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Língua Portuguesa
3ª série do Ensino Médio
Questão 1
Todo ponto de vista é a vista de um ponto
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E
interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber
como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma
releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial
conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem
convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume
os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão
sempre uma interpretação.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999.
Descritor:
D6 – Identificar tema em um texto.
Questão 2
Importância da pesquisa
Sem pesquisa não há ciência, muito menos tecnologia. Todas as grandes empresas
do mundo de hoje possuem departamentos chamados “Pesquisa e Desenvolvimento”
(P&D). Os departamentos de P&D estão sempre tentando dar um passo à frente para
BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1998, pág. 19.
1
Matriz de Referência – 3ª série EM:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/prova_brasil_saeb/menu_do_professor/prova_
lingua_portuguesa/Matriz_LP_3o_anoEM_PROF.pdf> (acesso em 30/09/2015).
A aliança
Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer
jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise
brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande
aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas
aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu.
Fictício, claro. Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira,
todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já
sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos
dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou
furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-
fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que
o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro
tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências...
Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava
fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e
caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a
chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro.
Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou
as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar
no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às
perguntas da mulher antes de ela fazê-las.— Você não sabe o que me aconteceu! —
O quê?— Uma coisa incrível.
— O quê?— Contando ninguém acredita. — Conta!— Você não nota nada de diferente
em mim? Não está faltando nada?— Não. — Olhe. E ele mostraria o dedo da aliança,
VERÍSSIMO. Luis Fernando. Texto extraído do livro. As mentiras que os homens contam. Editora Objetiva -
Rio de Janeiro, 2000, pág. 37. (Revisão realizada pela Nova Ortografia)
Descritor:
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
Comentário
O objetivo da questão é verificar se o aluno localiza informações explícitas
em um texto. Para tanto, é necessário lançar mão de procedimentos básicos que já
fazem parte da rotina de trabalho em sala de aula, como a leitura de diferentes
gêneros textuais pelo aluno da 3ª série do Ensino Médio.
Em questões que avaliam se o aluno desenvolveu essa habilidade, a
informação solicitada pode estar expressa literalmente no texto ou por meio de
paráfrase. Na hora da leitura, é importante que os alunos sejam orientados a
retomá-la sempre que houver necessidade, seguindo as pistas que o enunciado ou
o texto base apresentam. Isso pode parecer muito simples para leitores experientes,
mas como envolve compreensão global do que foi lido e, dependendo da
complexidade do texto, alguns alunos podem ainda ter dificuldade.
Para assinalar a alternativa correta A, os alunos precisam completar o que é
pedido no enunciado, localizando em um trecho do texto a informação solicitada. É
uma atividade de busca e recuperação de informações no texto.
Sugerimos consultar a Situação de Aprendizagem 5, Volume 1 do Caderno
da 3ª série do Ensino Médio - São Paulo Faz Escola, a fim de aprofundar o trabalho
de localização de informações em textos narrativos.
Questão 4
Comentário
As informações podem estar enunciadas de forma clara e direta – são
informações explícitas – ou podem estar implícitas no texto e, para que o leitor as
perceba, é necessário que ele realize inferências de natureza diversa por meio de
pistas deixadas ao longo de sua escrita. É preciso, ainda, que leve em consideração
o texto como um todo, visto que muitas inferências podem ser percebidas pelo
contexto e não apenas por meio de alguns aspectos isolados.
A resposta da questão, alternativa B (“sabia que a mulher não acreditaria na
verdade”), como podemos verificar, está implícita em seu contexto: a história que o
narrador imaginou e a atitude que foi tomada por ele, ao chegar em sua casa por
saber, de antemão, qual seria a reação de sua esposa, diante do acontecido.
Para o trabalho em sala de aula, recomenda-se que o professor desenvolva
estratégias de leitura que solicitem ao aluno inferir informações pressupostas ou
subentendidas, com base em sua compreensão global. Assim, alguns
procedimentos são fundamentais, tais como: analisar os distratores que as
alternativas apresentam, compreender o enunciado, analisar e refletir sobre os
Descritor:
Questão 5
13 de Dezembro
Comentário
As narrativas geralmente apresentam uma organização estrutural em que
constam:
I) Introdução ou Apresentação – momento inicial da narrativa em que é
apresentada uma situação em estado de equilíbrio.
O texto lido parte de uma situação inicial, em que o narrador se depara com
uma comemoração religiosa, no dia 13 de dezembro, data que lhe causa
inquietação e que instaura um conflito por ele não conseguir se lembrar o motivo
desse desassossego. O equilíbrio é, dessa forma, interrompido. O clímax se dá no
momento em que o narrador se lembra do
que ocorrera, desvendando o mistério: nessa data ele fora preso pelos militares.
Dessas lembranças decorre uma conclusão de teor filosófico sobre o episódio.
O conflito pode se estabelecer entre duas personagens, assim como entre a
personagem e o ambiente. Também “[...] podemos encontrar nas narrativas,
conflitos morais, religiosos, econômicos e psicológicos; este último seria o conflito
interior de um personagem que vive uma crise emocional.” (GANCHO, 1993, p.11).
O conflito, portanto, possibilita ao leitor criar expectativas e hipóteses frente aos
fatos do enredo, como acontece no texto de Cony em que o narrador fica se
questionando sobre o porquê da importância daquela data para ele, o que
corresponde à alternativa correta, (B) não se lembrar de algo muito importante.
O aluno pode ser levado a perceber o fato que instaurou o conflito para,
depois, conhecer o clímax e tomar consciência de como se deu o desfecho da
narrativa, com a mediação do professor. A mesma estratégia pode ser realizada
também em narrativas mais longas.
Descritor:
Questão 6
A Formiga e a Cigarra
Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o
outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de
inverno. Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-
papo com os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu
nome era “trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos
bares da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono,
2
GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. 2. ed. São Paulo: Ática, 1993. (Série Princípios)
3
MESQUITA, Samira Nahid. O Enredo. 3. ed. São Paulo: Ática, 1994. p. 22-23. (Série Princípios)
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho
em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
4
ABAURRE, Maria Luiza M. Gramática: texto: análise e construção de sentido. São Paulo: Moderna, 2006.
5
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação Caderno do Professor: Língua Portuguesa e Literatura – 3ª série do
Ensino Médio – volume 2, Situação de Aprendizagem 2, p. 17 – 27
Questão 7
— E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente, na
porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
Questão 8
Regina Pakelmann Markus e Miguel Trefault Rodrigues. Revista Ciência &Cultura.julho/agosto/setembro 2003.
p.20.
Comentário
O objetivo da questão é levar o aluno a estabelecer relação entre a tese e os
argumentos oferecidos para sustentá-la. Tese e argumentos são características dos
artigos de opinião que circulam cotidianamente na esfera jornalística e estão sempre
presentes em nosso dia a dia. Na alternativa, a lógica existente entre os elementos
que constituem as sequências predominantemente argumentativas do texto deixa
transparecer a coerência entre as ideias expostas. Além da coerência, a forma
coesa, organizada como as ideias se desenvolvem, favorece a produção de sentido.
É importante levar para a rotina da sala de aula, textos argumentativos e
trabalhar a leitura compartilhada de maneira que o aluno compreenda o texto não
como um agrupamento de frases justapostas, mas como um conjunto, uma unidade
de sentido, em que todas as partes estão relacionadas. Além disso, o conhecimento
e o domínio dos recursos de argumentação são importantes para que o aluno
consiga expor suas ideias, defendendo-as com coesão e com coerência ao elaborar
um texto opinativo e/ou para que ele possa reconhecê-las na leitura de outros
autores.
Descritor:
Questão 9
O teatro da etiqueta
Comentário
Artigos de opinião circulam cotidianamente na esfera jornalística e estão
sempre presentes em nosso dia a dia, graças à influência dos formadores de
opinião. A partir da exposição de uma tese, o autor elabora argumentos para dar
sustentação a seu ponto de vista.
Descritor:
Questão 10
A sombra do meio-dia
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004. Ensaio p. 110.
Comentário
“A sombra do meio-dia” é o nome da resenha escrita por Roberto Pompeu de Toledo
ao livro que recebe o mesmo título. Essa resenha oferece material para a tarefa de
leitura que solicita a diferenciação das partes principais das secundárias de um
ABAURRE, Maria Luiza M. Gramática: texto: análise e construção de sentido. São Paulo:
Moderna, 2006.
GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. 2. ed. São Paulo: Ática,
1993. (Série Princípios)
MESQUITA, Samira Nahid. O Enredo. 3. ed. São Paulo: Ática, 1994. p. 22-23. (Série
Princípios)