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Moção:
Por um programa público de reabilitação urbana
Considerando que:
1. Segundo dados do pelouro da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa, anunciados
num órgão de comunicação social, em 24 de Novembro de 2010, há 54 934 edifícios
não municipais em Lisboa e 7757 destes estão em mau estado ou muito mau estado de
conservação e 972 apresentam grande risco de segurança.
2. Esses riscos têm-se tornado cada vez mais evidentes e há vidas humanas que estão em
risco, para além da degradação e abandono da cidade, com consequências sociais,
ambientais e económicas para a cidade.
3. O Plano Estratégico da habitação 2008 – 2013, elaborado pelo ISCTE conjuntamente
com o IHRU, analisou as dinâmicas e as políticas habitacionais das últimas duas
décadas e propõe o aproveitamento e reabilitação do território já existente em
detrimento de novas construções e uma maior oferta no mercado habitacional com
arrendamentos a custos acessíveis;
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4. A necessidade de promover mecanismos eficazes de atracção da população para a
cidade, invertendo a tendência verificada nos últimos anos de abandono desta;
5. A necessidade de que esse repovoamento se faça ocupando o edificado construído da
cidade, em vez da construção nova;
6. A importância de se promover um programa público de reabilitação urbana associado
ao mercado de arrendamento que seja um impulsionador forte e de referência que possa
de uma vez por todas instalar uma nova dinâmica, integrada, com capacidade real de
promover uma iniciativa que aborde a cidade de forma sistemática e com amplitude
suficiente para produzir os resultados necessários e que possa desta forma atrair
também os actores privados;
7. A importância do sector da construção/reabilitação para a nossa economia em termos de
capacidade rápida de produção de emprego e de dinamização de um tecido empresarial
relevante;
8. A necessidade de promover mecanismos diversificados de apoio a proprietários
descapitalizados e câmaras municipais para que procedam à reabilitação do seu
edificado;
9. Que este investimento público é investimento inteligente porque, além de promover a
dinamização da economia e a promoção de emprego, tem igualmente uma grande
capacidade de retorno, através de vários mecanismos, directos ou indirectos: a poupança
que o Estado faz no pagamento de subsídios de desemprego, a arrecadação de impostos
dos sectores económicos dinamizados, e a recuperação directa de uma parte muito
significativa do investimento através das receitas dos fogos recuperados colocados
numa bolsa pública de arrendamento durante 5 ou 10 anos.
10. Que depender apenas da iniciativa e do investimento privado leva a uma reabilitação em
função de interesses muito particulares, de incidência casuística na cidade com perda da
possibilidade de um trabalho integrado de reabilitação, com amplitude suficiente para
criar uma verdadeira dinâmica a par de uma política pública de acesso à habitação.
O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda propõe que a Assembleia Municipal de
Lisboa reunida no dia 07 de Dezembro de 2010, delibere:
Propor à Câmara Municipal de Lisboa que inicie com urgência conversações com o Governo no
sentido do desenvolvimento de um programa público de reabilitação urbana associado ao
desenvolvimento de uma bolsa pública de habitação para arrendamento e integrando os
programas locais de habitação existentes
Solicitar que deixe de encorajar através dos Planos de pormenor que elabora a destruição do
edificado antigo, orientando antes para reabilitação deste património de forma a proporcionar
alojamento preservando ao mesmo tempo a identidade da cidade.
Os Deputados Municipais