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Existe uma interação cada vez maior ao nível mundial, inclusive nos países
desenvolvidos já existem revistas científicas específicas para publicações que
envolvam psicologia e genética, como por exemplo a Behaviour Genetics, que
pode ser consultada no
site http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/pa?dd1=129&dd99=view&dd98=pb
(Links para um site externo.). Também existem sites internacionais dedicados a
este assunto e muitas associações internacionais.
Para uma maior compreensão da Genética, abaixo alguns conceitos básicos
fundamentais que você deverá ter em mente:
Genes
Segmentos do cromossomo responsáveis pela determinação de características
hereditárias.
Cada característica é determinada por, pelo menos, um par de genes.
Genes alelos
Par de genes situados em dois cromossomos homólogos, em um mesmo local,
ou lócus.
Cromossomo
Estrutura que carrega os genes, localizada no núcleo da célula. O ser humano
possui 46 cromossomos, sendo 23 de origem materna e 23 de origem paterna.
Cromossomos homólogos
Dois cromossomos correspondentes, um vindo da mãe e outro do pai.
- Heterozigoto ou híbrido
Quando o caráter considerado é determinado por dois alelos diferentes.
Exemplo: Vv.
Homozigoto ou Puro
Quando o caráter considerado é determinado por dois alelos iguais. Exemplo:
AA; aa.
DNA
Ácido desoxirribonucleico; molécula que, associada a proteínas, forma os
cromossomos. É responsável pelas características do ser vivo e pela
transmissão destas de geração para geração.
Genótipo
A constituição hereditária de um indivíduo forma o genótipo ou fórmula genética,
representada pelos símbolos dos genes que estão sendo considerados.
Exemplo: AA; Aa; aa.
Fenótipo
Caráter exibido pelo indivíduo, como resultado da integração do genótipo com o
meio ambiente; características observáveis de um ser vivo, sejam elas físicas,
bioquímicas ou comportamentais; expressão exterior do genótipo. Exemplo:
olhos castanhos; olhos azuis.
Quando se fala da cor dos olhos de uma pessoa, por exemplo, está se referindo
ao fenótipo. Por outro lado, quando se alude à constituição genética desse
indivíduo para ter olhos castanhos ou azuis, está se falando do genótipo. Desse
modo, pode-se fazer a seguinte relação:
Genótipo Fenótipo
AA; Aa Olhos castanhos
Aa Olhos azuis
Embora seu trabalho tivesse sido ignorado durante sua vida, Mendel,
trabalhando com simples pés de ervilha, conseguiu chegar à descoberta de leis
de hereditariedade que revolucionariam e traçariam o conhecimento em
Genética.
O método usado por Mendel foi o da hibridização de plantas, consistindo em
cruzar linhagens ou variedades diferentes de ervilhas e analisar os resultados
obtidos. Escolheu para o estudo a ervilha de jardim Pisum sativum, porque era
fácil de cultivar, tinha ciclo de vida curto, a polinização da planta podia ser
controlada e apresentava sete características bem definidas: cor da flor (violeta
ou branca), cor da semente (amarela ou verde), textura da semente (lisa ou
rugosa), cor da vagem (amarela ou verde), forma da vagem (inflada ou com
constrições), disposição das flores e vagens (axial ou terminal) e comprimento
do caule (padrão ou anão).
Por sete anos, de 1856 a 1863, Mendel cruzou e produziu híbridos de plantas
com características distintas – plantas altas com plantas anãs, ervilhas amarelas
com ervilhas verdes e assim por diante. Ele observou, com surpresa, que tais
características não diluídas nem resultam meio-termo, como se imaginava na
época, mas se mantêm distintas: os descendentes híbridos de uma planta alta e
de uma anã eram sempre alto, não de tamanho médio. Ervilhas amarelas
cruzadas com ervilhas verdes produzem ervilhas amarelas, em vez de ervilhas
verde-amareladas.
Mendel logo deduziu a lógica por trás desse fenômeno. As plantas, como os
mamíferos, têm dois “pais” e cada aparentemente contribui como características
(amarela ou verde, alta ou anã) para as gerações subsequentes. Portanto,
embora a característica de cor verde possa desaparecer na segunda geração,
ela vai reaparecer em alguns indivíduos da terceira; dessa maneira, a segunda
geração (híbridos de sementes amarelas) deve ainda conter “instruções” para
produzir sementes verdes. De fato, tais instruções devem vir em pares, um par
de cada pai, e um elemento do par é passado para cada descendente da terceira
geração.
Para explicar esses resultados Mendel propôs que cada caráter é determinado
por um par de fatores e que em cada variedade pura da geração parental esses
fatores são iguais.
Associando letras para representar os fatores, podemos utilizar as letras RR para
representar os fatores da variedade lisa e rr para a variedade rugosa. Na
formação dos gametas esses fatores se separam e vai para cada gameta apenas
um fator de cada par:
A união entre gametas dá origem à geração F1, que, portanto será híbrida
(híbrida = misturada por cruzamento), possuindo um fator R e outro r (Rr).
Apesar de os dois fatores estarem presentes na geração F1, só um deles se
manifesta e é o fator considerado dominante. Assim, na herança da textura da
semente o fator R é dominante em relação ao fator r. As plantas Rr produzem
dois tipos de gametas, já que no processo de formação destes os pares de
fatores se separam, indo um fator para cada gameta. Assim, formam-se gametas
R e gametas r em proporções iguais. Na autofecundação de F1 esses gametas
unem-se ao acaso, podendo formar quatro tipos de combinações, como
esquematizado abaixo:
Esquema de um dos experimentos de Mendel, com o quadro de Punnet para
representar a geração F2
Referências
BORGES-OSÓRIO, M. R.; ROBINSON, W. M. Genética humana. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1993.
LIMA, C.P. Genética humana. São Paulo: 3 ed, Harbra, 1996. LOPES, S. et al. Bio:
volume 2 – 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.