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O GATO PRETO

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O GATO PRETO

Edigard Allan Poe

WOJUR AL TUARIQ
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O GATO PRETO

A viagem do Príncipe Átila ao fim


do mundo

Era uma vez um rei que tinha um


filho chamado Átila. Um dia o rei
chamou os sábios de seu reino e
lhes disse:

— Como posso por meu filho à


prova para saber se é realmente
valente e digno de suceder-me
como rei?

— Mande-o procurar o jardim


mágico onde crescem as maçãs
da vida – disse um dos

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conselheiros. – que traga uma


para Vossa Majestade.

— Mande-o buscar o anel da


verdadeira felicidade – disse
outro.

O terceiro disse:

— O príncipe deve trazer o


espelho da verdade do palácio
do rei Mendoza, que vive no
Reino do Fim do Mundo.

O rei despediu seus cortesãos e


mandou chamar o filho. Quando

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Átila se apresentou diante dele,


disse-lhe:

— Meu filho, a fim de provar seu


valor, quero que saia pelo mundo
e me traga um… uma maçã do
jardim da vida, o anel da
verdadeira felicidade e o espelho
da verdade do reino do Fim do
Mundo.

O príncipe imediatamente
concordou em ir buscar essas
coisas maravilhosas, e o rei deu
uma grande festa para
comemorar a partida do filho.

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Naquela noite o príncipe estava


agitado em seu leito,
perguntando-se como faria para
realizar tão estranha viagem,
quando uma luz brilhante surgiu
num canto de seu quarto e lá, no
meio da luz, viu uma forma
reluzente e fantástica.

— Não tenha medo de mim –


disse a cintilante e formosa
criatura. – Sou a sua fada
protetora e estou aqui para
ajudá-lo. Seu pai lhe impôs três
tarefas.

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Átila ergueu-se no leito e


arregalou os olhos, mudo de
assombro.

— Essas tarefas não são tão


difíceis como imagina –
continuou a fada. – Durma bem
esta noite e amanhã, quando
partir, eu protegerei você.

A fada sorriu, apanhou uma


corrente com um talismã e disse:

— Ponha isto no seu pescoço,


Átila. Quando precisar de mim,
esfregue-o três vezes.

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Antes que Átila pudesse


agradecer, a fada desapareceu.

Na manhã seguinte o príncipe


montou seu cavalo no pátio e
saiu do castelo. Estava muito
excitado, já que nunca tinha
saído do reino de seu pai e tinha
todo o mundo pela frente.

Cavalgou, cavalgou, e a fada


sempre aparecia toda vez que ele
precisava saber que caminho
seguir. Durante três dias
cavalgou, dormindo junto a seu
cavalo quando a noite chegava.

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Por fim chegou a um país


desconhecido e viu num vale um
jardim cercado de muralhas.
Galopou até chegar a uma
pesada porta, que se abriu
quando a tocou. Amarrou as
rédeas do cavalo na porta e
vagou pelo pomar, onde as
macieiras exibiam seus ramos
carregados de frutos. Olhou ao
redor e, nesse instante, a voz da
fada protetora chegou
novamente ao seu ouvido:

— Apanhe uma das maçãs, este


é o jardim mágico onde crescem
as maçãs da vida.

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Átila estendeu a mão e apanhou


uma maçã vermelha e brilhante.
Nesse momento um grande
número de criaturas voadoras
zumbiu ao seu redor, picando-o
furiosamente nas mãos, no rosto
e no pescoço. Ele esfregou o
talismã e gritou:

— Socorro! Socorro!

No mesmo instante todas as


criaturas desapareceram e as
picadas deixaram de doer.
Montou rapidamente no cavalo.
Cavalgou, cavalgou até deixar

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bem longe o jardim mágico. Só


então suspirou aliviado. Havia
passado pela prova e a maçã
estava em seu bolso.

Agora cavalgava pela paisagem


mais bonita que pudesse ter
imaginado, com botões em flor
por toda parte e um riacho de
prata correndo entre margens
cobertas de musgo. Apeou num
salto e foi beber no riacho, onde
o cavalo também saciou a sua
sede. O cavalo começou a
mordiscar um delicioso pasto
verde, e o príncipe começou a
sentir muita fome. Três lindas

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jovens chegaram com cestos de


roupa lavada e estenderam-na
sobre os arbustos para secar.
Quando viram o príncipe
deixaram tudo de lado e se
aproximaram dele.

— Poderiam dizer-me onde


posso encontrar alojamento para
passar a noite? – perguntou o
príncipe Átila. – Meu cavalo e eu
estamos muito cansados.

A moça mais jovem o levou


colina acima e mostrou-lhe uma
granja onde poderia ficar por
algum tempo.

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Naquela noite, enquanto o


granjeiro e sua mulher estavam
sentados à mesa com o príncipe,
ouviram bater à porta.

— Quem poderá ser a esta hora


da noite? – disse o granjeiro, e foi
atender a porta, onde estava um
velho mendigo encharcado pela
chuva.

— Entre, vovô, entre rápido e


aqueça-se ao fogo – falou o
granjeiro, e sua esposa lhe deu
uma xícara de caldo.

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Envolveram o velho num


cobertor quente, e quando os
outros foram para cama ele se
deitou junto ao fogo.

O príncipe Átila estava em um


pequeno quarto que dava para a
cozinha, mas no meio da noite foi
despertado pelo som de alguém
se queixando. Levantou-se e foi
até a cozinha, onde viu o velho
estendido, muito doente. Outra
vez a voz da fada protetora
sussurrou-lhe ao ouvido:

— A maçã da vida, dê-lhe a maçã


da vida.

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Átila tirou do bolso a preciosa


maçã e deu ao ancião um
pedacinho, e depois outro.
Quando terminou de comer a
maçã o velho mendigo parou de
queixar-se e, subitamente,
ocorreram mudanças
maravilhosas. Seus olhos se
tornaram brilhantes, seu cabelo
ficou negro, seus membros se
tornaram fortes, e em dez
minutos ele se levantou com um
aspecto cinqüenta anos mais
jovem.

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— Obrigado, príncipe Átila –


disse. – Em troca de sua bondade
eu lhe darei algo: aqui está o anel
da verdadeira felicidade, que sei
que está procurando.

Átila viu que tinha na mão um


anel de ouro com uma pedra de
opala de estranho brilho.

— Como sabe quem sou? –


perguntou Átila. – Você é um
mago?

— Não. Fui mandado aqui por


sua fada protetora para trazer-
lhe este anel, que foi meu

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durante muitos anos. Agora,


como você me deu a maçã da
vida, poderei continuar minha
busca, que é secreta, por mais
cinqüenta anos.

Na manhã seguinte, quando o


príncipe acordou, o viajante já
havia partido. O granjeiro e sua
mulher procuraram convencer o
jovem a ficar mais tempo com
eles, mas Átila decidiu partir para
o Reino do Fim do Mundo. Deu-
lhes uma peça de ouro,
agradeceu-lhes e se afastou em
seu cavalo. Deixou que o cavalo
o levasse cada vez mais longe,

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até que chegaram a um lugar


totalmente desolado, com
montanhas até onde a vista
alcançava. À noite encontraram
abrigo numa grande caverna, e
na escuridão do interior a fada
protetora apareceu ao príncipe.

— Você não está longe do Fim do


Mundo, Átila. Amanhã você
atravessará a montanha e
chegará ao palácio do Rei
Mendoza. Eu o ajudarei a
conseguir dele o espelho da
verdade e depois o ajudarei a
voltar ao seu país.

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Dizendo isto a fada desapareceu.

Na manhã seguinte, quando o


príncipe acordou, o sol brilhava
alto no céu. O cavalo, com
valentia, levou-o através de um
estreito caminho, com rochas tão
grandes dos dois lados que
pareciam torres. À distância, Átila
viu um gigantesco castelo
suspenso no alto da montanha,
bem no fim do mundo. Nele
havia cem torres, e em cada uma
brilhava uma estrela dourada. O
caminho até o castelo era difícil,
mas Átila conduziu sua montaria
com cuidado por toda a extensão

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da trilha, e eis que diante deles


apareceram as portas douradas
do castelo do Rei Mendoza.

— Que deseja? – perguntou o


capitão da guarda quando o
príncipe bateu a aldrava em
forma de cabeça de leão.

— Vim ver o Rei Mendoza – disse


Átila corajosamente.

O principal conselheiro do rei


chegou para levá-lo á presença
do soberano, porque o rei
minutos antes tinha visto a

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chegada de Átila no espelho da


verdade.

O rei Mendoza estava sentado


em seu trono de marfim lavrado,
mas não parecia feliz. Disse a
Átila:

— Vivo neste castelo dourado e


tenho o quarto do tesouro cheio
de jóias, meus estábulos estão
cheios de cavalos magníficos e
meus domínios são os mais ricos
da Terra. Mas não conheço a paz
de espírito. Por quê?

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— Majestade – disse Átila,


tirando o anel da verdadeira
felicidade. – Use isto e terá o que
não tem.

Mal o anel tocou o dedo do rei


Mendoza, o monarca sentiu a
felicidade em cada veia do seu
corpo e em cada fio de cabelo de
sua cabeça. Saltou do trono e
exclamou:

— Você terá o que quiser,


qualquer coisa que diga e que
esteja em meu reino, porque
agora sou o homem mais feliz do
mundo!

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— Poderia dar-me o espelho da


verdade? – perguntou Átila.

O rei respondeu imediatamente:

— De todo o coração!

Átila permaneceu por algum


tempo no Reino do Fim do
Mundo e foi homenageado por
sete dias e sete noites.

Finalmente partiu rumo ao seu


lar, levando o espelho da
verdade em seu alforje.

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Viajou durante muitos dias pelo


longo caminho de regresso, até
que se aproximou de casa. Há
poucas milhas do palácio viu um
enorme dragão e notou que a
fera tinha uma jovem entre as
fauces. Átila esfregou três vezes
o talismã e, firmando-se nos
estribos com a espada
desembainhada, atirou-se contra
o monstro, gritando com todas
as suas forças. Logo, com um
poderoso golpe, matou o
dragão. A jovem que salvou era
filha de um carvoeiro e lhe
agradeceu de todo coração.

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Venha – disse o príncipe. – suba


no meu cavalo e a levarei para
casa.

Átila nunca tinha visto uma


jovem tão bela e lhe pediu que se
tornasse sua esposa.

Assim cavalgaram alegremente


até o palácio. Mas todas as casas
estavam fechadas e as lojas
também. Ninguém veio saudar o
príncipe que regressava ao lar. As
portas do palácio também
estavam hermeticamente
fechadas, e por mais que príncipe
as golpeasse com todas as forças

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permaneceram sem abrir-se.


Tirou então de seu alforje o
espelho da verdade, olhou nele e
viu que toas as pessoas da cidade
estavam assustadas com a
grande fera que acabara de
matar.

Gritou então, enquanto brandia a


espada:

— Saiam! Saiam de suas casas e


lojas e abram o palácio. O dragão
está morto! Matei o dragão!

Imediatamente o povo saiu


correndo de suas casas e lojas,

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todos se alegraram em vê-lo de


volta e o levaram para o palácio.
A filha do carvoeiro se perdeu no
meio da multidão, mas o príncipe
logo a encontrou e a levou à
presença de seu pai. O rei estava
muito feliz por tornar a vê-lo,
felicitou-o por sua formosa noiva
e disse:

— Que aconteceu com a maçã da


vida, o anel da verdadeira
felicidade e o espelho da
verdade?

Átila então contou toda a


história, do princípio ao fim, sem

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omitir um só detalhe, e lhe deu o


espelho da verdade.

— Querido, filho – disse o rei, —


você me trouxe o melhor que um
ser humano possa ter, mesmo
sendo um rei. Porque sem a
verdade o que é a felicidade? O
que é a vida?

do livro Histórias da Tradição


Sufi, organizado por Nícia de
Queiroz Grillo, editora Dervish
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