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NATAL
2010
ORLANDO GOMES CORTEZ
NATAL
2010
ORLANDO GOMES CORTEZ
Aprovado em:____/____/____
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Prof. Esp. Cristiano Guilherme da Camara Silva
Orientador
Universidade Potiguar – UnP
_________________________________
Prof. Msc. Alexandre Alberto da Camara Silva
Coordenador do Curso
Universidade Potiguar – UnP
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 04
2 CONCEITOS BÁSICOS RELATIVOS AO TEMA........................................ 06
2.1 PEREMPÇÃO, DECADÊNCIA, PRESCRIÇÃO E PRECLUSÃO................ 06
2.1.1 Perempção................................................................................................... 07
2.1.2 Decadência.................................................................................................. 07
2.1.3 Prescrição.................................................................................................... 08
2.1.4 Preclusão..................................................................................................... 08
2.2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS............................................................... 09
2.2.1 Princípio da moralidade............................................................................. 09
2.2.2 Princípio da legalidade............................................................................... 10
2.2.3 Princípio da isonomia................................................................................. 10
2.2.4 Princípio da motivação judicial.................................................................. 11
2.2.5 Princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade............................... 11
2.3 DIREITO ADQUIRIDO, ATO JURÍDICO PERFEITO E COISA JULGADA.. 12
2.3.1 Direito adquirido.......................................................................................... 13
2.3.2 Ato jurídico perfeito.................................................................................... 13
2.3.3 Coisa Julgada.............................................................................................. 14
2.4 COISA JULGADA MATERIAL E COISA JULGADA FORMAL..................... 14
2.4.1 Coisa julgada material................................................................................ 15
2.4.2 Coisa julgada formal................................................................................... 15
3 DEVE-SE RELATIVIZAR A COISA JULGADA DE SENTENÇA INCONS-
TITUCIONAL?............................................................................................... 17
4 MEIOS PROCESSUAIS UTILIZADOS CONTRA A COISA JULGADA DE
SENTENÇA INCONSTITUCIONAL.............................................................. 23
4.1 AÇÃO RESCISÓRIA..................................................................................... 23
4.2 AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE SENTENÇA INCONSTITUCI-
ONAL............................................................................................................. 26
4.3 EMBARGOS À EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA................... 27
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 29
REFERÊNCIAS............................................................................................. 32
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Resumo: No presente artigo científico serão vistos, inicialmente, os conceitos básicos de alguns
institutos jurídicos, referentes ao tema em si, tais como: perempção, decadência, prescrição e
preclusão; dos princípios constitucionais da moralidade, legalidade, isonomia e da razoabilidade;
assim como do direito adquirido, ato jurídico perfeito, da coisa julgada material e da coisa julgada
formal. Em seguida, será abordada a possibilidade ou não de se reformar ou anular uma sentença
transitada em julgado, que já tenha alcançado a coisa julgada material. Ficará clara a conclusão de
que a referida reforma ou anulação só é possível caso se constate que o teor da referida sentença se
encontra em posição contrária à Constituição da República Federativa do Brasil. Por último, serão
elencados os três principais instrumentos processuais que possibilitam esta desconstituição de
sentença inconstitucional, que são: a Ação Rescisória, a Ação Declaratória de Nulidade e os
Embargos à Execução.
1 INTRODUÇÃO
A coisa julgada, no estudo do Direito Processual Civil, sempre foi tida como
algo acobertado pelo manto da imutabilidade, graças à segurança jurídica ali
depositada.
*
Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Endereço
eletrônico: orlandogc@superig.com.br
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seu conteúdo, por serem contrárias aos princípios e normas previstos na lei maior, a
Constituição Federal.
2.1.1 Perempção
Tal extinção é dada por sentença, sem o julgamento do mérito. Diante de tal
decisão, o referido autor apenas terá o direito de propor uma nova ação dentro do
prazo de seis meses, sob pena de perempção.
Vale salientar que esta caducidade pode ser declarada pelo juiz ao de se
deparar com tal situação, de ofício, isto é, mesmo que não haja qualquer provocação
da parte demandada.
2.1.2 Decadência
É a extinção do direito pela inércia do seu titular quando sua eficácia foi
inicialmente subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado,
tendo este se esgotado, sem que o seu exercício tivesse verificado.
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2.1.3 Prescrição
2.1.4 Preclusão
Daí a sua importância para a aplicação e interpretação das leis que regem
um determinado país.
Qualquer que seja a decisão ou ato judicial, estes devem estar embasada,
entre outros, no princípio constitucional da moralidade, sem exceção.
Assim, fica mais que cristalino que o direito não pode tratar de maneira
desigual os tidos como iguais, nem de forma igualitária os que se acham na
condição de desiguais.
Ele sempre almeja uma solução de conflitos da qual são susceptíveis todos
os outros princípios, procurando desrespeitar o mínimo dos outro, com seu núcleo
focado no valor da dignidade humana.
Assim, como se adquiriu de forma lícita e legal, o detentor deste direito não
mais poderá sofrer qualquer alteração, ou mesmo redução, do que lhe foi
anteriormente assegurado por lei.
Por fim, a coisa julgada é o efeito produzido pela sentença que não mais se
submete a qualquer espécie de recurso. É a proteção que o titular do direito recebe,
visando a imutabilidade da decisão judicial alcançada a seu favor.
Entre estes três conceitos básicos acima, a coisa julgada será o mais
utilizado no presente trabalho. Por isso, tal instituto jurídico será melhor abordado e
explorado.
Para este jurista, a coisa julgada material seria a imunização dos efeitos da
sentença, ao passo que, a coisa julgada formal seria a imutabilidade da sentença em
si mesma, como ato jurídico do processo, sendo esse o motivo pelo qual se verifica
a coisa julgada formal em qualquer sentença, seja ela de mérito, ou mesmo,
terminativa.
Sabe-se, assim, que a coisa julgada material não é nem nasce com a
sentença, pois surge em momento posterior ao seu proferimento, gerando consigo
sua imutabilidade e indiscutibilidade.
Por isso, Santos (1999, p.114) procura definir coisa julgada material,
reconhecendo que a mesma alcança os efeitos além dos produzidos na coisa
julgada formal, afirmando:
Desta forma, conclui-se que a coisa julgada formal se difere da coisa julgada
material no objeto acerca de qual incidirá a qualidade da coisa julgada, onde sempre
que se fizer presente a eficácia da coisa julgada material, certamente estará
presente a da coisa julgada formal.
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Indo ainda mais longe, Delgado (2003, p. 51), em sua concepção, defende
que o princípio da segurança jurídica se encontra em dimensão de importância
inferior a outros princípios tidos por ele como absolutos, como segue:
Como certo, tem-se que a autoridade da coisa julgada não deve sobrepor
aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, já que as sentenças
abusivas, cujo teor possua efeitos juridicamente impossíveis, em verdade não
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Das mais diversas sentenças tidas como injustas, sem dúvidas, as mais
graves são as transitadas em julgado, constatadas como inconstitucionais, ou seja,
ofendem a Constituição da República, já que tal inconstitucionalidade leva o vício
mais danoso a um ato jurídico.
Basta dizer que o Juiz, ao apreciar uma determinada demanda, deve sempre
verificar a compatibilidade das pretensões nela presentes frente à Carta Magna, face
à sua supremacia. Isto é corroborado por Barroso (2003, p. 161), nas seguintes
palavras:
Há, portanto, que respeitar o manto da coisa julgada material, desde que
esteja assegurada por caminhos percorridos em perfeita normalidade da aplicação
do direito formal e do direito material.
Fica, assim, mais que evidente que a relativização da coisa julgada material
se faz presente, condicionando-se que a respectiva sentença que a alcançou esteja
eivada de inconstitucionalidade.
Além disso, o artigo 495, do mesmo Código de Ritos, estipula como prazo
máximo para interpor a referida ação, o de dois anos, contados a partir da data do
trânsito em julgado da sentença a ser rescindida.
Vale salientar que, embora no texto do código processual fale em “lei”, o que
seria uma espécie de omissão a se levantar para se aceitar a Ação Rescisória como
meio de se relativizar a coisa julgada, já que não se fala em texto constitucional,
Câmara (2007, p. 19), afirma que a referida “expressão “lei” deve ser entendida
como de forma ampla.”
Isto quer dizer que a decisão que violar qualquer que seja a norma jurídica,
inclusive a constitucional, será passível de Ação Rescisória.
Há, no entanto, o limite temporal, como visto acima, de dois anos da data do
trânsito em julgado da sentença a ser submetida à rescisão em tela.
Com isso, uma vez se deparando com situações em que o trânsito em julgado
da sentença inconstitucional tenha passado dos dois anos, existe ainda outros meios
de se relativizar a coisa julgada material, como se verá nos próximos itens.
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Isto porque não haveria como validar uma sentença inexistente, nula, sem
efeito no mundo jurídico, por estar a referida sentença eivada de vício
inconstitucional.
Wambier e Medina (2003, p. 237), por exemplo, defendem que não exista
prazo a ser estabelecido para ingressar com a Querela Nullitatis, afirmando o
seguinte:
Tal ação tem o seu processamento pelo rito ordinário, devendo a mesma ser
interposta no juízo monocrático, visando a desconstituição da sentença
inconstitucional transitada em julgado.
No artigo 741, do nosso Código de Ritos, que trata dos embargos à execução
contra a Fazenda Pública, é estabelecida a limitação á parte executada de
argumentos embasadores para a interposição dos referidos embargos à execução,
da seguinte forma:
No referido artigo, o seu parágrafo único remete ao seu inciso II, mostrando
mais um instrumento a se utilizar para se relativizar a coisa julgada material de
sentença inconstitucional.
Isto se deve ao fato da referida parte do artigo 741, versar sobre o título
inelegível, como aquele em que for baseado em lei ou ato normativo considerado
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como inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, assim como se tiver fundado
em aplicação ou interpretação de norma jurídica, considerada pelo mesmo órgão
como em descompasso com o texto da Carta Magna.
Júnior e Faria (2003, p. 109) deixam claro o cabimento de qualquer que seja
o remédio a ser utilizado, entre os três acima explicitados, a qualquer tempo, contra
a inconstitucionalidade das sentenças ou acórdãos transitados em julgado, indo até
mais além, sugerindo ao Juiz em agir até mesmo de ofício, ou seja, de iniciativa
própria, visando declarar a inconstitucionalidade e, consequentemente, a nulidade
destas decisões, nas seguintes palavras:
Os tribunais, com efeito, não podem se furtar de, até mesmo de ofício,
reconhecer a inconstitucionalidade da coisa julgada, o que pode se dar a
qualquer tempo, seja em ação rescisória (não sujeita a prazo), em ação
declaratória de nulidade ou em embargos à execução. (JÚNIOR e FARIA,
2003, p. 109)
Pode-se, desta forma, sanar uma sentença inconstitucional, por ser esta
nula, eivada de vício, de injustiça gritante, rompendo-se as barreiras processuais dos
institutos da perempção, decadência, prescrição, preclusão, direito adquirido, ato
jurídico perfeito e, principalmente, da coisa julgada, em prol do respeito aos
princípios constitucionais vistos e explanados acima, assim como o próprio texto
contido na Constituição Federal Brasileira.
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Com tudo isto que foi exposto acima, fica mais que cristalina a segurança
em se afirmar que não importa o tempo de proposição, nem qual dos instrumentos a
ser utilizado, em busca de se desconstituir a coisa julgada material de sentença
transitada em julgado inconstitucional, em prol de uma decisão eminentemente justa
e verdadeira.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Isto porque, como visto, caso não os venha a observá-los com a atenção
devida, no transcorrer destas demandas, ou até mesmo após, poderão os seus
participantes não mais poder usufruir os direitos que porventura advierem a seu
favor.
ABSTRACT
In this scientific paper will be seen, initially, the basic concepts of some legal
institutions, regarding the issue itself, such as: perempção, decay, prescription and
estoppel, the constitutional principles of morality, legality, equality and
reasonableness, even as the vested right, perfect juridical act, the res judicata and
claim preclusion formal. Then we shall consider the possibility or not to retire or
cancel a final judgment, which has already reached the res judicata. Will be clear to
the conclusion that such retirement or cancellation is only possible if it is found that
the content of that sentence is in a position contrary to the Constitution of the
Federative Republic of Brazil. Finally, it will be listed the three main legal instruments
that allow this deconstitution sentence unconstitutional, which are: Action for
Rescission, the Declaratory Action of Nullity and Objections to Execution.
REFERÊNCIAS
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 27. Ed. São
Paulo: Malheiros, 2010.
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. V. II, 14. ed., Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2007.
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. MEDINA, José Miguel Garcia. O Dogma da Coisa
Julgada: hipóteses de relativização. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.