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21/09/2011

Sistemas Agroforestales como uso SISTEMAS AGROFLORESTAIS


sustentável do solo Para iniciarmos as discussões sobre Sistemas Agroflorestais,
precisamos entender que é um sistema e como ele funciona.

O que é um sistema?
"Um sistema é um arranjo de componentes realcionados de tal
maneira que forma uma entidade, um todo" (Betch, 1974, citado
por Hart, 1980).

Ing. Forestal John Jairo Zuluaga P.


M.Sc. Agroforestería Tropical
Estudante Doutorado em Engenharia Florestal
UFSM

O sistema engloba limites, componentes, ambiente de entrada e SISTEMA AGROFLORESTAL


saída e interações entre os componentes:

 O limite define o contorno físico do sistema; LIMITE - COMPONENTES


ENTRADAS SAÍDAS
 Os componentes são os elementos físicos, biológicos e sócio- Árvores,
arbustos
econômicos; AGUA
e forragens
PASTO MADEIRA
LENHA
ENERGIA SOLAR
FORRAGENS
MÃO DE OBRA LEITE
 Ambiente de entrada são as chuvas, energia solar, ventos, CARNE
CAPITAL-SEMENTES
mão-de-obra e insumos (adubos,combustível, etc.); INSUMOS
CAPITAL
QUALIDADE
MUDAS DE VIDA

 As interações são relações dos componentes entre si e com o SOLO ANIMAIS


ambiente de entrada, onde a energia flui e a matéria cicla.

 Ambiente de saída são os diferentes produtos gerados em NUTRIENTES


cada sistema CONTROLE DE EROSÃO
PROTEÇÃO E SOMBRA

CONTEXTUALIZAÇÃO a área aberta para a produção de


A agricultura itinerante, de corte e queima, prática comum entre os agricultores Lavoura branca (lavoura de
na região amazônica, gera uma pressão sobre as áreas de floresta primária. subsistência) permite ser cultivada por
dois ou três anos, quando então o
agricultor abandona a área, devido à
perda de fertilidade do solo e à
infestação de plantas invasoras,
deixando-a em repouso ou
transformando-a em pastagem, e abre
uma nova área.

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1. Padrões de comportamento produtivo dos solos com Em princípio, os SAF’s devem servir
pastagens nos trópicos como uma ferramenta para
Os pastos Predominam Solos sem
reflorestar áreas já abertas e
Começa o ervas daninhas recuperar solos degradados, ao
controlam as coberturas e
crescimento de e os solos
Floresta demias
ervas daninhas
sem capacidade contrário de, como muitos pensam,
natural espécies perdem a produtiva
cobertura
substituir áreas de floresta primária.
2 animais/ha 1 animal /ha Zero carga/ha
0.5 animais /ha

Ponto crítico
da produtividade
ecológica

Ponto crítico
da produtividade
Bioeconômica degradação
total

Tempo (anos)
Adaptação de Serrao 1987

Conceitos de Sistemas Agroflorestais (SAF’s) Conceitos de Sistemas Agroflorestais (SAF’s)


O conceito de sistemas agroflorestais
não é novo. Novo é o termo para Os SAFs são uma forma de múltiplos
designar um conjunto de práticas e cultivos que sejam compostos de,
sistemas de uso da terra já tradicionais pelo menos, uma espécie destinada a
em regiões tropicais e subtropicais. produção agrícola (anual ou perene) e
Existem muitas definições para sistemas uma espécies arbórea, interagindo
agroflorestais (SAF’s): biologicamente (Somarriba, 1992).

Os SAF’s são formas de uso e manejo


dos recursos naturais nas quais espécies
lenhosas (árvores, arbustos, palmeiras)
são utilizadas em associação deliberada
com cultivos agrícolas ou com animais no Plantar árvores em fazendas para
mesmo terreno, de maneira simultânea melhorar a qualidade de vida dos
ou em seqüência temporal” (CATIE e agricultores pobres e proteger os
OTS- Organización de Estudios recursos naturais, (Centro
Tropicales, 1986) Internacional para la Investigación en
Agroflorestería, ICRAF, 2000)

Objetivos dos sistemas agroflorestais Funções dos sistemas agroflorestais


Objetivos gerais: Luz
Chuva de
Diversidade de granizo
especies
• Aumentar ou manter Transporte
de minerais
a produtividade da planta Vento Microclima

e animal. Temperatura
Ótima
utilização Umidade Matéria
• Assegurar a do espaço orgânica e
aéreo nutrientes
Sustentabilidade através Sombra e
da intensificação no uso forragem

adequado da terra. Erosão hídrica e eólica


Poucas
pragas Poucas
ervas
Menor taxa de escoamento daninhas
• Combinar o melhor
dos conhecimentos Fixação de nitrogênio
Adubo
orgânico
tradicionais com o Maior
Ótima
Utilização do
conhecimento moderno Populações microbiológicas infiltração
espaço
de água
subterrâneo
Ciclagem de nutrientes

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Vantagens Vantagens
Os sistemas agroflorestais apresentam uma série de vantagens em relação  Diversificação na produção aumentando
aos sistemas convencionais. Dentre estas incluem-se: a renda familiar, assim como a melhoria na
 A diminuição do uso de fertilizantes alimentação

 A conservação dos solos e bacias Melhoria na estrutura e fertilidade do solo


hidrográficas devido à presença de árvores que atuam
na ciclagem de nutrientes
 A redução do uso de herbicidas e
pesticidas  Fornecimento de adubos verdes

A diminuição dos custos de  Redução da erosão laminar e em sulcos


recuperação de matas ciliares e
fragmentos florestais  Aumento da diversidade de espécies

 A adequação a pequena produção  Recuperação de áreas degradadas.

 Adequação a populações tradicionais  Controle de ervas daninhas

 Custos de implantação e manutenção  Reduz o risco de perda de produção


reduzidos

Desvantagens

As espécies vegetais e árvores de crescimento


rápido podem exigir uma alta demanda de umidade do Interceptação de chuva, o que reduz a quantidade de água
solo, e sem um manejo adequado, pode levar a efeitos que chega ao chão.
adversos, especialmente em ambientes muito secos.
Danos mecânicos ocasionais as culturas associados
O esgotamento de nutrientes pode causar temporariamente quando são coletadas ou quando os arvores
baixa disponibilidade de nutrientes nas culturas do SAF. são podados, ou por as gotas de chuva caindo das
árvores altos.
Pode diminuir a produção de culturas, principalmente quando
é usado muitos arvores (concorrência) e / ou As árvores podem impedir a colheita mecanizada de
espécies incompatíveis. culturas.

Perda de nutrientes quando a madeira e outros os O microambiente pode favorecer certas pragas e doenças.
produtos florestais são colhidas e exportados para fora
da parcela.

Classificação dos Sistemas Agroflorestais


De acordo com sua estrutura no espaço há quatro tipos de
sistemas agroflorestais:
Segundo COMBE & BUDOWSKI, 1979; OTS & CATIE, 1986,
os SAFs podem ser classificados: 1. Sistemas agrossilviculturais - combinam árvores com
cultivos agrícolas anuais;
 de acordo com sua estrutura no espaço;
 de acordo com seu desenho ao longo do tempo; 2. Sistemas agrossilvipastoris - combinam árvores com
 de acordo com a importância relativa e função dos diferentes cultivos agrícolas e animais;
componentes;
 de acordo com os objetivos de produção; 3. Sistemas silvipastoris - combinam árvores e pastagens
 de acordo com as características sociais e econômicas que (animais);
prevalecem.
4. Sistemas de enriquecimento de capoeiras com espécies de
importância econômica.

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Tipos de Sistemas Agroflorestais e exemplos dos mais a.2) O sistema “taungya” refere-se a associação de culturas agrícolas somente
comuns utilizados durante os primeiros anos da floresta. Constitui-se em uma técnica de
reflorestamento que combina cultura agrícola anual com árvores florestais
jovens. Depois de dois ou três anos, o aumento da sombra e a diminuição da
a) Sistemas agroflorestais sequenciais: Esses modelos
fertilidade do solo põem fim à associação. Na Ásia e África, essa técnica é
compreendem formas de agricultura migratória com intervenção ou manejo
muito usada em plantios de teca (Tectonas grandis) , pinus e cipreste (COMBE,
de parcelas de cultivos e uma etapa de descanso.
1982).

a.1) Agricultura migratória Esse


sistema consiste no corte e
queima da mata e cultivo da
terra por poucos anos. Após um
período de cultivo, segue-se
uma fase de descanso e
manutenção o que permite o
restabelecimento da vegetação
de forma espontânea e a
recuperação da fertilidade dos
solos por um período bem mais
longo.

b) Sistemas agroflorestais simultâneos b.1) Árvores em associação com cultivos perenes


Consistem na integração simultânea e contínua de culturas agrícolas anuais A seguir apresentam-se as associações mais comuns, encontradas em alguns
e/ou perenes, espécies florestais para produção de madeira, frutíferas, países do continente latino-americano:
espécies de uso múltiplo, ou ainda pecuária.
• Brasil: cacau (Theobroma cacao), erva-mate (IIlex paraguaiensis), guaraná
b.1) Árvores em associação com cultivos perenes (Paulinea cupana), cupuaçu (Theobroma grandiflorum ), café (Coffea sp.),
pimenta-do-reino (Piper nigrum), banana (Musa sp.), castanha-do-Brasil
Nesta categoria encontram-se (Bertholletia excelsa ), bracatinga (Mimosa scabrella ), pinus (Pinus sp.),
vários sistemas de exploração grevilha (Grevillea robusta ), ipê (Tabebuia sp);
comercial: as plantações de
coqueiros, seringueiras ou
palmeiras, em associações com
culturas; as plantações de
espécies florestais para
madeiras, frutíferas, produtoras
de sombra e/ou espécies que
melhoram a fertilidade dos solos.

• Colômbia: café (Coffea sp), cacau (Theobroma cacao), cedro


(Cedrela odorata ), ingá (Inga sp ).

(Pinus oocarpa)

café (Coffea sp)


Cupuaçu, bacuri, abacate, açai, manga, pimenta, cacau.

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Laurel (Nectandra sp.)

Flemingia (Flemingia
macrophylla)
Hevea brasiliensis) com Zea mays

Hevea brasiliensis) com Zea mays

pupunha (Bactris gasipaes)

Costa-Rica: cacau (Theobroma cacao), café (Coffea sp), banana (Musa sp.),
cana (Saccharum sp.), eucalipto (Eucalyptus sp.), macadâmia (Macadamia • Equador: café (Coffea sp) e cacau (Theobroma cacao) com alnus (Alnus
integrifolia), pupunha (Bactris gasipaes), fruta-pão (Artocarpus altilis), frutas acuminata), ingá (Inga sp), goiaba (Psidium guajava), jambo (Eugenia
cítricas (Citrus ), cedro (Cedrela odorata ), coco (Cocus nucifera) e pimenta macensis);
(Piper sp.) com Freijó (Cordia alliodora );

nogal cafetero (Cordia alliodora)


Bactris gasipaes

Centrosema ssp

Calycophyllum spruceanum

Gramineas

café (Coffea sp)


Centrosema ssp

• Guatemala: café (Coffea sp), cacau (Theobroma cacao), ingá (Inga sp), Nicaragua: café (Coffea sp), cacau (Theobroma cacao), ingá (Inga sp), Cedro
fedegoso (Cassia espectabilis), cardamomo (Elettaria cardamomum) e mamão Macho (Carapa nicaraguensis), Macuelizo (Tabebuia rosea), Guayabón
(Carica papaya) com grevilha (Terminalia chiriquensis), Calophyllum brasiliense y Nogal (Cordia alliodora).

Guazuma crinita

Inga edulis

Theobroma cacao

Centrosema ssp

Centrosema ssp

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• México: café (Coffea sp), cacau (Theobroma cacao), banana (Musa sp),
leucena (Leucena leocochefala), Samaúma (Ceiba sp.), cana (Saccharum sp.) • Perú: café (Coffea sp), cacau (Theobroma cacao), cítrico (Citrus
com cajá (Spondias mombim). sp), ingá (Inga sp), Albizia falcatoria, orelha de macaco
(Schizolobium sp.), mulungú (Erythrina sp), banana (Musa sp) e
Calliandra calothyrsus
mamão (Carica papaya) com desmódio (Desmodium ovatifolium)

Bactris gasipaes

Inga spp.
Inga edulis
(Cordia alliodora)

Citrus spp
Erythrina spp.

Centrosema ssp

café (Coffea sp),

Chile: Álamo (Populus sp), Nogal (Juglans regia), cítrico (Citrus sp), ingá (Inga b.2) Árvores em associações com culturas anuais (plantio em aléias)
sp), Albizia falcatoria, com milho, batata, legumes.
Nogal (Juglans regia)
Nestas associações utilizam-se geralmente milho (Zea mays), feijão, arroz
(Oryza sativa ), sorgo(Sorghum sp.), caupi (Virgna unguiculata), mandioca
(Manihot sp.), trigo (Triticum aestivum), cevada (Hordeum vulgare), leucena
(Leucena leocochefala ), dendê (Elaes guinensis), juta (Corchorus sp.), erva-
mate (Illex paraguaiensis), eucalipto (Eucalyptus sp.), aveia (Avena sp.) com
Cliricidia (Gliricidia cepium).

As árvores, geralmente leguminosas, são dispostas em linhas (renques), são


Juglans regia e alface podadas e seu material depositado para adubação das culturas anuais, bem
Milho (Zea mayz)
como para controle de invasoras e proteção do solo.
Álamo (Populus spp.)
: Álamo (Populus sp.)

com milho, batata, legumes com milho, batata, legumes.

Poda de leguminosa
b.3) Hortos caseiros mistos (pomares) ou quintais
Flemingia agroflorestais
macrophylla

Estes sistemas são utilizados para prover necessidades básicas


de famílias ou comunidades pequenas, ocasionalmente vendendo
preparo do solo para o
plantio de hortaliças, milho alguns excedentes de produção. Caracterizam-se por sua grande
semeadura
ou batatas, dentre outras complexidade, apresentando múltiplos extratos com grande
Poda de leguminosa
variedade de árvores, culturas de ciclo curto, como hortaliças e,
algumas vezes, animais.

semeadura

ALLEY CROPING
Cultivo em aléias

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b.4) Sistemas agrosilvopastoris


São associações de espécies florestais
para madeira ou frutíferas com animais,
com ou sem a presença de culturas
anuais.

Esses sistemas são praticados em


diferentes níveis:

 desde as grandes plantações arbóreas


comerciais, com inclusão de gado,

 até o pastoreio de animais

As espécies agrícolas e florestais comumente envolvidas neste tipo de sistema


são: amendoim (Arachis sp.), batata-doce (Hipomeoa batata), feijão-guandu
(Cajanus cajan), chuchu (Sechium edule ), jatobá (Hymenaea courbaril),
abacate (Persea americana), coco (Cocus nucifera) e outras mais.

b.4.1) Associações de árvores com pastos (enfatizando a Árvores distribuídas nas pastagens de forma isolada
produção animal)

Neste sistema obtém-se de forma secundária a produção de


madeira, lenha, frutos ou forragem. Os animais alimentam-se com
ervas, folhas, cascas e outras partes das árvores e beneficiam-se
com a sombra.

As espécies arbóreas mais comuns encontradas nas pastagens


são: goiaba (Psidium guajava), abacate (Persea americana) ,
leucena (Leucena leocochefala) e árvores nativas em geral.

As árvores podem estar distribuídas nas pastagens de forma


isolada ou agrupadas em pequenos capões.

Banco de forragens b.4.2) Pastoreio em plantações florestais e frutíferas


(enfatizando a produção vegetal)
(Leucena leocochefala)
Corte de forragem e Neste caso os animais pastoreiam
alimentação em canais
numa plantação, que pode ser de
árvores para lenha, madeira ou
frutíferas. Com o uso deste sistema,
pode-se controlar melhor o mato,
ao mesmo tempo em que se obtém
um produto animal durante o
crescimento da plantação.

pastoreio de animais
no banco
As espécies arbóreas mais comumente utilizadas neste sistema
são: pinus (Pinus radiata, Pinus caribaea), cedro (Cedrela
odorata), eucalipto (Eucalyptus deglupita), Alnus acuminata,
sanção do campo (Mimosa caesaelpiniaefolia), Citros (Citrus sp.),
Cupressus lusitanica e Guazuma ulmifolia.

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c) Sistemas agroflorestais de cercas vivas e cortinas


quebra-vento

Consistem em fileiras de
árvores que podem delimitar
uma propriedade ou servir
ainda de proteção (contra o
vento, o fogo, o gado) para
outros componentes ou outros SAFs como uso sustentável do solo
sistemas.

As espécies mais utilizadas neste sistema são: gliricidia (Gliricidia


sepium), leucena (Leucaena leucocephala), Cupressus lusitanica,
freijó (Cordia alliodora ), cajá (Spondias mombim), Bursera
simaruba, Bombacopsis quinatum, mulungú (Erythrina sp.),
Grevillea robusta, sansão do campo (Mimosa caesalpineafolia ).

SAFs E A QUALIDADE FÍSICA DOS SOLOS A perda da qualidade física do solo afeta diretamente o espaço
poroso do solo, de forma a prejudicar o fornecimento de água e
Significa a capacidade deste em sustentar a atividade biológica,
oxigênio, limitando o desenvolvimento das plantas (TORMENA,
promover o crescimento e a saúde das plantas e animais, e
et. al, 1998) e a atividade de organismos no solo (Cortés-Tarrá et
manter a qualidade ambiental (Doran & Parkin, 1994).
al., 2003; Leonardo, 2003).
Esta capacidade resulta de interações entre inúmeros processos
químicos, físicos e biológicos de natureza complexa (Tótola &
Chaer, 2002) e sofre alterações com o manejo (Reichert et al.,
2003)

O emprego de práticas não


sustentáveis pode causar a
degradação de seus
atributos físicos, químicos e
biológicos, diminuindo a
qualidade do solo.

Mais especificamente, implica em condições desfavoráveis a: Os Sistemas Agroflorestais na gestão e conservação da


água
 estruturação do solo, com formação de agregados pouco
estáveis, Em regiões semi-áridas, onde a baixa disponibilidade de água é um dos
 reduzida porosidade, principais fatores limitantes da produção agrícola, os SAFs podem
 elevada densidade, amenizar os efeitos da evaporação através dos resíduos vegetais
 maior resistência à penetração das raízes depositados na superfície do solo, mantendo a umidade do solo, em
 reduzida atividade de organismos e níveis mais elevados por um maior período de tempo (Kinama et al.,
 reduzida capacidade de retenção de água, 2005).
 resultando em condições que restringem o desenvolvimento e
produção das culturas vegetais.

 resultando em condições que restringem o movimento da água


e as trocas gasosas no perfil do solo, influenciando dessa forma,
diversos processos fundamentais para que o solo exerça suas
funções diversas.

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O solo sob SAFs A combinação de plantas com diferentes arquiteturas de parte


retém poluentes e melhoram a aérea forma um “chapéu”, que, além de impedir a incidência
qualidade física, química e direta dos raios solares, faz com que a água da chuva escorra e
biológica da água. infiltre lentamente no solo, evitando sua compactação e erosão.
Dessa forma, garantimos a conservação do solo e da água no
Os SAFs aumentam a sistema.
capacidade de armazenamento de
água no agroecossistema para
reduzir os picos máximos.

estabilização de taludes e
margens de córregos,
lagos e outras áreas frágeis.

Reduz a possibilidade
de obstrução de córregos,
canais de irrigação e,
portanto, inundações.

Os SAFs são muito adequados SAFs e a redução da erosão do solo nas Bacias hidrográficas
para áreas marginais, pois são
propensos a ter maior resistência à
Uma microbacia coberta com vegetação florestal apresenta
variabilidade de precipitação e
podem ser praticados nas comportamento bem diferente de uma sem cobertura florestal.
encostas mais íngremes.
Reduzem os efeitos nocivos do sol,
vento e da chuva no solo.

Os SAFs podem minimizar o


escoamento da água e perda solo.
Reduz a sedimentação de
reservatórios e rios, evitando assim
alterações em habitats e ciclos de
vida de espécies aquáticas.

Reduz perdas por lixiviação de Quanto mais poroso e protegido do impacto direto da chuva
nutrientes.
estiver o solo, maior será a alimentação do lençol freático, ou
Diminuição do nível de água (lençol seja, a quantidade de água nos canais de drenagem será mais
freático) no solo. constante e com poucos sedimentos.

As chuvas tropicais são geralmente torrenciais, com grande intensidade, ou


seja, grande quantidade de água precipita em curto período de tempo.
P
Quando a chuva cai sobre um SAF ou floresta, primeiramente as copas das
árvores, arbustos e outras plantas retêm parte dessa água e reduz a C
Esquema do caminho da água da
velocidade das gotas, que cairão como precipitação interna. Outra parte da chuva em um SAF ou floresta:
água escorre pelos troncos.
P = precipitação;

As gotas que chegam ao chão encontram um manto de folhas secas, que C = interceptação da copa;
também contribuem para neutralizar o impacto da gota sobre o solo.
T T = precipitação interna;

T L S = água da chuva que escorre


O solo protegido e com muitos poros, graças à atividade das minhocas, outros pelo tronco;
animais e microorganismos, funciona como uma esponja, que propicia a S
alimentação do lençol freático. Assim, ao invés escorrer, como enxurrada, a T L = interceptação da serapilheira;
Serrapilheira
água penetra no solo.
R = água que infiltra no solo
Minerais do
R
A malha de raízes se encarrega de captar os nutrientes solúveis, evitando que solo
os mesmos sejam lixiviados, ou seja, lavados ao longo do perfil do solo. Além
disso, toda essa proteção não deixa o solo ser levado por erosão, o que
entupiria igarapés e rios.

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SASs e a Temperatura do solo


Uma das medidas mais Um detalhe importante dos SAFs é a cobertura do solo, tanto pelas copas
importantes para reduzir a perda quanto pela serapilheira (camada de restos orgânicos sobre o solo), o qual,
de solo nas bacias hidrográficas garante que os raios nocivos do sol (UV) não atingem diretamente o solo e as
variações de temperatura nele são muito pequenas, sendo, pois, mantido
é manter a cobertura do solo, fresco e úmido, condições propícias ao bom desenvolvimento das raízes e à
pois assim é possível protegê-lo atividade da fauna do solo.
contra o impacto das gotas de
chuva e da incidência direta dos
raios solares.

Consequentemente, evita-se a
compactação, diminuindo o
escorrimento superficial da
água da chuva que causa
erosão e lixiviação de nutrientes
e o carreamento de partículas
de solo para as fontes de água

SASs e a Porosidade do solo


Nos SAFs há melhor utilização do espaço vertical, já que se
imitam padrões ecológicos naturais das florestas em forma e
estrutura, para garantir uma melhor captação de energia solar e Os SAFs favorecem a presença
regulação da temperatura do sistema de minhocas e formigas que
promovem a construção de
galerias, proporcionando
incremento na macroporosidade
e aeração do solo (Hairiah et
al., 2006).

Porosidade total do solo de uma área submetida ao sistema de cultivo Valores médios do volume total de poros (VTP) nas camadas de 0 a 10, 10 a
agroflorestal (SAF) e ao sistema de plantio convencional (SPC), no DF. 20 e 20 a 40 cm, para dois SAF de 12 e 1 ano de idade, em um Argissolo
Vemelho-Amarelo

houve diferença
significativa entre
os sistemas de
cultivo, mas não
quanto à
profundidade

Fonte: Carvalho, et al., 2004 Tratamentos seguidos de letras iguais (minúsculas) não diferem
entre si pelo teste de Tuckey ao nível de probabilidade de 5%.
Fonte: Cassante , et al., 2006.
No solo sob SAF, a porosidade total situa-se em níveis considerados normais para
latossolos do Cerrado (Resck, 1981), sendo superior ao solo sob preparo convencional.
A tendência de maiores valores médios de Volume total de poros (somatório
corresponde a macroporos y microporos) apresentada pelo SAF de 12 anos já
Este fato é, possivelmente, um reflexo da maior atividade biológica e de seus efeitos
são indicadores do benefício do agroflorestamento sobre a melhoria da
na agregação do solo.
estrutura do solo, através do tempo.

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SAFs e a Densidade do solo Densidade do solo de uma área submetida ao sistema de cultivo agroflorestal
(SAF) e ao sistema de plantio convencional (SPC), no DF.
A densidade do solo é uma propriedade variável e depende
da estrutura e compactação do solo. Conforme Costa et al.
(2003), a densidade tende a aumentar com a profundidade o
que se deve a fatores tais como:

teor reduzido de matéria orgânica


menor agregação
 menor penetração de raízes Fonte: Carvalho, et al, 2004
 maior compactação ocasionada
pelo peso das camadas sobrejacentes Segundo Goedert et al., (2002), valores entre 0,7 e 1,0 g cm-3 podem ser considerados
 diminuição da porosidade total normais em Latossolo Vermelho.
devido a eluviação de argila, dentre
Os valores da densidade apresentados pelo solo sob sistema agroflorestal se
outros. mantiveram dentro do limite considerado normal em todas as profundidades.

Já no SPC, os valores, em todas as profundidades, ultrapassaram o nível crítico,


resultando em leve compactação do solo .

Resistência mecânica à penetração (MPa), em diferentes profundidades, em uma


Resistência à penetração em sistemas agroflorestais área submetida ao sistema de cultivo agroflorestal (SAF) e ao sistema de plantio
convencional (SPC), no DF. Médias de 15 repetições.
A resistência à penetração é um
dos atributos físicos do solo, que
O solo sob SAF apresentou
influencia o crescimento de raízes e
menor resistência
serve como base à avaliação dos mecânica à penetração em
efeitos dos sistemas de manejo do todas as profundidades,
solo sobre o ambiente radicular quando comparado ao sob
(TORMENA e ROLOFF, 1996). SPC .

Além da determinação das leituras


de resistência à penetração, Carvalho et al. 2004
segundo Campbell
e O’Sulivan (1991), é O solo sob sistema agroflorestal apresentou baixa resistência em todas as
recomendável relacionar camadas, principalmente na superficial (0–10 cm), refletindo os efeitos da
incorporação de matéria orgânica ao solo. Por sua vez, no plantio
informações complementares
convencional, há indícios de formação de um pé-de-grade a partir da camada
concernentes ao tipo de solo, teor de 15–20 cm, possivelmente decorrente do processo de preparo do solo .
de água e densidade do solo.

Resistência à penetração para dois SAF de 12 e 1 ano de idade em SAFs E A FERTILIDADE DOS SOLOS
Sítio Bela Vista no Bairro Rio Branco no município de Cananéia-SP
Manutenção da fertilidade dos solos

Segundo a FAO (1995), os SAFs são considerados, como estimulantes da


sustentabilidade ambiental por favorecer a fixação biológica de nitrogênio e a
ciclagem de nutrientes.

As leguminosas herbáceas
possuem um grande potencial
Guazuma crinita
para diminuir a mão-de-obra
devido ao seu rápido
crescimento e produção de
Fonte: Cassante , et al., 2006.
biomassa, que levam a uma
Os maiores valores neste sistema são registrados na camada de 10 a 20 rápida cobertura do solo, com o
cm atingindo valores acima de 2000 kPa, o que de acordo com a literatura benefício adicional de
é considerado um índice crítico e não desejável para a penetração de fornecimento de nutrientes, Centrosema ssp
raízes e desenvolvimento da maioria das culturas. principalmente o nitrogênio,
Estes resultados ressaltam o impacto positivo do SAF de 12 anos sobre a para as espécies introduzidas
estruturação do solo e, por conseguinte, pressupõe melhor aeração e no Sistema Agroflorestal.
desenvolvimento do sistema radicular, garantindo a qualidade física do solo.

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Nos SAFs há uma maior Efeitos das árvores no ciclagem de


fixação biológica de nitrogênio nutrientes
por espécies leguminosas e
disponibilidade de nutrientes na
forma solúvel, por Protege o
solo do

exemplo, fosfatos, através da impacto do


sol e da
chuva
atividade das micorrizas e
As folhas formam
solubilidade do fosfato a camada vegetal
(serapilheira) e

através da ação bacteriana. reciclam


nutrientes

A serrapilheira
protege o solo e
Muitas
reduz a presença
espécies (principalment
de ervas
e leguminosas) fixam o
daninhas
nitrogênio do ar

As raízes trabalham o As raízes


solo e melhoram A árvore pode finas agregam o
a infiltração da água As raízes aumentam bombear nutrientes solo
a atividade biológica das camadas
do solo profundas do solo

Fonte: modificado de Geilfus F, 1994. El árbol al servicio del agricultor. Manual de Agroforesteria para el Desarroollo Rural. Turrialba,
Costa Rica: ENDA CARIBE/CATIE.

Ciclagem de nutrientes Os Sistemas Agroflorestais inspirados na floresta otimizam a


ciclagem de nutrientes, já que possuem uma grande diversidade
O ciclagem de nutrientes é mais eficiente dentro do de espécies que possuem sistemas radiculares com diferentes
sistema agroflorestal e, consequentemente, utilização mais arquiteturas, exigências nutricionais distintas e capacidade de
eficiente de nutrientes presentes no solo ou aplicados explorar diferentes profundidades, formando uma verdadeira rede
externamente. de raízes no solo.

exigências nutricionais
distintas

sistemas radiculares com


diferentes arquiteturas

Atributos de fertilidade do solo sob áreas de pastagem e SAF, na profundidade A serapilheira e Matéria Orgânica do solo nos SAFs
0-5 cm . Seropédica, RJ.
Nos sistemas agroflorestais há maior retorno de biomassa ao sistema
(matéria orgânica) e é geralmente de melhor qualidade, apresentando, uma
reciclagem mais eficiente de nutrientes, incluindo a ascensão das camadas
mais profundas do solo.

Fonte: Arcângelo et al,. 2009

Na área de pastagem observaram-se valores estatisticamente maiores de pH e


P, devido à calagem e a adubação fosfatada realizadas para renovação da
mesma.

No SAF observaram-se teores estatisticamente maiores de Ca+ Mg, Ca, Mg, K


e COT em relação à pastagem. Os maiores valores, provavelmente, devem-se
à adubação orgânica (esterco bovino) realizada na cova da bananeira e do
abacaxi, e da maior quantidade de serrapilheira e elevado adensamento de
plantas encontrados no local.

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Estoques de matéria orgânica na serrapilheira nas estações de SAFs E BIODIVERSIDADE DO SOLO


inverno e de verão em diferentes sistemas de produção em
Paraty, RJ
A perda da qualidade biológica produz
efeitos negativos na atividade de enzimas
no solo, na biomassa microbiana, no
quociente metabólico e nas taxas de
mineralização do nitrogênio (Tótola &
Chaer, 2002), com implicações diretas
sobre desenvolvimento das plantas, assim
como nas demais funções do solo.

Um importante indicador para um


correto manejo do solo está no
Fonte: Silva, M. S. Corrêa da. 2006.
aumento na quantidade e na
diversidade de organismos
interagindo de forma sinérgica. O
Do inverno para o verão, houve uma queda significativa nos estoques de solo manejado a favor da vida
serapilheira no SAF 1, mandiocal e a mata. Já o SAF 2 não apresentou uma permite que as plantas sobre ele se
queda tão acentuada nos estoques de serapilheira, permanecendo semelhante desenvolvam mais sadias e
à mata, que apresentou aumento significativo nesse estoque do inverno para o vigorosas.
verão.

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SAFs E O MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Possíveis formas de reduzir a


erosão e perda de nutrientes em
sites frágeis podem ser com
medidas mecânicas e vegetativas.

Medidas mecânicas

Terraços de bancada são


excelentes exemplos de medidas
mecânicas ou técnicas de
engenharia utilizadas para reduzir o
escoamento e reduzir a erosão, mas
têm a desvantagem de que eles são
muito caros.

Medidas vegetativas: Recuperação de solos com SAFs


As propostas SAFs de conservação do solo o são principalmente
A vantagem desta medida é que ela de dois tipos:
requer menos capital e menos
trabalho para o estabelecimento, operação
A primeira envolve o
e manutenção, também a barreira viva
estabelecimento de árvores com
protege o solo contra a erosão e
raízes profundas ao longo das linhas
pode produzir produtos como lenha,
de contorno, formando bandas para
forragem e adubo verde.
ancorar e estabilizar a inclinação e
fazer barreiras naturais contra a
erosão

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 A segunda proposta SAF é combinar as árvores com espécies


de raízes densas e superficiais, a fim de reduzir a exportação de O futebol é importante…
nutrientes e a perda de solo.

… mas as árvores são ainda mais


importantes.

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