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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA

CIVEL DA COMARCA DE XXXX/UF

PARTE AUTORA, inscrito no CNPJ...., localizado no


endereço..., neste ato representado pelo seu síndico..., nacionalidade, estado
civil profissão,portador da cédula de Identidade nº ..., inscrito no CPF/MF sob o
nº ..., endereço eletrônico, residente e domiciliada na ...,por seus advogados in
fine assinados conforme procuração anexada, com endereço profissional
(completo), para fins do art. 106, I, do Novo Código de Processo Civil, vem,
mui respeitosamente a V.Exa., pelo procedimento comum, rito ordinário, com
fundamento nos artigos186 c/c 927, caput ambos do Código Civil propor:

AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS C/C RESSARCIMENTO


DE VALORES

em face de PARTE RÉ, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ/MF sob n. Xxxxxx, e XXXXXXX, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ/MF sob n. Xxxxx, ambas com sede na XXXXXXX,
endereço eletrônico, pelas razões fáticas e os motivos de direito que passa a
expor.

I - Dos fatos
Em XX de XX de XXXX, autores e a empresa XXXXXXX
entabularam instrumento particular de compromisso de compra e venda, cujo
teor versa sobre aquisição de unidade autônoma, da qual restou ao autor
adimplir o financiamento pactuado. Em anexo quadro resumo com as principais
obrigações contraídas.

Todavia, ao desenrolar do financiamento, algumas


cobranças pagas em nome das rés, notadamente taxa de corretagem e taxa de
Serviço de Assistência Técnico Imobiliária (SATI), tiveram que ser adimplidas
pelos autores como garantia a continuidade do negócio. À ré XXXXX coube o
recebimento de XXXXX referente a corretagem e à ré XXXX a quantia de
XXXXXX referente a SATI. Entendem os autores que ambas cobranças são
indevidas.

Insatisfeitos com a lesão sofrida, aviltado em seu direito,


que só foi possível pela sua hipossuficiência técnica e vulnerabilidade inerente
à relação de consumo que foi amplamente explorada pelas rés, ingressam o
autor com a presente demanda de indenização por danos materiais c/c
ressarcimento de valores a fim de ver resguardados seus direitos.

Ainda, por tratar-se de relação de consumo, requerem a


condenação em dobro quando da devolução dos valores nos ditames do
artigo 42 caput e parágrafo único do CDC.

É a síntese do necessário.

II - DO DIREITO

a) Da Justiça Gratuita

Inicialmente, insta salientar que os autores são pobres na


acepção jurídica do termo, nos moldes do artigo 4º da lei1.060/50 e dos arts.
98 e seguintes do NCPC, requerendo, desde já, os benefícios da Justiça
Gratuita, pelo prejuízo que as custas desse processo podem causar ao seus
sustento e de sua família.

Para tanto, apresentam declaração de pobreza como


forma de expressão da verdade, ciente de que a inveracidade das informações
prestadas serão cominadas sob as penas da lei. Saliente-se ao documento
anexo, declaração dada à construtora do empreendimento em que ambos
declaram sua situação econômico-financeira.

Nesse diapasão, é a Jurisprudência unânime, que se


coaduna com a pretensão ora requerida, a saber: “Para obtenção do direito,
que é assegurado por norma constitucional, basta ao litigante afirmar, na
petição inicial, sua condição de pobreza”. (TJSP, 5ª Câm. A nº 125-973-1 SP,
rel. Marcio Bonilha, j. 26.10.89).

Insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir


os mais humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no
Estado Democrático de Direito. Nesse sentido:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ASSISTÊNCIA JURÍDICA


GRATUITA. ADVOGADO CONSTITUÍDO. ISENÇÃO DE
CUSTAS. POSSIBILIDADE DA MEDIDA. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. RECURSO PROVIDO. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA DE
INDENIZAÇÃO. Pedido de gratuidade de justiça.
Indeferimento, porque a parte se acha representada por
advogado. A defesa dos pobres em Juízo não constitui
monopólio da Defensoria Pública do Estado. Não se
discutindo a miserabilidade do agravante, a alegação de
pobreza deve ser admitida como verdadeira, até prova em
contrário, através de impugnação, nos termos da Lei
nº1060/50. Provimento do recurso. Decisão
unânime.(BRASIL. TJRJ. AI 6996/2000. 15ª Câmara
Cível. - Relator: Desembargador José Mota Filho.
Julgamento: 16/08/2000)
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO A QUEM TEM ADVOGADO CONSTITUÍDO.
POSSIBILIDADE. RESTRIÇÃO QUE IMPORTARIA EM
VIOLAÇÃO AO ART. 5º, LXXIV, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. AGRAVO PROVIDO.Para a concessão dos
benefícios da justiça gratuita basta que a parte afirme não
estar em condições de pagar as custas do processo e os
honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua
família, não impedindo a outorga do favor legal o fato do
interessado ter advogado constituído, tudo sob pena de
violação ao art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal e à Lei
nº 1.060/50, que não contemplam tal restrição. (BRASIL.
Extinto 2º TACiv-SP, AI 555.868-0/0, rel. Juiz Thales do
Amaral).
Desse modo, requerem a concessão dos benefícios da
justiça gratuita, posto que os autores são pobres na
acepção jurídica do termo, nos termos da lei 1.060/50.

b) Da relação consumerista e inversão do ônus da


prova

Em questão anterior ao mérito, faz-se mister esclarecer


que ao analisar-se a situação fática, chega-se a conclusão que a presente
demanda é derivada de relação de consumo.

Evidente que os fatos narrados acima caracterizam a


relação de consumo, pois o artigo 2º da Lei 8078/90 estabelece que
“consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final”.

O artigo 5º, inciso XXXII da Constituição da Republica


Federativa do Brasil dispõe que “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor”. O artigo 170, inciso Vda Carta da Republica reza que “a ordem
econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observado o princípio da defesa do consumidor”.

O artigo 4º do Código de Proteção e Defesa do


Consumidor dispõe, ainda, que a Política Nacional das Relações de Consumo
tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, atendidos
os princípios do reconhecimento da vulnerabilidade técnica, fática e econômica
do consumidor no mercado de consumo (inciso I); e da boa-fé objetiva nas
relações contratuais (inciso III).

Já o artigo 6º do CDC, por sua vez, assegura à autora: a


efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais (inciso VI); a
facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiência (inciso VIII).

Noutro pólo, temos que as empresas rés figuram na


relação fática narrada como fornecedora de serviços, devidamente tipificado
no CDC, especificamente no artigo 3º a seguir explicitado:

Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública


ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados,
que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.

(...)

§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado


de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,
financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de
caráter trabalhista.

Ora, da mera leitura do parágrafo 2º, resta clara a


configuração da ré como fornecedora de serviços e assim sendo, a autora é
tida como consumidora, favorecida pelas benesses do artigo 6º, inciso VIII, do
mesmo diploma legal, a saber:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

(...)

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive


com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências.

E o presente julgado do STJ, determina o momento de


sua concessão:
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL.
CONSUMIDOR. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
MOMENTO OPORTUNO. RECURSO ESPECIAL
CONHECIDO EM PARTE E, NESSA EXTENSÃO,
PROVIDO.
A inversão do ônus da prova, prevista no artigo6º,
inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, como
exceção à regra do artigo 333 do Código de Processo
Civil, sempre deve vir acompanhada de decisão
devidamente fundamentada, e o momento apropriado
para tal reconhecimento se dá antes do término da
instrução processual, inadmitida a aplicação da regra só
quando da sentença proferida. (BRASIL. STJ. REsp
881651. 2006/0194606-6. Relator Ministro HÉLIO
QUAGLIA BARBOSA. QUARTA TURMA. DJ 21/05/2007
p. 592.)

Assim sendo, requerem desde já os autores o


reconhecimento de inversão de ônus da prova neste momento processual
instrutório, dada sua hipossuficiência técnica e vulnerabilidade em face das rés,
a fim de que a matéria elucidativa aos fatos seja melhor interpretada.

c) Da cobrança indevida de Serviço de Assistência


Técnico Imobiliário (SATI)

Saliente-se que o motivo do pedido de ressarcimento dos


autores diz respeito a taxa cobrada no ato da assinatura do contrato com a
primeira ré quando adquiriu seu imóvel ainda na planta. Logo quando adquirido
o imóvel, a segunda corré, atuante como assistente/corretor do negócio recebe
o pagamento das quantias, impondo uma prestação de serviço, qual seja:
corretagem, da qual não se aproveita ao consumidor e, pior, impondo-lhe uma
contratação de serviço como condição à aquisição de sua moradia, o que
configura ilícito que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) caracteriza
como prática abusiva denominada de "venda casada".

Esclareça-se, por outro prisma, que os órgãos de controle


do poder executivos, e agências reguladoras, também que não apresentam
previsão legal que determine que essa cobrança seja feita ao comprador de
imóvel na planta, sendo imposto assim seu pagamento. Ou seja, inexiste
guarida legal que respalde a prática abusiva e ilícita das rés.

Ocorre que, na prática, esta "taxa" fere os direitos do


consumidor, afinal a intenção de contratar pessoa estranha em relação
contratual para auxiliar em um negócio imobiliário deve ser ato voluntário, a ser
praticado pelo consumidor, e não decorrente de uma imposição da vendedora
a qual destina seu próprio corpo de profissionais para atuar na compra e
venda.

Mais que isto, qualquer item que integra o preço do bem


deve ser esclarecido ao comprador, sendo que este terá a opção de contratar
ou não. Por estas razões a contratação desse tipo de serviço deveria possuir
um contrato exclusivo e transparente ao consumidor, onde seriam expostas as
cláusulas regentes no pacto.

Entretanto, observa-se que, infelizmente, nas transações


imobiliárias, a cobrança da taxa SATI tornou-se costumeira e obscura ao
comprador do imóvel, valendo-se de obscuridade e desconhecimento do
consumidor quanto a sua legalidade, expedientes ardilosos e forma jurídicas
ilícitas para esconder a sua ilegalidade. Note-se que a referida taxa é
apresentada de forma explícita no trato, mesmo as rés sabendo de sua latente
ilegalidade, trazendo como parte integrante do contrato, de cunho obrigatório,
para ludibriar e desfocar o consumidor, para que esse, vulnerável, não se
atente para a sua patente ilegalidade.

Esse tipo de serviço fere expressamente o artigo 31 do


Código do Consumidor, bem como o artigo 30 do mesmo Código, norteador de
forma e validade de oferta, in verbis:

31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços


devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em
língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade,
composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados,
bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.
30. Toda informação ou publicidade, suficientemente
precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação, com relação a
produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a
fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

Logo, conclui-se que os recibos que instrumentalizam a


exordial com papel timbrado identificando o pagamento do SATI para a
primeira ré só demonstra cabalmente a cobrança ilegal, sendo legítimo ao autor
requerer seu ressarcimento. Neste sentido, o seguinte julgado:

EMENTA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MATERIAIS. Compromisso de Venda e Compra de
imóvel para pagamento em 7 parcelas. Pagamento
diverso da forma pactuada, porém com quitação antes do
prazo previsto. Pretensão do recebimento de valores
pagos a mais na quitação (R$ 5.670,22) e ao longo da
contratação (R$ 7.176,55), além do valor em dobro da
taxa SATI (R$ 15.664,00), da diferença de correção
monetária e juros dos condomínios indevidamente pagos
e já ressarcidos (R$ 198,59) e, por fim, do valor gasto
com parecer técnico contábil (R$ 545,00). Sentença de
improcedência. Data da distribuição da ação: 13.02.2012.
Valor da causa: R$ 23.584,14. Apela a autora, alegando
pagamento indevido de R$ 5.670,22, na quitação do saldo
devedor; a forma da contratação não obedeceu às
premissas atinentes ao método de amortização Price
(prestações iguais, periódicas e sucessivas), prejudicando
sua adoção; aplicabilidade dos juros lineares, justificando
a devolução dos R$ 7.176,55; descabimento da cobrança
da taxa SATI, devendo ser devolvida em dobro,
totalizando R$ 15.664,00, passível de correção; cobrança
de condomínio indevida e já ressarcida, remanescendo
correção monetária e juros do período, de R$ 198,59;
necessidade de devolução do valor gasto com parecer
técnico (R$ 545,00). Danos materiais. Aplicabilidade
do CDC. Contratação diversa das usualmente adotadas
na compra de imóveis (R$ 849.505,00 pago em 07
parcelas), com pagamento diverso da contratação e
quitação antes do prazo previsto. Parecer técnico,
acostado pela autora, indicativo da pertinência da
devolução de valores pagos a mais na quitação do saldo
devedor (R$ 5.670,22) e ao longo da contratação (R$
7.176,55). Ré não se desincumbiu de desconstituir o
parecer técnico, nos termos do art. 333, II,CPC.
Pertinência da devolução de valores, devidamente
corrigidos. (...) Recurso parcialmente provido, para
determinar a restituição dos valores de R$ 5.670,22, R$
7.716,55 e R$ 545,00, corrigidos monetariamente a partir
dos desembolsos e com juros de mora a contar da
citação. Fixação da sucumbência recíproca. (BRASIL.
TJSP. Apelação n. 01151068420128260100. 5ª Câmara
Cível de Direito Privado. Relator: James Siano.
Julgamento: 14/08/2013).

Desta forma, parece claro o direito do réu no que tange ao


seu direito de ressarcimento dos valores pagos a título de SATI
correspondentes a XXXXXX, sem prejuízo de acréscimo de juros de mora e
honorários de advogado a contar da data de citação.

d) Da taxa de corretagem indevida por compra em


stand de vendas

Questão mais controversa, mais ainda maculada de


ilegalidade, diz respeito a taxa de corretagem paga para a segunda ré. É
sabido que comumente nos contratos de compra e venda de imóveis novos ou
na planta negociados pelas construtoras há a inclusão da chamada "comissão
de corretagem" que nada mais é do que um estratagema para que o
consumidor pague por serviço prestado por terceiro contratado pela
construtora, sendo que esta última é que deveria arcar com essa despesa.

Esclareça-se que os autores, dirigiram-se ao ao stand de


vendas da construtora e, após ser receber as primeiras informações (nem
sempre claras e precisas) sobre o valor e características do imóvel, se
comprometeram a fechar o negócio, sem qualquer tipo de intermediação, já
que foram atendidos pelos plantonistas do stand.

No entanto, no momento da celebração da escritura


definitiva, os autores surpreenderam-se com a cobrança da referida “comissão
de corretagem”, devendo pagar o valor a terceiros, destinando diversos
cheques aos à empresa de corretagem XXXXX, vinculada ao negócio pela
construtora.
Note-se que o recibo, na verdade, foi emitido em nome de
XXXXXX e não para XXXXX. A prática é uma tentativa latente de camuflar o
pagamento indevido do serviço de corretagem que deveria ser feito pela
construtora e não pelos autores.

Assim, conclui-se, que é responsabilidade do


incorporador/vendedor, que contratou o serviço de corretagem, pagar a
comissão do corretor, e não do comprador, que apenas se dirigiu ao stand de
vendas interessado em comprar o imóvel. Não pode o comprador/consumidor,
que sequer conhece a empresa de corretagem, ser onerado por um serviço
que não contratou. Neste sentido.

COBRANÇA DE TAXA DE CORRETAGEM.


ABUSIVIDADE. IMPOSSIBILIDADE. O pagamento de
comissão de corretagem imposto ao consumidor,
quando da aquisição de imóvel diretamente com
incorporadoras imobiliárias, sem a prévia negociação
entre as partes, configura cláusula abusiva, não
podendo ser de responsabilidade daquele” - (BRASIL.
STJ. Recurso Especial n. 350052. Relator: Ministro
Sidnei Beneti. Publicação: 08/08/2013).

Desta forma, cabe à empresa que está promovendo a


venda a responsabilidade pelo pagamento da comissão, uma vez que preferiu
contratar os corretores para intermediar a venda ao invés de realizá-las
diretamente aos consumidores.

Assim, requerem os autores, que considere-se abusiva


qualquer cláusula contratual que estabeleça a imposição desta cobrança de
corretagem, sendo imperioso o deferimento de sua restituição no valor de
XXXXXX pagos à segunda ré, sem prejuízo de correção monetária, juros de
mora e honorários de advogado a contar da data de citação.
e) Da responsabilidade civil e o dever de ressarcir

Parece claro, excelência, o latente prejuízo sofrido pelos


autores ao serem compelidos a pagar valores ausentes de discriminação
contratual, bem como lastreados de ilegalidade no que tange à sua justificativa.

Restaram demonstrados também, com a juntada dos


recibos que comprovam o pagamento de SATI, no valor de XXXXXX, e taxa de
corretagem no valor de XXXXXXX deixaram o patrimônio dos autores para
fazer parte integrante do patrimônio das rés.

Ora, se tal acréscimo patrimonial das corrés foi resultante


de uma operação indevida e ilegal, resta ao autor requerer o ressarcimento da
quantia supracitada a título de indenização por danos materiais.

Como reforço a seu direito junta o autor, sentença


integral, de caso análogo, inclusive decidido por este Juízo, na qual houve
condenação ao ressarcimento de taxa de corretagem, haja vista sua completa
inaplicabilidade a situação fático-jurídica (XXXXX).

Assim, provado o dano consubstanciado no pagamento


indevido decorrente de ato jurídico, cuja consequência atinente ao nexo de
causalidade é a responsabilização de ambas as rés, justificado pelo prejuízo
causado ao autor que receberam valores indevidos, que conjuntamente
alcançam o valor de XXXXXX, seja por questão já pacificada pelos Tribunais,
seja pela prova produzida nos autos com a juntada de todos os documentos
anexos.

e) Da condenação em dobro nos moldes do artigo 42


do CDC
Demonstradas a impossibilidade de cobrança de SATI e
da taxa de corretagem a consequente responsabilização civil de ambas as rés
externadas na devolução do dinheiro a título de danos materiais, resta aos
autores demonstrar ao Juízo a possibilidade de recebê-la em dobro nos
ditames do artigo 42 e parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor, in
verbis:

42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente


não será exposto ao ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia


indevida tem direito à repetição de indébito, por valor igual ao dobro do que
pagou em excesso, acrescido de juros e correção monetária e juros legais,
salvo hipótese de engano justificável.

Não obstante, tanto o CDC como o Código Civil, possui


disposições sobre o tema. No entanto, pelo art. 42, parágrafo único, o Código
de Defesa do Consumidor só poderá ser utilizado, quando se tratar de dívidas
de consumo, em que há, apenas, cobrança extrajudicial, ou seja, sem processo
na Justiça e no qual haja o efetivo pagamento, integral ou parcial da dívida.

Ora, é justamente o caso dos autores. A dívida ventilada


nesta exordial é decorrente de relação de consumo na qual a cobrança
extrajudicial é externada em contra-apresentação de recibo mediante efetivo
pagamento integral ou parcial da dívida indevida.

Assim, os autores têm direito a receber de volta, o valor


em dobro do que efetivamente pagaram em excesso. Saliente-se, por fim, que
não há negligência, imprudência ou imperícia por parte das rés, que,
dolosamente, instrumentalizaram cobrança em malefício dos autores sabendo
que seu lastro é ilegal e indevido. Então, por que insistir nessa cobrança? E
mais, não está cabalmente caracterizada a incidência do parágrafo único do
artigo 42 do CDC? Parece que sim. Neste sentido o seguinte julgado.

EMENTA. COBRANÇA DE SERVIÇOS DE ASSESSORIA


TÉCNICO-IMOBILIÁRIA. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO CLARA E PRECISA SOBRE O
SERVIÇO PRESTADO. COBRANÇA INDEVIDA
ARTIGO 31 CDC. RESTITUIÇÃO EM DOBRO DO
VALOR CONFORME O ARTIGO 42, PARÁGRAFO
ÚNICO DO CDC. (BRASIL. TJSP. Apelação n.
3673214700. 7ª Câmara de Direito Privado. Relator: Élcio
Trujillo. Julgamento: 11/11/2009).

Desta forma, seja pela fundamentação fática, seja pelo


julgado anexo, requer o autor a incidência do artigo 42, parágrafo
único do CDC a presente lide, condenando as rés ao pagamento de XXXXXX a
título de devolução em dobro segundo artigo supracitado.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, pede que a ação seja julgada


integralmente procedente a fim de que ambas as rés:

a) Sejam condenadas ao pagamento de XXXXXX, sendo


XXXXXX correspondente a taxa SATI e XXXXX correspondente a taxa de
corretagem, ambas sob fundamento de indenização por danos materiais
consubstanciada no ressarcimento da quantia.

b) Sejam condenadas ao pagamento de XXXXXX, a título


de devolução em dobro da quantia indevidamente recebida nos ditames do
artigo 42, parágrafo único do CDC.

IV – REQUERIMENTOS

a) Requer a citação da rés, como forma de proporcionar o


direito a defesa respondendo aos termos da presente ação, se quiser, sob
pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato.
b) Requer o deferimento da Justiça Gratuita nos termos
do artigo 4º da lei 1.060/50 e dos arts. 98 e ss do NCPC.

c) Requer que as intimações e demais atos processuais


sejam remetidos ao endereço XXXX, XX, XX, XXX, São Paulo/SP, CEP:
XXXXX em favor de XXXXXX, XXXXX e XXXXX, sob pena de nulidade.

d) Requer a juntada dos documentos anexos, para que se


produzam todos os efeitos legais e jurídicos sem prejuízo de quaisquer outros
que Vossa Excelência julgue como oportunos para elucidação dos fatos como
meio de produção de provas admitidas em direito.

e) Requer a produção de provas por todos os meios


admitidos em direito, guardando-se o autor a especificá-las em momento
oportuno.

f) Requer a inversão do ônus da prova nos termos do


artigo 6º e incisos do CDC.

V - VALOR DA CAUSA

Dá à causa o valor de XXXXXX.

Termos em que pede deferimento.

Local, Data

Advogado (OAB)

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