Tormes e lá vira Jacinto.
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
Surpreso com a permanência de Jacinto nas serras por mais de cinco semanas, o
narrador vai ao encontro de seu príncipe. Chegando a Tormes se depara com o casarão
bem arrumado, mas de forma simples, sem todos os mecanismos que foram
encaixotados no 202. Jacinto também está renovado, se mostra disposto, tão animado
com a nova vida que nem se preocupa com tais caixotes, que foram enviados, por
engano, para outra Tormes, na Espanha.
Zé Fernandes cada vez mais se surpreende e admira as novas filosofias de Jacinto, que
supervaloriza a natureza e suas criações, jogando por terra todo pessimismo que outrora
elogiava em Shopenhauer. Agora ele encontrava inspiração nas plantas e nas águas, se
comunicava alegremente com a gente humilde do interior. Assumiu, inclusive, que
guardava milhares de livros no 202 que nunca tinha lido e agora apreciava mais do que
nunca a leitura de livros como Dom Quixote e a Odisséia. Era outro homem.
O enterro dos ossos dos Jacintos antepassados, que era o motivo inicial da visita, se
tornou uma cerimônia muito simples, uma vez que nem se sabia quem eram os tais
antepassados. Foram sete ossadas e meia - uma era de criança - levadas para a nova
igrejinha. E até nesse singelo momento Jacinto encontrou beleza.
CAPÍTULO 10
Um dia antes de Zé Fernandes voltar a Guiães ele acompanha Jacinto para uma visita a
Silvério em que trataria de assuntos de suas terras.
O tempo que até então estava aberto começou a mudar e uma tempestade interrompeu o
trajeto. O narrador viu esse momento como um desafio, uma prova, para saber até onde
iria o romance de seu príncipe pelas serras, pois poderia se resumir a uma paixão ao
calor do sol de verão ou ter se tornado um amor que resistiria às tempestades e ao
inverno. O próprio Jacinto parece aceitar o desafio, consciente de que precisa conhecer
o campo em bons e maus dias.
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
Ao ver a triste situação daqueles que também são seus empregados, Jacinto se choca por
nunca ter imaginado que em um lugar tão belo como aquele poderia haver tanta miséria.
Decide, então, empenhar esforços e dinheiro para mudar aquela realidade: construir
novas casas, contratar médicos, aumentar salários... Silvério desacredita tudo que ouve,
contesta a falta de bom senso nessas medidas, mas acata, afinal, Jacinto também é seu
patrão.
CAPÍTULO 11
O tempo passa entre idas e vindas de Zé Fernandes, de Guiães a Tormes, de Tormes a
Guiães.
Há um breve comentário sobre a falta de uma mulher para se relacionar com Jacinto.
Este se esquiva, comparando as mulheres da região a legumes, muito nutritivos, mas
distantes da beleza poética das flores que só habitavam as cidades.
CAPÍTULO 12
No aniversário de 34 anos de José Fernandes, Jacinto participou de um almoço em
Guiães, no qual conquistou a simpatia de tia Vicência pelo gosto pela comida, pelos
seus planos para Tormes e com uma caldeirinha de água benta como presente. O
narrador apresentou-lhe suas terras, sua biblioteca. Este capítulo, muito breve, termina
com a chegada de outro convidado, dom Teotônio, para a festa de Zé Fernandes.
CAPÍTULO 13
A festa não saiu como Zé Fernandes planejara. Todos convidados se demonstraram
incomodados com a presença de Jacinto, que se trajou muito elegantemente com suas
roupas vindas de Paris.
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
Entre os homens soube-se que havia desconfiança de que Jacinto seria um miguelista
(partidário da volta do conservadorismo e de d. Miguel ao poder), o que os deixava
insatisfeitos. Imaginavam até que o próprio d. Miguel estava com ele em Tormes!
Após a refeição principal todos jogaram cartas e, ao sinal de uma tempestade, partiram.
Tia Vicência riu com Zé Fernandes e Jacinto contando da desconfiança dos senhores da
região.
CAPÍTULO 14
Noutro dia Zé Fernandes e Jacinto partiram para Flor de Malva, residência do tio
Adrião, que não pôde estar na festa de José por conta de um furúnculo, e da prima
Joaninha.
No caminho pararam numa taberna para apreciar um vinho e encontraram o tio João
Torrado, um velho conhecido na região como profeta e que logo identificou Jacinto
como o “pai dos pobres”, chegando ao ponto de suspeitar que nele pudesse estar dom
Sebastião reencarnado - crença baseada no Sebastianismo, um movimento que
acreditava na volta do rei d. Sebastião como um messias.
Chegando à Flor de Malva Jacinto se encanta pela beleza das terras, das plantações, das
construções... E também de Joaninha, com quem se casaria em breve.
CAPÍTULO 15
Cinco anos depois Jacinto já somava dois filhos - um casal - e se tornara um pai
responsável, cuidando com zelo de suas propriedades que um dia serviriam a seus
descendentes.
Até Grilo, criado de Jacinto, se adaptou à nova rotina e concordou com o narrador,
afirmando que seu patrão “brotou” para uma nova vida.
CAPÍTULO 16
Nos anos que se seguiram Jacinto pensou em retornar por alguns dias ao 202, levar seus
filhos para conhecer a “civilização”. Mas Joaninha, espertamente, reclamava um
cansaço ou outro e convencia seu marido a permanecer nas serras.
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
José Fernandes pensava o mesmo, mas, sem uma mulher que o segurasse, o realizou: foi
à Paris e lá encontrou as mesmas pessoas no mesmo movimento incessante, na mesma
superficialidade. Invenções, jornais, crimes, maquiagens, pratos, transportes,
propagandas, tumultos... Nada era novidade, tudo desapontava o narrador. Todos os
aparatos da cidade se resumiam duas funções únicas: “o lucro e o gozo”.
Em uma visita ao 202 reviu as estantes, os livros, os carpetes e os móveis cobertos por
lonas empoeiradas e pensou que tudo aquilo, em algum momento, seria tido como
velharia para os que lá fossem habitar. Tudo que era tanta modernidade seria história,
passado.
Voltando a Tormes tornou a estar feliz quando encontrou Jacinto, Joaninha e seus
filhos, Teresa e Jacintinho. Este último carregava nas mãos uma pequena bandeira que
chamava de “bandeira do castelo”, que o narrador logo associou à ideia de um castelo
montado por Jacinto, seu “príncipe da Grã-Ventura”, na “natureza campestre e mansa”,
“tão longe de amarguradas desilusões e de falsas delícias”.
FIM
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
QUESTÕES DE VESTIBULAR
(B) A Cidade e as Serras explora uma grave tese sociológica: ser-nos preferível viver e
roliferar pacificamente nas aldeias a naufragar no estéril tumulto das cidades.
(D) No romance dois ambientes distintos são enfocados ao longo das duas partes em
que o livro pode ser dividido: a civilização e a natureza.
(A) apresenta um narrador que se recorda de uma viagem que fizera havia algum
tempo ao Oriente Médio, à Terra Santa, de onde deveria trazer uma relíquia para uma
tia velha, beata e rica.
(D) revela narrativa cujo enredo envolve a vida devota da província e o celibato
clerical e caracteriza a situação de decadência e alienação de Leiria, tomando-a como
espelho da marginalização de todo o país com relação ao contexto europeu.
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
(E) se desenvolve em duas linhas de ação: uma marcada por amores incestuosos; outra
voltada para análise da vida da alta burguesia lisboeta.
3. (FUVEST) “Já a tarde caía quando recolhemos muito lentamente. E toda essa
adorável paz do céu, realmente celestial, e dos campos, onde cada folhinha conservava
uma quietação contemplativa, na luz docemente desmaiada, pousando sobre as coisas
com um liso e leve afago, penetrava tão profundamente Jacinto, que eu o senti, no
silêncio em que caíramos, suspirar de puro alívio. Depois, muito gravemente: Tu dizes
que na Natureza não há pensamento... Outra vez! Olha que maçada! Eu... Mas é por
estar nela suprimido o pensamento que lhe está poupado o sofrimento! Nós,
desgraçados, não podemos suprimir o pensamento, mas certamente o podemos
disciplinar e impedir que ele se estonteie e se esfalfe, como na fornalha das cidades,
ideando gozos que nunca se realizam, aspirando a certezas que nunca se atingem!... E é
o que aconselham estas colinas e estas árvores à nossa alma, que vela e se agita
que viva na paz de um sonho vago e nada apeteça, nada tema, contra nada se insurja,
e deixe o mundo rolar, não esperando dele senão um rumor de harmonia, que a embale e
lhe favoreça o dormir dentro da mão de Deus. Hem, não te parece, Zé Fernandes?
Talvez. Mas é necessário então viver num mosteiro, com o temperamento de S. Bruno,
ou ter cento e quarenta contos de renda e o desplante de certos Jacintos...”
(A) indica que o escritor, em sua última fase, abandonara o Realismo em favor do
Naturalismo, privilegiando, de certo modo, a observação da natureza em detrimento da
crítica social.
(D) serve de pretexto para que o escritor critique, sob certos aspectos, os efeitos da
revolução industrial e da urbanização acelerada que se haviam processado em Portugal
nos primeiros anos do Século XIX.
(E) veicula uma sátira radical da religião, embora o escritor simule conservar, até certo
ponto, a veneração pela Igreja Católica quemanifestara em seus primeiros romances.
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
—Bendito seja o Pai dos Pobres! E um estranho velho, de longos cabelos brancos,
barbas brancas, que lhe comiam a face cor de tijolo, assomou no vão da porta, apoiado
a um bordão, com uma caixa a tiracolo, e cravou em Jacinto dois olhinhos de um brilho
negro, que faiscavam. Era o tio João Torrado, o profeta da serra... Logo lhe estendi a
mão, que ele apertou, sem despegar de Jacinto os olhos, que se dilatavam mais negros.
E mandei vir outro copo, apresentei Jacinto, que corara, embaraçado.
—Pois aqui o tem, o senhor de Tormes, que fez por aí todo esse bem à
pobreza. O velho atirou para ele bruscamente o braço, que saía, cabeludo e quase
negro, de uma manga muito curta.
—A mão! E quando Jacinto lha deu, depois de arrancar vivamente a luva, João
Torrado longamente lha reteve com um sacudir lento e pensativo, murmurando:
—Mão real, mão de dar, mão que vem de cima, mão já rara! [...] Eu então debrucei a
face para ele, mais em confidência:
—Mas, ó tio João, ouça cá! Sempre é certo você dizer por aí, pelos sítios, que el-rei D.
Sebastião voltara?”
a) No trecho, Jacinto é chamado, pelo velho, de “Pai dos Pobres”. Essa qualificação
indica que Jacinto mantinha com os pobres da serra uma relação democrática e
igualitária? Justifique sua resposta.
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
O conservadorismo e a futilidade.
b) qual é a relação, segundo preconiza o romance, que essas elites deveriam estabelecer
com as classes subalternas?
Relação assistencialista.
“Brancas rochas, pelas encostas, alastravam a sólida nudez do seu ventre polido
pelo vento e pelo sol; outras, vestidas de líquen e de silvados floridos,
avançavam como proas de galeras enfeitadas; e, de entre as que se apinhavam
nos cimos, algum casebre que para lá galgara, todo amachucado e torto,
espreitava pelos postigos negros, sobre as desgrenhadas farripas de verdura, que o
vento lhe semeara nas telhas. Por toda a parte a água sussurrante, a água fecundante...
Espertos regatinhos fugiam, rindo com os seixos, de entre as patas da égua e do
burro; grossos ribeiros açodados saltavam com fragor de pedra em pedra; fios direitos
e luzidios como cordas de prata vibravam e faiscavam das alturas aos barrancos; e
muita fonte, posta à beira de veredas, jorrava por uma bica, beneficamente, à
espera dos homens e dos gados... “
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
Fernandes e Jacinto de Tormes, que vivem uma vida sofisticada na Paris finissecular,
percebe-se:
II – uma consciência dos conflitos que a vida moderna traz ao indivíduo que vive nas
grandes cidades.
III – uma mudança progressiva quanto ao modo de valorizar a vida junto à natureza e
os benefícios dela decorrentes.
(A) Apenas I.
(E) I, II e III.
8. FUVEST 2014 - Com base na leitura da obra A cidade e as serras, de Eça de Queirós,
publicada originalmente em 1901, é correto concluir que, nela, encontra-se:
(A) o prenúncio de uma consciência ecológica que iria eclodir com força somente em
finais do século XX, mas que, nessa obra, já mostrava um sentido visinário, inspirado
pela invenção dos motores a vapor.
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A CIDADE E AS SERRAS: RESUMO POR CAPÍTULO
(E) uma valorização do meio rural e de modos de vida a ele associados, nostalgia
típica de um momento da história marcado pela consolidação da industrialização e
da concentração da maior parte da população em áreas urbanas.
(C) Jacinto sofre uma regeneração em contato estreito com a natureza, numa atitude de
encantamento e lirismo e integra-se, por fim, na vida produtiva do campo.
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