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Florianópolis
2010
BRUNO CRASNEK LUZ
Florianópolis
2010
TERMO DE APROVAÇÃO
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Àquela que é pai, amiga, artesã, mestre, psicóloga, confidente, médica, fã, ídolo. Acima de
tudo, é exemplo. Não se satisfaz em ser mãe.
Àquelas duas outras mães que adoçaram a infância, celebraram a adolescência e agora
aplaudem o adulto apaixonado pelo bem-servir à coletividade e intransigente defensor do que
é (de) direito que ajudaram a formar.
Ao Professor Doutor Airton Cerqueira Leite Seelander, cuja paciência de Jó foi por mim
posta à prova.
Aos amigos Ana Roberta, Juliana, Michele Vargas, Michele Xavier, Cícero, Felipe e
Guilherme, que preenchiam os dias no Tribunal de Justiça de Santa Catarina com profundas
lições, aguerridas discussões e longas risadas.
Ao Thiago André e à grande amizade que construímos num lugar onde não se fazem amigos.
Aos irmãos que, comigo, recomeçaram a festa, reacenderam a luz, reencontraram o povo e
reaqueceram a noite.
Ao Ágape. Como devo te cantar, tu que por tudo que és mereces o louvor?
“Ils ne savent pas que les maisons font la ville mais que les citoyens font la Cité.”
Jean-Jacques Rousseau
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
EC – Emenda à Constituição
LC – Lei Complementar
TJ – Tribunal de Justiça
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 9
CONCLUSÕES ................................................................................................................. 73
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 75
9
INTRODUÇÃO
identificam, tanto nas teorias democráticas quanto no texto constitucional, que o ambiente
preferencial para o exercício das liberdades democráticas é o município, passará a ser objeto
de análise a forma pela qual a esfera local de poder é organizada pela Constituição Federal,
com foco no reforço de sua autonomia e nas atribuições delegadas pelo constituinte ao ente
municipal.
O núcleo da organização social sai, portanto, do âmbito tribal para ser exercido em
um espaço coletivo, congregador de múltiplos núcleos familiares (fratria, curia). O
movimento é o resultado do abandono de práticas nômades com o desenvolvimento da
agricultura, possibilitando assim a sedentarização e a consequente fixação do homem à terra.
Eliminando a necessidade de periódicas migrações em busca de alimento, agora provido pela
terra e pela domesticação de animais, as instalações provisórias dão espaço à formação de
estruturas habitacionais permanentes e espaços de convivência das famílias expandidas. Esses
_______________
1
CREVELD, 2004, p. 31
13
núcleos unem-se por laços sanguíneos e religiosos2, indeléveis ainda da noção de propriedade:
"a família, que por dever e por religião fica sempre agrupada ao redor desse altar [dedicado
aos deuses familiares], fixa-se ao solo como o próprio altar"3.
_______________
9
Apud FIGUEIREDO, 2005, p. 33.
10
CREVELD, 2004, pp. 73-74.
15
Para que se possa dimensionar o efeito e a velocidade das mudanças sociais que a
industrialização impôs à sociedade que respirava os primeiros ares (sulfurosos) da Idade
Contemporânea, toma-se como exemplo a evolução populacional da cidade de Londres no
século XIX. Em 1801, contavam-se 1.096.784 habitantes. Decorridos cinquenta e nove anos, o
recenseamento de 1860 contou 3.188.485 moradores13. Antes do fim do século, a população
de Londres superava quatro milhões. O crescimento em menos de seis décadas alcançou
inéditos e astronômicos 190%, praticamente triplicando a população londrina, o que se deve
em grande parte à migração em massa do campo à capital.
_______________
11
SILVA, 2008, p. 21.
12
José Afonso da Silva invoca Mario Liverani e menciona a superação do modelo tradicional de cidade
industrual. A ela referindo-se como “cidade pós-industrial”, propõe uma simbiose entre os espaços urbano e
rural decorrente do fortalecimento do setor de prestação de serviços e do avanço da tecnologia (SILVA, 2008,
p. 21).
13
OLD BAYLEY PROCEEDINGS ONLINE. A population history of London. Disponível em:
http://www.oldbaileyonline.org/static/Population-history-of-london.jsp. Acesso em: 7 dez. 2009.
16
_______________
14
FERRARI, 1982, p. 230.
15
NOLASCO, 2008, pp. 44-45.
16
Ibid, p. 47.
17
Não se está a dizer, de pronto ressalvamos, que os núcleos urbanos antigos são
caracterizados pela desordem e falta de planejamento. A distinção entre as realidades
existentes antes e depois da Revolução Industrial é deveras marcante para o urbanismo, e a
escalada desenvolvimentista descortina uma realidade absolutamente inédita:
_______________
21
HAROUEL, 1990, p. 101-102.
22
BRAUNFELS, 1983, p. 11.
23
HAROUEL, 1985, p. 88.
19
_______________
24
ROLNIK, 1994, p. 33.
25
MEIRELLES , 2003, p. 490.
26
SILVA, 2008, p. 88.
27
HAROUEL, 1985, p. 125.
20
_______________
31
A sesmaria, segundo ROLNIK (1997), pode ser conceituada como “uma concessão de domínio condicionada
ao uso primitivo da terra”. Assim descreve sua estrutura: “A partir de 1530, a „carta para o capitão-mor dar
terras de sesmaria‟ passada por João III a Martim Afonso de Souza introduz o sistema sesmarial no Brasil,
com alguma especificidade em relação à Metrópole. A „carta de doação‟ permitia ao capitão-mor conceder
terras e criar vilas. Eram confirmadas e regulamentadas por forais. A concessão se fazia gratuitamente, sob a
exigência de ocupação com cultivo e desbravamento da terra e a obrigatoriedade do pagamento de apenas um
dízimo – décima parte da produção –, à ordem de Cristo” (pp. 20-21).
22
_______________
32
A vinda de imigrantes para o Brasil àquela época foi tão vultosa que Célson Ferrari anota: “Não fosse a
acentuada imigração da população branca provocada pela descoberta do ouro nas Minas Gerais,
principalmente, a população brasileira atual se assemelharia, etnicamente, à do Caribe, pelo predomínio da
raça negra” (FERRARI, 1982, p. 266).
23
As Ordenações Filipinas traziam, em seu Livro Primeiro, Tomo 68, normas gerais
limitadoras do direito de construir, que em suma se caracteriza por aspectos que acompanham,
até hoje, o sistema de ordenamento dos agrupamentos humanos. Atos editados pelo Rei,
dirigidas especificamente à Lisboa cuidavam de dirigir a intervenção no desenvolvimento
urbano. Nas demais localidades, inclusive no Brasil, a legislação cuidava de delegar às
autoridades locais, por meio de “regulamentos administrativos”, poder para também delimitar
e fixar limites para a exploração do solo, podendo-o fazer de forma específica considerando as
peculiaridades regionais33. Entretanto, Dalmo de Abreu Dallari já ressalva que nos “inúmeros
dispositivos tratando do problema das construções (...) a preocupação acentuada era pela
estética das cidades.”34
_______________
33
MUKAI, 1988, p. 14.
34
apud MUKAI, 1988, p. 13.
35
Desde 1807 o Reino Unido proibira o comércio de escravos em seu território, abolindo definitivamente a
escravatura em 1833. Doze anos mais tarde, o Parlamento aprovaria o Aberdeen Bill, em que proibia o tráfego
de navios negreiros entre a África e a América, podendo utilizar-se para tanto do poderio de sua Esquadra. A
pressão inglesa resulta na aprovação da Lei Euzebio de Queiroz em 1850. Antes disso, em 1831, o Governo
24
O agricultor liberto, imigrante, trouxe consigo mais que apenas sua força de
trabalho. Os que aqui aportaram não eram, em sua maioria, apaniguados. Porém, o simples
fato de não mais dependerem exclusivamente do beneplácito de seus senhores movimentava o
incipiente mercado interno. Como recebiam ordenado pela atividade realizada, estimulavam o
mercado de produtos e serviços que, evidentemente, precisou agir. Verificou-se ainda
crescente movimento de substituição de importações e fortalecimento do mercado industrial
interno, estimulado pela sobretaxa aos produtos estrangeiros implementada pela política
alfandegária conhecida por “Tarifa Alves Branco”. Os trabalhadores industriais, por evidente,
fixam-se justamente nas áreas urbanas.
Regencial editara um decreto declarando livres os negros desembarcados em portos brasileiros a contar
daquela data. A ineficácia do ato tornou-o conhecido como lei “para inglês ver”.
36
ROLNIK, 1997, p. 24.
25
_______________
37
SILVA, 2008, p. 55.
26
_______________
38
SILVA, 2008, p. 55-56.
39
SILVA, 2008, p. 22.
40
ROLNIK, 1997, p. 28.
27
_______________
41
Ibid, p. 34.
42
ROLNIK, 1997, p. 46.
28
(...)
_______________
43
Ibid, p. 183.
44
Na descrição de Ferrari, “com o cracking mundial de 1929 que aqui repercutiu intensamente abalando a
economia cafeeira, o tenentismo burguês de nossas forças armadas implanta a Revolução de 30, derrubando o
feudalismo agrário do poder e dando autenticidade à república brasileira. No Brasil, a burguesia só assume o
poder depois da revolução de 30” (FERRARI, 1982, p. 268),
29
Por um lado, a estrita observância dos direitos e garantias estabelecidos pela Carta
Constitucional garante a dignidade da pessoa humana, protegendo-a de manifestações políticas
estranhas aos objetivos nacionais ali entabulados. É garantia que constrange e submete o
Estado à estrita legalidade, impedindo o exercício absoluto e arbitrário do poder. No mesmo
sentido, como decorrência da proteção ao indivíduo conferida pela legalidade a que se curva o
poder, o Estado de Direito serve como freio às práticas opressoras postas em marcha pela
maioria da população, em detrimento de uma minoria que se vê ameaçada. Os direitos e as
garantias fundamentais, assim, exercem função também contramajoritária.
30
De outro lado, o poder concentrado no ente abstrato estatal será exercido por
delegação da comunidade. Seu fundamento, vale repetir, é a soberania popular. Em igualdade
de condições, a cada um dos membros do Estado é conferido o direito de ser chamado a
definir o destino da sociedade que integra; definições essas que, eventualmente, afetarão sua
esfera individual de direitos. Tal fenômeno ganha destaque em razão da constituição social do
Estado, que se coloca numa posição proativa como efetivador de uma sociedade livre, justa,
igualitária, desenvolvida, livre das mazelas da marginalização e da pobreza e promotora do
bem de todos.
_______________
45
SILVA, 2005, p. 141.
46
ROUSSEAU, 2003, p. 131.
31
um papel menor, como nas teorias de democracia atuais um dado predominante é a ênfase
colocada nos perigos inerentes à ampla participação popular em política”47. Preleciona
António Manuel Hespanha:
De facto, numa óptica utilitarista, quem mais tem, mais arrisca e, logo,
pondera melhor as suas decisões políticas. Para além de que, numa
perspectiva de pura justiça comutativa, quem produz mais riqueza (e
quem paga mais impostos, o “síndroma do contribuinte”) deve ter mais
direito de participação política. Estes pontos de vista – que foram
teorizados, de forma acabada embora não monotónica, por Sieyès,
Bentham e Constant, mas sobretudo por Kant – deram origem aos
sistemas constitucionais de democracia restrita.48
Além do aspecto político, até então destacado, merece ser revisitado ainda o viés
epistemológico da teoria clássica, com o rompimento da ciência política com a teoria
democrática clássica ou populista, assim denominada por Joseph Schumpeter. A “purificação”
das ciências sociais, fenômeno também registrado no Direito a partir do purismo kelseniano,
acaba por gestar sistemas teóricos assépticos e herméticos.
_______________
47
PATEMAN, 1992, p. 10.
48
HESPANHA, 2005, p. 363-364.
32
_______________
49
Ibid, p. 436.
50
Apud PATEMAN, 1992, p. 13.
51
PATEMAN, 1992, p. 26.
52
Ibid, p. 19.
33
O poder soberano é nada mais que a reunião dos particulares que o compõem,
sendo esta sua condição de criação e existência. O poder soberano traveste-se, portanto, em
uma “vontade geral”, constituinte do pacto social e de compulsória observância pelo
particular53. Nesse sentido, a obrigação de ser livre é decorrência de tal pressuposto, ao passo
que
Cole, por sua vez, obtempera que o mandato irrestrito, outorgado para a
representação em todos os assuntos, elimina a possibilidade de verificar a efetiva vontade dos
representados para questões pontuais. A decisão tomada por aquele a quem o exercício da
soberania foi legado nem sempre se coaduna com a vontade de seus mandantes. Por tal razão,
prefere trabalhar com a noção de representatividade vinculada à funções ou propósitos: a única
representação admissível é aquela em que a associação que “se coloca qualquer objetivo
superior à simplicidade mais rudimentar vê-se compelida a atribuir tarefas e deveres (e, com
estes, poderes e uma parcela de autoridade) a alguns de seus membros, de maneira que o
objetivo geral possa ser efetivamente perseguido”57.
_______________
55
Ibid, p. 41-42.
56
apud PATEMAN, 1992, p. 46.
57
apud PATEMAN, 1992, p. 54.
35
três décimos dos eleitores em cada uma delas, submeter ao Poder Legislativo projeto de lei,
seja ela ordinária ou complementar. Inexistem restrições quanto aos temas sobre os quais
poderão versar os projetos de iniciativa popular, desde que circunscritos a um só assunto, em
observância ao art. 13, § 2º, da referida Lei n. 9.709/98.
Todavia, não são apenas esses os instrumentos que permitem à cidadania influir,
de modo mais ou menos direto, na gestão do Estado. A própria Constituição Federal, como se
verá mais adiante, traz chamamentos à população para que intervenha na elaboração de
políticas públicas nas mais diversas áreas, sendo invocada para apresentar suas contribuições.
Por vezes chega a impor aos administradores o dever de ouvir a cidadania. A inobservância ao
comando acarreta nulidade dos atos porventura incorporados no ordenamento jurídico sem a
participação popular em sua concepção. Além disso, prevê-se a responsabilização do próprio
agente político omisso por ato de improbidade administrativa, como se verá adiante.
_______________
61
O fundamento da obrigação é constitucional e está insculpido no art. 49, XV, da CF: “É de competência
exclusiva do Congresso Nacional: (...) XV – autorizar referendo e convocar plebiscitos”.
62
SILVA, 2005, p. 142.
63
COMPARATO, 1996, p. 10. Grifos do original.
39
deve garantir o acesso a bens de natureza intangível, como assegurando, e.g., o direito à
informação.
ao patrimônio público e social é a Ação Popular, instrumento criado pela Lei n. 4.717, de 29
de junho de 1965. Busca-se tutelar com esse instrumento o patrimônio de órgãos da
Administração Pública direta ou indireta, considerado “patrimônio” não apenas os bens de
valor econômico, assim como aqueles de valor artístico, estético, histórico ou turístico. José
Afonso da Silva, em igual turno, vê na Ação Popular mecanismo de intervenção direta da
cidadania no poder político por dar “a oportunidade de o cidadão exercer diretamente a função
fiscalizadora, que, por regra, é feita por meio de seus representantes nas Casas Legislativas”64.
_______________
64
SILVA, 2005, p. 463.
65
PATEMAN, 1992, p. 30.
66
HOUAISS, Antônio (org). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
p. 943.
41
- a comunidade para participação no Sistema Único de Saúde (CF, art. 198, III);
_______________
67
PATEMAN, 1992, p. 61.
42
Hely Lopes Meirelles, por sua vez, compreendia que desde a Constituição Federal
de 1946 o município lograva competências suficientes para ser caracterizado como terceiro
ente da Federação. Por tal razão, comemorava a disposição constitucional que alavanca o
município à condição de Ente Federativo, registrando contudo que seu essencialismo na ordem
político-administrativa não é inédito. Lecionava o administrativista paulista:
_______________
70
José Afonso da Silva denomina desconcentração “o fenômeno da distribuição interna de plexos de
competências decisórias, agrupadas em unidades individualizadas”. Menciona, em tempo, que “a aludida
distribuição de competências não prejudica a unidade monolítica do Estado, pois todos os órgãos e agentes
permanecem ligados por um sólido vínculo denominado hierarquia”. (SILVA, 2005, p. 140) (grifos do
original suprimidos)
71
BOBBIO, 2005, p. 481.
72
BONAVIDES, 2006, p. 344.
44
Exsurge, pois, o destacado papel legado aos municípios pela ordem constitucional
brasileira: seriam eles entes federados, autônomos, que representam terceiro locus de poder a
que se submete o cidadão.
Indiferente a isto, nas feições dadas ao ente municipal pela CF, identificam-se com
clareza quatro dimensões de autonomia catalogadas por José Afonso da Silva, insuscetíveis
essas de limitação tanto por parte da União quanto dos Estados-membros. Verifica-se, pois,
que
O autogoverno, por sua vez, é característica que assegura o exercício das funções
governamentais legadas ao município – executiva e legislativa – por representantes eleitos
diretamente pelo povo, nos termos estatuídos no inciso I do art. 29 da CF. Garante a
participação popular na escolha dos representantes municipais que, levando-se em
consideração as dimensões geográficas e populacionais, são os mais próximos de seus
representados. Eleitos são tanto o titular do Poder Executivo, o Prefeito Municipal, quanto os
membros do Legislativo municipal, que exercem a vereança. As atribuições específicas de
cada um dos agentes políticos, exercidas sempre nos limites impostos pela Constituição
Federal, são estabelecidas pela lei orgânica do município.
46
_______________
76
Vide art. 156 da CF.
77
Em tempo, menciona-se que as funções de polícia judiciária são exercidas exclusivamente pela União e pelos
Estados-Membros. Aos municípios, nos termos do art. 144, § 8º, da CF, é facultada tão-somente a criação de
guardas específicas para defesa do patrimônio da municipalidade.
78
Vide art. 15, II, da Constituição de 1967, com as alterações promovidas pela Emenda Constitucional n. 1/69;
art. 28, II, da Constituição de 1946; art. 26 da Constituição de 1937; art. 13 da Constituição de 1934; e art. 68
da Constituição de 1891.
47
ordenamento jurídico, atenção à saúde, à assistência pública, aos documentos e obras de valor
histórico, artístico, cultural e natural, ao acesso a cultura, à erradicação da pobreza.
A ordenação das intervenções humanas, por sua vez, atua no campo das
intervenções específicas no direito de propriedade alheio, em três esferas principais: o
planejamento das modalidades do uso da terra e de fruição do jus dominii, a regulamentação
do direito de construir e a preservação do interesse coletivo em áreas de interesse especial,
com o fito de preservar o patrimônio natural, histórico, artístico, paisagístico. É aqui que o
urbanismo se ocupa de regular, efetivamente, o trinônio habitação – trabalho – recreação,
dirigindo o crescimento urbano de forma a integrar o organismo social e proporcionar
_______________
79
SILVA, 2008, p. 32.
48
Por derradeiro, a atividade urbanística exercida pelo Estado deve ser dotada de
meios para garantir a efetivação das políticas traçadas no interesse da coletividade em
detrimento dos particulares, possibilitando assim a efetiva implementação do planejamento
urbano. É o mecanismo através do qual o Poder Constituído intervém, diretamente, no direito
de propriedade de forma a garantir a ordenação do solo.
estéticos, mas antes propõe-se a promover intervenções com “objetivo social que implica
oferecer melhores condições de vida ao homem e à comunidade”80.
É digno de nota que o exercício das funções sociais da cidade não está inscrito no
texto constitucional como método senão como finalidade. Nesse sentido, é natural que a
Constituição brasileira, dita social de terceira geração81, busque replicar na legislação
infraconstitucional – e para tanto lança mão de norma programática de sentido estrito, diretiva
ao legislador – a garantia de observação das diretrizes democráticas e sociais que traz.
Interessante ressaltar, contudo, que o capítulo destinado à política urbana da Constituição
Federal82 não traz de forma explícita, em nenhum de seus dispositivos, referências diretas à
participação democrática na elaboração da política de desenvolvimento urbano.
_______________
86
“We, the Heads of State or Government and the official delegations of countries assembled at the United
Nations Conference on Human Settlements (Habitat II) in Istanbul, Turkey from 3 to 14 June 1996, take this
opportunity to endorse the universal goals of ensuring adequate shelter for all (…)”, e “We reaffirm our
commitment to the full and progressive realization of the right to adequate housing as provided for in
international instruments.” (ONU. Istanbul Declarations on Human Settlements. II Conferência das Nações
Unidas para os Assentamentos Urbanos. Disponível em: http://www.unchs.org/downloads/docs/2072_
61331_ist-dec.pdf. Acesso em: 27 nov. 2009)
87
FERNANDES, 2006, p. 34
52
educação, saúde, trabalho e lazer, assim como a garantia de segurança, incluem-se de forma
mediata no direito à moradia.
A resposta para as demais funções sociais que deverá a cidade exercer encontram-
se, em grande parte, no art. 6º da Constituição Federal. Atua o poder público como garante da
qualidade de vida dos cidadãos, garantindo-lhes a dignidade inerente à condição humana e que
fundamenta o Estado brasileiro.
53
_______________
88
SILVA, 2008, p. 69
89
CAMMAROSANO, Márcio in DALLARI; FERRAZ, 2002, p. 25.
90
Art. 21. Compete à União: (...) XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos.
54
Há de se fazer, inicialmente, uma ressalva. O estudo que aqui se alinhava não pode
dar as costas a fatores estruturantes que, alheios à ordem jurídica pura, permeiam o sistema
político. A pertinente lição de Raquel Rolnik, de pronto, nos desanuvia a visão quando
reconhece que
_______________
91
ROLNIK, 1997, p. 13.
92
In: DALLARI; FERRAZ, 2002, p. 74.
55
direitos de nossa Carta Política. O inciso XXII do citado dispositivo reafirma a “garantia” ao
direito de propriedade. O inciso seguinte, todavia, traz a ressalva: “a propriedade atenderá a
sua função social”.
Para o presente estudo, merecem maior destaque todavia as regras que instituem a
gestão democrática da cidade, mormente quanto à elaboração do plano diretor municipal.
_______________
95
Apud: SILVA, 2008, p. 78.
96
SILVA, 2008, p. 419.
97
CF, art. 225: Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
57
O Estatuto da Cidade prevê, em seu art. 40, § 4º, o procedimento básico para a
elaboração e fiscalização da implementação do plano diretor, de compulsória observância pelo
ente municipal. Seus incisos II e III reafirmam solenemente a necessidade de absoluta
_______________
98
MEIRELLES, 2003, p. 519.
58
transparência em todo o processo, garantida pela publicidade e amplo acesso aos atos
produzidos no decurso do processo de elaboração do projeto de lei.
O inciso I do verbete legal mencionado, por sua vez, comina aos Poderes
Legislativo e Executivo do município a “garantia” da “promoção de audiências públicas e
debates com a participação da população e de associações representativas dos vários
segmentos da comunidade”.
Em síntese, é por intermédio dessas duas normas, sob orientação dos comandos e
princípios constitucionais aplicados à espécie, que o Estado implementa sua política de
planificação urbana, visando ao desenvolvimento local e à consecução dos direitos
fundamentais sociais.
_______________
100
Ibid, p. 317-318.
61
- debates seccionados por segmentos sociais, por temas e por divisões territoriais,
garantida sua alternância;
_______________
101
SILVA, 2008, p. 146.
62
De outra mão, o art. 186 da CF, que delimita as diretrizes principais da função
social da propriedade rural, remete o estabelecimento de “critérios e graus de exigência” do
aproveitamento do solo à lei ordinária. Não há, em igual sentido, qualquer referência à
iniciativa privativa do Poder Executivo para propor tal projeto de lei.
Entende-se que até mesmo por meio de iniciativa popular pode-se deflagrar o
processo legislativo de aprovação do plano diretor, na existência de qualquer vedação e forte
no que dispõe o art. 29, XIII, que permite ao eleitorado local apresentar “projetos de lei de
interesse específico do Município” e da cidade.
_______________
102
Ibid., p. 146.
64
ampla e que não cessa com a aprovação da lei por parte da Câmara Municipal. Tanto é
verdade que o Poder Legislativo também é obrigado a garantir a participação popular na
elaboração e posterior implementação do diploma legal regulatório do plano urbanístico
municipal.
A manifestação de José Isaac Pilati, nesse particular, vai além. Em sua visão, a
Constituição Federal, dentre os modelos de democracia oferecidos e exigidos no processo de
elaboração legislativa, optou pela participação direta dos cidadãos, eliminando assim a
necessidade de intermediários ou representantes. De tal sorte, compreende que o Poder
Legislativo municipal tem como função única, nesse particular, chancelar o que se decidiu na
fase de construção coletiva do projeto de lei que institui o plano diretor:
_______________
103
PILATI, 2007, p. 113.
65
_______________
104
ROLNIK, 2005, p. 50.
105
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - LEI MUNICIPAL Nº 1.635/2001 DE GUAÍBA
QUE ALTERA O ART. 55 DA LEI MUNICIPAL Nº 1.102/92 (PLANO DIRETOR) - ORDENAMENTO
URBANO LOCAL - AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DAS ENTIDADES COMUNITÁRIAS
LEGALMENTE CONSTITUÍDAS NA DEFINIÇÃO DO PLANO DIRETOR E DAS DIRETRIZES
GERAIS DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO - FALTA DE AMPLA DIVULGAÇÃO E DA DEVIDA
PUBLICIDADE - RISCO DE PREJUÍZOS IRREPARÁVEIS AO MEIO AMBIENTE E À QUALIDADE
DE VIDA DA POPULAÇÃO PELA NÃO CONCRETIZAÇÃO DO PRÉVIO ESTUDO DE IMPACTO
AMBIENTAL PARA VIABILIZAR A ALTERAÇÃO PREVISTA NA LEI IMPUGNADA - AFRONTA
AOS ARTIGOS 1º, 8º, 19, 177, § 5º E 251 DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL E ARTIGOS 29, INCISO XII
E 37 „CAPUT‟ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Ação julgada procedente. (TJRS. Tribunal Pleno. Adin n.
70008224669, de Guaíba. Relator: Desembargador João Carlos Branco Cardoso. Julgado em: 18 out. 2004.)
106
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - LEI COMPLEMENTAR DISCIPLINANDO O USO
E OCUPAÇÃO DO SOLO - PROCESSO LEGISLATIVO SUBMETIDO A PARTICIPAÇÃO POPULAR -
VOTAÇÃO, CONTUDO, DE PROJETO SUBSTITUTIVO QUE, A DESPEITO DE ALTERAÇÕES
SIGNIFICATIVAS DO PROJETO INICIAL, NÃO FOI LEVADO AO CONHECIMENTO DOS
MUNÍCIPES - VÍCIO INSANÁVEL - INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. (TJSP. Órgão
Especial. Adin n. 994092247280, de São Paulo. Relator: Desembargador Corrêa Viana. Julgado em: 5 mai.
2010)
107
ADIN. PLANO DIRETOR. PARTICIPAÇÃO POPULAR. HARMONIA E INDEPENDÊNCIA ENTRE OS
PODERES. VÍCIO DE INICIATIVA. Se, de um lado, o inciso V do art. 170 da Carta Estadual prevê a
competência do Município para legislar sobre plano diretor, seu parágrafo único, determina a observância de
66
norma geral respectiva, no caso a lei nº 10.257/2001, que determina a participação de entidades comunitárias
no planejamento e controle da execução dos programas pertinentes á elaboração, implementação e alteração
do plano diretor do município, sendo caso de se acolher representação e declarar a inconstitucionalidade de
Lei Complementar Municipal que afronta aos artigos 6º, 66, III e suas alíneas, 170, V, parágrafo único, 172 e
173 caput e § 1º, todos da Carta Estadual, por parte da Lei Complementar nº 12/2005 eis que fere os
princípios da harmonia e separação dos poderes, além de afrontar ao pacto federativo, ao invadir a
competência privativa do Poder Executivo. Representação acolhida. (TJMG. Órgão Especial. Adin n.
1.0000.06.434602-6/000, de São Sebastião do Paraíso. Relator: Desembargador Cláudio Costa. Julgado em:
31 out. 2007)
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AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MEDIDA LIMINAR. SUSPENSÃO DE QUALQUER ATO DE TRAMITAÇÃO
DE PROJETO-DE-LEI VOLTADO À APROVAÇÃO DO NOVO PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE
PORTO BELO. POSSIBILIDADE. INOBSERVÂNCIA, NA FASE, PRÉ-LEGISLATIVA DOS PRAZOS
PARA GARANTIR A PARTICIPAÇÃO POPULAR ASSEGURADA NO ART. 141, INC. III, DA
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL E NO ART. 40, § 4º, DA LEI N. 10.257/01 (ESTATUTO DA CIDADE).
FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA EVIDENCIADOS. FLEXIBILIZAÇÃO DA DECISÃO
RECORRIDA PARA PERMITIR QUE O EXECUTIVO OU O LEGISLATIVO OU AMBOS REABRAM O
CICLO DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS PARA O DEBATE DA PROPOSIÇÃO JÁ ENVIADA À CÂMARA
MUNICIPAL. (TJSC. Segunda Câmara de Direito Público. Agravo de Instrumento n. 2009.071138-2, de
Porto Belo. Relator: Desembargador Newton Janke. Julgado em: 25 mai. 2010)
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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – MUNICÍPIO – LEI N. 794, DE 19 DE NOVEMBRO
DE 1999 – PRELIMINAR DE AUSÊNCIA DE ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO PROMOTOR
DE JUSTIÇA AFASTADA DIANTE DE RATIFICAÇÃO OCORRIDA (FL. 247) – AUTORIZAÇÃO DE
CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES COMERCIAIS E RESIDENCIAIS COLETIVAS COM ALTURA
MÁXIMA DE 8 (OITO) METROS – INEXISTÊNCIA DE SANEAMENTO BÁSICO –
COMPROMETIMENTO DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL – PLEITO VESTIBULAR
ACOLHIDO.
Abalroando a Lei n. 794, de 19 de novembro de 1999, os arts. 140, 141, inciso III, e 181 da Constituição do
Estado de Santa Catarina, irrecusável é a incompatibilidade material, porque não pode ser desconsiderada a
política municipal de desenvolvimento urbano, a participação de entidades comunitárias na implementação de
planos, programas e projetos destinados ao estabelecimento de normas e diretrizes ao ambiente
ecologicamente equilibrado. (TJSC. Tribunal Pleno. Adin n. 2000.001644-6, de Tubarão. Relator:
Desembargador Francisco José de Oliveira Filho. Julgado em: 17 out. 2001)
67
_______________
110
CASTRO, 2006, p. 386.
68
Como visto, identifica-se vício formal na lei que ignora o comando constitucional
de manifestação das associações representativas na elaboração das diretrizes de planejamento
urbano. Verificou-se também o caráter cogente da norma contida no Estatuto da Cidade que
garante a participação popular na elaboração e implementação do plano diretor. Passa-se
portanto, na última etapa deste trabalho, a verificar os mecanismos pelos quais poderão os
interessados invalidar, judicialmente, atos que atentem contra o comando da soberania popular
que permeia a ordem urbanística e os comandos por ela estatuídos.
O art. 24, I, da Constituição Federal reza que “compete à União, aos Estados e ao
Distrito Federal legislar concorrentemente sobre (...) direito tributário, financeiro,
penitenciário, econômico e urbanístico” (grifei). A competência estadual, todavia, de caráter
suplementar e notadamente residual, espreme-se entre as atribuições da União Federal e aquilo
que Carl Schmitt denomina de “garantia institucional do „mínimo intangível‟ na autonomia do
Município”111.
_______________
111
Apud: BONAVIDES, 2006, p. 354.
69
Assim, por meio do ataque ao ato normativo pela via da Ação Direta de
Inconstitucionalidade – instrumento de controle formal, de caráter abstrato, da coadunância do
ato normativo com a Carta Política estadual – há a invalidação da lei impugnada. A
irregularidade é reconhecida pelo órgão do Poder Judiciário local responsável pelo controle de
constitucionalidade.
_______________
112
SILVA, 2008, p. 126.
113
CF, art. 24, § 3º: “Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.”
114
Art. 177, § 5º: “Os Municípios assegurarão a participação das entidades comunitárias legalmente constituídas
na definição do plano diretor e das diretrizes gerais de ocupação do território, bem como na elaboração e
implementação dos planos, programas e projetos que lhe sejam concernentes.”
115
Art. 180, II: “No estabelecimento de diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento urbano, o Estado e os
Municipios assegurarão: (...) II – a participação das respectivas entidades comunitárias no estudo,
encaminhamento e solução dos problemas, planos, programas e projetos que lhe sejam concernentes;”.
116
Art. 245, § 1º, VI: “Na liberação de recursos do erário estadual e na concessão de outros benefícios em favor
de objetivos de desenvolvimento urbano e social, o Estado atenderá, prioritariamente, ao Município já dotado
de plano diretor, incluídas, dentre suas diretrizes, as de: (...) VI – participação das entidades comunitárias no
planejamento e controle da execução dos programas a elas pertinentes;”.
117
Art. 64: “Será garantida a participação da comunidade, através de suas associações representativas, no
planejamento municipal e na iniciativa de projetos de lei de interesse específico do Município, nos termos da
Constituição Federal, desta Constituição e da Lei Orgânica municipal.”
118
Art;. 141, III: “No estabelecimentoede normas e diretrizes relativas ao desenvolvimento urbano, o Estado e o
Município assegurarão: (...) III – participação de entidades comunitárias na elaboração e implementação de
planos, programas e rojetos e no encaminhamento de soluções para os problemas urbanos;”.
70
A legitimidade para a propositura da ação civil pública é, porém, ampla. Além dos
órgãos da Administração Pública direta e indireta e os órgãos indispensáveis à jurisdição que
representam interesses individuais e coletivos da população, também as associações, desde
que constituídas há mais de um ano e destinadas à proteção da ordem urbanística segundo suas
finalidades institucionais, podem demandar em juízo.
Temos que sim, concordando com a manifestação de Carlos Ari Sunfeld ao definir
ordem urbanística:
Daqui, extrai-se que a ordem urbanística a que se refere o inciso III (e VI) da Lei
da Ação Civil Pública contempla, simultaneamente, as “normas de ordem pública e interesse
social que regulam o uso da propriedade urbana” e o direito público subjetivo à
sustentabilidade da urbe. Se tomamos como referencial inicial a ideia de que a participação
popular permeia e orienta todo o processo de disciplina do ordenamento urbano, pode-se
concluir que a ordem urbanística, sob a ótica político-constitucional aqui desfraldada, tem a
manifestação soberana da população por seu pressuposto. Portanto, a inobservância da
intervenção cidadã na elaboração das diretrizes de desenvolvimento urbano enseja a ação civil
pública.
Sem prejuízo dos instrumentos jurídicos aqui estudados, há ainda um elemento que
constrange, pessoalmente, os administradores a observar a abertura das discussões acerca da
planificação urbanística local aos munícipes. O art. 52, VI, do Estatuto da Cidade imputa ato
_______________
119
In: DALLARI; FERRAZ, 2002, p. 55.
120
BANDEIRA DE MELLO, 2004, p 839.
72
_______________
121
In: DALLARI; FERRAZ, 2002, p. 376.
122
As penas cominadas pelo art. 12, III, da Lei n. 8.429/92 são, in verbis, “ressarcimento integral do dano, se
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa
civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.”
73
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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atual. São Paulo: Malheiros, 2009.
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Federal 10.257/2001. São Paulo: Malheiros, 2002.
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