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De Jeffrey Crow
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O problema que revolvia sua mente à noite, no entanto, era encontrar uma
maneira de visitar a instalação e permanecer incógnito. Como parte do
serviço secreto, sabia como era difícil não deixar rastros mínimos. Temia
também pela distância e localização, se empreendesse sua busca, sabia que
não haveria um retorno possível se fosse sozinho. Ele e sua equipe estavam
fazendo uso das instalações do PC Bruno a 40 quilômetros de Paris e suas
buscas apontavam que a instalação era baseada na Polônia, o que lhe faria
atravessar a Alemanha inteira, instável ainda, visto que a guerra recém
acabara. Como o PC Bruno era uma estação de inteligência regulada por um
esforço Franco-Polonês, decidiu utilizar a mesma tática que, pretensamente
acreditava, os nazistas estariam utilizando para ocultar o Kräheschutz:
dissimular. Pediu que sua equipe fosse transferida para o Biuro Szyfrów na
Polônia, onde havia as instalações de criptoanálise responsáveis por
quebrar o Engima. Ali possuiria maior chance de realizar suas visitas
incógnito e, na eventual dificuldade de decifrar algum documento, teria
todo o equipamento necessário a sua disposição.
Kräheschutz
Danke, Zygalski
E≡E
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5, 4, 3, 2, 1
Linha 35421
A cidade agora estava pacata. Havia sido, anos atrás, um vilarejo campestre
e a modernização que atingia as grandes capitais não chegara ainda.
Prédios com mais de cinco andares eram inexistentes e as largas avenidas
que atendiam caminhões agrícolas na época de colheita abrigavam um
punhado de carros naquele início de manhã. Pontualmente os ônibus
amarelos saíam de suas garagens e cortavam a avenida principal. Grupos
de crianças, às vezes acompanhadas de seus pais esperavam regiamente
pelo transporte das 8 horas. E como era de costume, subiam a escada dos
ônibus amarelos em alvoroço. A linha 35421 atendia a um bairro calmo do
subúrbio, distante, e levava jovens estudantes que não tinham mais do que
12 anos para o principal colégio, Saint Éloi, localizada na região central da
cidade, chamada de Paraíso pelos fundadores.
“Desce”
Andreas Vogel
Meu nome é Andreas Vogel, tenho quarenta anos e fui professor de História
do Saint Éloi por dez. Me demitiram de lá, começaram a me achar
impróprio, mas minha descoberta era maior que isso. Desfigurei o rosto de
minha esposa e abandonei meus dois filhos. Ela escolheu se opor, a decisão
não foi minha. A beleza da Verdade não é para ser vista por qualquer olho.
E eu vi, eu decifrei a Chave, eu abri a Porta. Eu me submeti ao que ninguém
suporta – Vogel bate a cabeça na mesa e começa a chorar – E-eu, eu abri
mão de tanto... Mas eu vi, e Aquilo é meu! Cegos todos! Cegos! Vocês!
Ignorantes! E vocês A perderam... Quem levou?! Quem?!!! – O delegado
pergunta sobre o que ele está falando – A Folha! E o que mais poderia ser?!
O Código, a Verdade... Eu fui idiota e deixei em casa... Algum ignorante
entre vocês deve ter levado... – Ele volta a ficar ofegante – Eu fiz cópias mas
vocês as deixaram queimar no fogo... e Eles me abandonaram... Me
deixaram à mercê daqueles malditos olhos... malditos... malditos...olhos dos
meus filhos... Eu tinha que acabar com eles... Quem sabe Eles me
perdoariam – O delegado pergunta sobre quem ele estaria falando mas não
recebe resposta – Eu me livrei dos olhos malditos... todos os cinco e aquele
“mais um” – E o delegado pergunta se não haveriam sido 15 crianças
mortas – é... cinco e “mais um”... matei 15. Cada um sentado ao chão
abraçando os joelhos com suas mãos e pés atados sem poder ver a Verdade
espalhada no chão. Lhes encerrei a cabeça no saco preto. Mas ainda tinham
os olhos malditos. Usei esse martelo... usei... usei... Eu esperava Ver
novamente... Ver... mas nunca mais Vi... Vocês chegaram e agora... não...
Vejo... mais... nada. – A gravação é interrompida por um guincho agudo.
Andreas Vogel teve uma convulsão seguida de uma parada cardíaca e foi
levado às pressas para o hospital.