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"A Indução da Opinião na Pesquisa Eleitoral: Um exemplo Ilustrativo"

Andreia Lúcia Ribeiro dos Santos, Joseli das Neves Santos e Maria José Moreira
Bastos.

Orientador: Prof. Álvaro Frota

Universidade Federal da Bahia – Departamento de Estatística

Fone/Fax (071) 248-7276. Endereço eletrônico: alvarofrota@e-net.com.br

Introdução: No momento em que a atuação eleitoral dos institutos de opinião é


fortemente questionada, procuramos demonstrar, através de um exemplo ilustrativo, que
uma pesquisa eleitoral pode induzir os entrevistados a declararem seu voto a favor ou
contra determinado candidato.

Objeto e Objetivo de Pesquisa: A pesquisa teve como objeto o próprio processo de


pesquisa eleitoral. Seu objetivo não foi detectar a intenção de voto do eleitorado, mas
sim detectar até que ponto uma pesquisa projetada para ser indutiva pode ou não
influenciar a escolha do eleitor.

População e Amostras: Dentro do eleitorado da cidade de Salvador BA, duas amostras


foram tomadas pelo método das cotas, cada uma composta por 41 pessoas. O perfil
sócio-econômico de ambas foi virtualmente idêntico, em termos das "classes" A, B, C e
D do critério IBOPE/ABEP.

Metodologia de Pesquisa: Foram utilizados 2 questionários com 7 questões cada. Um


deles foi projetado com a finalidade de induzir o entrevistado a favor de Lula e contra
FHC, sendo o outro ao contrário. Por exemplo, uma das perguntas do questionário pró-
Lula anti-FHC era: "Você votaria em um candidato que chamou os aposentados de
vagabundos?", enquanto que uma das perguntas do questionário anti-Lula pró-FHC era:
"Você votaria em um candidato que tivesse um nível de escolaridade menor ou igual ao
seu?" Após tais perguntas indutoras da opinião, era apresentado ao entrevistado a
relação oficial de candidatos, no sentido de apurar sua intenção de voto.
Resultados Obtidos: No gráfico ao lado podem ser vistos os resultados obtidos, em
termos percentuais. Nota-se que no questionário a seu favor, Lula obteve 61% - 37%=
24% pontos percentuais a mais que no questionário que lhe era hostil. Já FHC obteve
24% - 10%= 14% pontos percentuais a mais no questionário a seu favor que no
questionário favorecedor de seu adversário. Em que pese a reduzidíssima
representatividade das amostras no tocante à determinação da intenção populacional de
voto, em ambas Lula foi o vencedor, o que se mostrou de acordo com o resultado
eleitoral em Salvador BA.

Conclusão Estatística: Como a população da qual as amostras foram tomadas foi a


mesma e o perfil sócio-econômico amostral foi praticamente idêntico, apenas a
diferença entre os questionários pode ser tomada como causa da diferença entre as
intenções de voto obtidas na pesquisa. Um teste estatístico do Qui-Quadrado foi
realizado, tendo sido calculada a probabilidade das diferenças entre as intenções de
voto decorrentes dos dois questionários terem sido causadas por diferenças aleatórias
entre opiniões e não pela diferença entre os questionários. Tal probabilidade foi
bastante baixa, de apenas 6%, confirmando-se, dessa maneira, o caráter indutivo dos
questionários.

Conclusão Final: Uma pesquisa eleitoral pode perfeitamente induzir a opinião dos
entrevistados, levando-os a escolherem o candidato preferido de quem a está
financiando. Disso decorre a importância da regulamentação e fiscalização de tais
pesquisas, para garantir que o processo democrático não seja meramente formal e
manipulado, sempre resultando na vitória de candidatos descomprometidos com os
interesses do povo e a serviço das elites econômicas nacionais e internacionais.

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