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UFRGS | FABICO | TEORIAS DA IMAGEM | 10.

02 | BRUNA ANTUNES | TURMA B

Leituras Orientadas II

1. Qual o papel do espectador? Considere na sua resposta também as atividades


de reconhecimento e rememoração.

O espectador e sua relação com a imagem não possui definição simples, segundo Aumont
(1995), além da capacidade de percepção entra em jogo todo o histórico de afetos, crenças,
saberes, que são fortemente vinculados ao período da história - classe social, época, cultura
- mas apesar disso, existem fatores constantes, interculturais e trans-históricas na relação
do homem com a imagem em geral. Algo relevante a se considerar é a não-gratuidade da
produção de imagens: elas são criadas com um propósito (representativas, simbólicas,
estéticas, informativas, ...) que geralmente faz a mediação entre o espectador e a realidade
que o criador deseja representar.

O espectador reconhece algo em uma imagem quando identifica, completa ou parcialmente,


o que se vê nela com algo que se vê na realidade. Usamos de uma gama de formas
memorizadas para associar imagens: "a constância perceptiva é a comparação incessante que
fazemos entre o que vemos e o que já vimos" (AUMONT, 1995, p.82). O autor também afirma
haver satisfação psicológica no ato do reconhecimento, pelo reencontro com uma experiência
visual, explica de forma clara o mecanismo:

Ou seja, de modo geral o trabalho de reconhecimento aciona não só as


propriedades "elementares" do sistema visual, mas também capacidades de codificação
já bastante abstratas: reconhecer não é constatar uma similitude ponto a ponto, é achar
invariantes da visão, já estruturados, para alguns, como espécies de grandes formas.
(AUMONT, 1995, p.83)

O espectador rememora e usa esquemas como forma de rememoração pela imagem ser
mais econômica, mais simples e mais objetiva na intenção de facilidar o processo. E tem por
obrigatoriedade um aspecto cognitivo e didático.

Sendo assim, segundo a abordagem mostrada por Aumont (1995), o espectador é um parceiro
ativo da imagem, emocional e cognitivamente. Uma definição objetiva fornecida pelo autor:

Foi também Gombrich que, em sua célebre obra L'Art et l'illusion, propôs a expressão
de "papel (ou parte) do espectador" (beholder's share) para designar o conjunto de atos
perceptivos e psíquicos pelos quais, ao percebê-la e ao compreendê-la, o espectador
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faz existir a imagem. (AUMONT, 1995, p.86)

Dentro desse contexto, Aumont (1995) diz que a percepção do espectador é basicamente
um sistema de expectativas: são criadas hipóteses que podem ser verificadas ou anuladas,
e esse sistema é informado pelo nosso conhecimento do mundo e de imagens, ou seja, não
existe olhar fortuito; ver é comparar o que esperamos ao que nosso aparelho visual recebe
do exterior. A parte do espectador também é projetiva, havendo forma semelhante com algo
existente em sua memória, ela suprirá as lacunas do não-representado de forma a fazer
a ligação, e esse fator transforma a visualização da imagem em um fenômeno conectado
à imaginação, tanto do autor quanto do espectador. Ou seja, na teoria de Gombrich é o
espectador que faz a imagem.

2. O que é forma para a Gestalt e quais os principais conceitos apresentados pela


teoria?

A forma, segundo a Gestalttheorie é o "... esquema de relações invariantes entre certos


elementos" (AUMONT, 1995, p.68). Sua proposta é a separação dos elementos figura e fundo
de forma a organizar a imagem. Experiências confirmam a idéia de que as bordas fornecem
a informação necessária para a percepção da forma, além de outros fatores relacionados: "A
percepção da forma leva tempo. (...) A percepção da forma só se torna mais difícil, ou menos
habitual, quando a imagem se torna mais abstrata, mais simbólica." (AUMONT, 1995, p.69)

A percepção da forma como unidade, implica na existência de um todo que racionaliza


a estrutura de suas partes, segundo Aumont (1995), os Gestaltistas formularam leis - de
proximidade, de similaridade, de continuidade e de destino comum - que baseiam-se na noção
central de Forma, sendo essa a relação mais profunda entre os elementos da figura do que os
próprios elementos e que não é destruída pela transformação dos mesmos.

Os Gestaltistas também ressaltam a importância das noções de forma e informação:

"Existem partes que fornecem muita informação, outras que fornecem pouca: estas
últimas são as que "dizem" muito pouco além do que já "é dito" pelo meio onde
estão, as que são completamente predizíveis; a seu respeito fala-se de redundância."
(AUMONT, 1995, p.72)

O autor explica que damos atenção as áreas incertas da imagem, onde os contornos mudam
de direção muito depressa e que a redundância ocorre nas porções homogêneas, com
contornos constantes e estruturas simétricas.
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3. Como se dá a leitura de imagens? Existe uma gramática visual? Explique sua


resposta.

Segundo Oliveira (2006) as primeiras indagações que uma imagem deve suscitar estão
vinculadas a sua estrutura básica. A linha ou as linhas determinantes da macroestrutura da
imagem visual devem ser questionadas de forma a dar sustentação ao todo da composição.
Ou seja, se trata de uma diagonal, de um eixo vertical, de diagonais que se cruzam, horizontais
paralelas, figuras geométricas, ângulos ou um ponto central? Depois de identificada a estrutura
básica, parte-se para a definição dos elementos constitutivos: "... linhas, pontos, cores, planos,
formas, cor, luz, dimensão, volume e textura" (OLIVEIRA, 2006, p.50).

Elementos mínimos constituintes articulados por meio de regras são as marcas da


concepção do texto visual que, nele deixadas intuitiva ou conscientemente, revelam o
momento vivido e as pretensões do seu produtor. Em cada texto visual está registrado
um discurso, evidenciando uma visão específica de seu criador, ou seja, o modo como
o autor da obra vive e vê o mundo também é mostrado na sua criação. (OLIVEIRA,
2006, p.52)

Segundo Oliveira (2006), não existe uma gramática do visual, sendo assim não existe
sintaxe nem linguagem visual, existe apenas uma "linguagem" visual, entre aspas por não
corresponder plenamente ao conceito de linguagem. A autora propõe um referencial mínimo
para a leitura da imagem; parâmetros que possam ser utilizados em diversas imagens. Gregos,
romanos e artistas renascentistas acreditavam que seguindo determinadas regras a beleza
estaria garantida: “os olhos deveriam estar no limite entre 1/3 e 2/3 da cabeça, de cima para
baixo; o corpo deveria medir sete vezes a dimensão da cabeça, e assim sucessivamente.”
(OLIVEIRA, 2006, p.56).

Apesar de consagradas essas regras, algumas experiências não tiveram o resultado esperado.
Confirmando que não existem regras especificas, não existe gramatica visual, mas existe o
usual o que é facilmente aceitável, um modelo estético. E apesar desse usual “quanto mais
violada a norma vigente, tanto mais original, criativa e eloquente será a imagem” (OLIVEIRA,
2006, p.56). O diferencial da imagem diante do texto é exatamente esse: fugir do habitual,
buscar novos princípios, ou seja, havendo uma gramática ela logo será abandonada, apesar de
sua violação causar estranhamento inicial.

4. Como as especificidades das imagens presentes nos meios de comunicação


se relacionam com modos singulares de pensar o mundo?
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Sabe-se que "Existem vários meios de comunicação humana; esses meios determinam,
também, maneiras distintas de se organizar em sociedades" (GOODY, 1977 apud SAMAIN,
1998, p.53). Dessa forma, não podemos ignorar as diferenças e as semelhanças na hora de
analisar os singulares modos de pensar o mundo, afinal "não era da mesma maneira que se
podia "pensar" o mundo, que se podia "organizar" uma sociedade"(SAMAIN, 1998, p.53). Se
possuímos preceitos diferentes, não chegaremos a mesma conclusão. Essa pluralidade de
entendimento e de especificidades também cria preocupações relativas ao entendimento de
cada mecanismo:

Como poderemos assegurar, com a maior obejtividade possível, a recepção de


uma mensagem imagética, isto é, "dada para ser vista", quando se sabe da sua
polissemia intríseca, das normatizações comunicacionais que as regem e das diversas
constelações de saber lateral que envolvem e determinam sua apreensão e efetiva
decodificação? (SAIMAN, 1998, p.57)

Saiman (1998), afirma que a natureza das imagens - presentes em cada e em todos os meios
de comunicação humana - varia muito de um meio para outro; tonando imprescindível saber
com que tipo de imagens se está lidando. Ele usa a classificação de Dubois:

Imagem fotográfica é uma pequena queimadura de luz sobre nitratos de prata. Imagem
fílmica é uma imagem em trânsito em relação a uma imagem parada. Imagem televisiva
é o rastreamento gerado por um feixe de elétrons correndo em alta velocidade sobre uma
tela fosforescente. Imagens informáticas transformam o real em maquinal. Cada meio de
comunicação possui sua linguagem própria e vai demandar a atenção necessária para seu
entendimento, em sua forma diferenciada, segundo Saiman (1998).

Referências:

■ AUMONT, Jacques. A parte do espectador. In: AUMONT, Jacques. A imagem.


Campinas, SP: Papirus, 1995, pp. 77-96.
■ AUMONT, Jacques. Do visual ao imaginário. In: AUMONT, Jacques. A imagem.
Campinas, SP: Papirus, 1995, pp. 58-75.
■ OLIVEIRA, Sandra. Um modelo para ler imagens. Abaixo as regras. In: OLIVEIRA,
Sandra. R. Imagem também se lê. São Paulo: Rosari, 2006, pp. 49-62.
■ SAIMAN, Etienne. Questões heurísticas em torno do uso das imagens nas ciências
sociais. In: FELDMAN-BIANCO, B.; LEITE, M.M. Desafios da imagem. Campinas, SP:
Papirus, 1998, pp.51-62.

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