coopera para a expressão ou realidade do plano do Grande Arquiteto, ou
Inteligência Criadora, cujas obras aparecem em todo o Universo. Este plano é a Evolução Universal de todos os seres, o progresso incessante e a elevação da consciência, em constante esforço numa superação igualmente constante das imitações, constituídas por suas realizações anteriores. O Plano do Grande Arquiteto age automaticamente na vida dos seres inconscientes, que sentem serem empurrados para a frente até o momento em que eles próprios atinjam o plano ou nível da autoconsciência, que caracteriza o estado humano e diferencia o homem do animal, que não tem necessidade de perceber a razão dos impulsos que o dominam, nem das Forças que o conduzem. Mas para os seres dotados de autoconsciência e de faculdades de juízo e livre arbítrio (os que comeram do simbólico fruto da Árvore do Bem e do Mal), o progresso deixa de ser possível num estado de mera passividade, e percebe a necessidade de compreensão e Mas para o aprendiz este Magistério é um Ideal necessariamente distante: ele ainda se encontra nos primeiros passos do caminho, nos primeiros esforços dessa cooperação Voluntária, com um Plano, uma Lei e um Princípio Superior que o conduzirão à realização das mais elevadas possibilidades de seu ser, e para isto, as qualidades que antes de mais nada deve adquirir são exatamente docilidade e disciplina. É digno de nota que estas duas palavras sejam originárias respectivamente dos verbos latinos "docere" e "discere", que significam "ensinar" e "aprender". Dócil é o adjetivo que denota a disposição para aprender, a atitude ou capacidade necessária para receber o ensinamento. Disciplina, em seus dois sentidos de "ensinamento" e "método ou regras às quais alguém se sujeita, vem de discípulo, termo equivalente ao de aprendiz. Portanto, ser disciplinado deve considerar-se como o requisito fundamental da Aprendizagem, que é a disciplina à qual o aprendiz ou discípulo naturalmente se submete para poder ser considerado como tal. A disciplina é a parte que ao aprendiz compete no Plano do Grande Arquiteto: a harmonização de todo seu ser e de todas suas faculdades, que o fará progredir de acordo com as Leis Universais, transformando-o de pedra bruta na pedra polida capaz de ocupar dignamente seu lugar e preencher o papel e as obrigações que lhe competem. Essa disciplina é voluntária, e de nenhuma forma poderá ser imposta de fora, ou por parte dos outros: é a disciplina da liberdade que tem na liberdade individual sua base indispensável, e é ao mesmo tempo a que outorga ao homem sua mais verdadeira liberdade e a custódia. E é uma disciplina libertadora, uma vez que libera as Forças Espirituais latentes, do "Deus acorrentado" que vive e espera no coração de todo homem, e é a fonte de seus mais íntimos anseios, de seus mais nobres ideais, de suas mais altas aspirações. A GRANDE OBRA O Plano do Grande Arquiteto está previsto para a realização de uma Grande Obra. Esta tem dois aspectos: individual e universal, com os quais o maçom é igualmente chamado a cooperar através de seus esforços e atividades. Já vimos que a autodisciplina é o meio pelo qual o aprendiz se prepara para conseguir compreender e realizar as fases mais elevadas da Grande obra de Redenção e Regeneração Individual, através da qual o homem transformar-se-á num ser que estará num nível superior ao da humanidade, num verdadeiro sábio ou Mestre, num superhomem. Seus esforços não devem ser dirigidos exclusivamente para o interior, mas será nas profundezas de sua alma que o maçom buscará a Luz que guia e ilumina a consciência, e que é ao mesmo tempo inspiração para sua atividade exterior, com a qual tem o privilégio de cooperar no Plano do Grande Arquiteto, na Grande Obra para o bem e o progresso do mundo e de seus semelhantes. Por modesta que seja a atividade, tarefa ou trabalho que a cada maçom compete na vida profana, esta deixa de ser uma carga e converter-se assim numa atividade nobre e digna enquanto ele a considerar como realmente é, isto é como sua parte no grande Plano para a evolução de todos os seres, como sua cooperação individual e consciente na Grande Obra Universal. Não há dessa forma, trabalho humilde que não esteja enobrecido e dignificado. Por outro lado, não há dificuldade ou problema superior às nossas forças que não nos seja dado resolver, quando percebemos que o Plano do Grande Arquiteto é e tem realmente de ser perfeito em todos os seus detalhes, nenhum dos quais pode ter esquecido a Inteligência Suprema, que além do mais se acha constantemente conosco e ao alcance de nossa inspiração para guiar-nos e iluminar-nos. A dignificação do trabalho como a de toda atividade feita com a devida disposição de espírito, isto é, com a melhor inteligência e boa vontade de que dispomos, como cooperação para uma Grande Obra Universal, dirigida pela Inteligência Suprema ou Grande Arquiteto do Universo, é sem dúvida um dos maiores méritos da Maçonaria. Nenhum ser humano, qualquer que sejam suas condições e sua posição social, tem o direito de viver ocioso, senão que cada um deve esforçar-se por trabalhar construtivamente a serviço, utilidade ou benefício de seus semelhantes. Deve dedicar-se àquilo que sabe e pode fazer melhor, considerando que seja útil e proveitoso ao máximo. A atividade de cada homem tem de ser pura e simplesmente expressão daquela parte do Plano do Grande Arquiteto que particularmente lhe diga respeito. Isto é, a expressão de seu Ideal mais elevado de atividade, em relação às suas capacidades atuais, e a que lhe melhor expresse as qualidades, faculdades e potencialidades latentes do seu ser, que eleve seu espírito e o faça progredir constantemente. Por esta razão as profissões desonrosas e as que especulam sobre a desgraça alheia, como as de verdugo, açougueiro, agiota, espião, mantenedor de prostíbulos, etc., são indignas da qualidade de maçom, enquanto as nobres profissões materiais, por humildes que sejam (não esquecendo que de uma delas a Maçonaria tem sua origem e simbolismo), sempre dignificam sua categoria maçônica. Finalmente, qualquer que seja sua atividade ou ofício, o maçom deve agir constantemente em perfeito acordo com seus Princípios e seu Ideal mais elevado, antepondo as razões e considerações espirituais às materiais, abstendo-se de tudo aquilo que sua consciência não aprovar e do que não lhe parecer perfeitamente justo, reto e digno de sua qualidade de maçom. Mas ao mesmo tempo deve cuidar para que um juízo superficial não lhe faça depreciar e considerar como indigno aquele que, na realidade, significa um real benefício e constitui uma atividade útil ou necessária. A SUA GLÓRIA A maçonaria dedica constantemente seus trabalhos à Glória do G. A.. Assim, também, deve fazê-lo cada maçom, em sua atividade individual, sem preocupar-se com a compreensão, aprovação ou reconhecimento dos homens ou com a compensação de seus esforços, buscando inicialmente realizar em si a Glória ou expressão do Princípio Divino. Deve ter presente que sua obra ou trabalho, ainda que dirigidos a uma finalidade particular, não servem a não ser para glorificar ao Deus silencioso que nele mora, o inspira e o guia a cada momento, desejoso de encontrar sempre uma mais plena e perfeita expressão de si mesmo. Igualmente deve Ter presente que este Princípio interior e transcendente, que éa Perfeição Inteligência e Onipotência, é a quem deve servir primeiramente, qualquer que seja sua direta ou indireta dependência exterior, e não antepor a aprovação e satisfação desta à Daquele. Como a palavra "servir" nos conduz naturalmente a falar do serviço, é necessário que alguma coisa seja dito sobre como isto deve entender-se maçonicamente. Todas estas palavras provêem do latim servus, que significa originalmente "escravo", por ser "salvo" ou conservado com vida em lugar de ser morto, como se fazia naquele tempo com os prisioneiros. É claro que o maçom, sendo um homem livre, nunca deve trabalhar com espírito servil, isto é como um escravo. Ainda que é certo que qualquer atividade, desde a mais humilde à mais elevada, pode e deve ser considerada como um serviço feito em benefício dos demais (o rei ou presidente de uma república que compreenda perfeitamente seu dever serve a seus cidadãos, do mesmo modo que o faz o simples varredor), o maçom, fiel a seus Princípios, tem o privilégio de servir com liberdade, isto é, fazendo-se guiar constantemente pelos motivos mais elevados e por considerações morais e ideais, mais que por conveniências materiais, como o faz o escravo destas, que não deixa de sê-lo, ainda que em sua mundana dignidade de rei. A BUSCA DA VERDADE Sem dúvida o primeiro é fundamental entre os deveres do maçom é realizar essa qualidade esforçando-se em compreender aquilo que ela verdadeiramente significa. Se bem é certo, que a iniciação confere o título de maçom, a qualidade deve ser adquirida individualmente, esforçando-se este para por em prática, como fórmula operativa, a iniciação simbólica que recebeu. Estudar o simbolismo maçônico é esforçar-se para tornar efetiva a Verdade encontrada