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Curso Estatuto da Pessoa com Deficiência


Matéria: Curso de Questões – Professor: Alexandre Nápoles

Estatuto da Pessoa Com Deficiência

ALEXANDRE NÁPOLES FILHO


@alexandrenapoles
alexandre_napoles@hotmail.com

INTRODUÇÃO
A Proteção às Pessoas Com Deficiência (PCD) é marcada por quatro fases:
1ª) Fase da Exclusão: marcada pela ​intolerância às PCD. Em tal época a discriminação era
total, os ​deficientes eram considerados impuros​, marcados pelo pecado e pelo castigo
divino. Em tal período as PCD eram ​segregadas da comunidade​, muitas delas internadas
em instituições mantidas sob condições precárias.

2ª) Fase da Segregação: marcada pela ​invisibilidade das PCD. Há um total desprezo pela
condição de tais pessoas.

3ª) Fase da integração: marcada pelo ​assistencialismo​. As PCD são vistas como doentes,
essa fase é pautada, portanto, pela perspectiva médica.

4ª) Fase da Inclusão: marcada pela ​visão de direitos humanos das PCD. Há ênfase na
relação da pessoa deficiente com a sociedade e com o meio no qual está inserida. Há uma
mudança metodológica, na qual o ​problema passa a ser do meio e das demais pessoas e
não da PCD​.

Somente com a ​Convenção sobre as Pessoas com Deficiência de 2006 da ONU é que a
comunidade internacional ​consolida atendimento real e adequado​ às PCD.

TERMINOLOGIA
“Pessoa portadora de deficiência” – essa terminologia relaciona-se com o ​modelo
adotado pela medicina que entendia a deficiência como uma mazela que exigia
tratamento ou cura. As PCD foram encarados como ​objeto de direito​. Tal concepção não
se mostrou adequada pois gerou ​pobreza, invisibilidade e perpetuação dos estereótipos

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das PCD como destinatárias da caridade pública (e piedade compungida), ​negando-lhes a


titularidade de direitos​ como seres humanos.
Tal acepção foi ​usada em 1988 pela nossa CF​, como se observa nos art. art. 7º, XXX e art.
208, III. ​Porém, não é mais adequado seu uso​!

“Pessoa Com Deficiência ou PCD” – Terminologia ​adequada e atual​. Exalta um modelo


social (ou de direitos humanos), pois a deficiência é encarada como a existência de
barreiras no ambiente e nas atitudes das pessoas. Há uma mudança de abordagem, com
esforço para se propiciar às PCD o ​gozo de direitos sem discriminação​.
Essa mudança faz surgir a necessidade de se criar políticas públicas que promova a
igualdade material, consolidando a ​responsabilidade do Estado e da sociedade na
eliminação das barreiras à efetiva fruição dos direitos do ser humano.

CONVENÇÃO SOBRE AS PCD DA ONU


Convenção e seu Protocolo Facultativo foram ratificados pelo Congresso Nacional por meio
Decreto Legislativo no 186/2008. Assim, ​entrou em vigor para o Brasil, no plano jurídico
externo, desde 31/08/2008​, e iniciou sua vigência no plano interno em 25/08/2009.

O objetivo da Convenção é ​promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo


de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com
deficiência e ​promover o respeito ​pela sua dignidade inerente.

A Convenção tem 50 artigos.

O artigo 1º traz o ​conceito de pessoa com deficiência:


"são aquelas que têm ​impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial​, os quais, em interação com diversas barreiras, podem ​obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais
pessoas." .

Percebe-se que a deficiência é considerada um ​conceito social (e não médico)​.

Esse Tratado cria o ​Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência que monitora os
Estados Partes por meio de ​dois mecanismos:
​1) ​Relatórios periódicos apresentados pelos Estados Partes;
​2)​ Peticionamento individual.

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A Convenção traz 8 princípios diretivos, que são:


a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de
fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas;
b) ​A não-discriminação;
c)​ A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade;
d) O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte da
diversidade humana e da humanidade;
e)​ A igualdade de oportunidades;
f) ​A acessibilidade;
g)​ A igualdade entre o homem e a mulher;
h) ​O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e pelo
direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade.

Status de Emenda à CF ​- Esses documentos foram aprovados pelo Congresso Nacional com
o quórum específicos previsto no § 3o do art. 5o da CF/88, por isso têm status de emenda
à CF.
OBS​: Foram os primeiros Tratados Internacionais de DH com esse status e até agora os
únicos.

Cláusula Pétrea ​– As normas previstas nessa Convenção e no seu Protocolo Facultativo são
cláusulas pétreas, ou seja, não podem ser modificadas nem por emenda à CF, nos termos
do art. 60, §4º, IV, da CF/88.

PROTEÇÃO DA PCD NA CF/88


Proibição de qualquer discriminação aos trabalhadores
O art. 7º, XXXI, estabelece que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a proibição
de qualquer discriminação no tocante a ​salários e critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência.

Competência Administrativa comum


O art. 23, II, estabelece que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos ​Municípios​: cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência.

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Competência legislativa concorrente


O art. 24, XIV, estabelece que é compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre a proteção e integração social das ​pessoas portadoras de
deficiência​.

Cotas para cargos e empregos públicos


O art. 37, VIII, dispõe que a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para
as ​pessoas portadoras de deficiência​ e definirá os critérios de sua admissão.
A Lei Federal nº 8.112/90 prevê reserva de ​até 20% das vagas​ (Art. 5, §2º).

Habilitação e reabilitação da PCD


O art. 203, IV prevê que a assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos a habilitação
e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à
vida comunitária.

Benefício assistencial mensal à PCD


O art. 203, V, garante como direito à PCD ​um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que ​comprovem não possuir meios de prover à
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família​, conforme dispuser a lei.

Direito​ à educação
O art. 208,III, impõe o dever do Estado com a educação efetivado mediante a garantia de
atendimento educacional especializado aos ​portadores de deficiência, preferencialmente
na rede regular de ensino​.

Criança e Adolescente com Deficiência


O art. 227,II, prevê que o Estado crie programas de ​prevenção e atendimento
especializado para as crianças e adolescentes portadores de deficiência ​física, sensorial ou
mental, bem como de ​integração social do adolescente portador de deficiência, mediante
o ​treinamento para o trabalho e a convivência​, e a facilitação do ​acesso aos bens e
serviços coletivos​, com a​ eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos​.

Acessibilidade nos logradouros e transporte públicos


O art. 227, §2º, determina que a lei disporá sobre normas de ​construção dos logradouros
e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de

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garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.

ESTATUTO DA PCD
Lei nº 13.146 de 06/07/2015 entrou em ​vigor em 02/01/2016 e representa um ​marco na
abordagem social e jurídica​ da PCD.

Provocou alteração em várias normas, como​: CTB, CC, CE, CDC, Estatuto da Cidade e CLT.

Objetivo​: assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e


das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e
cidadania (art. 1º).

Palavras Chave ​– Autonomia, Independência, Inclusão e Igualdade.

Fundamento Internacional ​- tem como base a ​Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiênci​a e seu Protocolo Facultativo da ONU.

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POSTULADOS GERAIS
Quem é PCD?
Considera-se PCD aquela que tem impedimento de ​longo prazo de natureza ​física, mental,
intelectual ou sensorial (rol exemplificativo), o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode ​obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em ​igualdade de
condições com as demais pessoas (art. 2º).

Como se avalia quem é PCD?


A avaliação da deficiência, quando necessária, será ​biopsicossocial​, realizada por ​equipe
multiprofissional e interdisciplinar​ e considerará (§ 1º, do art. 2º):
​ I​ - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
​ II ​- os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
​ III ​- a limitação no desempenho de atividades; e
​ IV ​- a restrição de participação.

Principais conceituações (o art. 3º)


Acessibilidade​: possibilidade e condição de alcance para utilização, com s​egurança e
autonomia​, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes,
informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
serviços e instalações abertos ao público, d​e uso público ou privados de uso coletivo​,
tanto na ​zona urbana como na rural​, por pessoa com deficiência ou com mobilidade
reduzida.

Desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem


usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico,
incluindo os recursos de tecnologia assistiva.

Tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos,


metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade,
relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade
reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;

Barreiras​: qualquer ​entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça


a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à
acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à
informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:

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a) barreiras urbanísticas;
b) barreiras arquitetônicas;
c) barreiras nos transportes;
d) barreiras nas comunicações e na informação;
e) barreiras atitudinais;
f) barreiras tecnológicas.

Adaptações razoáveis: ​adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que


não acarretem ônus desproporcional e indevido​, quando requeridos em cada caso, a fim
de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em ​igualdade de
condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades
fundamentais;
Pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, ​dificuldade de
movimentação, permanente ​ou temporária​, gerando redução efetiva da mobilidade, da
flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante,
pessoa com criança de colo e obeso;

QUESTÕES
(FCM / Assistente de alunos/ 2016) A acessibilidade é direito que garante à pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus
direitos de cidadania e de participação social. De acordo com a Lei nº 10.098, de 19 de
dezembro de 2000, e novamente apresentada na Lei nº 13.146/15, de 06 de julho de 2015,

I- acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e


autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes,
informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto
na zona urbana quanto na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
R: CORRETA. Previsão expressa do art. 3º, I, da LBI.
II- barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça
a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à
acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à
informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros.
R: CORRETA. Previsão expressa do art. 3º, IV, da LBI.
III- pessoa com deficiência: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da

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flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante,


pessoa com criança de colo e obeso.
R: ERRADA. Esse é o conceito de pessoa com mobilidade reduzida prevista no art. 3º, IX, da
LBI.
IV- pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.
R: ERRADA. Esse é o conceito de pessoa com deficiência previsto no art. 2º da LBI.
V- tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos,
metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade,
relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade
reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
R: CORRETA. Previsão expressa do art. 3º, III, da LBI.
Estão corretas as afirmativas
a) I e II.
b) III e V.
c) III e IV.
d) I, II e V.
e) II, IV e V.

QUESTÕES
(Prefeitura de Fortaleza/Psicologia/2016) ​De acordo com a Lei nº 13.146, de 6 de julho de
2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência, a avaliação da deficiência, quando necessária,
será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. Assinale a
alternativa correta quanto ao que deve ser considerado nessa avaliação.
a) Os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; os fatores socioambientais,
psicológicos e pessoais; a limitação no desempenho de atividades; e a restrição de
participação.
R: CORRETA. Com base no §1º, do art. 2º.
b) A acessibilidade e ausência de tecnologia assistiva, ou seja, os produtos, equipamentos,
dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com
deficiência e o nível de aceitação de sua família e outros grupos sociais.
R: ERRADA.

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c) A adequação ou não dos fatores espaciais e humanos que lhes garantam a presença de
barreiras urbanísticas aquelas existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos
ao público ou de uso coletivo e as barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios
públicos e privados no meio urbano.
R: ERRADA.
d) Exclusivamente a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes,
informação e comunicação.
R: ERRADA.

POSTULADOS GERAIS
Toda PCD tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e ​não sofrerá
nenhuma espécie de ​discriminação​ (Art. 4o).

O que seria um ato discriminatório?


Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de ​distinção, restrição ou
exclusão​, por ​ação ou omissão​, que tenha o propósito ou o efeito de ​prejudicar, impedir
ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de
pessoa com deficiência, incluindo a recusa de ​adaptações razoáveis e de ​fornecimento de
tecnologias assistivas ​(§ 1º, art. 4º).

OBS​: A PCD ​NÃO está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ​ação afirmativa (§
2o do art. 4º).

Proteção integral à PCD – A PCD será protegida de toda forma de negligência,


discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano
ou degradante (Art. 5o).

CUIDADO​: Essa proteção visa ​incluir na sociedade e dar autonomia à PCD, ​não tutelar ou
limitar sua autonomia.

São ​especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com


deficiência (§único, art. 5º).

É dever do ​Estado, da sociedade e da família assegurar à PCD, ​com prioridade​, a


efetivação dos direitos decorrentes da Constituição Federal, da Convenção sobre os

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Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras
normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico (Art. 8º).

Capacidade civil da PCD


Conceito de Capacidad​e - é a medida da personalidade que pode ser:
a) de direito - própria de todo ser humano, que a ​adquire assim que ​nasce (ao começar a
respirar) e só a ​perde​ quando ​morre​.
b) de fato ​- é a aptidão para ​exercer​, pessoalmente, ​os atos da vida civil, sua aquisição
está ​condicionada​ à plenitude da ​consciência​ e da ​vontade​.

Capacidade plena​- ocorre quando a pessoa é dotada das duas espécies de capacidade: a
capacidade de direito + a capacidade de fato​.

A deficiência ​não afeta a plena capacidade civil​ (Art. 6º), inclusive para:
I​ - casar-se e constituir união estável;
II​ - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III ​- exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV​ - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V​ - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou
adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

Principais mudanças no Código Civil


Incapacidade civil absoluta - O art. 3º do CC passou a prever que somente será
considerado absolutamente incapaz o ​menor de 16 anos (menor impúbere). Assim, ​não
mais existe pessoa absolutamente incapaz que seja maior de idade​.

OBS​: enfermidade ou deficiência mental não gera mais incapacidade civil absoluta.

LEMBREM​: os absolutamente incapazes são ​representados na prática de atos. Seus atos


praticados isoladamente são considerados ​nulos​.

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Incapacidade civil relativa - O art. 4º do CC agora disciplina que a incapacidade relativa


abrange:
I - os maiores de 16 e menores de 18 anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.

LEMBREM​: Os relativamente incapazes são ​assistidos na prática de atos. Seus atos são
atos ​anuláveis​, ou seja, são passíveis de ratificação se não comprometerem direito de
terceiro.

A partir da LBI, as PCD podem ser admitidas com ​testemunhas nos processos, sendo-lhe
assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva, conforme novo §2º, do art. 228 do
CC.

Não mais anula o casamento a enfermidade mental​, uma vez que a LBI revogou o inciso I,
do art. 1.548 do CC.

Da Tomada de Decisão Apoiada – TDA (art. 1.783-A CC)


Conceito - é o processo pelo qual a PCD ​elege pelo menos 2 pessoas idôneas, com as quais
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe ​apoio na tomada de
decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários
para que possa exercer sua capacidade.

Validade e Efeitos sobre terceiros - A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e
efeitos sobre terceiros, sem r​ estrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio
acordado (§4º, art. 1.783-A CC).

Término do acordo - A ​pessoa apoiada pode, a ​qualquer tempo, solicitar o término de


acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada (§ 9º, art. 1.783-A CC). Como o
apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de
decisão apoiada, sendo seu desligamento ​condicionado à manifestação do juiz sobre a
matéria (§ 10, art. 1.783-A CC).

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Curatela
A curatela ​afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de n​atureza patrimonial
e negocial​ (Art. 85).
A definição da curatela ​não alcança o direito​ (§ 1o , art.85): - ao próprio corpo;
- sexualidade,
- ao matrimônio,
- à privacidade,
- à educação,
- à saúde,
- ao trabalho e
- ao voto.

Princípio da excepcionalidade da curatela ​- A curatela constitui ​medida extraordinária​,


devendo constar da sentença as razões e motivações de sua definição, ​preservados os
interesses do curatelado ​(§ 2o , art. 85).

Curador provisório ​- Em casos de ​relevância ​e urgência e a fim de ​proteger os interesses


da PCD em situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de ofício ou
a requerimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório, o qual estará
sujeito, no que couber, às disposições do Código de Processo Civil (Art. 87).

Ameaça ou violação aos direitos da PCD


É ​dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou de
violação aos direitos da PCD (Art. 7o)

Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais tiverem conhecimento de fatos


que caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem ​remeter peças ao Ministério
Público​ para as providências cabíveis (§único, art. 7º).

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Questões
(IBGP / Advogado Prefeitura de Nova Ponte-MG/ 2016) A Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) busca assegurar e a
promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais para pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Nos
termos da Lei em referência, assinale a alternativa ​INCORRETA​.
a) Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais
pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
R: CORRETA. Com base no art. 4º.
b) É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou de
violação aos direitos da pessoa com deficiência.
R: CORRETA. Com base no art. 7º.
c) A deficiência afeta a plena capacidade civil da pessoa, limitando o exercício do direito à
família e à convivência familiar e comunitária.
R: INCORRETA. A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive quanto
ao exercício do direito de família (art. 6º, V).
d) A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com
a finalidade de atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao
público.
R: CORRETA. Com base no art. 9º, inciso II.

(FCC / Analista PGE-MT/2016) Janaina, por causa permanente, não pode exprimir a
vontade. De acordo com o Código Civil, trata-se de pessoa que
a) possui personalidade, mas é relativamente incapaz para os atos da vida civil, tal como se
dá com os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
R: CORRETA. Com base no art. 6º da LBI, c/c art. 4º, III do CC. A personalidade jurídica,
tratando-se de pessoas naturais, todos possuímos, desde o nosso nascimento conforme o
art. 2º do CC.
b) não possui personalidade, sendo absolutamente incapaz para os atos da vida civil.
R: ERRADA.
c) possui personalidade mas é absolutamente incapaz para os atos da vida civil, tal como
ocorre com os menores de dezesseis anos.
R: ERRADA. Absolutamente incapazes é somente menores de 16 anos, conforme art. 3º do
CC.
d) possui personalidade e capacidade plena, podendo praticar todos os atos da vida civil.
R: ERRADA. Possui personalidade, mas é relativamente incapaz.

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e) possui personalidade mas é absolutamente incapaz para os atos da vida civil, tal como
ocorre com os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
R: ERRADA.

POSTULADOS GERAIS
Atendimento prioritário
A PCD tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de (ART.
9º):
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam
atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas;
IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte
coletivo de passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque;
V - acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis;
VI - recebimento de restituição de imposto de renda;
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou
interessada, em todos os atos e diligências.

OBS​: Os direitos acima descritos ​são extensivos ao acompanhante da pessoa com


deficiência ou ao seu ​atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII
deste artigo (§ 1º).

Condicionante ao atendimento - Nos serviços de ​emergência públicos e privados​, a


prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos ​protocolos de atendimento médico
(§ 2o).

DIREITO FUNDAMENTAL À VIDA


Atendimento e tratamento médico forçado
A PCD ​não poderá ser obrigada ​a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a
tratamento ou a institucionalização forçada (Art. 11).
O consentimento da PCD em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei
(§único, art.11).

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O c​onsentimento prévio, livre e esclarecido da PCD é indispensável para a realização de


tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica (Art. 12).
Em caso de PCD em situação de curatela, deve ser assegurada sua ​participação​, no maior
grau possível, para a obtenção de ​consentimento​ (§ 1o , art. 12).

A pesquisa científica envolvendo PCD em situação de tutela ou de curatela deve ser


realizada, ​em caráter excepcional​, apenas quando houver ​indícios de benefício direto
para sua saúde ou para a saúde de outras PCD e ​desde que não haja outra opção de
pesquisa de eficácia comparável com participantes não tutelados ou curatelados (§ 2o ,
art. 12).

A PCD somente será atendida ​sem seu consentimento prévio, livre e esclarecido em ​casos
de risco de morte e de emergência em saúde​, resguardado seu superior interesse e
adotadas as salvaguardas legais cabíveis (Art. 13).

QUESTÕES
(VUNESP/ Engenheiro MPE-SP/ 2016) ​Quanto à realização de tratamento, procedimento,
hospitalização e pesquisa científica relacionados à pessoa com deficiência, a Lei n
13.146/2015 estabelece que
a) é indispensável o seu consentimento prévio, livre e esclarecido, podendo, no entanto,
ser suprido em situação de curatela, na forma da lei.
R: CORRETA. Previsão do art. 12, c/c §único do art. 11. Mas, em situação de curatela, deve
ser assegurada à PCD participação, no maior grau possível, para a obtenção de
consentimento.
b) é dispensável o seu consentimento, desde que o objetivo a ser alcançado seja para o seu
próprio bem-estar.
R: ERRADA. O consentimento prévio, livre e esclarecido da PCD é indispensável, conforme
dispõe o art. 12.
c) se exige o seu prévio e livre consentimento por escrito, não podendo ser suprido mesmo
em situação de curatela.
R: ERRADA. A LBI não exige consentimento por escrito. Em situação de curatela seu
consentimento poderá ser suprido, conforme § único do art. 11.
d) não se exigirá o seu consentimento pessoal, no caso de pesquisa científica, se os seus
pais ou responsáveis legais assim se manifestarem em seu lugar.
R: ERRADA. O consentimento da PCD é indispensável (art. 12).

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e) será exigido o seu prévio e livre consentimento apenas para a hipótese de pesquisa
científica, podendo ser dispensado nos demais casos.
R: ERRADA. Conforme dispõe o art. 12, o consentimento será indispensável para a
realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica.

DIREITO FUNDAMENTAL À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO


Objetivo da habilitação e reabilitação
Desenvolvimento de potencialidades​, talentos, habilidades e aptidões físicas, cognitivas,
sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a
conquista da autonomia ​da PCD e de sua participação social em igualdade de condições e
oportunidades com as demais pessoas (art. 14).

Habilitação e reabilitação no ambiente de trabalho - O poder público deve implementar


serviços e programas completos de habilitação profissional e de reabilitação profissional
para que a PCD possa ​ingressar, continuar ou retornar ao campo do ​trabalho​, respeitados
sua livre escolha, sua vocação e seu interesse (Art. 36).

DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE


Atenção integral (Art. 18):
É assegurada atenção integral à saúde da PCD em ​todos os níveis de complexidade​, por
intermédio do ​SUS ou de instituições ​privadas que recebam recursos públicos (§5º),
garantido ​acesso universal e igualitário.

Participação da PCD - É assegurada a participação da PCD ​na elaboração das políticas de


saúde​ a ela destinadas.

As ações e os serviços de saúde pública devem assegurar (§4º):


I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe multidisciplinar;
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, para qualquer tipo de
deficiência, inclusive para a manutenção da melhor condição de saúde e qualidade de vida;
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambulatorial e internação;
IV - campanhas de vacinação;
V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e atendentes pessoais;
VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da PCD;
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida;

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VIII - informação adequada e acessível à PCD e a seus familiares sobre sua condição de
saúde;
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desenvolvimento de deficiências e
agravos adicionais;
X - promoção de estratégias de capacitação permanente das equipes que atuam no SUS,
em todos os níveis de atenção, no atendimento à pessoa com deficiência, bem como
orientação a seus atendentes pessoais;
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, medicamentos, insumos e
fórmulas nutricionais, conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde.

Operadoras de planos e seguros privados de saúde


São obrigadas a ​garantir à PCD, no mínimo, todos os s​erviços e produtos ofertados aos
demais clientes​ (Art. 20).
São ​vedadas todas as formas de discriminação contra a PCD, inclusive por meio de
cobrança de valores diferenciados​, em razão de sua condição (Art. 23).

Serviços de Saúde acessíveis


Os espaços dos serviços de saúde, tanto ​públicos quanto privados​, devem assegurar o
acesso da PCD mediante a ​remoção de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de
ambientação de interior e de comunicação (Art. 25).

Notificação compulsória de casos de violência


Os casos de suspeita ou de confirmação de violência praticada contra a PCD serão objeto
de notificação compulsória pelos ​serviços de saúde públicos e privados à autoridade
policia​l e ao ​MP​, além dos ​Conselhos dos Direitos da PCD ​(Art. 26).
Considera-se violência qualquer ​ação ou omissão​, praticada em local ​público ou privado​,
que lhe cause ​morte ou dano ou sofrimento​ físico ou psicológico (§único, art. 26).

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QUESTÕES
(VUNESP/ Arquiteto MPE-SP/ 2016) Fulana, pessoa com deficiência, foi atendida em
hospital particular com vários hematomas em seu corpo, levando o agente de saúde a
suspeitar que ela teria sido vítima de violência. Nessa situação, a Lei no 13.146/2015
estabelece que
a) o agente de saúde deverá envidar todos os esforços para confirmar a violência sofrida
pela pessoa com deficiência e, uma vez confirmada, deverá notificar compulsoriamente o
Ministério da Saúde.
R: ERRADA. De acordo com o art. 26 da LBI, deverá o agente realizar notificação
compulsória à autoridade policial, ao MP e ao Conselho de Direitos da Pessoa Idosa.
b) o agente de saúde nada poderá fazer nesse caso, uma vez que se trata apenas de uma
suspeita.
R: ERRADA. O agente deverá realizar notificação compulsória.
c) deverá ser feita a notificação compulsória do fato suspeito à autoridade policial e ao
Ministério Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
R: CORRETA. Com base no art. 26 da LBI. Ademais, o § único do art. 26 diz que considera-se
violência contra a PCD qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado,
que lhe cause morte ou dano ou sofrimento físico ou psicológico.
d) o hospital, por ser particular, não está obrigado a notificar as autoridades, uma vez que
a notificação compulsória é imposta apenas aos hospitais públicos.
R: ERRADA. A notificação compulsória deverá ocorrer tanto se o hospital for público ou
privado (§único do art. 26).
e) o hospital deve, assim que teve conhecimento do fato, tomar o depoimento por escrito
da vítima e notificar o juiz da Comarca para as devidas providências.
R: ERRADA. Não é preciso tomar o depoimento da vítima, basta notificar à autoridade
policial, MP e Conselho.

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DIREITO FUNDAMENTAL À EDUCAÇÃO


Inclusão no sistema educacional
A educação constitui direito da PCD, assegurados ​sistema educacional inclusivo ​em todos
os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo
desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e
sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem (Art. 27).

É dever do ​Estado, da família, da comunidade escolar e da ​sociedade assegurar educação


de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência,
negligência e discriminação (§único, art. 27).

Cobrança de valores diferenciados à PCD


Às ​instituições privadas​, de qualquer nível e modalidade de ensino é ​vedada a cobrança
de valores adicionais de qualquer natureza em suas ​mensalidades, anuidades e matrículas
no cumprimento dessas determinações (§1o , art. 28).

Processos seletivos para ingresso em instituição de ensino


Nos processos seletivos para ​ingresso e permanência ​nos cursos oferecidos pelas
instituições de ​ensino superior e de educação profissional e tecnológica, públicas e
privadas​, devem ser adotadas as seguintes medidas (Art. 30):
I - atendimento preferencial à PCD nas dependências das Instituições de Ensino Superior
(IES) e nos serviços;
II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com campos específicos para
que o candidato com deficiência informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia
assistiva necessários para sua participação;
III - disponibilização de ​provas em formatos acessíveis para atendimento às necessidades
específicas do candidato com deficiência;
IV - disponibilização de r​ecursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados,
previamente solicitados e escolhidos pelo candidato com deficiência;
V - ​dilação de tempo​, conforme demanda apresentada pelo candidato com deficiência,
tanto na realização de exame para seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante
prévia solicitação e comprovação da necessidade;
VI - adoção de ​critérios de avaliação das provas ​escritas, discursivas ou de redação que
considerem a singularidade linguística da pessoa com deficiência, no domínio da
modalidade escrita da língua portuguesa;
VII - tradução completa do ​edital​ e de suas retificações ​em Libras​.

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QUESTÕES
(CESPE / Analista de Seguros INSS/ 2016) No que se refere ao Estatuto da Pessoa com
Deficiência, julgue o seguinte item.
( ) As escolas particulares podem cobrar dos estudantes com deficiência mensalidades
com valores maiores que os das mensalidades cobradas de estudantes sem deficiência.
R: ERRADA. Previsto no art. 28, §1º, do Estatuto. Tal conduta é considerada crime punível
com reclusão de 2 a 5 anos e multa pela Lei nº 7.853/89, art.8º.

ADI 5357 ​- "São constitucionais o art. 28, § 1º e o art. 30 da Lei nº 13.146/2015, que
determinam que as escolas privadas ofereçam atendimento educacional adequado e
inclusivo às pessoas com deficiência ​sem que possam cobrar valores adicionais de
qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas para cumprimento
dessa obrigação.
(STF. Plenário. ADI 5357 julgado em 9/6/2016)

DIREITO FUNDAMENTAL À MORADIA


A pessoa com deficiência tem direito à ​moradia digna​, no seio da ​família natural ou
substituta​, com seu cônjuge ou companheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a
vida independente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em ​residência inclusiva ​(Art. 31).

Residência inclusiva - é um equipamento do SUAS voltado a proteção integral da PCD em


situação de dependência que ​não disponha de condições de autossustentabilidade​, com
vínculos familiares fragilizados ou rompidos (§2º, art. 31).

DIREITO FUNDAMENTAL À MORADIA


Cota habitacional
Nos programas habitacionais, ​públicos ou subsidiados com recursos públicos​, a PCD ou o
seu responsável goza de ​prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
observado ​reserva de, no mínimo, 3% ​das unidades habitacionais para pessoa com
deficiência (Art. 32).

ATENÇÃO​: O direito à prioridade será reconhecido à PCD ​beneficiária apenas uma vez ​(§
1o , art.32).

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DIREITO FUNDAMENTAL AO TRABALHO


Acessibilidade e inclusão do ambiente do trabalho
A PCD tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e
inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas (Art. 34).

As pessoas jurídicas de ​direito público, privado ou de qualquer natureza são ​obrigadas a


garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos (art. 34, § 1o).

Direito à ​igual remuneração​ por trabalho de igual valor (art. 34, §2º).

DIREITO FUNDAMENTAL À ASSISTÊNCIA SOCIAL


Objetivo dos Programas Assistenciais - a garantia da segurança de ​renda​, da ​acolhida​, da
habilitação e da reabilitação, do desenvolvimento da ​autonomia e da ​convivência familiar
e comunitária​, para a promoção do acesso a direitos e da ​plena participação social (art.
39).

Benefício de Prestação Continuada ​- É assegurado à PCD que ​não possua meios para
prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua família o benefício mensal de 1
salário-mínimo ​(art. 40).

DIREITO FUNDAMENTAL À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO LAZER


A PCD tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em ​igualdade de
oportunidades​ com as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso (Art. 42):
I - a bens culturais em ​formato acessível​;
II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades culturais e desportivas em
formato acessível; e
III - a monumentos e locais de importância cultural e a espaços que ofereçam serviços ou
eventos culturais e esportivos.
É ​vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível à pessoa com
deficiência, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de
propriedade intelectual (§ 1º).
As ​salas de cinema devem oferecer, em ​todas as sessões​, recursos de ​acessibilidade para
a PCD (§ 6º ).

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DIREITO FUNDAMENTAL À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO LAZER


Acessibilidade em hotéis, pousadas e similares - devem ser construídos observando-se os
princípios do ​desenho universal,​ além de adotar todos os meios de acessibilidade (Art. 45)
Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, pelo menos, ​10% de seus
dormitórios acessíveis, garantida, ​no mínimo, 1 unidade acessível​ (§ 1º, art. 45).

DIREITO FUNDAMENTAL AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE


Reserva de vagas de estacionamento
Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de ​uso público ou privado de uso
coletivo ​e em vias públicas​, devem ser reservadas ​vagas próximas aos acessos de
circulação de pedestres, devidamente ​sinalizadas​, para ​veículos que transportem PCD com
comprometimento de mobilidade, desde que devidamente ​identificados​ (art. 47).
As vagas devem equivaler a ​2% do total, garantida, ​no mínimo, 1 vaga devidamente
sinalizada (§ 1o , art. 47).
Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem ​exibir​, em local de ampla
visibilidade, ​a credencial de beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de
trânsito (§ 2o , art. 47).

DIREITO FUNDAMENTAL AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE


Frotas de empresas de táxi (Art. 51.)
Devem reservar ​10% ​de seus veículos acessíveis à PCD.
É ​proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores adicionais pelo serviço de táxi
prestado à PCD.

As locadoras de veículos (Art. 52)


São obrigadas a oferecer ​1 veículo adaptado para uso de PCD, ​a cada conjunto de 20
veículos​ de sua frota.
O veículo adaptado deverá ter, ​no mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros
elétricos e comandos manuais de freio​ e de ​embreagem​.

DIREITO FUNDAMENTAL AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE


(FGV/ Analista MPE-RJ/ 2016) Promotoria de Tutela Coletiva especializada na Proteção à
Pessoa com Deficiência instaurou inquérito civil público para apurar eventual
desatendimento das disposições do Estatuto da Pessoa com Deficiência, no que se refere

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ao direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade


reduzida. Identificada irregularidade cometida pelo investigado, com base na Lei nº
13.146/2015, o Promotor expediu recomendação:

a) à sociedade empresária que opera frota de táxi para reservar 50% (cinquenta por cento)
de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência, que terá prioridade sobre os demais
passageiros nas filas para embarque nos táxis;
R: ERRADA. Segundo o art. 51 da LBI, a empresa deve reservar 10% de seus veículos. Além
disso, o § 1o proíbe a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores adicionais pelo
serviço de táxi prestado à PCD.

b) à locadora de veículos para oferecer pelo menos 1 (um) veículo adaptado para uso de
pessoa com deficiência, independentemente da quantidade total de veículos que
compõem sua frota.
R: ERRADA. O art. 52 dispõe que as locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 01
veículo adaptado para uso de PCD, a cada conjunto de 20 veículos de sua frota.
c) à concessionária de serviço público de transporte coletivo municipal de passageiros para
que assegure à pessoa com deficiência prioridade e segurança nos procedimentos de
embarque e de desembarque, de acordo com as normas técnicas.
R: CORRETA. Conforme art. 9º, IV, c/c art. 48, §2º, da LBI.

d) ao shopping center, para garantir ao menos 10 (dez) vagas no estacionamento,


independentemente de sua capacidade total, próximas aos acessos de circulação de
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com
deficiência.
R: ERRADA. Conforme art. 47, §1º, as vagas devem equivaler a 2% do total, garantida, no
mínimo, 1 vaga devidamente sinalizada.
Lembrar que essa obrigação vale para todas as áreas de estacionamento aberto ao público,
de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas.

e) ao Prefeito Municipal, para reservar ao menos 2 (duas) vagas em cada via pública que
ofereça estacionamento ao público, independentemente do total de vagas na rua, para
pessoa com deficiência ou com comprometimento de mobilidade, desde que devidamente
identificada.
R: ERRADA. Conforme art. 47, §1º, as vagas devem equivaler a 2% do total, garantida, no
mínimo, 1 vaga devidamente sinalizada.

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