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Navegador
Contábil
Número 38
Imposto de renda diferido: conceitos básicos na divulgação da
12 de agosto de 2011 reconciliação de alíquota
Introdução
Conceitos básicos
O IR/CS diferido é mensurado e contabilizado com uma perspectiva de balanço sobre as diferenças no valor de
cada ativo/passivo nas demonstrações financeiras e o valor desse ativo/passivo para fins fiscais. Apesar do imposto
diferido ser mensurado com uma perspectiva de balanço e com base nas diferenças no balanço, uma das divulgações
mais importantes é sobre o impacto que o IR/CS diferido no resultado da empresa. As diferenças temporárias podem
gerar um imposto de renda diferido ativo ou passivo.
No caso do Brasil, a despesa corrente de IR/CS, ou seja, o valor do imposto a pagar, no caso das empresas que pagam
estes tributos com base no lucro real, é apurada usando a chamada “parte A” do LALUR. As principais seções da Parte
A do LALUR são “Adições” e “Exclusões”. Dentro das adições e exclusões, temos aquelas que são temporárias e outras
que são não-temporárias (ou “permanentes”). Vamos analisar do ponto de vista contábil, ou seja, vamos eliminar
qualquer discussão teórica fiscal e focar no objetivo deste Navegador Contábil. A tabela abaixo dá alguns exemplos
mais comuns destes tipos de diferenças:
Adições Exclusões
Temporárias Temporárias
• provisão para contingências • depreciação acelerada incentivada
• despesas pré-operacionais • ganhos cambiais (tributados em regime de caixa)
• perdas cambiais (tributadas em regime de caixa)
Não-temporárias Não-temporárias
• multas • receita de incentivos fiscais
• resultado negativo de equivalência patrimonial • resultado positivo de equivalência
• depreciação da mais valia (“custo atribuído”)
Ao elaborar uma nota de reconciliação entre as despesas (corrente e diferido) de IR/CS para fins contábeis e aquelas
para fins fiscais, uma maneira fácil de fazê-lo é entender que as diferenças temporárias não são itens de reconciliação,
no pressuposto de que sempre se constitui IR/CS diferido sobre elas. Pensando assim, somente as diferenças não-
temporárias poderiam ser itens de reconciliação entre as duas despesas.
Exemplo
Vamos imaginar que em 31 de dezembro, uma entidade tenha preenchido a Parte A do LALUR da seguinte forma
(resumidamente):
R$
Lucro antes do IR/CS 10.000
Adições
Provisão para contingências(a) 2.500
Multas (não dedutíveis) (b)
400
Exclusões
Depreciação acelerada (a) (1.200)
Receita de incentivos fiscais (b)
(600)
Lucro Real 11.100
Alíquota combinada de IR/CS 34%
Despesa fiscal de IR/CS 3.774
(a) Diferenças temporárias
(b) Diferenças não-temporárias
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Embora para fins do pagamento do IR/CS o valor apurado tenha sido de R$ 3.774, ainda do ponto vista fiscal a
empresa lançou na “Parte B” do LALUR as diferenças temporárias para uso nos próximos exercícios. Ou seja, embora
do ponto de vista contábil e fiscal as despesas/receitas possam ocorrer em tempos diferentes (e por isso são chamadas
diferenças temporárias), ao longo do tempo elas irão, em algum momento, se equalizar. Assim, no caso acima, as
seguintes diferenças temporárias estão identificadas:
R$
Provisão para contingências – Diferença temporária dedutível 2.500
Depreciação acelerada – Diferença temporária tributável (1.200)
Diferenças temporárias, líquidas 1.300
Alíquota combinada de IR/CS 34%
Benefício fiscal (i.e. credor) de IR/CS diferido 442
Somando os dois valores, a despesa de IR/CS apurada e a receita de IR/CS diferida temos um total de R$ 3.332
(R$ 3.774 – R$ 442).
Com essas informações, a nota de reconciliação da despesa contábil de IR/CS com a despesa teórica, considerando a
alíquota fiscal, pode ser assim demonstrada:
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