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A PALAVRA SOCIOLOGIA
A palavra sociologia foi criada pelo pensador francês Augusto Comte em 1839 em seu curso de filosofia
positiva. A palavra sociologia é híbrida, isto é, ela é formada por duas línguas diferentes: Sócio do latim
significa social ou sociedade, logia do grego significa estudo, formando assim, o “estudo do social” ou
“estudo da sociedade”.
A sociologia possui uma infinidade de conceitos para identificá-la e explicá-la, diferenciando-a de outras
ciências ou tipos de conhecimentos. Vejamos alguns conceitos segundo alguns sociólogos: para Durkheim
“a sociologia é a ciência das instituições”; para L. Ward e W. G. Summer “a sociologia é a ciência da
sociedade”; para F. H. Gilddings “a sociologia é a ciência dos fenômenos sociais”. Ela também já foi
definida por Robert Park como “ciência do comportamento coletivo”, por Small de “ciência das relações
humanas”. Para Weber a “sociologia é a ciência que procura uma compreensão interpretativa da ação
social para a partir daí chegar à explicação causal do seu sentido e dos seus efeitos”.
Para alguns sociólogos brasileiros como Carlos Benedito Martins a “sociologia é o resultado de uma
tentativa de compreensão de situações sociais radicalmente novas criada pela então sociedade
capitalista”; para Costa Pinto a “sociologia é o estudo científico da formação, organização e transformação
da sociedade humana”.
Com a complexidade do mundo social e o avanço do conhecimento, tornou-se necessária uma divisão das
ciências sociais em diversas disciplinas, com a finalidade de produzir um conhecimento mais rigoroso e
criterioso, facilitando a sistematização do estudo e das pesquisas. Assim podemos destacar algumas
ciências sociais que contribuem para os estudos sociológicos e o entendimento do mundo social:
Economia – estuda as atividades ligadas à produção, distribuição, circulação de bens e serviços;
Ciência política – estuda a distribuição de poder nas sociedades, bem como a formação e o
desenvolvimento das diversas formas de governos;
Antropologia – estuda e pesquisa as semelhanças e diferenças culturais entre os vários
agrupamentos humanos, assim como a origem e a evolução das culturas.
A sociologia se baseia no conhecimento científico, por isso, utiliza-se das regras metodológicas da ciência
social como a pesquisa, a objetividade, a observação, as entrevistas e questionários.
Como a sociedade é formada pelos diversos tipos de relações sociais, a sociologia se interessa por
essas relações que dinamizam a sociedade, por isso, seus principais temas se envolvem e se confundem
dentro da complexidade das relações sociais - dentro dos grupos sociais: da família, de amigos, do
trabalho, da cultura, da ideologia, da cidadania, da política, da economia, isto é, em todos os níveis de
relações sociais.
Para a sociologia se consolidar como ciência ela teve que abandonar seu caráter normativo e
finalista. Por isso, ela sofreu a influência de teorias e métodos das ciências biológicas e naturais: a teoria
evolucionista de Charles Darwin (1809-1882), onde diz que ao longo de milhões de anos todas as
espécies de seres vivos evoluíram; A biologia foi outra ciência que influenciou na cientificidade sociológica,
através de Herbert Spencer (1820-1903), que criou uma sociologia organicista onde se fazia uma
analogia do organismo vivo com a sociedade. Neste contexto foi fundamental aceitar a idéia de que os
fenômenos sociais obedecem a leis naturais, embora produzidas pelos homens, esta foi a importância
do positivismo que deu os primeiros passos para a cientificidade da sociologia. Foi, por isso, também,
que logo no seu início, a sociologia recebeu outros nomes como fisiologia social (por Saint-Simon), ou
física social (por Augusto Comte).
Outros teóricos fizeram suas interpretações sociais buscando dar à sociologia um caráter de ciência,
buscando a consolidação definitiva sobre um conhecimento verdadeiro e importante para a sociedade;
estes desenvolveram um conhecimento científico-social onde abrange todos os aspectos da sociedade,
utilizando-se de outras ciências sociais como a economia (produção material), política (relações de poder),
antropologia (aspectos culturais) e outras. Neste processo foram importantes as contribuições de Karl
Marx, Emile Durkheim e Max Weber.
Isidore Augusto Marie François Xavier Comte, filósofo e matemático francês, nasceu em Montpelier
a 19 de janeiro de 1798. Foi fundador do positivismo foi ele também que batizou com o nome de sociologia
uma nova ciência que antes ele chamava de “física social”. Augusto Comte foi importante para a
sociologia, pois, através de sua perspectiva positivista que deu os primeiros passos para a cientificidade
da sociologia, mas ainda confundida com uma filosofia social e religiosidade de tipo ideologicamente
conservadora. Suas principais obras são: Curso de Filosofia Positiva e Sistema de Política Positiva.
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6ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique a importância de Augusto Comte para a sociologia?
b) – Cite as principais obras de Augusto Comte.
c) – Que nome Comte usou pela primeira vez antes de sociologia?
d) – Com o que é confundida a cientificidade de Comte?
e) – Comte é um pensador de tendência ideologicamente?
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I – Prioridade do todo sobre as partes: significa que, para compreender e explicar um fenômeno social
particular devemos analisá-lo no contexto global a que pertence. Considerava que tanto a sociologia
estática (estudo da ordem das sociedades em determinado momento histórico) quanto à sociologia
dinâmica (estudo da evolução das sociedades no tempo) deveriam analisar a sociedade, de uma
determinada época, correlacionando-a a sua história e a história da humanidade (a sociologia de Comte é,
na realidade, sociologia comparada, tendo como quadro de referência a história universal);
II – O progresso do conhecimento é característica da sociedade humana: a sucessão de gerações,
com seus conhecimentos permiti uma cumulação de experiências e de saber que constitui um patrimônio
espiritual objetivo e liga as gerações entre si, existe uma coerência entre o estágio dos conhecimentos e a
organização social;
III – O homem é o mesmo por toda à parte e em todos os termos: em virtude de possuir idêntica
constituição biológica e sistema cerebral.
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7ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Cite os três princípios básicos do positivismo comteano.
b) – Explique o primeiro principio básico do positivismo comteano.
c) – Diferencie sociologia estática de sociologia dinâmica segundo os princípios comteano.
d) – Como é a sociologia de Comte?
e) – Como Comte explique o progresso da sociedade humana?
f) – Explique por que Comte diz que o “homem é o mesmo por toda a parte e em todos os tempos”?
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1°. Estado teológico ou fictício – na fase inicial da evolução histórica, o mundo, a vida, os fenômenos
em geral são explicados através dos recursos das forças sobrenaturais, mágicas dos deuses,
primeiramente é a forma de feiticismo no monoteísmo.
A esta forma de conhecimento, corresponde uma forma de organização sócio-política: o Governo
Monárquico em que o poder real absoluto é legitimado pelo direito divino. Aqui se explicam os diversos
fenômenos através de causas primeiras, em geral personificadas nos deuses. O estado teológico
subdividiu-se em:
a). Fetichismo, em que o homem confere vida, ação e poder sobrenaturais a seres inanimados e a
animais.
b). Politeísmo, quando atribui às diversas potências sobrenaturais ou deuses certos traços da natureza
humana (motivações, vícios e virtudes).
c). Monoteísmo, quando se desenvolve a crença num Deus único.
2º. Estado metafísico ou abstrato – nesta fase assim como na anterior a sociedade ainda busca
explicações de caráter absoluto. A diferença é que a divindade é substituída por conceitos como a
“essência” e substância (a coisa em si), “causas primárias” (origem absoluta), “causas finais” (destinado
absoluto), que embora produzidos pela razão, não pode ser comparadas objetivamente. A organização
sócio-política próprio a esta fase é a República liberal, fundamentada em suposições metafísicas, ou seja,
nos direitos humanos.
As causas primárias são substituídas por causas mais gerais – as entidades metafísicas – ,
buscando nestas entidades (idéias) explicações sobre a natureza das coisas e a causa dos
acontecimentos.
3°. Estado positivo ou científico – é o último estágio da evolução humana, em que a sociedade atinge o
conhecimento científico, isto é, verificável, objetivo e que se expressa em termos de leis naturais. A
filosofia de Comte é justamente uma análise do estado positivo. O homem tenta compreender as relações
entre as coisas e os acontecimentos através da observação científica e do raciocínio, formulando leis;
portanto, não mais procura conhecer a última das coisas e as causas absolutas.
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8ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a). Cite os três estados do progresso da evolução da humanidade segundo a teoria de Comte.
b) – O que é o estado teológico ou fictício?
c) – Explique a que corresponde o estado teológico ou fictício segundo uma organização sócio-política?
d) – Qual o segundo estado da evolução da humanidade segundo a teoria de Comte?
e) – Diferencie o estado teológico do estado metafísico.
f) – Segundo Comte, qual o terceiro estado da evolução da humanidade? E o que ele significa?
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3.4. O CONHECIMENTO POSITIVO
Segundo Comte, o único conhecimento válido é que se baseia em fatos. Por isso, a imaginação deve
estar completamente subordinada a observação da realidade sensível e manipulável pela técnica.
Constantemente, abandona-se qualquer tentativa de conhecimento absoluto ou pelas causas, o objetivo é
chegar às leis, ou seja, as relações constantes que os fatos possuem entre si.
Para Comte, somente a filosofia positivista, livre das teologias e da metafísica, poderia superar as
contradições da humanidade, levando a alcançar o seu destino de progresso.
O fundamento da política positiva é: “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”.
Só pode haver progresso social na medida em que o governo mantém a ordem, reprimindo as
manifestações críticas, sufocando revoltas, garantindo desta forma a paz, a ordem e o progresso.
Para Comte, o governo deve ser ditatorial, para poder instaurar a nova moral positiva, subordinando
os interesses individuais ao coletivo, garantir a ordem social a qualquer custo.
Comte propôs uma religião positivista, cujo objeto de culto é a própria humanidade, através da
veneração dos motivos, principalmente os filósofos e cientistas. Essa religião seria a base da política
positiva, na medida em que seus sacerdotes, os sábios deveriam inculcar na sociedade os princípios
morais.
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9ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Segundo Augusto Comte, o que é o conhecimento positivo?
b) – Como Comte classifica as ciências?
c) – Em que se fundamenta a política positivista?
d) – Para Comte, como deve ser o governo?
e) – Explique a religião da humanidade como uma religião positivista proposta por Comte.
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Karl Heinrich Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Trier cidade situada na fronteira da Prússia
Renana com a França. Marx foi um dos principais pensadores do século XIX, ele foi fundador do
socialismo científico e grande ativista a favor da revolução proletária, apesar de não ser um sociólogo de
profissão, suas teorias despertaram a consciência de uma sociologia crítica. Uma das principais
características do pensamento de Marx é a Práxis, isto é, não foi um teórico de gabinete ele aliava teoria e
prática, participando dos movimentos sociais e revolucionários. Era um pensador de tendência ideológica
transformadora, pretendia transformar a sociedade capitalista em uma sociedade comunista através da
revolução socialista proletária. Entre suas principais obras podemos destacar: A Sagrada Família (1845), A
Ideologia Alemã (1845-1846), Miséria da Filosofia, Manifesto do partido comunista, As lutas de classe na
França (1850/59), o 18 Brumário de Luis Bonaparte (1852/55), Crítica da economia política (1859) e O
capital.
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10ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Karl Marx?
b) – Qual a principal característica do pensamento de Marx?
c) – O que é Práxis?
d) – Qual a tendência ideológica de Karl Marx?
e) – Quais as principais obras de Marx?
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Marx considerava que não se pode pensar a relação individuo e sociedade separadamente das
condições materiais em que essas relações se apoiam. Para ele, as condições materiais de toda
sociedade condicionam as demais relações sociais. Em outras palavras, para viver, os homens têm de,
inicialmente transformar a natureza, ou seja, caçar, construir abrigos, utensílios, etc., sem o que não
poderiam existir como seres vivos. Por isso, o estudo de qualquer sociedade deveria partir justamente das
relações sociais (de produção) que os homens estabelecem entre si e no processo de produção. Essas
relações sociais de produção são a base (infraestrutura) – é o modo de produção, a maneira básica
como a sociedade organiza a produção de bens. A superestrutura repousa sobre a base e tem que
refletir sua forma, na produção da vida os homens geram também outra espécie de produtos que não têm
forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos morais e estéticos, sistemas legais,
de ensino, de comunicação, o conhecimento filosófico e científico, representações coletivas de
sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida diversa e plasmada de um modo peculiar.
Para Marx, portanto, a produção é a raiz de toda a estrutura social. Na sociedade antiga, por
exemplo, a relação social básica era a relação senhor x escravo. Não podemos, segundo Marx, entender a
política ou a cultura dessa época sem primeiramente estudar essa relação básica que condicionava todo o
resto da sociedade.
Para Marx, o modo de produção capitalista se caracteriza pela divisão da sociedade em classes, na
exploração do trabalhador e na alienação, gerando assim uma sociedade desigual, antagônica, injusta,
irracional e anárquica que deve ser substituída pelo socialismo através da revolução proletária.
Segundo Marx, na sociedade capitalista as relações sociais de produção definem duas grandes
classes: de um lado, os capitalistas, que são aquelas pessoas que possuem os meios de produção
(máquinas, ferramentas, capital, etc) necessários para transformar a natureza e produzir mercadorias; do
outro lado, os trabalhadores, também chamados, no seu conjunto, de proletariados, aqueles que nada
possuem, a não ser o seu corpo e sua disposição para trabalhar. Assim o conceito de classe em Marx
estabelece um grupo de indivíduos que ocupam uma mesma posição no processo de produção e nas
relações de produção, em determinada sociedade. A classe a que pertencemos é que condiciona de
maneira decisiva nossa atuação social. Neste sentido, é principalmente a situação de classe que
condiciona a existência do individuo e sua relação com o resto da sociedade: podemos compartilhar
idéias, amizades e comportamentos de indivíduos de outras classes, mas no momento de conflito, como
nas greves ou mesmo no mercado (consumo), as diferenças irão aparecer de acordo com a classe a que
pertencemos. Nessa relação de classes surgem a “classe em si” e “classe para si”:
- “Classe em si” – quando o individuo não tem consciência de classe, ele encontra-se em qualquer
posição (status) na estrutura econômica;
- “Classe para si” – quando a pessoa tem consciência de classe, ele assume uma posição político-
ideológica.
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11ª – ATIVIDADE. Responda em caderno:
a) – Por que Marx considera que não se pode pensar a relação individuo e sociedade separadamente das
condições materiais que essas relações se apoiam?
b) – Segundo Marx, o que se entende por infraestrutura e superestrutura?
c) – Para Marx, o que caracteriza o modo de produção capitalista?
d) – Para Marx, como a sociedade capitalista deve ser substituída?
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CONTINUAÇÃO (11ª). Responda em seu caderno:
a) – Explique as duas grandes classes que existem na sociedade capitalista definidas por Marx?
b) – Conceitue classe, segundo Karl Marx.
c) – Segundo Marx, o que condiciona ou determina a vida das pessoas na sociedade capitalista?
d) – Diferencie “classe em si” de “classe para si”.
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Na obra O capital, Marx analisa detalhadamente as condições do sistema capitalista, expõe suas
contradições e limites. Neste livro, Marx usa os princípios e categorias da dialética (filosofia) em uma
questão econômica, para que a classe trabalhadora tenha melhores instrumentos em sua luta (prática
social). Nesta obra ele desvenda a complexidade das relações entre a acumulação capitalista e a força de
trabalho.
A fórmula do capital: D - M - D¹ - M - D² - M - D³...
Para entender o processo da acumulação capitalista precisamos conhecer os conceitos de
mercadoria, dinheiro, capital, mais-valia, lucro, salário, força de trabalho e como esses elementos se
relacionam neste processo: mercadoria= é tudo aquilo que se produz para ser vendido ou trocado no
mercado, ela possui dois valores, valor de uso (serve para satisfazer necessidades pessoais) e valor de
troca (serve para gerar dinheiro/lucro/capital) um bem só se torna mercadoria quando passa a ter valor de
troca; força de trabalho= é a energia física e mental utilizada para produzir bens ou serviços. A fonte de
valor da mercadoria é a força de trabalho, o valor da mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho
socialmente necessário para produzi-la, sem trabalho os objetos não tem valor de troca, logo não podem
ser mercadorias; dinheiro= é uma mercadoria especial que pelo costume ou lei monopoliza o posto de
equivalente geral capaz de comprar outras mercadorias que satisfazem algumas necessidades humanas
(tem valor de uso); capital= é a riqueza (dinheiro, máquinas, matéria-prima) destinada a obter lucro que é
reinvestido na obtenção de mais riquezas; lucro= é uma parte variável (depende das condições de
mercado) da mais-valia derivada das vendas das mercadorias; salário= é o valor pago para o trabalhador
(força de trabalho) que não corresponde a riqueza gerada por ele, mas a penas ao suficiente para sua
manutenção e de seus filhos (alimentação, roupas, habitação); mais-valia= é o valor a mais, criado pelo
trabalhador no processo produtivo e que não é repassado para ele; é a diferença entre o valor da
produção total e o valor pago pelo trabalho, é o excedente da produção, tudo que é produzido além do
valor do salário. Para Marx, o processo de produção e de relação social na sociedade capitalista se realiza
de maneira desigual e de exploração, pois nesse processo de produção e na relação capitalista é que
surge a mais-valia.
A fórmula da mais-valia:
A ------- D ------------- C ----------------------- B
Existem dois tipos básicos de mais-valia:
-Mais-valia absoluta – cresce simplesmente prolongando a jornada de trabalho;
-Mais-valia relativa – cresce em relação ao aumento do sobre-trabalho e à correspondente diminuição do
tempo de trabalho necessário que ocorre através do uso de tecnologia.
4.6. ALIENAÇÃO
A palavra alienação vem do latim (alienare, alienus) significa “que pertence a um outro”. Alius é o
outro. Portanto, sob determinado aspecto, alienar é tornar alheio, transferir para outrem o que é seu. Para
Marx, a alienação ocorre no processo produtivo e nas relações sociais de produção capitalista. A
alienação não é puramente teórica, manifesta-se na vida real, a partir da divisão do trabalho, quando o
produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu; a divisão do trabalho na sociedade capitalista
torna o homem um ser incompleto e não-realizado. O operário que trabalha em uma fábrica e produz
determinado objeto não escolhe seu próprio salário, o seu horário ou ritmo da produção, isso é
determinado por forças que lhe são estranhas. Além de tudo isso, o produto produzido pelo operário não
lhe é reconhecido e nem lhe pertence, pois devido à divisão do trabalho ele executou apenas uma parte da
produção e recebeu um salário para tanto. Esta divisão do trabalho gera também uma certa indiferença
entre os trabalhadores que executam atividades diferentes, ficando estranhos entre si. A alienação no
processo produtivo gera:
- Fetichismo da mercadoria – ocorre quando a mercadoria passa a ser considerada mais importante que
o individuo que produziu. Ocorre quando o valor de troca (o que a mercadoria vale no mercado) se torna
superior ao valor de uso (o que a mercadoria vale por sua utilidade) determinando as relações humanas.
- Reificação do trabalhador – (do latim, res = coisa) ocorre quando o trabalhador se torna um mero
instrumento produtor de mercadoria, quando a força de trabalho da pessoa se torna mercadoria e pode ser
vendida e comprada em troca de um salário. “É a humanização da mercadoria e a desumanização da
pessoa”.
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CONTINUAÇÃO (12ª). Responda em seu caderno:
a) – Explique os conceitos de: mercadoria, força de trabalho, dinheiro, capital, lucro, salário e mais-valia.
b) – Explique a fórmula da mais-valia.
c) – Diferencie mais valia absoluta de mais-valia relativa.
d) – O que significa alienação?
e) – Como ocorre a alienação?
f) – Como a divisão do trabalho contribui para a alienação?
g) – O que a alienação no processo produtivo gera?
h) – Como ocorre o fetichismo da mercadoria?
i) – Como ocorre a reificação do trabalhador?
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4.7. IDEOLOGIA
No seu livro A ideologia alemã, Marx se refere à ideologia como um sistema elaborado de
representações e de idéias, que correspondem a formas de consciência que os homens tem em
determinada época. Essas representações e idéias são qualificadas como quimeras, formas imaginárias,
ilusão, sonho, enfim, algo que esta em oposição às condições materiais da vida real. Aparece ai também a
concepção de que a ideologia é a inversão da realidade, no sentido de reflexo, como na câmara
fotográfica, onde a imagem aparece “invertida”. Marx diz que: “a existência condiciona a consciência”, ou
seja, não é consciência que determina a vida, é a vida que determina a consciência.
Para Marx, a ideologia é “um sistema de crenças ilusórias relacionadas a uma classe social
determinada”. Por isso, ele diz: “as idéias dominantes de uma época representam as idéias da classe
dominante”.
Percebe-se nas teorias de Marx, que o tema ideologia veicula uma relação fundamental que é a
oposição entre o falso (ideologia) e o verdadeiro (saber científico). O falso representa a ideologia e o
verdadeiro é representado pela ciência, que libertará o proletariado da dominação burguesa.
Segundo as teorias marxianas, a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de
representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos
membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem
valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer. A ideologia é,
portanto, tem as seguintes características: é um corpo explicativo (representações) e prático (normas,
regras, preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador.
A função da ideologia é dar aos membros de uma sociedade dividida em classes uma explicação
racional para as diferenças sociais, políticas e culturais, sem jamais atribuir tais diferenças à divisão da
sociedade em classes, a partir das divisões na esfera da produção. Busca camuflar as diferenças de
classes sociais antagônicas e de fornecer aos membros da sociedade o sentimento da identidade social,
encontrando certos referenciais identificadores de todos e para todos, como, por exemplo: a Humanidade,
a Liberdade, a Igualdade, a Nação, o Estado, a Pátria, o Progresso, a Família e etc.
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Em termos de método, Marx enfatiza que o pesquisador não deve se restringir à descrição da
realidade social, mas deve também se ater á análise de como essa realidade se produz e se reproduz ao
longo da história. Por exemplo, em relação às classes na sociedade capitalista não basta a descrição das
duas classes sociais existentes – a capitalista e a dos trabalhadores –, mas é preciso mostrar a maneira
como essas classes surgiram na história, como o conflito entre elas se mantém e quais as possibilidades
de transformação dessas relações de classe no futuro. Mostrando as possibilidades de transformação da
realidade social, o cientista social pode desempenhar um papel político revolucionário, ao tomar partido da
classe trabalhadora. Por isso, em Marx, a ciência tem um papel político necessariamente crítico em
relação à sociedade capitalista, devendo ser um instrumento não só de compreensão, mas também de
transformação da realidade. A metodologia sociológica de Marx baseia-se na aplicação do seu
materialismo dialético(concepção filosófica) aos fenômenos sociais, que por sua vez, teve mérito de fundar
uma teoria científica de inegável alcance explicativo: o materialismo histórico(concepção científica). A
teoria da dialética materialista se resume em: tese, antítese e síntese. E as características de sua dialética
são: tudo se relaciona, tudo se transforma, mudança qualitativa e luta dos contrários.
Marx relacionou a existência do Estado às condições das classes sociais existentes na sociedade.
Assim, em vez do Estado imanente e superior, acima dos homens (como pensavam os filósofos Hobbes,
Locke e Rousseau), Marx apresenta-o como um instrumento da classe dominante. A gênese do Estado
reside, portanto na divisão da sociedade em classes, sendo sua principal função conservar e reproduzir
esta divisão, garantindo os interesses da classe que domina as outras classes.
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14ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Para Marx, qual o papel da ciência?
b) – Em que se baseia a metodologia sociológica de Marx?
c) – Cite as características da dialética marxista.
d) – Explique como Marx analisa o papel do Estado na sociedade?
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David Émile Durkheim, sociólogo francês nasceu em Épinal em 15 de abril de 1858, estudou na
Ecole Normale Superfieure de Paris, tendo-se doutorado em filosofia. Em 1885 foi estudar na Alemanha,
sendo muito influenciado pelas idéias do positivismo de Wilhelm Wundt. Durkheim é um dos principais
clássicos da sociologia, foi responsável pela introdução da sociologia nas universidades como disciplina e
ciência acadêmica. De tendência ideológica conservadora, ele corresponde a uma corrente sociológica
funcionalista, cuja teorias e metodologia de caráter comparativas consolidaram a sociologia como ciência
social. Entre suas principais obras podemos destacar: A divisão do trabalho social (1893), As regras do
método sociológico (1894), O suicídio (1897).
O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro princípios fundamentais:
1º. A sociologia é uma ciência independente das demais ciências sociais e da filosofia;
2º. A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos considerados como “coisas”;
3º. A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que antecedem. Para
explicar um fenômeno social deve-se procurar suas causas;
4º. Todos os fatos sociais são exteriores aos indivíduos, formando uma realidade especifica.
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15ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Emille Durkheim?
b) – Qual a tendência ideológica de Durkheim?
c) – A qual corrente sociológica Durkheim corresponde?
d) – Que caráter tem as teorias e metodologia de Durkheim?
e) – Cite as principais obras de Durkheim.
f) – Explique os quatro princípios fundamentais do sistema sociológico de Durkheim.
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Durkheim é também admirado pelo estudo dos problemas da personalidade, realizado em sua
obra O suicídio (1897), em que a divisão do trabalho é tratada como um desenvolvimento normal da
sociedade humana, que propicia o aumento da iniciativa pessoal em detrimento da autoridade exercida
pela tradição. Entretanto, o número crescente de suicidas nas sociedades desenvolvidas foi por ele
considerado como um traço patológico na organização social. Nesse sentido, Durkheim descreve três tipos
de suicídios:
* Altruísta – quando o individuo fortemente ligado a um grupo não distingue entre seus próprios interesses
e os do grupo, sendo capaz de sacrificar-se por ele. É o caso de soldados que se sacrificam para salvar
companheiros. Esse tipo de suicídio também pode ser levado a efeito pelo individuo que deixa de
satisfazer os padrões do grupo: a morte é, então, preferível a qualquer outra coisa;
* Egoísta – é o suicídio que ocorre quando o individuo não está envolvido com ninguém nem com
nenhuma causa, faltando-lhe laços emocionais que lhe tornem a vida digna de viver;
* Anômico – é o suicídio que se manifesta quando o individuo participa de uma sociedade caracterizada
pela anomia (ausência de regras, sem normas), sendo comum em épocas de depressão econômica.
A importância de O suicídio está intimamente relacionada aos esclarecimentos que presta quanto ao
relacionamento humano, tanto no que se refere aos grupos quanto ao que diz respeito às normas dos
grupos.
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Em sua obra As regras do método sociológico (1894), Durkheim propõem alguns procedimentos aos
pesquisadores: o método de uma ciência consiste no conjunto de regras que o pesquisador deve seguir
para realizar, de maneira correta, suas pesquisas. Como Durkheim enfatiza o caráter exterior e coercitivo
dos fatos sociais, ele colocará como regra básica de seu método que o pesquisador deve analisar os fatos
sociais como se eles fossem coisas, isto é, como se fossem objetos que existem independentemente de
nossas idéias e vontades. Com isso, Durkheim enfatiza como fundamental para uma pesquisa científica a
posição de neutralidade e objetividade que o pesquisador deve descrever a realidade social, sem deixar
que suas idéias e opiniões interfiram na observação dos fatos sociais.
Para Durkheim, na relação individuo e sociedade, ele destaca que a sociedade prevalece sobre o
individuo. A sociedade é, para esse autor, um conjunto de normas de ação, pensamento e sentimento que
não existem apenas na consciência dos indivíduos, mas que são construídos exteriormente. Isto é, fora
das consciências individuais. Em outras palavras, na vida em sociedade o homem defronta com regras de
conduta que não foram diretamente criadas por ele, mas que existem e são aceitas na vida em sociedade,
devendo ser seguidas por todos. Sem essas regras, a sociedade não existiria e é por isso que os
indivíduos devem obedecê-las. Os fatos sociais são os modos de pensar, sentir e agir de um grupo social.
O modo de vestir, a língua, o sistema monetário, a religião e uma infinidade de outros fenômenos são
consideradas fatos sociais.
As leis são um bom exemplo do raciocínio de Durkheim. Em toda sociedade existem leis que
organizam a vida em conjunto. O individuo isolado não cria leis nem pode modificá-las. São as gerações
de homens que vão criando e reformulando coletivamente as leis. Essas leis são transmitidas para as
gerações seguintes na forma de códigos, decretos, constituições, etc. como indivíduos isolados, temos de
aceita-las; sob pena de sofrer castigos por viola-las.
Seguindo essas idéias, Durkheim afirmara que os fatos sociais, ou seja, o objeto de estudo da
sociologia, é justamente essas regras e normas coletivas que orientam a vida dos indivíduos em
sociedade. Tais fatos sociais são diferentes dos fatos estudados por outras ciências por terem origem na
sociedade, e não na natureza (como nas ciências naturais) ou no individuo (na psicologia).
5.7. CARACTERÍSTICAS DO FATO SOCIAL
Esses fatos sociais têm três características básicas que permitirão sua identificação na realidade,
elas são: gerais, exteriores e coercitivos.
1ª. Generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo;
2ª. Exterioridade – o fato social é externo ao individuo, existe independentemente de sua vontade. Isto é,
consistem em idéias, normas ou regras de conduta que não são criadas isoladamente pelos indivíduos,
mas foram criadas pela coletividade e já existem fora de nós quando nascemos.
3ª. Coercitividade – os indivíduos vêem-se obrigados a seguir o comportamento estabelecido porque
essas idéias, normas e regras devem ser seguidas pelos membros da sociedade; se isso não acontece, se
alguém desobedece a elas, é punido, de alguma maneira pelo resto do grupo.
É justamente a educação um dos exemplos preferidos por Durkheim para mostrar o que é um fato
social. O individuo, segundo ele, não nasce sabendo previamente as normas de conduta necessárias para
a vida em sociedade. Por isso, toda sociedade tem de educar seus membros, fazendo com que aprendam
as regras necessárias à organização da vida social. As gerações adultas transmitem às crianças e aos
adolescentes aquilo que aprenderam ao longo de sua vida em sociedade. Com isso, o grupo social é
perpetuado, a pesar da morte dos indivíduos.
O que a criança aprende na escola? Idéias, sentimentos e hábitos que ela não possui quando nasce,
mas que são essenciais para a vida em sociedade. A linguagem, por exemplo, é aprendida, em grande
medida, na escola. Ninguém nasce conhecendo a língua de seu país. É necessário um aprendizado, que
começa já nos primeiros dias de vida e se prolonga no decorrer dos muitos anos na escola, para que a
criança consiga se comunicar de maneira adequada com seus semelhantes. Sem o aprendizado da
linguagem, a criança não poderia participar da vida em sociedade.
5.8. INSTITUIÇÃO
Outro conceito importante para Durkheim é o de instituição. Para ele, uma instituição é um conjunto
de normas e regras de vida que se consolidam fora dos indivíduos e que as gerações transmitem uma às
outras. Há ainda muitos outros exemplos de instituições: família, Estado, Igreja, Exército, etc. Assim, para
Durkheim é a sociedade, como coletividade, que organiza, condiciona as ações individuais. O individuo
aprende a seguir normas e regras de ação que lhes são exteriores. Ou seja, que não foram criadas por
ele, e são coercitivas, pois limitam sua ação e prescreve punições para quem não obedecer aos limites
sociais. A função das instituições é socializar os indivíduos, fazer com que eles assimilem as regras e
normas necessárias à vida em comum.
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18ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que Durkheim coloca como regra básica de seu método de pesquisa?
b) – O que Durkheim enfatiza como fundamental para uma pesquisa científica?
c) – Como Durkheim vê a relação individuo e sociedade?
d) – O que é sociedade para Durkheim?
e) – Para Durkheim, qual a importância das regras sociais?
f) – Na concepção de Durkheim, O que é fato social?
g) – Qual o objeto de estudo da sociologia, segundo Durkheim?
h) – Cite e explique as características dos fatos sociais.
i) – Qual a importância da educação, segundo Durkheim?
j) – O que é instituição?, Cite exemplos e explique sua função.
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Nascido em Erfut, a 21 de Abril de 1864, Max Weber tornou-se um dos sociólogos e economistas
político mais importante da Alemanha nos séculos XIX e XX. Max Weber foi um dos mais importantes
clássicos da sociologia, pois suas teorias contribuem até hoje para a análise da vida social. Filho de uma
abastada família de comerciantes formou-se em direito e economia nas Universidades de Berlim e de
Heidelberg respectivamente. Mais tarde trabalhou como professor nas Universidades de Berlim (1893),
Freiburg (1894), Heidelberg (1897), Viena (1917). Pode-se afirmar que a vida de Max Weber foi totalmente
dedicada aos estudos, à pesquisa e à participação ativa na política alemã de seu tempo, principalmente
mediante suas intervenções em conferências, seus artigos para jornais e revistas e seus escritos
publicados em vida e postumamente. Max Weber é um pensador de tendência ideológica conservadora e
suas análises têm características histórico-comparativa. Entre suas principais obras podemos destacar: A
ética protestante e o espírito do capitalismo e Economia e sociedade.
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19ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Max Weber?
b) – Como foi a vida de Max Weber?
c) – Qual a tendência ideológica de Max Weber?
d) – Qual as características das análises teóricas de Weber?
e) – Quais as principais obras de Weber?
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A sua insistência em compreender as motivações das ações humanas levou-o a rejeitar a proposta
do positivismo de transferir para a sociologia a metodologia de investigação utilizada pelas ciências
naturais. Não havia, para ele, fundamento para esta resposta, uma vez que o sociólogo não trabalha sobre
uma matéria inerte, como acontece com as cientistas naturais. Weber diz que o ponto chave de uma
investigação sociológica é o individuo e sua ação, é a compreensão da ação dos indivíduos e não a
análise das “instituições sociais” ou “grupo social” que vai nos permitir entender a sociedade. Para
compreender as instituições temos que partir das intenções e motivações dos indivíduos que vivenciam
estas situações sociais.
Ao contrário do positivismo, que dava maior ênfase aos fatos, à realidade empírica, transformando
geralmente o pesquisador num mero registrador de informações, a metodologia de Weber atribuía-lhe um
papel ativo na elaboração do conhecimento.
A intenção de conferir à sociologia uma reputação científica encontra na figura de Max Weber, um
marco de referência. Durante toda a sua vida, insistiu em estabelecer uma clara distinção entre o
conhecimento científico, fruto de cuidadosa investigação, e os julgamentos de valor sobre a realidade.
Com isso, desejava assinalar que um cientista não tinha o direito de possuir, a partir de sua profissão,
preferência políticas e ideológicas. No entanto, julgava ele, sendo todo cientista também um cidadão,
poderia ele assumir posições apaixonadas em face dos problemas econômicos e políticos, mas jamais
deveria defende-los a partir de sua atividade profissional. Essa posição de Weber, que tantas discussões
têm provocado entre os cientistas sociais, constitui, ao isolar a sociologia dos movimentos revolucionários,
um dos momentos decisivos da profissionalização dessa disciplina. A idéia de uma ciência social neutra
seria um argumento útil e fascinante para aqueles que viviam e iriam viver da sociologia como profissão.
Ela abria a possibilidade de conceber a sociologia como um conjunto de técnicas neutras que poderiam
ser oferecidas a qualquer comprador público ou privado. Vários estudiosos da formação da sociologia têm
assinalado, no entanto, que a neutralidade defendida por Weber foi um recurso utilizado por ele na luta
pela liberdade intelectual, uma forma de manter a autonomia da sociologia em face da burocracia e do
Estado alemão da época.
A busca de uma neutralidade científica levou Weber a estabelecer uma rigorosa fronteira entre o
cientista, homem do saber, das análises frias e penetrantes; e o político, homem de ação e de decisão
comprometido com questões práticas da vida. O que a ciência tem a oferecer a esse homem de ação,
segundo Weber, é um entendimento claro de sua conduta, das motivações e das conseqüências de seus
atos.
A sociologia por ele desenvolvida considerava o indivíduo e sua ação como ponto chave da
investigação. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de partida da sociologia era a
compreensão da ação dos indivíduos e não a análise das “instituições sociais” ou de “grupos sociais”, tão
enfatizadas pelo pensamento conservador. Com essa posição, não tinha a intenção de negar a existência
ou a importância dos fenômenos sociais, como o Estado, a empresa capitalista, a sociedade anônima,
mas tão somente a de ressaltar a necessidade de compreender as intenções e motivações dos indivíduos
que vivenciam estas situações sociais.
A ciência não pode propor fins a ação prática: “uma ciência empírica não está apta a ensinar a
ninguém aquilo que ‘deve’, mas, sim, apenas aquilo que ‘pode’ – em certas circunstâncias – aquilo que
‘quer fazer’”. O domínio da ciência empírica deve ser definida como o dos meios e não como o dos fins.
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Para Weber a sociologia é a ciência que procura uma compreensão interpretativa da ação social para a
partir daí chegar à explicação causal do seu sentido e dos seus efeitos.
Para Max Weber, a análise sociológica estará centrada nos atores e em suas ações. O agente
individual é a unidade da análise sociológica, a única entidade capaz de conferir significado às suas ações.
A sociedade não é algo exterior e superior aos indivíduos; a sociedade pode ser compreendida a partir do
conjunto das ações individuais reciprocamente referidas. Por isso, Weber define como objeto da sociologia
a ação social, que é qualquer ação que o individuo faz orientando-se pela ação de outros. Toda vez que se
estabelecer uma relação significativa, isto é, algum tipo de sentido entre várias ações sociais, terá então
relações sociais. Só existe ação social quando o individuo tenta estabelecer algum tipo de comunicação a
partir de suas ações com os demais. Nem toda ação, desse ponto de vista, será social, mas apenas
aquelas que impliquem alguma orientação significativa visando outros indivíduos.
Weber afirma que podemos pensar em diferentes tipos de ação social, agrupando-os de acordo com
o modo pelo qual os indivíduos orientam suas ações. Assim ele estabelece quatro tipos de ação social:
1º. Ação tradicional – que é determinada por um costume ou um hábito arraigado;
2º. Ação afetiva – aquela determinada por afetos ou estados sentimentais;
3º. Ação racional com relação a valores – determinada pela crença consciente num valor considerado
importante, independente do êxito desse valor na realidade;
4º. Ação racional com relação a fins – determinada pelo cálculo racional que coloca fins e organiza os
meios necessários.
Weber admite não existir ação pura todas são possíveis de misturas.
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22ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é o tipo ideal e o que ele corresponde?
b) – O que é ação?
c) – O que é relação social?
d) – O que é sociologia para Weber?
e) – Em que está centrada a análise sociológica?
f) – Qual o objeto de estudo da sociologia segundo Weber?
g) – Quando existe ação social?
h) – Cite e explique os diferentes tipos de ação social.
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No estudo das relações sociais, Weber percebeu que nas sociedades a existência de diferenças
sociais pode ter vários princípios explicativos, sendo que o critério de classificação mais relevante é dado
pela dominância, em cada unidade histórica, de uma forma de organização ou pelo peso particular que
cada uma das diversas esferas da vida coletiva possa ter, essas esferas são: econômica, religiosa,
política, jurídica, social, cultural – cada uma com sua lógica particular de funcionamento. Assim Weber,
destacou as três esferas (dimensões) da sociedade, sendo que cada esfera possui sua ordem de
estratificação própria:
▪ Classes – refere-se a ordem econômica, o interesse econômico é fator que cria uma classe, podendo-se
até considerar que as classes estão estratificadas segundo suas relações com a produção e a aquisição
de bens; a estratificação econômica é, portanto, representada pelos rendimentos, bens e serviços que o
individuo possui ou de que dispõe.
▪ Estamentos (status) – refere-se a ordem social, onde os grupos de status estratificam-se em função do
principio de consumo de bens, representados por estilos de vida específicos, a estratificação social é,
portanto, evidenciada pelo prestigio e honra desfrutados.
▪ Partidos – refere-se a ordem política, que manifesta-se através do poder; a estratificação política é
assim observada através da distribuição do poder entre grupos e partidos políticos, entre indivíduos no
interior dos grupos e partidos, assim como entre os indivíduos na esfera da ação política.
Segundo Weber, o Estado é uma instituição social que mantém o monopólio do uso legitimo da força
física dentro de determinado território, para que este estado exista é preciso que sua autoridade seja
reconhecida como legitima. Neste sentido, o Estado é definido por sua autoridade para gerar e aplicar
poder coletivo. Como acontece com todas as instituições sociais, o Estado é organizado em torno de um
conjunto de funções sociais, incluindo manter a lei, a ordem e a estabilidade, resolver vários tipos de
litígios através do sistema judiciário, cobrar impostos, censo, identificação e registro da população,
alistamento militar, encarrega-se da defesa comum e cuidar do bem-estar da população de maneira que
estão além dos meios do indivíduo, tal como implementar medidas de saúde pública, prover educação de
massa etc.