Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Salvador
2004
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus pela força e luz que surgiram para mim em todos
os momentos em que precisei; agradeço a meus pais, Gabriel e Marlene, que me dedicaram
tanto de suas vidas; a meus filhos, Andressa e Lucas, pelos momentos de relaxamento
familiar necessários; a meus irmãos, Alex e Abrão, pelo apoio incondicional; a Vívian, pelo
companheirismo e atitude positiva; ao meu orientador, Professor Carlos Gantois, pela
demonstração de apreço e pela sua valiosa colaboração nesse trabalho e em inúmeros
momentos do curso; ao Coordenador do curso, Marcelo Rios, pela maneira criteriosa e
correta que sempre norteou sua conduta; a todos os professores, por todo o conhecimento
compartilhado nessa magnífica arte que é o ensino; aos engenheiros Marcelo Stumpf e
Nivaldo Antônio, pelo enriquecimento dado a este trabalho; a todos os colegas,
companheiros dessa escalada e a todos os amigos que me incentivaram e me dispensaram a
necessária compreensão.
EPÍGRAFE
The tecnological advance in the construction material area promoted the appearance
of the High Performance Concrete (HPC). This material presents bigger durability and
resistence to compression characteristics than the Conventional Concrete (CC). The use of
this material is specially advantageous in the building of pillars subjected to high weights,
because it permits that their sections be reduced, with gain in space. There is the economic
issue: although the HPC (High Performance Concrete) unitarian cost is bigger than the
CC’s (Conventional Concrete), the gain obtained with the saving of the armor tax and mold
area favors its use, depending upon the kind of construction. Its advantage is great in high
edifications. Analyses demonstrate the need of special attention for the definition of the
pillar section to be considerated in the structural calculation, for there are particularities in
its materials and in its building that must be considerated.
FOLHA DE APROVAÇÃO
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
1. INTRODUÇÃO 1
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 3
3. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO CAD 6
3.1 PROPRIEDADES PRINCIPAIS 6
3.2 CONSTITUIÇÃO DO CAD 9
3.3 DOSAGEM E PRODUÇÃO 18
4. O CAD EM PEÇAS ESTRUTURAIS, COM ÊNFASE EM PILARES 21
4.1 APLICAÇÕES GERAIS, SUAS VIABILIDADES E VANTAGENS 21
4.2 ESTUDO EXPERIMENTAL DE PILARES COM CAD 28
5. CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DO CAD 39
5.1 O CAD NO BRASIL 39
5.2 O CAD EM SALVADOR 40
CONCLUSÃO 46
ANEXOS 48
REFERÊNCIAS 56
.
1. INTRODUÇÃO
Esse trabalho parte da hipótese que o CAD, ainda que tenha custo unitário mais
possibilita edificações mais altas e com seções mais esbeltas, do aumento da sua
diminuição dos valores de alguns itens que compõem o custo global dessas peças
estruturais.
São aqui analisadas as suas aplicações em estruturas, com uma especial atenção para o seu
uma melhor relação custo x benefício. Também nessa seção, tem-se um estudo
experimental de pilares com CAD, com dados e resultados elucidativos. Por fim, na última
seção, são feitas considerações com exemplificações do uso do CAD no Brasil e também
Este trabalho não tem a pretensão de exaurir o tema e sim servir como uma
vamos passar. Da civilização primitiva até a época atual, passamos por diversos materiais
como a pedra, a madeira, o barro, o metal e o concreto que teve seu surgimento na
O concreto como elemento estrutural que resolve todas as formas exigidas, atinge
tempos, sem alguma deteriorização, é algo que se busca, mas ainda de difícil alcance.
solicitações de altas cargas. Como já se sabe, ele apresenta uma resistência à tração pouco
tração, também é um agente limitador, pois a sua resistência não permite edificações muito
altas sem o uso de colunas de seções robustas (proporcionais ao nível de carga do projeto)
que sua durabilidade é muito afetada. Pode-se observar problemas devido a sua porosidade
substâncias em contato com o concreto: a ação das águas puras pode originar a
dissolvência da cal hidratada da pasta de cimento; a penetração das águas ácidas (com
teores de CO2) tende a atacar a pasta de cimento, gerando a carbonatação, sendo que, se o
nível de CO2 presente for muito elevado, podem provocar a dissolvência do carbonato,
formando o bicarbonato, que é uma forma mais grave de ataque, afetando os aluminatos e
silicatos de cálcio; a penetração das águas sulfatadas pode originar uma reação com C3A
integridade do concreto.
externa até seu interior, podendo chegar até a armadura (despassivação) e desencadear a
O uso do CAD ainda não está muito disseminado em função de dois fatores: o
desconhecimento necessário de uma parte dos profissionais que não buscaram ainda
verificar em que ponto essa nova tecnologia poderia melhorar a qualidade e o retorno nas
suas obras e a questão do maior custo que este material representa frente ao concreto
convencional (CC). Em função do maior consumo de cimento, o seu custo unitário é mais
retorno de qualidade e economia no custo global da construção. O que se busca com esse
de durabilidade.
Nos últimos anos tem havido uma crescente utilização de concretos com resistência
à compressão acima de valores que antes eram normalmente empregados. O maior uso
desse tipo de material se deve não só a sua elevada resistência à compressão, como a um
projeto) aos concretos tradicionais. A conceituação desse material no seu surgimento foi
resistência à compressão acima das usuais. Há correntes que consideram, por exemplo, em
21Mpa, concretos com resistência de 30Mpa como de alta resistência. Atualmente já existe
um maior consenso para a faixa de 50Mpa como um limite para designação de um concreto
de alto desempenho.
compressão: classe I: entre 50 MPa e 75 MPa;classe II : ente 75MPa e 100 MPa;classe III :
entre 100MPa e 125MPa;classe IV: entre 125MPa e 150MPa e classe V: acima de 150MPa.
3. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO CAD
Pode-se citar algumas propriedades do CAD que no decorrer deste estudo serão
características.
montagem;
redução da porosidade;
chegar a 50GPa;
¾ São utilizados os mesmos equipamentos que o CC, mas com uma maior
precisão;
OBS: A relação água / cimento = 0,30 permite, teoricamente, que toda água se combine,
embora a maior parte das aplicações até o momento tenham utilizado o CAD com uma
resistência característica até 80MPa, limite recomendado pelo Código Modelo MC-90 do
Comitê Euro – (Internacional do Concreto CEB). Contudo, já foi obtido por H. H. Bache
0,16, um concreto com resistência aos 28 dias de 280MPa. A resistência à tração – seja ela
O concreto está sujeito aos agentes agressivos internos e externos. Nos internos
entre outros. Nos externos têm-se os íons cloreto, o dióxido de carbono, os sulfatos, as
dificuldades para a penetração desses agentes nocivos que atingiriam não só o concreto
Também são necessários para uma boa durabilidade: um bom projeto com
“pele de concreto” que é a camada que se cria na face externa do CAD e que não tem
exatamente a mesma composição do seu interior, sendo mais rica em pasta, fazendo uso de
(AÏTCIN, 2000).
3.2 CONSTITUIÇÃO DO CAD
fundamental importância para o alcance dos objetivos pretendidos com o uso deste
produto. É claro que há uma linha principal que coincide com a escolha dos elementos do
resistência e durabilidade. Embora não exista uma norma definitiva que determine qual o
tipo de cada material constituinte do CAD (em função de grandes variações nas
¾ CIMENTO
Considerando a sua composição básica a base de C3S, C2S, C3A e C4AFe, deve-se
priorizar a maior proporção possível do C3S e C2S, para melhor qualidade do material
que no CC, fator fundamental para obtenção de elevadas resistências. Esta alta taxa de uso
De acordo com o ACI 363 (1991), o melhor cimento é aquele que apresenta uma
verificando que módulo de finura deva ser buscado em função da velocidade de hidratação
ideal. Em geral, quanto mais fino, melhor a qualidade do cimento e mais resistente ele se
torna.
cimento com menor proporção CaO (cal livre) e MgO, pois esses materiais ao se
hidratarem após o endurecimento aumentam de volume e criam tensões internas que levam
¾ AGREGADOS
De forma semelhante ao CC, a escolha dos agregados deve atender às normas NBR
7211 (1983) e NBR 12654 (1992). De um modo geral eles são não coesivos e inertes,
porém a coesão e reatividade química produzem uma aderência com a matriz, aumentando
a resistência na zona de transição. No CAD deve ter uma superfície um pouco áspera no
agregado graúdo, que permita uma boa aderência com a pasta de cimento. Deve-se
ressaltar que angulosidades acentuadas não são satisfatórias, pois geram uma superfície
disponível para reação com o cimento. O agregado miúdo deve ser o mais liso e
arredondado possível.
o AGREGADOS GRAÚDOS
embora se encontrem autores que aprovem a dimensão até 25mm. O ideal é que se busque
um agregado menor possível e que tenha uma estrutura interna mais intacta, sendo,
MOLIN et al. (1999) colocam, em trabalho publicado sobre o CAD, razões que
Por vezes, consegue-se resistências tão altas pela pasta endurecida que o rompimento se dá
TIPO DE ROCHA
fc (MPa) GNAISSE TRAQUITO CALCÁRIO GRANITO SEIXO
ROCHA 76,6 178,3 95,0 78,5 110,0
ARGAMASSA 93,2 93,2 93,2 93,2 93,2
CONCRETO a/(c + 79,8 90,7 73,2* 82,0 71,8
ms) = 0,27
*Foi identificado material pulverulento na superfície dos agregados
Fonte: GONÇALVES, J.R.A.; ALMEIDA, I.R.; SHEATA,L.C.D. Influência do tipo de agregado graúdo nas
propriedades do concreto de alta resistência. In: REUNIÃO ANUAL DO IBRACON, 36., 1994, Porto
Alegre. Anais... São Paulo: IBRACON, 1994. v.1, p. 339-352.
o AGREGADOS MIÚDOS
sua demanda de água, fator essencial devido à sua influência sobre a resistência [...]”,
segundo MOLIN et al. (1999). Agregados miúdos com partículas arredondadas e lisas
necessitam de menos água na mistura e assim são preferíveis para produção de concreto de
também com um módulo de finura maior evitando, assim, o desvio da água da reação do
cimento. Recomenda-se o módulo de finura para areia na faixa entre 2,7mm e 3,2mm.
Segundo AMARAL FILHO (1988), é possível obter concretos com resistência até
170MPa com areia quartzosa normal, bem graduada e dentro das especificações. Apesar da
¾ ÁGUA
são semelhantes em relação ao CC. Deve-se ater para a potabilidade, neutrabilidade e para
¾ ADITIVOS
Existem vários tipos de aditivos. Considerando os três ramos gerais que são os
enquanto endurecido.
¾ ADITIVOS QUÍMICOS
60Mpa, com relação A/C na faixa de 0,40. Na década de 70 usou-se a melanina, mas não
obteve-se resistência, aos 28 dias, de até 110Mpa, com uma relação A/C de até 0,22.
diferença dos superfluidificantes para os plastificantes normais, nos resultados, é que para
apenas, 5%. Além disso, efeitos retardadores acentuados de hidratação que ocorrem nos
que em curto espaço de tempo deixa de exercer seu efeito e o concreto que antes era fluido
e extremamente trabalhável, torna-se seco. Porém, uma boa administração do tempo, com
a sua adição no local da obra, esse agente limitador não chega a atrapalhar o processo.
Segundo MOLIN et al. (1999), esse aditivo age mais efetivamente se for adicionado
a/c = 0,45
consumo de cimento = 350 Kg/m3
dosagem superplastificante = 0,4% de sólidos por peso de cimento
R
2250
I
1150 T
50
Fonte: COLLEPARDI,M. Superplasticizers and air entraining agents: state of the art and future needs. In: V.
MOHAN MALHOTRA SYMPOSIUM ON CONCRETE TECHNOLOGY: PAST, PRESENT, AND
FUTURE, 1993, Berkeley, California. Papers... Detroit: American Concrete Institute, 1994. p. 399-416.
(ACI Special Publication, 144).
¾ ADITIVOS MINERAIS
e promove uma redução dos espaços vazios gerando, assim, um concreto mais compacto,
menos suscetível às agressões ambientais e mais resistente. Fazem parte desse segmento de
aditivos, as cinzas volantes, as escórias de alto forno e a microssílica (sílica ativa),
importantíssimo material composto por cerca de 90% de SiO2 além de variados óxidos e
carbono.
tem uma densidade de 400Kg/m3 até 700Kg/m3. Em virtude de uma granulometria que em
média tem 0,5µm, é especialmente eficaz no preenchimento dos vazios, já que o cimento
tem as dimensões em seus grãos que variam de 30µm a 100µm. Além disso, possui
pesquisas, até as classes I, II e III do CAD, pode-se usar ou não os materiais cimentícios
¾ ADITIVOS ORGÂNICOS
de São Carlos, esses aditivos são resultantes da queima da casca de arroz e proporcionam
tecnologia propicia uma redução de danos ambientais, uma vez que toneladas de casca de
arroz seriam rejeitadas e a queima sem aproveitamento pode propiciar danos ambientais e
a saúde da população, em virtude do grande teor de carbono presente. Além disso, existe a
questão do desenvolvimento social em função do incremento econômico para o segmento
cimento, fazem uma grande diferença no resultado. Segue uma proporção, sugerida por
Tabela 3.
Nota-se assim, que a relação a/c fica entre 0,24 e 0,40, podendo,
entretanto, atingir valores ainda menores. Embora a proporção de sílica
ativa no traço do concreto possa atingir a sua eficiência máxima entre
20% e 25% sobre o peso do cimento, considerações econômicas mantêm
essa proporção em torno de 10% na prática.
garantia da sua eficiência, deve ser no canteiro de obras, em virtude de sua ação ser plena
9 Fazer o adensamento até a superfície do concreto estar com uma umidade uniforme
9 Proceder a cura, de maneira adequada, por pelo menos sete dias para evitar
Por outro lado, se a mistura está fria demais, digamos abaixo de 10ºC,
deve ser lembrado que os superplastificantes líquidos são menos
eficazes na dispersão das partículas de cimento, pois a sua viscosidade
aumenta drasticamente na medida em que a temperatura diminui. Além
disso, como temperaturas baixas tornam a hidratação mais lenta, a
resistência inicial do concreto de alto desempenho pode não aumentar
com suficiente rapidez, o que pode levar a um atraso oneroso de todo o
processo de produção.
tendo sido atingido até 150MPa de fck e que esse material, em virtude de sua baixa
porosidade, apresenta grande durabilidade, nota-se o seu uso nas seguintes aplicações:
9 Pilares – peças mais submetidas à compressão;
9 Pontes e viadutos – pela obtenção de maiores vãos com aumento de vida útil;
O uso do CAD é pouco usual em vigas e raro em lajes. Em lajes, segundo estudos,
não é viável economicamente. A aplicação em vigas, embora não seja comum, nem sendo
pilares se justificam pelas maiores solicitações de cargas de compressão nas seções dos
pilares.
De acordo com SERRA (1999), bem como a maioria dos pesquisadores é notável
Vale ressaltar, que devido a maior qualidade desse concreto, está sendo
durabilidade;
incrementada;
processo. Porém é fundamental uma análise prática, pois o transporte por grua é mais
utilizado, em que tipo de obra e qual método de execução, além do mercado a que se
destina. Ao proceder uma análise econômica sobre os custos desse material, constata-se
que o custo unitário é maior do que o do CC. A maior quantidade de cimento, a adição de
fases da produção, embora no custo final desse item tenha uma redução em função do
9 Fôrmas: com uma redução das seções das peças estruturais vem a redução da
área de fôrma utilizada. O rápido processo de endurecimento também torna
de custos.
Para ilustrar e quantificar essas relações, MOLIN et al. (1999) nos mostram um
andar, com área de pavimento tipo de 320m2, com o CAD de 60 MPa e o CC de 21 MPa.
(valores em dólares)
Dados utilizados:
¾ CONCRETOS
9 fck 21MPa
C = 292 Kg/m3
9 fck 60MPa
¾ ARMADURAS
Aço CA–50B, disponível no mercado.
¾ FÔRMAS
Convencionais plastificadas.
redução dos custos do CAD. Também frisam que as seções das vigas externas que servem
como vergas foram mantidas constantes e a locação dos pilares não foi alterada, o que
compressão, é natural essa tendência: ocorre uma redução de quase metade do volume de
concreto embora o custo deste material seja aproximadamente o mesmo do CC. Já na mão-
de-obra do CAD, a redução é muito alta em função do menor volume produzido. No item
lajes, a economia não foi atingida, pelo contrário, houve um gasto maior. O seu uso só
[...]
significativa e a análise detalhada dos itens que compõem o custo da estrutura demonstra a
obra. No caso das vigas houve praticamente o mesmo gasto com a armadura e uma
mais direcionado para pilares devido a suas vantagens serem mais expressivas em suas
A relação custo-benefício aponta para vantagens não apenas pela redução do custo
global, mas também pela maior durabilidade e pelo aumento da resistência obtida pelo uso
Carlos, onde foi realizado o experimento, foram feitas duas dosagens. A primeira teve uma
pilares retangulares com 15cmx30cm, com alturas respectivas de 120cm e 90cm, com
garantir o recobrimento. A armadura transversal foi composta por estribos com diâmetro
peças em função da variação da taxa volumétrica de armadura transversal. Além disso, foi
colocada uma armadura de fretagem nas extremidades dos pilares para proteger os locais
Dimensões
Pilares da seção Estribos Cobrimento (cm) ρw (%) ρsl (%)
b (cm) h (cm)
composto pelo eixo de barras da armadura transversal como a seção resistente do pilar.
Observa-se que, considerando-se a seção plena, o valor médio das relações entre as forças
que a seção resistente não é a total. Considerando-se a seção limitada pelo eixo dos
pilar, chega-se ao resultado que sua área é menor do que a área normal limitada pelo
perímetro dos estribos. Também há variação em função da configuração e espaçamento da
armadura transversal.
resistência, mas que logo é elevada com a continuação do ensaio (a depender da armadura
transversal estar com uma taxa satisfatória e com espaçamento adequado). Quanto menor o
espaçamento, maior a resistência. É recomendável a opção pelo estribo simples com menor
essa perda prematura do cobrimento pode ser em função da baixa permeabilidade do CAD,
que permite que apenas a camada de cobrimento possa secar, ficando o interior, da seção,
úmido. Outra razão, para a prevalecência do núcleo como a seção resistente, seria a
pilar.
estar sujeito a esforços de flexão. O ideal é que se busque uma diminuição desse esforço
distintas:
esforços de flexão mais significativamente nos pilares de borda e de canto, pois não são
função da estrutura como um todo se tornar mais leve, embora seja menos suscetível às
-Os efeitos da flexão provocados por carregamentos horizontais, como o vento, são
mais “sentidos” por cada pilar isolado quanto mais deslocável for a estrutura, pois além do
escada, poços de elevadores, pórticos, paredes especiais, etc. Com esse sistema, os pilares
podem ser calculados como pilares isolados, considerando assim, apenas as solicitações
aplicadas a eles. É a chamada estrutura de nó-fixo. Assim, a maioria dos pilares recebe
excentricidade. Portanto, podem ser considerados como comprimidos em toda a sua seção
transversal, fazendo melhor aplicação das vantagens de uso do CAD.Vale ressaltar que a
redução de seções em pilares deve ser analisada de uma forma ampla, verificando a
proporcionalmente à inércia.
seção quadrada em estruturas de nós fixos com comprimento de esbeltez de até 3,20m
23%, para o C40 e 30%, para o C50, com tendência para cair ainda mais em
médios de 30% para o C40 e 37% para o C50, também com tendência de
resistências que superam a do CC. Existem vários fatores que influenciam na obtenção da
resistência final das peças estruturais com CAD como a relação água/cimento, uso de
de confinamento;
assim, a aderência;
massa;
concreto);
9 A cura deve ser envolvida por lona plástica para melhorar a eficiência do processo;
produto;
9 É necessário definir a efetiva seção resistente de concreto nos pilares de concreto
9 Estribos individuais e menos espaçados são mais eficientes do que os duplos e mais
espaçados;
longitudinal.
De acordo com COLLINS et al. (1993), a resistência de pilares com CAD, com
10
k3 = 0,6 + --------------
f1c
k3 ≤ 0,85
Onde:
O CAD vem obtendo maior participação nas construções das principais cidades do
– Civilson, é formada por seis blocos, com projeto de Oscar Niemeyer e foi utilizado o
concreto aparente, ocupando uma área de 70 000m2. O maior de seus blocos possui 48
metros de altura e foi usado um concreto de 50MPa de fck. Destaca-se nessa construção,
um grande cilindro de concreto, que percorre toda altura do prédio e em sua parte superior
foi colocado uma estrela de oito pontas. As duas estruturas permitiram a eliminação dos
pilares no pavimento térreo: vigas, lajes e pilares, abaixo da cobertura, estão suspensos por
cabos de aço atirantados ao pilar cilíndrico central. Essa solução, criativa, foi facilitada
Outro exemplo a ser citado é uma cidade que é caracterizada pela excelência no
empreendimento, com uso do CAD, ganhou uma área interna nos pavimentos,
principalmente nas garagens e nos pisos térreos. Em virtude de ter grandes vãos com
Projetos estruturais, empresa responsável pelo projeto estrutural, para obter a altura
prevista de 125m e pilares delgados, o CAD foi a solução, sem comprometer a estrutura
do prédio.
Em São Paulo, já em 1962, o prédio do MASP foi construído com um concreto de fck de
45MPa. Também em São Paulo, o Edifício da CNEC foi executado com concreto de
60Mpa e a Torre Norte das nações Unidas, com concreto de 50Mpa. O prédio do Supremo
Tribunal de Justiça em Brasília foi edificado, em 1993, pela construtora OAS, usando fck
Salvador é uma capital que tem feito um razoável uso do CAD nos últimos anos. A
destaque nas edificações. Também a questão do ambiente agressivo, devido aos agentes
salitrosos na sua atmosfera, atua como fator incentivador na direção da escolha do CAD
Empresarial Previnor, o Edifício Banco de Tókio e o Edifício Frederico Fellini, todos com
fck a partir de 60MPa adotado para peças produzidas com CAD. Um exemplo mais
recente é o do Edifício Margarida Costa Pinto. Esta pesquisa contou com a visita à obra do
Foi adotado o uso do CAD no Edifício Margarida Costa Pinto, apenas em seus
pilares, até o 12º andar, tendo ao todo, 34 andares. A resistência mecânica à compressão
para essas peças ficou em 60Mpa, sendo adotado 30Mpa para os andares acima. Assim
como em outras edificações, o uso do CAD em pilares não foi necessário a partir dos
necessidade de manter a estabilidade global, seções mínimas tiveram que ser adotadas.
grande calor de hidratação, o transporte por bombeamento não foi adotado, tendo a sido
transporte do CAD, teve sua capacidade reduzida, sendo ocupado apenas com cerca de
4m3, sendo que no concreto convencional sua capacidade ficou em torno de 8m3: um maior
CAD e das lajes e vigas com o CC exige uma técnica especial. Como o tempo de
capitel do pilar uma camada com um concreto de 30Mpa para facilitar a montagem da
estrutura.
Analisando os motivos que conduziram à opção pelos pilares com CAD conclui-se
que altas solicitações de cargas verticais fomentaram essa escolha. Assim pilares mais
A seguir tem-se uma tabela com a análise de dois de seus pilares: o de menor e o de
AÇO (tipo) CA 5O CA 50 CA 50 CA 50
n° BARRAS (unid.) 50 30 62 62
Pode-se observar uma redução na taxa de armadura na ordem de 40% nos referidos
maiores seções e assim um aumento de sua área. Isso acarretaria, assim como na questão
demanda por muitas garagens por unidade e por amplos espaços, uso do CAD é
Helena, não foi permitido o acesso a informações relativas a valores que possibilitassem
uma maior análise de uma relação comparativa de viabilidade com concreto de menor
resistência. Porém, ficou claro que a preocupação principal não foi com valor gasto com a
opção pelo CAD, mas, sim, do ganho de espaço e a questão da compatilização do projeto
concreto adotado:
EXEMPLO DO USO DO CAD EM SALVADOR (1)
Tabela I
Tabela II
CONCLUSÃO
as limitações do concreto neste aspecto. Também foi constatado como uma grande
utilizados no concreto. As vantagens do uso dessa nova tecnologia acabam por ramificar-
se: em decorrência da diminuição da largura dos pilares há um ganho de espaço, com uma
arquitetônicas.
O uso do CAD permite a construção de edifícios muito altos pela sua alta
resistência e tem a vantagem em relação à estrutura metálica, pois reduz a oscilação por
vento, porém a questão da estabilidade global deve ser analisada com rigor: buscar seções
mínimas e alocar elementos de grande rigidez pode-se tornar necessário para a segurança
da estrutura com colunas com seções mais esbeltas. Sua aplicação em pilares torna-se
cálculo da resistência dos pilares pelo uso de um fator torna-se necessário, pois o miolo da
concreto, o custo final na execução dos pilares torna-se menor em função da redução da
padronização das peças). Além disso, em função do menor volume de concreto, o valor da
observa-se algumas edificações que fizeram o uso do CAD, notadamente aquelas que
buscaram uma grande verticalização como o exemplo citado do Edifício Margarida Costa
Pinto.
O uso do CAD deve ser decidido com base na necessidade de sua aplicação
tecnologia, ampliando o universo de aplicações mais freqüentes para além dos edifícios
Enfim, como toda nova tecnologia, o CAD tende a evoluir, ganhar com uma maior
produção em escala dos insumos e de produtos e propiciar uma melhoria na qualidade das
construções. O CAD veio para ocupar um espaço no setor da construção civil, na direção
processo. Como outras novas tecnologias, deve-se ampliar as pesquisas com o intuito da
científico.
ANEXOS
QUESTIONÁRIO DA ENTREVISTA
Data: Obra:
Empresa: N° de pavimentos:
Nome:
Função:
5. Quais as seções de pilares utilizadas com o CAD e qual a redução obtida com o seu
6. Qual a taxa de armadura usada nos pilares com CAD e qual a redução em relação
ao CC?
7. Qual a área de forma usada nos pilares com CAD e qual redução em relação ao
CC?
quais os resultados?
Adição do superfluidificante
1
Serra,Geraldo.Concreto de Alto Desempenho e a Nova Arquitetura.CD-Rom da ABCP,IBRACON,ABESC
e IBTS.São Paulo,1999
Equipamento para mistura Equipamento para o rompimento
do
Corpo de prova
2
Desempenho a toda prova.Técne construção, São Paulo, ano 10,n°63,p.38-41,jun.2002.
3
Corpo de prova do CAD
3
Simplício,Marco Antônio de Souza.Concreto de Alto Desempenho, Suas Vantagens e
Aplicações.Disponível emhttp://www.cesec.ufpr/~wtecnet/cad/t00061.html.Acesso em18/09/2004
4
Tempo de ação do superfluidificante
Tempo(segundos)
200
150
100
50
0
0 1 2 3
Dosagem do superfluidificante
Seqüência1 Seqüência2
4
Aïtcin,Pierre-Claude.Concreto de Alto Desempenho.Sãp Paulo, 2000.Tradução de Geraldo Serra
Concreto com sílica ativa: nota-se ausência da zona de transição entre o
agregado e a pasta.
5
Aïtcin,Pierre-Claude.Concreto de alto desempenho.São Paulo, 2000.Tradução de Geraldo Serra.
6
Estrutura com o CC
6
Serra,Geraldo.Concreto de Alto Desempenho e a Nova Arquitetura.CD-Rom da ABCP,IBRACON,ABESC
e IBTS.São Paulo,1999
Estrutura com o CAD
REFERÊNCIAS
AGOSTINI, Luiz Alberto de; FUSCO, Péricles Brasiliense. Pilares de concreto de alta
resistência. Revista IBRACON. Ano 3, n. 7 jan., fev., maio, 1993.
AITICIN, Pierre-Claude. Concreto de alto desempenho. São Paulo: Pini, 2000. Tradução
de Geraldo Serra
BAUER, Luiz Alfredo Falcão. Materiais de construção. 4ªed. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1992
COLEPPARDI, M. Superplasticizers and air entraining agents: state of the art and future
needs. In: V. MOHAN MALHOTRA SYMPOSIUN ON CONCRETE TECHNOLOGY:
PAST, PRESENT, AND FUTURE, 1993, Berkeley, California. Papers… Detroit:
American Concrete Institute, 1994. p. 399-416. (ACI Special Publication, 144).
DESEMPENHO A TODA PROVA. Téchne construção, São Paulo, ano 10, n.63, p.38-
41, jun. 2002.
LIMA, Flávio Barboza de; GIONGO, José Samuel; TAKEYA, Toshiaki. Cadernos de
Engenharia de Estruturas, São Carlos, n. 21, p. 1-26, 2003.