Considerando a obra de Celso Furtado: Formação Econômica do Brasil, responda

dissertativamente as questões abaixo:

1 – Segundo o autor, um conjunto de fatores particularmente favoráveis tornou

possível o êxito dessa primeira grande empresa colonial agrícola europeia
(FURTADO, 2007 p. 31). Aponte que fatores são esses.
2 – O início dessa colonização de povoamento no século XVII abre uma etapa nova na
história da América (FURTADO, 2007 p. 49). Considerando tais experiências, faça
uma comparação entre estes modelos de colonização.
3 – A partir desse momento se modifica o curso da colonização antilhana, e essa
modificação será de importância fundamental para o Brasil (FURTADO, 2007 p. 53).
Qual a influência desse fato na formação econômica e no modelo de sociedade que
temos?
4 – A etapa colonial conclui-se, na fala de Furtado (2007) com surgimento de
elementos de um sistema econômico autônomo, capaz de gerar o seu próprio impulso
de crescimento. Ao analisar o contexto em que se deu o fim da etapa colonial, que
aspectos políticos e econômicos corroboraram para sua consolidação?

RESPOSTAS

1- Antes da implantação de fábricas açucareiras no Brasil, Portugal produzira açúcar em

pequenas ilhas, localizadas no Atlântico, o que permitiu aos portugueses adquirir todo o
conhecimento técnico da fabricação deste produto agrícola. O conhecimento obtido por
Portugal ajudou a desenvolver empresas de fabricação de máquinas para o engenho do açúcar,
sendo de grande importância para a estruturação dos engenhos em território brasileiro. Outro
fator contribuinte foi a parceria de Portugal com os holandeses no negócio, a Holanda
contribuiu com o refinamento do açúcar e com seus recursos financeiros. E por último, os
portugueses adquiriram mão de obra escrava africana, para baratear os custos.

2 – Enquanto os portugueses e espanhóis visavam à extração de recursos das terras

colonizadas (colonização de exploração), os ingleses e franceses colonizaram, por
povoamento, as Antilhas, visando instaurar e lucrar sobre uma colônia autossustentável
economicamente. A Inglaterra obteve mais sucesso, pois tiveram uma maior facilidade para
recrutar pessoas para a colonização das ilhas caribenhas e do continente norte americano. Nas
Antilhas prevaleceu a pequena propriedade (o que futuramente não deu um bom retorno
financeiro), com plantações de produtos agrícolas tropicais. Já no povoamento da América do
Norte, os ingleses tiveram que plantar diferentes produtos, tendo em vista que o clima não
favorecia as plantações de produtos agrícolas tropicais.

3 - Os antilhanos sofreram com a queda de preços dos produtos agrícolas, portanto restaram a
eles mudar o modelo de colonização nas ilhas caribenhas, de povoamento à de exploração.
Grande parte da população europeia nas Antilhas mudou-se para as colônias norte-americanas.
Sendo assim, as Antilhas serviam como território para grandes plantações de açúcar com um
grande número de mão de obra escrava, impulsionadas pela Holanda – após a sua saída do
Brasil -, o que tirou o posto do Brasil como monopolista desta especiaria agrícola. Com a
longa guerra entre Inglaterra e França, a América do Norte ganhou o posto de principal
exportadora de produtos para as Antilhas francesas e inglesas, desenvolvendo ainda mais a
economia da região.

4 - Com o fim da União Ibérica, Portugal buscava o reconhecimento de sua independência, o

que a Espanha não concordava. Diante do possível acordo entre Espanha e Holanda para o
fim do atrito entre os dois, Portugal se vê pressionado a tomar uma rápida atitude para
persistir como metrópole colonial. Porém, Portugal havia perdido uma boa parte de suas
colônias, além da desorganização dos engenhos açucareiros no território sul americano, ou
seja, faltavam recursos para a defesa de sua soberania. Portugal decide por privilegiar
economicamente a Inglaterra, em troca de defesa. Mais adiante na história, quando o Brasil
cogitava sua independência, os ingleses pressionaram os portugueses para emanciparem sua
colônia americana, tendo em vista que seria vantajoso conseguir privilégios econômicos vindo
dos brasileiros, em vez de ajudar Portugal a manter sua colônia.