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1. Intróito
O Estado assume, ao longo da história, as mais variadas feições, num processo de transformação
constante, para que possa se conformar à dinâmica social. Nesse contexto de permanente mudança, o Estado
Moderno, ao longo de sua evolução, foi levado a rever, por mais de uma vez, sua forma de intervenção na
sociedade.
O Brasil, como não poderia deixar de ser, não ficou alheio a todo esse processo de mudança, vindo a
empreender, ao longo do século passado, algumas alterações fundamentais no modo de se estruturar, o que
culminou, em meados da década de 90, com a implantação de um novo modelo de administrar, a saber, a
administração gerencial.
O presente estudo se propõe a desenhar todo o quadro histórico desse processo cíclico de evolução
estatal, avaliando os fatores determinantes dos movimentos reformistas das duas últimas décadas do século XX,
no intuito de extrair as bases do novo modelo de Estado.
Ao longo do século XVIII, pôde-se notar a estruturação do Estado liberal, caracterizado pela adoção de
uma postura de mero guardião da ordem e segurança nacionais, reduzindo sua atuação ao pequeno núcleo
estratégico, correspondente, sobretudo, à defesa nacional, arrecadação e diplomacia. Era o Estado mínimo, alheio
à área social e ao domínio econômico, os quais ficavam ao sabor das próprias forças sociais.
O modelo de Estado modesto começa a decair após a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa,
ruindo definitivamente na década de 30 do século passado. Isso porque o mercado livre e a inexistência de uma
política social levaram as economias capitalistas à insuficiência de demanda agregada, ensejando uma crise
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política social levaram as economias capitalistas à insuficiência de demanda agregada, ensejando uma crise
generalizada que abriu espaço para a emergência do Estado Social-Burocrático, de cunho intervencionista.
A nova visão do Estado reconhecia seu papel complementar nos âmbitos econômico e social. Isso
significava, para o Estado intervencionista, a assunção da prestação de serviços sociais fundamentais, além do
disciplinamento da ordem econômica, seja para limitá-la e permitir sua compatibilização com o interesse coletivo,
seja para estimulá-la através da concessão de apoio financeiro, creditício e de infra-estrutura, ou ainda, através
de sua atuação direta na prestação de atividades econômicas.
Surgiram, nessa nova realidade, o Estado do Bem-Estar Social (Welfare State), nos países desenvolvidos,
em especial na Europa; o Estado Desenvolvimentista e protecionista nos países em desenvolvimento do chamado
Terceiro Mundo; e os Estados Comunistas do bloco soviético.
Aos poucos, a própria estrutura do Estado intervencionista, voltada para conformá-lo ao papel de um
verdadeiro demiurgo social [1] , na expressão de Bresser Pereira, tornou-o incapaz de desenvolver a contento
todas as atividades que tinha assumido, induzindo a um processo descentralizante, tanto no que se referia à
prestação de serviços públicos, quanto no tocante à realização, por interposta pessoa, de atividades econômicas.
Nasceram, nesse último caso, as entidades da administração indireta (autarquias e empresas públicas), da
mesma forma que se verificou uma crescente tendência à associação do Estado com o capital privado, através
das sociedades de economia mista e de institutos como as concessões, permissões e autorizações de serviços
públicos.
Contrariamente ao esperado, essa onda descentralizante não conseguiu superar os problemas do Estado
intervencionista. Pelo contrário, o Estado hipertrofiado e super desenvolvido, ensejou uma queda ainda maior em
seu grau de eficiência na prestação de serviços sociais e regulação econômica.
Nas palavras de Roberto Ribeiro Bazilli: "Esse gigantismo, em aparente contradição, leva o Estado
intervencionista a se esgotar; sobrecarrega o Estado com tarefas dispensáveis e que são melhores
desempenhadas pela iniciativa privada; dificulta a adequada realização das atividades essenciais do Estado; a
eficiência diminui bem como acarreta a insuficiência de recursos(...)" [2]
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A globalização impôs uma dupla pressão sobre os Estados: por um lado cresceu o desafio estatal em
proteger os seus cidadãos, dado que a lógica do mercado, privilegiado pela economia neoliberal, é favorável aos
mais fortes e capazes e induz ao aumento da concentração de renda; de outro, exigiu do Estado maior eficiência
na realização das tarefas públicas, de modo a aliviar as pressões sobre as empresas nacionais e facilitar sua
concorrência frente ao mercado internacional.
Assim, o Estado Intervencionista, que no início do século passado foi apontado como fator de
desenvolvimento, transformou-se em obstáculo ao crescimento econômico e social, e toda a crise estrutural
descrita acabou por demandar imediatas alterações no seu modelo. Tal fato conduziu, na década de 80, a um
movimento geral de reformas do Estado.
3. A Reforma do Estado
Em face dessa necessidade de redefinição do papel do Estado como meio de organização social, emergiu
o princípio da subsidiariedade, que possibilita aprofundar a relação entre Estado e Sociedade, na medida em que
se acomete aos corpos sociais uma participação ativa na realização do interesse público, numa espécie de
delegação social, efetuada por meio do que Diogo de Figueiredo Moreira Neto denomina de entidades de
colaboração e de cooperação. [3]
A idéia de subsidiariedade devolveu à sociedade organizada as atividades que, inobstante envolvam claro
interesse público, prescindem da atuação direta do Estado, relegando ao mesmo o papel de fomentador,
controlador e coordenador da atuação social. O Poder Público se retrai um pouco e é direcionado apenas às
atividades que demandem, efetivamente, o emprego do aparelho coercitivo estatal.
Destarte, o Estado, nessa nova ótica, reduz seu papel de executor ou prestador direto de serviços para
assumir o caráter de regulador, indutor e mobilizador dos agentes econômicos e sociais, cuja principal função
seria simplesmente promover a coordenação estratégica do desenvolvimento, da integração regional e da inserção
no mercado internacional, evitando, assim, a precarização dos serviços públicos e uma maior exclusão social.
Nesse sentido, uma das primeiras alternativas apontadas para a superação da crise do Estado
Intervencionista foi o estabelecimento de parcerias entre o setor público e o privado, o que conduz ao crescimento
do chamado setor público não-estatal.
Outro ponto que deve ser levado em conta, quando se fala em Reforma do Estado,é o anacronismo
existente entre o Estado centralizador, produtor, prestador de serviços e excessivamente burocratizado, e a nova
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existente entre o Estado centralizador, produtor, prestador de serviços e excessivamente burocratizado, e a nova
dinâmica do capitalismo internacional. De fato, em termos jurídico-institucionais, não se pode negar a premência
de se adaptar o arcabouço normativo então em vigor à nova realidade.
Daí porque, segundo Bresser Perreira [4] , outra forma de conceber a reforma do Estado é entendê-la como
um processo de criação e transformação de instituições com o intuito de solucionar os problemas de
governabilidade e governança, dois conceitos de extrema importância dentro da lógica da reforma, uma vez que
correspondem às dimensões política e administrativa da mesma.
Quando se fala em governabilidade, o que se põe em jogo é a capacidade política de governar, ou seja, a
relação de legitimidade do Estado e de seu governo, perante à sociedade. A idéia de governabilidade está muito
ligada ao apoio que um governo detém de sua população.
Durante muito tempo, diversos Estados latino-americanos, inclusive o Brasil, enfrentaram crises políticas,
que nada mais eram que verdadeiras crises de governabilidade. Isso porque os processos de seleção e escolha
de seus governantes careciam de legitimidade, haja vista que, na maioria das vezes, não eram implantados de
forma democrática.
Nesse contexto, a falta de credibilidade constituía-se no verdadeiro óbice à implantação das reformas
estruturais que se faziam necessárias e, por conseguinte, impedia a formação de um indispensável
comprometimento social para o sucesso das mudanças a serem implementadas. O avanço gradual nos processos
de democratização ocasionou, felizmente, a superação parcial da crise política, ao menos sob essa perspectiva.
Com efeito, a partir do final da década de 80, o problema da governabilidade, acabou por se deslocar para
uma outra vertente, qual seja, a necessidade de adequação das instituições políticas estatais ao efetivo interesse
público.
Assim, hodiernamente, a governabilidade nos regimes democráticos depende, em grande parte, de uma
melhor intermediação dos diversos interesses do Estado e da sociedade em geral; da capacidade da sociedade
em limitar suas demandas e da capacidade do governo de efetivamente atendê-las.
Mais do que isso e primordialmente, a Reforma do Estado, do ponto de vista da governabilidade, envolve
a criação de mecanismos de responsabilização (ou accountability, isto é, dever de prestar contas e assumir
responsabilidades perante os cidadãos) dos políticos e burocratas, ou dos gestores públicos em geral, pelos
resultados de suas ações, evitando-se, assim, que se dê a vitória da cultura de prevalência dos interesses
privados sobre o interesse público (cultura do rent-seeking, ou busca pelo lucro).
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A crise fiscal dos anos 70 e 80, caracterizada pela incapacidade do Estado em superar o problema da
poupança pública negativa e pela falta de recursos para a introdução e desenvolvimento de novas políticas
governamentais, nada mais representou senão uma crise de governança, na medida em que imobilizava o Poder
Público, obstando-o de cumprir seus deveres sociais e contribuindo ainda mais para a precarização dos serviços
públicos.
Essa crise de governança, aliada à rigidez e ineficiência da máquina administrativa, tornou premente a
implantação de um novo modelo de administração pública, capaz de melhor atender as demandas sociais. É aí
que resurge o tema da Reforma Administrativa.
Algum tempo depois, o mesmo sistema que apareceu como resposta à ineficiência burocrática acaba por
resvalar para a criação de privilégios corporativistas, favorecimento, clientelismo e corrupção. Assim é que
renasce novamente, em face desse quadro, a proposta tradicional e centralizadora, subjugando o modelo anterior,
sob o argumento da restauração da moralidade e probidade administrativas.
A administração pública burocrática teve origem na segunda metade do século XIX, como forma de
combate aos excessos do modelo anterior, patrimonialista, que não resistiu ao desenvolvimento do capitalismo e
da democracia, e ao fortalecimento da sociedade civil.
O Estado patrimonialista era marcado pela confusão entre os interesses públicos e privados, uma vez que
o aparelho estatal nada mais era que uma extensão do poder do soberano, não havendo distinção entre a coisa
pública e os bens da realeza. Como conseqüência, a corrupção, o clientelismo e nepotismo avultavam.
O caráter racional apontado por Weber se consubstanciava na escolha dos meios mais adequados (ou
eficientes) para a realização dos fins visados. O legalismo, por sua vez, ficava consignado na medida em que a
escolha desses meios e fins era pautada rigidamente em regras, estatutos, regulamentos, enfim, na lei em sentido
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escolha desses meios e fins era pautada rigidamente em regras, estatutos, regulamentos, enfim, na lei em sentido
lato.
Na segunda metade do século XX, diante do ritmo acelerado que se imprimiu às relações sociais e
econômicas, a ineficiência desse tipo de administração mostrou-se patente. Isso porque o modelo burocrático é
dominado pelo determinismo e linearidade, pela obediência cega à lei, sendo, em razão disso, mais conforme
com um ambiente relativamente estável, de poucas transformações, ou de mudanças razoavelmente previsíveis.
Nessa perspectiva, o rigor do cumprimento do ritual burocrático não conseguiu sobreviver aos avanços
tecnológicos e ao mundo globalizado, de mudanças constantes e imprevisíveis. A gestão da coisa pública passou
a exigir uma forma de administrar mais ágil, descentralizada, e mais voltada para o controle dos resultados que
dos procedimentos. É nesse contexto que surge a chamada administração gerencial.
A Administração Pública Gerencial constitui, de certa forma, um rompimento com o sistema burocrático
tradicional, sem, no entanto, negá-lo in totum, uma vez que esse novo modelo tem muitos de seus princípios
fundamentais derivados do anterior, tais como a admissão segundo rígidos critérios de mérito, avaliação de
desempenho, sistema de carreiras, profissionalismo e impessoalidade. As semelhanças, porém, não vão muito
além disso.
Com efeito, enquanto a administração tradicional, burocrática, é mais voltada para si mesma,
identificando, com freqüência, o interesse público com os interesses do próprio Estado e direcionando os recursos
públicos para o atendimento das necessidades da própria burocracia e do aparato estatal, a administração
gerencial relaciona sua atuação ao interesse da coletividade, sob a ótica do cidadão-cliente, ou cidadão-
usuário.
Nesse sentido, na administração gerencial o foco deixa de ser a própria administração pública para tornar-
se a satisfação do cidadão. Cabe ao Estado assegurar, no interesse desse cidadão-usuário, a maior eficiência e
qualidade dos serviços públicos, e não apenas verificar o cumprimento da legislação em vigor.
Paralela a essa nova visão de interesse público, está a derrocada do sistema de controles formais e
legais, típicos da administração burocrática, e a ascensão dos controles de produtividade, economicidade e
eficiência, vale dizer, do controle a posteriori de resultados.
Em busca da maior eficiência administrativa e melhor gestão da coisa pública, são tomadas diversas
medidas, sobretudo quanto à forma de organizar-se o aparato estatal e quanto à política de pessoal.
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Entre essas providências, podem ser citadas: a transferência de funções do poder central para entes
intermediários e locais, o fortalecimento de técnicas de coordenação de serviços e atividades entre as diferentes
esferas políticas (como consórcios intergovernamentais, acordos-programas e convênios), o aumento da
autonomia de entidades da administração indireta, a capacitação dos dirigentes e a criação de carreiras
específicas para os altos gestores, além da valorização do servidor, visando a criar condições objetivas para o
desenvolvimento dos responsáveis em pôr em prática a reforma planejada.
Em conformidade com todas essas mudanças, algumas das atividades estatais (de cunho não
monopolista e caráter competitivo, a exemplo dos serviços de saúde, educação, pesquisa, limpeza urbana, entre
outros), passam a ser compartilhadas com a sociedade civil, para garantir a melhor prestação dos serviços
públicos.
O modelo gerencial consagra ainda, nesse último ponto, relativo à maior participação dos agentes
privados e/ou da sociedade civil na prestação dos serviços públicos, o princípio da competição administrativa,
citado por Marcos Alonso Nunes [5] .
Segundo esse princípio, a forma mais duradoura de se atingir eficiência no serviço público é instituir um
mecanismo para estimular a prestação dos mesmos. Essa competição envolveria entidades estatais, entidades
privadas e públicas não-estatais, e levaria em conta não o sistema de preços, como ocorre no mercado privado,
mas a redução de custos operacionais, aumento de qualidade, atingimento de metas e outros indicadores do
desempenho institucional.
Tecidas essas considerações, é possível relacionar aquelas que, segundo Bresser Pereira [6] são as
principais características do modelo de administração gerencial:
b)ênfase no controle dos resultados, através de contratos de gestão (ao invés de controle de
procedimentos);
e)distinção entre dois tipos de unidades descentralizadas: as agências executivas, que realizam
atividades exclusivas do Estado, por definição monopolistas, e os serviços sociais e científicos de caráter
competitivo, em que o poder do Estado não está envolvido;
f)transferência para o setor público não-estatal dos serviços sociais e científicos competitivos;
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g)adoção cumulativa, para controlar as unidades descentralizadas, dos mecanismos (1) de controle
social direto, (2) do contrato de gestão em que os indicadores de desempenho sejam claramente definidos e
os resultados medidos, e (3) da formação de quase- mercados em que ocorre a competição administrativa;
h)terceirização das atividades auxiliares ou de apoio, que passam a ser licitadas competitivamente no
mercado".
Até o século XIX, o Estado Brasileiro era, fundamentalmente, um Estado patrimonialista clássico, que
pouco se voltava para o desenvolvimento econômico e social. Mesmo após a proclamação da República e tomada
de poder pelas oligarquias locais, não se verificaram alterações substanciais no modo de administrar.
A primeira experiência efetiva de reforma do Estado brasileiro dá-se a partir de 1930, momento em que o
mesmo passa por mudanças profundas, em face da aceleração do processo de industrialização nacional. No
governo Getúlio Vargas, então, emergem as primeiras características de um Estado Intervencionista, expandindo-
se as idéias weberianas.
Paralelo ao crescimento das atribuições do Estado, exsurgiu o modelo racional-legalista das organizações
burocráticas, ampliou-se o funcionalismo público e universalizou-se o sistema de mérito, impessoalidade,
centralização e hierarquia. Para implementar todas essas mudanças foi criado, em 1936, o Departamento de
Administração do Serviço Público – DASP.
Os sinais de disfuncionalidade do sistema rapidamente começaram a aparecer, tanto que, pouco tempo
após a introdução do mesmo, criou-se a primeira autarquia, a partir da idéia de descentralização e flexibilidade
dos serviços públicos. Esse fato já correspondia, para alguns, a um primeiro indício da administração gerencial.
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Essas falhas do sistema introduzido pelo mencionado diploma legislativo foram postas em discussão na
década de 80, diante da crise que tomava o país e do processo de redemocratização.
Tal empreendimento foi apontado pelo PDRE como um retrocesso burocrático [7] , promovendo um
engessamento do aparelho estatal, com o retorno a muitos dos paradigmas do modelo de administração
burocrática, a exemplo do controle rígido de processos, dificuldades na contratação de pessoal, na execução de
compras e manejo dos recursos orçamentários.
Dado esse diagnóstico, a partir de 1995, começou a se defender uma nova reforma da administração
pública brasileira, integrada a um abrangente processo de Reforma do Estado. Em decorrência disso,
transformou-se a então Secretaria da Administração Federal - SAF - no novo Ministério da Administração Federal
e Reforma do Estado - MARE.
O MARE passou a desenvolver uma nova política de organização do Estado, que pode ser identificada
em oito princípios fundamentais: 1)desburocratização (por meio de flexibilização administrativa e eliminação de
procedimentos operacionais desnecessários); 2)descentralização (delegação de competências dentro da estrutura
do Estado e estabelecimento de parcerias com a sociedade); 3)transparência (maior publicidade das ações
governamentais, possibilitando o controle social); 4)accountability; 5)ética; 6)profissionalismo; 7)competitividade; e
8)enfoque no cidadão (como principal usuário dos serviços públicos) [8] .
As referidas propostas foram posteriormente consolidadas no Plano Diretor da Reforma do Estado - PDRE
-, e com base nelas iniciou-se todo o processo de Reforma do Estado que vem sendo gradativamente implantado
no Brasil.
6. Conclusão
a)delimitação das funções do Estado, com a redução do seu tamanho por meio, principalmente, de
programas de privatização, terceirização e publicização;
b)redução da interferência do Estado ao plano de atividades em que haja real necessidade de sua
intervenção, através de programas de desregulação que possibilitem maior controle via mercado, passando o
Estado a ser promotor da capacidade de intervenção do país, e não protetor da economia nacional frente à
competição externa;
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d)aumento da governabilidade, graças a instituições políticas que garantam uma melhor intermediação de
interesses sociais, com maior controle social e democracia direta;
e)implantação do modelo de administração gerencial, o qual teria repercussões nos âmbitos econômico
(pela diminuição do déficit público, ampliação da capacidade financeira do Estado para concentrar recursos em
áreas em que é indispensável sua atuação direta), social (aumento da eficiência dos serviços públicos, sejam eles
prestados diretamente pelo Estado ou não, havendo melhor socialização dos mesmos) e político (pela melhor
intermediação de interesses públicos e privados, assegurando um caráter mais democrático da gestão pública).
7. Bibiografia
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Notas
1. PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. A Reforma do Estado dos anos 90: Lógica e Mecanismos de Controle.
Brasília: Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, 1997. p.11.
2. BAZILLI, Roberto Ribeiro. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público: Nova Modalidade de
Parceria. Revista dos Tribunais, 89º ano, v. 779, set./2000, p.82
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8. PIMENTA, Carlos César. A Reforma Gerencial do Estado Brasileiro no Contexto das grandes
tendências mundiais. Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, v. 35, n.5,
set./out., 1998. p.181/183.
Sobre o autor
Maria Carolina Miranda Jucá
acadêmica de Direito da UFPE, em Recife (PE)
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