Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Projeto republicano jacobino: inspirado na Primeira República Francesa e defendido por setores da
população urbana (classe média e intelectuais).
Pregava a liberdade pública de reunião e discussão, a participação popular na administração. Era
também bastante sensível a medidas de alcance social.
Projeto republicano positivista: baseado nas idéias do filósofo francês Auguste Comte, tinha ampla
aceitação no exército.
Visava a um regime quase ditatorial, com um governo forte, centralizado e ordeiro, capaz de
promover o progresso por meio de uma administração científica e racional, sob a tutela dos líderes, sem
participação popular direta.
Cercado de oficiais positivistas, o marechal Deodoro da Fonseca foi escolhido para presidir o
governo provisório.
Logo no início do novo regime surgiram alguns problemas, como a falta de apoio da marinha
(ainda, em grande parte, monarquista). O autoritarismo do próprio Deodoro foi sempre um entrave às
articulações políticas e à busca de um consenso com os cafeicultores. Mesmo assim, não deixou de adotar
medidas importantes para a consolidação da república, como:
. extinção de instituições imperiais;
. banimento da família imperial;
. convocação de eleições para uma assembléia constituinte;
. separação entre Igreja e Estado.
Outro ponto importante foi a nomeação de Rui Barbosa para o ministério da Fazenda. Este
estava disposto a tomar medidas para promover o desenvolvimento industrial do país, para o que recebeu
apoio do governo.
Para combater os empecilhos a esse desenvolvimento (a falta de recursos para a industria e a
grande demanda por moeda) Rui Barbosa decidiu pela emissão de papel-moeda, o que se mostrou uma
medida ingênua. Resultou na emissão de grandes somas de papel-moeda sem lastro (correspondência em
ouro na reserva), um processo inflacionário marcado pela febre especulativa, conhecido como
Encilhamento.
A crise econômica desagradou especialmente as oligarquias rurais, pois era resultado de medidas
tomadas em nome da industrialização, que eles não almejavam.
Excepcionalmente, o primeiro presidente da república seria eleito pela assembléia. Nessa eleição
foram escolhidos, como presidente, Deodoro, e como vice, Floriano Peixoto, da chapa opositora.
Mais uma vez o autoritarismo de Deodoro chocou-se com o Congresso, formado
predominantemente de cafeicultores. Juntou-se à crise econômica a primeira grande crise política
republicana.
Em tentativa de acalmar os ânimos, Deodoro nomeia o barão de Lucena para ministro da
Fazenda, uma figura monarquista que foi mal recebida tanto pelo exército como pelos cafeicultores.
Diante da oposição crescente Deodoro decreta estado de sítio, fecha o congresso e prende
adversários políticos.
Essas medidas causaram uma reação inesperada. Ao mesmo tempo, em Minas Gerais,
Pernambuco e Rio Grande do Sul, a oposição movimentou-se e alguns de seus líderes escaparam da
prisão. Também no exército, Deodoro perdia cada vez mais seu apoio.
Em 22 de novembro iniciou-se uma grande greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central
do Brasil. Por fim, no dia seguinte, os navios da marinha atracados na Baía de Guanabara, sob as ordens
do almirante Custódio de Melo, apontaram seus canhões para a cidade, exigindo a renúncia de Deodoro
da Fonseca, que cede diante das pressões.
Revoltas e Oposição
Nem o apoio que conseguiu reunir evitou que Floriano enfrentasse as primeiras manifestações
contrárias ao seu governo. Baseavam-se na inconstitucionalidade de sua permanência no cargo, uma vez
que o presidente Deodoro não o tinha exercido pelo tempo mínimo de dois anos. Pela constituição, neste
caso, dever-se-iam realizar novas eleições.
Quando, em 1892, treze generais assinaram um manifesto pedindo o afastamento de Floriano e a
realização das eleições, o presidente os puniu prontamente, segundo o que previa o Código Militar para
casos de insubordinação.
Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, o Partido Federalista, de oposição e contrário à excessiva
centralização vigente no estado, entra em conflito com o partido do governo estadual, o PRR (Partido
Republicano Rio-grandense). Este por sua vez defendia idéias positivistas e era base de sustentação de
Floriano, de quem naturalmente obteve apoio na disputa política.
O conflito logo ganha uma dimensão nacional quando os opositores de Floriano passam a apoiar
o Partido Federalista. A Revolução Federalista logo se espalha para outros estados do Sul.
Em 1893, o almirante Custódio de Melo repete a Revolta da Armada de 1891 que derrubou
Deodoro e aponta novamente os canhões da marinha para a cidade do Rio de Janeiro. Ao contrário do ex-
presidente, Floriano Peixoto não renuncia e a cidade é bombardeada enquanto as fortalezas em terra
respondiam aos ataques.
Apesar de a Revolução Federalista unir-se à Revolta da Armada, ambas são derrotadas. Em terra,
as tropas florianistas vencem os revoltosos na batalha da Lapa, no Paraná e tomam a cidade de Desterro,
que a partir daí se chamaria Florianópolis (Floripa!!), sendo a Revolução Federalista vencida
definitivamente em 1895, no governo de Prudente de Morais.
No Rio de Janeiro, com navios de guerra encomendados às pressas, principalmente dos EUA,
Floriano derrota os últimos navios na Baía de Guanabara, levando os rebeldes à rendição em 1894. Ele
iria governar até o último dia de seu mandato.
O conflito de Canudos
No contexto do latifúndio, do descaso das elites e do governo e das secas prolongadas, a
população sertaneja nordestina possuía poucas alternativas. Dentre elas, a emigração, o banditismo social
(o cangaço) e o misticismo religioso.
O misticismo religioso quase sempre se desenvolvia em torno de um líder messiânico, como foi
Antônio Conselheiro. Percorria o interior a pé, fazendo discursos e profecias, dando conselhos e
proclamando a fé em Deus. Arrebanhou seguidores e fundou a cidade de Belo Monte, na fazenda de
Canudos.
Canudos representava uma alternativa para o povo e começou atrair levas de sertanejos,
principalmente baianos. A comunidade livre de Belo Monte não tardou a incomodar o governo do estado
da Bahia, que resolveu acabar com o mau exemplo.
Sucessivas expedições do exército, com 100, 500, 1300 homens, falharam em subjugar a cidade.
O governo federal organizou uma quarta expedição que contava com 15 mil soldados, montando cerco a
Canudos. Mais tarde, o próprio ministro da Guerra partiu para a lá com mais alguns milhares de soldados,
bombardeando intensamente a cidade. A esse incrível contingente militar, Canudos ofereceu heróica
resistência, sendo, por fim, completamente destruída e mortos seus habitantes.
Com Prudente de Morais, consolida-se o governo civil. A posse do próximo presidente marcaria
o início de um incontestável domínio oligárquico. É interessante notar, no entanto, que exatamente
quando os cafeicultores assumiam plenamente o controle político do país, acontecia a crise do café.
O território “contestado” pelos estados de Santa Catarina e Paraná, era uma área esquecida pelo
governo, com a população entregue à própria sorte.
Repetindo a experiência de Canudos, desenvolveu-se, sob a forma de comunidades místicas, uma
alternativa ao poder político dos coronéis locais.
O movimento do Contestado foi eliminado, os populares massacrados.
Política do Café-com-Leite: unindo o poder econômico de São Paulo e o político (os votos) de Minas, os
dois estados conseguiam alternar no poder políticos dos dois estados.
Política dos Governadores ou política dos estados: Acordo entre os governadores estaduais e o
presidente, que receberia apoio em troca da autonomia dos estados, viabilizando a permanência no poder
de certos grupos oligárquicos locais.
Comissão Verificadora de Poderes: se apesar de todas as fraudes eleitorais, fosse eleito um deputado de
oposição, a comissão se encarregaria de impedir sua posse e diplomação.
Clientelismo e voto de cabresto: os coronéis, grandes latifundiários, mantinham sob sua tutela uma
população miserável, que deles dependia exclusivamente, uma vez que esquecida pelo poder público.
Durante as eleições, cada coronel controlava uma massa de manobra, com diversos artifícios para
“convencer” o eleitorado a votar em seus candidatos, inclusive o castigo físico.
Os votos, o coronel os negociava com o governador em troca de favores, e eram canalizados para
um candidato à presidência, paulista ou mineiro.