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Delegação de Tete;

Faculdade de Ciências Sociais


Departamento de Geografia
Curso de GADEC
Introdução ao Turismo, III Ano

Lazer

Origem do Lazer

O Turismo e o Lazer sãã o cãmpos de conhecimento e estudo recentes e permeãá veis, com
delimitãçoã es pouco definidãs, o que se reflete tãnto nã teoriã quãnto nã prãá ticã. Devido ã
isto, ãs fronteirãs e limites desses importãntes fenoô menos sociãis serãã o os objetos de
ãnãá lise e estruturãçãã o dã discussãã o propostã, com vistãs ã suscitãr semelhãnçãs e
diferençãs ã pãrtir dã literãturã existente.

Acreditã-se que estã discussãã o contribuirãá pãrã ã construçãã o dã epistemologiã do Turismo


e ã teorizãçãã o do Lãzer, umã vez que se, constãtã que, no cãmpo teoá rico-conceituãl dãquele,
por exemplo, ãs conexoã es e discussoã es ã respeito deste, emborã pontuãis, focãm-no como
um segmento turíástico, o que vem levãndo ãlguns estudiosos ã tentãr ãmpliãr essã visãã o. Jãá
sobre o Lãzer, observã-se umã discussãã o mãis ãprofundãdã e consistente, nã perspectivã de
um entendimento sobre essãs duãs ãá reãs de estudo.

A questãã o dã ocorreô nciã histoá ricã do lãzer eá ãlgo bãstãnte poleô mico. Alguns ãutores
considerãm que, se os homens sempre trãbãlhãrãm, tãmbeá m pãrãrãm de trãbãlhãr,
consolidãndo ãssim um tempo de nãã o trãbãlho. Esse tempo seriã ocupãdo por viveô nciãs de
lãzer, mesmo nãs sociedãdes chãmãdãs “trãdicionãis”. Pãrã outros ãutores, o lãzer eá fruto dã
sociedãde modernã-urbãnã-industriãl (MARCELLINO, 1996).

As duãs correntes nãã o sãã o ãntãgoô nicãs, o que difere eá o enfoque dãdo por cãdã umã delãs: ã
primeirã ãbordã ã “necessidãde de lãzer”, sempre presente, e ã segundã se deteá m nãs
cãrãcteríásticãs que essã necessidãde ãssume nã sociedãde modernã. No cãso dã sociedãde
brãsileirã, eá ã pãrtir dã trãnsiçãã o do estãá gio trãdicionãl pãrã o moderno, que se verificã umã
rupturã entre ã vidã como um todo e o lãzer, fãzendo com que este ãdquirã significãçãã o
proá priã.

Temos, ãssim, dois estãá gios – considerãdos sepãrãdãmente pãrã fins de ãnãá lise, mãs que se
ãpresentãm num continuum, ou sãã o contemporãô neos dentro dã mesmã sociedãde,
representãtivos de estilos de vidã diferentes:

Elaborado por: Luis Domingos Arouca Pãge 1


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1. Nã sociedãde trãdicionãl, mãrcãdãmente rurãl, e mesmo nos setores preá -industriãis,


nãã o hãviã umã sepãrãçãã o ríágidã entre ãs vãá riãs esferãs dã vidã do homem. Os locãis de
trãbãlho ficãvãm proá ximos, quãndo nãã o se confundiãm com ã proá priã morãdiã, e ã
produçãã o erã ligãdã bãsicãmente ão nuá cleo fãmiliãr obedecendo ão ciclo nãturãl do
tempo. O trãbãlho frequentemente interrompido pãrã conversãs, ãcompãnhãvã o ritmo do
homem e nãã o rãro erã executãdo ão som de cãntos. O mutirãã o constitui o exemplo mãis
mãrcãnte dã relãçãã o produçãã o/festã nãs sociedãdes trãdicionãis. O “binoô mio”
trãbãlho/lãzer nãã o erã cãrãcterizãdo e ãs ãçoã es se desenrolãvãm como nã representãçãã o
de umã peçã teãtrãl, com os “ãtores” ãtuãndo de formã integrãdã e lineãr, dominãndo todã
ã histoá riã de seus personãgens.
2. Nã sociedãde modernã, mãrcãdãmente urbãnã, ã industriãlizãçãã o ãcentuou ã divisãã o
do trãbãlho, que se tornã cãdã vez mãis especiãlizãdo e frãgmentãdo, obedecendo ão
ritmo dã mãá quinã e ã um tempo mecãô nico, ãfãstãndo os indivíáduos dã conviveô nciã nos
grupos primãá rios e despersonãlizãndo ãs relãçoã es. As pessoãs pãssãm ã fãzer pãrte de
grupos vãriãdos, sem ligãçoã es uns com os outros. Cãrãcterizã-se o “binoô mio” trãbãlho/
lãzer, e ãs ãçoã es se desenvolvem como nã grãvãçãã o de um filme, onde os “ãtores”
pãrticipãm de cenãs estãnques, sem conhecer ã histoá riã de seus personãgens, cenãs essãs
frequentemente interrompidãs pãrã serem retomãdãs em sequenciãs totãlmente
diferenciãdãs.

O Lazer, tãl como eá conhecido no presente seá culo, surgiu com ã Revoluçãã o Industriãl,
quãndo ãs migrãçoã es do cãmpo pãrã ã cidãde se intensificãrãm e outros ritmos forãm
impostos pelã Sociedãde que se impunhã. Nesse novo modelo de produçãã o – mãrcãdo pelã
comprã e vendã de mãã o-de-obrã – duãs clãsses se destãcãm: ã Burguesiã e o Proletãriãdo.

Pãrã os proletãá rios, o lãbor erã ãlgo cãnsãtivo e rotineiro, mãrcãdo por longãs jornãdãs de
trãbãlho que lhes erãm impostãs e que inibiãm suãs prãá ticãs de lãzer – este, bãstãnte
ãlmejãdo, pãrã compensãr ã exãustãã o ãdquiridã. Diãnte de tãl reãlidãde, os trãbãlhãdores
começãrãm ã reivindicãr ã reduçãã o dã cãrgã horãá riã, emborã os movimentos sindicãis dãíá
decorrentes viessem ã ser intensãmente reprimidos pelo Estãdo (WERNECK, 2000).

Com o pãssãr dos ãnos, certãs reivindicãçoã es e direitos forãm conquistãdos, como, por
exemplo, um mãior tempo livre dãs ãtividãdes lãborãis - tempo livre este que soá pãssou ã se

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diferenciãr do tempo lãborãl com o trãbãlho ãssãlãriãdo, criãndo, ãssim, o oá cio e o lãzer. Tãl
estãdo

Dumãzedier (1979) ãindã ãpresentã um grupo de cãrãcteríásticãs que sãã o fundãmentãis


pãrã cãrãcterizãçãã o do lãzer: 1) Cãrãá ter libertãá rio – o lãzer eá compreendido como ã
liberãçãã o dãs obrigãçoã es profissionãis, fãmiliãres, socioespirituãis e sociopolíáticãs,
resultãndo de umã livre escolhã do sujeito; 2) Cãrãá ter desinteressãdo – o lãzer nãã o precisã
estãr vinculãdo ã ãlgum fim especifico, sejã de ordem profissionãl, utilitãá rio, lucrãtivo,
mãteriãl, sociãl, políático; 3) Cãrãá ter hedoníástico – ã viveô nciã do lãzer eá mãrcãdã pelã buscã
do prãzer e por isso o hedonismo representã o seu motivo principãl; 4) Cãrãá ter pessoãl – ãs
funçoã es de descãnso, divertimento e desenvolvimento pessoãl e sociãl do lãzer respondem
ãà s necessidãdes do indivíáduo perãnte ã gãmã de ríágidãs obrigãçoã es impostãs pelã
sociedãde.

Aindã entre os ãutores pioneiros nã produçãã o teoá ricã do lãzer, podemos citãr Ethel Bãuzer
Medeiros e Renãto Requixã. Medeiros (1980, p. 3) define o lãzer como “espãço de tempo
nãã o comprometido, do quãl podemos dispor livremente, porque jãá cumprimos nossãs
obrigãçoã es de trãbãlho e de vidã”. Jãá Requixã (1980, p.35) define o lãzer como “Ocupãçãã o
nãã o obrigãtoá riã, de livre escolhã do indivíáduo que ã vive, e cujos vãlores propiciãm
condiçoã es de recuperãçãã o psicossomãá ticã e de desenvolvimento pessoãl e sociãl”.

Essã definiçãã o concebe o lãzer como tempo liberãdo dãs obrigãçoã es, constituindo-se no
tempo residuãl de nossãs vidãs. Assim, podíáãmos chãmãá -lo de “tempo livre”.

Mãrcellino (1987, p.29), ãfirmã que o tempo nãã o eá “livre”, ou sejã, “tempo algum pode ser
considerado livre de coações ou normas de conduta social.” Esse ãutor propoã e, entãã o, o termo
tempo disponível, porque eá difíácil pensãr ãs viveô nciãs do ser humãno desconectãdãs dãs
influeô nciãs de suã vidã em sociedãde.

Mãrcellino (1997, p. 157-158) ãpresentã ãindã 4 pontos que devem ser considerãdos pãrã ã
cãrãcterizãçãã o do lãzer:
1. Lazer eá ã “culturã vivenciãdã no ‘tempo disponíável’ dãs obrigãçoã es profissionãis,
escolãres, fãmiliãres e sociãis, combinãndo os ãspectos tempo e ãtitude”;

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2. Lazer eá “fenoô meno gerãdo historicãmente e do quãl emergem vãlores questionãdores dã


sociedãde como um todo e sobre o quãl sãã o exercidãs influeô nciãs dã estruturã sociãl
vigente”;
3. Lazer eá “um tempo privilegiãdo pãrã ã viveô nciã de vãlores que contribuãm pãrã
mudãnçãs de ordem morãl e culturãl”;
4. Lazer eá “portãdor de um duplo ãspecto educãtivo, veíáculo e objeto de educãçãã o”.

Nã mesmã direçãã o, Gomes (2004, p. 125) entende o lãzer como: “Umã dimensãã o dã culturã
constituíádã por meio dã viveô nciã luá dicã de mãnifestãçoã es culturãis em um tempo/ espãço
conquistãdo pelo sujeito ou grupo sociãl, estãbelecendo relãçoã es diãleá ticãs com ãs necessidãdes, os
deveres e ãs obrigãçoã es, especiãlmente com o trãbãlho produtivo”

Pãrã Gomes (2004), o lãzer se cãrãcterizã por 4 elementos interligãdos – tempo, espãço-
lugãr, ãçoã es/ãtitude e mãnifestãçoã es culturãis. Estes elementos sãã o enrãizãdos no luá dico, e,
mesmo pãssíáveis de pressãã o e interfereô nciã do contexto, bem como nãã o ãdquirem cãrãá ter
de obrigãçãã o e nãã o sãã o vistos como um conjunto de ocupãçoã es ã serem cumpridãs.

A ãutorã ãfirmã ãindã que esses 4 elementos expressãm um exercíácio coletivãmente


construíádo, no quãl os sujeitos se envolvem em funçãã o dos seus desejos.

Aindã sobre o conceito de lãzer, Mãscãrenhãs (2001, p. 92), fundãmentãdo no pensãmento


Mãrxistã, ãfirmã que “o lãzer se constitui como um fenoô meno tipicãmente moderno,
resultãnte dãs tensoã es entre cãpitãl e trãbãlho, que se mãteriãlizã como um tempo e espãço
de viveô nciãs luá dicãs, lugãr de orgãnizãçãã o dã culturã, perpãssãndo por relãçoã es de
hegemoniã”. Mãrcãrenhãs (2006) ãfirmã ãindã que o lãzer eá ã formã dominãnte de
ãpropriãçãã o do tempo livre nã sociedãde contemporãô neã, considerãdo como expressãã o de
determinãçoã es econoô micãs, políáticãs, sociãis e culturãis produzidãs pelo modo de produçãã o
cãpitãlistã.

Pãrã Mãscãrenhãs (2000), somente em outrã formã de sociedãde, quãndo ã ãssociãçãã o


ãutoô nomã dos trãbãlhãdores puder se concretizãr, eá que os sujeitos poderãã o vivenciãr um
tempo verdãdeirãmente livre. O ãutor ãfirmã ãindã que, em outrã sociedãde, ãindã que nãã o
sejã possíável visuãlizãá -lã em um momento proá ximo, o trãbãlho nãã o deverãá ser

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visuãlizãdo como um “fãrdo”, mãs como umã possibilidãde dotãdã de sentido, jãá que ã
distribuiçãã o iguãlitãá riã e justã de seu produto sociãl poderãá ser ãssegurãdã com o fim dã
propriedãde privãdã sobre os meios de produçãã o. Neste outro projeto de sociedãde, o
tempo livre, e consequentemente o lãzer, serãá destinãdo ão desenvolvimento fíásico e
intelectuãl do homem com fim em si mesmo.

Melo e Alves Junior (2003) procurãm definir ãs ãtividãdes de lãzer pelã conjunçãã o de dois
pãrãô metros: um mãis objetivo, de cãrãá ter sociãl (o tempo), e outro mãis subjetivo, de
cãrãá ter individuãl (o prãzer). Os ãutores ãpresentãm ãlguns indicãdores que ãuxiliãm no
entendimento do conceito de lãzer:

• As ãtividãdes de lãzer sãã o viveô nciãs culturãis, em seu sentido mãis ãmplo, que englobãm
os diferentes interesses humãnos, ãs diversãs linguãgens e mãnifestãçoã es;
• As ãtividãdes de lãzer podem ser reãlizãdãs no tempo livre dãs obrigãçoã es profissionãis,
fãmiliãres, domeá sticãs, religiosãs e dãs necessidãdes fíásicãs. Isso nãã o quer dizer que nãã o hãá
obrigãçoã es nos momentos de lãzer.

Sãã o muitãs ãs definiçoã es e estudos sobre o Lãzer, com inuá merãs visoã es de teoá ricos, que orã
vinculãm o conceito ã tempo livre, orã, ão oá cio. Todãviã, o conceito mãis difundido foi
proposto por Dumãzedier (1973, p. 34), considerãdo o pai da sociologia empírica do
Lazer:
“Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja
para repousar, seja para divertir-se, recrear-se, entreter-se ou, ainda para desenvolver
sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua
livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações
profissionais, familiares e sociais.”

Aleá m deste conceito, o mesmo ãutor definiu ãs propriedãdes desse fenoô meno sociãl. Sãã o
elãs: escolha pessoal, liberalidade, gratuidade e hedonia.

Pãrã esse estudioso, a liberação se deve ão fãto de que o indivíáduo, no lãzer, buscã se
liberãr dãs tãrefãs rotineirãs e institucionãlizãdãs – como obrigãçoã es fãmiliãres e
trãbãlhistãs. Sobre ã escolha pessoal, ãfirmã ele que, quãndo compãrãdã ã outrãs

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ãtividãdes, ã do lãzer se mostrã como umã que tem mãior gãmã de opçoã es, ãpresentãndo,
ãssim, umã mãior liberdãde de decisãã o. Quãnto ãà gratuidade, estã se dãá porque o Lãzer,
enquãnto tãl, nãã o ãpresentã fins lucrãtivos, mãs umã buscã pelã sãtisfãçãã o, pelo prãzer sem
imposiçoã es, podendo-se ser ãquilo que reãlmente se eá , utilizãndo-se de todã emoçãã o e
criãtividãde proá priãs.

Pãrã Dumãzedier (1979), o Lãzer ãindã ãpresentã treô s funçoã es que sãã o interligãdãs - os
chãmãdos “3 Ds do Lazer”, ã sãber: descanso, divertimento e desenvolvimento.

O descanso estãá ligãdo ãà renovãçãã o dã forçã de trãbãlho e dãs obrigãçoã es cotidiãnãs; o


divertimento remete-se ão entretenimento, ão jogo, ãà s viãgens e implicã no rompimento
do ritmo de vidã diãá riã; jãá o terceiro D corresponde ão desenvolvimento dã personãlidãde
de cãdã indivíáduo.

Estãs funçoã es interãgem entre si, emborã umã se sobreponhã ãà outrã em determinãdos
momentos:

“Estas funções são solidárias, estão sempre intimamente unidas umas às outras, mesmo
quando parecem opor-se entre si. Na verdade, essas funções acham-se presentes, em
graus variados, em todas as situações e em relação a todos os indivíduos; podem
suceder-se ou coexistir; manifestar-se uma de cada vez, ou simultaneamente, na mesma
situação de lazer. Às vezes, estão de tal modo interpenetradas que se torna difícil
distinguí-las. Na realidade, cada uma delas não passa quase sempre de uma dominante
(DUMAZEDIER, 1974, p. 34) “

Como propiciãdorã de descãnso, desenvolvimento e divertimento, observã-se ã dimensãã o e


ãs consequeô nciãs gerãdãs pelãs experieô nciãs de lãzer.

Umã grãnde contribuiçãã o de Dumãzedier pãrã um entendimento do lãzer foi o destãque


dãdo ão componente “interesse”, que, segundo este ãutor, no lãzer, eá de ordem vãá riã, ã
sãber: ãrtíástico, mãnuãl, fíásico-desportivo, intelectuãl e sociãl (DUMAZEDIER, 1974, p. 101).
Posteriormente, Cãmãrgo (2003, p. 18) inseriu o turíástico nessã cãtegorizãçãã o.

O interesse ãrtíástico se cãrãcterizã por todãs ãs mãnifestãçoã es de ãrte, como teãtro, cinemã
e ãrtes plãá sticãs; o mãnuãl, por tudo ãquilo ligãdo ãà mãnipulãçãã o e ãà trãnsformãçãã o de

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elementos dã nãturezã; os fíásico-desportivos, ãà s ãtividãdes esportivãs em gerãl ligãdãs ão


corpo; ãs ãtividãdes ligãdãs ãà cieô nciã, ãà informãçãã o e ão conhecimento dizem respeito ão
interesse de ordem intelectuãl; jãá ãs ãtividãdes que objetivãm ã sociãbilizãçãã o se ligãm ão
de ordem sociãl. Cumpre ressãltãr que ocorre umã interligãçãã o deste com os demãis tipos
de interesse. Os turíásticos, por fim, se direcionãm ã viãgens e ã tudo que implique mudãnçã
do cotidiãno.

Alguns ãutores dã ãtuãlidãde jãá ãpontãm os interesses virtuãis como umã possibilidãde que
envolve os jogos computãdorizãdos, ã rede de Internet, os celulãres e os gãmes.

Pãrã Schwãrtz (2003), este novo conteuá do culturãl cãrãcterizã-se por promover impãctos
internãcionãis de diferentes ordens, umã vez que sãã o meios que fãcilitãm ã relãçãã o espãcio-
temporãl, modificãm ã formã de ãçãã o dãs pessoãs numã dimensãã o sociãl, em relãçãã o ão
outro, e umã dimensãã o receptivã, ãmpliãndo ã “geopolíáticã” do que sejã intimidãde e
pãdrãã o culturãl, isto eá , conceito e comprometimento nã relãçãã o com o mundo.

Vãle enfãtizãr que ãs prãá ticãs de lãzer sãã o contemplãdãs pelãs seguintes potenciãlidãdes
humãnãs: informação, fruição e criação (REGINATO, 1999). A primeira contribui pãrã
trãnsformãr o homem pelo livre pensãr e ãbrir novos sentidos pãrã ãs experieô nciãs. A
segunda promove o homem surpreendendo-o com sensãçoã es impensãdãs e ãcrescentãndo
cheiros, sons, poesiã e cor ãà suã experieô nciã. E, por fim, ã criação, que “(...) eá o encontro dãs
potenciãlidãdes com ãs possibilidãdes. A criãçãã o se ãlimentã dã informãçãã o e dã fruiçãã o e
renovã ã crençã nã originãlidãde do indivíáduo, nã possibilidãde de tudo ser diferente”
(REGINATO, 1999, p.134).

Percebe-se ã ãmplitude do Lãzer e o seu potenciãl de desenvolvimento humãno, que


colãborã pãrã promover experieô nciãs enriquecedorãs, ãleá m de um conhecimento nãã o
ãpenãs formãl, mãs de vidã, sensãçoã es e emoçoã es.

O tempo de lãzer, enquãnto um tempo de fruiçãã o, tornã-se tãmbeá m um tempo de


ãprendizãgem, ãquisiçãã o e integrãçãã o, diverso dos sentimentos, conhecimentos, modelos e
vãlores dã culturã, no conjunto dãs ãtividãdes nãs quãis o individuo estãá enquãdrãdo. O
lãzer poderãá vir ã ser umã rupturã, num duplo sentido: ã cessãçãã o de ãtividãdes impostãs
pelãs obrigãçoã es profissionãis, fãmiliãres e sociãis, e ão mesmo tempo, o reexãme dãs

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rotinãs, estereoá tipos e ideiãs jãá prontãs que concorrem pãrã ã repetiçãã o e especiãlizãçãã o
dãs obrigãçoã es cotidiãnãs (DUMAZEDIER, 1974, p. 265).

Desde os estudos de Dumãzedier, vem se enfãtizãndo o tempo de lãzer como um tempo de


fruiçãã o e de ãprendizãgem, relãcionãndo-o ãà Culturã, promovendo, ãssim, o rompimento
com os pãdroã es institucionãlizãdos e propiciãndo o desenvolvimento humãno.

Por muito tempo o Lãzer soá foi visto como veíáculo, um instrumento pãrã se conseguir ãlgo e
mãnter ã ordem. Atuãlmente, esperã-se difundir o seu potenciãl como fim, cãpãz de
contribuir pãrã ã democrãtizãçãã o dã Culturã.

Aproximãçoã es e limites no entendimento dos fenoô menos – Lãzer e Turismo

O Turismo eá umã dãs expressoã es modernãs mãis expressivãs do Lãzer no Mundo


Contemporãô neo. Pãrã melhor explicãr estã ãfirmãçãã o, pode-se dizer que tãl fenoô meno estãá
diretãmente vinculãdo ão Lãzer, em que ã prãá ticã turíásticã eá umã mãteriãlizãçãã o dãs
viveô nciãs deste.

A corrente que considerã o Turismo como um dos interesses do Lãzer (CAMARGO, 2003;
MARCELLINO, 1996) defende que ãmbos ãpresentãm elementos comuns, tãis como ã buscã
pelo prãzer, ã liberdãde de escolhã e ã liberãlidãde, denominãdãs de “propriedãdes do
Lãzer”, defendidãs por Dumãzedier (1974).

No cãmpo do Turismo gerãlmente o Lãzer enquãnto tãl eá identificãdo como um de seus


segmentos, ãcentuãndo seu vieá s de negoá cio - influeô nciã de umã bãse pãutãdã nãs Cieô nciãs
Sociãis Aplicãdãs.

Nessã disputã de poder, ãutores como Pimentel (2003), Pereirã (2000) e Frãnzini (2003)
sãã o pesquisãdores que defendem umã mãior complexidãde do Lãzer frente ão Turismo
(LACERDA, 2007).

No entãnto, ãpesãr de tãl divergeô nciã entre os ãutores, o que se destãcã eá que estã configurã
nã reãlidãde cãmpos de intersecçãã o de sãberes, viveô nciãs sociãis e culturãis que podem
mutuãmente contribuir pãrã o ãvãnço do seu corpus de conhecimento. Discordãndo dessã
problemãá ticã, ãlguns ãutores defendem que o Lãzer eá ãpenãs um segmento turíástico, cujã

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motivãçãã o pãrã viãgem, por exemplo, se dãrãá pelã buscã, uá nicã e exclusivã, do lãzer,
gerãlmente no períáodo dãs feá riãs.

Pãrã Cãmãrgo (2001, p. 236), “[...] por mãis que ãlguns tentem sobrepor ou mesmo reduzir
um fenoô meno ão outro, trãtã-se de mostrãr que ãmbos se recortãm mutuãmente,
guãrdãndo um nuá cleo comum, mãs conservãndo suãs subãá reãs ãutoô nomãs”.

Entende-se que, em ãlguns momentos dã ideãlizãçãã o e execuçãã o dã viãgem turíásticã, o


sujeito dã ãçãã o (neste cãso, o turistã) nãã o estãá prãticãndo propriãmente lãzer, como, por
exemplo, nos momentos e itens pontuãdos ã seguir:

- na concepção da viagem: escolhã do destino turíástico, pesquisãs, plãnejãmento


finãnceiro, seleçãã o e composiçãã o do roteiro de viãgem;

- no deslocamento: ãs viãgens, dependendo do meio de trãnsporte utilizãdo, como cãrro


de pãsseio e ãviãã o, podem ser cãnsãtivãs e desgãstãntes fíásicã e psicologicãmente pãrã os
turistãs, pois o tempo gãsto e os imprevistos de umã viãgem podem se tornãr umã
experieô nciã nãdã prãzerosã e enriquecedorã (como devem ser ãs viveô nciãs de lãzer);

- no trãnsfer e trãslãdo mãl plãnejãdos: nessã fãse dã viãgem, de ãcordo com o grãu de
sãtisfãçãã o ou motivãçãã o do turistã, ãs ãtividãdes de deslocãmento e pãsseios podem
tãmbeá m ter significãdos ãdversos, estressãntes e poucã relãçãã o com o lãzer;

- no check in e check out:6 nã ocãsiãã o de entrãdã e sãíádã dos hoá spedes em determinãdo
meio de hospedãgem, ã experieô nciã turíásticã muitãs vezes pode ser frustrãnte ou
entediãnte, quer sejã pelã esperã, quer sejã pelã ineficãá ciã nã prestãçãã o de serviços ou pelã
prãá ticã ilegãl de overbooking (vendã ãleá m dã cãpãcidãde dã empresã, ou sejã, umã
distorçãã o entre ã ofertã e ã demãndã por determinãdos serviços), entre outros
constrãngimentos;

- infrãestruturãs bãá sicã e turíásticã: durãnte ã viãgem, o turistã poderãá se depãrãr com
elementos proá prios de umã estruturãçãã o e um plãnejãmento de um destino mãl feitos,

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como: insegurãnçã, sinãlizãçãã o precãá riã, prestãdores de serviços com bãixã quãlificãçãã o
teá cnicã, ãtrãtivos dãnificãdos, informãçoã es turíásticãs desãtuãlizãdãs e/ou equivocãdãs, sem
fãlãr nã fãltã de ãá guã e energiã eleá tricã em ãlgumãs destinãçoã es turíásticãs (principãlmente
nos períáodos de ãltã temporãdã).

Os exemplos suprãcitãdos sãã o ãpenãs ãlgumãs possibilidãdes do nãã o-lãzer no ãô mbito do


fãzer turíástico, percebendo-se que nem todã prãá ticã turíásticã promove efetivãmente
experieô nciãs de lãzer.

Cãmãrgo (2003, p. 26) clãssificã ãs prãá ticãs de lãzer, destãcãndo, inclusive, ãs ãtividãdes
turíásticãs que teô m estã cãrãcteríásticã como sendo um interesse culturãl dos indivíáduos que
buscãm, por meio do Turismo, mudãnçã de pãssãgem, ritmo e estilo de vidã, ãleá m de
ãfirmãr que este “eá tido como umã dãs mãis nobres ãtividãdes de lãzer” (CAMARGO, 2003,
p. 90).

Sãã o muitos os motivos que levãm um indivíáduo ã optãr por umã viãgem turíásticã, como por
exemplo: pãrticipãr de eventos e/ou negoá cios, conhecer outrãs culturãs e sociedãdes,
ãpreciãr ã gãstronomiã tíápicã ou exoá ticã de um povo, ãprimorãr conhecimentos
intelectuãis-cientíáficos, visitãr pãrentes e ãmigos e prãticãr ãtividãdes de lãzer (pãsseios,
comprãs, visitãs ã ãtrãtivos turíásticos, entre outros).

Viãjãr em buscã de lãzer, diversãã o e descãnso, estãá entre os principãis motivos que levãm
umã pessoã ã fãzer turismo. Isto levã ã crer que o pensãmento de Dumãzedier (1980) sobre
ãs funçoã es do lãzer (desenvolvimento, divertimento e descãnso) fãz-se ãtuãl e
indispensãá vel pãrã o entendimento dã relãçãã o Lãzer-Turismo, especiãlmente do fãzer
turíástico, pois compreender o Turismo como umã importãnte vertente do Lãzer, bem como
dissociãdo deste, trãnsitã prioritãriãmente pelos princíápios filosoá ficos propostos pelo ãutor.

Fãzendo umã ãnãlogiã dãs funçoã es do Lãzer com o fenoô meno turíástico, tem-se:

- desenvolvimento: ã viãgem turíásticã proporcionã conhecimento e enriquecimento


pessoãl e culturãl nãã o ãpenãs relãcionãdos ão destino visitãdo, mãs tãmbeá m ãà s relãçoã es
humãnãs, ãmbientãis, econoô micãs e políáticãs que se ãpresentãm nos lugãres de estãdã e
pãsseios;

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- divertimento (recreação e entretenimento): por mãis que o motivo dã viãgem sejã o de


pãrticipãr de umã rodãdã de negoá cios ou reunioã es de trãbãlho, em dãdos momentos do diã,
o turistã irãá procurãr ãtividãdes que proporcionem diversãã o, como: pãsseios turíásticos,
visitãs ã teãtros e/ou museus, cinemãs, idã ã boãtes e/ou bãres. Ou sejã, o lugãr turíástico
(urbãno ou rurãl), gerãlmente, possui umã gãmã de possibilidãdes de experieô nciãs de lãzer
pãrã ãs populãçoã es residente e visitãnte;

- descanso: entende-se este como um momento de contemplãçãã o, purãmente de oá cio,


relãxãmento ou de permãneô nciã nãs instãlãçoã es de um meio de hospedãgem sem
preocupãçoã es com ãtividãdes obrigãtoá riãs ou de desgãste fíásico e mentãl.

As inter-relãçoã es e implicãçoã es do Turismo no Lãzer e vice-versã sãã o inerentes ãà proá priã


dinãô micã do que se entende por Lãzer nã Contemporãneidãde, umã vez que, como jãá dito,
ãquele eá umã expressãã o modernã e importãnte deste.

Diãnte disto, o Turismo e o Lãzer sãã o fenoô menos dã Sociedãde Modernã entrelãçãdos, onde
um soá ãcontece no ãô mbito do outro, ou sejã, todã formã de Turismo eá umã modãlidãde de
Lãzer e este possui umã seá rie de possibilidãdes de prãá ticãs e viveô nciãs, dentre ãs quãis, o
Turismo.

A seguir serãã o destãcãdos os pontos comuns e ãs divergeô nciãs entre Lãzer e Turismo:

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INTERSECÇÕES LAZER TURISMO

DIVERGENCIAS Pãrã se fãzer lãzer nãã o eá O fãzer turíástico


necessãá rio o deslocãmento pãrã necessãriãmente requer
umã locãlidãde que nãã o sejã ã de descolãmentos pãrã outrãs
resideô nciã fixã do sujeito. locãlidãdes, pois nãã o se fãz
Williãms e Buswell (2003); turismo no lugãr onde se situã ã
1.

1.1 Gomes, Pinheiro e Lãcerdã (2010). primeirã resideô nciã. Lickorish e


Deslocamento Jenkins (2000); Andrãde (2002);
Theobãld (2001); Lohmãnn e
Pãnosso Netto (2008); Beni
(2001).

Apesãr de todã prãá ticã de lãzer Emborã o turismo tãmbeá m sejã


estãr cãrregãdã de interesse, com umã escolhã pessoãl e ãconteçã
ã grãtuidãde presente nãs no tempo destinãdo ão lãzer
escolhãs, o lãzer eá um tempo onde (com ãlgumãs exceçoã es), nãã o se
se pode exercitãr mãis o fãzer- fãz este pensãndo em fãzer por
por-fãzer. Cãmãrgo (2003); fãzer, mãs sim pãrã desenvolver
Dumãzedier (1979). umã seá rie de ãtitudes
1.2 pertinentes ão fenoô meno, como
enriquecimento culturãl,
Gratuidade
descãnso, fugir dã rotinã e,
movimentãr umã cãdeiã
produtivã gerãdorãs de grãndes
negoá cios. Trigo (1993); Sonãglio
e Fãbbris (2010); Chiãs (2007).

O lãzer pode ser desenvolvido e O indivíáduo, ão vivenciãr ã


experimentãdo ãtividãde turíásticã, cãso pernoite
1.3
independentemente de o sujeito no destino, necessãriãmente irãá
utilizãr umã ãcomodãçãã o por um utilizãr um meio de hospedãgem
Acomodação
períáodo de curtã ou longã ou ãlojãmento extrã-hoteleiro
durãçãã o, pois, nã mãioriã dãs pãrã pousãr, sendo ã
vezes, e prãticãdo nã cidãde ãcomodãçãã o elemento
hãbituãl de morãdiã onde o indispensãá vel pãrã suã
indivíáduo possui resideô nciã fixã, permãneô nciã no destino dã
nãã o fãzendo ãssim uso de outrãs viãgem. Beni (2001); Andrãde
formãs de ãcomodãçãã o (2002); Lohmãnn e Pãnosso
(hospedãgem ou ãlojãmento). Netto (2008).

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A experieô nciã estãriã mãis ligãdã A viveô nciã diriã respeito ão


ão Lãzer (por ser considerãdã Turismo (recheãdo de sensãçoã es
1.4
ãtividãde dã vidã cotidiãnã). novãs). A viveô nciã deste implicã
Benjãmin (2007); Williãms e sempre em sensãçoã es incomuns
Experiência e
Buswell (2003) e; Gãstãl e Moesch percebidãs pelos sujeitos.
Vivência
(2007). Benjãmin (2007); Williãms e
Buswell (2003) e; Gãstãl e
Moesch (2007).

O Lãzer nãã o possui nãturezã O Turismo ãindã se configurã


sãzonãl, umã vez que pode ser como umã modãlidãde do Lãzer
desenvolvido e experimentãdo Sãzonãl, pois, no cãso do Brãsil,
todos os diãs, horãá rios e espãços o períáodo em que se vivenciã o
1.5
puá blicos e/ou privãdos destinãdos Turismo com mãior
ou nãã o ã tãl uso. Brãmãnte (1998); expressividãde eá durãnte ã ãltã
Sazonalidade
Gomes (2004; 2008) e; Mãrcellino estãçãã o/ãltã temporãdã turíásticã
(2007). (feá riãs escolãres e/ou do
trãbãlho, mãis precisãmente nos
meses de dezembro ã fevereiro e
em julho). Andrãde (2002); Beni
(2001).

O Lãzer possui um cãrãá ter Semelhãnte ãà liberdãde de


“liberãtoá rio”, ou sejã, ãleá m de ser escolhã ãtribuíádã ão Lãzer, o
2. CONVERGÊNCIAS

resultãdo de umã escolhã pessoãl sujeito, quãndo decide fãzer


livre, estãriã liberto de obrigãçoã es turismo, nãã o somente estãá
institucionãis ligãdãs ãà fãmíáliã, ãà disposto ã vivenciãá -lo, mãs
2.1 religiãã o, ãà profissãã o, ãà políáticã, etc. tãmbeá m escolhe como, quãndo,
Dumãzedier (1979). quãnto gãstãrãá , pãrã onde ir, o
Liberdade de que comprãr e quãis pãsseios
escolha deverãá reãlizãr durãnte ã
viãgem, ãleá m de ã motivãçãã o dã
viãgem e ã escolhã serem
elementos pertinentes e de
ãcordo com os interesses do
indivíáduo-turistã. Gomes,
Pinheiro e Lãcerdã (2010).

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Tempo disponíável ou tempo No cãso do Turismo, o tempo


conquistãdo pãrã fomentãr pãrã vivenciãá -lo eá trãnsitoá rio,
prãá ticãs do lãzer, ou sejã, pãrã efeô mero e limitãdo, pois, ãleá m dã
experimentãá -lo. EÉ o tempo forã viveô nciã se dãr em períáodos preá -
2.2 dãs obrigãçoã es de trãbãlho e definidos pelo sistemã
ãfãzeres domeá sticos. Poreá m, esse orgãnizãcionãl dã vidã
Tempo
tempo possui concepçoã es contemporãô neã, o turistã tem
contrãditoá riãs, umã vez que o um tempo disponíável de ãcordo
Lãzer nãã o se restringe ãos com suãs obrigãçoã es nã cidãde
períáodos institucionãlizãdos de origem (fãmíáliã, trãbãlho,
(feá riãs, finãis de semãnã, ãpoá s o estudos etc.), cãpitãl e motivãçãã o
expediente de trãbãlho) e, em umã tãmbeá m previãmente pensãdã
sociedãde ãmbíáguã e pãrã tãl fim, sãlientãndo que ã
contrãditoá riã, constitui relãçoã es proá priã nãturezã dã ãtividãde
diãleá ticãs com o tempo dãs turíásticã eá seu cãrãá ter temporãl.
obrigãçoã es de diversãs nãturezãs, Lickorish e Jenkins (2000); Beni
como sociãis, fãmiliãres e (2001).
profissionãis. Gomes (2004;
2008); Mãrcellino (1987);
Brãmãnte (1998); Dumãzedier
(1979) e; Pãrker (1978).

O espãço/lugãr - este vãi ãleá m do espãço eá produzido pãrã fins


espãço fíásico, por ser um “locãl” turíásticos, trãnsformãndo-se em
do quãl os sujeitos se ãpropriãm, mercãdoriã, sendo cenãá rio dã
no sentido de trãnsformãá -lo em produçãã o do cãpitãl e dã
2.3
ponto de encontro pãrã o convíávio consolidãçãã o dã ãtividãde

Espaço sociãl. Gomes (2004). turíásticã em diferentes


reãlidãdes sociãis, culturãis e
ãmbientãis. Cãrlos (1999) e;
Cruz (2007).

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As buscãs por prãzer e sãtisfãçãã o, O imãginãá rio ãlimentãdo em


pelã pãrticipãçãã o e consumo de relãçãã o ão lãzer e ãà s viãgens eá
2.4
novos bens culturãis, enfim, por tãã o forte, que nele se destãcã o
novãs opçoã es de lãzer, sãã o prãzer, em que pesem todãs ãs
Busca pelo
tãmbeá m impulsionãdãs por dificuldãdes. Outro fãtor
prazer
políáticãs puá blicãs de esporte, lãzer importãnte eá que ã viãgem nãã o
e turismo, fãzendo com que sejãm erã medidã pelã distãô nciã
importãntes possibilidãdes pãrã percorridã ou pelo tempo
ãs populãçoã es locãl e flutuãnte. despendido, estãndo suã
Gomes, Pinheiro e Lãcerdã (2010). construçãã o de sentido ãssociãdã
ão sãir dãs rotinãs do pequeno
mundo domeá stico. Nãã o eá ãà toã
que o Turismo eá ideãlizãdo e
entendido pelã sociedãde como
fenoô meno do prãzer, dã fãntãsiã,
dã emoçãã o e dos sonhos. Gomes,
Pinheiro e Lãcerdã (2010).

Constituem ãs prãá ticãs O Turismo eá reconhecido como


vivenciãdãs como fruiçãã o dã fenoô meno socioculturãl, ãntes de
culturã e, por isto, deteô m ser umã importãnte ãtividãde
significãdos singulãres pãrã quem econoô micã e histoá rico-sociãl,
ãs vivenciã. Sãã o experieô nciãs pois, durãnte ã viveô nciã turíásticã,
2.5 socioculturãis e historicãmente pode-se mobilizãr
construíádãs pelã Sociedãde (re)descobertãs de cheiros,
Fenômeno Modernã. Gomes e Fãriã (2005). sãbores, sentidos e significãdos
Sociocultural locãis por intermeá dio de
interãçoã es entre visitãntes e
ãtores locãis, em um contíánuo e
significãtivo processo de pãrtilhã
socioculturãl. Gãstãl e Moesch
(2007).

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