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APELAÇÃO
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Rua Tabapuã, 81 - 7º andar - Itaim Bibi - São Paulo - SP - CEP: 04533-010
Tel.: 55 11 3078.2531 - Fax: 55 11 3078.2532 - www.ffcadvogados.com.br – OAB/SP 11.293
Com a decisão publicada em 24.06.2018, que julgou os embargos de declaração
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RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
LTDA.
Juízo de Origem: 22ª Vara Cível do Foro Central João Mendes Jr. da Comarca de São Paulo – SP
Pela Apelante:
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I. A MATÉRIA DESTE RECURSO E OS PRINCIPAIS
FUNDAMENTOS PARA A REFORMA DA SENTENÇA
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concreto – com a indicação das provas contundentes sobre cada fato
relevante. É de indenização que se trata e não há dúvidas para o
cabimento da indenização pelo comando legal. A questão, o que foi
colocado em dúvida pela sentença e merece agora ser esclarecido, é o
fundamento para a indenização e sua quantificação. E, neste ponto, é
absolutamente imprescindível olhar para o caso concreto. É mandatório
olhar com atenção as circunstâncias em que se deu o descumprimento
do contrato pela Tenda e a situação diretamente consequente em que
ficou a Apis. Só assim se compreenderá a extensão dos danos que
demandam plena indenização.
6. Para esta demonstração, a Apis fará o seguinte:
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sentença que parte de uma leitura parcial, simplificadora e omissa
em relação às provas tão contundentes que foram realizadas;
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descumprimento realizado pela Tenda, é que o recurso passa a
demonstrar as perdas e os danos que devem ser indenizados.
Verifica-se que há demonstração por perícia do que a Apis
razoavelmente deixou de lucrar. Há prova, feita com contraditório,
que quantificou a indenização com algumas hipóteses do que as
partes debateram. Isto é: tanto a concepção da Apis para o que
deixou de lucrar com o inadimplemento da Tenda quanto a
concepção da Tenda feita em sua defesa e nas suas manifestações
foram contempladas na perícia que deu os valores e as
quantificações dos danos nas diferentes hipóteses para julgamento.
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inicial e os fundamentos da indenização e enfrenta as razões de
decidir pela negativa da indenização, para demonstrar os equívocos
da sentença e a necessidade de sua reforma. O objetivo deste recurso
é então demonstrar que as perdas e danos sofridos pela Apis neste
caso concreto que devem ser indenizados em sua inteireza pela
Tenda, que deu causa à resolução contratual com o descumprimento
de suas obrigações.
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que ela própria afirma em audiência que fora advogada que assistiu a
Tenda no presente caso.
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uma é absoluta e diretamente dependente da prestação da Tenda. Isto é:
a Apis só pode cumprir a parte dela se a Tenda adimplir sua obrigação
principal que é atribuir-lhe unidades para que sejam construídas.
13. Veja-se o que decorre da estrutura da contratação: a Tenda
prende a Apis com a exclusividade e a Apis só constrói se a Tenda lhe
atribuir as unidades para construção. E desde já cabe o alerta: não vale
dizer que a Apis não sofreu as restrições da exclusividade – vez que era
liberada depois de um ano de descumprimento das obrigações da Tenda
- pelas razões óbvias de direito e de experiência que serão narradas no
item próprio (v. item sobre cláusulas relevantes e exclusividade desta
apelação).
14. Este mecanismo é a evidência da boa-fé da contratação que deve
servir para interpretar a conduta das partes: o contrato só tem
equilíbrio se as duas partes cumprirem com suas obrigações. Se a
Tenda inadimplir (como fez deliberadamente e de maneira oportunista),
a situação resta totalmente desequilibrada para prejuízo da Apis. E pior,
muito pior, se a Tenda adimplir parcialmente e envolver a Apis em uma
negociação para continuidade de obras e discussão dos termos do TAO,
como fez de maneira oportunista, a Apis fica sem alternativas, obrigada
ao contrato, sem poder construir na plenitude do acordado e fora do
mercado. Foi exatamente o que aconteceu e esta é a dimensão do dano,
como se demonstra.
15. A estrutura e a dimensão do TAO estão confirmadas pelo seu
texto e qualquer tentativa de atenuar a força das obrigações do
instrumento foi afastada pelas testemunhas, com a autoridade de ex-
diretores da Tenda, que confirmaram as características do contrato e a
intenção das partes.
16. A redação do TAO era claríssima (fl. 70):
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17. E veja-se que as testemunhas foram perguntadas se o contrato era
uma mera projeção ou era realmente a promessa e a obrigação da Tenda
de construir um mínimo de unidades com a Apis. E as respostas não
deixaram dúvidas também sobre a interpretação desta obrigação.
18. As testemunhas, ex-diretores da própria Tenda, demonstraram
que o conjunto de obrigações do TAO era conhecido na diretoria da
Tenda e que o contrato era de absoluta ciência do corpo diretivo, dada a
sua importância, a sua dimensão econômica e a seriedade e grandeza
de suas obrigações.
Resposta da Testemunha:
Foi garantido. Na época a gente iria abrir o capital. A gente abriu o capital em
outubro de 2007 e a Apis foi abordada, convidada pela MRV (...) para construir
para eles, que tinham um plano muito agressivo de crescimento. A gente então
para reter a Apis, fez este acordo prevendo um número mínimo de
unidades.
(grifou-se)
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Pergunta dos Advogados da Apis:Se no acordo operacional (TAO) foi
prometida uma remuneração mínima de 16%?
Resposta da Testemunha:
Foi prometida. Tá no contrato.
Resposta da Testemunha:
Sim. Você tem um valor da obra, sei lá, 10. Seria como se fosse uma
administração. Ela ganharia 16% deste valor, livre, livre de impostos.
Fazia o cálculo de impostos sobre este valor.(...)
(grifou-se)
Testemunha:
Que eu saiba ele teve com a MRV, recebeu uma proposta, teve ne tenda dizendo:
Gente, recebi um convite da MRV, MRV já era maior que a tenda, e o convite
meio irrecusável. E o Henrique a época, presidente da tenda falou ‘’ não, como a
gente faz para você ficar, eu não posso te perder, por que nós estamos em um
ano de ‘’IPO’’, produção para a gente é super importante.
Juiz:Certo
Testemunha:
Além de ser super importante para a própria empresa, para o mercado, é muito
importante que tenha uma capacidade construtiva comprovada, se o franqueado
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está com a gente, foi dos primeiros a entrarem, não podemos perder, o que você
precisa? Eu falei não, eu preciso de então de.... Aí entraram em termos
negociais, comercias, preciso de um número de unidades garantidas, preciso de
um numero de ganho, preciso de uma reciprocidade.
E a Tenda do outro, de outra forma ’’Eu preciso que você seja exclusiva que
você não saia, então aí a gente negocia’’, ...então esse foi o termo.
(grifou-se)
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IV. AS CIRCUNSTÂNCIAS E MOMENTO DA CONTRATAÇÃO:
A PORTA DO MERCADO QUE SE ABRIU E DEPOIS SE
FECHOU
3
A pergunta reproduzida pelo Juízo foi:
Se nesse caso ocorresse a resolução do contrato entre a Tenda e Apis era fácil, depois deste ciclo de abertura de
capitais etc, seria fácil a Apis contratar com estas outras empresas ou ela teria dificuldade nisso?
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exclusividade. As testemunhas, todas pertencentes à diretoria destas
incorporadoras principais (Tenda e MRV), foram unânimes.
26. Não havia outra oportunidade no mercado. A Apis não teria
outra chance de se tornar uma construtora de 14.884 unidades. Foi
procurada e vinha negociando com a MRV que também abriria seu
capital e também precisava de uma construtora de alta competência para
ser sua contratada. Foi então que a Tenda chamou a Apis e celebrou o
TAO negociando todas as condições, atribuindo um número mínimo de
unidades à Apis, exigindo-lhe exclusividade e ajustando duas condições
econômicas relevantes: formação do custo global da unidade incluindo
todas as despesas e percentual de ganho da Apis (16%).
27. Com base nesta contratação é que a Apis então fechou a porta
para as demais incorporadoras – o que restará melhor ainda esclarecido
no próximo tópico específico.
28. Veja-se o que aconteceu: a Apis era uma construtora
competentíssima, em crescimento, com oportunidades grandes no
mercado. Entre as maiores incorporadoras que estavam para abrir
capital no período (aproximadamente 2007) a Apis tinha negociação em
andamento com a MRV e depois declinou por ter negociado o TAO com
a Tenda. Ou seja: as duas entre as maiores e principais incorporadoras
do mercado tinham a Apis como construtora entre as melhores para um
contrato de longo prazo, com mínimo de unidades e exclusividade – de
modo a mostrar solidez e capacidade de construção para o mercado.
29. Era o momento. A Apis colocou a sua existência e a sua evolução
para uma construtora de um mínimo de 14.884 unidades na contratação
com a Tenda. Ali a Apis fez a escolha que definiria o seu destino. E sabe-
se bem: houvesse a Tenda adimplido o contrato, a Apis seria hoje uma
construtora de porte expressivo, tendo construído no mínimo (o contrato
diz mínimo) 14.884 unidades (com tolerância de 10%). Não havendo a
Tenda adimplido, a Apis se viu na situação contrária: a chance foi
perdida, a janela do mercado se fechou e a Apis teve de arcar com os
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custos da sua sobrevivência sem os ganhos do contrato – seja o TAO,
seja qualquer outro.
30. O resultado fica ainda mais evidente quando se vê que a Apis
recorreu a bancos para pagar suas despesas correntes (vide contratos de
empréstimos de fls. 712 e seguintes).O resultado do inadimplemento
deliberado e oportunista da Tenda foi esse: ao invés de a Apis aproveitar
este momento do mercado e se tornar uma grande construtora de mais
de 14.884 unidades, passou a lutar pela sua existência, recorrendo a
dinheiro de bancos. O TAO, que era o contrato da vida da Apis, ficou
reduzido a uma desgastante troca de notificações e tentativas de
retomada que durou 3 (três) anos – v. notificações de fls. 80 / 82; 84/87;
89/90 e posteriormente fls. 812 / 816. Em paralelo, a Tenda seguiu
construindo com outras construtoras ou diretamente (já sob a gestão
da Gafisa) sem atender ao mínimo de unidades com que estava
obrigada em relação à Apis.
31. Diante deste histórico e deste cenário é que a Apis fez na
instrução do processo a demonstração dos fatos e fundamentos
necessários para o julgamento deste caso. Veja-se um resumo das
circunstâncias em que a Tenda fez o contrato e o descumpriu e o
descumprimento deliberado e oportunista da Tenda.
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contratadas para o longo prazo e para a construção das unidades
necessárias;
Note-se que a Tenda não construía diretamente e precisava ter uma
construtora contratada4 (como ficou incontroverso e demonstrado na
instrução).
(iii) A Tenda contratou a Apis para construir 14.884 unidades amarrou a
Apis com exclusividade rigorosa (“A Apis estará terminantemente
proibida, durante todo o prazo de vigência do presente instrumento, de
prestar quaisquer tipos de serviços, se associar e/ou assessorar as
empresas que sejam concorrentes diretas da Tenda no mesmo segmento... –
grifou-se);
(iv) A Tenda abriu o seu capital para o mercado com a estrutura de que
necessitava e fechou a possibilidade de a Apis atender qualquer
outra incorporadora – obrigou-se, em contrapartida, a construir com
a Apis um mínimo de 14.884 unidades, sob condições determinadas
de formação de custo e ganhos para a Apis.
(i) A Tenda já tinha feito a abertura de seu capital (v. fls. 730);
(ii) Posteriormente a Tenda teve seu controle vendido para a Gafisa (v.
fls. 731 e segs.);
(iii) Foi então que a Tenda começou deliberadamente a construir as
unidades com outras construtoras, negociando projeto a projeto de
maneira mais vantajosa para ela própria;
Note-se que a Gafisa tinha política e estrutura diferentes da Tenda
antes da aquisição – e construía alguns empreendimentos
diretamente;
4
As obras certificadas com PBQ eram da Apis. Sem a certificação,a Tenda sequer conseguiria
financiamento pela CAIXA ECONOMICA FEDERAL para suas obras futuras.
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(iv) A Apis foi sendo obrigada a arcar sozinha com os custos de sua
existência sem os ganhos que teria com o contrato; não mais tinha o
mercado de incorporadoras do segmento para prospectar, por efeito
do contrato; foi definhando enquanto a Tenda foi crescendo para se
tornar hoje uma das maiores incorporadoras do segmento.
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Ainda, não se comprovou nos autos que o intuito da requerida
tenha sido, efetivamente, alijar a autora de contratar com a
MRV, ou com algum outro ator do mercado imobiliário (...).
(grifou-se)
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todo o prazo de vigência do presente instrumento, de prestar quaisquer tipos de
serviços, se associar e/ou assessorar as empresas que sejam concorrentes diretas da
Tenda no mesmo segmento, incluindo-se mas não limitando-se às
Construtoras MRV, Fit, Living, Goldfarb, Rodobens e Rossi... – grifou-se) e que
menciona expressamente a MRV e as demais atoras do mercado no mesmo
segmento.
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oportunismo da conduta da Tenda é proibi-la de contratar com a MRV e
depois descumprir a sua parte deliberadamente.
41. É evidente, é da experiência comum e é acessível para qualquer
homem médio do mercado a conclusão de que a MRV não mais teria
interesse em contratar a Apis com longo prazo, exclusividade e mínimo
de unidades, depois da declinação expressa e depois do fechamento de
qualquer conversa ou negociação por pelo menos um ano.
42. A testemunha, ex-diretor da MRV (Leandro Galli Santos – 17 min
em diante), fez depoimento contundente. Repete-se a transcrição:
Além do fato notório na imprensa atual do tamanho que a Tenda adquiriu nos
dias atuais, os números de 2008 mostram o volume de lançamentos e vendas
que reforçam ainda mais o caráter deliberado do descumprimento do TAO.
Veja-se o número de unidades anunciado pela própria Tenda (fl. 726 –
“totalizando no 1S08 o montante de 15.250 unidades lançadas” – isso no
primeiro semestre de 2008 – e lembre-se que o TAO inteiro era de 14.884
unidades):
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Outro resultado: a MRV tornou-se também uma das maiores incorporadoras
do setor, o que também é um fato notório, construindo com outras
construtoras, sem qualquer possibilidade de retomada das negociações com a
Apis.
5
htt p://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,AA1653970-9356,00-
BICBANCO+TENDA+E+TRISUL+ESTREIAM+NA+BOVESPA.html .
Acesso em 15.06.2018 às 13:11.
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companhia está listada no Novo Mercado. Há pouco, o papel negociado sob o
código TEND3 subia 1,44%, para R$ 9,13.
Com a oferta primária de 67 milhões de ações ordinárias, a empresa levantou
R$ 603 milhões. O preço de emissão foi fixado em R$ 9 por papel, piso da
estimativa de preços, que oscilava entre R$ 9 e R$ 12.
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V. A PERDA DE TODAS AS OPORTUNIDADES DE MERCADO E A
PERDA DO CONTRATO COM A MRV - COM A MESMA
ESTRUTURA QUE O TAO
50. Este cenário, tão impactante para a Apis e que foi demonstrado
com toda a força na instrução, mereceu do Juízo de origem apenas a
seguinte menção simplória, contraditória e omissa - diz a sentença:
Evidente nos autos, conforme depoimento de parte das testemunhas
ouvidas, bem como dos documentos de fls. 817/822, que existiam, à
época de assinatura do negócio jurídico entre as partes, início de
6
A pergunta do Juízo foi:
É possível estabelecer a longo prazo um número mínimo de unidades?
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contato entre a autora e a MRV, obstado pela opção daquela em
firmar o negócio jurídico analisado nos autos.
Todavia, verifica-se que não foi delineado qual o modelo de negócios
seria efetivamente empreendido entre a autora e MRV, não tendo
havido a demonstração da existência de tratativas sérias e firmes entre
as partes.
(i) Juntou – fls. 819 e segs. – uma carta feita para a MRV declinando da
contratação por conta da pressão comercial e da proposta feita pela
Tenda:
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Principalmente este último fato, o IPO.
Não poderíamos assumir esta responsabilidade, por menor que fosse a
possibilidade de isso ocorrer, e nunca havíamos pensado na mesma.
Carta da Apis para a MRV (15/08/2007)
A MRV desde o começo entendeu que a situação criada com uma eventual
saída sua da Tenda não seria nada fácil. Mas pelo fato de acreditarmos
muito no modelo proposto de parceria, resolvemos insistir.
(...)
Grande abraço,
Rafael7
Resposta da MRV para a Apis (17/08/2007)
7
Rafael Menin: é o atual CEO da MRV.
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56. E analise-se com atenção o que aconteceu:
Disse a sentença: não foi delineado qual o modelo de negócios seria efetivamente
empreendido entre a autora e MRV
Mas a Apis ela chegou a ser sondada, chegou a estabelecer uma negociação com
a MRV. A MRV em 2007, em 2007 para 2008, como falei na abertura de
capital, ela também como várias outras empresas precisavam se garantir no
quesito terreno que é matéria-prima e capacidade produtiva. Estas duas
componentes elas tinham um peso muito relevante na precificação das empresas
no mercado de capitais. Então a MRV foi uma empresa que chegou a
negociar com a Apis a sua contratação para trabalhar na produção das
obras da MRV.
Pergunta do Juízo:Quando?
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contratação por conta de um posicionamento melhor da Tenda em termos de
proposta, valores enfim.
Isso foi muito comum neste mercado. Não só empresas mas executivos. Houve
um duelo grande pelos melhores profissionais e as melhores empresas.
Então assim, dentro deste contexto é natural que a Apis recusou por uma
questão melhor.
Pergunta do Juízo:O senhor não sabe quais as condições de negócio? O que foi
prometido à Apis pela Tenda? Isso osenhor não sabe?
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de prova para provar que haveria o contrato que não houve (e que,
portanto, não pode ser juntado em prova documental).
60. Além disso a testemunha dá sim as linhas do que seria a
contratação, de acordo com as estruturas comuns na época. Diz a
testemunha que o modelo costumava não destoar muito e então traça as
características do contrato:
Isso com toda e absoluta certeza. Porque como falei: o componente naquela
época principal era terreno, que era matéria-prima, e obra. Todas as empresas
naquela época tinham terreno, matéria-prima, para produzir 5,6, 7 anos.
Em média 5,6 anos. Então se você tem a matéria-prima dentro de casa, você
consegue sim dar um horizonte uma perspectiva de produção.
Com toda a certeza isso é perfeitamente possível. A MRV fazia isso com as
empresas que prestavam serviços para ela. Por exemplo em 2007, 2008 a gente
lançou um projeto na MRV para produzir 40.000 unidades por ano. A
gente tinha estoque. Por exemplo hoje, pela informação de mercado, a MRV tem
51 bi de VGV em estoque de terreno. Então com um estoque deste você tem
capacidade estratégica de definir se você vai dar uma fatia para o parceiro A ou
B. Você consegue ter um plano de negócios consistente com toda a
tranquilidade.
(grifou-se)
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62. Então também ficou demonstrado que a MRV teria todas as
condições de fazer um contrato com a Apis nas mesmas dimensões que
o TAO. Isso porque o TAO contemplava 14.884 unidades em 5 anos e a
MRV fez um plano para produzir 40.000 unidades por ano (!!).
63. Toda a produção que foi prometida para a Apis pela Tenda seria
feita em menos de um ano de acordo com o plano da MRV. Então
claramente o contrato perdido pela Apis teria uma dimensão muito
próxima do TAO.
64. Mais do que isso, e a testemunha é clara neste ponto também,
todas as empresas do setor tinham terrenos para produzir por 5, 6, 7
anos. Então provou-se também, pela testemunha de mercado, ex-diretor
da MRV, que a Apis também poderia – não fosse travada pelo TAO –
prospectar outras incorporadoras além da MRV, vez que a Tenda e a
MRV não eram as únicas empresas a planejar um volume de produção
superior às dimensões do TAO.
65. As oportunidades perdidas, suas características e a estrutura das
contratações realizadas ao tempo do TAO estão clarissimamente
demonstradas pela testemunha e coincidem com o histórico narrado
pela Apis desde a sua inicial no processo.
66. A mesma testemunha, ex-diretor da MRV, ainda deu mais
informações sobre a perda das oportunidades que a Apis tinha no
mercado e, em especial, a perda da contratação com a MRV. Veja-se o
diálogo com o juiz em audiência:
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Testemunha: Depois dela negociar, voltar para a Tenda para comunicar
a sua rescisão e a Tenda cobrir a oferta, vamos pontuar desta forma, ela
não voltou para a MRV.
(...)
Não porque a gente contratou outras empresas, não a Apis. Este foi
o momento, é como uma onda né, enfim, as empresas que
contrataram as empresas elas tinham um compromisso, por
exemplo, de mínimo de unidades, e você não consegue depois
colocar uma outra empresa para fatiar aquilo, um compromisso
que você assumiu. Não faz sentido.
(grifou-se)
- Sim.
8
Presidente da MRV.
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68. Quanto mais se houve o depoimento do ex-diretor da MRV, mais
se vê que o Juízo de origem realmente ignorou completamente as
circunstâncias do caso concreto.
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73. A Apis, de boa-fé, firmou o contrato no momento que tinha para
firmar um contrato com estas dimensões e características. Passado o
momento, só o que restou para a Apis foram os três anos de
desgastantes tentativas de fazer o TAO ser cumprido pela Tenda e, ao
final e constatado o descumprimento deliberado e oportunista, o
ajuizamento desta ação.
74. Para a sua existência, a Apis teve de lentamente tentar retomar
algum mercado e, ao mesmo tempo, recorrer aos caríssimos
empréstimos bancários que serviram para dar-lhe algum fôlego de caixa
para fazer frentes às despesas de sua existência.
75. Entre o futuro desenhado e contratado com o TAO e a situação
em que a Apis estaria hoje com o TAO e o que se revelou na realidade,
dado o descumprimento covarde da Tenda, há um abismo gigantesco. A
indenização, que se pede nesta ação, serve justamente para recompor a
situação ao estado em que estaria não houvesse a Tenda
deliberadamente descumprido o contrato (= recomposição da situação
da parte lesada não houvesse ocorrido a infração).
76. Visto isso, percebe-se que há dois capítulos da sentença que
mostram uma diferença total de apreciação diante da amplíssima
comprovação e da farta quantidade de provas para a procedência
integral da ação. A culpa da Tenda é reconhecida totalmente – porque o
seu descumprimento é evidente. A alegação da Tenda de que a Apis
seria a culpada por falhas na construção é afastada totalmente porque a
perícia de engenharia não deixa dúvidas e porque há nos autos também
enorme comprovação da qualidade da construção da Apis. Com isso a
sentença declara resolvido o contrato.
77. Mas sentença nega a indenização. Nega a adoção do contrato
como parâmetro para a indenização e então faz um julgamento
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totalmente divorciado da situação concreta e de fato deste processo.
Explica-se ainda melhor este ponto da indenização no tópico próprio
abaixo.
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instrumento / de prestar quaisquer tipos de serviços / se associar ou assessorar /
empresas que sejam concorrentes diretas da Tenda no mesmo segmento /
incluindo-se ... Construtoras MRV (...).
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87. Há uma diferença colossal entre o que o Juízo entende e o que é a
cláusula.
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(2007 e 2008 com a entrega de 714 unidades) e do esforço empreendido
para fazer valer o que assinou de boa-fé como sendo a sua grande
oportunidade no mercado da construção. Liberar-se da exclusividade
contratualmente não era algo simples como quer interpretar o Juízo de
origem e menos ainda era algo que decorreria da simples passagem do
primeiro ano como diz equivocadamente a sentença.
91. É certo que, passado um ano e meio de contrato sem pleno
cumprimento, a Apis notificou a Tenda a respeito, acusando pela
primeira vez o início de descumprimento. Mas não se pode olhar o fato
isoladamente e acreditar que a liberação jurídica e teórica da
exclusividade tivesse o efeito de neutralizar o fechamento do mercado
para a Apis.
92. O tópico anterior mostra que era impossível, rigorosamente
impossível para a Apis, voltar às circunstâncias de mercado com a
abertura para contratos com a estrutura do TAO depois de um ano e
meio de transcurso do contrato com cláusula de exclusividade. Além do
mais, a instrução mostra que depois desta notificação outras se seguiram
e as partes firmaram o Termo Para a Conclusão de Empreendimentos
Imobiliários (fls. 768/773), em uma tentativa – de boa-fé objetiva por
parte da Apis – para salvar o TAO e fazer valer a contratação.
93. Veja-se que este termo foi firmado em 15 de julho de 2010, já
quase 3 (três) anos depois do TAO. Neste termo, as partes dão
seguimento às obras em curso (das poucas unidades que foram passadas
para a Apis no início, como descrito) e programam uma tentativa de
rever os termos do TAO por acordo – o que para a Apis poderia salvar,
ainda que parcialmente, a sua exclusão do mercado. E note-se que os
‘considerandos’ do termo já alertavam para os efeitos da exclusividade +
descumprimento do TAO pela Tenda e para as dificuldades financeiras
que começavam para a Apis.
94. Abriu-se um prazo de negociação do TAO (repita-se: passados 3
anos de sua assinatura) e o fato foi que a Apis percebeu neste momento,
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com nenhum avanço nas negociações para a revisão e continuidade do
TAO, que a Tenda não tinha intenção de dar cumprimento ao contrato e
iria deliberadamente continuar a descumpri-lo.
95. Porém, e apesar da falta de vontade de cumprir o acordado por
parte da Tenda e das sucessivas tentativas da Apis de dar cumprimento
ao TAO, as partes reiteraram a sua validade em todos os seus termos.
Não houve revisão – porque a Tenda queria mesmo era descumprir o
acordo – mas as partes reiteraram a validade de todos os termos do
TAO:
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97. Diante deste cenário, é uma abstração errada e omissa tomar o
gatilho da exclusividade como um redutor dos danos da Apis. A Apis
esteve amarrada com o TAO e a contratação lhe tirou todas as
oportunidades de mercado. É isto que decorre da análise do caso
concreto e das provas produzidas nos autos.
98. Lamentavelmente, contudo, a sentença fez uma abordagem
meramente acadêmica do tema e desconectada do caso concreto – e é da
academia que vêm conceitos relevantes para a aplicação do direito mas é
da jurisprudência, do ato de julgar, que é preciso saber aplicar os
conceitos a cada caso concreto, vez que um caso não é igual ao outro,
sabe-se bem.
99. Por esta razão, então, que a circunstância do mercado
imobiliário, amplamente comprovada aliada aos efeitos destas cláusulas
relevantes do contrato (exclusividade + mínimo de unidades) não
poderiam ter sido ignoradas ou tratadas tão mal e de forma tão simplista
pela sentença
100. Reitere-se e ouçam-se os depoimentos que fazem prova: as
testemunhas todas disseram que a Apis, depois da contratação com
exclusividade, não teria mais como retomar à mesma posição no
mercado que teria se o contrato tivesse sido cumprido pela Tenda. Todas
as testemunhas, sem exceção, conhecedoras do mercado, ex-diretores da
própria Tenda e da MRV afirmaram que a Apis foi alijada do mercado
em função do contrato. E não há uma palavra na sentença sobre isso.
Apenas a leitura errada da cláusula e a menção genérica ao que seria a
falta de provas nos autos.
101. Assim foi tratado pela sentença um ponto de alegação e
prova tão grave e tão determinante e este é o equívoco que ressalta e que
teve como consequência direta a negativa de qualquer indenização.
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VII. DESCUMPRIMENTO DELIBERADO E OPORTUNISTA DO
CONTRATO PELA TENDA:
GRAVIDADE DO DESCUMPRIMENTO PARA AS PERDAS E
DANOS DA APIS
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trivial - imagine-se o que pensa a mesma diretora, fora do ambiente da
audiência (...). E extraída a essência do que foi dito pode-se entender a
conduta que é revelada nesta frase. Coloque-se tudo na perspectiva
narrada e comprovada do processo de que o TAO era o contrato da vida
da Apis.
106. Explica-se aí o descumprimento deliberado. A Gafisa,
gigantesca construtora do setor, simplesmente entendeu que o TAO não
lhe convinha. Ignorou conscientemente e por completo, com isso, que
estava decretando a morte comercial da Apis porque lhe tirava o
contrato da sua vida cuja celebração havia aberto a porta para que ela se
tornasse uma grande construtora e fechado todas as demais contratações
potenciais de um momento único no mercado da construção civil no
segmento em que a Apis trabalhava.
107. Neste processo, já se defendendo por seus advogados, a
Tenda trouxe praticamente uma única tese, fazendo o raciocínio inverso:
adaptando uma categoria jurídica aos fatos, mesmo que para isso tenha
precisado conscientemente manipulá-los, e não extraindo dos fatos
verdadeiros qual instituto jurídico poderia aplicar.
108. E então tomou a Apis, competentíssima construtora,
principal construtora da Tenda, assediadas pelas maiores
incorporadoras do mercado, com obras certificadas e de alta qualidade
comprovada e passou a alegar uma espécie de ‘exceção do contrato não
cumprido’ dizendo com todas as letras que a Apis construía mal e
abrindo uma perícia técnica na instrução para tumultuar o processo. A
jogada foi afastada pela sentença ante à evidência total de que a Apis
sempre construiu com altíssima qualidade e desnudou o
descumprimento deliberado e sem causa do contrato pela Tenda.
109. Além do resultado da perícia, as testemunhas – ex-
diretores da própria Tenda – foram unânimes. Veja-se a contundência do
depoimento da testemunha Leandro Galli Santos:
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Pergunta do Juízo:E a qualidade do serviço da Apis era boa?
Testemunha:
Sim. Muito boa e isso não é só uma opinião. Como te falei as obras da
Apis eram usadas para certificação PBQPH e ISO 9001. São
sistemas de qualidade auditados por empresas independentes com
processo. O custo de produção da Apis sempre foi muito bom e este é um
item muito relevante para produção principalmente no mercado
econômico.As empresas que têm esta capacidade de construir por
exemplo elas têm um valor muito grande no mercado.
(grifou-se)
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113. O que mais estarrece é que o discurso da Tenda, ao final, é
na mesma linha, como que sugerindo que não haveria grande problema
em descumprir o contrato e que não teria havido comportamento desleal
e causa para a perda de uma chance pelo descumprimento deliberado
do contrato. A própria sentença aceita o discurso (!?) e diz o juiz que a
Tenda (Ré) estaria distante da prática de concorrência desleal e de causação
do dano pela perda de uma chance.
114. Ora, a Tenda (Ré) descumpriu o TAO deliberadamente e
construiu diretamente as obras ou com outras construtoras. Restou
incontroverso que a Gafisa constrói, ela própria, também em um modelo
diferente do que a terceirização plena adotada pela Tenda antes da
venda do seu controle acionário. É evidente que foi desleal e acabou
por concorrer com sua própria contratada em regime de exclusividade.
115. Além disso, a sentença faz decorrer do que chama de
“liberação da exclusividade” a conclusão de que a Apis não teria
perdido a chance de construir as 14.884 unidades ou número
equivalente, quando todo o conjunto da instrução mostra o contrário.
116. É justamente por conta do TAO com seu conjunto de
obrigações e direitos descumprido pela Tenda de maneira deliberada e
oportunista que a Apis perdeu todas as chances de construir para o
segmento na proporção do que previa o contrato que firmou.
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todos sem exceção confirmaram o sentido já claro do conjunto de
obrigações do contrato:
longo prazo;
mínimo de unidades;
ganho de 16% para a Apis;
exclusividade.
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para a prova pericial para tentar confundir o seu descumprimento
contratual deliberado e claro.
123. A Apis não se opôs à realização da prova porque nada
tinha a temer com a prova de engenharia e porque compreende que a
Tenda pode abrir a instrução ampla no processo. Feita a prova – com os
ônus de tempo e volumes que agregou ao processo – pelo menos este
argumento caiu por terra definitivamente.
124. Então a Tenda tentou ensaiar um discurso de que teria
descumprido o TAO por conta da crise do setor imobiliário, querendo
então deixar como alternativa ao falso contrato não cumprido o caminho
da ‘força maior’ ou do ‘caso fortuito’, tentando agora assim excluir a sua
responsabilidade. Também não deu certo e também foi amplamente
desmentida pela instrução.
125. E duas foram as provas, contundentes e suficientes para
revelar outra mentira da Tenda:
em São Paulo(fls. 1.261 e 6.212): para o ano de 2007, 5.585 unidades; para
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Prova testemunhal: vez que todas as testemunhas – ex-diretores da própria
Tenda – mostraram que o número de 14.884 unidades era pequeno dentro
do universo de lançamentos da Tenda e não foi absolutamente afetado de
qualquer modo pela crise.
Testemunha:
- Nosso plano de negócios no IPO se não me engano era o lançamento de
100.000 unidades nos próximos 4 ou 5 anos.
Testemunha:
- Dentro do universo.
(grifou-se)
127. O lado bom é que isso mostra que a Tenda, talvez agora
tenha começado a perceber a relevância e os efeitos devastadores para a
Apis do contrato – porque ao invocar justificativas para não cumprir o
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contrato admite indiretamente, ela mesma, que tinha a obrigação de
cumpri-lo.
128. O que a Tenda escondeu com todas as forças é que, na
gestão da Gafisa, passou a construir diretamente e, então, passou a ter
interesse em ganhar ela própria os valores do contrato, concorrendo com
sua contratada, ou buscar outras construtoras do mercado, sem as
obrigações do TAO e leiloar condições melhores para ganhar também
construindo sem o custo do TAO – tudo em flagrante prejuízo da Apis e
dos seus direitos.
129. A Tenda não construía. A Gafisa construía. Quando da
aquisição do controle da Tenda pela Gafisa o TAO claramente passou a
ter outro sentido e se tornou comercialmente pouco interessante. Daí o
descumprimento deliberado. Veja-se mais esta passagem da testemunha
André Aragão Martins Vieira:
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130. Então ficou claro que o descumprimento foi oportunista e
deliberado e de má-fé. E ficaram afastados, um a um, os argumentos de
ocasião trazidos pela Tenda ao processo. E ficou claro também que a
Tenda passou a ter construção própria e então passou a concorrer com a
Apis passando obras para outras construtoras e para ela mesma. Com
isso a Tenda teve um crescimento fantástico no mercado e a Apis ficou
lutando para sobreviver.
131. Restava então ver o quanto o descumprimento deliberado
de um contrato com as dimensões do TAO causara de danos e perdas de
chance e de lucros para a Apis. E a Tenda, já sem conseguir justificar
legalmente o descumprimento de suas obrigações, então ensaiou o
discurso de que o descumprimento do TAO não seria assim tão
impactante.
132. Um discurso falso, vazio e prontamente desmentido pela
simples leitura do documento e pela simples quantificação dos valores
que o contrato representa.
133. Para estarrecimento da Apis, contudo, a sentença andou
em linha com este argumento e o que se extrai da decisão é de que o
descumprimento do TAO, ainda que tão deliberado, tão oportunista, tão
nefasto, não teria feito assim tão mal para a Apis.
134. Para mostrar os equívocos da sentença na parte em que
julga a indenização e sua quantificação é que se abrem os dois próximos
tópicos que fecham os fundamentos para a reforma da sentença e a
procedência da ação também e principalmente para o pedido de
indenização.
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VIII. EXCLUSIVIDADE E A PERDA DA CHANCE: A
INDENIZAÇÃO DAS PERDAS E DANOS DECORRENTES DA
“ARMADILHA” DELIBERADAMENTE CRIADA PELA
TENDA (as circunstâncias do caso concreto)
9
A rt. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar.
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torna fundamental analisar o presente caso concreto com seus fatos e
peculiaridades.
140. O que se demonstrou na instrução do processo é que a
Apis perdeu os ganhos que seriam decorrentes daconstrução
concretamente prevista em contrato de 14.884 unidades.
141. Demonstrou-se que esta condição – de construir 14.884
unidades - estava presente no mercadoe que o TAO com seu
descumprimento representou a perda de qualquer outra opção no
mercado, a perda dos ganhos que teria com o contrato ou com um
contrato com estas características.
142. Demonstrou-seque o TAO era – se cumprido pela Tenda -
a sua consagração como construtora no mercado (e assim o assinou de
boa-fé) ou – se descumprido pela Tenda - a sua exclusão definitiva do
mercado de construção no segmento e nos volumes contratados.
143. Deve-se então medir a chance perdida, para se ressarcir
com integralidade as perdas e danos experimentados pela Apis. Este é o
sentido do art. 944 do Código Civil 10. A chance que a Apis tinha restou
amplamente comprovada com a combinação dos seguintes fatos já
inequívocos no processo: as circunstâncias do mercado, o contrato que
teria com a MRV e o contrato que teve efetivamente com a Tenda.
144. Estas circunstâncias, expostas uma a uma neste recurso nos
tópicos que antecederam o presente, mostram claramente que a Apis
teve diante de si a oportunidade de se tornar uma construtora de 14.884
unidades com os ganhos que esta oportunidade lhe traria.
145. O mercado comportava tranquilamente este volume. Os
planos de negócios das maiores incorporadoras do mercado (Tenda e
MRV) superavam 60.000 unidades/ano, fazendo com que o TAO firmado
com a Apis e descumprido representasse menos do que 5% de uma
projeção tranquila para Tenda e MRV.
10
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
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146. Comprovou-se que houve, posteriormente, lançamentos
em números que superaram enormemente a quantidade de unidades do
TAO. Então, o volume que a Apis tinha para construir seria
tranquilamente absorvido pelo mercado que estava disponível na época
da assinatura do TAO.
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152. As duas afirmações (1 e 2) são falsas e são contrariadas pela
instrução do processo. Veja-se: a primeira afirmação cria uma espécie de
alijamento ‘culposo’, sem intenção, que teria o efeito de exonerar a
Tenda de sua obrigação de indenizar, o que absolutamente não resiste ao
fato de que o TAO e o descumprimento do mesmo pela Tenda
objetivamente resultaram no alijamento da Apisem relação a qualquer
outra contratação; a segunda afirmação está errada porque o ex-diretor
da MRV disse claramente que os contratos que a MRV fez no período e
as premissas usadas para a contratação de construtoras eram
exatamente as mesmas do TAO: mínimo de unidades no longo prazo,
com exclusividade.
153. O caminho adotado pela sentença foi o mais fácil e o mais
errado. Apoiar-se na ‘falta de certeza’ quando a certeza pode ser
tranquilamente extraída da leitura esforçada de todas as provas que
deram o exato contexto histórico da assinatura do contrato e de tudo o
que a Apis perdeu é adotar um caminho que joga diversas situações de
danos claros por infrações contratuais pesadas e deliberadas na vala
comum da ‘ausência de prova’ – sabedores que têm de ser, os
intérpretes, que reconstituir o passado não é fácil e provar o contrato que
não existiu pela chance perdida também não é.
154. Mas a Apis mostrou a comunicação concreta e real com a
MRV declinando de uma contratação. Ora, só poderia a Apis declinar do
que estava em curso – então se tem a primeira prova de que contratação
existiria.
155. Depois a Apis convocou para depor o ex-diretor da MRV
que afirmou perante o Juízo qual foi o padrão dos contratos feitos à
época (número mínimo de unidades, exclusividade e longo prazo). E
então veio a segunda prova de que contrato haveria com esta estrutura
– exatamente a que foi usada no TAO.
156. A Apis ainda provou que foram lançadas unidades em
número bem superior ao volume do TAO – seja pela Tenda e seja pela
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MRV. E então a terceira prova demonstrou que a contratação que a Apis
perdeu teria estrutura e proporções análogas ao TAO e que usar o TAO
como parâmetro econômico de uma indenização era absolutamente
razoável e rigorosamente dentro do conceito de certeza inserido na
realidade probatória de um processo, em que se recompõe um histórico
de tempos atrás que a parte viveu sem a preocupação de instruir um
litígio (porque o fez de boa-fé e acreditando no cumprimento da avença).
157. A sentença resolveu não fazer esta leitura do histórico e das
dimensões do TAO e das consequências de seu descumprimento para a
Apis. Poderia ter concluído com tranquilidade que o comportamento da
Tenda retirou da Apis a oportunidade de se tornar uma construtora de
14.884 unidades com o mercado que se abria na oportunidade da
celebração – colhendo então os frutos de sua competência e seu histórico
de boa construção.
158. Estariam então identificados os danos – ainda que pelo
conceito de interesse negativo pretendido pela sentença em teoria.
Faltaria quantifica-los e também para isso o Juízo de origem teria
elementos tranquilos para concluir que a oportunidade que a Apis teve
no momento em que firmou o TAO foi na mesma proporção e na mesma
medida econômica que o próprio TAO, porque ficou provado com toda
a qualificação e toda a clareza que a Apis era uma construtora
importante para as incorporadoras maiores da época – todas querendo
firmar um compromisso de longo prazo e alto comprometimento para
abrir seu capital e atingir seu planejamento de lançamento de unidades.
159. O processo oferece então elementos amplos para a
quantificação da perda da chance em valor convergente com o valor do
TAO, que foi perdido pela Apis e dela retirado pela conduta da Tenda.
160. Mas ainda que assim não fosse, teria o Juízo no seu
prudente arbítrio, elementos suficientes na instrução para quantificar de
forma diversa as perdas e danos decorrentes da perda da chance ou dos
lucros cessantes que a quebra do contrato representou para a Apis – e
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então poderia dar parcialmente o pedido – que foi quantificado segundo
o critério que era a pretensão da Apis, mas que não impede – por
elementar – seja dado parcialmente.
161. Poderia, o Juízo, por exemplo, fazer um julgamento de
probabilidade em relação à chance perdida pela Apis em função do
descumprimento contratual da Tenda e aplicar esta proporção sobre o
valor do TAO, dado que se demonstrou que a Apis teve frustrada a
oportunidade de um contrato equivalente.
162. Poderia o Juízo ter aproveitado os valores projetados na
perícia contábil, com três alternativas decorrentes do contraditório de
valores que a Apis deixou de lucrar. Deveria o Juízo eleger o
fundamento que entende cabível e, com base na instrução ampla do
processo, deferir o pedido no valor total ou parcial quantificado pela
Apis.
163. No entanto, a sentença afastou a perda da chance, fez um
raciocínio absurdo em relação ao pedido e negou abertamente aplicação
ao princípio iuranovitcuriaexigindo que, para ser apto, o pedido (o bem
que pretende a Apis = indenização) coincida com o fundamento que o
juiz entenda mais cabível para que seja deferido (perda da chance ou
interesse negativo ou o que for) - !?.
164. O resultado é que a sentença resolve o contrato, reconhece
a culpa da Tenda, mas nega vigência à lei que diz que a parte lesada
pelo inadimplemento da obrigação (neste caso deliberado e
oportunista) deve ser indenizada nas perdas e danos decorrentes.
165. Também por isso merece reforma a sentença e merece
pleno deferimento – ou, quando menos, parcial deferimento – o pedido
de indenização.
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QUANTIFICAÇÃO PELO QUE A APIS RAZOAVELMENTE
DEIXOU DE LUCRAR
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a regra de que indenização por interesses positivos é incompatível com a
resolução do contrato. Explica-se.
170. Em primeiro lugar não há na lei civil qualquer classificação
de interesses atrelada a restrições de indenização. Deve-se medir a
extensão dos danos e o art. 402 do Código Civil abre a possibilidade
legal de indenização do que se perdeu e do que razoavelmente se
deixou de lucrar11.
171. Pois a Apis provou que ela razoavelmente deixou de lucrar
o que lucraria com o contrato descumprido pela Tenda – ainda que se
olhe para o caso sob o ângulo do fundamento do interesse negativo –
vez que a Apis perdeu o contrato, que existiu concretamente, e perdeu
os outros contratos de mesma ou muito semelhante dimensão que
existiriam não houvesse a Tenda feito o que fez.
172. Combinado com este artigo da lei civil está outro artigo 475
também do Código Civil que dá à parte lesada a possibilidade de pedir
a resolução do contrato – que foi exatamente o que fez a Apis depois de
3 anos de tentativas de fazer valer o contratado – e diz, o mesmo artigo,
ao final que cabe, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
173. Combina-se a este artigo a disposição do art. 944 que exige
seja medida a real extensão dos danos. E o processo, toda a instrução,
foi exatamente a construção fidedigna e real, do caso concreto, da
dimensão dos danos pelo descumprimento do TAO pela Tenda que tem
como melhor critério (ou ao menos o critério defendido pela Apis) o de
valoração compatível com o valor do contrato e, por isso, que o pedido
11
O art. 402 deve ser combinado com o art. 475 já citado e com o art. 389, também
do Código Civil:
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e
atualização monetária segundo índices ofi ciais regularmente estabelecidos, e honorários
de advogado.
O conceito de indenização pelo que a parte lesada deixou de lucrar também consta
especifi camente para o contrato de empreitada no art. 623, do Código Civil:
Art. 623. Mesmo após iniciada a construção, pode o dono da obra suspendê-la, desde que
pague ao empreiteiro as despesas e lucros relativos aos serviços já feitos, mais indenização
razoável, calculada em função do que ele teria ganho, se concluída a obra.
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integral é no valor do TAO, calculado de acordo com os critérios
expostos na inicial.
174. O Juízo não se debruçou sobre estes critérios, não viu a
instrução com a dimensão do TAO e seu descumprimento, não analisou
as chances perdidas e reportadas no processo e comprovadas na
audiência e a compatibilidade de suas dimensões econômicas com o
TAO e, porque entende genericamente que indenização de interesses
positivos é incompatível com resolução de contrato e que o pedido da
Apis se reduz a este fundamento, nega indenização total ou parcial e
deixa sem indenização a resolução do contato pela Tenda.
175. Pior fica quando a sentença justifica que a Apis
enriqueceria sem causa (art. 884 do Código Civil) negando vigência a
todos os outros artigos que dizem que a Apis tem de ser indenizada pela
conduta ilegal da Tenda.
176. Mais ainda, com isso o Juízo legitima uma verdadeira
armadilha que a Tenda criou para a Apis: exige exclusividade, exclui a
Apis do mercado, promete um mínimo de unidades e descumpre e
impede a Apis de dar contraprestação porque esta contraprestação é
absolutamente dependente do seu cumprimento (!).
177. É na circunstância de descumprimento do contrato pela
Tenda provada neste processo que deixa então de incidir o conjunto de
regras de adimplemento das obrigações e passa a incidir no caso o
conjunto de regras de inadimplemento das obrigações – e neste
conjunto, mais ainda depois de exercida a faculdade da resolução – é
evidente que não faz qualquer sentido atrelar a indenização (= remédio
legal para reparar perdas e danos) à contraprestação (= exigência legal
para o cumprimento dos contratos quando as duas partes cumprem suas
obrigações e não quando se configura a resolução).
178. Como resultado do que faz a sentença, que afasta uma
abstração e não efetivamente a existência das perdas e danos
comprovados neste processo, a Tenda então teria criado a condição
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perfeita para fazer seu IPO e travar consigo uma construtora e então
descumprir o contrato sem que seu ilícito deixasse rastros de sua
responsabilidade ou, na visão do Juízo, sem que houvesse a
possibilidade legal de indenização.
179. Há tempo que a doutrina vem evoluindo na concepção da
indenização pelo interesse positivo para os casos de resolução de
contrato – com exemplos notáveis na Alemanha, França, Itália e mais
recentemente Portugal. Há diversas passagens elucidativas na doutrina
civilista moderna. Veja-se o que diz MENEZES CORDEIRO:
“A ideia de que, havendo resolução, não faria sentido optar
pelo interesse positivo ou do cumprimento ... por se ter
desistido do contrato é puramente formal e conceitual. Com
efeito, o incumprimento acarreta danos. Perante eles, há que
prever uma indemnização integral. A pessoa que resolva o
contrato apenas tenciona libertar-se da prestação principal que
lhe incumbia: não pretende, minimamente, desistir da
indemnização a que tenha direito. A regra é, pois, sempre a
mesma, simples e justa: o incumprimento, que se presume
culposo, obriga a indemnizar todos os danos causados. Ficarão
envolvidos danos negativos ou de confiança e danos positivos
ou do cumprimento, cabendo, caso a caso, verificar até onde
vão uns e outros.”
(Tratado de direito civil português, 2º vol. Direito das
obrigações, Tomo IV, Coimbra: Ed. Almedina, 2010, p. 163)
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181. Com referência ao direito alemão, PAULO MOTA PINTO:
“No direito alemão, cuja posição era frequentemente invocada
no sentido da impossibilidade de cumulação entre a resolução
e a indemnização (por não cumprimento), passou, portanto,
desde a reforma de 2001, a permitir-se esta cumulação, tendo a
modificação da relação contratual numa ‘relação de liquidação’
operada por resolução, deixando de extinguir o interesse no
cumprimento e os deveres secundários de indemnização
resultantes do não cumprimento.
(Interesse contratual negativo e interesse contratual positivo,
vol. 2, Coimbra: Ed. Coimbra, 2008, pp. 1627/2628)
12
SZTAJNBOK, Felipe. A indenização pelo interesse positivo como forma de tutela do
interesse do credor nas hipóteses de inadimplemento culposo da obrigação .
Civilistica.com. Rio de Janeiro, a. 3, n. 2, jul.-dez./2014. Disponível em:
<htt p://civilistica.com/a-indenizacao-pelo-interesse-positivo-como-forma-de-tutela-do-
interesse-do-credor-nas-hipoteses-de-inadimplemento-culposo-da-obrigacao/>. Acesso em
12/06/2018.
Página 59 de 82
184. A Apis fez o pedido no seu quesito n. 21 para que o perito
do Juízo quantificasse o parâmetro econômico da indenização – isto é: a
dimensão do contrato firmado entre Apis e Tenda.Assim foi redigido o
quesito:
21. Sr. Perito, por favor, queira quantificar o parâmetro
econômico para indenização a partir do número total de
unidades imobiliárias que deveriam ter sido oferecidas para a
Autora (considerando o limite de tolerância) e o valor do
ganho da APIS por unidade imobiliária, considerando os
orçamentos dos seguintes empreendimentos: Residencial Villa
Park, Residencial Capri e Vila da Tranquilidade (oferecer o
parâmetro para os três empreendimentos e, se houver, o
parâmetro médio das obras construídas pela APIS e
contratadas pela TENDA identificado nos quesitos anteriores).
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4) Considerando o custo médio apurado para cada unidade
construída no âmbito do TAO, bem assim as remunerações
previstas/contratadas e as margens de lucro líquido da Autora
obtido através dos de suas demonstrações financeiras (na
forma descrita nos quesitos anteriores), queira o Sr. Perito
calcular os supostos lucros cessantes, tomando por base os
seguintes parâmetros, a saber:
(grifou-se)
DESCRIÇÃO
Quantidades previstas no TAO 14.884
Percentual de Redução 10%
Redução 1.488
Limite Mínimo 13.396
Quantidades construídas pela 714
Requerente a partir de ago/07
Quantidades construídas por outras 0
Construtoras
Diferença 12.682
Remuneração média em INCC 19,14
Remuneração pleiteada pela 242.733
Requerente em INCC
Índice do INCC em fevereiro de 2017 696,314
Valor da Remuneração em fevereiro R$
de 2017 169.018.386,16
Margem Líquida 12,39%
Lucros Cessantes R$ 20.941.378,05
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Conceito defendido pela Apis: ganhos decorrentes do TAO correspondem ao
que a Apis deixou de lucrar.
Valor:R$ 169.018.386,16
X
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orçamento praticado pelas partes e, portanto, não sofria redução de
nenhuma despesa relativa à obra. A resposta foi bem clara:
15. Sr. Perito, pode-se afirmar que no valor orçado da obra (custo raso
da obra de acordo com o orçamento praticado pelas partes) já estão
compreendidos todos os custos e despesas do empreendimento,
inclusive os encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais, a
contratação de fornecedores e as despesas decorrentes da compra de
materiais, serviços e contratação de mão de obra? (queira o Sr. Perito
utilizar os contratos que estão nos autos do processo – em fls. – para
justificar a resposta)
RESPOSTA
(...)
Deste modo, ante o exposto, positiva é a resposta ao quanto
perquirido.
(grifou-se)
Página 63 de 82
base no seu lucro líquido apurado contabilmente projetado para o
período do TAO.
198. Daí porque a Apis sustentou como melhor parâmetro
econômico para a fixação da indenização o valor dos ganhos que teria
com o TAO, afirmando que tanto as despesas de obra (porque arcadas
pela Tenda) quanto as despesas de sua existência (porque já arcadas pela
própria Apis) estariam já contempladas no resultado final da
indenização.
199. Depois há ainda outra questão posta pela Apis
subsidiariamente que consiste em dois pontos que estão equivocados
objetivamente no raciocínio da Tenda para o cálculo dos lucros
cessantes. Está correto excluir as unidades entregues à Apis para a
construção (714) do cômputo para o parâmetro econômico do contrato,
mas duas exclusões são equivocadas: (i) exclusão das unidades que
foram oferecidas para a Apis em regime de preferência – o que não era o
conceito do TAO e não representava cumprimento da obrigação da
Tenda e (ii) utilização da margem de lucro líquido de 2006 e 2007 –
sendo que o dado mais acurado seria usar o percentual de 2007
projetado para a receita do contrato, caso a decisão seja de indenizar por
este critério.
Estes dois pontos são aqui colocados neste recurso, subsidiariamente, para o
caso de não prevalecer o critério da Apis e ser adotado o critério da Tenda
como quantificador da indenização, sendo que o cálculo com estas correções
poderia ser liquidado mediante simples operação aritmética após a decisão
final.
200. Como critério principal e defendido em primeiro plano
pela Apis, contudo, está o do valor total dos lucros advindos do
contrato, como comprovado. A prova foi pericial, é certo, mas além do
laudo com toda a clareza com que foi feita a apuração, há ainda
depoimentos das testemunhas que reforçaram que o percentual do
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contrato incidia sobre todos os custos e despesas que eram arcados pela
Tenda. Reproduz-se o que é relevante dos depoimentos:
E (3m em diante):
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- Sim, tinha.
Resposta da Testemunha:
Sim. Você tem um valor da obra, sei lá, 10. Seria como se fosse uma
administração. Ela ganharia 16% deste valor, livre, livre de impostos.
Fazia o cálculo de impostos sobre este valor.
(grifou-se)
Página 66 de 82
critérios legais e tinha à sua disposição os valores apurados na instrução
ou poderia ordenar outro critério com apuração em liquidação de
sentença.
202. O pedido é resolução e de indenização pelo
inadimplemento contratual da Tenda. Então tinha o Juízo sentenciante à
sua disposição:
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cálculo e ordenar a liquidação. A perícia também trazia (e o contrato
traz), o número de unidades por ano13:
13
Aqui sem a redução da tolerância (10%) e das unidades entregues (714).
14
APELAÇÃO CÍVEL N. 218.959-7
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INTERESSE NEGATIVO NÃO DEMONSTRATO.
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. RECURSOS NÃO PROVIDOS.
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50% dos valores que seriam percebidos pelos trabalhos
pendentes.
(Apelação n. 2017.00000778498 – 24ª Câmara de Direito
Privado)
(grifou-se)
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208. O pedido é de reconhecimento da resolução e de
indenização por perdas e danos. Assim é, de maneira direta e clara. A
sentença, no entanto, parte de uma classificação doutrinária dos critérios
que decorrem da lei para a indenização (interesse negativo e interesse
positivo) para com isso restringir o pedido a uma categoria só e negar a
indenização e dar o pedido subsidiário por incerto.
209. A sentença incorre em equívoco flagrante ao confundir
pedido com fundamento para julgar o pedido. Ora, o pedido é de
indenização. Se o Juízo de origem entende que o fundamento da
indenização não é o que a Apis defendeu como sendo o mais adequado,
mas sim outro que entenda cabível, deve então dar a indenização no
valor total ou em valor parcial, pelo fundamento que elegeu como
sendo aquele derivado da melhor interpretação da lei – e se deste
fundamento resulta valor menor do que o pedido, então a procedência
será parcial e não integral.
210. É dizer que o critério legal cabível para a fundamentação
ou quantificação dos danos não compõe o pedido. O pedido é de
indenização por descumprimento contratual – e os fatos do
descumprimento e das perdas e danos experimentados estão claramente
narrados na inicial. E não há dúvida, nem mesmo na sentença, de que
uma coisa (indenização = pretensão posta claramente no pedido) decorre
logicamente da outra (perdas e danos decorrentes do descumprimento
contratual e da resolução). Então não pode, o Juízo, dizer que defende
um critério ou fundamento para deferir indenização diferente do que é
defendido pela Apis e, por conta disso, negar a indenização à qual os
dois critérios levariam (em maior ou menor valor).
211. Veja-se ainda que a relação lógica entre pedido de
indenização e causa de pedir ampla em relação à descrição de perdas e
danos é tão clara que sequer os competentes patronos da Tenda
suscitaram a questão na contestação. Foi a sentença que leu o pedido de
maneira parcial e restrita e errada. E entendeu, o Juízo sentenciante, que
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se o pedido não abrange o fundamento jurídico por ele adotado então
não há pedido certo, ainda que os fundamentos levem todos ao mesmo
resultado total ou parcial da indenização.
212. O valor de indenização foi quantificado honestamente pela
Apis que deu ao pedido a valoração que ela entende que ele tem, porque
na inicial a Apis defende que o critério da indenização – seja pela perda
da chance, seja pelos lucros cessantes, seja por qualquer classificação de
interesse que se queira - tem que tomar por base econômica o contrato.
Este é o pedido principal e é o que se pede nesta apelação.
213. Mas isso não significa que um valor menor não possa ser
objeto da sentença a título de indenização e menos ainda significa que o
Juízo não possa adotar a categoria e o fundamento que entender mais
adequados para o deferimento. E a Apis ainda contemplou a hipótese,
quando fez o pedido, de o Juízo entender que a indenização mais correta
teria de ter sua quantificação ponderada pela sua prudência e arbítrio
com base nos elementos da instrução: e por isso fez um pedido, apenas
subsidiário, de indenização por outro valor.
214. Ora: poderia o Juízo dar pelo pedido principal, dar
parcialmente o pedido principal com indenização em valor menor ao
pretendido, ou dar pelo pedido subsidiário e adotar outro critério de sua
ponderação e razoabilidade para dar outro valor de indenização com
base no que foi apurado na instrução, podendo inclusive ordenar
liquidação em cumprimento de sentença – por qualquer fundamento
que entendesse cabível (incluindo o interesse negativo ou o interesse
positivo). Não há qualquer incerteza em relação a isso, salvo a
característica de toda e qualquer reparação que envolve a compreensão e
respectiva fundamentação do Juízo sobre a situação hipotética da perda
de chance ou da perda de lucro.
215. O pedido é claro neste sentido e o excesso absoluto de rigor
e a ausência de qualquer avaliação do conjunto da postulação ou da
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boa-fé15 em relação à fixação do critério de indenização para este caso
concreto só podem se explicados se entendida a abordagem do Juízo
para a questão da indenização: sem avaliação das provas produzidas,
dos danos sofridos, das circunstâncias do descumprimento contratual e
da justeza de adoção do contrato como parâmetro para indenização,
qualquer que seja o fundamento ou da necessidade de julgamento por
outro critério, que se entenda razoável – mas, e de qualquer modo, de
julgamento do pedido de indenização por perdas e danos que
compreende a categoria de dano que o Juízo entenda mais adequada
entre todas as verificadas na instrução processual.
216. Ao julgar a indenização, contudo, a sentença parte para o
abstrato e para as classificações doutrinárias e deixa a entender que
deferiria a indenização caso o pedido fosse feito com o fundamento do
interesse negativo. Isso quando diz: caberia à autora formular pedido de
indenização pelos lucros cessantes que poderia ter obtido caso não tivesse sido
celebrado o contrato com a autora, bem como danos emergentes (...). E ainda: a
autora efetuou um pedido subsidiário incerto porque sem nenhuma referência
aos prejuízos a serem liquidados.
217. Como pode a sentença dizer isso se a inicial e a instrução
do processo encerram um conjunto contundente e claro de prejuízos a
serem liquidados, muitos deles já inclusive com valor determinado por
perícia?
218. Para o pedido ser certo, aos olhos do Juízo sentenciante,
deveria a ora Apelante ter feito um pedido para cada fundamento
potencialmente existente. Assim teria de haver um pedido para a
indenização pelo interesse positivo, subsidiariamente um pedido pelo
interesse negativo, perda da chance, danos emergentes, lucros cessantes
e assim sucessivamente, sem com isso deixar de incorrer no risco de
15
Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência,
inclusive os honorários advocatícios.
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.
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deixar de fora algum fundamento disponível na doutrina, na lei e na
jurisprudência e de ter seu pedido taxado de inepto.
219. O que faltou para a interpretação do pedido foi o mesmo
que faltou para a interpretação da instrução. Este recurso tem por
objetivo principal recompor a história que está no processo e que foi
apresentada ao Juízo sentenciante como comprovada, mas que foi por
ele ignorada pela falta total de qualquer esforço de se debruçar sobre as
provas. Em relação ao pedido deu-se o mesmo: não houve por parte do
Juízo a determinação de julgar e indenizar os danos sofridos pela Apis,
todos eles tranquilamente enquadrados no pedido de indenização feito
com clareza e certeza na inicial.
220. Diga-se ainda que o pedido foi certo e determinado e sem
subterfúgios processuais de nenhuma espécie. Deu a Apis o valor à
causa no valor do critério máximo que entendia cabível de indenização.
Assumiu a possibilidade de o Juiz entender cabível outro valor – caso
em que estudaria apelar ou não, na medida da proporção em que fosse
vencida em caso de procedência parcial do pedido de indenização.
221. O que não podia esperar e nem fora cogitado por ninguém
antes em um processo com tanto contraditório e tantas alegações – é que
o Juízo daria o pedido subsidiário por incerto e depois afastaria todos os
fundamentos para indenização dando a entender pela inépcia do pedido
subsidiário no corpo da sentença e pela aptidão do pedido no
dispositivo (vez que julga a ação parcialmente procedente com mérito) e
afastando, sem maior explicação que possa fazer entender o que pensou,
qualquer possiblidade de procedência parcial do pedido.
222. Não vale dizer que ao analisar as provas em seu livre
convencimento afastou a indenização parcial porque, fosse assim, a
sentença teria de ter atendido ao princípio constitucional de
fundamentação das decisões e teria de ter feito menção à apuração dos
danos na perícia, aos critérios defendidos de parte a parte e teria de ter
afastado fundamentadamente os lucros cessantes que o perito nomeado
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pelo próprio Juízo apurou. Nada disso consta da sentença e é por isso
que o pedido de indenização não foi devidamente julgado, a sentença
merece reforma e a indenização deve ser deferida na integralidade do
valor pedido ou, quando menos, em valor parcial de acordo com as
provas que constam do processo e o melhor critério deste Egrégio
Tribunal.
223. Por isso também se pede a reforma da sentença com a
procedência do pedido de indenização.
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227. Além disso, o que se admite em caráter subsidiário, ainda
que se adote o critério proporcional à procedência dos diferentes
pedidos realizados, a sucumbência maior não é da requerida “somente
em pequena medida” como disse a sentença. Explica-se. O conjunto das
postulações(100%) envolvido no processo envolve o seguinte:
Pedido da Apis de resolução do contrato por culpa da Tenda:
procedente com sucumbência da Tenda (25%);
Pedido da Tenda de resolução do contrato por culpa da Apis:
improcedente com sucumbência da Tenda (25%);
Pedido de Indenização da Tenda contra a Apis (ação conexa):
improcedente com sucumbência da Tenda (25%);
Pedido de Indenização da Apis contra a Tenda: improcedente com
sucumbência da Apis (25%).
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230. Também, em causas de valor muito elevado como a
presente, a jurisprudência admite, mesmo no regime do Código de
Processo Civil vigente, a fixação da sucumbência em valor arbitrado por
equidade e compatível com o trabalho realizado pela parte vencedora,
equidade, evitando-se verba honorária exorbitante, conforme o §8º do
art. 65, do Código de Processo Civil17.
231. Pede-se assim, subsidiariamente, que, caso mantida a
sentença, seja a proporção da sucumbência modificada de acordo com os
critérios acima expostos e seja o seu valor fixado por apreciação
equitativa, dando-se aplicação à lei processual civil.
17
Código de Processo Civil.
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
(...)
§ 2oOs honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o
valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o
valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
(...)
§ 8oNas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o
valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa,
observando o disposto nos incisos do § 2o.
Observação:
A Apis é conhecedora da jurisprudência sobre a aplicação da lei processual no tempo e
do código vigente à matéria dos honorários de sucumbência, ainda que para processos
ajuizados antes da sua entrada em vigor. Deixa-se, contudo, questionada
expressamente a questão da aplicação do Código de Processo Civil de 1973
especificamente para esta matéria, vez que a ação fora ajuizada e a postulação feita na
lei anterior.
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232. Pede-se a este Tribunal sua manifestação expressa sobre os
dispositivos de lei aplicáveis ao caso, os citados neste recurso principalmente os
seguintes fatos e a aplicação ao caso dos dispositivos legais abaixo transcritos:
Código Civil
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos,
mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do
contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer
dos casos, indenização por perdas e danos.
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o
que razoavelmente deixou de lucrar.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
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Código Civil
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé.
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Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado
do vencedor.
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento
de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos
recursos interpostos, cumulativamente.
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte
por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico
ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos
honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do §
2o.
Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão
proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o
outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.
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XIII. CONCLUSÃO E PEDIDO DE REFORMA DA SENTENÇA
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Apis, revendo-se o valor da sucumbência por apreciação equitativa
evitando-se valor exacerbado.
241. Requer-se a manifestação expressa deste Egrégio Tribunal
sobre os dispositivos de lei federal e questões fáticas suscitados neste
recurso.
242. A Apelante Apis não requer a apreciação dos agravos
retidos feitos no processo, dado que as questões de instrução neles
suscitadas estão superadas sem prejuízo para o exercício da ampla
defesa no processo, mas reitera o pedido de deferimento da contradita
da testemunha indicada em preliminar deste recurso.
243. A Apis reitera que sustentará oralmente as razões de seu
recurso na sessão a ser designada para julgamento.
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