Sei sulla pagina 1di 11

Introdução

As emoções tem sido um tema de muitas pesquisas ao


longo dos últimos anos, e o seu estudo vem se tornando
importante devido à necessidade cada vez maior de compreender
e controlar as atuais patologias associadas ao aspecto emocional.
Por ser um tema presente e marcante na vida humana, esse
assunto sofreu um grande avanço nos últimos anos e seu estudo
constitui um domínio particularmente interessante nas áreas
Sociais e Humanas. A psicologia diz que o ser humano traz ao
nascer algumas emoções básicas como o medo, a tristeza, a
raiva e a alegria. Todas elas têm uma função importante em
nossas vidas, principalmente no que diz respeito à sobrevivência
da espécie. O estudo das emoções tem sido um assunto
apaixonante e envolvente, apresenta diversas reflexões, que
apontam a emoção numa interação relacional humana, ou seja,
das emoções como processo adaptativo da pessoa ao ambiente,
bem como um processo adaptativo do homem aos contextos
dinâmicos sociais. As emoções foram ignoradas por muito tempo
até mesmo por filósofos e pesquisadores das ciências em
detrimento da razão ou do pensamento lógico. Elas eram
consideradas processos menos importantes, primitivos e até
mesmo indicadores patológicos.

Objetivo

O presente artigo tem por objetivo uma breve revisão sobre


o estudo das Emoções, os tópicos que considero essenciais para
uma abordagem introdutória, a fim de fornecer contributos para
um referencial teórico, localizando reflexões sobre as temáticas
das emoções, bem como uma revisão de conceitos das mesmas e
uma sucinta análise das principais teorias da Emoção.

1 Definições De Emoção
Como pode ser entendida a emoção?

Pinto defende:

A emoção é uma experiência subjetiva que envolve a pessoa toda, a mente e


o corpo. É uma reação complexa desencadeada por um estímulo ou
pensamento e envolve reações orgânicas e sensações pessoais. É uma
resposta que envolve diferentes componentes, nomeadamente uma reação
observável, uma excitação fisiológica, uma interpretação cognitiva e uma
experiência subjetiva (2001).
Por seu lado, Goleman disse:

Quanto a mim, interpreto emoção como referindo-se a um sentimento e aos


raciocínios aí derivados, estados psicológicos e biológicos, e o leque de
propensões para a ação. Há centenas de emoções, incluindo respectivas
combinações, variações, mutações e tonalidades (1997).
Uma definição de emoção, numa simplificação do processo
neurobiológico, conforme Damásio diz que consiste numa
variação psíquica e física, desencadeada por um estímulo,
subjetivamente experimentada e automática e que coloca num
estado de resposta ao estímulo, ou seja, as emoções são um meio
natural de avaliar o ambiente que nos rodeia e de reagir de forma
adaptativa (2000).

1.1 - Emoções e Sentimentos

Verifica-se que muitas vezes, uma confusão conceitual


entre sentimentos e emoções, pois são dois processos que se
relacionam, no entanto são diferentes entre si, e são usados de
certa forma como se fosse o mesmo conceito.

Segundo Damásio, o que distingue essencialmente


sentimento de emoção é: enquanto a primeira é orientada para o
interior, o segundo é eminentemente exterior; ou seja, o
indivíduo experimenta a emoção, da qual surge um “efeito”
interno, o sentimento. Os sentimentos são gerados por emoções e
sentir emoções significa ter sentimentos. Na relação emoção /
sentimento, Damásio diz ainda que apesar de alguns sentimentos
estarem relacionados com as emoções, existem muitas que não
estão, ou seja, todas as emoções originam sentimentos, se
estivermos atentos, mas nem todos os sentimentos provêm de
emoções (2000).

2 Classificação Das Emoções

Na classificação das emoções, Antonio Damásio as divide


em primárias e secundárias. As primárias são inatas, evolutivas e
partilhadas por todos, enquanto as secundárias são sociais e
resultam da aprendizagem.

2.1 Emoções Primárias: o medo, a raiva, a


tristeza e a alegria.

Para Ballone as emoções primárias são inatas e estão


ligadas à vida instintiva, à sobrevivência. Haverá concomitante
contração generalizada dos músculos flexores, sendo possível
adotar-se uma atitude regressiva fetal, vasoconstricção periférica,
palidez da face e esfriamento das extremidades, com brevíssima
parada dos movimentos respiratórios e dos batimentos cardíacos
(2005).

De acordo com Abreu, as emoções primárias podem ser


adaptativas ou desadaptativas. Emoções Primárias Adaptativas
são: raiva, tristeza e medo. Tais emoções possuem uma relação
com a sobrevivência e ao bem-estar psicológico. São aquelas
rápidas quando aparecem e mais velozes ainda quando partem.
As Emoções Primárias Desadaptativas, são as emoções das quais
as pessoas lamentam tê-las expressado de maneira tão intensa ou
equivocada e freqüentemente se arrependem (2005).
2.2 Emoções Secundárias (ciúme, inveja,
vergonha)

São estados afetivos de estrutura e conteúdos mais


complexos que as primárias. Na realidade as Emoções
Secundárias, embora levem o nome de "emoções", já se
constituem em Sentimentos Sensoriais.

Abreu afirma que:

As emoções secundárias são aquelas que, ao atingirem a amídala e


produzirem uma emoção, sofrem a influência e o possível domínio do córtex
cerebral, mudando sua natureza primária. Neste sentido, estas emoções
tornam-se respostas ou evitações (intelectualizadas) às emoções primárias
(2005).
Diz ainda Abreu:

As emoções secundárias tornam-se então uma categoria de emoções usadas


pelo indivíduo para se proteger das primárias que muitas vezes são
vergonhosas, ameaçadoras, embaraçosas ou dolorosas por natureza. Por
exemplo: uma pessoa pode estar se sentindo deprimida, mas sua depressão
pode estar encobrindo um sentimento primário de raiva. Aparecem
freqüentemente quando ocorrem as tentativas (fracassadas) de controle ou
julgamento das emoções primárias – ou seja, quando se procura evitar ou
negar aquilo que se está sentido, acaba-se por sentir-se mais mal ainda. É
assim que se tornam desadaptativas, pois levam o indivíduo a se
autodesorganizar (2005).

3 Funções das Emoções

Para Damásio a emoção tem duas funções biológicas: A


primeira produz uma reação específica para a situação indutora
e a segunda função é de Homeostase, regulando o estado interno
do organismo, visando essa reação específica. Ou seja, as
emoções são a forma que a natureza encontrou para proporcionar
aos organismos comportamentos rápidos e eficazes orientados
para a sua sobrevivência.

De acordo com Newen, as emoções cumprem funções de


grande importância. Podemos citar quatro delas: Prepara-nos e
motiva-nos para ações; possibilita avaliarmos os estímulos do
ambiente de maneira extremamente rápida, ajuda no controle
das relações sociais; são formas de expressão típicas que indicam
aos outros as próprias intenções (quando alguém sorri para nós,
automaticamente supomos que tem uma postura amigável)
(2009).

Segundo Ballone, essas emoções são capazes de mobilizar


o Sistema Nervoso Autônomo, órgãos e sistemas. Conclui-se
que, as emoções influenciam a saúde não apenas em decorrência
da psico-neuro-fisiologia, mas também através de suas
propriedades motivacionais, através de condutas saudáveis, tais
como os exercícios físicos, a dieta equilibrada, etc (2007).

4 A Neurobiologia das Emoções

As emoções são respostas neurológicas e fisiológicas a


estímulos (externos e internos), coordenados pelo próprio
pensamento que envolve as estruturas do sistema límbico. Os
estudos na área neurológica vêm crescendo e as pesquisas têm
confirmado a relação somática com o centro das emoções.

Segundo Vaitsman

A investigação do cérebro humano está ajudando a redefinir a origem das


emoções e a contestar duas idéias estabelecidas. Uma dessas idéias diz que
a personalidade é inteiramente formada no transcurso das experiências de
vida. A outra garante que a origem de todas as nossas emoções está
no inconsciente, ou seja, num conjunto de processos psíquicos que atuam
sobre o comportamento, sem o controle da consciência (1998).
De acordo com Vaitsman, os alicerces da vida emocional
começam no cérebro e se estendem ao sistema imunológico.
Pesquisas feitas pelos neurocientistas Antonio Damásio e Joseph
LeDoux, indicam que a maioria das emoções - como a raiva e o
medo - têm origem bioquímica. As pesquisas de LeDoux sobre o
funcionamento cerebral explicam, por exemplo, que alguém seja
capaz de detectar o perigo antes mesmo que uma situação de
ameaça aconteça. Isso significa que a reação bioquímica é
anterior a emoção (1998).

O ser humano possui em seu cérebro uma estrutura


chamada de sistema límbico, responsável pelas emoções e
sentimentos. O sistema límbico, quando recebe um estimulo,
sensitivo (Audição, paladar, visão, olfato), envia essas
“informações” para o tálamo e hipotálamo que elabora respostas
aos estímulos através do sistema endócrino e do sistema nervoso
autônomo. Automaticamente produzem repostas, ativando esses
sistemas, e então temos um estado, que são as emoções e
sentimentos manifestos. Sistema Límbico é o nome dado às
estruturas cerebrais que coordenam o comportamento emocional
e os impulsos motivacionais e é formado por diversas estruturas
localizadas na base do cérebro.

De acordo com Ballone, os sentimentos e emoções, como


amor, alegria, ódio, pavor, ira, paixão e tristeza tem origem no
Sistema Límbico. Chama-se circuito de Papez a porção do
Sistema Límbico relacionada às emoções e seus estereótipos
comportamentais. Na década de 30, o neurofisiologista Papez
propôs que componentes do Sistema Límbico mantinham
numerosas e complexas conexões entre si. Este Sistema é
responsável também pelo aspectos da identidade pessoal e por
funções ligadas à memória (2005).

5 Teorias das Emoções


A emoção tem sido objeto de várias teorias formuladas
desde a antiguidade, cada teoria é defendida por grupos de
cientistas, que possuem grandes variações entre elas. De
qualquer forma, conhecer algumas destas teorias é importante
para nos ajudar a ter uma idéia geral das emoções. As emoções
constituem um aspecto muito complexo do ser humano e são
objetos de várias interpretações que se organizam em várias
perspectivas.

Algumas formulações tiveram início do século passado, e é


interessante observarmos que a maioria delas tinha um caráter
fisiológico, e também de forma evidente, nenhuma delas foi
capaz de abordar todos os aspectos das emoções.

5.1 Perspectiva Evolutiva Sobre as Emoções

A primeira teoria sobre as emoções surge no Século XIX,


em 1872, onde Darwin dedicou-se ao estudo das emoções, tanto
no Homem como nos animais, chegando à conclusão de que as
emoções ou a sua expressão, era algo inato a ambos. A fim de
reforçar a idéia que já tinha de uma origem comum, levantou a
questão da utilidade da expressão das emoções para a
sobrevivência dos indivíduos. Darwin identificou seis emoções
inatas ou universais - alegria, tristeza, surpresa, cólera, desgosto
e medo, que serviriam como uma ferramenta para ajudar o
indivíduo e a sua comunidade a sobreviverem (através da
observação dos sinais emitidos pela expressão das emoções).

Segundo Rudge:

Darwin considera que as expressões de emoções são um universal humano,


assim como assinala certas similaridades entre a expressão emocional no
homem e em outros mamíferos. Assim, visa indicar que o comportamento
expressivo humano é, do mesmo modo que sua anatomia e fisiologia, fruto
da evolução (2005).
Rudge diz ainda que:
Segundo Darwin, a expressão de emoções são movimentos e ações
expressivos típicos, que se fixaram na espécie ao longo da evolução. Esses
movimentos que foram repetidos inúmeras vezes, por serem úteis para obter
gratificação ou alívio, tornaram–se tão habituais que se repetem quando a
mesma sensação é sentida, mesmo quando sua utilidade não mais existe. Os
movimentos pelos quais as emoções se expressam são involuntários, e os
mais importantes deles são inatos e herdados. Entretanto, em momentos
anteriores da evolução da espécie, eles foram executados muitas vezes
voluntariamente e com um objetivo apropriado (2005).

5.2 Perspectiva Fisiológica das Emoções

No final do século XIX surgiu a primeira teoria das emoções, desenvolvida


pelo psicólogo americano William James e pelo dinamarquês Carl Lange.
Trabalhando de forma independente, os dois pesquisadores postularam que
a característica central das emoções, ou seja, de nossa experiência subjetiva
particular, está relacionada aos processos fisiológicos (NEWEN, 2009,
p.38).
Segundo Newen, na teoria James-Lange, as emoções são o
resultado de estados fisiológicos desencadeados por estímulos ou
situações ambientais. Eles postulam que não choramos porque
estamos tristes, mas ficamos tristes porque choramos. Uma
pessoa sente medo porque o seu corpo respondeu com
determinadas reações fisiológicas a uma situação. A percepção
do estado de nosso próprio corpo: são simplesmente aquilo que
experimentamos quando esse estado se altera devido a
acontecimentos do meio ambiente (2009).

Resumindo, perante uma situação de emergência, primeiro


o homem reage e foge e é por fugir que sente medo. De acordo
com William James, o que diferencia as emoções é que cada uma
delas esta relacionada a percepção de transformações corporais.
Esta teoria é conhecida como teoria de James-Lange, porque essa
mesma teoria era defendida por Carl Lange.

James declarava que quando um indivíduo é afetado por


um estimulo, sofre alterações fisiológicas perturbadoras, como
falta de ar, palpitações, angústia e etc. O reconhecimento
desses sintomas é que vai gerar emoção no indivíduo.

A teoria de James-Lange recebeu críticas do fisiologista


Walter Cannon, que em 1927 propôs uma teoria alternativa,
baseando-se nas investigações de Philip Bard. De acordo a teoria
de Cannon-Bard, as emoções têm origem no cérebro, ocorrem ao
mesmo tempo que as reações fisiológicas, mas não são causadas
por estas. Segundo essa Teoria, os estímulos emocionais têm dois
efeitos excitatórios independentes: Provocam o sentimento da
emoção no cérebro bem como a expressão da emoção no sistema
nervoso autônomo e somático. Tanto a emoção como a reação a
um estímulo seriam simultâneos. Assim, numa situação de
perigo, o indivíduo perante um estímulo ameaçador sente
primeiro medo e depois tem a reação física, foge.

Segundo Ballone:

Os neurofisiologistas Walter Cannon e Philip Bard formularam teorias sobre


a importância das estruturas subcorticais na mediação entre as emoções e o
resto do organismo. Pesquisando em gatos, eles observaram respostas
emocionais integradas mesmo quando o córtex cerebral desses animais era
removido, entretanto, não ocorriam respostas quando o Hipotálamo, que é
uma estrutura subcortical, era removido (2005).

5.2.1 Comparação das teorias sobre as emoções de Cannon-Bard e James-Lange.

Na teoria Cannon-Bard, o estímulo ameaçador produz em


primeiro lugar um sentimento de medo, causando posteriormente
no indivíduo, uma reação física (tremores, sudorese, dilatação da
pupila e etc). De acordo com a teoria de James-Lange, o homem
percebe um estímulo ameaçador e reage com manifestações
físicas. O resultado dessa reação física desprazerosa, é o
sentimento de medo.
5.3 Perspectiva Cognitivista das Emoções

As teorias cognitivistas afirmam que os processos


cognitivos, como as percepções, recordações e aprendizagens,
são fundamentais para se perceberem as emoções. Uma situação
provoca uma reação fisiológica e procuramos identificar a razão
(compreender) dessa excitação fisiológica de modo a nomear a
emoção que lhe corresponde.

Myers, diz que:

A maioria dos psicólogos acredita hoje que a nossa cognição constituem um


ingrediente essencial da emoção. Um desses teóricos é Stanley Schachter,
que propôs uma teoria dos dois fatores, em que as emoções possuem dois
ingredientes: excitação física e um rótulo cognitivo. Schachter presumiu que
nossa experiência da emoção cresce a partir de nossa consciência da
excitação do corpo. Como Cannon e Bard, Schachter também achava que as
emoções são fisiologicamente similares. Assim, em sua opinião, uma
experiência emocional exige uma interpretação consciente da excitação
(1999, 292).
Essa teoria é denominada de Teoria Bifatorial de
Schachter-Singer, que resumindo diz que as emoções produzem
estados internos de excitação e nós procuramos no mundo
exterior uma explicação para isso.

5.4 Perspectiva Culturalista das Emoções

Segundo Pereira, a perspectiva Culturalista diz que as


emoções são comportamentos apreendidos no processo de
socialização. Cada cultura tem diferentes formas de exprimir as
diferentes emoções. As emoções são uma construção social que
exige aprendizagem e que, por isso, dependem da cultura em que
o indivíduo está inserido. O tipo de emoções que se manifesta
em cada situação, a forma como são demonstradas, e o conjunto
de regras de cada cultura especifica é própria em cada cultura e
para cada uma delas, há uma linguagem da emoção específica
que é reconhecida por todos aqueles que nela estão inseridos.

Segundo Casanova et alli, para os partidários da


abordagem culturalista, a emoção é um papel social que
aprendemos num certo tipo de sociedade, o que supõe que outras
pessoas criadas em outros lugares sentirão e expressarão
emoções diferentes (2009).

Conclusão

O estudo das emoções é muito importante com relação a


nossa sobrevivência enquanto seres Humanos. Se não
mantivermos nossas emoções bem estruturadas, nossas chances
de sobrevivência ficam bem reduzidas. Somos seres com uma
biologia elaborada e de emoções bem refinadas como altruísmo,
solidariedade, compaixão. Mas é imprescindível que essas
atividades emocionais sejam harmonizadas e equilibradas com o
uso da racionalidade e do pensamento analítico e investigativo.
Cultivando a tolerância e respeitando as diferenças individuais, a
fim de termos um convívio pacífico, teremos todas as chances
possíveis para sobreviver em épocas tão difíceis quanto as que
nos aguardam no futuro.

Potrebbero piacerti anche