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GRANDES MATRIZES IDEOLÓGICAS DO ESTADO OCIDENTAL

- Liberalismo – tudo o que limita a liberdade individual deve ser suprimido. A história ilustra
que a limitação do poder é a melhor garantia da liberdade. Locke, Kant, herança cultural e
histórica da europa continental. Defesa da liberdade, da segurança e da propriedade
privada, num modelo de estado abstencionista, baseado na mão invisível de Adam
Smith.

Características:
1. Individualismo;
2. Estado mínimo;
3. Crença absoluta no valor do mercado;
4. Direito de propriedade privada como direito natural e sagrado.

- Século XX, duas manifestações:


1. Até à grande depressão do final dos anos 20. Liberalismo continuador do século XIX.
Interrompido pelas políticas intervencionistas.
2. Final dos anos 70, neoliberalismo, protagonizado pela escola de Chicago. Contagiou todo
o mundo. Assenta em 3 ideias:

2.1 redução do peso económico do Estado através de privatizações e redução do


défice público
2.2. desregulação, a regulação privatiza-se, através dos interessados 2.3. livre comércio
internacional.

- Corrente conservadora – herdeira do modelo pré-liberal.


Origem no pensamento contrarrevolucionário.
Recusa a igualdade liberal.
Defende uma sociedade de classes, uma hierarquia social, recusa a legitimidade
democrática, porque prefere a legitimidade monárquica.
Tem resistência à inovação, à mudança.

Dogmas conservadores:

1. Importância da história e da tradição – peso dos mortos, numa visão romântica da


pátria e da autoridade e da família
2. Importância da autoridade e do poder, manifestadas na importância que tem Deus,
pátria e família
3. Importância da segurança e da ordem pública
4. Preferência pela liberdade sobre a igualdade, contrário a Rousseau.
5. Importância da garantia da propriedade privada (comunhão com o pensamento liberal)
6. Importância da religião e da moral judaico-cristã.

– Tipos de conservadorismo:

1. Conservadorismo contrarrevolucionário.
a. Presente em Portugal no pensamento legitimista, defensor de D. Miguel. Perdeu
a guerra civil em Portugal em 1834.

2. Conservadorismo restauracionista
– Restauração dos bourgons em frança, em 1814, com a Carta constitucional.
- Em Portugal, Carta constitucional de 1816.
3. Conservadorismo nacionalista
– Aqueles que nos anos 20, 30 estiveram perto da tentação totalitária, numa
posição profundamente anticomunista.

4. Conservadorismo neoliberal
– Surge no final do século XX, protagonizado no Reino Unido pela Thatcher, e nos
EUA por Ronald Reagan.

5. Conservadorismo protecionista
- Contrário à livre circulação e ao livre comércio internacional, (com líder em Trump
nos EUA).

- Socialismo – começou historicamente com um combate ao liberalismo, assente em 4


preferências históricas:

1. Preferência da igualdade sobre a liberdade (como Rousseau)


2. Preferência da propriedade coletiva sobre a propriedade privada. Rousseau e marxismo.
3. Preferência pela intervenção do estado, relativamente à abstenção do Estado
4. Preferência por uma economia de direção central, relativamente a uma economia de
mercado. Centralidade do Estado. (planificação da economia sob tomada de decisões de uma
entidade, o Estado).

Modalidades do socialismo:

1. Socialismo marxista leninista – tem como meta o comunismo, ditadura do proletariado +


anarquia.

2. Socialismo maoísta, socialismo chinês – socialismo que aposta numa formação de novas
mentalidades. Revolução cultural dos anos 60.
Concilia o modelo de forte intervenção do estado, de domínio do estado, com uma
economia aberta de mercado, virada para o comércio internacional.

3. Socialismo democrático – aceita o capitalismo, aceita o pluralismo. Tem uma


preocupação social, com influência da doutrina social da igreja. Conversão das últimas duas
décadas, do socialismo democrático ao pensamento neoliberal. Privatização, menos estado. O
socialismo democrático foi capturado pelo neoliberalismo. Explica o quarto tipo de socialismo.

4. Socialismo populista – contra a liberalização, quer mais presença do Estado na sociedade


e na economia, e tem por vezes tentações totalitárias, sob uma aparente democraticidade,
Venezuela e espanhol (Podemos).

MODELOS POLÍTICO-CONSTITUCIONAIS

Modelo pluralista
- reconhecimento e garantia pelo estado de direitos, liberdades e garantias dos
cidadãos (artigo 24º e seguintes CRP).
- principais titulares com poder de decisão política são designados por eleições, por via de
sufrágio universal
- o papel relevante dos partidos políticos – estado de partidos – Commented [AP1]: Estado novo: ideia de estado sem
partidos

Há também estados com partido único


1. Importância dos partidos na representação política. São o veículo de
representação da sociedade. No sistema português, só os partidos políticos têm
o monopólio da apresentação de candidaturas.

2. Importância nos partidos na oposição. Não só têm a função de formar


ideologicamente a sociedade como têm um papel insubstituível na apresentação
de alternativas para o funcionamento.

3. Fiscalização política do decisor. Compete aos partidos controlar e fiscalizar a


atuação do poder. Nesse sentido, os partidos limitam o próprio poder.

- A existência de uma hierarquia de normas jurídicas, e o respeito pelo princípio da


legalidade. O direito tem uma coerência interna e essa coerência interna determina que se
há uma norma que viola uma outra norma de hierarquia superior, essa norma é
inválida. O princípio da legalidade impõe a subordinação de atos jurídicos a outros atos
jurídicos.
- Não há Estado pluralista sem o controlo dos tribunais, à atuação do poder político. Os
tribunais são a última instância de garantia da legalidade.

Democracia representativa – não é possível o povo, diretamente, exercer o poder. Por isso, o
povo tem de confiar a alguns, o exercício desse poder. A esses alguns é confiado o poder por
via de eleição. Modelo pelo qual os governantes exercem o poder em nome do povo. O poder
pertence ao povo, mas não o exerce diretamente. Soberania do povo não é ilimitada, desde logo
porque tem de respeitar a constituição e tem de respeitar princípios jurídicos fundamentais.
A democracia representativa envolve a ideia de sufrágios periódicos e universais. Baseia-se,
ainda, no princípio maioritário.
O peso da maioria. Porém, essa maioria é critério de decisão, não critério de verdade.

Democracia direta – povo toma as decisões, reunido numa assembleia. Ocorre com 3
manifestações:

1. A Grécia antiga. Modelo de cidades estado, o podo podia reunir-se numa praça pública
2. Alguns cantões da Suíça, de reduzida dimensão territorial.
3. Freguesias de diminuta população, pode haver um plenário dos cidadãos eleitores.

Democracia semidirecta – situações em que a intervenção dos cidadãos é feita perante


casos pontuais, em que os cidadãos são chamados a ter uma intervenção.
Fundamentalmente:

1. o referendo.
2. Os cidadãos podem eles ter iniciativa popular. Desencadeiam o processo de feitura de
uma lei pelo parlamento.

Democracia participativa – art.º 2º CRP – aprofundar da democracia. A democracia


representativa pode criar crises de legitimidade democrática. Os deputados podem não estar
sensíveis ao povo. Necessidade de mecanismos que reforcem a democracia. Procura que os
cidadãos, através de associações, façam fazer valer os seus interesses, junto do poder. Faz com
que os cidadãos possam, dentro de estruturas representativas, ter um papel de intervenção.
Ex. Sindicatos, associações patronais, elementos nucleares para o reforço da legitimidade
para a alteração da legislação.
Ex. Fixação do calendário das provas escritas, com participação dos alunos com os
delegados de cada turma. – Sempre que a administração vai decidir alguma coisa em relação a
alguém, em sentido contrário ao que a pessoa queria, ou em termos lesivos, a administração tem
sempre, por via de regra, de ouvir primeiro o destinatário da decisão.
Direito de audiência prévia. Forma de democracia participativa.
- Modelo não pluralista – poder político não democrático. Poder totalitário.

TEORIA DA CONSTITUIÇÃO

Conceito da constituição está ligado ao sistema jurídico. Ponte entre direito constitucional e
introdução ao estudo do direito. Pirâmide, com a Constituição no topo.
Pensamento de Kelsen, estrutura escalonada das normas. Esta que é a tradição obedece a
3 ideias:
1. Força prevalecente da constituição. Qualquer norma que a contrarie é inconstitucional.
Constituição é a lei das leis, a lei fundamental.
2. Expressão da unidade axiológica do ordenamento jurídico. Todos os grandes valores
radicam da Constituição. Mãe da ordem de valores do ordenamento. Qualquer ato
jurídico que contrarie o referencial axiológico é também inconstitucional
3. Monopólio de decisão do poder constituinte do estado.
A constituição como expressão da vontade primária do Estado.

Visão tradicional não abarca a família constitucional britânica. Expressão do costumes de uma
sociedade. A constituição britânica não é uma constituição rígida. A lei parlamentar posterior,
que contrarie uma norma costumeira constitucional, revoga essa norma constitucional.

O conceito tradicional de constituição está pensado para constituições escritas norte


americanas ou da europa continental.

A constituição é hoje caracterizada por uma complexidade axiológica. Com base na mesma
constituição, é possível defender posições contrárias. Grande complexidade axiológica é
resultado do relativismo ou pluralismo de valores. Na composição das assembleias
constituintes, aparecem uma pluralidade de partidos e de ideologias. Mito de unidade inequívoca.

Diálogo entre fatos e realidade.


Há normas que perdem efetividade. Há uma oportunidade para a norma ser aplicada, mas a
norma não é aplicada - Desuso.
Falta de efetividade - Quando uma norma escrita deixa de ser aplicada quando deveria ser
aplicada.
Primeiro elemento de uma prática que pode gerar convicção de obrigatoriedade contrária à
norma legal - Costume contrário à constituição.
Norma não escrita em sentido contrário à norma constitucional. Constituição escrita oficial x
norma não escrita integrante da constituição não oficial, a real, aplicada.

O Estado não tem o monopólio da decisão constituinte. Permeabilidade. Invasão do


modelo formal escrito da constituição oficial, por práticas reiteradas que criam precedentes e
costumes contrários às normas escritas.

Paulo Bonavides – Todos os Estados têm sempre duas constituições. Uma escrita e uma real,
efetivamente aplicada. Todos os estados, exceto os estados com constituição de modelo
britânico.

Outra observação – contra a visão hierarquizada.

1. Esta conceção de Kelsen está pensada para a constituição escrita. Porém, há a


relativização da força normativa da constituição.

1.1 as normas escritas da constituição podem perder efetividade.


1.2 pode haver uma subversão do sentido de uma norma escrita da constituição.
(“oposição”)
Ex. Constituição na versão original falava de transição para o socialismo. Porém, o
primeiro governo pediu a adesão à união europeia. Gerou uma falta de efetividade.
Ex. Deputados eleitos de 4 em 4 anos. Porém, a motivação da maioria do eleitorado
é a escolha do primeiro ministro.
Ex. Desde 1966, antes de nomearem o PM, o Presidente encarrega alguém de
tentar organizar um programa de governo. Indigitação do PM. Encarregar alguém de
formar direito. Figura que surgiu na prática, sem que a constituição falasse sobre.

1.3 Pode acontecer que dentro da constituição existam uma hierarquia de normas. Nem
todas as normas constitucionais têm o mesmo valor.

Ex. Art.º 19/6 estado de sítio não pode afetar direitos fundamentais xyz. Mesmo em estado
de necessidade constitucional, há direitos fundamentais que nunca podem ser afetados.
Os direitos fundamentais a que se refere o art.º 19 são normas hierarquicamente
superiores às restantes normas fundamentais.
Relativização da força normativa da constituição.

1.4 Muitas normas constitucionais dizem que a situação x será regulada pela lei.

Ex. Direito à objeção da consciência art.º 41/6. Reenvio. A objeção de


consciência é um direito que está prisioneiro de uma norma legal. Quando a
constituição remete para a lei a efetividade das suas normas, isso significa que a
constituição relativiza a forma normativa dos seus preceitos.
A constituição não basta para a efetividade da força normativa dos seus preceitos.
Art.º18º - direitos liberdades e garantias não estão prisioneiros da lei.

1.5. Princípios jurídicos fundamentais acima das normas jurídicas.

2. Concorrência de normas fundamentais.


Hoje, há uma pluralidade de normas jurídicas, provenientes de diversos atores,
a reivindicar que cada uma das fontes emanam normas de natureza constitucional.
A própria sociedade pode criar normas de natureza constitucional.
O espírito do povo também pode criar normas de natureza constitucional.
A comunidade internacional também pode criar normas de índole constitucional, que
têm primado sobre as normas constitucional – ius cogens – ex. declaração universal dos
direitos do homem. Primado do direito da união europeia.

Constituição Económica dos estados membros da união europeia está no direito da


união europeia, no Tratado de Lisboa. Não há apenas uma norma proveniente de um
sujeito autor da constituição. Verifica-se uma pluralidade concorrente de normas
constitucionais.
A constituição do Estado não é apenas a lei fundamental, que ocupa o topo da
hierarquia. A constituição do Estado não se reconduz à constituição escrita elaborada por
esse estado. Constituição multinível. Verificação de que há normas constitucionais que
provêm de várias fontes, de níveis diferentes.

Constituição interna x Normas europeias x normas de ius commune, direito transnacional,


comum a vários estados.

Autoria da constituição – poder constituinte formal (gera a constituição oficial) ou poder


constituinte informal (gera normas não escritas) 3 diferenças
1. intencionalidade. O poder constituinte formal é a expressão de uma intenção de
elaborar ou modificar normas constitucionais X Poder constituinte informal - normas
que surgem espontaneamente na sociedade.

2. poder procedimentalizado. O poder constituinte formal obedece a um conjunto de atos


sucessivos, definidos pelo direito. Procedimentalização, há um processo para elaborar
e para modificar a constituição. X poder constituinte informal - ausência de qualquer tipo
de procedimentalização, sem regras que regulam.

3. O poder constituinte formal traduz-se sempre num ato jurídico escrito. X poder
constituinte informal - ausência de ato jurídico escrito.

O poder constituinte formal pode ser originário ou derivado.

Originário – traduz-se na feitura de uma constituição.


Derivado – traduz-se na revisão ou alteração da constituição existente.
O poder constituinte derivado está subordinado ao originário. Se violar as normas definidas
pelo poder constituinte originário, gera a inconstitucionalidade das leis de revisão constitucional.

O poder constituinte formal pode ser o resultado de 3 hipótese:


1. expressão da vontade de uma pessoa, que outorga uma constituição.
2. Expressão de uma assembleia constituinte (Portugal 1911, 1976)
3. Solução mista. Parlamento aprova, lei sanciona ou não. (Carta Constitucional francesa
1830, Portugal 1837).
4. Constituição produto de uma votação popular. Projeto aprovado por um referendo.
(Portugal 1933, França 1958)
O poder constituinte informal pode ter 3 características:
- pode ser segundo a constituição
- pode ir para além da constituição
- pode ser contrário à constituição

APLICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO

A validade de todos os atos depende da sua conformidade com a Constituição

- O legislador, ao fazer as leis, tem de ter em vista a Constituição. A lei desenvolve-se


dentro do espírito do sistema constitucional.
- Os tribunais têm, nos termos do art.º 204º da CRP, têm o dever de recusar a aplicação
de normas que violem a constituição. Todos os tribunais estão vinculados a garantir a
constituição. Todos os tribunais são tribunais constitucionais. Fonte do art.º 204º é a
constituição norte americana e a brasileira de 1891.
- A administração também tem de aplicar a constituição.
Só pode recusar a aplicação de normas inconstitucionais a título excepcional. Em regra, a
administração está obrigada a aplicar normas inconstitucionais. No âmbito da função política,
os atos políticos não estão sujeitos, em regra, a controlo jurisdicional. Atos políticos só são
controláveis em termos políticos. Opinião pública, eleições.
- Entidades privadas que exercem poderes públicos também estão vinculadas a
aplicar a constituição, nos termos que a administração está.
- As entidades que exercem funções privadas, os particulares estão vinculados nos termos
do art.º 18º/1 da CRP – normas que dizem respeito a direitos, liberdades e garantias.

Aplicação fora do território nacional:


Casos de extraterritorialidade. Embaixadas, consulados, aviões, etc. Ficção de que esses
espaços são território nacional.
Normas de conflitos. Art.º 22 e seguintes. Direito internacional privado. Casos de conflitos
de leis atravessadas por fronteiras.
Ex. A, espanhol, casa com B, francês, vivem em Portugal e querem divorciar-se. Em
Portugal, saber qual a lei que divulga o divórcio e o poder parental. Tribunal pode aplicar direito
estrangeiro.
Quando aplica uma lei ordinária estrangeira, pode analisar-se a conformidade dessa lei
à constituição do seu país de origem. Aplicação externa da constituição portuguesa, ou da
constituição de qualquer outro país.

MECANISMOS DE DEFESA INTERNA E EXTERNA DA CONSTITUIÇÃO

Mecanismos de defesa interna


- Defesa da identidade constitucional. Defender os valores nucleares de uma constituição.
Limites materiais de revisão constitucional. Art.º 288 Cláusulas pétreas (termo brasileiro). Há
matérias que a constituição nega a possibilidade de ser objeto de modificação
constitucional.
Ex. Forma republicana de governo. Ideia portuguesa – matérias que não podem ser
modificadas.

1. Para alguns autores, a norma da constituição que fixa as cláusulas pétreas é uma norma
supraconstitucional.

2. A norma que fixa os limites materiais é uma norma constitucional igual a qualquer outra,
passível de alteração.

Ex. 1ª revisão remove a forma republicana como limite, posteriormente, uma 2ª revisão,
uma vez que já não existe a alínea que define que a forma republicana é um limite material, pode
instaurar uma monarquia.
A alteração dos principais limites identificativos não leva à criação de uma nova
constituição? A descaracterização da entidade de uma constituição acaba, por fim, por conduzir a
uma transição constitucional.
Ex. 288 a) independência nacional. Portugal como estado federado na união europeia. A
constituição deixa de ser a constituição de um estado federado, deixa de ser a mesma
constituição.

3. os limites materiais não seriam uma ditadura que os pais da constituição original impõem à
vontade constituinte das gerações futuras. Os limites materiais colocam o problema do
relacionamento constitucional entre gerações. Gerações condenadas à insubordinação.

Limites materiais podem aprisionar a liberdade das gerações futuras


- Defesa da força normativa da constituição.
Defesa da constituição como lei fundamental determina que todos os atos que violem a
constituição sejam atos inconstitucionais.
Fiscalização da constitucionalidade. Os tribunais são chamados a garantir a constituição. Os
tribunais são os últimos guardas da constituição. A fiscalização processa-se por:

1. Ação. Controla-se aquilo que foi feito, em sentido contrário à constituição. Art.º 283º
1.1 Fiscalização preventiva – incide sobre atos que ainda não estão perfeitos. O processo da
sua feitura ainda não foi concluído. Pode faltar a promulgação, a assinatura do representante da
república. Ocorre antes do ato estar publicado, de ter entrado em vigor.

1.2 Fiscalização sucessiva – incide sobre atos perfeitos, que terminou o seu processo de feitura,
foi publicado.
A fiscalização sucessiva poderá, por sua vez, ser:

1.2.1 difusa ou incidental – todo e qualquer tribunal tem competência para


conhecer a constitucionalidade art.º 204º
1.2.2 concentrada – só um órgão tem a competência para fiscalizar. Tribunal
Constitucional.
Exemplo francês – Conselho Constitucional. Princípio da separação de poderes.
Problema da legitimidade. (Rousseau).

2. Omissão. Controla-se o que não foi feito, mas deveria ter sido feito.
- Defesa em situações extraordinárias. Revolta militar, desastre nacional. Estado de Exceção
Constitucional. Estado de necessidade constitucional. Art.º 19º Previstas 2 figuras.
Circunstâncias extraordinárias, é possível a suspensão parcial de certas normas da constituição.
Valores mais importantes que justificam que se crie soluções jurídicas excecionais.
Limites resultam do art.º 19º/6 – direitos fundamentais não podem ser objeto de suspensão.

1. Estado de sítio
2. Estado de emergência

- O direito penal político – normas do código penal que visam sancionar quem atente contra a
constituição.
Ex. Apelo público para destituir a constituição, apelo à insurreição é crime. É crime também
a prática de atos que levam à subversão das instituições constitucionais.

- Não se pode excluir a admissibilidade do direito de resistência para a defesa de direitos


constitucionais art.º 21. Art.º 19/8.
Ex. Portugal é invadido por forças estrangeiras. É admissível que portugueses defendam a
constituição.

Mecanismos Externos

- UE tem o direito de sancionar estados que violem valores da constituição europeia. Art.º
7º.
Punições:
- Suspensão de um Estado.
- Proibição de direitos de voto.

CESSAÇÃO DE VIGÊNCIA DA CONSTITUIÇÇÃO

2 tipos de processos.

1. processos constitucionais – Cessação pode ser parcial ou total. Pode-se cessar a


vigência de toda a constituição (transição constitucional, respeitando as regras da
constituição, sem ruptura constitucional quanto ao processo de feitura) ou só de certas
normas (revisão constitucional mantém a mesma constituição vigente).
2. processos aconstitucionais – à margem da constituição.
Processos que alteram a constituição.
Podem levar à transição, na íntegra, para uma nova constituição.

2.1. Processos revolucionários.


2.2. Golpe constitucional. Alteração da constituição, sem ser por revolução e sem
respeitar as regras vigentes para a alteração dessa mesma constituição.
Ex. ato adicional de 1852.
2.3 costume contra a constituição
A dissolução da constituição nacional quer pela globalização constitucional, ius commune
constitucional, quer pela europeização.
Constituições nacionais são constituições regionais, dentro da união europeia.

PROJEÇÃO EXTERNA DA CONSTITUIÇÃO NACIONAL

- aplicação por tribunal estrangeiro. Problema de compatibilidade do direito ordinário


português com o direito constitucional. Tribunal estrangeiro competente para julgar
conforme a constituição portuguesa.
- Emigrantes portugueses gozam de direitos e estão sujeitos a deveres compatíveis com o
facto de estarem no estrangeiro. Estão sujeitos à constituição portuguesa, que é uma lei
pessoal.
- Vinculação do Estado português a convenções internacionais. Negociações e
representantes legitimados pela constituição portuguesa.
- Tratado da UE, art.º 6º/3. Tradições constitucionais comuns aos Estados membros.
Constituição funciona no âmbito da UE como fonte de tradições comuns. Denominadores
comuns são fonte de direito da UE.

NORMAS CONSTITUCIONAIS

Regras – aplicação “tudo ou nada”. Sem dúvidas interpretativas

Princípios – possuem elasticidade de concretização, permeabilidade.


Ex. Art.º 276º, boa fé, etc. Protagonismo do intérprete, conflitos interpretativos. Aos
tribunais compete fixar o sentido último da interpretação. Intérprete último = Tribunal
constitucional. Grau de abstração, interpretação pode levar a diversas decisões diferentes. No
tribunal, vencidos elaboram uma declaração de voto. Interpretação da constituição não é pacífica.
Principais normas são normas princípio.

Há situações de concorrência de princípios


Ex. Direito à informação sobre individualidades públicas x direitos à privacidade, reserva da
vida privada. Concorrência coexistencial. Ponto de equilíbrio. Ponderação no caso concreto. Justo
equilíbrio. Hierarquia superior das normas constitucionais.
Constituição portuguesa permite tanto a nacionalização quanto a privatização. Prevalência
de uma ou de outra depende de fatores políticos.
Princípio da alternância democrática.

Constituições de matriz liberal - estabelece normas de natureza organizativa e funcional.


Separação de poderes.

Constituições de Estados sociais – impõem obrigações, possuem normas programáticas, que


implicam relações entre poderes.
Normas programáticas – não são exequíveis por si mesmas. A lei faz ponte com a realidade
concreta. Inconstitucionalidade por omissão. Tribunal Constitucional art.º 283º

INTERPRETAÇÃO DE NORMAS CONSTITUCIONAIS

- será legítimo aplicar à constituição as regras de interpretação do CC? Normas do CC, em


matéria de interpretação, são lei constitucional. Há convicção de obrigatoriedade
constitucional
- sujeitos protagonistas da interpretação:
1. Qualquer um pode fazer interpretação doutrinal. Pluralidade de intérpretes
2. Interpretação judicial
3. O presidente pode considerar que o governo está a por em causa o regular
funcionamento, TC não fiscaliza a constitucionalidade desse ato.
4. Assembleia da república quando realizam revisão constitucional realizam
interpretação autêntica
5. Administração

- Princípios a que está sujeita a interpretação:


1. Unidade, consequência do elemento sistemático
2. Máxima efetividade, interpretação que melhor garante os direitos que constam na
CRP
3. Princípio da concordância prática. Concorrência de princípios. Devemos
encontrar uma solução que harmonize os princípios. Ponderação + hierarquização.
4. Princípios de interpretação de direito ordinário. Sentido compatível com a
constituição deve prevalecer

Lacunas – ausência de regulação dentro do plano. Lacunas das normas constitucionais


integram-se através de outras fontes de normas constitucionais.
Ex. DUDH, costume praeter legem. Ou analogia dentro da constituição Ou tradições
constitucionais comuns aos Estados membros da UE.
Critério 10º/3 CC, criação de norma pelo intérprete, transponível para a CRP? Em matéria
de competência, a regra é de que não há lacuna.

EFICÁCIA TEMPORAL DAS NORMAS

- em regra a eficácia das normas é apenas para o presente e para o futuro


- podem subsistir normas de direito anterior. Há normas de direito anterior à constituição
vigente que podem ser ressalvadas. Direito ordinário não cede perante a entrada em vigor
de uma nova constituição. Apenas se for materialmente contrária à nova constituição
- Uma norma constitucional que já não está em vigor pode produzir efeitos. Enquanto
vigorarem atos que forem emanados ao abrigo dessa constituição, esses atos têm como
fundamento essa constituição.
o Formulação do CC/66 não pode ser questionada ao abrigo da CRP/76 e revogada
por um regulamento. Como o CC/66 foi criado ao abrigo da CRP/33, deve respeitar
normas orgânicas/formais dessa constituição.
- Pós-eficácia das normas constitucionais.
Inconstitucionalidade pretérita – desconformidade de um ato face a texto constitucional que já
não está em vigor. Também pode ocorrer quanto a normas da constituição de 76 que sofreram
revogação por revisão constitucional

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