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Madalena Tavares 21 de Novembro de 2010

Uma última questão, aberta, colocada pelos inquéritos aos Pais e Encarregados
de Educação pedia que estes completassem a frase “Penso que o meu filho/educando
usaria mais a biblioteca escolar se…”. Apenas 35 dos inquiridos preencheram este item;
apresentamos as suas sugestões em grelhas que construímos para o efeito.
As primeiras cinco grelhas subdividem os testemunhos de acordo com o foco de
acção que, no entender dos Encarregados de Educação, é necessário para que os alunos
usem mais a BECRE. Assim, consoante as respostas, criámos cinco tipologias para os
testemunhos centrados no Aluno, na BECRE, na Escola, na Família e um quinto,
“Outros”, que aborda outras perspectivas.
Conforme decorrerá da leitura, encaixámos alguns dos testemunhos em mais do
que uma tipologia, uma vez que fazem convergir diferentes agentes. Por essa razão,
numerámos todas as respostas registadas para que mais facilmente se comparem essas
situações.

N.º Testemunhos
1 “aprender a adquirir mais gosto pela leitura”
9 “tivesse mais tempo livre”
14 “se tivesse mais tempo”
“houvesse algum trabalho, em que tivessem que fazer pesquisa, e mesmo a nível de
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trabalho de grupo”
“penso que o meu filho usaria mais a biblioteca escolar se lesse livros para o ajudar
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a enriquecer o vocabulário.”
“houvesse necessidade de pesquisar documentos para basear trabalhos escolares,
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em especial trabalhos de grupo”
“fosse motivado para esse efeito, contudo penso que a internet se tornou mais
Centrados apelativa e mais fácil para os alunos fazerem as suas consultas, mesmo assim
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no Aluno penso que a biblioteca poderia desempenhar outro papel se os alunos fossem
incentivados para adquirirem esse hábito necessário, que é a leitura”
27 “ela tivesse mais interesse em leitura, da parte dela falta muito interesse.”
30 “se tivesse tempo para o fazer”
“o meu educando gostasse de ler e dos estudos. Em relação à biblioteca, acho que
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está muito bem como funciona.”
“ele pesquisasse mais livro a livro. Hoje acho que o meu educando tem muita
preguiça em pesquisar. Recorre muito à internet. Seria bom se todos os trabalhos
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exigidos fossem escritos à mão, para praticar mais a escrita e pesquisas em
diversos livros.”
34 “tivesse mais tempo”

Quanto a esta primeira grelha, de testemunhos centrados no aluno, alguns Pais


centram o foco de atenção nos filhos: é o caso dos testemunhos 1, 9, 21, 27, 30, 31 e 34.
Se repararmos, quatro desses testemunhos indicam falta de tempo do aluno para realizar
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outras tarefas, como frequentar mais a BECRE. Outros Pais referem a necessidade de os
alunos serem motivados para essa acção: testemunhos 19, 21, 23, 25, 33. O agente
motivador não é muito claro, mas poderá relacionar-se com o trabalho dos docentes (19,
23, 25) ou da própria BECRE (25). Dois dos testemunhos (31, 33) consideram que o
bloqueio deriva do próprio educando, um deles (31) considerando de forma muito
positiva o funcionamento da Biblioteca. Dois dos testemunhos revelam-se abrangentes e
poderão envolver o Aluno, Escola e Família (25, 33), sendo que igualmente contestam o
papel preponderante da Internet sobre o livro e o testemunho 33 sugere, ainda, que os
trabalhos exigidos aos alunos sejam manuscritos, para “forçar” a prática da pesquisa em
livro.

N.º Testemunhos
“houvesse actividades relacionadas com a leitura, mas primeiro que os
4 motivasse para os temas dos livros de maneira que tivessem curiosidade
para os ler”
5 “se houvesse mais convívio e espaço para conviver...”
6 “o meu filho já usa muito a biblioteca escolar”
7 “se houvesse um pouco mais de silêncio para poderem-se concentrar”
8 “tiver motivos de interesse”
“houvesse mais incentivos ou outras formas de como utilizar a leitura,
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não fazendo da leitura uma ‘coisa monótona’ “
“A minha filha utiliza com bastante frequência a biblioteca, participando
Centrados
17 por vezes nas actividades propostas. Como tal, julgo que o trabalho feito
na lá é bastante estimulante e deve continuar assim.”
18 “O meu filho usaria mais a biblioteca se estivesse mais organizada”
BECRE
20 “fossem mais estimulados com jogos e ‘campeonatos’ “
24 “tivesse uma hora estipulada para a frequentar.”
“fosse motivado para esse efeito, contudo penso que a internet se tornou
mais apelativa e mais fácil para os alunos fazerem as suas consultas,
25 mesmo assim penso que a biblioteca poderia desempenhar outro papel se
os alunos fossem incentivados para adquirirem esse hábito necessário,
que é a leitura”
28 “mais divulgação e mais actividades”
32 “o horário de funcionamento for mais alargado.”
35 “se houvesse melhor informação.”

Dezoito dos inquiridos centram o foco de atenção na BECRE. Vários dos


testemunhos solicitam uma maior organização e actividades mais dinâmicas e
motivadoras (muito embora muitos Pais tivessem dito desconhecer a realidade da
BECRE…): é o caso dos testemunhos 4, 5, 7, 8,11,18, 20, 24, 25, 28, 29, 32, 35.
Aparentemente, muita coisa funciona mal na BECRE. Vejamos as sugestões: mais
convívio e mais espaço para conviver, mais incentivos, jogos e campeonatos,
actividades de leitura, melhor informação, horário mais alargado – ora já vimos que,

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Madalena Tavares 21 de Novembro de 2010

apesar de não dever ser exclusivamente um local de lazer, a BECRE anima os


intervalos e horas livres dos alunos com diversas actividades lúdicas (jogos, preparação
de leituras, horas do conto, fichas de ilustração); a sua área, de mais de 100 m 2, está
sempre totalmente ocupada (o que justificará a falta de silêncio aduzida pelo testemunho
7) e as actividades encontram-se devidamente calendarizadas e correspondem a áreas
funcionais definidas. Efectivamente, o pendor para a utilização dos computadores por
parte dos alunos é muito evidente, mas a BECRE também não pode negar-lhes esse
acesso em prol da leitura propriamente dita. Quanto ao horário, a BECRE acompanha a
totalidade do horário lectivo, sem fechar para almoço, encontra-se aberta duas noites por
semana e, às sextas-feiras, o seu horário é ininterrupto das 8h30 da manhã às 20h30.
Sentimos, nestes testemunhos, alguma avaliação injusta, por desconhecimento da
situação real, mas respeitamos a opinião. O testemunho 24 aponta a possibilidade de
uma hora estipulada para a frequência, o que não corresponde ao actual perfil de
utilização autónoma da BECRE pelos alunos; caso essa sugestão se enderece à Escola,
poderia, eventualmente, constituir-se enquanto actividade extra-curricular, contribuindo
para melhorar os desempenhos ao nível da leitura e literacia. Dois dos testemunhos (17
e 31) indicam que o desempenho da BECRE é muito bom e que os seus educandos a
frequentam assiduamente.

N.º Testemunhos

“houvesse mais empenho e tempo disponível dos professores quando há


3 furos nas aulas poderiam realizar essas actividades principalmente na
leitura”
12 “penso que se tivesse uma hora para se dedicar só à leitura”
“os professores mandassem os alunos fazerem trabalhos com base em
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livros da biblioteca”
15 “tivesse intervalos maiores e mais disponibilidade”
“houvesse algum trabalho, em que tivessem que fazer pesquisa, e mesmo
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Centrados a nível de trabalho de grupo”
na Escola “se fosse implantados projectos pelo Conselho Pedagógico em tempos
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extra curriculares”
“houvesse necessidade de pesquisar documentos para basear trabalhos
23
escolares, em especial trabalhos de grupo”
24 “tivesse uma hora estipulada para a frequentar.”
“ele pesquisasse mais livro a livro. Hoje acho que o meu educando tem
muita preguiça em pesquisar. Recorre muito à internet. Seria bom se
33
todos os trabalhos exigidos fossem escritos à mão, para praticar mais a
escrita e pesquisas em diversos livros.”

Nove dos testemunhos dos nossos inquiridos remetem o foco de atenção para a
acção da própria escola, isoladamente ou em articulação com o aluno e/ou a BECRE.

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Assim, cinco testemunhos incidem sobre a realização de trabalhos na BECRE. Os


testemunhos 19 e 23 apontam a modalidade de trabalhos de grupo; o testemunho 13
aponta a necessidade de os professores mandarem fazer trabalhos com base nos livros
da biblioteca; o testemunho 33, já antes referenciado, incide tanto no Aluno como na
escola, mencionando a necessidade de se exigir trabalhos manuscritos, assentes na
pesquisa em diversos livros; o testemunho número 22 sugere a implementação de
projectos extra curriculares por indicação do Conselho Pedagógico. Neste último caso, o
Conselho Pedagógico não pode impor a realização de trabalhos e projectos extra
curriculares aos alunos; como a própria nomenclatura indica, eles são extra curriculares,
logo, opcionais. Três dos testemunhos (12, 15 e 24) apontam para uma reorganização
dos tempos lectivos, a nível dos intervalos e horas de actividades não lectivas, o que não
nos parece fácil, atendendo à grande carga horária semanal dos alunos do segundo e
terceiro ciclos. Uma derradeira sugestão (3) coloca a solução no “empenho e tempo
disponível dos professores quando há furos nas aulas”. Ora esta assumpção ignora a
legislação em vigor, que impede os “furos” – os alunos têm direito à totalidade da sua
carga lectiva, em aulas ou actividades de substituição, o que é acautelado pela Escola
com a criação de uma bolsa de professores substitutos para as ausências dos colegas – e
presume que a não existência desse tempo e desse empenho depende apenas da vontade
do professor. Actualmente, contudo, quem trabalha numa escola sabe que os horários
dos docentes estão frequentemente preenchidos para além do que seria suposto (a sua
componente dita não lectiva é constantemente recheada de actividades com alunos), e
colocar o ónus no eventual desinteresse do professor é penalizá-lo duplamente.

N.º Testemunhos

Centrados “não existisse computador ou se não pudesse obter através do


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na Família Encarregado de Educação”

Apenas um Encarregado de Educação centra a questão exclusivamente no aluno


e na própria família, reconhecendo a primazia do uso do computador sobre os demais
meios de pesquisa e imputando o seu livre acesso também através dos próprios
Encarregados de Educação.

N.º Testemunhos

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2 “se fosse mais incentivado”


“não existisse computador ou se não pudesse obter através do
10
Encarregado de Educação”
16 “o seu interesse pela leitura fosse mais estimulado…”
“fosse motivado para esse efeito, contudo penso que a internet se tornou
Outros
mais apelativa e mais fácil para os alunos fazerem as suas consultas,
25 mesmo assim penso que a biblioteca poderia desempenhar outro papel se
os alunos fossem incentivados para adquirirem esse hábito necessário,
que é a leitura”
26 “houver dinâmica da parte de todos nós”

Cinco outros testemunhos apontam causas mais genéricas ou abrangem a


totalidade dos interessados, alunos, escola, BECRE e, naturalmente, família. Os
testemunhos 2 e 16 condicionam o reforço da ida à biblioteca à existência de maior
incentivo ou estímulo pela leitura, não indicando quem deve dá-lo, pelo que se presume
que seja generalizadamente. O testemunho 10, que vimos na grelha anterior, poderá
também indicar a não utilização do computador na própria BECRE, é uma das leituras
possíveis, enquanto o testemunho 25, também já referido, aponta o predomínio do uso
da internet como a razão para o menor investimento do aluno na leitura dos livros,
defendendo que a biblioteca desempenharia outro papel se houvesse uma efectiva
promoção da leitura (por parte de todos, supomos). O testemunho 26 é o mais explícito,
uma vez que coloca a tónica em todos os agentes educativos, escola, sociedade e
família, apontando a necessidade de se impor uma dinâmica que beneficie os alunos.

Assim, e resumindo, alguns Encarregados de Educação dão-nos o testemunho de


que consideram que a BECRE funciona nas devidas condições e os seus educandos
beneficiam das suas actividades; alguns dos outros Encarregados de Educação apontam
à Escola ou à BECRE a “obrigação” de motivarem os alunos para a leitura; poucos
Encarregados de Educação inserem a sua própria acção e a da família enquanto
elemento relevante; uma grande parte refere a falta de tempo como um óbice para a
leitura; alguns apontam “defeitos” em que a BECRE não se revê, como o horário
incompatível ou a “monotonia” das actividades.

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