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“tal como foi pensado no século XIX, sobretudo pelos historiadores metódicos (ou
positivistas, como são mais conhecidos), o estudo da História era incompatível com o
estudo das sociedades contemporâneas, próximas cronologicamente do historiador”
(NAPOLITANO, 2003, pg.163)
“Os métodos foram duramente criticados pelos “presentistas”, na virada do século XIX
para o XX, cujo lema foi sintetizado na frase de Benedetto Croce – “a História é sempre
contemporânea” e “Com os Annales, a organização da pesquisa histórica passou a ser
definida mais pelos seus objetos do que pela cronologia dos fatos políticos e
institucionais” (NAPOLITANO, 2003, pg.165)
O autor expõe algumas correntes historiográficas surgidas a partir dos anos 60 e 70 que
pensaram renovação nos discursos históricos a partir de enfoques variados, e suas
contribuições para o pensamento sobre a História Contemporânea.
“A História Social inglesa, de feição marxista, submeteu o estudo da História
Contemporânea ao estudo da classe operária, do mundo do trabalho e dos movimentos
sociais como um todo [...] O contemporâneo foi pensado, em linhas gerais, como um
processo social total [...] não valendo-se dos grandes eventos e estruturas políticas ou
econômicas (modo de produção), mas também em termos socioculturais e ideológicos.”
(NAPOLITANO, 2003, pg.167)
“Nas últimas duas décadas do século XX, ainda na França, para se diferenciar da
História Contemporânea já estabelecida e fazer jus à voragem do tempo no século XX,
surge o conceito de História do Tempo presente, voltada para o estudo do período
simultâneo e posterior à Segunda Guerra Mundial. A diferença entre o velho conceito
de História Contemporânea e a História do Tempo Presente pode ser definida pela
presença viva dos protagonistas e da memória, ainda interagindo com o tempo do
historiador, como testemunhos vivos e dinâmicos do passado.” (NAPOLITANO, 2003,
pg.168)
“O novo campo da História Política vem dando uma grande contribuição à História
Contemporânea uma vez que permite articular objetos e problemas típicos do século
XX, como a ação da propaganda e dos meios de comunicação sobre a esfera política,
cultural e social das sociedades em questão” (NAPOLITANO, 2003, pg.170).
“Na pauta historiográfica que organiza a alocação das pesquisas e a organização dos
currículos escolares, podemos perceber o quanto a historiografia mais tradicional ainda
é forte, mesmo com as mudanças teóricas e metodológicas que abalaram as certezas
historiográficas ao longo da segunda metade do século XX” (NAPOLITANO, 2003,
pg.173)
“Apesar da pauta ainda ser definida, paradoxalmente, pela mistura de temas oriundos da
História Política positivista e da História Social e econômica do marxismo, é crescente a
influência da Nova História Política no material didático mais recente, com sua ênfase
em aspectos simbólicos e culturais das relações de poder.” ( 175)