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Márcio Santiago Higashi Couto- Coronel da Reserva da Polícia Militar do Estado de São
Paulo, onde serviu por trinta e dois anos. Graduado e pós-graduado com mestrado e
doutorado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pela Academia de
Polícia Militar do Barro Branco, aluno do mestrado em Segurança Internacional e Defesa
pela Escola Superior de Guerra (ESG) e pós-graduado em Política e Estratégia pela
USP. Serviu durante onze anos no 1ºBPChq “Tobias de Aguiar”- ROTA, comandou
Companhias de Choque e de Força Tática e trabalhou em várias unidades de
Policiamento Territorial. Professor e coordenador dos cursos de Patrulhamento Tático
de ROTA, Força Tática, Tiro Defensivo na Preservação da Vida- Método Giraldi e do
Curso de Técnicas Básicas de Utilização de Equipamentos Não letais e Defesa Pessoal.
Poder de Polícia.
Este Código busca criar padrões para as práticas de aplicação da lei que estejam
de acordo com as disposições básicas da liberdade e dos humanos. Por meio da criação
de uma estrutura que apresente diretrizes de alta qualidade ética e legal, procura
influenciar a atitude e o comportamento prático dos encarregados da aplicação da lei.
No artigo 3o do CCEAL está estipulado que os encarregados da aplicação da
lei só podem empregar a força quando estritamente necessária e na medida
exigida para o cumprimento de seu dever.
As disposições enfatizam que o uso da força pelos encarregados da aplicação da
lei deve ser excepcional e nunca ultrapassar o nível razoavelmente necessário para se
atingir os objetivos legítimos de aplicação da lei. O uso da arma de fogo neste sentido
deve ser visto como uma medida extrema.
O artigo 8o do CCEAL estipula que os Encarregados da Aplicação da Lei
devem respeitar a lei e a este Código. Devem, também, na medida das suas
possibilidades, evitar e opor-se rigorosamente a quaisquer violações da lei e do
Código.
O CCEAL exorta os encarregados da aplicação da lei a agir contra as violações
da Código:
Os Encarregados da Aplicação da Lei que tiverem motivos para acreditar que
houve ou que está para haver uma violação deste Código, devem comunicar o fato
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a seus superiores e, se necessário, a outras autoridades adequadas ou órgãos
com poderes de avaliação e reparação.
Esses artigos tem por objetivo sensibilizar as organizações de aplicação da lei e
seus encarregados para a enorme responsabilidade que o Estado lhes outorga.
O modelo Canadense.
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O Canadá apresenta como modelo nacional um gráfico na forma circular, com
cinco níveis de intervenção policial, graduados também de acordo com sua gravidade e
expressos através de um sistema de cores semelhante ao sistema FLETC.
É um sistema bem simples, de fácil visualização e compreensão, seguindo uma
sequência lógica e proporcional do uso de força, de acordo com a reação ou atitude do
abordado.
É interessante frisar que embora seja um modelo nacional, serve de base para
que Departamentos de Polícia diferentes, como a Real Polícia Montada do Canadá, uma
força federal e para a Polícia da Província de Ontário, uma força regional, pudessem
desenvolver seus próprios modelos de uso de força.
Embora a base seja a mesma, há adequações quanto a política de uso de força
de cada departamento, levando-se em conta tipos de equipamento empregado e formas
de treinamento e atuação diferenciadas.
Outros Modelos.
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Existe uma grande variedade de Modelos de Uso de Força, adotados em
países da Europa e nos Estados Unidos. A maioria segue a mesma ideia, diferindo
principalmente na apresentação gráfica ou na ênfase a determinado procedimento,
variando de acordo com a política de uso de força da corporação que o adotou.
Alguns são modelos próprios para situação de controle de distúrbios civis, outros
para ações táticas desenvolvidas por grupos especiais.
Como a maioria dos países que procuram normatizar o uso progressivo de força
para seus órgãos de proteção da lei e da ordem é composta por países democráticos
que respeitam os Direitos Humanos e seguem os preceitos internacionais de aplicação
da lei, grande parte destes modelos de uso de força, seguem a mesma linha.
No Brasil, o Estado de Minas Gerais e o Distrito Federal se preocuparam em
estabelecer modelos de uso de força para suas Polícias Militares, o que ajuda
sobremaneira no treinamento e na fiscalização da atuação de seus Policiais.
A Secretaria Nacional de Segurança Publica (SENASP) mantém dois cursos na
modalidade EAD (Ensino a Distância), sobre Uso de Força e sobre Armas Não-letais,
que tem ajudado muito a difundir a idéia do emprego proporcional de força.
a. Procedimentos Operacionais;
b. Comunicação;
c. Técnicas de Defesa Desarmada
d. Meios Não Letais; e
e. Tiro Defensivo (Força Letal).
Estes níveis não são progressivos, mas proporcionais, e devem ser empregados
de acordo com a situação de risco ou ameaça que está sendo enfrentada. O policial pode
deparar-se com situações em que tenha que empregar recursos de mais de um nível,
simultaneamente. Ou iniciar com um nível de força letal e ter que regredir para um meio
não-letal, por exemplo.
Outro fator importante é que ao utilizarmos a proporcionalidade, afastamos o
excesso. O nível e a quantidade de força serão apenas os necessários para vencer a
resistência e controlar o agressor.
Procedimentos Operacionais.
Comunicação.
O quarto nível de Uso de Força é o emprego de Meios Não Letais. Existem várias
designações para este tipo de recurso. Armas Não Letais, Armas Menos Letais, Armas
de Baixa Letalidade, Armas Semi Letais, Armas Intermediárias, Armas de Menor
Potencial Ofensivo ou Armas Alternativas.
Existem correntes que defendem o emprego do termo Armas Não Letais, por
serem armas desenvolvidas e construídas para causar a debilitação ou incapacitação do
atingido, sem lhe causar a morte.
O Coronel da Reserva do Exército dos Estados Unidos, John B. Alexander, em
sua obra Armas Não Letais- Alternativas para os Conflitos do Século XX, diz que “A
definição de armas não-letais tem seu ponto focal mais no objetivo do que na
descrição do sistema”. ALEXANDER (2003, p. 85). Sendo assim, o objetivo é não
causar a morte dos atingidos, mas colocá-los fora de ação ou tirar-lhes a vontade ou a
capacidade de lutar.
Deve ser obrigatória a utilização de pelo menos uma arma não letal para todos os
policiais que se encontram no serviço operacional.
Recorrendo-se ao princípio da proporcionalidade, quando o agente for atacado
com armas, que não sejam armas de fogo, pode utilizar armas não letais para defender-
se. Mas mesmo que o agressor esteja desarmado, os policiais podem utilizar armas não
letais nas seguintes situações:
a. Os agressores estão em superioridade numérica;
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b. O agressor ou agressores são muito mais fortes do que os policiais, ou
possuem reconhecida habilidade em artes marciais, impossibilitando o
emprego de técnicas de defesa desarmada;
c. O agressor ou agressores estão mentalmente perturbados sob efeito de
drogas ou álcool, ou sob forte emoção, e estão extremamente agressivos;
d. O agressor ou agressores são portadores de reconhecida doença infecto-
contagiosa grave e estão extremamente agressivos;
Pode haver uma inversão na sequência de utilização destas armas não letais,
dependendo da situação, mas lembrando-se também do princípio da necessidade. Deve
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avaliar-se a necessidade e a oportunidade de utilizar determinado tipo de arma não
letal. Podem ser usadas, em conjunto, mais de um tipo de arma ou munição.
No caso de uma situação em que vários policiais estão envolvidos, como uma
manifestação ou um tumulto, é necessário haver comando. O policial, com maior
autoridade no local, deve assumir o comando.
O uso de armas não letais, nessa situação é somente mediante ordens. A
quantidade de tiros ou granadas e em quem se devem atirar ou lançar, são determinados
pelo comandante. Os policiais que fazem o uso das armas não letais devem ser apenas
aqueles que foram treinados para isso, e devidamente identificados.
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GUIA DE USO PROPORCIONAL DE FORÇA.
Conclusão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
ALEXANDER, John B. Armas Não-Letais – Alternativas para os Conflitos do Século
XXI. Rio de Janeiro: Welser-Itage. 2003.
BRASIL. Portaria Interministerial N°4226- Diretrizes sobre Uso de Força por Agentes
de Segurança Pública de 31 de Dezembro de 2010.
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KINNAIRD, Brian A. Use of Force- Expert Guidance for Decisive Force Response.
Flushing, NY, USA, Looseleaf Law Publications Inc. 2003.
LUCIANO, Tânia Maria Pinc. O uso da força não letal pela polícia nos encontros com
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Sílvia Backes e Ernani S. Pilla. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 2008.
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